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CONSELHO EDITORIAL
Prof. Dr. Antonio Belincanta, Prof. Dr. Benedito Prado Dias Filho, Prof. Dr. Edson Carlos Romualdo, Prof.
Dr. Eduardo Augusto Tomanik, Prof. Dr. Edvard Elias de Souza Filho, Profa. Dra. Hilka Pelizza Vier
Machado, Prof. Dr. José Carlos de Sousa, Prof. Dr. Luiz Antonio de Souza, Prof. Dr. Lupércio Antonio Pe-
reira, Prof. Dr. Neio Lucio Peres Gualda. Secretária: Maria José de Melo Vandresen.
Júlio César Garcia
Maringá Verde ?
O desafio ambiental da gestão das cidades
Maringá
2006
Divisão de Editoração Marcos Kazuyoshi Sassaka
Marcos Cipriano da Silva
Luciano Wilian da Silva
Livraria Eduem Paulo Bento da Silva
Solange Marly Oshima
Norberto Pereira da Silva
Revisão de Língua Portuguesa Annie Rose dos Santos
Fotos Bruna Moreschi
João Mário Góes
Aldemir de Moraes
Capa – arte final Marcos Kazuyoshi Sassaka
Luciano Wilian da Silva
Projeto gráfico e Editoração Marcos Kazuyoshi Sassaka
Marcos Cipriano da Silva
Normalização Biblioteca Central - UEM
Revisão Final Ruth Izumi Setoguti
Fonte Garamond; AvantGarde
Tiragem 500 exemplares
ISBN : 85-7628-014-0
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Lista de mapas
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Sumário
Agradecimentos ........................................................................................................ 7
Lista de tabelas ......................................................................................................... 9
Lista de mapas ......................................................................................................... 11
Prefácio .................................................................................................................... 15
Introdução ................................................................................................ 17
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Prefácio
Não há solução global, sem ação local. Esta frase vem sendo repetida há décadas por
muitos dos que tentam construir um mundo melhor por meio da defesa do meio ambiente
e dos recursos naturais.
Uma coisa é certa e definitiva: ninguém mora na ONU, ninguém mora na UNIÃO,
ninguém mora no ESTADO. Sim, todos moramos no MUNICÍPIO, que é o lugar onde
as coisas acontecem e, é o lugar do encontro do cidadão com a cidade.
Se conseguirmos a conscientização ambiental dos habitantes da cidade e um consen-
so em torno da importância da preservação do meio ambiente, teremos a certeza de que
conseguiremos garantir qualidade de vida e o mundo será melhor.
Tenho a honra de poder prefaciar esta obra que trata de uma forma profunda e téc-
nica dos problemas das cidades. O estudo de caso feito pelo talentoso autor Júlio César
Garcia, sem dúvida servirá de guia para administradores públicos não apenas da cidade de
Maringá, mas de qualquer cidade do País, pois identifica os problemas, os avalia e propõe
soluções.
O autor é portador de um vasto conhecimento em Direito Ambiental, fruto de seus
estudos no Programa de Mestrado em Direito, da Universidade Estadual de Maringá, e de
estágio que realizou na Polônia estudando a aplicação do Direito Ambiental na União
Européia, aliado à sua experiência como Diretor na Secretaria Municipal do Meio Ambien-
te do Município de Maringá e, de sua atuação na advocacia sentindo todos os lados do
conflito entre a proteção do meio ambiente e o desenvolvimento da atividade econômica.
Como ensina o consagrado autor português LUIS FILIPE COLAÇO ANTUNES, o
homem tutela o meio ambiente não em decorrência e por exigência do sujeito, mas em
razão de uma revolta do objeto. Com efeito, a natureza tem soado todos seus sinais de
alerta mostrando ao mundo a necessidade de usar os recursos naturais com respeito e
cerimônia atendendo às demandas das gerações atuais, sem comprometer o futuro das
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Foto 1 – Parque do Ingá.
Introdução
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Introdução
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INTRODUÇÃO
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Capítulo
I
Breve relato do Município de Maringá
Foto 2 – Maringá em 1932.
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1 Formação histórica de Maringá
Com o intuito de desbravar novas terras para o plantio de café, fazendeiros paulistas
e mineiros deram início, em princípios do século, à colonização do Norte do Paraná, na
região hoje denominada Norte Velho.
1 MARINGÁ. Prefeitura Municipal. Secretaria de Planejamento. Perfil da cidade de Maringá. Maringá, 1996, passim.
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CAPÍTULO I BREVE RELATO DO MUNICÍPIO DE MARINGÁ
Seu crescimento vertiginoso foi conseqüência do surto cafeeiro que criou, nessa re-
gião do Estado, uma das economias mais robustas do país, cumprindo, assim, os princí-
pios de sua criação, tornando-se pólo de desenvolvimento sociopolítico-econômico, em
favor de melhor distribuição espacial das atividades econômicas e de população.
Com o crescente aumento da produção e o rápido enriquecimento de muitos pionei-
ros, levas de emigrantes afluíram para a região, estabelecendo-se, em sua maioria, na zona
rural, motivados pela larga absorção de mão-de-obra da cultura cafeeira. Impulsionada
pela dinâmica da expansão cafeeira e pelas condições locacionais favoráveis, a cidade expe-
rimentou um crescimento rápido, comprovado pelos levantamentos censitários. De acor-
do com o IBGE (1991), durante a década de 50, Maringá manteve uma taxa de crescimen-
to anual média de 10,44%. Nas décadas posteriores, as taxas foram menores, mas sempre
positivas, conforme a tabela 2.
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MARINGÁ VERDE?
De acordo com o censo de 2000, realizado pelo IBGE, a taxa anual de crescimento
da população de Maringá é de 1,86%, quando havia uma média de 4,10 habitantes por
domicílio.
2 MARINGA. Prefeitura Municipal de Maringá. Secretária de Planejamento. Perfil da Cidade de Maringá. Maringá,
1996.
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2 Noções gerais do município
Tabela 4 – População estimada por zona até 2000 (em 1000 hab.)
Data Urbana Rural População total
1997 269 5,4 274
1998 275 5,3 281
1999 282 5,1 287
2000 288 5,0 293
2001 294 4,9 299
2002 301 4,8 306
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CAPÍTULO I BREVE RELATO DO MUNICÍPIO DE MARINGÁ
Essa situação é melhor visualizada no mapa a seguir, fornecido pela Prefeitura Mu-
nicipal de Maringá.
Outro fator bastante atrativo de Maringá e que tem sido muito explorado pelos em-
presários e órgãos públicos do município refere-se a sua qualidade de vida. Ainda hoje se
tem o hábito de medir o índice de qualidade de vida de uma localidade em virtude, princi-
palmente, de seus fatores socioeconômicos. Deve-se salientar que o meio ambiente é res-
ponsável pela maior parte dos elementos que conferem ou não qualidade de vida a uma
região, pois a saúde da população, tanto física quanto mental, está diretamente relacionada
à água, aos alimentos e ao ar que consomem, além dos aspectos psicológicos favoráveis,
advindos do contato humano com a natureza.
Neste sentido, Maringá foi considerada pela Revista Veja como uma das dez melho-
res cidades para se viver no país; pelo jornal O Estado de São Paulo como 4o maior con-
sumo per capita do Brasil e pela Revista Exame como a 18a melhor opção entre as cidades
do Brasil para negócios.5 Maringá polariza uma região de dois milhões de habitantes, pos-
sui região metropolitana e apresenta excelente desenho e padrão de habitabilidade, amplos
bosques naturais para preservação ambiental e lazer e suas ruas e praças com um alto índi-
ce de arborização, garantindo uma área verde estimada de 25,62 m2 por habitante. Essas
qualidades foram reafirmadas em nova reportagem da Revista Veja, em 19 de maio de
1999, em que, comparando as cinco melhores cidades do interior brasileiro, previamente
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selecionadas, concluiu que “Maringá teve o melhor desempenho, reunindo pujança e qua-
lidade de vida.”6
A região de influência de Maringá participa com aproximadamente 16% da formação
do PIB paranaense, o que corresponderia a US$ 7,65 bilhões em 1998, de acordo com o
IPEA. Apesar da grande disponibilidade de matérias-primas, das condições infra-
estruturais que oferece e de seu posicionamento estratégico, a região é, ainda, menos in-
dustrializada do que o Estado, permanecendo sua economia fortemente baseada nas ativi-
dades agropecuárias. A composição do PIB regional, segundo o CODEM (1998), é de,
aproximadamente, 29% para o setor agropecuário, 33% para o setor de serviços, 9% para
o comércio e de 29% para a indústria. 7
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CAPÍTULO I BREVE RELATO DO MUNICÍPIO DE MARINGÁ
9 CODEM, 2005.
10 Ibid.
11 O conceito de Desenvolvimento Humano é a base do Relatório de Desenvolvimento Humano (RDH), publicado
anualmente, e também do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). Ele parte do pressuposto de que para afe-
rir o avanço de uma população não se deve considerar apenas a dimensão econômica, mas também outras caracte-
rísticas sociais, culturais e políticas que influenciam a qualidade da vida humana.
Esse enfoque é apresentado desde 1990 nos RDHs, que propõem uma agenda sobre temas relevantes ligados ao
desenvolvimento humano e reúnem tabelas estatísticas e informações sobre o assunto. A cargo do PNUD, o rela-
tório foi idealizado pelo economista paquistanês Mahbud ul Haq (1934-1998). Atualmente, é publicado em deze-
nas de idiomas e em mais de cem países. (ONU, 2005. Disponível em: <http://www.pnud.org.br/idh>. Acesso
em: 15 abr. 2005.
Este índice é bastante amplo, sendo utilizado principalmente para grandes regiões, na maioria dos casos para
países. Por isso, foi construído um novo índice mais compatível com a realidade dos municípios, o chamado Índi-
ce Municipal de Desenvolvimento Humano – IDH-M, construído com os mesmos dados do IDH. A diferença
está no foco, voltado para regiões menores e por isso retratando melhor a realidade dos municípios.
12 CODEM, op. cit.
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O índice de policiais por grupo de mil habitantes é menor do que o recomendado pe-
la ONU (2/1000). No entanto, o índice de 1,5 considera somente os policiais militares,
não levando em conta os bombeiros, policiais civis, polícia federal, os vigilantes do patri-
mônio público municipal, e os vigilantes municipais do trânsito urbano.
13 CODEM, 2005.
14 Ibid.
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CAPÍTULO I BREVE RELATO DO MUNICÍPIO DE MARINGÁ
15 MARINGA. Prefeitura Municipal de Maringá. Secretária de Planejamento. Perfil da Cidade de Maringá. Maringá,
1996.
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contradas na forma pela qual se procede à gestão pública dos recursos naturais do municí-
pio.
Para tanto, foram levados em consideração: a importância de determinados recursos
naturais para a manutenção do equilíbrio de ecossistemas e do clima da região; atividades
ou serviços de particulares e do Poder Público que afetam, de alguma forma, o meio am-
biente; e, principalmente, aqueles problemas que são considerados focos centrais da gera-
ção de outros problemas, devido à interação existente entre o homem e os recursos natu-
rais e, destes, em relação a si próprios.
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Capítulo
II
Dos principais problemas ambientais
de Maringá
Foto 5 - Fundo de vale
Mandacaru.
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1 Desmatamento
Atualmente, raros são os locais onde ainda podem ser encontradas manchas de vege-
tação arbórea primitiva. A rigor, na região não existem mais matas virgens, como é possí-
vel observar no mapa a seguir.
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CAPÍTULO II DOS PRINCIPAIS PROBLEMAS AMBIENTAIS DE MARINGÁ
área urbana, representada pelos núcleos de reservas florestais com matas naturais e pela
grande quantidade de árvores nos canteiros centrais e laterais de ruas, avenidas e praças.
Conforme se visualiza na tabela 12, o processo de desmatamento no Estado do Pa-
raná foi extremamente acentuado a partir de 1940, quando a maior parte das cidades do
interior começou a se desenvolver, inclusive Maringá.
17 Apud TORNERO, Marisa Trovarelli. Análise ambiental através de sistema de informações geográficas (SIG), como subsídio ao
planejamento no Município de Maringá – PR. 2000. Tese (Doutorado)-Universidade Paulista Júlio de Mesquita Filho,
Botucatu, São Paulo, 2000.
18 MONTOYA, Luciano J.; MASCHIO, Lucila M. de A.; RODIGHERI, Honorino R. Impactos da atividade agríco-
la nos recursos naturais e sua valoração no estado do Paraná. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE ECONO-
MIA E SOCIOLOGIA RURAL, 31., 1993, Curitiba. Anais ...Curitiba: [s.n.], 1993. p. 685.
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Não é difícil perceber todas as conseqüências negativas que a região de Maringá sofre
pelo desmatamento de sua região rural (além dos problemas referentes aos fundos de vale
na área urbana). Apesar da existência de vários programas estaduais oficiais de recuperação
das matas e das reservas legais, ainda não é possível observar resultados concretos desses
trabalhos.
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CAPÍTULO II DOS PRINCIPAIS PROBLEMAS AMBIENTAIS DE MARINGÁ
Para fins de comparação, no ano de 1999, o volume de madeira retirada das florestas
paranaenses foi de 22.152.324,35 m3, sendo que, deste total, 20.998.309,85 m3, ou seja,
94,24% vieram de Florestas Plantadas (reflorestamentos). Do total de 1.154.014,50 m3 de
madeira proveniente de florestas nativas, 472.726,90 m3, ou seja, quase a metade (40,96%)
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CAPÍTULO II DOS PRINCIPAIS PROBLEMAS AMBIENTAIS DE MARINGÁ
A importância das florestas é inegável e ainda hoje não foi totalmente estimada. Além
de manter as populações nativas e servir de habitat a milhões de espécies de plantas e ani-
mais, as florestas tropicais fornecem produtos como madeiras, frutas, vegetais, condimen-
tos, castanhas e medicamentos, e as espécies tropicais podem suprir os engenheiros gené-
ticos de informações de que necessitam para criar novos produtos para a indústria, medi-
cina e outros usos comerciais.24
O Código Florestal, a Lei no 4.477, editada em 1965, prevê, em seu artigo 16, pará-
grafo primeiro, que em cada propriedade localizada nas regiões Leste Meridional, Sul e
Centro-Oeste, as derrubadas de florestas nativas, primitivas ou regeneradas só serão per-
mitidas, desde que seja respeitado o limite mínimo de 20% da área de cada propriedade,
com cobertura arbórea localizada.
No Estado do Paraná, o Decreto no 387/99 instituiu o SISLEG,25 que é o sistema de
manutenção, recuperação e proteção da reserva legal e das áreas de preservação permanen-
te do Estado.
23 CURITIBA. Secretaria Estadual do Meio Ambiente. Instituto Ambiental do Paraná. Unidades de conservação existentes
no Estado do Paraná. 2003. Disponível em: <http://www.pr.gov.br/sema/a_unconserv_pr.shtml>.
24 COURSON, Walter H. (Ed.). Manual global de ecologia: o que você pode fazer a respeito da crise do meio ambiente.
São Paulo: Augustus, 1993. p. 117.
25 Verificar as disposições do Decreto Estadual nº 3.320 de 12 de julho de 2004.
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No artigo 8o, o Decreto no 387/99 dispõe que qualquer área, para ser considerada e
aceita pela autoridade florestal no Estado do Paraná como reserva florestal legal, deverá
atender simultaneamente aos critérios abaixo discriminados:
a) estar localizada no Estado do Paraná;
b) estar inserida no mesmo Bioma;
c) estar inserida na mesma Bacia Hidrográfica;
d) pertencer à mesma região definida pela autoridade florestal do Estado.
Atendidos esses critérios, poderão ser utilizadas as seguintes alternativas para a ma-
nutenção e a recuperação das áreas de reserva florestal legal (art. 9o):
a) estar localizada no próprio imóvel;
b) estar localizada em outro imóvel do mesmo proprietário;
c) estar localizada em imóvel de terceiros;
d) estar localizada em outro imóvel, sob a modalidade de reserva florestal legal cole-
tiva pública;
e) estar localizada em outro imóvel, sob a modalidade de reserva florestal legal cole-
tiva privada.
26 PETERS, Edson Luiz. Reserva florestal legal: a obrigação de reflorestar. Revista do Centro de Apoio Operacional às
Promotorias de Justiça de Proteção do Meio Ambiente do Estado do Paraná. Disponível em:
<http://www.mp.pr.gov.br/institucional/publica/meioambi/obrirefl.html>.
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CAPÍTULO II DOS PRINCIPAIS PROBLEMAS AMBIENTAIS DE MARINGÁ
Essa previsão legal se adequa aos mesmos critérios previstos no art. 44 do Código
Florestal, conforme alterações inseridas pela Medida Provisória nº 1956-52/2000.
Apesar da iniciativa adotada pelo governo estadual, o que se percebe na prática é que
a inexistência de uma política ambiental nacional, conjugada com as ações estaduais e
municipais, gera uma completa falta de efetividade das leis ambientais, notadamente o
Código Florestal, que já previa a reserva legal em 1965. Basta verificar que hoje menos de
17% do território do Estado do Paraná conta com mata nativa.
Em Maringá, a situação não é diferente. Como se constata na tabela 15, o município
possui apenas 1/3 de matas e florestas em comparação com os números do Estado.
Por essas razões, o legislador de Maringá buscou criar um mecanismo que garantisse
o registro das reservas legais, por meio do artigo 15 da Lei nº 334/99, que dispõe sobre o
parcelamento do solo urbano:
De acordo com o IAP, não há uma base de dados que informe a porcentagem da re-
serva legal devidamente recuperada e conservada no Estado do Paraná, e, da mesma for-
ma, na região de Maringá. Espera-se que essa base de dados esteja funcionando em alguns
anos.
Um outro indicador do nível de proteção florestal é a existência de RPPNs, ou Re-
servas Particulares do Patrimônio Natural na região. De acordo com o Decreto Federal nº
1.922/96, entende-se por RPPN:
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Os dados do IAP informam que, até maio de 2003 existiam, na área de abrangência
do escritório regional de Maringá, quatro RPPNs, sendo uma na Fazenda Perobal, no
Município de Itambé, uma na Fazenda da Barra, no Município de Lobato, uma na fazenda
Santa Juliana e uma na fazenda Boa Vista, ambas no Município de Santa Fé. Entretanto, o
município de Maringá não possui nenhuma RPPN cadastrada junto ao IAP.
Esse fato demonstra que a área rural de Maringá, desde a sua colonização, nunca es-
teve dentro de uma política de preservação florestal. Os proprietários apresentam uma
forte resistência para aderirem a campanhas de reflorestamento e conversão de florestas.
Pode-se definir mata ciliar como sendo aquela vegetação existente nas margens dos
cursos d’água e lagos naturais. Essa vegetação desempenha importantes funções ecológicas
e hidrológicas em uma bacia hidrográfica, tais como:
a) proteção definitiva contra o assoreamento dos rios, córregos e lagos, protegendo
os solos marginais da erosão;
b) regularização dos regimes hídricos através dos lençóis freáticos;
c) manutenção da qualidade da água, através da proteção contra o carregamento de
agrotóxicos usados na agricultura lindeira;
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CAPÍTULO II DOS PRINCIPAIS PROBLEMAS AMBIENTAIS DE MARINGÁ
Por fundos de vale, entende-se aquelas áreas que circundam os córregos e as nascen-
tes que perpassam as regiões urbanas e rurais, onde estão incluídas as matas ciliares. O
Código Florestal, Lei no 4.771 de 15 de setembro de 1965, determinou, em seu artigo 2o,
que, ao longo dos rios ou de qualquer curso de água, a mata existente é considerada de
preservação permanente, ou seja, deve ser preservada em sua forma nativa.
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CAPÍTULO II DOS PRINCIPAIS PROBLEMAS AMBIENTAIS DE MARINGÁ
Em muitos casos, a área de preservação permanente protegida pela lei irá coincidir
integralmente com a área denominada fundo de vale. Entretanto, no caso específico de
Maringá, em virtude da previsão legal da área de fundo de vale com no mínimo 60 metros,
encontra-se uma situação atípica, que trouxe grandes benefícios para a criação de uma
política ambiental para a preservação das matas ciliares, ao mesmo tempo em que gerou
grandes confusões decorrentes da incompetência administrativa a que esta cidade foi for-
çada a passar durante décadas, desde a sua criação, no tocante à gestão ambiental integra-
da.
Note-se que a atual redação do artigo 2º do Código Florestal é de 1989, já que o Có-
digo de 1965 estabelecia uma área de preservação permanente de apenas 5 metros, inde-
pendentemente da largura do curso d’água. Além disto, na Lei no 6.766/79, que dispôs
sobre o parcelamento do solo urbano,27 foi definida, apenas para os loteamentos (áreas
urbanas), uma nova área considerada como non aedificandi.28 de apenas 15 metros.
Houve grande discussão sobre a natureza dessa área non aedificandi, parecendo que es-
ta não possuía a natureza de área de preservação permanente, conforme objetivou o Códi-
go Florestal, pois não permitir a edificação não significa realizar o plantio ou a manuten-
ção de florestas.
De qualquer maneira, a Lei no 7.803/1989 determinou a atual redação porque uma
lei posterior de mesmo nível hierárquico revoga tacitamente as demais leis anteriores que
estejam em conflito.
27 Após o Decreto-Lei no 58/1937 e o Decreto-Lei no 271/1967, a Lei no 6.766/1979 foi o meio encontrado pelo
Governo Federal para estabelecer as regras gerais para ocupação de lotes urbanos no país. Após esta iniciativa, a-
penas em 1988 a Constituição Federal previu o estabelecimento de diretrizes gerais a serem fixadas em lei sobre a
política de desenvolvimento urbano. Neste sentido, a Lei n o 6.766/79 foi recepcionada pela Constituição Federal.
28 Local onde não é permitida qualquer construção ou edificação.
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29 Deve-se notar que naquela época ainda não tínhamos a obrigatoriedade do Plano Diretor para municípios com
mais de vinte mil habitantes (Art. 182, §1o, Constituição Federal).
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CAPÍTULO II DOS PRINCIPAIS PROBLEMAS AMBIENTAIS DE MARINGÁ
Independentemente do fato de não ser obrigatório àquela época, Maringá teve seu
primeiro Plano Diretor de Desenvolvimento instituído pela Lei no 621, de 10.12.1968,
realizado pela Comissão de Desenvolvimento dos Municípios, seguindo as recomendações
do 1o Congresso Nacional dos Municípios, realizado em 1948, em Petrópolis, Rio de Ja-
neiro.
Além de criar alguns órgãos municipais para assessorar os Poderes Executivo e Le-
gislativo na condução do planejamento urbano da cidade30, a Lei no 621/68 tinha como
objetivos a resolução de problemas derivados da monocultura, dos efeitos da polarização
existentes em Maringá, que provocavam crescimento rápido, problemas sociais e insufici-
ência de equipamentos urbanos, além da idéia de gerar desenvolvimento urbano, o que,
naquela época, estava totalmente vinculado ao desenvolvimento industrial, “custe o que
custar”.
30 Foram criados os seguintes órgãos: o Escritório Técnico de Planejamento de Maringá – Eteplam; e o Grupo
Executivo para a Industrialização de Maringá – Geimar.
