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25/10/2017 TRATAMENTO PALIATIVO EM FERIDAS ONCOLÓGICAS

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TRATAMENTO PALIATIVO EM FERIDAS ONCOLÓGICAS


Publicado em 27 de April de 2009 por Cesar Schadeck

Cesar Roberto Schadeck[1]

Eunice kyosen Nakamura[2]


RESUMO
Os cuidados paliativos em feridas oncológicas, são uma grande preocupação na assistência a saúde já que os efeitos da doença como dor e
aparência interferem na qualidade de vida dessas pessoas e de suas famílias. O papel do enfermeiro é de extrema importância, pois são esses
profissionais que passam amaior parte do tempo com o doente e os mesmos devem ter uma compreensão abrangente, ou seja vasto
conhecimento, para identificação de todos os fenômenos decorrentes da patologia. Baseando-se nesta revisão, é proposto um cuidado
humanizado que miniminize o desconforto e os traumas psico-sociais que podem ser gerados pelas feridas oncológicas. Constatou-se que,
muitas vezes, o tratamento não leva à cicatrização da ferida. Uma vez que esta depende do câncer primário. Porém, a cicatrização não é a
principal meta do cuidado, mas o controle dos sintomas, visando uma melhor qualidade de vida aos portadores destas lesões.
Palavras chave: Tratamento paliativo; cuidados com feridas oncológicas; controle da dor; qualidade de vida.
ABSTRACT

Palliative care in oncologic wounds, are a major concern in health care as the effects of disease such as pain and appearance interfere with the
quality of life of these people and their families. The role of nurses is extremely important, because these are professionals that spend most of
time with the patient and they must have a comprehensive understanding, or extensive knowledge, to identify all the phenomena arising from
disease. Based on this review, it is proposed that a humanized care miniminize the discomfort and psycho-social trauma that can be generated
by oncologic wounds. It is often not the treatment leads to healing of the wound. Since this depends on the primary cancer. But the healing is not
the main goal of care, but the control of symptoms, seeking a better quality of living to people of these lesions.
Key words: palliative treatment, wound care with cancer, control of pain, quality of life.
Introdução

O câncer é uma das doenças mais temidas no mundo inteiro. Grande parte desse medo é causado pela ausência de tratamento efetivo para a
maioria dos tumores¹, isso se dá pelo fato da maior parte das patologias neoplásicas serem diagnosticadas tardiamente, o que leva ao difícil
tratamento ou até mesmo a impossível cura, devido ao estado avançado em que se acaba encontrando.

Entre os pacientes portadores de neoplasias 5 a 10% apresentam o desenvolvimento de metástase cutânea², o que vem à formar úlcerações
oncológicas, estas por vez nos últimos seis meses de vida. As úlceras neoplásicas estão ligadas à imprudência do paciente e sua demora para
procurar um auxílio médico e ou o diagnóstico tardio do profissional para dar início ao tratamento à doença.
O tratamento deve ser de forma paliativa, ou seja, a intensão é minimizar sinais e sintomas, prevendo a melhora na qualidade de vida, sem
efeito curativo, pois nestes casos promover o estadiamento da doença é trabalhar com chances remotas.
Nos últimos tempos felizmente houve avanço em relação a terapia, técnicas cirúrgicas, radioterapia e quimioterapia, o que se deu uma
elevação de sobrevivência.¹
A biologia do câncer deve ser bem compreendida pelos profissionais do setor da saúde, pois os mesmo costumam enfrentar decisões difíceis
com relação a detecção e tratamento adequado eficaz, garantindo assim uma melhor qualidade de vida e/ou sobrevida do doente. É
fundamental que o profissional que esteja em atendimento compreenda o estado do paciente e leve em consideração todos os
comprometimentos do mesmo e de sua doença para traçar de forma efetiva um plano de cuidado.
As lesões cutâneas tumorais, são polêmicas entre pacientes, familiares e profissionais, devido as suas particularidades, pois cada ferida assim
como cada pessoa é uma e preserva suas auto-características, tendo que ser tratada de uma forma equivalente³.
Observa-se que atualmente é difícil determinar uma conduta adequada a ferida em decorrência não só do aumento de câncer, mais das lesões
causadas por ele, e as mais diversas alterações dos mesmos. Desta forma é essencial conhecer e escolher o material a ser utilizado nos
curativos para amenização dos sintomas4. O enfermeiro é o profissional da área de saúde que permanece mais tempo junto ao paciente,
portanto, tem a oportunidade de contribuir muito para aumentar o conforto do mesmo e aliviar sua dor5.
A lesão tumoral exteriorizada, causa mudança na imagem do portador, o que deprime sua auto estima e dificulta na realização de tarefas
cotidianas. As feridas oncológicas afetam os pacientes também por ter uma visão contínua do seu quadro clínico, e pior, por ainda saber que o
aparecimento das mesmas pode significar um tratamento ineficaz, o avanço incurável da doença ou até mesmo o fim da vida.6
As feridas neoplásicas constituem deformidades, ulcerações nos mais variados locais e mais importunos, ainda incomodando com seus odores,
sangramentos e exsudação, o que além lembrar o paciente todo o tempo de sua doença, ainda expõem outras pessoas7.

