Académique Documents
Professionnel Documents
Culture Documents
SANTA ROSA, RS
2016
ADÃO DUTRA DE CAMPOS
Santa Rosa, RS
2016
ADÃO DUTRA DE CAMPOS
BANCA EXAMINADORA
_________________________
Orientadora: Ma. Betina Beltrame
__________________________
Ma. Simoni Antunes Fernandes
“Do lado de fora, olhando para dentro, você nunca poderá entendê-lo. Do lado
de dentro, olhando para fora, você jamais conseguirá explicá-lo. Isso é
autismo”.
Autism Topics
DEDICATÓRIA
INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 09
CONCLUSÃO............................................................................................................34
REFERÊNCIAS ........................................................................................................36
9
INTRODUÇÃO
Para tanto, o presente estudo está organizado em dois eixos principais, sendo
que o primeiro trabalhará com a questão histórica do autismo, seu conceito em uma
concepção neurológica, relacionando, assim, as diferenças ocorridas quanto ao
diagnóstico, a partir das ferramentas como DSM-IV e o DSM-V.
Uma definição do autismo com base no atraso e desvio sociais não só como
função de retardo mental, problemas de comunicação, novamente, não só
em função de retardo mental associado, a comportamentos incomuns, tais
como movimentos estereotipados e maneirismos com seu início antes dos
30 meses de idade (RUTTER, 2005 apud KLIN, 2006, p.2).
A partir dos dados apresentado por José de Jesus Mari, em uma pesquisa
apresentada no site sobre o autismo: “Projeto Integrar”, o autor aponta que, com o
lançamento da quinta edição do DSM, o autismo não faz mais parte dos
“Transtornos Invasivos do Desenvolvimento”, que até então era composto pelo
Autismo Infantil, Síndrome de Asperger, Transtorno Desintegrativo, Autismo Atípico
e Síndrome de Rett, os quais passam, então, a fazer parte do diagnóstico do
“Transtorno do Espectro Autista”, com a exceção da Síndrome de Rett. O DSM-IV
17
tinha três critérios principais para o diagnóstico do autismo. Eram estes: desafios de
linguagem, déficits sociais, comportamento estereotipados ou repetitivos. Enquanto
que no DSM-V um critério seria déficits de comunicação social, e o outro relativo ao
comportamento/interesses restritos e repetitivos.
filhos aos quais eram incapazes de amar” (BETELLHEIM, 1969 apud DUMAS,
2011).
Ademais, Dumas cita Lainhart et. al. (2002) e destaca que “Pais e irmãos de
crianças autistas têm uma probabilidade elevada de apresentar traços autísticos:
são distantes, rígidos ou inábeis em relações sociais e as vezes, sentem dificuldade
de se expressar ou de compreender o que lhes dizem” (LAINHART, et al., 2002
apud DUMAS, 2011, p. 115).
Sendo o autismo uma síndrome bastante complexa, que afeta todas as áreas
do desenvolvimento, podendo ainda surgir acompanhado de outras questões,
estudos vêm sendo realizados então no intuito de conhecer quais seriam as
possíveis causas desta patologia. Neste sentido, Freitas (2012) salienta que:
Sensoriais: não ver, não ouvir, não cheirar, não provar o gosto, com
insensibilidade frente a cheiros e sabores desagradáveis. Emocionais:
negar-se a receber caricias e afeto, sensitivos: insensibilidade ás
temperaturas extremas ou a dor de origem exteroceptiva ou proprioceptiva,
até a automutilação (FOSTER, 1999, p. 154).
Cita-se Waskieewiz, Víctor, Vendrusculo et. al. (2012) ao lerem Kupfer (2000)
que, ao ler Kanner, aponta ter este um conceito sobre mãe. Este diz que:
24
Não há verdadeiro agente materno sem referência a função do pai, por que
este agente se constitui como tal só no seu nome. Só assim o filho é objeto
de desejo, e só assim, então, a mãe inscreve no corpo dele as marcas do
simbólico (JERUSALINSKY, 2012, p. 72).
Em relação a esta cisão entre o desejo materno e o bebê, Wajntal (2004) cita
Faint (1981) o qual ressalta que “No início da relação mãe-bebê há um psiquismo
para dois, no qual mãe e filho funcionariam como uma unidade homeostática”
(WAJNTAL, 2004, p. 78).
Quanto à função materna, Jardim, (2000) aponta que o exercer desta função
se dá de diferentes maneiras, como através do investimento em um sujeito a de vir,
a antecipação de um nome, a imaginação de sua aparência. O acolhimento após o
nascimento, a interpretação do choro, a suposição de que naquele ser que tem em
sua frente está uma subjetividade diferente da sua, mas totalmente ligada à sua
própria. Também, segundo a mesma autora, a função materna se estabelece nos
momentos em que a mãe é capaz de saber e não saber sobre o seu bebê,
conseguindo, assim, alternar entre a presença e a ausência diante do mesmo,
permitindo que os outros saibam sobre o seu bebê.
Em outro olhar, Laznick (2004) apresenta o que entende como sinais clínicos
que levariam a um suposto diagnóstico de autismo. Do ponto de vista da autora,
seriam eles o não olhar entre a mãe e seu bebê e a não instauração do terceiro
tempo do circuito pulsional. O primeiro tempo seria ativo, onde a criança busca o
objeto, o seio materno. E o segundo tempo, então, seria reflexivo, retornando assim
a pulsão ao próprio corpo, tomando uma parte do mesmo como auto-erótico. Já, o
terceiro tempo, descrito como passivo, ocorreria um assujeitamento ao outro, que se
tornará o sujeito da pulsão para o bebê, o mesmo ficaria então em posição de
espera deste outro que venha a significar suas ações.
o autismo infantil tem como marco inicial o desejo de um dos pais de que o filho não
existisse. Ainda neste sentido, segundo o mesmo autor, a falta de acolhimento, de
ressignificação, por parte dos responsáveis, no caso de expressões emocionais
provindas do bebê, impede o mesmo de se tornar um ser humano, desencorajando
suas relações com os outros, formando, assim, uma personalidade própria, para que
através da mesma possa lidar com o meio (BETTELHEIM, 1987).
CONCLUSÃO
33
REFERÊNCIAS
GIL, Antônio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 5. ed. São Paulo: Atlas,
2010.