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CAPÍTULO II DOS PRINCIPAIS PROBLEMAS AMBIENTAIS DE MARINGÁ
Uma das principais críticas à redação deste artigo está na definição de uma distância
“média” do córrego, o que permitiu que em algumas vias essa distância tenha sido inferior
aos 60 metros, além de ser medida a partir do “eixo médio” do curso de água, e não de seu
leito maior, conforme legislação atual.
Como estratégia adotada pela Administração Pública para a preservação das áreas de
fundos de vale, o artigo 22 da Lei nº 1.735/84, previa a obrigatoriedade de essas áreas
serem transferidas para o domínio público, em atendimento à Lei Federal no 6.766/79.
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[...]
§5º Serão computados, para efeito de cálculo das área definidas
no parágrafo segundo deste artigo, 25% das áreas de fundo de va-
le.
No mesmo pacote de leis de 1984, as áreas de fundo de vales foram previstas como
pertencendo à Zona de Setores Especiais, pela Lei nº 1.736/84, de zoneamento de uso e
ocupação do solo. A própria lei, contudo, não trouxe nenhuma definição sobre o seu uso,
deixando isto a cargo da regulamentação pelo Poder Executivo, mediante decreto. Essa lei
foi publicada em abril de 1984, e cerca de seis meses depois, em 8 de outubro de 1984, foi
editada a Lei no 1.800, que pode ser considerada como um marco negativo na condução
das áreas de fundo de vale de Maringá para a degradação.
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CAPÍTULO II DOS PRINCIPAIS PROBLEMAS AMBIENTAIS DE MARINGÁ
Essa lei implementou uma estratégia que se provou historicamente errônea, de entre-
gar a tutela das áreas de fundo de vale públicas para particulares, constituídos em associa-
ções que receberam concessões dessas áreas.
Conforme esclarece o diagnóstico da proposta do Plano Diretor de Maringá de 2003:
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MARINGÁ VERDE?
manente, demonstrando que as concessões das áreas de fundos de vale em Maringá para
particulares, foi, sem dúvida alguma, um dos maiores erros da política ambiental que inge-
nuamente se tentou implementar nessa cidade.
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CAPÍTULO II DOS PRINCIPAIS PROBLEMAS AMBIENTAIS DE MARINGÁ
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MARINGÁ VERDE?
No artigo 83, estabelece as condições que deverão ser atendidas para que a concessão
possa ser autorizada:
32 VILLALOBOS, Jorge U. G. Maringá: fundos de vale, política, legislação e situação ambiental. In: MORO, Dalton
A. (Org.). Maringá espaço e tempo: ensaio de geografia urbana. Maringá: Programa de Pós Graduação em Geografia –
UEM, 2003.
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CAPÍTULO II DOS PRINCIPAIS PROBLEMAS AMBIENTAIS DE MARINGÁ
A respeito dessas condições, deve-se atentar para o fato de que qualquer cidadão po-
deria facilmente criar uma “associação” legalmente registrada, e sob o falso manto do
assistencialismo, obter, junto aos colegas da Administração Pública, a concessão de uma
área sem concorrência pública, que acaba se tornando propriedade privada, em nada bene-
ficiando o interesse coletivo.
Além disto, existe uma falsa interpretação dos concessionários das áreas de fundos de
vale de que as áreas de 30 metros, a contar do córrego, fazem parte da concessão. Con-
forme o parágrafo 2.º, do artigo 83 da Lei Orgânica, é vedada a concessão dessas faixas. Se
por um lado essa vedação é positiva ao manter sob o domínio público essas áreas, por
outro lado, desobrigam os concessionários a efetuar o plantio, a recuperação ou a manu-
tenção dessas áreas, salvo previsão expressa no Termo de Cessão.
Ainda assim, não é o ato da doação ou cessão dos terrenos que retira do Governo
Municipal o dever de recuperar os fundos de vale, ainda que tal cláusula esteja prevista,
pois o poder de polícia da Administração Pública não é uma faculdade, mas uma obriga-
ção, conforme previsto no caput do artigo 225 da Constituição Federal. As doações apenas
agravaram a situação da Secretaria do Meio Ambiente, que terá que lutar não apenas para a
recuperação das áreas, mas também para evitar que se instalem construções nas mesmas
pelos concessionários.
Ao interesse coletivo referente aos fundos de vale de Maringá, e mesmo de sua Lei
Orgânica, publicada em 1990, que prevê a repressão do “uso do solo nas áreas considera-
das de preservação permanente, nos termos da lei federal” (art. 173, §1o, X), o que se per-
cebe nesse município é a banalização da gestão pública do meio ambiente, ao se conceder
o direito de particulares degradarem o meio ambiente que, a rigor, é um direito difuso per-
tencente a todos aqueles que moram em Maringá, e que de alguma forma desfrutam de sua
qualidade de vida.
Para se ter uma idéia dos problemas acarretados pelas concessões de terrenos em
fundos de vale pela Prefeitura de Maringá, basta enumerar algumas das associações que
obtiveram terrenos nessas áreas e construíram suas sedes, campos de futebol e piscinas
próximos às margens dos córregos, de acordo com o levantamento preliminar da Secreta-
ria Municipal do Meio Ambiente, organizado na tabela.
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CAPÍTULO II DOS PRINCIPAIS PROBLEMAS AMBIENTAIS DE MARINGÁ
A Lei Orgânica também prevê, em seu 2.º capítulo, referente à Política Urbana, no
artigo 123, que “em todo lote urbano, qualquer que seja a sua destinação, será reservada
uma área equivalente a dez por cento (10%) de sua superfície, insuscetível de impermeabi-
lização, para infiltração das águas pluviais.” Apesar de ser considerada uma previsão passí-
vel de ser regulada por lei complementar, esse artigo demonstra que no início da década de
90 o problema da impermeabilização já demonstrava toda a sua gravidade. Em seu capítu-
lo 6.º, sobre o meio ambiente, a Lei Orgânica segue o texto original da Constituição Fede-
ral, regulando algumas questões pertinentes a sua competência local.
Após a Constituição Federal de 1988, o primeiro Plano Diretor de Maringá foi elabo-
rado pela Metroplan – Consórcio Intermunicipal para o Desenvolvimento Metropolitano
da Região de Maringá – Marialva - Sarandi e Paiçandu, e aprovado pela Câmara Municipal
em 1991. Durante toda a década, foram necessárias várias correções, que ainda hoje exi-
gem novos estudos para sua perfeita adequação às necessidades ambientais do município.
Da análise desse Plano Diretor, constata-se que entre a sua elaboração e a sua im-
plementação pela legislação subseqüente, há uma imensa diferença. Pode-se afirmar que os
estudos e diagnósticos apresentados à Câmara de Vereadores não foram considerados na
elaboração da legislação, que resultou pobre e, em alguns casos, capaz de manter erros
grosseiros, como a manutenção da Lei nº 1.800/84, ou ainda de inúmeros artigos ultrapas-
sados do Código de Posturas de 1959.
As principais conclusões do estudo de 1991 foram as seguintes:
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MARINGÁ VERDE?
Com relação aos fundos de vale, destaca-se o artigo 10, da Lei Complementar nº
03/91, que estabeleceu o zoneamento de uso e ocupação do solo urbano.
Observe-se que mesmo para as nascentes, que devem ter área de 50 metros de mata,
de acordo com o Código Florestal, a lei local estabeleceu a faixa de apenas 30 metros,
sendo, sob esse aspecto, inconstitucional.
Da mesma forma, a lei não obedece aos parâmetros estabelecidos pelo Código Flo-
restal no tocante à metragem de área de preservação permanente relativa à largura do cór-
rego. Embora Maringá não possua córregos com largura superior a 10 metros, durante o
verão é muito comum a formação de áreas alagadiças que efetivamente aumentam o ta-
manho do córrego, em parte por contribuição de olhos d´água e do afloramento natural
do lençol freático, chegando, em alguns locais, a larguras superiores a 50 metros. Portanto,
essa característica natural dos córregos do município deveriam estar protegidas pela legis-
lação.
As primeiras modificações sofridas por essa série de leis ocorreram na revisão de
1994, na qual pequenas mudanças foram inseridas em diversos trechos das leis respecti-
vas. Ainda assim, tanto a Lei nº 1.800/84 quanto o Código de Posturas restaram inaltera-
dos, e os erros grosseiros analisados no parágrafo anterior também foram mantidos.
33 MARINGÁ. Prefeitura Municipal. Plano Diretor de Maringá. Maringá, 1991. Síntese de diagnóstico e diretrizes;
exemplar não paginado do Arquivo da Câmara de Vereadores.
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CAPÍTULO II DOS PRINCIPAIS PROBLEMAS AMBIENTAIS DE MARINGÁ
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MARINGÁ VERDE?
Apesar de arrojado, o projeto não teve êxito por falta de verbas, equipamentos e pes-
soal para a sua execução. Em um momento raro, até mesmo a Universidade Estadual de
Maringá esteve participando com acadêmicos e professores do curso de Agronomia, mas
os problemas citados inviabilizaram a conclusão do projeto. Pode-se acrescentar às causas
do insucesso dessa lei a constante falta de coordenação entre o Legislativo e o Executivo.
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CAPÍTULO II DOS PRINCIPAIS PROBLEMAS AMBIENTAIS DE MARINGÁ
Prova disto é que a Câmara de Vereadores apenas cria novas leis, como se dessa forma
todos os problemas regulados fossem resolvidos.
O ponto-chave para o fracasso do cronograma de plantio foi trazido pelo artigo 3°,
que estabeleceu:
Com esse artigo, a responsabilidade dos proprietários das áreas ribeirinhas foi quase
que integralmente transferida para o Poder Público. Além de não ser sua atribuição ou
responsabilidade, a Prefeitura de Maringá não tem e jamais teria estrutura suficiente para
levar a cabo um desafio como o de elaborar projetos para mais de 70 km de fundos de
vale. Se a Prefeitura mal pode dar conta das áreas sob sua propriedade, muito menos
poderá lidar com todos os fundos de vale.
Para atender ao disposto na Lei nº 193/97, a Secretaria da Agricultura e de Abaste-
cimento do município implantou um projeto de recuperação das matas ciliares. Nesse
projeto, o Município de Maringá foi dividido em quatro módulos, seguindo o critério
divisor de água, para que o trabalho e os resultados surgissem de maneira ordenada, facili-
tando, em todos os sentidos, uma melhor coordenação e um completo replantio das matas
ciliares, desde a nascente até a saída do ribeirão do território do município de Maringá.
Cada módulo representa uma das quatro fases do projeto, que teve início em 1997
(fase I), com término previsto para 2000 (fase IV). As etapas de implantação foram esco-
lhidas de acordo com as necessidades urgentes nas respectivas áreas de restabelecimento
das matas ciliares, em função da sua degradação maior, como também da utilização do
solo, da água e dos produtos por ela produzidos.
As mudas necessárias para o projeto seriam produzidas pelos detentos da Penitenciá-
ria Estadual de Maringá, já que o próprio viveiro municipal não tem capacidade técnica e
operacional para o fornecimento das mudas. Foi oferecida ocupação para 14 detentos,
com uma produção regular de 102.500 mudas por ano, que deveria alcançar o número de
200.000 com a implementação do projeto “Matas Ciliares”.
O primeiro córrego escolhido foi o Ribeirão Bandeirantes, tanto pela proximidade,
como também pelo fato de a Prefeitura possuir, junto a ele, áreas de sua propriedade, que
serviriam como exemplo para ser seguindo pelos demais.
O projeto previu ainda um trabalho de conscientização da população, especialmente
dos proprietários das áreas dos fundos de vales. Apesar da menção, nunca houve um deta-
lhamento ou explicação de como esse trabalho seria realizado.
Segundo dados do projeto, Maringá conta, precisamente, com 78.650 metros, fora o Rio
Pirapó, de divisas de água com vários municípios, de tal sorte que se faz necessária uma
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MARINGÁ VERDE?
política de atuação mútua no programa de reflorestamento das matas ciliares nos ribeirões
que fazem divisas com os municípios vizinhos.
Estudos e visitas realizados na fase de implementação do projeto de recuperação das
matas ciliares constataram que restava ainda um percentual de 33% de área ciliar ainda
preservada, existindo propriedades que possuíam a totalidade da área exigida pela lei. En-
tretanto, a maior parte das propriedades não possuíam e não possuem mais do que capim
em formação natural.
Na versão oficial da explicação sobre a falha do projeto de recuperação de matas cili-
ares, a Secretaria da Agricultura e Abastecimento, à época, alegou inúmeras dificuldades,
tais como: pouca disponibilidade de veículos, pouca aceitação do produtor rural para plan-
tar as mudas e promover a recomposição, enfim, dificuldades com a própria metodologia,
devido à falta de infra-estrutura etc. Neste sentido, a Secretaria da Agricultura solicitou à
Promotoria do Meio Ambiente auxílio na coerção dos proprietários para participarem do
programa, isto em 21 de maio de 1998. Isto nunca ocorreu.
Em 8 de julho de 1998, a Secretaria da Agricultura continuou alegando dificuldades
de obter a aceitação dos produtores, muitos deles argumentando que “o vizinho não faz”;
que plantaram uma vez, mas “alguém passou e colocou fogo”; que acabarão “perdendo a
área de plantio” (apesar da lei) etc. Nessa época, a Secretaria esperava resposta do Minis-
tério do Meio Ambiente para a liberação de recursos para a continuidade do projeto.
Em nova comunicação oficial, em 5 de abril de 1999, a Secretaria da Agricultura e
Abastecimento de Maringá ressaltou que, até aquela data, não havia recebido uma resposta
favorável do Ministério do Meio Ambiente para o projeto, e continuava-se a implementa-
ção parcial do mesmo por um convênio com o IAP.
Em 11 de janeiro de 2000, a Secretaria da Agricultura do Município informou que o
projeto Matas Ciliares não se encontrava mais em atividade, devido ao não-repasse das
verbas pelo governo estadual e federal. Referiu-se a um convênio com o IAP, denominado
Florestas Municipais, que produziu, orientou o plantio e distribuiu a produtores rurais e
proprietários de lotes, em fundo de vales, 104.805 mudas de espécies nativas gratuitamen-
te. Desta forma, a Secretaria assinala, em seu ofício no 007/2000, que “acredita estar con-
tribuindo com a reconstituição das matas ciliares no município de Maringá [...]”. O repasse
desse número de mudas nunca foi comprovado pela Prefeitura de Maringá e acredita-se
que não existam documentos que possam fazê-lo.
Alguns pontos merecem análise mais acurada com relação ao projeto implementado
pela Secretaria da Agricultura e Abastecimento de Maringá para a recuperação das matas
ciliares do município. Em primeiro lugar, o Poder Público, por gerir dinheiro público,
deve realizar um planejamento adequado e técnico para as atividades que dependam de
recursos financeiros. Ora, no momento da elaboração do projeto Matas Ciliares, foram
previstos alguns gastos para a sua execução. Se esse dinheiro não foi devidamente dotado
no orçamento do município, nem obtido por outros meios legais, significa que houve uma
séria falha de execução do projeto. Se essa quantidade de recursos não era suficiente para a
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CAPÍTULO II DOS PRINCIPAIS PROBLEMAS AMBIENTAIS DE MARINGÁ
completa execução do projeto, a ponto de o Governo Municipal ter pedido ajuda ao Mi-
nistério do Meio Ambiente, isto significa que houve falha de planejamento e o fato é ina-
ceitável.
Para agravar ainda mais o problema, o programa falhou completamente no processo
de conscientização dos proprietários, pois estes não aceitaram a sua implementação. Deve-
se criar um programa específico para esse tópico, com material especializado, tais como
cartilhas e acompanhamento direto de profissionais e técnicos que expliquem a importân-
cia dessas matas ciliares para todo o município.
Caso a falta de cooperação dos proprietários comece a aproximar-se mais da teimosia
e falta de civilidade, deve-se partir para os demais meios que o Poder Público dispõe para
alcançar seus fins. Assim, diante da faculdade estabelecida pelo poder de polícia, a Prefei-
tura Municipal tem o direito e dever de multar os proprietários e criar sanções gradativas
para o descumprimento dos atos previstos para a recuperação das matas ciliares. Os pró-
prios recursos advindos dessas sanções serviriam para a contribuição financeira do projeto.
Concomitantemente, o Ministério Público, por intermédio do Promotor de Meio
Ambiente, também deve atuar junto aos proprietários, seja pelas audiências públicas, seja
pelos Termos de Ajustamento de Conduta. O que não pode ocorrer é a falta de ação dos
órgãos competentes. Foi para isto que a Lei de Crimes Ambientes previu como crime a
conduta omissiva da autoridade pública (art. 68, da Lei nº 9.605/98).
É inadmissível que a Secretaria da Agricultura tenha alegado que o projeto teve que
ser interrompido por falta de recursos. Esse fato apenas enfraquece o Poder Público dian-
te dos proprietários renitentes, além de demonstrar a falta de vontade política para a recu-
peração efetiva das matas ciliares do município. Além do mais, asseverar que a simples
doação de mudas já é suficiente para a “contribuição da recuperação das matas ciliares”
em Maringá soa mais como um abuso e subestimação da inteligência dos contribuintes e
ambientalistas de Maringá.
Nesse caso, a Promotoria do Meio Ambiente acompanhou o processo mediante um
inquérito civil criado para essa finalidade mas nenhuma providência foi tomada àquela
época.
O Promotor de Meio Ambiente, que assumiu o cargo no final do ano 2000, passou a
convocar os proprietários das áreas situadas junto aos córregos do município, de forma
coordenada com a Secretaria do Meio Ambiente, para assinarem um Termo de Ajusta-
mento de Conduta, em que se comprometem a efetuar o isolamento da área em 30 dias, e
o replantio em 90 dias, de acordo com projeto técnico a ser aprovado pela Semma. Desta
vez, mesmo sem a Prefeitura de Maringá ter disponibilizado mudas ou o projeto, apenas
com a indicação das diretrizes gerais ocorreu maior mobilização dos proprietários, pois
além da notificação administrativa da Semma, da orientação para a elaboração do projeto
de recuperação e da ameaça de multa, também estão sendo acionados pela Promotoria de
Justiça, visando ao cumprimento das exigências legais.
Nem tudo foi perdido na experiência da Lei nº 193/97. Em seu artigo 8o, essa lei im-
plementou alguns incentivos fiscais para a consecução do projeto de recuperação dos
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MARINGÁ VERDE?
fundos de vale que merecem ser revistos e inseridos no programa municipal. Nesse artigo,
“os proprietários das áreas urbanas compreendidas nesta Lei, gozarão de desconto de 50%
no pagamento do IPTU incidente sobre os respectivos imóveis, nos quais se situam tais
áreas, no exercício fiscal seguinte ao da execução do plantio”. Foi criado um mecanismo
de incentivo à execução do projeto. E para os anos subseqüentes ao da recuperação efeti-
va da mata, a lei previu, no parágrafo único desse artigo (parágrafo inserido pela Lei nº
275/99), o desconto proporcional do IPTU referente à área de preservação recuperada,
conforme vistoria realizada pela Prefeitura de Maringá.
No artigo 9o, o que se vê é o incentivo fiscal às avessas, à medida que o tributo é uti-
lizado como meio de penalização àqueles que não cumprirem a obrigação prevista pela lei:
Ressalta-se que não é o tributo que sofre a majoração de seu valor em virtude da não-
observação da lei. A negligência do proprietário não é considerada como fato gerador da
cobrança de determinado valor de IPTU, pois isto estaria ferindo os princípios tributários
vigentes no ordenamento legal, tais como da “anterioridade e da irretroatividade”. Tomou-
se o IPTU como base de referência para a quantificação do valor da multa. Assim, a lei
apenas criou nova modalidade de multa que deveria ter sido aplicada pela Prefeitura, por
sua Secretaria do Meio Ambiente e/ou da Fazenda.
Uma nova revisão da legislação ambiental e das diretrizes do Plano Diretor de Ma-
ringá foi realizada em 1999, pela própria Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Habita-
ção – SEDUH. Entretanto, novamente esse plano não foi observado pela Câmara Muni-
cipal, que nem mesmo teve acesso ao documento. Foram enviadas apenas as Leis Com-
plementares 331, 332, 333, 334, 335 e 336. De uma forma geral, essas leis mantêm os
mesmos defeitos e problemas da legislação anterior.
A Lei Complementar n° 331/99, sobre o uso e ocupação do solo, manteve, em seu
artigo 27, a mesma discrepância de 1994, ao prever regras diferentes para os fundos de
vale existentes na Zona Residencial Cinco – ZR5:
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CAPÍTULO II DOS PRINCIPAIS PROBLEMAS AMBIENTAIS DE MARINGÁ
Observa-se que a lei não faz distinção da área de fundo de vale, que possui em média
60 metros, e a área de preservação permanente, que em geral, se constitui de 30 metros
contados a partir do leito maior do córrego. Existe uma contradição entre a função legal
do fundo de vale e a possibilidade de essa área ser ocupada por construções que não pos-
suam qualquer relação com os atributos que justifiquem a sua preservação.
Finalmente, a Lei nº 334/94 dispõe sobre a infra-estrutura mínima necessária para
que os loteamentos possam ser aprovados em Maringá:
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MARINGÁ VERDE?
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CAPÍTULO II DOS PRINCIPAIS PROBLEMAS AMBIENTAIS DE MARINGÁ
35 Art. 18: Nas terras de propriedade privada, onde seja necessário o florestamento ou o reflorestamento de preser-
vação permanente, o Poder Público Federal poderá fazê-lo sem desapropriá-las, se não o fizer o proprietário. Lei
nº 4.771/65.
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MARINGÁ VERDE?
36 Infelizmente, por motivos de ordem política esta iniciativa não teve continuidade com a nova gestão municipal
iniciada em 2005. Além do esvaziamento da CARFV, ainda se aguarda apresentação de um modelo de gestão dos
fundos de vale. Como medida alternativa, alguns membros da CARFV passaram a assessorar tecnicamente as a-
ções de Ministério Público em Maringá.
37 MARINGÁ. Prefeitura Municipal. Proposta do plano diretor de Maringá. Maringá, 2003. Fruto do contrato de presta-
ção de serviços n° 85/02, firmado em 3 de maio de 2002 entre a Prefeitura do Município de Maringá e a empresa
Drawfast Arquitetura e Consultoria Ltda., de acordo com o edital da licitação n° 665/2002 - Carta Convite n°
081/2002 – SEDUH.
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CAPÍTULO II DOS PRINCIPAIS PROBLEMAS AMBIENTAIS DE MARINGÁ
Pode-se afirmar que a atual situação dos fundos de vale de Maringá, decorrente de
um processo histórico de agressões e falta de políticas públicas adequadas, não será resol-
vida enquanto os interessados e envolvidos não passarem a atuar em conjunto. Isto só será
possível com uma política ambiental municipal efetiva que divida as tarefas e analise cada
caso de ocupação e recuperação em particular. Para os infratores, as penalidades da lei;
para os desapropriados injustamente, as indenizações legais.
Dentre os problemas, uma das conseqüências da ocupação das áreas de fundos de
vale, e mesmo dos loteamentos implementados na cidade, além dos problemas de sanea-
mento básico, diz respeito à erosão causada pela ausência de mata ciliar. As encostas dos
córregos cedem com a força das águas das chuvas, levando não apenas terra, como tam-
bém o pouco de vegetação que ainda restou e todo o lixo e entulhos depositados as suas
margens. Como decorrência, o processo de assoreamento dos córregos é aumentado.