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Os odores dispensados das lesões oncológicas, normalmente levam o doente ao isolamento familiar e social8,9.
Profissionais precisam entender a história natural dos cânceres para oferecer procedimentos adequados, assim pode-se lidar de forma
apropriada com as complexidades da doença.
Segue então o desenvolvimento, com abordagem em características, tratamentos e controles, a fim de proporcionar base de conhecimento
para auxiliar os profissionais no cuidado paliativo ao paciente contribuindo ao alívio de sintomas para uma melhor qualidade dessas pessoas.
Justificativa

O tratamento paliativo não tem efeito curativo, porém é importante e essencial, pois reduz sinais sintomas, preserva auto-estima do paciente e
integridade moral, permitindo a sua convivência social sem qualquer influencia ou sub influência de sua doença, desta forma também
proporcionado conforto e segurança.

Apesar da dificuldade muito grande em encontrar material sobre o referido assunto, esta pesquisa foi iniciada, para contribuir com esses
profissionais na realização de cuidados, bem como despertar o interesse para a continuidade desta pesquisa, por meio de revisão bibliográfica
de artigos pesquisados na Internet e documentos publicados. Os escritos relatam desde a abordagem do paciente em pré diagnóstico e família,
pós-diagnóstico, tratamentos, cuidados, integralidade e humanização.
A estimulação causada através deste artigo não só no enfermeiro, mais na equipe coordenada por esse profissional, ocasionará auxilio na
capacidade de atendimento humanizado e consciente alcançando todos os âmbitos do tratamento, beneficiando de forma integral não só o
paciente mais toda a família.
Objetivo
Este artigo tem como objetivo apontar e identificar aspectos abordados por autores sobre feridas, sintomas e tratamentos paliativos em
oncologia, para orientação do profissional de enfermagem.
Metodologia
Para atingir o que foi proposto, foi realizado um estudo aprofundado de fontes da literatura. Tem como objetivo apontar resultados de pesquisa
para auxiliar profissionais em suas atuações. É um apanhado de dados que de forma sintetizada, visa à descrição de informações de maneira
íntegra, porém simplificada.
Todo esse conteúdo é direcionado aos cuidados à feridas malígnas, como também função integradora para facilitar o conhecimento.
Dentro do material pesquisado foi buscada a literatura de 1993 até a atualidade estas partilhadas nos arquivos da web (sites científicos) e
literaturas impressas, sendo três artigos do assunto específico e sete não específicos adaptados os quais foram analisados e entendidos.
Definição do câncer
Câncer é uma patologia celular, na qual uma única célula perde a capacidade de auto reconhecimento, diferenciação, funcionabilidade e torna-
se incapaz de estacionar em fase G0, passando constantemente por mitose, ou seja, processo de replicação celular, formando um aglomerado
de células, que constitui uma massa de tecidos, com ou sem capacidade de vascularizar-se e nutrir-se denominado tumor ou lesão
carcenógena.
Mais de 100 doenças são chamadas de câncer, elas possuem características em comum, como a desordem no crescimento, capacidade de
invadir outros tecidos e órgãos e migrar através da corrente sanguínea para qualquer região do corpo.
A célula migrante divide-se e multiplica-se rapidamente, formando tumores metastáticos, eles por sua agressividade tem capacidade de invadir
qualquer tipo de tecido, independente de nutrição, esse tipo de câncer denomina-se tumor maligno, por outro lado existem células que apesar
da desordem em seu crescimento e replicação percorrem o processo em ritmo mais lento e assemelham-se ao seu tecido originário, estas
chamadas de doenças neoplásicas benignas10.
Causas
O evento do câncer na visão da genética se dá através da associação de alterações mutogênicas seqüentes no DNA da célula, essas por vez
levarão a célula a perder características básicas de controle (replicação e crescimento).
As causas são decorrentes de mudanças na função ou na expressão de genes importantes como conseqüência de mutação, translocação,
amplificação, deleção ou de processos epigenóticos herdáveis. É preciso acumular de cinco a nove modificações genéticas numa determinada
célula para permitir que a mesma adquira as características necessárias para escapar dos mecanismos normais de controle do crescimento e
desenvolver um tumor maligno1.
A lesão oncológica pode ser desencadeada por fatores internos (alterações genéticas) e externos (exposição a produtos carcenogênicos).
Esses fatores causais podem interagir de várias formas, aumentando a probabilidade de transformações malignas nas células normais10.
Boa parte dos cânceres estão ligados a fatores externos. O cigarro é um dos fatores que pode causar câncer de pulmão devido a 4700 toxinas
contidas, a exposição excessiva ao sol pode causar câncer de pele, e alguns vírus podem causar leucemia e ainda existem fatores em estudo
como alguns alimentos e processos de industrialização.
Com o passar do tempo devido à exposição a substâncias carcinogênicas acumulamos alterações genéticas importantes as quais nos tornam
vulneráveis ao desenvolvimento do câncer na velhice.
O desenvolvimento da carcinogênese está ligado à quantidade de agentes mutogênicos, a qual o organismo é exposto e diretamente
influenciado pela intensidade do seu contato10.
Peculiaridades das Feridas Oncológicas
A ferida oncológica se dá pela migração infiltrativa de células tumorais malignas para o meio externo, desistituindo a integralidade cutânea,
resumindo-se em um câncer de pele. O resultado desse acontecimento é uma metástase de pele, que pode ulcerar a assumir características de
outros tipos de feridas. Podemos citar como exemplo as infecções dérmicas fúngicas que podem até ser confundidas por odores e exsudação
semelhantes.2,11,12,13

