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Dificuldades de aprendizagem
Enfoque psicopedagógico
| Introdução
A
s dificuldades de aprendizagem fazem parte da realidade das salas
de aula de nossas escolas e têm gerado grande ansiedade nos pro-
fessores, devido ao seu agravamento e à falta de solução imediata.
Segundo dados do Censo Educacional 2001-2002, Brasil (2002), mais de 25% de
todas as crianças ingressadas no 1ª. série do ensino fundamental (5,89 milhões)
fracassaram e não alcançaram a 2ª. série. O fracasso que se iniciou no período
de alfabetização se estendeu até a 5ª. série, em que 33,6% dos alunos não con-
seguiram vencer. Muitas crianças deixam a escola ou terminam o fundamental
sem saber ler e escrever. Capovilla e Capovilla (2007) vêm ressaltando isso.
O objetivo deste trabalho é refletir sobre esta questão sob a perspectiva psi-
copedagógica, tentando evitar uma visão segmentada do sujeito e refletir sobre
um ponto: significa fracasso na escolaridade o mesmo que falta de instrução?
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Wener apud Polity (2001). Eles tentaram estabelecer diferenças entre crianças
com retardos mentais endógenos (genéricos que se formam no interior do ór-
gão) e exógenos (que se formam no exterior ou na superfície, ligados a uma
parte do corpo; lesões cerebrais, não genéricos). Os autores perceberam que
a maioria das crianças com dificuldades de aprendizagem mostrava sintomas
gerais característicos de crianças com lesão cerebral mínima, a conhecida sín-
drome de Strauss, que incluía entre seus sintomas distúrbios motores, da per-
cepção, dos conceitos e do pensamento, perseveração, dispersividade, entre
outros. Mais tarde, estes componentes foram ampliados e subdivididos, mas
até hoje constituem o núcleo das características comportamentais de crianças
com dificuldades de aprendizagem (Polity, 2001).
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| Definição do problema
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& Capovilla, 2007a, 2007b) seria o mais indicado para o ensino desta habili-
dade. Estas pesquisas foram estimuladas pela constatação de que o número
de crianças com dificuldade em aprender a ler estava sempre aumentando
em todo o mundo, e pouco se conhecia como o sistema cognitivo processa-
va a leitura. Infelizmente em nosso país o ensino da leitura traz dificuldades.
Em nossas escolas ainda contamos com alunos heterogêneos em classes re-
gulares, possuindo, muitas vezes, algumas deficiências de linguagem e tendo
professores faltosos e nem sempre bem preparados e bem renumerados para
ensiná-los. Ocorre ainda o fato de que os sistemas escolares de ensino são de-
safiados por ações judiciais que os acusam de falhar na provisão de programas
educacionais adequados.
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| Conclusão
Concluímos que muitos fatores são necessários para solução desse com-
plexo problema: pedagógicos, políticos, econômicos, sociais e institucionais.
A psicopedagogia, como campo de intervenção interdisciplinar, pode atuar
efetivamente em termos de trabalho preventivo-institucional em salas equi-
padas para atender a crianças com dificuldades de aprendizagem. Esta é uma
questão prática e também teórica. Infelizmente em muitos estados da União
esta realidade ainda não existe. Pode ainda participar do funcionamento das
atividades educacionais e das relações institucionais com o intuito de fazer
valer os direitos e a formação para a cidadania.
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