Normalmente, esses córregos são sensíveis às mudanças de qualquer de seus elementos,
pois suas águas correm sem muita força, e suas profundidades são naturalmente pequenas,
o que é drasticamente alterado em virtude dos processos já mencionados de erosão e asso-
reamento.
Esse problema foi apontado pela proposta do Plano Diretor de Maringá de 2003:
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MARINGÁ VERDE?
Como regra geral, as chuvas em Maringá costumam cair em um grande volume úni-
co, por um pequeno período de tempo. Desta forma, a quantidade de água que corre pelos
córregos, em especial com o fenômeno urbano da impermeabilização, acaba sendo imen-
samente desproporcional ao volume normalmente corrente pelos leitos dos córregos.
1.3 Erosão
39 MARINGÁ, 2000.
40 INSTITUTO DE TECNOLOGIA E CIÊNCIA AMBIENTAL. Estudo para avaliação dos níveis de poluição das águas de
superfície e de subsolo provocada por agentes contaminantes. Maringá, 1998. p. 6. Relatório.
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CAPÍTULO II DOS PRINCIPAIS PROBLEMAS AMBIENTAIS DE MARINGÁ
41 Ibid.
42 SILVA, José Afonso da. Direito ambiental constitucional. 2. ed. São Paulo: Malheiros, 1995.
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MARINGÁ VERDE?
Os principais impactos ambientais causados pela erosão são: perdas de solo, perda de
fertilidade natural, perda da umidade do solo, erosão laminar e formação de voçorocas.
Segundo Bragagnolo e Parchen (1995), no Paraná, a perda de fertilidade dos solos provo-
cada pela erosão faz com que os agricultores aumentem o consumo de fertilizantes na
ordem de 4,4% ao ano, para manterem os mesmos níveis de produtividade alcançados 20
anos atrás.43
Pesquisas recentes demonstram que entre 15 a 20 toneladas de solo, por hectare são
perdidas por ano em áreas intensivamente mecanizadas. Já os dados fornecidos por uma
pesquisa publicada em 1984, com base em levantamentos realizados pela Superintendência
de Recursos Hídricos do Meio Ambiente (Surehma), hoje integrada ao IAP, revelam que
se alcançou a marca de 12,8 milhões de toneladas de sedimentos transportados anualmen-
te pelo Rio Paraná.
Estudos do CNPFlorestas/Embrapa, indicam que:
O Governo do Estado do Paraná começou a agir por meio de programas oficiais que
visam ao combate da erosão no Estado. O mais importante programa de manejo e con-
servação dos solos do Paraná, o “Paraná Rural”, adota três linhas básicas de ação, com o
objetivo de controlar a erosão hídrica, invertendo o quadro de degradação do solo e da
água, e melhorando os padrões de produção agropecuária:
a) aumento da cobertura vegetal do solo, visando reduzir a energia do impacto da
chuva contra a superfície;
b) aumento da infiltração de água no perfil do solo, visando reduzir o escorrimento
superficial; e
c) controle do escorrimento superficial, evitando os danos da erosão por transporte,
regulando o regime hídrico na bacia e evitando a sedimentação dos mananciais.
É importante ressaltar que qualquer intervenção para conter o fenômeno erosivo de-
ve considerar as peculiaridades regionais e as características individuais das propriedades e
dos agricultores, incluindo o manejo do uso das terras e uma análise econômica social das
práticas e dos procedimentos a serem recomendados.
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CAPÍTULO II DOS PRINCIPAIS PROBLEMAS AMBIENTAIS DE MARINGÁ
Conclui-se que Maringá paga um alto preço pelo sistema predatório de recursos natu-
rais adotado em sua colonização. O desmatamento desenfreado da região, que lhe garante
hoje pouco mais de 2% de matas nativas, contribuiu para o aumento do processo erosivo
nas margens dos rios da bacia do Pirapó (inclusive os fundos de vale na região urbana da
cidade), que se mantêm, cultivadas até o leito do rio.
Se forem agregados os gastos com o tratamento da água, serão computados prejuízos
para a economia popular. Mas a maior vítima de todo esse processo é o próprio meio
ambiente, havendo a diminuição da qualidade de vida em toda a região.
No início dos anos 90, quando da elaboração do Plano Diretor de Maringá, já eram
noticiados os problemas relacionados à erosão no município:
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MARINGÁ VERDE?
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CAPÍTULO II DOS PRINCIPAIS PROBLEMAS AMBIENTAIS DE MARINGÁ
Ações
- Implementar o projeto de drenagem de águas pluviais no Par-
que no Ingá, Bosque II e Horto Florestal como forma de comba-
te à erosão;
- Fiscalizar o cumprimento do artigo 124 da Lei Orgânica que
exige a manutenção de 10% de todo o lote urbano como área
permeável;
- Realizar projetos para ocupação dos fundos de vales degrada-
dos como áreas de lazer, mantendo sua permeabilidade;
- Realizar a dragagem dos córregos assoreados e a recuperação
dos leitos;
- Fazer levantamentos dos focos de erosão do Município, de-
terminando prioridades de intervenção.48
Talvez esses dados soem alarmantes para os dias de hoje, apesar de toda a degrada-
ção já instalada, mas quando se faz previsão dos fatos que decorrerão da situação atual,
percebe-se que os menores investimentos em preservação ambiental, acarretarão muitos
gastos aos governos futuros.
Em Maringá, os principais processos erosivos estão localizados na área urbana. Em
sua maior parte, as voçorocas e canais erosivos decorrem de galerias pluviais que não fo-
ram totalmente concluídas e que terminam muito antes do ponto ideal para o seu lança-
mento. Associado ao fato de inexistirem dissipadores de energia que auxiliam na redução
da velocidade das águas e, portanto, na sua capacidade destrutiva, as obras inacabadas
servem como verdadeiros instrumentos para que a força das águas destruam a paisagem e
levem consigo as riquezas do solo.
48 MARINGÁ, 1991.
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MARINGÁ VERDE?
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2 Áreas verdes de Maringá
Os benefícios advindos de uma arborização de ruas bem planejadas são muito am-
plos. Neste sentido, Leide Takahashi explica que:
Maringá sob esse aspecto, é considerada uma cidade privilegiada, pois apresenta um
dos maiores índices de arborização por habitante do país, e destaca-se por seu aspecto de
“cidade verde”. Entretanto, um olhar mais minucioso revela que a arborização pública da
cidade e as suas unidades de conservação estão enfrentando sérios problemas ambientais
relacionados à falta de planejamento adequado e a uma gestão administrativa praticamente
inexistente.
Foi apenas em 1988 que Miguel Milano elaborou um estudo sobre as condições da
arborização de Maringá, de tal forma que conseguiu um levantamento preciso sobre a
quantidade e a qualidade das árvores da cidade. Naquela época, o índice era de 26
m2/hab., e muitas árvores estavam seriamente comprometidas com doenças e maus-tratos,
decorrentes principalmente de podas mal-elaboradas. 51 Apesar de alguns avanços, esse
estudo continua sendo o mais atualizado da espécie a servir a comunidade de Maringá e a
Administração Pública.
Conforme aponta Zuleide de Paula em seu estudo sobre a consciência ecológica em
Maringá, apenas a partir da década de 80, na gestão do prefeito Said Felício Ferreira, a
Administração Municipal passou a se interessar pela paisagem urbana e o urbanismo. Para
esta autora, a consciência ecológica só atinge uma comunidade a partir do momento em
que esta assume para si um interesse pela causa, a que denominou imaginário ecológico, refe-
rindo-se à relação estabelecida entre o maringaense e a árvore.52
49 MILANO, Miguel Serediuk. Avaliação quali-quantitativa e manejo da arborização urbana: exemplo de Maringá – PR. Curi-
tiba: [s.n.], 1988. p. 5.
50 TAKAHASHI, Leide Yassuco. Considerações práticas da poda em árvores de rua na cidade de Maringá – PR. Maringá:
Prefeitura Municipal de Maringá. Secretaria de Serviços Públicos, 1988. p. 1.
51 MILANO, op. cit., passim.
52 PAULA, Zuleide Casagrande de. Verde que te quero ver-te. In: DIAS, Reginaldo Benedito; GONÇALVES, José
Henrique. (Org.). Maringá e o Norte do Paraná: estudos de história regional. Maringá: Eduem, 1999. p. 411.
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CAPÍTULO II DOS PRINCIPAIS PROBLEMAS AMBIENTAIS DE MARINGÁ
53 Ibid.
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MARINGÁ VERDE?
Nas fotos a seguir, realizadas pela Prefeitura Municipal de Maringá, é possível perce-
ber a diferença entre os dois sistemas de poda.
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CAPÍTULO II DOS PRINCIPAIS PROBLEMAS AMBIENTAIS DE MARINGÁ
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MARINGÁ VERDE?
Com essa quantidade de árvores, Maringá estaria com 40m2/hab., distribuídos pelas
ruas da cidade. Sob esse aspecto, muitas cidades que anunciam índices maiores de arbori-
zação urbana consideram as árvores localizadas em áreas privadas e, mesmo as áreas pú-
blicas, estão localizadas, em sua maior parte, fora do alcance da população. Com isto, o
mérito das referidas áreas verdes é bastante minimizado.
55 Entrevista com um dos técnicos responsáveis pela arborização pública de Maringá (2000).
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CAPÍTULO II DOS PRINCIPAIS PROBLEMAS AMBIENTAIS DE MARINGÁ
ção para a Secretaria Municipal do Meio Ambiente antes de serem aprovados pela Prefei-
tura do Município. Dentre as exigências, destacam-se as seguintes:
a) as árvores deverão ter, depois de plantadas, altura mínima dos primeiros galhos
(altura de bifurcação) de 1,80 metros.
b) a freqüência máxima de árvores por espécie não deverá ultrapassar 30%, salvo
impossibilidade devido a condições específicas da estrutura urbana.
c) as árvores do mesmo lado da via pública deverão ser da mesma espécie (grupo
homogêneo), podendo ou não diferir da espécie a ser plantada do outro lado; dar
preferência a espécies de pequeno e médio porte nas faces com menor exposição
aos raios solares, e por espécies de médio e grande porte nas faces com maior ex-
posição aos raios solares.
d) plantar, de preferência, uma área por data (lote), desde que siga os espaçamentos
e demais normas recomendadas; etc.56
Não são raros os casos de projetos indeferidos pela Semma por apresentarem irregu-
lares ou se apresentam fora dos padrões estabelecidos. Muitas vezes busca-se justificativa
na falta de mudas em viveiros da região e mesmo no Viveiro Municipal para atender às
exigências. Outras vezes a responsabilidade pela inadequação é inteiramente do loteador,
desinteressado da importância que o projeto de arborização possui para a qualidade de
vida dos futuros moradores, para a manutenção da paisagem do município e das vantagens
de um bom planejamento urbano.
Não é de se estranhar que, em certos casos, exista uma natural diminuição da exigên-
cia dos padrões referidos pela Semma, baixando a qualidade da implementação do projeto
de arborização dos novos loteamentos sob a alegação de não ser possível encontrar as
mudas com as qualidades mínimas necessárias para uma boa execução.
A real falta de estrutura do Viveiro Municipal impede não apenas os projetos de ar-
borização adequados, mas também que a Prefeitura comercialize as mudas e obtenha re-
cursos para a manutenção do próprio viveiro e para a elaboração de novos projetos.
O Viveiro Municipal conta, em média, com 10 funcionários, e nem todos se encon-
tram em plenas condições físicas e de saúde para desempenhar suas funções. Até recen-
temente, a cidade mantinha dois viveiros simultâneos, que foram reunidos em único vivei-
ro localizado em uma área de proteção ambiental municipal (ZP 15 – Nascente do Córre-
go Paiçandú). Apesar de a manutenção de um viveiro não ser completamente incompatível
com a conservação da área, ainda assim são necessários cuidados especiais para o uso
sustentável da área, de acordo com estudos que direcionam o zoneamento da área e as
ações permitidas para cada zona específica, compondo um Plano de Manejo, que deverá ir
além do atual projeto de instalação da área, ainda inacabado.
Com relação às podas de árvores, o Código de Posturas de Maringá, Lei nº 34/59 es-
tabelece que:
56 MARINGÁ, 2000.
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MARINGÁ VERDE?
Quando a árvore se localiza em área pública, apenas a Prefeitura de Maringá está au-
torizada a executar o serviço de poda, cabendo multa para aqueles que desrespeitarem a
lei. Apesar disto, a Prefeitura não tem conseguido dar conta dos pedidos de poda feitos
pela população. A principal causa está na defasagem pela qual a Semma passou nos últi-
mos tempos. Em aproximadamente vinte anos não houve qualquer aumento de pessoal ou
de equipamentos no setor, a despeito do crescimento da arborização urbana.
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CAPÍTULO II DOS PRINCIPAIS PROBLEMAS AMBIENTAIS DE MARINGÁ
devem ser seguidos pela Administração Pública para o exercício de sua competência gesto-
ra, prevista desde 1959 pelo Código de Posturas.
Destacam-se o primeiro e o antepenúltimo artigo da Lei nº 3.774/95:
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MARINGÁ VERDE?
replantadas, nem pela Prefeitura, nem pelo particular que pediu a remoção. Tanto a remo-
ção quanto o plantio de árvores deveriam estar sendo pautados em um estudo mais crite-
rioso que apontasse a real situação da arborização do município e permitisse ações ade-
quadas para a recomposição e manutenção das qualidades associadas ao município de
Maringá. Alia-se a este o fato de que os novos loteamentos não atendem às exigências dos
projetos aprovados, e normalmente, as lojas do centro da cidade, que não possuem árvo-
res na calçada da frente, não fazem o replantio nem ajudam a cuidar das mudas contra o
vandalismo.
Em entrevista, Aníbal Bianchini, responsável, juntamente com Teixeira Mendes, pela
arborização da cidade de Maringá desde a sua criação, demonstrou-se preocupado com o
futuro do município. Segundo entende o pioneiro, o planejamento realizado pela Compa-
nhia Melhoramentos Norte do Paraná não vem sendo respeitado e seguido pela Prefeitu-
ra.57
O projeto inicial da arborização de Maringá tinha como principal meta a garantia de
flores durante o ano inteiro. Foi assim que as espécies plantadas foram selecionadas, pre-
senteando a população com um show natural de cores e vida. Entretanto, com as novas
espécies sendo introduzidas, não há uma continuidade nesse plano, de tal sorte que em um
futuro não tão longínquo, a arborização de Maringá poderá sofrer sérios prejuízos estéti-
cos e ecológicos.
Algumas críticas existem para as espécies originalmente inseridas em Maringá. Os
principais argumentos dizem respeito aos problemas de incompatibilidade com a fiação
elétrica, com as calçadas e, principalmente, com o manejo das árvores escolhidas. Isto
porque, no seu início, a cidade de Maringá ainda não contava com uma população tão
grande.
Para piorar a situação, algumas espécies passaram a ser preferencialmente plantadas,
de tal sorte que hoje mais da metade das árvores existentes nos logradouros públicos de
Maringá são da espécie Sibipiruna, que além de ser prejudicial para as calçadas, também está
mais acessível ao ataque de doenças contagiosas e pragas advindas do grande número de
árvores de uma mesma espécie. Na Zona Central de Maringá, percebe-se o grande pro-
blema gerado pela escolha de árvores de grande porte que disputam, e normalmente per-
dem a luta, por espaço, tanto com a fiação elétrica quanto com as redes subterrâneas e as
fachadas comerciais.
Essas conclusões não significam que o plano inicial de arborização da cidade seja
completamente reprovado e elegido como grande vilão dos problemas encontrados
em Maringá. Mas que hoje a realidade é diferente daquela dos primórdios de Maringá.
Naquela época, era fundamental a inserção de espécies que garantissem sombra para aque-
les que se aventuravam no grande clarão aberto pelos loteadores. Hoje, uma nova fase
deve ser inaugurada, com base em critérios técnicos que garantam tanto a necessidade de
áreas verdes como a execução e manutenção de obras de interesse social. Não se deve
57 Informação verbal transmitida pelo Sr. Aníbal Bianchini, em entrevista pessoal e exclusiva, em 30/10/2000.
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CAPÍTULO II DOS PRINCIPAIS PROBLEMAS AMBIENTAIS DE MARINGÁ
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Foi essa Companhia que, ao elaborar o projeto da cidade de Maringá (urbanista Jorge
Macedo Vieira), conservou essas áreas intocadas pela exploração e pelo avanço da cidade.
O objetivo do estabelecimento dos parques do Ingá e Bosque II, projetados em forma de
pulmões, foi de mostrar às gerações futuras o tipo de vegetação da região, com o desejo de
que jamais sofressem com problemas de poluição.58
O Horto Florestal e o Parque do Ingá são abertos ao público como área de recrea-
ção, e o Bosque II é fechado para visitação pública.
Dentre as diversas áreas verdes existentes no município, resssaltam-se o Parque Mu-
nicipal Borba Gato, que possui remanescente de vegetação nativa em uma área de 7.650,00
m2; o Parque Florestal Municipal da Gurucaia, com uma área de 192.000,00 m2, remanes-
cente de Floresta Estacional semidecidual; e o Bosque das Grevíleas, com uma área de
44.000,00 m2, constituído somente de uma espécie em toda sua área, a grevílea, refloresta-
da pelo homem.
No setor norte da cidade, carente de área de lazer, foi implantado, em 1988, o Parque
Alfredo Werner Niffeler, resultante da recuperação de um terreno acidentado, com pro-
cesso progressivo de erosão e degradação (eram realizados aterros de lixo). O parque pos-
sui uma área total de 104.967,82 m2, com uma lagoa artificial formada pelo represamento
do Ribeirão Morangueiro e contando com um amplo espaço para atividades esportivas e
recreativas, proporcionando à população excelente espaço para lazer.
Mais recentemente, a Lei no 3.513/93 permitiu a criação de três novos parques flo-
restais em Maringá. O primeiro foi o Parque Florestal Municipal das Perobas, localizado
na Gleba Ribeirão Pinguim, com uma área de 263.438,74 m2, constituída de remanescentes
de vegetação nativa, que se enquadra na região fitogeográfica denominada floresta estacio-
nal semidecidual, apresentando no conjunto florestal espécies representativas da flora e da
fauna regional.
58 Projeto Memória.
59 Disponível em: <http://www.maringa.pr.gov.br>. Acesso em: 12 jun. 2003.
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Também foi criado o Parque Florestal Municipal das Palmeiras, localizado no Jardim
Vitória, com uma área de 61.134,48 m2. Esse parque apresenta florestas com espécies de
grande valor da flora regional e faz parte do remanescente de vegetação nativa que se
enquadra na região fitogeográfica denominada floresta estacional semidecidual.
E, por fim, o Parque Municipal do Guaiapó, com área de 16.205,48 m2, que é consti-
tuída de remanescente de vegetação nativa, que se enquadra na região fitogeográfica de-
nominada floresta estacional semidecidual. Apresenta espécies de grande valor da flora
regional.
O último parque criado em Maringá ocorreu em 1998, pelo Decreto no 204/98, nas-
cendo o Parque do Sabiá, com uma área de 88.165,41m2, na região do Contorno Sul. Con-
vém ressaltar a existência de um Parque Estadual no município, o Parque Gralha Azul,
situado no Conjunto Ney Braga.
Conforme se constata da relação apresentada na tabela 19, as unidades de conserva-
ção de Maringá se resumem a parques municipais, muitos dos quais não possuem lei pró-
pria que estabeleçam oficialmente sua criação e, conseqüentemente, proteção.
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A Lei nº 9.985/2000 trouxe algumas novidades constantes a partir do artigo 11, es-
pecificamente quanto à disposição da criação de parques municipais pelos órgãos locais,
adequando-se às novas configurações federais dadas pela Constituição Federal de 1988.
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Assim como o Bosque II, o Parque do Ingá foi criado a partir do projeto urbanístico
de Jorge Macedo Vieira, que obedeceu à legislação de proteção a mananciais em vigor em
1943. Em 1969, com a ocupação acelerada do solo urbano e a conseqüente demanda por
áreas de lazer, entendeu-se que era o momento de incorporar a área verde do parque ao
cotidiano da população, implementando a recreação e viabilizando a conservação da área.
O parque passou, então, a ser urbanizado, sendo inaugurado e aberto à visitação pública
em 10/10/1971.
Conhecido inicialmente como Bosque I ou Bosque Dr. Etelvino Bueno de Oliveira, a
Lei Municipal no 880/71 o denominou oficialmente Parque do Ingá, em função da abun-
dância do gênero Ingá. Posteriormente, foi declarado pela Câmara Municipal como Área de
Preservação Permanente, confirmado em 1990, pela Lei Orgânica do Município, no artigo
174, de 17/04/90. Essa declaração, em consonância com a faculdade prevista no artigo 3o
do Código Florestal de 1965, altera os objetivos de proteção do parque, criando a obriga-
ção de isolar completamente a área e não permitir qualquer uso direto de seus atributos.
Uma emenda à Lei Orgânica deve ser suficiente para corrigir o problema e enquadrar
oficialmente o Parque do Ingá na categoria que há décadas o mesmo vem sendo reconhe-
cido.
Segundo revela a história do Parque do Ingá, relatada em seu plano de manejo elabo-
rado pela Prefeitura do Município em 199460, anteriormente existia uma clareira no interi-
or da área que hoje compreende o parque. Ali nascia uma pequena fonte de água, forman-
do um lago denominado “lago das lavadeiras”, em função de sua utilização pelas senhoras
para a lavagem de roupas. Além disso, o barro que ali se formava era utilizado pelas olarias
da cidade.
60 Plano de manejo é o documento que, resultante do processo de planejamento, contém informações, orientações e
detalhamento das ações necessárias para se alcançar os objetivos da unidade de conservação, conforme sua cate-
goria de manejo (Milano, 1988).
61 Disponível em: <http:// www.maringa.pr.gov.br>. Acesso em: 20 maio 2003.
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Essa área sofreu inúmeros incêndios; na década de 60, o incêndio foi de tal propor-
ção que devastou grande parte da vegetação. Para sua recuperação, foi efetuado o replan-
tio de espécies típicas da região, fornecidas pelo Horto Florestal da Companhia de Melho-
ramentos Norte do Paraná.
No Parque do Ingá está localizada a nascente do Córrego Moscados, pertencente a
microbacia do Ribeirão Pingüim, Bacia hidrográfica do Rio Ivaí. No ano de 1970, o córre-
go foi represado, estabelecendo-se, a partir de então, um grande lago na parte central do
Parque.
Ao longo dos anos, o lago foi recebendo água das nascentes e suportando o assore-
amento gradativo provocado pelos resíduos despejados pela ação das chuvas e também
pelas galerias de águas pluviais que despejam diretamente no parque.
Em relação ao solo, constatou-se a predominância de Latossolo roxo eutrófico, a
chamada “terra roxa”. De acordo com as características do solo encontrado no Parque do
Ingá, conclui-se que é muito resistente à erosão. No entanto, a ocorrência do fenômeno
erosivo depende da topografia e do uso e manejo empregados na área.62
Além disto, também são encontradas regiões no Parque do Ingá em que o solo, em
virtude de características peculiares, apresenta menor resistência à erosão. Assim, é possí-
vel identificar não apenas processos erosivos no Parque, como também as chamadas vo-
çorocas.