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Esses tipos de câncer acontecem de duas formas: metástase de um tumor maligno ou formação de um tumor primário adjacente. A infiltração
pode ocorrer por via linfática ou sanguínea ou até mesmo através de linha de sutura após cirurgia de tumor primário. Inicialmente os nódulos
formados são firmes e eventualmente coloridos, estes por vez evoluem de tamanho e podem migrar para vasos linfáticos ou sanguíneos
espontaneamente formando ulcerações, em cabeça, pescoço, períneo ou abdômen e pode também ser evasivo destruindo órgãos e estruturas.
Feridas podem ser classificadas como fechadas ou abertas. Todas as feridas fechadas se classificam como de primeiro estágio e as abertas em
três estágios: as que envolvem epiderme e derme (segundo estágio); feridas espessas envolvendo tecido subcutâneo (terceiro estágio) e
feridas que invadem estruturas anatômicas apresentando dor e odor (quarto estágio)14.
Os tumores durante seu desenvolvimento constituem rede vascular própria, causando pressão sobre o tecido, o que leva ao desequilíbrio
fisiológico aumentando a incidência de sangramento na ferida. As hemorragias mais importantes são decorrentes de ruptura de vasos principais
do tumor2,13.
O volume de exsudato eliminado pela ferida tumoral é relacionado à hiper-permeabilidade ao fibrinogênio e plasma, aos tumores secretarem
um fator de permeabilidade vascular e o grande número de microorganismos anaeróbios que colonizam a superfície da lesão, liberando ácidos
voláteis que vêem dar origem ao odor, que é de difícil controle11,13.
Boa parte das feridas oncológicas tem grande dificuldade em iniciar contração. Isso acontece devido à depressão nutricional e física do
paciente, pois o mesmo sem reservas de nutrientes como aminoácidos e oxigênio, prejudicam a formação de fibroblastos indispensáveis para
contração tecidual6.
A dor neuropática é causada pelo crescimento rápido e descontrolado da ferida tumoral, determinada também pela sensação do leito e pelo
trauma proposto no momento do curativo. Essa dor é relacionada a fatores do meio físico proporcionados pela cobertura primária, como a
desidratação e/ou umidade excessiva e componentes bioquímicos neuroexcitantes em caso de exposição nervosa em meio à lesão2,913.
Tratamento das feridas oncológicas
O tratamento da ferida oncológica ainda não é específico, devido aos poucos estudos sobre o assunto, dessa forma a maior parte dos
enfermeiros ainda trata as lesões de forma tradicional e/ou por tentativas de erros e acertos, somente oferecendo cuidados básicos e
controlando sinais/sintomas6,11.
Nesta modalidade de tratamento que por sua vez vem a ser paliativo, tem como objetivo, identificar e eliminar lojas de infecção, controlar a dor,
sangramento e drenagem e promover conforto e bem-estar ao paciente6,13.
Modalidades de tratamento
Temos várias opções de terapias para o tratamento de feridas, como a radioterapia, quimioterapia, hormonioterapia, laserterapia e a cirurgia
paliativa.
A radioterapia, como a quimioterapia pode ser um dos tratamentos de primeira escolha, pois a radiação iônica altera o DNA celular destruindo
as células tumorais, levando a redução da lesão, tumor, sangramento, exsudação, dor e odor, melhorando a alto-estima e podendo até
aumentar a sobrevida do paciente2,6,11,13,16.
A quimioterapia é um dos tratamentos de primeira escolha, podendo ter a intenção de reduzir o tamanho do tumor conseqüentemente
melhorando dor e hemorragias2,6.
A hormonioterapia pode ser um tratamento efetivo, controlando os sintomas causados por tumores que expressam receptores hormonais, tais
como alguns tipos de câncer de mama2,13.
A laserterapia é indicada na tentativa do controle da dor e da necrose tissular.
A cirurgia paliativa tem indicação para alguns tipos de tumor mais exteriorizados com objetivo de reduzir possíveis complicações, mais se deve
avaliar bem o risco-benefício13,17.
É fundamental avaliar adequadamente a ferida para estabelecer uma conduta, uma das ferramentas para a elaboração de um tratamento
específico é a fotografia, para acompanhamento e registro da sua evolução18.
Controle de exsudato
Fluidos que passam através das paredes vasculares em direção aos tecidos adjacentes. Estes fluidos envolvem células, proteínas e materiais
sólidos. O exsudato pode escoar de incisões ou locais onde haja inflamação ou infecção.
O cloreto de sódio (S/F 0,9%), é utilizado no cuidado com feridas tumorais para diluição do exsudato incrustado na lesão, ele mantém o meio
úmido e requer cautela na troca do curativo, pois a solução salina pode provocar maceração em tecido perilesional7.
Mesalt é um produto constituído de algodão com associação de cloreto de sódio em forma cristalizada, tem a função de propiciar um meio
hipertônico, estimulando a alto limpeza da ferida, retendo o excesso de exsudato. O meio hipertônico gerado a partir deste na parte externa da
lesão, favorece um meio físico o qual limita crescimento bacteriano, como conseqüência além de reduzir a quantidade da exsudação, reduz
associadamente o odor7.
A utilização de desbridantes autolíticos ou enzimáticos, podem resultar na redução do volume de exsudato13.
Controlar o exsudato é fundamental pelos seguintes fatores: redução do odor, manutenção e proteção da pele que circunda a lesão (peri-lesão),
propiciar conforto e melhorar a auto-estima.
Quando a exsudação é de baixa à moderada quantidade, pode ser estabelecido um meio úmido e ideal a partir da aplicação de hidrogéis e
ocasionalmente hidrocolóides11.
Curativos volumosos utilizados para conter o excesso de exsudato podem ser um método efetivo, porém afetam diretamente a estética
anatômica do paciente deprimindo sua auto-estima6.

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A concentração de exsudato contida no curativo pode macerar a peri-lesão, essa pode ser evitada a partir da aplicação de vitamina A+D em
pomada, como medida preventiva2. É ainda utilizada as películas barreiras para proteção do tecido que circunda a ferida, devem ser trocadas
em cinco ou sete dias com o filme adesivo copolymer15.
A integralidade da pele em torno da ferida pode ser preservada a partir da aplicação de hidrocolóide em pasta, essa conduta protege a peri-
lesão contra as agressões causadas pela cola do filme, umidade excessiva e outros métodos de fixação do curativo13.
Utilizar curativos anatômicos ajustáveis à ferida é fundamental para evitar vazamentos através das margens11.
Controle de odores e sangramento
O inicio do tratamento da ferida é a sua limpeza8,19.
Uma estratégia eficaz na prevenção do sangramento da ferida, é a umidificação adequada do curativo e o tempo correto para a hidratação da
ferida antes da retirada estratégica do curativo11,13.
Para prevenir a aderência intensa entre a gaze e a lesão pode ser aplicada o petrolatum ou a vaselina em gel antes da oclusão, isso irá
minimizar as lesões mecânicas no momento da retirada do curativo6.
Aplicação de nitrato de prata (AgNO3) em feridas sangrantes, tem efeito cauterizador na superfície dos vasos2,6,14.
O alginato de cálcio é uma cobertura utilizada como primeira escolha para o tratamento de feridas sangrantes e exsudativas, pelo fato do cálcio
do alginato participar diretamente da cascata de coagulação controlando hemorragias. Ele também estabelece um bom meio úmido para a
ferida por tornar-se um gel em contato com exsudato, evitando maceração das margens, drenando o excesso para um curativo secundário e
mantendo a umidade do meio2,3,6.
A adrenalina pode ser utilizada como tratamento tópico direto na contensão de sangramentos, mais deve ser usada com cautela, pois se
utilizada em excesso pode causar necrose isquêmica, por ser um potente vaso constrictor, sugere-se diluí-la2,11.
A utilização do metronidazol em feridas fétidas não tem estatística pontual, porém a aplicação direta em feridas é eficaz na redução dos odores
já que a flora bacteriana esta bem definida9,11.
O comprimido de metronidazol 500mg pode ser macerado e aplicado diretamente à ferida, utilizado também em forma de solução (500mg em
100ml de solução salina) para irrigação da mesma, uma ou duas vezes ao dia ou ainda pode ser aplicado em forma de gel tópico, com
aplicação associada à troca do curativo13,20.
O metronidazol pode ser administrado 400mg três vezes ao dia via oral associado ao gel aplicado na ferida12.
A sulfadiazina de prata creme é utilizada em infecções causada por pseudomonas aeruginosa11.
Os curativos de carvão ativados com prata são utilizados em feridas fétidas e exsudativas pelo fato de serem absorventes e da prata ser um
antimicrobiano com custo relevante2,3,6.
A solução de hipoclorito de sódio é um ótimo desodorizante de ferida com capacidade química de dissolução de tecidos necróticos e inviáveis,
esse curativo deve ter troca programada a cada doze horas e a périlesão deve ser protegida com aplicação de petrolatum, vaselina ou óxido de
zinco em pomada2,6,19.
A solução de hipoclorito pode ser substituída por clorexidina solução a 1% ou emulsão a 4%, obtendo resultados tão bons com menores riscos
de lesão em tecido integro2,19.
Controle da dor
O controle da dor é essencial para a qualidade de vida e como componente de qualidade no tratamento do câncer1.