A instalação do processo de voçorocas na área do Parque do Ingá tem origem nos
seguintes fatores, conforme dados da Secretaria do Meio Ambiente de Maringá: a área
apresentar-se como bacia de captação natural das águas de cabeceira; existe a retirada par-
cial da cobertura vegetal local e das áreas adjacentes; e há ausência de planejamento para o
escoamento das águas pluviais urbanas das áreas de contribuição.
A urbanização das áreas de contribuição, com a conseqüente impermeabilização que
chega a índices próximos de 90%, bem como a utilização do parque para fins recreativos,
induziram a um aumento do escorrimento superficial e, em um futuro próximo pode até
comprometer a manutenção do parque. Além disso, o enriquecimento dos recursos da
flora e da fauna, bem como sua conservação, dependem diretamente da estabilização do
processo erosivo na área.
Algumas áreas, principalmente nas proximidades dos limites do Parque com as ruas
Barroso e Itapura, apresentam-se bastante degradadas em termos de cobertura vegetal,
sendo dominados por cipós ou por taquaras, que impedem a regeneração da vegetação
arbórea. Parte dos cipós é retirada em alguns períodos do ano, mas até o momento não
houve uma ação definitiva baseada em procedimentos técnicos e científicos. De modo
geral, essas condições estão circunscritas a pequenas manchas, cujo controle ainda é possí-
vel.
62 MARINGÁ. Prefeitura Municipal. Plano de Manejo do Parque do Ingá. Maringá, 1994. p. 11.
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A fauna do parque é composta por mamíferos, aves, répteis e peixes. Como conclui o
plano de manejo do Parque do Ingá, a composição mastofaunística da região de abrangên-
cia do parque era de uma riqueza considerável antes da intensificação da exploração ma-
deireira e expansão das fronteiras agrícola e urbana. Hoje já não são mais encontrados
mamíferos representativos da composição primitiva do parque.
Na estrutura atual do Parque do Ingá, encontram-se as seguintes obras:
a) Jardim Japonês e Gruta Nossa Senhora Aparecida: o jardim foi construído em
1978, quando da visita do então príncipe japonês Akihito e da princesa Michikito
a Maringá. Já a gruta foi construída para receber a imagem de Nossa Senhora A-
parecida e, como a água que sai costumava ser consumida pelos visitantes, passou
a ser isolada já que não é apropriada para o consumo humano;
b) Zoológico: localizado a leste do lago, foi construído em 1971, para poucos ani-
mais. Entretanto, recebendo os animais apreendidos na região pelo Ibama ou I-
AP, ou recebendo-os da população que não mais deseja tê-los em casa, o número
destes aumentou sem que a estrutura disponível fosse ampliada. Como resultado,
inúmeras manifestações ocorreram, solicitando providências, no sentido de cons-
truir recintos adequados a cada espécie animal. A partir de então, o Poder Público
investiu na construção de dois recintos para os macacos-pregos e dois para os fe-
linos. Entretanto, estes mesmos recintos encontram-se completamente fora dos
padrões mínimos exigidos pelo Ibama e pela legislação específica, parecendo mui-
to mais canis do que locais apropriados para vidas selvagens de características tão
peculiares. Não há previsão para viabilizar um projeto de readequação de todos
os recintos existentes, em descumprimento do art. 225, §1º, inciso VI da Consti-
tuição Federal;
c) Lanchonete e Ancoradouro de pedalinhos: foram construídos em 1984, e contam
ao seu redor com sanitários públicos e uma grande churrasqueira, que anterior-
mente era cedida para festas. Entretanto, como esta gerava muitos problemas,
deixou de funcionar e hoje serve apenas como área coberta para alguns grupos de
visitantes. Mas sua estrutura não oferece muita segurança, devendo ser reformada
urgentemente;
A lanchonete funcionava muito próxima ao lago e, por esse motivo, necessitou ser
desativada em 2003. Os pedalinhos, por gerarem conflito com as aves que ocupam o
mesmo espaço, deveriam ser interditados, além de não possuírem segurança comprovada.
Essa medida deve apresentar forte resistência da comunidade, assim como o fechamento
da entrada alternativa do Parque em 2002. Entretanto, com a realização de campanhas
públicas de educação ambiental e inserção de outras atividades ecologicamente mais com-
patíveis com a natureza da unidade de conservação, o apoio popular pode ser conquistado.
d) Pista de “Cooper”: é bastante utilizada pelos residentes do entorno do parque,
que correm ou caminham diariamente;
e) Playground: sempre tendo sido muito utilizado pelas crianças, necessitou de ade-
quações e reformas e acabou sendo desinstalado. Hoje, há a proposta de ser cons-
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por esses atos, o simples isolamento ou vedação das conexões já seria suficiente para con-
tornar o problema.
Para atender aos principais objetivos do Parque do Ingá, seu plano de manejo criou
um novo zoneamento para utilização da área, que ficou assim estabelecido63:
a) Zona Primitiva: compreende as áreas naturais pouco alteradas no contexto geral
e que objetivam manter os remanescentes florestais para a evolução natural e
proporcionar facilidades para pesquisa científica;
b) Zona de Uso Extensivo: são áreas naturais alteradas, que se caracterizam pela
limitada circulação e desenvolvimento de atividades. De forma geral, são áreas
que objetivam manter o ambiente natural, oferecendo facilidades de acesso públi-
co para fins educativos e recreativos;
c) Zona de Uso Intensivo: constituída basicamente por áreas alteradas, onde se
concentra grande parte das atividades e serviços, caracteriza-se pelo intenso uso e
tem como objetivo geral promover a recreação e educação ao ar livre, de modo
que o uso intensivo seja harmônico com o meio. Compreende o portal de entra-
da, o Centro de Educação Ambiental, o Zoológico, o Centro de Animação, o Jar-
dim Japonês e Gruta Nossa Senhora Aparecida, e Playground Ecológico, Mirante,
antigo Posto da Polícia Florestal, Serviços de apoio, e as já referidas Zonas de
Uso Especial;
e) Zona de Recuperação: embora de caráter temporário, pois após sua recupera-
ção será incorporada às outras zonas de caráter permanente, compreende áreas
que têm como objetivo geral deter a degradação dos recursos ambientais naturais
e promover a recuperação do ambiente local.
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Estudantes de vários colégios da cidade utilizam o parque como área de lazer e de es-
tudos.
O uso intensivo da área, sem maiores cuidados e controle efetivo dos impactos gera-
dos pela visitação, está interferindo na qualidade ambiental do parque. Neste sentido, já
foram realizadas algumas pesquisas que visaram identificar o estado ambiental do parque.
Em agosto de 1996, foi concluída a tese de mestrado em química, elaborada por Sérgio
Renato Vaz, para o Programa de Pós-Graduação em Química Aplicada do Departamento
de Química do Centro de Ciências Exatas da Universidade Estadual de Maringá, sob o
título: “Estudo de aspectos químicos e físico-químicos do lago do Parque do Ingá”. Suas
conclusões, levando-se em conta as medidas químicas e físico-químicas realizadas no lago
do Parque do Ingá (temperatura, oxigênio dissolvido, DVO5d, teor de chumbo, cobre,
mercúrio, zinco e pH, concentrações de macronutrientes, índice pluviométrico, médias de
metais pesados, etc.) foram no sentido de que as águas do lago apresentam diversas classi-
ficações, de acordo com o parâmetro estudado, e em conformidade com a Resolução no
20/86 do Conama (esta resolução foi alterada pela Resolução
no 357/2005).
Tendo em vista os dados apresentados, e uma visão global das condições encontra-
das conclui-se que o lago do Parque do Ingá não acusou poluição. Os dados demonstram
a existência de metais pesados, tanto no corpo límnico do lago como nos sedimentos,
sendo que nestes foram observadas maiores concentrações.
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Os metais pesados chegam ao fundo do lago, onde se depositam no lodo. Este, por
sua vez, é consumido pelos peixes que apresentaram altíssimos índices de metais pesados.
Um estudo realizado pelo Instituto de Tecnologia e Ciência Ambiental da UEM, sob
a coordenação dos professores Issa C. Jabur e Airton Delfino de Andrade, indicou que a
origem desses metais pesados, pode ser resultante de duas variáveis: a) via águas pluviais
por escorrimento superficial; e b) via lençol freático, sendo este o meio mais provável.
Dados mais recentes divulgados pelo Grupo de Pesquisas sobre Meio Ambiente
(GEMMA) da UEM comprovam a contaminação do lago do parque e reforçam a necessi-
dade de ações concretas para que as prováveis fontes de contaminação sejam eliminadas.
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64 MARINGÁ. Prefeitura Municipal. Plano de manejo do parque florestal dos pioneiros, bosque II. Maringá, 1993. p. 4.
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65 É uma área de transição entre ambientes diversos; neste caso, o ambiente urbano e a floresta. Se estende da área
limite até dezenas de metros, provocando alterações na flora e fauna, em virtude dos seguintes efeitos: luminosi-
dade, compactação do solo, variação de temperatura, etc.
66 MARINGÁ, 1993. p. 14.
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cravada dentro da mata, junto à avenida Itororó, em que era desenvolvido um programa
da última Administração do Estado do Paraná, voltado para pequenos cursos e treinamen-
tos, tais como: computação, violão, artesanatos etc.
Não é necessária muita elaboração discursiva para apontar a inconstitucionalidade da
doação, por tratar-se de área declarada de preservação permanente, e portanto, sobre a
qual não poderia ser realizada qualquer edificação. Ainda assim, as obras realizadas foram
completamente contrárias ao estabelecido no plano de manejo do Bosque II, elaborado
em 1993.
Com o objetivo de tentar legalizar a referida doação, foi alterada a lei de uso e ocupa-
ção do solo de n° 46/94, em especial quanto ao artigo 7°, parágrafo 2º, que previa a proi-
bição de edificações nas Zonas de Preservação Permanente 1 e 3, que diziam respeito
exatamente ao Bosque II, pela Lei n° 331/99.
A total implementação do Plano de Manejo do Bosque II não tem previsão para ser
iniciada, dependendo de recursos financeiros do governo estadual ou federal. Percebe-se
que não existiu uma manifestação popular no município que cobre a abertura do parque
para visitas na pauta das discussões das prioridades da Administração Pública.68
68 Para maiores informações sobre o Bosque II, em especial quantos aos impactos ambientais existentes na área,
ZAMUNER, L. D. Erosão urbana em Maringá-Pr: o caso do Parque Florestal dos Pioneiros – Bosque II. 2001. 212 f.
Dissertação (Mestrado em Análise Ambiental e Regional)-Universidade Estadual de Maringá, Maringá, 2001.
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Constituído pelos lotes de terras de no 335, 356, 357, 358, 359 e 360, da Gleba Patri-
mônio Maringá, na Avenida Dr. Luiz Teixeira Mendes, conforme a matrícula de no 25.038,
o Horto Florestal foi declarado como Reserva Florestal Municipal por força da edição do
Decreto no 203, de 5 de abril de 1994.
A área escolhida pela Companhia Melhoramentos Norte do Paraná foi mantida por
duas razões principais: preservar essências exuberantes da mata nativa da região, e por
possuir no seu interior as nascentes que dão origem ao córrego Borba Gato.
A idéia de criação do Horto não foi apenas a de preservar um belo pedaço de mata
junto à cidade, conforme relata o livro sobre a colonização e o desenvolvimento do norte
do Paraná, editado pela Companhia Melhoramentos Norte do Paraná.; o objetivo foi além,
pois a diretoria da CMNP desejava que esse empreendimento fosse o núcleo inicial de um
futuro instituto científico e que fizesse escola através de seu trabalho na arborização e
ajardinamento das vias públicas e áreas particulares.69
Para desenvolver esse plano, Luiz Teixeira Mendes, auxiliado por Aníbal Bianchini,
foi buscar nos viveiros do Serviço Florestal de São Paulo, do Instituto Agronômico de
Campinas e da Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiróz”, o vasto material botâni-
co adequado, enriquecendo, a flora dessa região.70
Assim, o Horto Florestal firmou-se como viveiro, atendendo a mais de um milhão de
pedidos de mudas. Com a saída da Companhia Melhoramentos Norte do Paraná da cidade
de Maringá e a mudança da política de investimentos da nova diretoria, o viveiro do Horto
foi simplesmente desativado, contrariando, assim, os principais objetivos da empresa que
o criou.
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CAPÍTULO II DOS PRINCIPAIS PROBLEMAS AMBIENTAIS DE MARINGÁ
Não existe um plano de manejo da área, apesar da imensa visitação pública que a u-
nidade recebia todos os fins de semana. Ademais, atualmente, o Horto Florestal é objeto
de uma ação judicial envolvendo a CMNP e a Prefeitura Municipal de Maringá.
Em 1999, a Companhia Melhoramentos Norte do Paraná ingressou em juízo com
uma ação de indenização por desapropriação indireta, sob o no 164/99, na 1a vara cível da
comarca de Maringá.
Alega a CMNP que a partir da declaração da área como reserva florestal municipal,
em 1994, houve a perda da posse efetiva da área e do seu valor econômico, sem ter-se
seguido o processo de desapropriação e a justa indenização.
O IAP, declarado como autoridade florestal do Estado do Paraná, conforme a lei es-
tadual nº 11.054/95, julgou a referida área como de “interesse ecológico”, conforme a
declaração expedida para fins de isenção de imposto territorial rural (ITR).
De fato, o Supremo Tribunal Federal, no acórdão do recurso extraordinário
no 5.731/1973-PR, da 1a turma, publicado em 15 de maio de 1973, sendo seu relator o
Ministro Alioma Baleeiro, assinalou que a “desapropriação indireta é uma criação pretori-
ana, isto é, da jurisprudência, à base da reivindicação convertida em indenizatória de esbu-
lho”, acrescentando ainda que “funda-se, em última análise, na prática de ato ilícito dos
prepostos da autoridade, que deveria ter promovido a expropriação com imissão de posse
e, entretanto, não o fez, ordenando a violência ou fraude contra o particular”.
Há outras decisões citadas pela autora da ação de desapropriação indireta do Horto
Florestal neste sentido, incluindo-se as seguintes:
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aeroporto velho, e a obra de drenagem necessária para o Horto seria, e ainda é, muito
onerosa para a Prefeitura, que não teve interesse em iniciar as obras, já que não permane-
ceria com a área.
Em 20 de julho de 1999, a CMNP sofreu uma autuação ambiental da Semma
no 5.104/99, para que construísse um passeio público. Esse foi o principal argumento
utilizado pela CMNP na ação para provar a desapropriação indireta. Ao mesmo tempo, a
Prefeitura utilizou esse mesmo fato para argumentar o seu poder de polícia sobre as ativi-
dades particulares de interesse coletivo.
Dentre os argumentos utilizados na defesa pela Prefeitura Municipal de Maringá, o
que mais se destaca é o de que a área foi criada com objetivos de preservação ambiental
pela própria autora da ação. Isto quer dizer que o município, assim como o Estado, apenas
reconheceram a importância ambiental da área para toda a coletividade.
Discussões jurídicas à parte, o resultado é uma imensa briga existente para saber
quem ficará obrigado a gerir essa unidade, como se esse fosse o único problema a ser
enfrentado. Isto apenas demonstra o descaso incompreensível da CMNP com uma área
criada por ela mesma, para fins de preservação, e da própria Administração Pública, que
não quer se ver obrigada a “desapropriar” mais uma área de preservação em seu território,
pois, como se pode perceber, as já existentes estão abandonadas.
Além de não aceitar a denunciação da lide, ou seja, a co-responsabilização do Institu-
to Ambiental do IAP, o juiz da causa deferiu o pedido de produção de provas da Compa-
nhia Melhoramentos Norte do Paraná, com o objetivo de verificar a situação do imóvel, as
restrições ambientais à propriedade e o valor venal da mesma. A partir de um método
comparativo com outros imóveis no mesmo contexto (tamanho e localização), o perito
Alinor Rodrigues Jr. (engenheiro civil) estimou o valor do Horto Florestal em
R$ 11.310.000,00 (onze milhões, trezentos e dez mil reais) (1999).
Ao manifestar-se sobre o valor da vegetação existente no Horto Florestal, o mesmo
perito informa tratar-se de um “patrimônio inestimável, já que representa mata nativa de
um Estado que possui menos de 5% de matas remanescentes da cobertura original...”.71
Apenas em área de preservação permanente, o Horto Florestal possui 30.330,00 m2.
O parecer do Ministério Público, aponta que não existe interesse de agir da autora,
pois não houve desapropriação nem qualquer indicativo desse interesse por parte do mu-
nicípio, além de não haver depreciação econômica da propriedade.72
Concomitantemente, o Ministério Público de proteção do meio ambiente de Maringá
ingressou com uma ação civil pública de responsabilidade por danos causados ao ambiente
natural contra a Prefeitura de Maringá e a Companhia Melhoramentos Norte do Paraná. O
Ministério Público pediu e obteve a liminar obrigando as rés ao: a) isolamento da área por
meio de cercas; b) solução para a poluição lançada nas galerias pluviais que correm para
dentro do Horto Florestal; c) construção de dissipadores de energia para conter a força
das águas e evitar processos erosivos no interior da área; e a aplicação de multa diária no
valor de R$ 1.500,00 (mil e quinhentos reais) em caso de descumprimento.
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CAPÍTULO II DOS PRINCIPAIS PROBLEMAS AMBIENTAIS DE MARINGÁ
O Bosque das Grevíleas localiza-se na Avenida Brasil com Pio XII, em frente à praça
Dom Manuel da Silveira, com uma área aproximada de 34.972,92 ha.
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MARINGÁ VERDE?
Conforme relato de Aníbal Banchini, a área ocupada pelo bosque seria destinada pela
CMNP ao loteamento, para ser vendida aos interessados que chegavam em Maringá na-
quela época.75
Enquanto isto não ocorria, Bianchini, então responsável pela arborização de Maringá,
de acordo com a parceria existente entre a CMNP e a Prefeitura, resolveu plantar grevíleas
robustas, naturais de Queensland, Austrália, naquela área então ocupada por mato.
Posteriormente, a CMNP resolveu utilizar parte da área como equipamento comuni-
tário, ou seja, uma praça. Assim, a área ocupada hoje pelo “contorno” foi doada à Sanepar,
para a construção de um reservatório, e o restante ainda deveria ser vendido pela CMNP.
Ocorre que as grevíleas cresceram, e a população não aceitou a proposta de venda
daquela área para fins de loteamento, de forma que começou uma verdadeira campanha
popular para que se impedisse o desmatamento da área. A mobilização teve sucesso, de tal
sorte que toda aquela área foi destinada a ser uma praça.
75 Informações verbais fornecidas pelo Sr. Aníbal Bianchini em entrevista pessoal e exclusiva em 30/10/2000.
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CAPÍTULO II DOS PRINCIPAIS PROBLEMAS AMBIENTAIS DE MARINGÁ
Então, houve uma proposta de compra da área pela primeira rede de televisão que se
instalava em Maringá e via naquele local um dos pontos mais altos da cidade, perfeito para
a localização de suas antenas. Em sua gestão, o prefeito Silvio Barros autorizou a instala-
ção das antenas, de tal forma que a CMNP ingressou com uma ação de interdito proibitório,
impedindo a continuação do empreendimento.
Finalmente, houve um acordo com a Prefeitura e a área foi doada para o patrimônio
municipal, sendo considerada um bosque municipal. Na gestão do prefeito Sahid Maluf,
foram colocadas cercas em volta do Bosque, e posteriormente, feita a construção de uma
pista de pedestres em seu entorno, com a plantação de flores em todo o seu percurso, sob
a responsabilidade de Aníbal Bianchini.
Hoje o Bosque é utilizado pela população do bairro em que se localiza para caminha-
das e visitas nos fins de semana. Por ser composto exclusivamente por uma espécie exóti-
ca, apresenta uma beleza diferenciada, não necessitando de maiores cuidados da Adminis-
tração Pública, salvo a manutenção dos gramados, iluminação e jardins.
A área ainda não foi classificada de acordo com a Lei nº 9.985/2000, não contendo,
também, um plano de manejo. Trata-se, por enquanto, de uma área de mata exótica insta-
lada dentro da área urbana, com características de uma praça.
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MARINGÁ VERDE?
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CAPÍTULO II DOS PRINCIPAIS PROBLEMAS AMBIENTAIS DE MARINGÁ
Ações
- Demarcar as áreas de vegetação nativa ainda existentes no
Município e utilizar o projeto de utilização racional;
- Elaborar um Plano de Arborização Metropolitana, com cria-
ção de um viveiro comum aos municípios do Consórcio;
- Atualizar os planos de arborização urbana em conjunto com
condições de eletrificação (mudas, localização de vias, interferên-
cia em obras civis);
- Incluir no Código de Posturas e Obras regulamentação quan-
to ao plantio de árvores em vias urbanas;
- Fazer levantamento sobre as condições ambientais do Horto
Florestal e avaliar a viabilidade de transformá-lo em parque Mu-
nicipal;
- Aproveitar glebas vazias, transformando-as em áreas verdes
de preservação e viveiros de árvores frutíferas;
- Transformar a área vazia próxima à lagoa da Sanepar em área
verde de preservação;
- Encaminhar ao Legislativo Municipal projeto de lei para pre-
servação das áreas verdes na zona rural, com fiscalização efetiva;
- Aumentar as áreas de grama nas vias públicas;
- Criar Parque Regional Ribeirão Paiçandu, onde existe atual-
mente uma represa;
- Criar Parque Regional do Ribeirão Pingüim, a partir de sua
nascente num total de 8.000 m de comprimento e 60m de largura;
[...].
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MARINGÁ VERDE?
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CAPÍTULO II DOS PRINCIPAIS PROBLEMAS AMBIENTAIS DE MARINGÁ
d) Parque do Sabiá: com uma área de 88.165, 41 m2, também constituída de rema-
nescentes da vegetação nativa da região, não possui qualquer sistema de gerenci-
amento e ainda espera um plano de manejo e de medidas básicas para a garantia
de sua conservação.
e) Parque Gralha Azul: trata-se de uma área com pouca vegetação exótica, pela qual
passa um córrego. Nas margens ao invés da devida mata ciliar preservada, encon-
tram-se campos de futebol e poucos equipamentos de lazer. A área não é cercada
e além de não possuir reconhecimento legal como unidade de conservação, tam-
bém não possui plano de manejo.
f) Parque do Cinqüentenário: a área está sendo objeto de um acordo inédito da Pre-
feitura Municipal de Maringá com a UEM que se compromete a gerir e manter a
área, com projetos educativos e de pesquisa. Um plano de manejo deverá ser ela-
borado e servir de diretriz básica para a estruturação da área e a sua classificação
como unidade de conservação integrante do SMUC, já que até o momento a área
continua sem isolamento e sem plano de manejo. Este projeto está encontrando
resistência na atual gestão.
g) Parque Florestal Municipal das Palmeiras: localizado na quadra 85-A do Jardim
Vitória, com área de 61.134,48 m2, e reconhecido como parque pela Lei Com-
plementar nº 3.513/93 e pelo Decreto nº 504/94, também não possui plano de
manejo.
h) Recanto Borba Gato: localizado na área verde com 76.540,48 m2, do Conjunto
Residencial Inocente Vilanova Junior, foi declarado como parque municipal pelo
Decreto nº 504/94, e não possui plano de manejo, apesar de estar cercado e pos-
suir pequenas infra-estruturas.