A dor é um sintoma complexo e angustiante, afetando a qualidade de vida do paciente. É uma experiência individual que inclui aspectos físicos
e psicossociais.
A dor é uma grande preocupação na assistência à saúde, considerada como uma das principais prioridades. O alívio da dor oncológica é
designada como área prioritária para a pesquisa e educação profissional, pois é o principal sintoma com impacto na qualidade de vida, portanto,
um melhor controle da dor pode resultar em benefício para um número significativo de pacientes com câncer.
A fisiologia da dor é mais bem explicada pela percepção e resposta do indivíduo a estímulos nocivos, uma das causas é quando uma
terminação de nervo sensorial periférico é afetada que dá o acontecimento de percepção de dor, outro caso é uma série de eventos neurais
subseqüentes que levam os impulsos elétricos pelo sistema nervoso, do periférico ao central e a atividade neural que controla neurônios de
transmissão da dor originada no sistema nervoso periférico e/ou central, apesar destes comprovados ainda existe o perceptivo, que é pessoal
de cada paciente, engloba fatores psicológicos e emocionais, que são pouco compreendidos.
A dor no câncer é o resultado de múltiplas causas, incluindo envolvimento direto do tumor, compreensão ou infiltração de nervo ou
comprometimento de partes moles. Com freqüência, a dor também é resultado de tratamentos, incluindo quimioterapia, radioterapia e
síndromes pós-cirúrgicas.
A dor resultante de estimulação de receptores nervosos é dor nociceptiva, enquanto dor resultante de lesão de nervos é dor neuropática. Essas
classificações tornam-se importantes na seleção das opções de tratamento1.
Uma das classificações de maior importância clínica da dor é a distinção entre dor aguda e crônica. A dor aguda é definida como a de início
súbito e em geral tem causa conhecida e duração limitada. A dor crônica é oposta, pois o indivíduo não consegue se lembrar de seu início e
sabe que pode não haver outro fim que não a morte eventual.
A dor também é um sintoma que impacta a família, assim como o paciente com o câncer. O bem-estar social é reduzido à medida que a dor
interfere nos papeis e relacionamentos, na sexualidade e na aparência. O bem-estar espiritual inclui crenças religiosas e a dimensão do
sofrimento, assim como o significado da doença e da dor para o paciente.
A prevenção da dor antes da troca do curativo é essencial, deve-se avaliar a dor da ferida quanto ao tipo intensidade, freqüência e duração.
Antes do procedimento deve ser aplicado spray ou solução analgésica15.
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Normalmente a aplicação das soluções analgésicas antes da substituição do curativo, é eficaz para retirada do mesmo no momento da troca
minimizando o estímulo doloroso15.
Junto a cobertura primária, pode-se também dependendo da conduta aplicada fazer associações de morfina com hidrogel e também
metronidazol6,13.
A manutenção do meio úmido reduz a quantidade de troca evitando traumatismo da ferida conseqüentemente auxiliando no controle da dor2.
A utilização de gel anestésico com tricíclicos e corticoides no leito da lesão, normalmente atuam reduzindo a dor associada a escoriações e
infecções perilesionais, é de fundamental importância avaliar corretamente não só a ferida mais também sua periferia pois é ela que sustentara
o curativo, com base nesse fato a escolha do método de fixação tem que ser especifico para cada tipo de lesão, temos hoje uma gama
generosa de fitas adesiva das mais variadas formas e materiais que vai desde os microporados mais conhecidos até os suaves adesivos têxteis