Antes de passar para a elaboração dos planos de manejo de cada uma das diversas á-
reas verdes espalhadas pelo perímetro urbano de Maringá, a Administração Pública, em
parceria com a comunidade, através do Comdema, deveria elaborar as diretrizes do
SMUC, com base no Sistema Nacional e nas características naturais e vocações de turismo
e lazer dessas áreas.
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MARINGÁ VERDE?
__ 124 __
3 Lixo urbano
122 __
__ 126
CAPÍTULO II DOS PRINCIPAIS PROBLEMAS AMBIENTAIS DE MARINGÁ
Maringá contrariou por várias décadas esse dispositivo, ao manter um depósito a céu
aberto, sem qualquer preocupação sanitária ou ambiental.
De acordo com a Constituição Federal de 1988, no seu artigo 30, cabe aos municí-
pios total autonomia para organizar os serviços públicos de interesse local. Portanto, ape-
sar da competência constitucional para legislar em matéria de defesa e proteção da saúde
(art. 24, XII), são os municípios que possuem a obrigação de executar as diretrizes federais
e estaduais. E seguindo a mesma regra, da competência municipal para legislar em matéria
ambiental, também em matéria de resíduos sólidos pode o legislador municipal atuar,
desde que observadas as disposições estaduais e federais já existentes e, logicamente, nos
limites do seu interesse local.
Atualmente há um projeto de lei tramitando no Congresso Nacional que deverá esta-
belecer a Política Nacional de Resíduos Sólidos nos próximos anos. Trata-se do Projeto de
Lei nº 203, de 1991 (Projeto de Lei do Senado nº 354, de 1989, não origem) que “dispõe
sobre o acondicionamento, a coleta, o tratamento, o transporte e a destinação final dos
resíduos de serviços de saúde”, com mais 57 proposições apensadas.
O projeto foi aprovado e enviado à Câmara dos Deputados, onde foi constituída
Comissão Especial para analisá-lo em conjunto com outras proposições apensadas. Nessa
Comissão, aguarda parecer. Esse projeto aborda um dos problemas ambientais mais ur-
gentes da atualidade, o crescimento exponencial da geração de resíduos. A Comissão Es-
pecial vem, desde 2001, promovendo uma discussão na sociedade brasileira, especialmente
com a realização de inúmeros debates e audiências públicas, tendo recebido e agregado
muitas contribuições de especialistas e instituições ligadas à questão dos resíduos sólidos.
O resultado desse trabalho encontra-se na proposta de criação da Política Nacional de
Resíduos Sólidos, cujo relatório, já em sua segunda versão, foi apresentado à Comissão.77
Enquanto isto, o Conama tem editado uma série de resoluções que visam regulamen-
tar algumas questões relacionadas aos resíduos.
77 Carta de Fábio José Feldmann ao Presidente Fernando Henrique Cardoso, em 22 de maio de 2002, a respeito da
participação do Brasil na RIO + 10, Conferência Mundial sobre Desenvolvimento Sustentável, realizada em Jo-
hannesburgo, África do Sul.
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MARINGÁ VERDE? CAPÍTULO II DOS PRINCIPAIS PROBLEMAS AMBIENTAIS DE MARINGÁ
Tabela 22
d) -Resoluções do Conama sobre resíduos
ZP4: Horto Florestal;
Resolução nº e) ZP5: ParqueEmentada Nascente do Ribeirão Paiçandu; Artigos
e Ano f) ZP6: Bosque das Grevíleas;
01/86 g) ZP7:
Dispõe sobre Parque doambiental
licenciamento Sabiá; e estudo prévio de Art. 2º, X
impacto h)
ambiental, exigidoFlorestal
ZP8: Parque para aterros sanitários.
Municipal das Perobas;
05/93 i) ZP9: Recanto Borba Gato;
Dispõe sobre os resíduos de saúde. Íntegra.
09/93 j) ZP10: Parque Ecológico Municipal
Dispõe sobre destino final dos óleos lubrificantes. do Guaiapó;
Íntegra.
k) ZP11:
Dispõe sobre Parque Florestal
licenciamento Municipal
ambiental: atividadesdasouPalmeiras;
em-
237/97 l) ZP12: Parque do Cinqüentenário; Anexo I
preendimentos sujeitos ao licenciamento
23/96 m) ZP13:
Classificação Parquee dá
dos resíduos da outras
Rua Teodoro Negri;
providências. Íntegra.
257/99
n) ZP14: Parque Alfredo Werner
Destino final de pilhas e baterias usadas.
Nyffeler; Íntegra.
o) ZP15: Reservas do Córrego Borba Gato76;
273/2000 Dispõe sobre o licenciamento de postos de gasolina Art. 5º, I, h
p) ZP16: Reserva da Rua Diogo M. Esteves;
Estabelece as coresReserva
q) ZP17: padrõesdopara a coleta
Córrego seletiva e dá
Cleópatra;
275/2001 Íntegra.
outras providências.
r) ZP18: Reserva da Rua Pioneira Deolinda T. Garcia;
Dispõe sobre o tratamento
s) ZP19: Reserva do e aCórrego
destinação final dos resí-
Moscados;
283/2001 Íntegra.
duos dos serviços de saúde.
Destacam-se, Estabelece
dentre elas, diretrizes,
as seguintescritérios
áreas:e procedimentos para a Íntegra.
307/2002
gestão dos resíduos da construção civil.
a) Parque Ecológico Municipal do Guaiapó: reconhecido como parque pela Lei
Licenciamento Ambiental de sistemas de disposição final2
Complementar
308/2002
nº 3.513/93, possui uma área de 16.204,48 m , localizado na qua-
dos resíduos sólidos urbanos gerados em municípios de Íntegra.
dra 43-B dopequeno
Conjunto Residencial Parigot de Souza, constituído de remanescen-
porte.
tes da vegetação nativa. A área não possui plano de manejo e enfrenta problemas
Dispõe
estruturais para sobre osua
garantir Inventário Nacional de
sobrevivência. Resíduosno
Somente Sólidos
ano de 2003 a área foi
313/2002 Íntegra.
Industriais.
cercada pela Prefeitura de Maringá, numa tentativa de isolamento das principais
áreas verdes do município.
Dispõe sobre procedimentos e critérios para o funciona-
316/2002
b) Jardim Botânico: 9 mil m2 ,Íntegra.
mento com uma área
de sistemas de aproximadamente
de tratamento térmico de resíduos. nela localizam-se
duas antigas lagoas de tratamento da Sanepar desativadas. Em seu fundo, encon-
tram-se doisDispõe
córregos
sobreque praticamente
o tratamento não possuem
e disposição mata ciliar preservada. Na
final dos resíduos
358/2005 Íntegra.
Administração Municipal
dos serviços do ex-prefeito Jairo Gianoto, foi recebido um recurso
de saúde.
financeiro especialmente direcionado para a implementação de estruturas que
permitissemDispõe
362/2005
a visitação e a recuperação florestal do local. Entretanto,
sobre o Rerrefino de óleo lubrificante Íntegra.
o máximo
que se pode encontrar é uma pista de caminhada mal projetada; uma sede utiliza-
da (2005).
Fonte: Autor por muito tempo pelo Corpo de Bombeiros, e que foi ocupada pela Polícia
Florestal a partir de maio de 2003; e uma imensa área desmatada. Um projeto de
Da recuperação foi viabilizadolegais
análise dos instrumentos na última gestão municipal,
e urbanísticos de Maringá,buscando
algumastornar a área um
conclusões re-
ferentes ponto de lazerdoe visitação
ao problema lixo urbano parasão
a comunidade
importantes.carente que vive
No Código a sua volta,
de Posturas, demas a-
1959,
inda aguarda recursos financeiros.
não há previsão expressa sobre o assunto, pois não está claro o destino que se deve dar
c) Parque
aos resíduos Florestal
sólidos Municipal
coletados das Perobas:
no município. Para localizado
se ter uma nos lotes
idéia, 210-A815
o artigo e 211-A,
dispõe 210
que
e 210-G da Gleba Ribeirão Pingüim, com área total de 263.438,74
“a esses resíduos será dado o destino que a prefeitura achar mais conveniente”. Além m 2 , constituído
disso, emdevários
remanescentes da vegetação
artigos o código nativa
especifica que apresentam
a utilização espécies representativas
de incineradores para os resíduos, da
flora e da fauna da região. Essa área, reconhecida como parque pela Lei Comple-
técnica hoje em desuso para pequenas e localizadas economias e que não refletem a reali-
mentar nº 3.513/93, também se encontra abandonada e não possui um plano de
dade encontrada no município.
manejo.
Há de se ter em conta, porém, que esse Código de Posturas foi publicado em 1959,
quando o município de Maringá possuía apenas 12 anos e contava com uma população
urbana de 47.592
76 Ver comentário habitantes.
da nota de rodapé nºOu
96. seja, a destinação do lixo, àquela época, não era conside-
122 __
__ 128
CAPÍTULO II DOS PRINCIPAIS PROBLEMAS AMBIENTAIS DE MARINGÁ
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MARINGÁ VERDE? CAPÍTULO II DOS PRINCIPAIS PROBLEMAS AMBIENTAIS DE MARINGÁ
Art. 6º -Horto
d) ZP4: As medidas
Florestal;de saneamento constituem obrigação do
Município, bem
e) ZP5: Parque da como das entidades
Nascente públicas
do Ribeirão e particulares e das
Paiçandu;
pessoas físicas.
f) ZP6: Bosque das Grevíleas;
Art. 7º - Parque
g) ZP7: A Secretaria Municipal de Saúde de Maringá, no que lhe
do Sabiá;
couber, adotará providências
h) ZP8: Parque Florestal Municipal para adas
solução dos problemas bási-
Perobas;
cos de saneamento.
i) ZP9: Recanto Borba Gato;
j) ZP10: Parque Ecológico Municipal do Guaiapó;
Por sua vez, o Decretok)Municipal no 614/92,
ZP11: Parque Florestalque regulamentou
Municipal o Código Sanitário,
das Palmeiras;
estabelece, em 36 artigos, asl) regras
ZP12: eParque
condutas necessárias para o correto acomodamento,
do Cinqüentenário;
transporte a armazenamentom) doZP13:
lixo. Parque da Rua Teodoro Negri;
No artigo 48, o Decreto ZP14: oParque
n) regula Alfredo Werner
acondicionamento doNyffeler;
lixo hospitalar, e dispõe que:
o) ZP15: Reservas do Córrego Borba Gato ;76
122 __
__ 130
CAPÍTULO II DOS PRINCIPAIS PROBLEMAS AMBIENTAIS DE MARINGÁ
78 Apud ANGELIS NETO, Generoso de. As deficiências nos instrumentos de gestão e os impactos ambientais causados por
resíduo sólido urbanos: o caso de Maringá/PR. 1999. Tese (Doutorado)-Escola Politécnica da Universidade de São
Paulo, São Paulo, 1999. p. 93.
__ 131 __
MARINGÁ VERDE? CAPÍTULO II DOS PRINCIPAIS PROBLEMAS AMBIENTAIS DE MARINGÁ
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__ 132
CAPÍTULO II DOS PRINCIPAIS PROBLEMAS AMBIENTAIS DE MARINGÁ
82 Cada caminhão possui uma capacidade média de oito toneladas, fazendo em média de duas a três viagens por dia,
segundo dados da Prefeitura Municipal de Maringá, Diretoria de Serviços Urbanos, 2003.
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MARINGÁ VERDE? CAPÍTULO II DOS PRINCIPAIS PROBLEMAS AMBIENTAIS DE MARINGÁ
mento de resíduos; proliferação d) ZP4:de insetos e animais indesejáveis; poluição visual; e polui-
Horto Florestal;
ção olfativa. e) ZP5: Parque da Nascente do Ribeirão Paiçandu;
Em virtude do acondicionamento
f) ZP6: Bosque irregular, os seguintes impactos ambientais podem
das Grevíleas;
g) ZP7: Parque do Sabiá;
ser identificados durante a coleta: acidentes com materiais perfuro-cortantes; poluição
h) ZP8: Parque Florestal Municipal das Perobas;
visual; poluição olfativa; proliferação de insetos e animais indesejáveis; o espalhamento de
i) ZP9: Recanto Borba Gato;
resíduos; e a poluição sonora, que ocorre
j) ZP10: Parqueno momento
Ecológico da coletadopelos
Municipal caminhões da Pre-
Guaiapó;
feitura de Maringá. k) ZP11: Parque Florestal Municipal das Palmeiras;
Hoje, praticamente todos l) ZP12: Parque residenciais
os edifícios do Cinqüentenário;
da cidade contam com containeres
de lixo, construídos de latão.m)Como ZP13:oParque
sistemadadeRua Teodoro
coleta Negri;
é bruto, com movimentos bruscos
para o posicionamento dos n) ZP14: Parque
containeres juntoAlfredo Werner coletor,
ao caminhão Nyffeler;os ruídos causados são
de alta intensidade, desrespeitando o) ZP15: osReservas do Córrego
limites legais Borba Gato
estabelecidos
76;
pela legislação municipal.
p) ZP16: Reserva da Rua Diogo M. Esteves;
Durante a fase do transporte do lixo observam-se dois problemas fundamentais: uti-
lização de veículos impróprios q) ZP17:
para oReserva
transportedo Córrego Cleópatra;
de resíduos sólidos e a escolha inadequa-
r) ZP18: Reserva da Rua Pioneira Deolinda T. Garcia;
da dos itinerários de coleta.
s) ZP19: Reserva do Córrego Moscados;
Devido à utilização de veículos impróprios para o transporte de resíduos sólidos, ve-
rificam-se os seguintes impactos ambientais em Maringá: poluição olfativa; poluição sono-
Destacam-se, dentre elas, as seguintes áreas:
ra; poluição visual; vazamento de líquidos e perda de materiais coletados. E pela escolha
a) Parque
inadequada Ecológicoidentificam-se
do itinerário Municipal do osGuaiapó: seguintesreconhecido como parque
impactos ambientais: pela Lei
transtornos
Complementar nº 3.513/93, possui uma
viários; congestionamentos; poluição olfativa; e poluição sonora. área de 16.204,48 m 2, localizado na qua-
dra 43-B
Apesar do Conjunto
dos problemas Residencial
expostos, nada Parigot
se compara de Souza, constituído
à questão do destinode remanescen-
final do lixo
tes daSabe-se
em Maringá. vegetação que,nativa. A áreatécnicas
por razões não possui plano os
e lógicas, de resíduos
manejo ecoletados
enfrenta problemas
devem ser
destinadosestruturais
a um local para garantir sua
conveniente, emsobrevivência.
que não causem Somente
impactos noaoanomeiode ambiente.
2003 a área foi
cercada
Existem pela Prefeitura
maneiras diferentes dede Maringá,
se procedernumaàtentativa
destinação de final
isolamento
desses das principais
resíduos que,
dependendoáreasdaverdes
técnicadoutilizada,
município. causarão maiores ou menores impactos. De acordo com
a Pesquisa Nacional
b) Jardim de Saneamento
Botânico: com uma área Básico de de 1989, a disposição
aproximadamente final
9 mil m2de resíduos
, nela sólidos
localizam-se
nos municípios brasileiros,
duas antigas lagoassededivide em (IBGE,
tratamento 1991): desativadas. Em seu fundo, encon-
da Sanepar
. tram-se
76% em dois lixões;córregos que praticamente não possuem mata ciliar preservada. Na
. Administração
13% em aterrosMunicipalcontrolados; do ex-prefeito Jairo Gianoto, foi recebido um recurso
. financeiro
10% em aterros sanitários;
especialmente direcionado para a implementação de estruturas que
. permitissem
1% passa poratratamentos
visitação e a(compostagem, reciclagem
recuperação florestal ou incineração).
do local. Entretanto, o máximo
que se pode encontrar é uma pista de caminhada mal
Entre as principais formas de disposição final do lixo existentes atualmente, projetada; uma sede utiliza-
desta-
cam-se asdaseguintes:
por muito tempo pelo Corpo de Bombeiros, e que foi ocupada pela Polícia
Florestal a partir de maio de 2003; e uma imensa área desmatada. Um projeto de
Lixão - É uma
a) recuperação forma inadequada
foi viabilizado na última degestão
disposição final de
municipal, resíduostornar
buscando sólidos, queum
a área se
caracteriza pela sua simples descarga sobre o solo, sem medida
ponto de lazer e visitação para a comunidade carente que vive a sua volta, mas a- de proteção ao
meioaguarda
inda ambiente ou à saúde
recursos pública. É o mesmo que descarga de resíduos a céu a-
financeiros.
berto. Os
c) Parque resíduos
Florestal assim lançados
Municipal das Perobas: acarretam problemas
localizado à saúde
nos lotes 210-Apública,
e 211-A, como
210
proliferação de vetores de doenças (moscas, mosquitos, baratas
e 210-G da Gleba Ribeirão Pingüim, com área total de 263.438,74 m , constituído e ratos,
2 entre ou-
de remanescentes da vegetação nativa que apresentam espécies representativassu-
tros), geração de maus odores e, principalmente, poluição do solo e das águas da
perficiais e subterrâneas através do chorume (líquido de cor
flora e da fauna da região. Essa área, reconhecida como parque pela Lei Comple- preta, mal cheiroso e de
elevado potencial poluidor, produzido pela decomposição da matéria orgânica
mentar nº 3.513/93, também se encontra abandonada e não possui um plano de
contida no lixo), comprometendo os recursos hídricos.
manejo.
b) Aterro controlado - É uma técnica de disposição de resíduos no solo, sem causar
danos ou riscos diretos à saúde pública e à sua segurança, minimizando os impac-
tos ambientais.
76 Ver comentário Estenºmétodo
da nota de rodapé 96. utiliza princípios de engenharia para confinar resí-
122 __
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CAPÍTULO II DOS PRINCIPAIS PROBLEMAS AMBIENTAIS DE MARINGÁ
83 A área em que ainda se encontra o lixão foi declarada de utilidade pública pelo Decreto no 02, em 05 de janeiro de
1974, pelo então prefeito Walter Souza Guimarães.
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85 FALTAM recursos para montar incinerador. O Diário de Maringá, Maringá, 27 fev. 1998. Geral.
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MARINGÁ VERDE? CAPÍTULO II DOS PRINCIPAIS PROBLEMAS AMBIENTAIS DE MARINGÁ
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CAPÍTULO II DOS PRINCIPAIS PROBLEMAS AMBIENTAIS DE MARINGÁ
Nenhum estudo ambiental foi realizado ou apresentado para a Prefeitura, mas ainda
assim as intervenções foram realizadas. Como resultado, apenas uma primeira fase de
terraplanagem e acomodação inicial dos platôs de lixo foi realizada. O processo que, inici-
almente, duraria cerca de 6 meses, começou a se prolongar muito além do combinado,
gerando uma série de questionamentos quanto aos procedimentos adotados (já que não
existiu um projeto escrito com o detalhamento das intervenções) e, principalmente, quan-
to à segurança da recuperação da área.
A partir daí, iniciou-se uma nova fase que culminou em uma proposta para o Plano
de Gestão dos Resíduos Sólidos de Maringá, finalizado em 2001. Algumas medidas impor-
tantes podem ser indicadas:
a) Os resíduos de saúde passaram a ser coletados pelo mesmo caminhão e a ser a-
comodados em valas próprias no lixão. Apesar disto, o caminhão utilizado realiza
a compactação do material, permitindo o extravasamento de materiais líquidos
com alto risco de contaminação nas vias públicas do município. E as valas utiliza-
das no lixão para este tipo de resíduo não são sépticas e servem apenas para indi-
car com melhor precisão os pontos de contaminação hospitalar na área.
b) Toda a área do lixão foi cercada e as obras de drenagem das águas pluviais já en-
contram-se parcialmente iniciadas.
c) Existe maior controle sobre os resíduos autorizados para despejo na área bem
como controle total das pessoas com acesso à área.
Ao mesmo tempo, o Promotor do Meio Ambiente apresentou uma proposta nos au-
tos da ação civil pública, para que o município utilizasse os estudos já realizados pela Se-
cretaria de Meio Ambiente e Serviços Urbanos como instrumento para recuperação da
área, após apreciado pelo IAP. Essa proposta foi acatada pelo município, mas não prospe-
rou.
Nos dois primeiros anos da última gestão do Governo Municipal (2001/2002), muita
negociação ocorreu entre a Prefeitura de Maringá e os catadores e atravessadores que
trabalhavam no lixão. Inicialmente, 2 cooperativas foram formadas (a Copermaringá e a
Cocarema), mas muitos trabalhadores insistiam em permanecer no lixão, alegando que
conseguiam melhor remuneração, além do fato de que os atravessadores (indivíduos que
compram os materiais dos catadores e revendem para pequenas empresas) agiam inserindo
novos trabalhadores para serem explorados.
Em 28 de março de 2003, o lixão, que já havia sido estrategicamente cercado, foi fe-
chado para o acesso de qualquer pessoa não autorizada. Este foi um importante passo
para a correta recuperação da área, sendo noticiado pela reportagem do jornal ‘O Diário
do Norte do Paraná’ no dia seguinte:
A Secretaria de Serviços Urbanos e Meio Ambiente, com apoio
da Polícia Militar, fecharam ontem o acesso ao lixão de Maringá,
impedindo a circulação de catadores e atravessadores dentro da
área. Apenas um catador ainda permanecia no local, mas deixou o
lixão sem problemas. Logo cedo, foram derrubados cerca de 30
barracos usados pelos catadores. A desocupação foi tranqüila e a
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MARINGÁ VERDE? CAPÍTULO II DOS PRINCIPAIS PROBLEMAS AMBIENTAIS DE MARINGÁ
partir
d) ZP4: deHorto
segunda-feira,
Florestal;eles passarão a trabalhar na usina de reci-
clagem do município.
e) ZP5: Parque da Nascente A maioria aceitouPaiçandu;
do Ribeirão a mudança, mas ainda
não sabem se conseguirão
f) ZP6: Bosque das Grevíleas; a mesma remuneração. Os barracos
foram derrubados para
g) ZP7: Parque do Sabiá; cumprir uma decisão judicial de reintegra-
ção de posse, assinada na quinta-feira,
h) ZP8: Parque Florestal Municipal das Perobas; segundo o secretário de
Serviços Urbanos e Meio
i) ZP9: Recanto Borba Gato; Ambiente, Eudes Januário, a partir de
amanhã
j) ZP10: haverá
Parqueum controleMunicipal
Ecológico rígido na do
entrada do lixão e está pro-
Guaiapó;
ibido o acesso de pessoas e veículos que
k) ZP11: Parque Florestal Municipal das Palmeiras;não estejam carregando
lixo. ‘Além do pessoal da prefeitura,
l) ZP12: Parque do Cinqüentenário; a Polícia Militar estará nos
ajudando na fiscalização’, informou.
m) ZP13: Parque da Rua Teodoro Negri;
n) ZP14: Parque Alfredo Werner Nyffeler;
Conforme se depreende o) da reportagem,
ZP15: Reservas os do últimos
Córregocatadores
Borba Gato do76lixão
; formaram uma
nova cooperativa que foi alocada p) ZP16:naReserva
Usina da deRua Separação
Diogo M.deEsteves;
Lixo 86 que estava há anos
desativada. No começo, alguns q) ZP17: Reserva
problemas do Córrego aCleópatra;
atrapalharam separação dos resíduos, mas, aos
r) ZP18: Reserva da Rua
poucos, o procedimento passou a ser bem executado pelos trabalhadores,Pioneira Deolinda T. Garcia;que aprenderam
s) ZP19: Reserva do Córrego Moscados;
a usar equipamentos de segurança, como luvas e máscaras.
Na seqüência,dentre
Destacam-se, foi identificada uma nova
elas, as seguintes área com grande potencial para a instalação
áreas:
de uma) novo aterro sanitário. Os lotes
Parque Ecológico Municipal do Guaiapó: são os 32-A, 32-B e 32-C, da
reconhecido comoGleba Ribeirão
parque pela Pin-
Lei
güim, a mesma
Complementar nº 3.513/93, possui uma área de 16.204,48 m , localizado na além
em que se localiza o lixão. Esses lotes apresentam várias
2 vantagens: qua-
da morfologia
dra 43-B do doterreno,
Conjunto que Residencial
permitirá um excelente
Parigot aproveitamento
de Souza, constituído para o aterro, a
de remanescen-
estruturates
da dagestão e do transporte do lixo estão instalados em consonância
vegetação nativa. A área não possui plano de manejo e enfrenta problemas com essa área.
Isto significa que nenhuma
estruturais mudança
para garantir sua radical no itinerário
sobrevivência. Somentedos nocaminhões
ano de e2003 nas aprincipais
área foi
estruturascercada
(como pela
terraPrefeitura
para cobertura, vias de numa
de Maringá, acessotentativa
e balança)deserá necessária.
isolamento das principais
Após a conclusão
áreas verdes do do Estudo de Impacto Ambiental para a confirmação da escolha
município.
da área
b) eJardim
o encaminhamento
Botânico: comdouma processo
área dedeaproximadamente
licenciamento ambiental,
9 mil m2incluindo a audiên-
, nela localizam-se
cia pública,
duas o município
antigas lagoasde Maringá poderá da
de tratamento operar
Saneparo seudesativadas.
primeiro aterroEm seu sanitário.
fundo,Aencon-
partir
do momentotram-sequedois córregos
o lixo deixar de queserpraticamente
levado para dentronão possuem
do antigo mata ciliar
lixão, preservada.
este Na
estará defini-
Administração Municipal do ex-prefeito Jairo Gianoto, foi
tivamente preparado para ser recuperado. É tecnicamente inviável a efetiva recuperação da recebido um recurso
financeiro
área enquanto mais especialmente
de 300 toneladas direcionado para a implementação
de lixo continuarem a ser diariamente de estruturas
despejadasque no
permitissem a visitação e a recuperação florestal do local.
local. A recuperação do lixão deverá ser objeto de um Termo de Ajustamento de Conduta Entretanto, o máximo
junto ao que se podePúblico
Ministério encontrar é uma pistapelo
e monitorado de IAP.
caminhada mal projetada; uma sede utiliza-
da com
Junto por muito tempodepelo
a instalação Corpoaterro
um novo de Bombeiros, e queo foi
sanitário, segue ocupada
projeto pela Polícia
da Coleta Seleti-
va em Maringá. A cada ano, novos bairros são inseridos no programa. Hoje, o projeto
Florestal a partir de maio de 2003; e uma imensa área desmatada. Um municípiode
recuperação foi viabilizado na última gestão municipal, buscando tornar a área um
possui apenas quatro veículos mal conservados para fazer a coleta. Com o incentivo das
ponto de lazer e visitação para a comunidade carente que vive a sua volta, mas a-
cooperativas, espera-se que o sistema já existente de coleta informal comece a promover a
inda aguarda recursos financeiros.
inserção social dos trabalhadores. Os primeiros exemplos foram obtidos com os catadores
c) Parque Florestal Municipal das Perobas: localizado nos lotes 210-A e 211-A, 210
do lixão. A seqüência do programa prevê a regulamentação dos catadores2 de rua, que
e 210-G da Gleba Ribeirão Pingüim, com área total de 263.438,74 m , constituído
atuam a pé, com carrinhos improvisados
de remanescentes da vegetação nativa ou com quetração animal. espécies representativas da
apresentam
Paraflora
se ter uma
e da idéiadadaquilo
fauna região.que
Essao área,
município de Maringá
reconhecida comoperde
parqueempela
lixo Lei
semComple-
reapro-
veitamento, veja-se a tabela a seguir.
mentar nº 3.513/93, também se encontra abandonada e não possui um plano de
manejo.
86 Esta usina localiza-se na saída para Astorga e permaneceu desativada desde a sua aquisição há mais de dez anos. A
76 Ver comentário da nota de rodapé nº 96.
outra usina também comprada com dinheiro público nunca foi entregue ao Município de Maringá.
122 __
__ 142
CAPÍTULO II DOS PRINCIPAIS PROBLEMAS AMBIENTAIS DE MARINGÁ
Sabendo-se que o Brasil deixa de ganhar algo próximo de U$ 4,6 bilhões todos os anos por
não reciclar o lixo87, vê-se que Maringá também participa do mesmo processo de desperdício,
perdendo aproximadamente R$ 2.729.520,00 (dois milhões, setecentos e vinte e nove mil, qui-
nhentos e vinte reais) por ano.
Na tabela 26 é possível verificar números mais atualizados da composição do lixo de
Maringá.
Até maio de 2003, 103 bairros de Maringá eram atendidos pela Coleta Seletiva, que
consegue coletar cerca de 4 toneladas de recicláveis por dia.
__ 143 __
MARINGÁ VERDE? CAPÍTULO II DOS PRINCIPAIS PROBLEMAS AMBIENTAIS DE MARINGÁ
76
89 Ver comentário da nota de rodapé nº 96.
ANGELIS NETO, 1999.
122 __
__ 144
CAPÍTULO II DOS PRINCIPAIS PROBLEMAS AMBIENTAIS DE MARINGÁ
__ 145 __
CAPÍTULO II DOS PRINCIPAIS PROBLEMAS AMBIENTAIS DE MARINGÁ
__ 146 __
4 Poluição sonora
A poluição sonora é um dos grandes problemas que surgiu nas sociedades urbanas
contemporâneas, especialmente após a Revolução Industrial, em que as máquinas se tor-
navam cada vez mais potentes e, por sinal, mais barulhentas.
O desenvolvimento tecnológico permitiu aparelhos eletrônicos cada vez menores,
mas de grande potência acústica. O simples aumento populacional, apresentou problemas,
porque um número muito grande de pessoas geram ruídos. Como exemplo, cita-se o trân-
sito e sua poluição sonora, principalmente nas vias mais movimentadas.
De acordo com o especialista em ruídos do Tecpar, Geraldo Cavalcante90, em entre-
vista para o Jornal ‘O Diário do Norte do Paraná’, o ruído não faz mal apenas à audição,
mas afeta todo o organismo. Sons altos provocam descargas de adrenalina no sangue,
levando a pessoa a ter enxaquecas e dores corporais.
Esse fato é explicável porque o corpo humano é composto basicamente de água em
sua estrutura. E, na água, o som se propaga com uma intensidade três vezes maior do que
no ar. O corpo acaba absorvendo a energia sonora, e os efeitos disso são bastante prejudi-
ciais à saúde, levando as pessoas, ao estresse.
O especialista em Medicina Legal, Veloso França, comenta:
92 MACHADO, Paulo Affonso Leme. Direito ambiental brasileiro. 8. ed. rev. atual. e ampl. São Paulo: Malheiros, 2000.
76 Ver comentário da nota de rodapé nº 96.
p. 596.
__ 122
148 __
CAPÍTULO II DOS PRINCIPAIS PROBLEMAS AMBIENTAIS DE MARINGÁ
E, de forma bastante clara, define no parágrafo 2º do artigo 1o, em seu inciso II, que
poluição sonora é “toda emissão de som que, direta ou indiretamente, seja ofensiva ao
sossego público ou a produzir efeitos psicológicos e/ou fisiológicos negativos em seres
humanos e animais”.
A lei de poluição sonora do município expressa que as medições dos níveis de ruído
na cidade deverão obedecer às recomendações da NBR 10.151 e/ou NBR 10.152 da
ABNT, ou às que lhes sucederem (art. 2o). Essa medições são efetuadas pela Secretaria do
Meio Ambiente de Maringá.
Para os efeitos do zoneamento sonoro da cidade, a Lei no 218/97, regulamentada pe-
lo Decreto no 383/99, dispõe que são consideradas zonas de silêncio as seguintes localidades:
escolas, creches, bibliotecas públicas, hospitais, ambulatórios, casas de saúde ou similares,
com leitos para internamento. Isto independentemente da efetiva zona de uso, sendo que
deve ser observada a faixa de 200 metros de distância entorno do prédio, com silêncio
excepcional.
Mesmo possuindo uma definição legal, as zonas de silêncio não possuem regulamen-
tação em Maringá, o que prejudica o seu controle por parte da Secretaria de Meio Ambien-
te.
O artigo 3º estabelece que “a emissão de sons e ruídos em decorrência de quaisquer
atividades industriais, comerciais, de prestação de serviços, inclusive de propaganda, bem
como sociais e recreativas, obedecerá aos padrões, critérios e diretrizes estabelecidos nesta
lei.”
E o artigo 5º prevê a necessidade autorização prévia da Semma, “mediante licença
ambiental”, para que as “atividades potencialmente causadoras de poluição sonora, defini-
das em lei” possam obter “alvarás de construção e localização”.
Não obstante a obrigação de respeitar as normas federais e constitucionais, os artigos
seguintes, 10º e 11º, trouxeram uma série de exceções:
__ 149 __
MARINGÁ VERDE? CAPÍTULO II DOS PRINCIPAIS PROBLEMAS AMBIENTAIS DE MARINGÁ
d) ZP4:
VI – apresentações
Horto Florestal;
musicais em geral, devidamente autorizadas,
emZP5:
e) convenções,
Parque dafeiras
Nascente
e exposições,
do Ribeirão desde
Paiçandu;
que, no período diur-
no,ZP6:
f) não ultrapassem
Bosque das Grevíleas;
os limites de 65 dB (A) e, no período notur-
no,ZP7:
g) os limites
Parquededo50Sabiá;
dB(A).
Art.ZP8:
h) 11 –Parque
As manifestações
Florestal Municipal
tradicionais,
das Perobas;
decorrentes do Carnaval
i) ZP9:comemorações
e das Recanto Borbaalusivas
Gato; às Festas Juninas e ao Ano Novo,
ZP10:
serão
j) excepcionalmente
Parque Ecológico toleradas.
Municipal do Guaiapó;
k) ZP11: Parque Florestal Municipal das Palmeiras;
l) ZP12: Parquecometida
No artigo 10 há uma irregularidade do Cinqüentenário;
pelo legislador municipal que, ao arre-
m) ZP13:
pio da Constituição Federal e da legislação federal, Teodoro
Parque da Rua Negri; no projeto de lei com-
criou exceções
n) ZP14: Parque Alfredo Werner Nyffeler;
plementar n 244/98, que acrescentou o inciso VII ao artigo 10o, do seguinte
o teor:
o) ZP15: Reservas do Córrego Borba Gato76;
p) ZP16: Reserva da Rua Diogo M. Esteves;
Art. 10 – Reserva
q) ZP17: Não se compreendem nas proibições dos artigos anteri-
do Córrego Cleópatra;
ores ruídos e sons produzidos por:
r) ZP18: Reserva da Rua Pioneira Deolinda [...] T. Garcia;
VII – atos
s) ZP19: ou cultos
Reserva religiosos,
do Córrego desde que, na forma do regula-
Moscados;
mento, não extrapolem os níveis determinados por esta Lei nas
Destacam-se, dentre elas, zonas de silêncioáreas:
as seguintes e no horário das 23:00 às 06: 30 horas, e, nas
demais zonas e horários, não excedam em 50% os limites fixados.
a) Parque Ecológico Municipal do Guaiapó: reconhecido como parque pela Lei
Complementar
A legislação federalnºestabelece
3.513/93,que possui uma área
os ruídos que de 16.204,48
podem m2, localizado
ser emitidos na qua-
em via pública,
dra 43-B do Conjunto Residencial Parigot de Souza, constituído
sob pena de serem considerados poluição sonora, devem alcançar no máximo 65 dB (A). de remanescen-
tes da vegetação nativa. A área não possui plano de manejo e enfrenta problemas
Desta forma, sabendo-se que a competência legislativa municipal é apenas supletiva, prin-
estruturais para garantir sua sobrevivência. Somente no ano de 2003 a área foi
cipalmente em se tratando de meio ambiente, nenhuma norma municipal pode modificar
cercada pela Prefeitura de Maringá, numa tentativa de isolamento das principais
os parâmetros estipulados
áreas verdes por normas federais, de forma a diminuir suas restrições. Ao
do município.
contrário, pode o legislador
b) Jardim Botânico: com municipal
uma áreaaumentar ainda mais os9 rigores
de aproximadamente mil m2 ,das
nelaleis federais e
localizam-se
estaduais,duas
de acordo
antigascom o seu
lagoas de interesse
tratamento local
da (art.
Sanepar30, Idesativadas.
e II da CF). Em seu fundo, encon-
Assim, é incontestavelmente inconstitucional
tram-se dois córregos que praticamente não possuem esse inciso
mata acrescentado
ciliar preservada. à LeiNa
no 218/87 de Maringá, que
Administração veio beneficiar
Municipal apenas Jairo
do ex-prefeito as igrejas e os templos,
Gianoto, notadamente
foi recebido um recurso os
que causam financeiro
poluiçãoespecialmente
sonora na cidade.direcionado para a opinou
Neste sentido implementação de estruturas
a 13 Promotoria
a de Marin-que
permitissem
gá, ao analisar os autos a visitação e a recuperação
do inquérito administrativo florestal do local.
no 22/99, Entretanto,duas
que investigou o máximo
igrejas
acusadasque se pode encontrar
de manterem elevadosé índices
uma pistade de caminhada
emissões mal projetada;
sonoras uma sede
em seus cultos. utiliza-
O próprio
advogadodadepor uma muito tempo fundamentou
das igrejas pelo Corpo desuaBombeiros,
defesa no einciso
que foi VIIocupada
do art. 10 pela
da Polícia
Lei nº
Florestal a partir de maio de 2003; e uma imensa área desmatada. Um projeto de
218/97, mas foi devidamente alertado da inconstitucionalidade de tal norma pelo parecer
recuperação foi viabilizado na última gestão municipal, buscando tornar a área um
do auxiliar da Promotoria.
ponto de lazer e visitação para a comunidade carente que vive a sua volta, mas a-
Além disto, mesmo o inciso II, também transcrito, deve ser considerado inconstitu-
inda aguarda recursos financeiros.
cional,c) uma vez que
Parque se põeMunicipal
Florestal contra o princípio
das Perobas:da igualdade,
localizadoprevisto
nos lotespelo210-A da Consti-
art. 5eo211-A, 210
tuição Federal. Isto porque seria totalmente incoerente proibir a toda
e 210-G da Gleba Ribeirão Pingüim, com área total de 263.438,74 m , constituído a coletividade
2 causar
incômodo depor emissão sonora
remanescentes e, ao mesmo
da vegetação nativatempo, permitir essa
que apresentam atividade
espécies às igrejas, em
representativas da
virtude de flora
umae da fauna secular,
tradição da região.masEssa
nemárea,
por reconhecida
isso isenta de como
poluiçãoparque pela Lei
sonora. Comple-
Sabe-se que
o poder de mentar
som de nº 3.513/93, também
um sino alcança se encontra
várias centenas abandonada
de metros, eeincomoda
não possui um plano de
principalmente
as pessoas manejo.
que habitam os arredores das igrejas e dos templos. Percebe-se em Maringá que
a maior parte das igrejas não tem utilizado seus sinos, e a simples previsão na legislação
local
76Ver não lhe autorizaria
comentário fazê-lo.
da nota de rodapé nº 96.
__ 122
150 __
CAPÍTULO II DOS PRINCIPAIS PROBLEMAS AMBIENTAIS DE MARINGÁ
Não basta que a irregularidade seja constatada pela Semma. A lei exige que seja apre-
sentada uma denúncia formal que comprove reiterado desrespeito à lei. A pergunta que se
faz é: pode uma lei complementar municipal desconsiderar o Poder de Polícia da Adminis-
tração Pública, previsto inclusive em lei federal (Código Tributário Nacional), e criar um
tratamento especial para partes iguais, em situações idênticas, sem ferir o princípio consti-
tucional da igualdade?
A resposta a essa pergunta esclarece também a inconstitucionalidade desse artigo.
Tanto que a previsão geral da lei deve ser observada por qualquer empreendimento que
queira se instalar no município de Maringá. O artigo 14, da Lei nº 218/97, estabelece que
os estabelecimentos que utilizam fonte sonora com transmissão ao vivo e/ou qualquer
outro sistema de amplificação, disponham de tratamento acústico que limite a passagem
de som para o exterior.
O que se percebe, tanto pelo número de reclamações que chegam na Semma, quanto
pelos inquéritos civis existentes na 13a Promotoria de Maringá, é que ainda existem muitos
locais que não estão adequados a essas exigências. Apenas por meio da reclamação dos
interessados é que medidas têm sido tomadas pelo Poder Público. Isto demonstra o pro-
blema da inexistência de uma fiscalização ostensiva no município para a prevenção de
danos ambientais e à saúde da população, conforme prevê o artigo 19 da lei em análise.
__ 151 __
MARINGÁ VERDE? CAPÍTULO II DOS PRINCIPAIS PROBLEMAS AMBIENTAIS DE MARINGÁ
__ 122
152 __
CAPÍTULO II DOS PRINCIPAIS PROBLEMAS AMBIENTAIS DE MARINGÁ
A Resolução no 8/93 do Conama, prevê que os prazos para a adequação dos veículos
do ciclo Otto aos limites de emissão sonora terminaram em 1997, e dos veículos do ciclo
Diesel, a partir de 1o de janeiro de 1998, 100% dos veículos fabricados no Brasil deveriam
estar adequados.
__ 153 __
MARINGÁ VERDE? CAPÍTULO II DOS PRINCIPAIS PROBLEMAS AMBIENTAIS DE MARINGÁ
__ 122
154 __
CAPÍTULO II DOS PRINCIPAIS PROBLEMAS AMBIENTAIS DE MARINGÁ
Como o Estatuto da Cidade foi editado um ano após a lei municipal, a previsão da lei
federal que exige sua regulamentação por lei municipal ainda subsiste no caso de Maringá.
Ao mesmo tempo, a Lei nº 335/99 não foi revogada, devendo apenas ser adequada aos
interesses garantidos pela lei federal.
Uma sugestão é a de serem inseridos novos incisos específicos que contemplem as
demais atividades causadoras de impactos ambientais, a despeito de não terem as dimen-
sões previstas nos demais incisos existentes. Ou então, pode-se aproveitar o caráter gené-
rico do inciso IV, para regulamentá-lo, pelo de Decreto do Executivo, determinando quais
edificações possuem o “caráter especial”, e acrescentar as determinações da lei federal.
A inclusão do EIV na legislação brasileira demonstra que o princípio da função social
da propriedade está lentamente saindo do rol das garantias constitucionais intocáveis (Art.
182, Constituição Federal) para o cotidiano da população. Não basta mais para o municí-
pio que um alto investimento seja realizado em seu território; é imprescindível que a quali-
dade de vida seja mantida e a responsabilidade pelos impactos diretos ou indiretos do
empreendimento deve ser de seus proprietários, de acordo com o princípio do poluidor-
pagador, do Direito Ambiental Internacional.
De qualquer forma, deve-se registrar que os problemas de poluição sonora têm sido
os mais combatidos pela Semma em Maringá, até mesmo porque os equipamentos neces-
sários são, basicamente, os únicos que a secretaria possui.
Percebe-se que as reclamações feitas pela população têm sido atendidas dentro da
possibilidade costumeira dos serviços públicos em geral, e os infratores normalmente
multados e notificados para a sua adequação.
Apesar disso, ainda falta maior coordenação da Semma com a polícia militar, para
que as denúncias sejam apuradas em conjunto pois com a facilidade e mobilidade dos
veículos da polícia, esta poderia auxiliar o combate a esse tipo de poluição.
Um primeiro e importante passo nesse sentido ocorreu no ano de 2002, quando uma
força tarefa, composta de várias secretarias municipais e da Polícia Militar, passou a atuar em
casos de poluição sonora. Com base em uma experiência de sucesso ocorrida em Curitiba,
essa força tarefa, deverá iniciar uma nova fase na atuação integrada dos órgãos públicos
para o combate da poluição sonora.
__ 155 __
MARINGÁ VERDE? CAPÍTULO II DOS PRINCIPAIS PROBLEMAS AMBIENTAIS DE MARINGÁ
93
76 Ver
PRADO,
comentário
Luiz da notaCrimes
Regis. contranºo ambiente.
de rodapé 96. São Paulo: R. dos Tribunais, 1998. p. 174.
__ 122
156 __
5 Poluição visual urbana
A poluição visual urbana caracteriza-se por ser uma alteração das características da
arquitetura, da urbanização e da aparência de uma cidade, de forma a gerar incômodo
visual à população. Normalmente é gerada por outdoors e anúncios publicitários, de várias
formas, colocados em pontos estratégicos das vias públicas, sem qualquer cuidado com a
estética urbana, e ainda por ações de vândalos que picham muros, prédios e patrimônios
culturais ou históricos.
Muitas vezes as fachadas do comércio local da cidade tomam feições diversas das u-
suais. Apesar disso, não é possível encontrar qualquer referência ao tema na Constituição
Federal, ou mesmo na Constituição do Estado do Paraná.
A principal razão para a ausência de legislação que regulamente, no âmbito federal ou
estadual, se deve ao fato de que a poluição visual alcança primordialmente os interesses
locais do município, estando afeita a sua competência legislativa, de acordo com o art. 30,
I da Constituição Federal. E, ainda, segundo o inciso VIII do art. 30, compete ao municí-
pio “promover, no que couber, adequado ordenamento territorial, mediante planejamento
e controle do uso, do parcelamento e da ocupação do solo urbano”.
É pela lei municipal que o problema da poluição visual deve ser enfrentado, cabendo
aos municípios exercerem essa faculdade constitucional conforme sua realidade. Apesar do
conhecimento técnico acerca da Arquitetura e do Urbanismo, a questão da poluição visual
é amplamente subjetiva, variando de uma comunidade para outra.
Neste sentido, o legislador de Maringá editou a Lei no 4.780/99, que dispõe sobre a
ordenação dos elementos presentes na paisagem do município, em especial sobre os anún-
cios visuais. No artigo 1o, essa lei define seus objetivos e diretrizes e, especialmente no
inciso V, prescreve a necessidade de “estabelecer o equilíbrio dos diversos agentes atuan-
tes na cidade, inclusive através do incentivo à cooperação de entidades particulares, na
promoção da melhoria da paisagem do Município”; e no inciso X, a necessidade de “levar
em conta os problemas relativos à ecologia urbana, preservando o equilíbrio ambiental”.