como o medipore, não contando com a linha de proteção de contato como as películas barreiras também conhecidas como selantes, sempre
levando em conta que prevenir estas lesões é mais simples que tratá-las, se falar que cada lesão é importante e aumenta a vulnerabilidade a
infecções secundarias.2.
O tamanho e formato do curativo deve ser proporcional a lesão, quanto a anatomia, para evitar que a ferida fique muito aparente e afete a alto
imagem do paciente11.
Discussão e resultados
O tratamento paliativo de feridas oncológicas é fundamental para o paciente portador de câncer sem perspectiva de cura, pois é através deste
que a equipe poderá propiciar uma melhor qualidade de vida ou sobrevida através do controle dos sinais e sintomas da ferida oncológica que
vem a ser a exteriorização de sua doença principal. É essencial o profissional enfermeiro conhecer da oncogênese às vaias técnicas de
tratamento de feridas, para poder avaliar, identificar e estabelecer uma conduta adequada inerente a lesão.
Observa-se que o paciente que sente-se atendido por um profissional competente com capacidade de direcionar o tratamento de uma forma
efetiva, dispõe de uma maior confiança e cooperação referente a orientação.
Intervenções e avaliações de enfermagem
Protocolo de atendimento:
1.Avaliar o nível de compreensão e entendimento do paciente antes de direcionar orientações relacionadas à ferida;
2.Solicitar a presença de um familiar responsável durante a avaliação, para que se certifique de toda e qualquer orientação realizada ao
paciente;
3.Estudar prontuário do paciente quando existente na instituição para ter ciência do prognóstico do mesmo;
4.Utilizar técnica asséptica e material estéril, mesmo para manipular durante a avaliação uma ferida "contaminada";
5.Umedecer curativo com solução salina (S/F 0,9%), para remoção curativo em ferida pouco exsudativa e ou sangrante;
6.Avaliar o tipo de dor, localização, duração, intensidade e influências nas atividades do cotidiano;
7.Usar uma escala de intensidade de dor, podendo usar três níveis como leve, moderada e aguda, ou uma escala de 0 a 10;
8.Mensurar e avaliar o leito de todas as lesões, levando em consideração túneis e descolamentos, características de margens, périlesão e
exsudação;
9.Avaliar a cada troca de curativo possíveis piodermites, ou dermatites causadas por adesivo para fixação do curativo;
10.Atentar para características da exsudação, como odor, densidade e quantidade;
11.Respeitar os limiares de dor do paciente durante a troca do curativo;
12.Realizar curativo esteticamente anatômico, a fim de propiciar a integralização social do paciente;
13.Atentar para as mudanças físicas e morfológicas da lesão ao decorrer do tratamento, a fim de adequar a conduta de acordo com as
alterações.
14.Promover o conforto físico através de camas, protetores de colchões, aparelhos de apoio e demais equipamentos necessários;
15.Medicações analgésicas devem ser administradas em horários padronizados e não apenas em momentos de crise;
16.Procurar proporcionar ao paciente uma melhor qualidade de vida, fornecendo condições de um sono tranqüilo, aliviando sua dor, controlando
o emocional e o fluxo de visitas;
17.O trabalho de assistência ao paciente portado de ferida oncológica envolve uma equipe multiprofissional composta por assistente social,
psicólogo, nutricionista, médicos e enfermeiros, empenhados em acompanhar, orientar, instruir, medicar e alimentar o paciente e oferecer
suporte para o aumento de sua sobrevida com qualidade.
Considerações finais