No artigo 4º, estão estabelecidas as medidas que deverão ser tomadas pelo município,
visando alcançar os objetivos instituídos por esta lei, assim como estabelecer formas per-
manentes de proteção à paisagem:
Id)–ZP4:
tratamento
Horto dasFlorestal;
áreas marginais dos rios, dos lagos e das repre-
sas,ZP5:
e) de forma
Parque a preservar
da Nascente o equilíbrio
do Ribeirãoambiental
Paiçandu; e a segurança viá-
ria;ZP6: Bosque das Grevíleas;
f)
II ZP7:
g) – tratamento
Parque do dasSabiá;
áreas da iniciativa privada e da comunidade
h) ZP8:
local, visando
Parqueà Florestal
conservaçãoMunicipal
das áreas
das Perobas;
públicas, tais como par-
i) ZP9:
ques, praças,
Recantojardins
Borba e outros,
Gato; ressalvado sempre, o interesse cole-
ZP10: Parque Ecológico Municipal do Guaiapó;
tivo;
j)
IIIZP11:
k) – estabelecimento
Parque Florestalde projeto
Municipalparadas
as Palmeiras;
áreas livres, com padrões
deZP12:
l) qualidade
Parque ambiental
do Cinqüentenário;
que aproveitem plenamente o seu poten-
cial ZP13:
m) paisagístico,
Parqueno da tocante
Rua Teodoroa relevo,
Negri;solo, drenagem ou vegeta-
n)
ção,ZP14:
e queParque
atendam Alfredo
às necessidades
Werner Nyffeler;
da população local;
IVZP15:
o) – intensificação
Reservas do e preservação
Córrego Borba Gato76;
da arborização dos logradouros
p) ZP16: Reserva
públicos, segundoda Rua Diogo
critérios M. Esteves;
estabelecidos pelo órgão competente.
q) ZP17: Reserva do Córrego Cleópatra;
r) ZP18: sobre
Quanto aos incisos específicos Reserva da Rua Pioneira
a arborização e osDeolinda
fundos de T. vale
Garcia;
de Maringá, já
s) ZP19: Reserva do Córrego Moscados;
abordados anteriormente, percebe-se que os mesmos também integram uma política mu-
nicipal de paisagismo,
Destacam-se, trazida
dentre elas,pela Lei Complementar
as seguintes áreas: nº 4.780/99.
A
a) partir
Parquedo Ecológico
artigo 10, esta lei regulamentou
Municipal do Guaiapó: a colocação
reconhecidode anúncios
como parquena paisagem do
pela Lei
Município de Maringá, seja
Complementar em imóveispossui
nº 3.513/93, particulares
uma área ou deem16.204,48
prédios públicos.
m , localizado na qua-
2
Ficou
draexpressamente
43-B do Conjunto proibida a colocação
Residencial de anúncios
Parigot de Souza,nos logradouros
constituído públicos, se-
de remanescen-
jam quaistes da vegetação
forem nativa. A área
as suas finalidades, formasnãoou possui plano de(art.
composições manejo
11). e enfrenta problemas
estruturais
O artigo 25º dizpara garantir sua sobrevivência. Somente no ano de 2003 a área foi
o seguinte:
cercada pela Prefeitura de Maringá, numa tentativa de isolamento das principais
áreas verdes do município.
Art. 25 - Nos logradouros públicos, os anúncios permitidos, con-
b) Jardim Botânico: com forme uma o disposto no artigo 11 desta 9Lei,
área de aproximadamente mildeverão
m2 , nela atender aos se-
localizam-se
duas antigas lagoas guintes requisitos:
de tratamento da Sanepar desativadas. Em seu fundo, encon-
tram-se dois córregos que praticamente não possuem mata ciliar preservada. Na
Administração Municipal I – as placas indicativas Jairo
do ex-prefeito da cooperação
Gianoto, com o Poder Público
foi recebido Mu-
um recurso
nicipal deverão ser relativas às entidades que efetivamente pres-
financeiro especialmente direcionado para a implementação de estruturas que
tam os serviços de cooperação, obedecidos o modelo e a técnica
permitissem a visitação e a recuperação florestal do local. Entretanto, o máximo
de instalação constantes do regulamento desta Lei;
que se pode encontrar II - éasuma pista
faixas de caminhada
serão permitidas mal projetada;
a título precário, uma sede utiliza-
unicamente na
da por muito tempo pelo Corpo
promoção de Bombeiros,
de propaganda e que assistencial,
de caráter foi ocupadacívico,pela Polícia
educa-
Florestal a partir decional,maio científico,
de 2003; eturístico
uma imensa área desmatada.
ou eleitoral, devendo, ainda,Um projeto
atender de
às
seguintesna
recuperação foi viabilizado condições:
última gestão municipal, buscando tornar a área um
a) em para
ponto de lazer e visitação nenhuma hipótese poderão
a comunidade carente queser vive
instaladas
a sua sobre o leito
volta, mas a-
carroçável das vias ou ser afixadas em árvores;
inda aguarda recursos financeiros.
b) durante o período em que estiverem expostas, deverão ser
c) Parque Florestal Municipal
mantidas das Perobas: condições
em perfeitas localizadodenos lotes 210-A
afixação e 211-A, 210
e conservação;
e 210-G da Gleba Ribeirão
c) após Pingüim,
a realização com
do área total
evento, dedata
cuja 263.438,74
ou períodom , deverá
2 constituído
obri-
de remanescentes da gatoriamente
vegetação nativaconstarque dasapresentam
faixas, estasespécies
deverão representativas
ser retiradas, pelo
da
responsável, no prazo máximo de 48 horas
flora e da fauna da região. Essa área, reconhecida como parque pela Lei Comple- [...].
mentar nº 3.513/93, também se encontra abandonada e não possui um plano de
Conforme se pode constatar ao circular pela cidade, muitos anúncios, apesar da lei,
manejo.
ainda são colocados nos logradouros públicos sem qualquer fiscalização pelo Poder Públi-
co. Um dos maiores problemas de Maringá está na pintura de muros residenciais e comer-
ciais, em especial
76 Ver comentário nasdeépocas
da nota rodapé nºde96.eleição, enfocando anúncios de empresas e candidatos: um
__ 122
158 __
CAPÍTULO II DOS PRINCIPAIS PROBLEMAS AMBIENTAIS DE MARINGÁ
fato que é amparado pela legislação eleitoral, mas nos limites impostos pelo interesse local
previsto na legislação municipal. Entretanto, por questões de conveniência e política, nem
sempre esta lei é observada e fiscalizada.
Muitas fachadas comerciais também ultrapassam as medidas autorizadas pela lei, oca-
sionando sérios danos à arborização das vias de Maringá. Não são raros os casos em que o
comerciante retira ou elimina, de alguma forma, a árvore que estaria “atrapalhando” a
visualização de seu estabelecimento.
O artigo 12 prevê doze situações exemplificativas em que fica proibida a colocação
ou exibição de anúncios.
No artigo 13, a lei exige a observação de algumas normas gerais relativas aos anún-
cios, que vão desde a segurança para o público até o zelo com as normas relativas à sinali-
zação de trânsito. No artigo 20, a lei estabelece ainda que os anúncios não poderão, por
qualquer forma, “prejudicar a aeração, a insolação e a iluminação do imóvel edificado onde
estiverem afixados ou dos imóveis vizinhos.”
Para controlar as formas e o tamanho dos anúncios, em regras previstas em vários de
seus artigos, a Lei inovou no artigo 14 ao prever uma fórmula para o cálculo da altura do
anúncio.
Nos artigos 15 e 16, há uma classificação dos anúncios, de acordo com suas caracte-
rísticas principais:
__ 159 __
MARINGÁ VERDE? CAPÍTULO II DOS PRINCIPAIS PROBLEMAS AMBIENTAIS DE MARINGÁ
d) ZP4: Horto
Parágrafo único.Florestal;
Consideram-se complexos os anúncios:
a) ZP5:
e) que tenham
Parque daáreaNascente
total de do
exposição
Ribeirãosuperior
Paiçandu;a 10m2;
b) ZP6:
f) com Bosque
área totaldas exposição superior a 5m2, de altura (H2) su-
deGrevíleas;
perior
g) ZP7:a 4m;
Parque do Sabiá;
c) ZP8:
h) com Parque
área total de exposição
Florestal Municipalsuperior a 5m2 e movimentos
das Perobas;
ZP9: Recanto Borba Gato;
mecânicos;
i)
d)ZP10:
j) com Parque
área total de exposição
Ecológico superior
Municipal a 5m2 e instalados em
do Guaiapó;
k) ZP11:perpendicular
posição Parque Florestal ou oblíqua
Municipalà fachada ou à testada do lote;
das Palmeiras;
e) ZP12:
l) com voltagem
Parque doigual ou superior a 220 volts;
Cinqüentenário;
f) ZP13:
m) instalados em da
Parque áreaRua
de Teodoro
sítio significativo;
Negri;
g) ZP14:
n) instalados emAlfredo
Parque cobertura sem edificação;
Werner Nyffeler;
h) ZP15:
o) que, pela sua forma,
Reservas alteremBorba
do Córrego Gato76; a fachada;
ou componham
p) ZP16:
i) Reserva
permitidos nosdalogradouros
Rua Diogo M. Esteves;com exceção dos pre-
públicos,
q) ZP17:
vistos no Reserva
artigo 25;do Córrego Cleópatra;
r)j) ZP18: Reservaapresentar
que possam da Rua Pioneira Deolinda
problemas afetosT. àGarcia;
segurança da po-
s) ZP19:ou
pulação Reserva do Córrego
à estética da cidade.Moscados;
Destacam-se,
Dentre tantas dentre
outras elas,
regulamentações,
as seguintes áreas:
destaca-se na Lei nº 4.780/99, a criação da o-
brigatoriedade
a) ParquedoEcológico
licenciamento Municipal
préviodo paraGuaiapó:
a instalaçãoreconhecido
ou inserção como
de qualquer
parque pela
anúncio
Lei
em Maringá, Complementar
estabelecendonº 3.513/93,
para tanto, possui
um uma
procedimento
área de 16.204,48
de registro,
m2, localizado
tanto da empresa
na qua-
que trabalha neste do
dra 43-B ramo, como de
Conjunto cada anúncio
Residencial instalado
Parigot (artigo
de Souza, 26 e seguintes).
constituído de remanescen-
94
Paratesefetivar
da vegetação nativa. aAlei
essa medida, área não possuino
estabeleceu, plano
artigode 35,
manejoque e“oenfrenta problemas
licenciamento do
estruturais
anúncio implica, para garantir sua
obrigatoriamente, no sobrevivência.
seu registro no Somente
Cadastro no ano de 2003
de Anúncios a áreaa ser
(Cadan), foi
criado por cercada pelaExecutivo”.
Decreto Prefeitura de Maringá,cada
Portanto, numa tentativa
anúncio de isolamento
deverá ser cadastrado das de
principais
acordo
áreas verdes do município.
com as normas regulamentares, até hoje não editadas pelo Poder Executivo. Cada anúncio
sujeitob)aoJardim Botânico:obrigatório
licenciamento com uma área devede seraproximadamente
identificado no local 9 milonde
m2 ,fornela localizam-se
instalado, pela
duas antigas lagoas de tratamento da Sanepar desativadas. Em seu fundo, encon-
inscrição do seu número de licença e registro perante o Cadan (art. 37).
tram-se dois córregos que praticamente não possuem mata ciliar preservada. Na
Para que a empresa possa registrar qualquer anúncio, deverá ela própria estar regis-
Administração Municipal do ex-prefeito Jairo Gianoto, foi recebido um recurso
trada junto à Secretaria de Meio Ambiente de Maringá, conforme dispõem os artigos 38 e
financeiro especialmente direcionado para a implementação de estruturas que
39:
permitissem a visitação e a recuperação florestal do local. Entretanto, o máximo
que se pode encontrar é uma pista de caminhada mal projetada; uma sede utiliza-
Art. 38. Fica criado, na Secretaria de Serviços Urbanos e Meio
da por muito tempo pelo Corpo
Ambiente, de Bombeiros,
o Cadastro de Empresas e que Instaladoras
foi ocupadade pela Polícia
Anúncios
Florestal a partir dePublicitários
maio de 2003; e uma imensa
Complexos, para osáreafins desmatada.
previstos noUm projetoúni-
parágrafo de
co do artigo
recuperação foi viabilizado 31.95 gestão municipal, buscando tornar a área um
na última
ponto de lazer e visitaçãoArt. 39 para
- As pessoas jurídicascarente
a comunidade interessadas no cadastramento
que vive a sua volta, mas refe-
a-
rido no artigo anterior deverão instruir seu pedido com os seguin-
inda aguarda recursos financeiros.
tes documentos:
c) Parque Florestal Municipal das Perobas: localizado nos lotes 210-A e 211-A, 210
e 210-G da Gleba Ribeirão Pingüim, com área total de 263.438,74 m2, constituído
94 “Art. 27 de- Ficam
remanescentes da vegetação
excluídos da exigência prevista nativa
no caputque apresentam
do artigo espécies
anterior, estando representativas
sujeitos da
apenas à comunica-
ção e àflora
autorização do órgão competente, os seguintes anúncios:
e da fauna da região. Essa área, reconhecida como parque pela Lei Comple-
I – os anúncios transitórios;
II – as mentar nº 3.513/93,
faixas, quando colocadas nostambém sepúblicos;
logradouros encontra abandonada e não possui um plano de
III - osmanejo.
anúncios veiculados em cavaletes, relativos a empreendimentos imobiliários [...].”
95 “Art. 31. [...]
Parágrafo único. Somente poderão requerer licença para instalação de anúncios publicitários complexos as pessoas
jurídicas que exploram esta atividade econômica, desde que devidamente cadastradas perante a Prefeitura, na for-
76 Ver
macomentário da nota
estipulada neta de rodapé nº 96.
Lei.”
__ 122
160 __
CAPÍTULO II DOS PRINCIPAIS PROBLEMAS AMBIENTAIS DE MARINGÁ
Infelizmente, essa é uma lei que ainda não foi regulamentada pelo Poder Executivo,
tendo em muito ultrapassado o período de 60 dias previsto pelo artigo 67. Apesar disto, a
obrigação do cumprimento de suas disposições está em vigor, caracterizando omissão das
autoridades competentes e dos anunciantes. Esse problema, que não ocorre apenas com
essa lei, decorre, especialmente em Maringá, de uma grande falta de coordenação entre os
poderes Legislativo e Executivo. Este último, normalmente estando muito atarefado com
as questões cotidianas, não quer se comprometer com nenhum outro problema. Já o Po-
der Legislativo acredita que pode mostrar trabalho para a população apenas com a edição
de leis. Assim, cria normas das mais diversas naturezas, e ainda que consultem previamen-
te96 o órgão que será o responsável por sua aplicação, nem sempre leva em consideração
as impossibilidades reais apontadas, seja de estrutura ou seja de viabilidade técnica.
Mesmo sabendo-se que muitas vezes a criação de uma lei é a única saída para forçar
o Executivo a tomar determinadas medidas, deve-se sempre ter em conta a necessidade de
uma coordenação entre os poderes, visando não apenas à formalização de ações, mas, sim,
a sua efetividade.
A competência da Secretaria de Meio Ambiente de Maringá para realizar os cadas-
tramentos está contida no artigo 52 da Lei nº 4.780/99, que estabelece: “I – aprovar, licen-
ciar e cadastrar os anúncios em geral; II – cadastrar as empresas instaladoras de anúncios
publicitários complexos; III – efetuar vistorias em geral, levantamentos e avaliações” etc.
Percebe-se, assim, que, mesmo não havendo a regulamentação do Cadan pelo Prefei-
to Municipal, a Semma já se encontra obrigada a proceder ao licenciamento e ao registro,
além das demais obrigações decorrentes dessa lei.
Apesar de tantos problemas, a fiscalização da Semma tem evitado que muitos anún-
cios irregulares sejam colocados na paisagem de Maringá. Dificilmente se encontram faixas
de anúncios pelas vias, e não raros são os casos de pessoas responsabilizadas e mesmo
multadas por descumprimento da legislação em vigor, em especial quanto ao respeito à
localização dos anúncios, independentemente da existência de registro ou licença, que
configurariam outra infração autônoma.
96 Esta medida nem sempre é observada pela Câmara Municipal, não sendo raros os casos em que projetos de lei,
notadamente os de caráter ambiental, são aprovados sem nenhuma consulta prévia a Secretaria de Meio Ambiente
do Município ou ao Comdema. Como exemplo recente, tem-se a Lei Complementar n° 447 de 17.12.2002, de au-
toria do então vereador Edmar Arruda, que alterou a atribuição de Zona de Proteção Ambiental do Parque Borba
Gato, sem consulta ao Poder Executivo e muito menos à população, conforme exigido pelo Estatuto da Cidade
(art. 40, §4°, I, II e III). Apesar de ter sido preparado um laudo sobre as condições de degradação ambiental da á-
rea, que justificaria o seu loteamento, questiona-se se a melhor postura de uma Câmara de Vereadores preocupada
com a qualidade de vida de Maringá não seria a de propor a recuperação ambiental da área. Mantido o mesmo po-
sicionamento da Câmara de Vereadores, não será impossível imaginarmos que a continuar a degradação do Parque
do Ingá, o mesmo se sujeite a ser loteado num futuro não tão distante.
__ 161 __
MARINGÁ VERDE? CAPÍTULO II DOS PRINCIPAIS PROBLEMAS AMBIENTAIS DE MARINGÁ
d) ZP4:
Com relação às penalidades Horto Florestal;
administrativas previstas pela Lei nº 4.780/99, destaca-se
o artigo 45: e) ZP5: Parque da Nascente do Ribeirão Paiçandu;
f) ZP6: Bosque das Grevíleas;
g) ZP7: Parque do Sabiá;
Art.
h) ZP8: 45 -Parque
Consideram-se infrações das
Florestal Municipal passíveis
Perobas;de punição prevista
nesta Lei:
i) ZP9: Recanto Borba Gato;
Ij) –ZP10:
exibirParque
o anúncio:
Ecológico Municipal do Guaiapó;
a) ZP11:
k) sem aParque
necessária licençaMunicipal
Florestal ou autorização;
das Palmeiras;
b)ZP12:
l) em desacordo
Parque docom o tipo licenciado (indicativo ou publicitá-
Cinqüentenário;
rio)ZP13:
m) ou com as dimensões
Parque e características
da Rua Teodoro Negri; aprovadas;
c) ZP14:
n) fora do prazoAlfredo
Parque constante na licença;
Werner Nyffeler;
II -ZP15:
o) manter Reservas
o anúnciodo em
Córrego Borba de
mau estado Gato 76;
conservação;
p) ZP16:
III – manter Reserva da Rua
o anúncio emDiogo M. Esteves;
condições precárias de segurança;
q) ZP17:
IV – não Reserva
atender do Córrego Cleópatra;
a intimação do órgão competente quanto à re-
r) ZP18:doReserva
moção anúncio;da Rua Pioneira Deolinda T. Garcia;
Vs) ZP19:
– colocarReserva do Córrego
ou exibir anúncios Moscados;
nos locais e modalidades proibi-
dos, conforme disposto no artigo 12 desta Lei;
Destacam-se, dentre elas,
VI as seguintesqualquer
– praticar áreas: outra violação às normas previstas nesta
Lei e no seu regulamento.
a) Parque Ecológico Municipal do Guaiapó: reconhecido como parque pela Lei
Complementar nº 3.513/93, possui uma área de 16.204,48 m2, localizado na qua-
Com base na disposição genérica do inciso VI do artigo transcrito anteriormente e
dra 43-B do Conjunto Residencial Parigot de Souza, constituído de remanescen-
dos valores
tes monetários
da vegetaçãofixados
nativa.peloA áreaartigo
não46, inciso
possui I (multa
plano de 50 ae 1000
de manejo Ufir´s),
enfrenta o De-
problemas
creto n° estruturais
1.358/2002, que disciplina as infrações ambientais administrativas
para garantir sua sobrevivência. Somente no ano de 2003 a área foi em Maringá,
dispõe nocercada
artigo 62:
pela Prefeitura de Maringá, numa tentativa de isolamento das principais
áreas verdes do município.
b) Jardim Botânico: com Art.uma 62. Deixar
área deoaproximadamente
proprietário ou responsável
9 mil m2 por anúncios
, nela sujei-
localizam-se
tos ao licenciamento obrigatório, de obter a devida licença e/ou
duas antigas lagoas de tratamento da Sanepar desativadas. Em seu fundo, encon-
registro do anúncio no Cadastro de Anúncios (Cadan).
tram-se dois córregos que praticamente não possuem mata ciliar preservada. Na
Multa de R$ 300,00 (trezentos reais) a R$ 1.000,00 (mil reais) por
Administração Municipal
anúncio.do ex-prefeito Jairo Gianoto, foi recebido um recurso
financeiro especialmente
Parágrafo direcionado
único. Incorreparanasa mesmas
implementação
penas quem: de estruturas que
permitissem a visitação e a recuperação florestal do local. Entretanto,
I – deixar de identificar o anúncio no local de sua instalação, o máximoatra-
que se pode encontrarvés do é uma pista dede
seu número caminhada mal projetada; uma sede utiliza-
licença e registro;
da por muito tempo II –peloexibir anúncio
Corpo de em desacordoe com
Bombeiros, que ofoitipo licenciado
ocupada pela(indicati-
Polícia
vo ou publicitário) ou com as dimensões
Florestal a partir de maio de 2003; e uma imensa área desmatada. Um projeto e características aprova-
de
das;
recuperação foi viabilizado na última gestão municipal, buscando
III – exibir o anúncio fora do prazo constante da licença; tornar a área um
ponto de lazer e visitação
IV – manter para ao comunidade
anúncio em mau carente quedevive
estado a sua volta, mas a-
conservação;
inda aguarda recursosV –financeiros.
manter o anúncio em condições precárias de segurança;
VI – nãodas
c) Parque Florestal Municipal atender a intimação
Perobas: localizadodo órgão competente
nos lotes 210-A e quanto
211-A,à210 re-
moção do anúncio;
e 210-G da Gleba Ribeirão Pingüim, com área total de 263.438,74 m , constituído 2
VII – colocar ou exibir anúncios nos locais e modalidades proibi-
de remanescentes da dosvegetação
por lei; nativa que apresentam espécies representativas da
flora e da fauna da VIII
região. Essa área,
– praticar reconhecida
qualquer como
outra violão às parque
normas pela Lei Comple-
previstas na legis-
mentar nº 3.513/93, laçãotambém se encontra abandonada e não possui um plano de
pertinente.
manejo.
É fundamental que se reconheça que a multa não é um ato de discricionariedade da
Administração
76
Pública. A Lei nº 6.938/81 previu expressamente a responsabilidade civil
Ver comentário da nota de rodapé nº 96.
__ 122
162 __
CAPÍTULO II DOS PRINCIPAIS PROBLEMAS AMBIENTAIS DE MARINGÁ
objetiva por danos ao meio ambiente, e a Lei nº 9.605/98 estabeleceu os critérios gerais a
serem seguidos pela Administração Pública na imposição de sanções administrativas.