O tratamento paliativo oncológico ameniza sintomas, não tem efeito curativo, a intenção é dar uma melhor qualidade de vida e bem estar ao
paciente, já que no estágio que se encontra (ferida) a reversão é praticamente remota. Portanto, esse cuidado, com ênfase na dor e no bem-
estar do cliente pode resultar em benefício para um número significativo de pessoas com câncer, aliás, não somente para os portadores como
também familiares.
A cada ano cerca de 6 milhões de mortes são decorrentes dessa doença, e a porcentagem de cura ainda permanece baixa. Por essa razão, a
área de cuidados paliativos é de estrema importância. Cuidado paliativo pode ser definido como o cuidado global ativo dos pacientes cuja
doença não é responsiva a um tratamento curativo específico. O controle específico de sintomas, em especial a dor, e de problemas
psicológicos, sociais e espirituais é extremamente importante.

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Este estudo tem como finalidade, orientar o profissional de enfermagem quanto à eficácia do tratamento paliativo, entre os pacientes portadores
de câncer, por meio de revisão bibliográfica de artigos pesquisados na internet e por literaturas escritas.
O desafio aqui proposto é utilizar esse conhecimento que aqui está sendo disponibilizado, para melhorar o que foi no passado uma área
negligenciada no tratamento do câncer, ou seja, o controle da dor e a preocupação com a qualidade de vida.
Não cabe aqui esgotar a matéria e sim suscitar interesse aos prezados leitores para busca e futuro aprofundamento do assunto apontado,
exposto e discutido.
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20. Ministério da Saúde (Br). Instituto Nacional de Câncer. Cuidados paliativos oncológicos: Controle da dor. Rio de Janeiro: INCA; 2002.

[1] Graduando do curso de Enfermagem ,Uniandrade

[2] Enfermeira, Coordenadora de curso da Uniandrade


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Lina Monetta • 7 anos atrás


Parabenizo Cesar e Eunice pelo trabalho.
Lina Monetta
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vera almeida • 7 anos atrás


Seu trabalho está maravilhoso tambem dou 5 estrelas para vc,continue com esta dedicação. O mundo precisa de gente como vc.Parabéns nota
10
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NALVA • 8 anos atrás


PARABÉNS...ESTÁ EXCELENTE ESTE ARTIGO...
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Bruno • 8 anos atrás
parabéns pelo belo trabalho.
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Sobre este autor(a)

Cesar Schadeck
Sou Aux de enfermagem há 8 anos e acadêmico de enfermagem do Centro Universitário Campos de Andrade. Todo o tempo pelo qual eu
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