Como assevera Hely Lopes Meirelles, “o poder de polícia age através de ‘ordens e
proibições’, mas, e sobretudo, por meio de ‘normas limitadoras e sancionadoras’, ou pela
ordem de polícia, pelo consentimento de polícia, pela fiscalização de polícia e pela sanção
de polícia”.97
Sabendo-se da obrigação do Poder Público, decorrente diretamente de seu poder de
polícia, que se consubstancia em um verdadeiro dever de policiar as atividades privadas e,
mesmo públicas, e de estabelecer sanções contra aqueles que transgredirem as normas
legais vigentes, não há como um órgão público, de competência municipal, eximir-se do
dever de impor tal sanção ao infrator que, objetivamente, tenha causado dano ao meio
ambiente.
97 MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo brasileiro. 16. ed. atual. pela Constituição de 1988. São Paulo: R. dos
Tribunais, 1991. p. 122. O conceito do poder de polícia está previsto no art. 78, do Código Tributário Nacional.
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CAPÍTULO II DOS PRINCIPAIS PROBLEMAS AMBIENTAIS DE MARINGÁ
__ 164 __
6 Poluição do ar
98
76 Ver
ÚNICA
comentário
solução
da énota
a destivação
de rodapédas
nºempresas.
96. O Diário de Maringá, Maringá, 12 maio 1999. p. 3.
__ 122
166 __
CAPÍTULO II DOS PRINCIPAIS PROBLEMAS AMBIENTAIS DE MARINGÁ
A maior parte dos incômodos gerados pela emissão de gases pode ser evitada medi-
ante processos de controle e monitoramento, que se tornarão mais caros ou inviáveis, à
medida que for maior o volume emitido e a sua composição conter elementos mais noci-
vos.
Outro caso mais recente ocorreu na Zona 06, onde uma empresa produtora de ração
e derivados foi autorizada, em 1996, pela Prefeitura de Maringá, a se instalar em um imó-
vel situado a menos de 20 m de uma área residencial, densamente povoada. Naquela épo-
ca, a área ainda era considerada industrial. Apesar disto, o erro dos administradores públi-
cos se configura, à medida que os estudos que justificaram a sua alteração para área de
serviços especiais já tinham sido elaborados. Ou seja, o conflito subseqüente já era previsí-
vel, ainda mais com a experiência de outra empresa similar, que causara sérios transtornos
para a população.
Esse caso está sendo acompanhado pela Promotoria de Meio Ambiente e pela Secre-
taria de Meio Ambiente de Maringá. A empresa assumiu o compromisso de adotar medi-
das de controle ambiental. Após 2 anos e 4 relatórios, alguns problemas foram minimiza-
dos. Entretanto, a comunidade voltou a se mobilizar, no início de 2003, para exigir provi-
dências das autoridades competentes, alegando que os principais problemas (o mau cheiro,
o pó, o trânsito de veículos pesados até tarde e a poluição sonora do funcionamento da
empresa) restavam sem solução. Essa discussão ainda prossegue, mas deixa um alerta para
as autoridades responsáveis pelo planejamento de Maringá quanto às conseqüências decor-
rentes de decisões mal tomadas.
Vários outros problemas localizados são constatados no município, o que demonstra
a falta de uma política eficiente para a localização de empresas potencialmente poluidoras,
segundo o zoneamento ambiental elaborado pelo Plano Diretor de Maringá.
Outro problema que poderia ser citado em Maringá diz respeito à poluição causada
pelos veículos automotores que circulam pela cidade. Sabendo-se que Maringá tem uma
frota aproximada de um veículo para cada 4 habitantes100, pode-se ter uma idéia de sua
gravidade. Entretanto, não há registro de nenhum estudo sobre a qualidade do ar atmosfé-
__ 167 __
MARINGÁ VERDE? CAPÍTULO II DOS PRINCIPAIS PROBLEMAS AMBIENTAIS DE MARINGÁ
de remanescentes da IIIvegetação
– Classe 3nativa
– áreasque apresentam
urbanas espécies
das regiões representativas
metropolitanas da
de Curi-
tiba, Londrina, Maringá, de municípios com
flora e da fauna da região. Essa área, reconhecida como parque pela Lei Comple- população acima de
50.000 habitantes ou com áreas definidas
mentar nº 3.513/93, também se encontra abandonada e não possui um plano de como industriais, onde
o nível de deterioração da qualidade do ar seja limitado pelo pa-
manejo. drão primário de qualidade.
100Ver
76 Detran-PR
comentário
(2000).
da nota
Disponível
de rodapé
em:nº<www.detranpr.gov.br>.
96. Acesso em: 20 out. 2003.
__ 122
168 __
CAPÍTULO II DOS PRINCIPAIS PROBLEMAS AMBIENTAIS DE MARINGÁ
__ 169 __
MARINGÁ VERDE? CAPÍTULO II DOS PRINCIPAIS PROBLEMAS AMBIENTAIS DE MARINGÁ
d) ZP4:
Os médicos têm apontado umHorto
grande número de processos alérgicos na população
Florestal;
de Maringá. Esse fato pode e)serZP5: Parque da
constatado porNascente do Ribeirão
profissionais da áreaPaiçandu;
de saúde, em especial
f) ZP6: Bosque das Grevíleas;
os médicos pneumologistas, que identificam vários problemas respiratórios na população
g) ZP7: Parque do Sabiá;
maringaense. h) ZP8: Parque Florestal Municipal das Perobas;
Esse é, atualmente, o principal problema
i) ZP9: Recanto referente
Borba Gato; à qualidade do ar em Maringá: a
j) ZP10: Parque Ecológico Municipaldas
falta de estudos científicos que indiquem as conseqüências do atividades
Guaiapó; realizadas na
k) ZP11: Parque Florestal Municipal das Palmeiras;
cidade. A importância de indicadores ambientais para o controle da qualidade do meio
l) ZP12: Parque do Cinqüentenário;
ambiente é inquestionável.
m) ZP13: Parque da Rua Teodoro Negri;
n) ZP14: Parque Alfredo Werner Nyffeler;
o) ZP15: Reservas do Córrego Borba Gato76;
p) ZP16: Reserva da Rua Diogo M. Esteves;
q) ZP17: Reserva do Córrego Cleópatra;
r) ZP18: Reserva da Rua Pioneira Deolinda T. Garcia;
s) ZP19: Reserva do Córrego Moscados;
__ 122
170 __
7 Qualidade da água
A quantidade de água existente no Planeta Terra é de 1,6 bilhões de Km3, sendo que
1.320.000.000 Km3 é de água salgada, 29.000.000 Km3 de água doce congelada nas geleiras
e calotas, 8.600.000 Km3 de água doce nos continentes, e sob eles 13.000 Km3 na forma
de vapor de água na atmosfera (Tabela 28).
O problema da escassez de água no mundo tem fortes laços com a questão social,
mostrando-se bastante diferente entre as nações ricas e as pobres. De acordo com a Uni-
cef, somente metade da população mundial tem acesso à água potável. A irrigação corres-
ponde a 73% do consumo de água; 21% vai para a indústria e 6% destina-se ao consumo
doméstico.
Esses dados tomam suas devidas proporções quando observa-se que de toda a quan-
tidade e água existente no mundo, apenas 0,00378% está disponível para consumo huma-
no. E ainda, quando constata-se que 1 bilhão e 200 milhões de pessoas (35% da população
mundial) não contam com abastecimento de água potável; 1 bilhão e 800 milhões de pes-
MARINGÁ VERDE? CAPÍTULO II DOS PRINCIPAIS PROBLEMAS AMBIENTAIS DE MARINGÁ
__ 172
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__
CAPÍTULO II DOS PRINCIPAIS PROBLEMAS AMBIENTAIS DE MARINGÁ
Conforme os dados da Sanepar, em 2003 houve uma oferta real de 970 l/s, e um
consumo de 779 l/s reais de água tratada, com o atendimento de aproximadamente
301.988 habitantes, de um total estimado de 303 mil habitantes em Maringá. Esses núme-
ros correspondem a cerca de 99,78% da população. Com as obras de ampliação em fase
de finalização, o superávit será ainda maior, permitindo um funcionamento regular da
estação até o ano de 2010.
O manancial utilizado para o abastecimento de Maringá é o Rio Pirapó, que nasce
entre os municípios de Apucarana e Arapongas, e banha Mandaguari, Sabáudia, Astorga,
Marialva e Maringá. Seu afluente mais importante é o Rio Bandeirantes do Norte, que
nasce em Arapongas e tem uma extensão de 196 km.
A atividade econômica principal da bacia do Pirapó é a agropecuária. As culturas
mais importantes são a soja, o trigo e a cana-de-açúcar, havendo ainda pastagens. A bacia é
relativamente industrializada, com predominância das agroindústrias: 5 destilarias de álco-
ol, 2 de óleos comestíveis, 8 laticínios, 4 frigoríficos, 5 curtumes, 2 fecularias e 4 alimentí-
cias. Essas indústrias também utilizam as águas da bacia em seus processos industriais.
__ 173 __
MARINGÁ VERDE? CAPÍTULO II DOS PRINCIPAIS PROBLEMAS AMBIENTAIS DE MARINGÁ
estruturais para garantir sua sobrevivência. Somente no ano de 2003 a área foi
Os cercada pela afastados
bairros mais Prefeituraede Maringá, numa desfavoráveis
topograficamente tentativa de isolamento
à adução são dasabastecidos
principais
áreas verdes do município.
por sistema de poços artesianos, que totalizam uma vazão de 0,187 m23/seg. São sistemas
b) Jardim Botânico: com uma área de aproximadamente 9 mil m , nela localizam-se
alternativos, mantidos pela Sanepar, conforme relacionado na tabela abaixo, dotados de
duas antigas lagoas de tratamento da Sanepar desativadas. Em seu fundo, encon-
reservatórios
tram-seelevados com grande
dois córregos quecapacidade.
praticamente não possuem mata ciliar preservada. Na
Administração Municipal do ex-prefeito Jairo Gianoto, foi recebido um recurso
financeiro
Tabela especialmente
30 - Sistema direcionado para adeimplementação
de abastecimento água em Maringá de estruturas que
permitissem a visitação e a recuperação florestal do local. Entretanto, o máximo
que seExtensão
pode encontrar é uma pista Número de ligaçõesmal projetada; uma
de caminhada sede utiliza-
Consumo - m3
Ano da por muito média men-
linear (M) tempo pelo Corpo
Residen- Comer-de Bombeiros,
Indus- eP.que foiTotal
ocupada pela Polícia
sal/anual
Florestal a partir de cial cial e uma
maio de 2003; trial
imensaPúblico
área desmatada. Um projeto de
1995 1.319.575foi viabilizado
recuperação 52.705 na 6.284 399 municipal,
última gestão 637 buscando
60.025 tornar1.232.779
a área um
1996 1.364.475 54.513 6.563 489 696 62.261
ponto de lazer e visitação para a comunidade carente que vive a sua volta, mas a- 1.257.521
1997 inda aguarda
1.463.559recursos financeiros.
57.322 6.902 490 729 65.443 1.259.868
1998c) Parque Florestal Municipal
1.466.625 60.147 das Perobas:497
7.125 localizado891nos lotes 210-A e1.283.198
68.660 211-A, 210
1999 e 210-G da Gleba Ribeirão
1.467.874 62.953 Pingüim,
7.258 com469 área total754
de 263.438,74
71.434 m ,1.457.203
2 constituído
2000 de remanescentes
1.537.412 da vegetação
64.653 nativa que
7.468 460apresentam
778 espécies
73.359representativas
1.268.891 da
2001 flora 1.587.586
e da fauna da 66.540
região. Essa área, reconhecida
7.766 456 como
805 parque
75.567 pela Lei Comple-
1.292.336
2002 mentar nº 3.513/93,69.348
1.611.718 também 7.992
se encontra 536abandonada
804 e não possui um
78.680 plano de
1.343.655
2003 manejo. 1.612.073 70.325 8.082 528 810 79.745 1.379.109
Fonte: Sanepar (2003). Dados até março de 2003.
__ 174
__ 122 __
__
CAPÍTULO II DOS PRINCIPAIS PROBLEMAS AMBIENTAIS DE MARINGÁ
__ 175 __
MARINGÁ VERDE? CAPÍTULO II DOS PRINCIPAIS PROBLEMAS AMBIENTAIS DE MARINGÁ
__ 176
__ 122 __
__
CAPÍTULO II DOS PRINCIPAIS PROBLEMAS AMBIENTAIS DE MARINGÁ
Outro grave problema enfrentado pela Sanepar e pela população de Maringá diz res-
peito à contaminação do Rio Pirapó, principalmente por matéria orgânica (coliformes
fecais) e inorgânica, não-degradável, como óleos, graxas e metais pesados.
Como a contaminação da água do Pirapó ocorria de forma intensa próximo ao local
de captação da Sanepar, esta teve que ser levada para um ponto mais acima do rio, em
cerca de 300 m, em 1997, justamente para fugir da junção do Rio Pirapó com o Rio Sa-
randi. Esse rio é o principal afluente contaminador das águas do Pirapó. Isto porque existe
na região do município de Sarandi muitas ligações clandestinas de esgoto, além do lança-
mento de efluentes de indústrias e postos de combustível diretamente no rio (ver foto 33).
No estudo que levou em conta dados sobre a bacia do Rio Pirapó, no período de
1963 e 1998, apresentado pelo pesquisador Lorenso Cassaro101, pode-se perceber que o
Rio Pirapó, atualmente possuindo suas águas como da classe 2, pela classificação do Co-
nama102, está passando por um processo de grande transformação e degradação.
Em suas conclusões, Lorenso Cassaro afirma que em função dos dados de turbidez
do Rio Pirapó versus a pluviometria da região, é possível se observar a presença de grandes
depósitos de solo fértil, ao longo da bacia, decorrente da falta de matas ciliares na região e
o mau uso do solo na área rural, comprometendo a rede hídrica. Em tom de preocupação,
conclui que, “diante da avaliação constante das características de qualidade da água in-
natura do Rio Pirapó, constata-se que sua degradação está se acentuando rapidamente,
podendo em breve tornar-se inviável a sua utilização para o abastecimento público.”103
101 CASSARO, Lorenso. Estudo da degradação ambiental da bacia de captação de água de abastecimento da cidade de Maringá: Rio
Pirapó. Maringá: Departamento de Engenharia Química, Universidade Estadual de Maringá, 1999.
102 Resolução no 20, do Conama, alterada pela Resolução nº 357/2005.
103 CASSARO, 1999, p. 60.
__ 177 __
MARINGÁ VERDE? CAPÍTULO II DOS PRINCIPAIS PROBLEMAS AMBIENTAIS DE MARINGÁ
b) dra
estético:
43-Bpela remoção ou
do Conjunto redução das
Residencial características
Parigot de Souza,físicas que tornam
constituído a água re-
de remanescen-
pulsiva ao consumidor (cor, turbidez, odor e sabor).
tes da vegetação nativa. A área não possui plano de manejo e enfrenta problemas
c) econômico:
estruturais para através remoção
garantir sua ou redução de substâncias
sobrevivência. Somente noque anoimpedem
de 2003a autilização
área foi
da água para
cercada pela fins industriais
Prefeitura (dureza, agentes
de Maringá, corrosivos,
numa tentativa ferro, manganês,
de isolamento etc.)
das principais
No áreas
Brasil, "todadoágua
verdes destinada ao consumo humano deve obedecer ao padrão de
município.
potabilidade
b) Jardim e Botânico:
está sujeitacom à uma
vigilância
área dedaaproximadamente
qualidade da água" 9 mil(Portaria
m2 , nelanº 1.469 de
localizam-se
19.1.2000, do antigas
duas Ministrolagoas
da Saúde).
de tratamento da Sanepar desativadas. Em seu fundo, encon-
O tram-se
processodois de tratamento água in naturanão
córregos quedapraticamente oupossuem
água brutamatacaptada em mananciais
ciliar preservada. Na
superficiais (rios, lagos etc.),
Administração é conhecido
Municipal como tratamento
do ex-prefeito convencional,
Jairo Gianoto, foi recebido composto pelas
um recurso
seguintesfinanceiro
etapas: pré-cloração;
especialmente coagulação/floculação;
direcionado para adecantação;
implementação filtração; desinfecção;
de estruturas quee
correção permitissem
do pH. a visitação e a recuperação florestal do local. Entretanto, o máximo
Apósqueesse processo,
se pode resta éa uma
encontrar necessidade
pista dedo controle mal
caminhada da qualidade
projetada;dauma água. Isto
sede por-
utiliza-
que, em daseuportrajeto desde a ETA até o consumidor, a água deverá,
muito tempo pelo Corpo de Bombeiros, e que foi ocupada pela Políciapara a preservação da
saúde daFlorestal
população, a partir de maio
conservar de 2003; e dentro
as qualidades uma imensa área desmatada.
dos padrões regulamentadosUm projeto
por ór-de
recuperação foi viabilizado na última gestão municipal, buscando
gãos controladores da potabilidade (O.M.S e Ministério da Saúde). Afinal, existe possibi- tornar a área um
lidade deponto
a águadenão lazer
se eenquadrar
visitação nos
paralimites
a comunidade carente exigidos,
de potabilidade que vive poisa suaavolta, masdis-
rede de a-
inda aguarda recursos financeiros.
tribuição poderá estar sujeita a reparos, remanejamentos e infiltrações de substâncias es-
c) Parque Florestal Municipal das Perobas: localizado nos lotes 210-A e 211-A, 210
tranhas que viriam a ocasionar focos de contaminação e prejuízo a saúde do consumidor.
e 210-G da Gleba Ribeirão Pingüim, com área total de 263.438,74 m2, constituído
São coletadas amostras de água em vários pontos da cidade para análises Físico-
de remanescentes da vegetação nativa que apresentam espécies representativas da
Química, Bacteriológicas, Hidrobiológicas, Metais Pesados e Pesticidas. Em Maringá, essas
flora e da fauna da região. Essa área, reconhecida como parque pela Lei Comple-
análises são realizadas pelos laboratórios da Sanepar.
mentar nº 3.513/93, também se encontra abandonada e não possui um plano de
Nas análises físico-químicas, são consideradas as condições físicas e químicas da á-
manejo.
gua, tais como: aspectos, odor, sabor, pH, cor, turbidez, alcalinidade, dureza, fenol etc. As
análises bacteriológicas têm a finalidade de verificar se existem microorganismos (bacté-
rias)
76 Vernocivos
comentárioà da
saúde.
nota deJárodapé
as análises
nº 96. hidrobiológicas têm a finalidade de verificar se existem:
__ 178
__ 122 __
__
CAPÍTULO II DOS PRINCIPAIS PROBLEMAS AMBIENTAIS DE MARINGÁ
__ 179 __
MARINGÁ VERDE? CAPÍTULO II DOS PRINCIPAIS PROBLEMAS AMBIENTAIS DE MARINGÁ
compreendido
d) ZP4: Horto àFlorestal;
montante da bacia de captação, também põe em
e)
riscoZP5:
os Parque
afluentes da do
Nascente
Pirapó.do
AsRibeirão
estaçõesPaiçandu;
depuradoras de efluen-
f) ZP6: Bosque das Grevíleas;
tes industriais e domésticos, especial a da zona sul – também ser-
g) ZP7: Parque do Sabiá;
vem para deteriorar os recursos hídricos da cidade
h) ZP8: Parque Florestal Municipal das Perobas;
[...]ZP9:
i) 5.2 Meio
RecantoAmbiente Construído
Borba Gato;
[...] O aumento da população
j) ZP10: Parque Ecológico Municipal no Município tem tido sua expres-
do Guaiapó;
k) ZP11: Parque Florestal Municipal das Palmeiras; com ocupação
são espacial no crescimento da periferia urbana,
comprometendo
l) ZP12: Parque do os Cinqüentenário;
recursos hídricos mais próximos e forçando a
expansão do sistema
m) ZP13: Parque da Rua de abastecimento.
Teodoro Negri; [...] Prosseguindo nessas
condições,
n) é previsível
ZP14: Parque Alfredoa necessidade futura de recorrer à captação
Werner Nyffeler;
do Rio Ivaí, já em outro município.104
o) ZP15: Reservas do Córrego Borba Gato76;
p) ZP16: Reserva da Rua Diogo M. Esteves;
No âmbito das propostas, esse mesmo
q) ZP17: ReservaPlano Diretor
do Córrego era objetivo:
Cleópatra;
r) ZP18: Reserva da Rua Pioneira Deolinda T. Garcia;
2.0 - Desenvolvimento
s) ZP19: Urbano Moscados;
Reserva do Córrego
2.1 - Saneamento Ambiental
2.1.1 - Abastecimento de Água
Destacam-se, dentre elas, as seguintes áreas:
Diretrizes
a) Parque Ecológico -Municipal
Garantir odo Guaiapó:dereconhecido
atendimento como parque pela Lei
100% da população;
- Instituirpossui
Complementar nº 3.513/93, mecanismos
uma deáreacontrole efetivo domdespejo
de 16.204,48 de efluentes
2, localizado nos
na qua-
córregos e ribeirões do município;
dra 43-B do Conjunto Residencial Parigot de Souza, constituído de remanescen-
- Restringir o adensamento das áreas situadas ao norte da cidade, na
tes da vegetação nativa.
regiãoA área
dos não possui
afluentes plano de manejo e enfrenta problemas
do Rio Pirapó;
- Adotar
estruturais para garantir sua medidas de proteção
sobrevivência. e conservação
Somente no anodade bacia
2003de captação
a área foide
água.
cercada pela Prefeitura
Ações
de Maringá, numa tentativa de isolamento das principais
áreas verdes do município.
- Gestionar junto a Sanepar a implementação do Plano de Expansão e
b) Jardim Botânico: coma relocação
uma áreado ponto de captação de água9para
de aproximadamente mil100m
m2 , acima do local;
nela localizam-se
- Fazer levantamento do tráfego de cargas perigosas e dos pontos de
duas antigas lagoas risco
de tratamento da Sanepar desativadas. Em
de acidentes com contaminação dos cursos de água; seu fundo, encon-
tram-se dois córregos que praticamente
- Implantar obras civis não
e de possuem
sinalização mata ciliarcríticos
nos locais preservada. Na
de acidentes
no trechodoMaringá/Marialva
Administração Municipal ex-prefeito Jairo da BR 376;
Gianoto, foi recebido um recurso
- Equipar para fiscalizar o despejo de efluentes nas áreas de manancial;
financeiro especialmente direcionado
- Controlar paranosa cursos
as emissões implementação de de
de água através estruturas que
dispositivos a-
permitissem a visitação e a recuperação
dequados, aprovados pelaflorestal
SUREHMA. do 105
local. Entretanto, o máximo
que se pode encontrar é uma pista de caminhada mal projetada; uma sede utiliza-
De daforma
por mais
muitoprofunda,
tempo peloLorenso
Corpo Cassaro utilizou-see de
de Bombeiros, quedados relativos pela
foi ocupada à qualidade
Polícia
da água Florestal
do Rio Pirapó,
a partirregistrados
de maio depela2003;Sanepar, entre janeiro
e uma imensa de 1987 aUm
área desmatada. dezembro
projeto de
1998; pela Surehma, referentes
recuperação ao período
foi viabilizado na últimade gestão
1982 amunicipal,
1986; da SUDERHSA,
buscando tornar entre 1987
a área ume
1991; e, ainda, dados relativos aos índices pluviométricos da região, através
ponto de lazer e visitação para a comunidade carente que vive a sua volta, mas a- do Simepar –
Sistema de Meteorologia do Paraná, referentes
inda aguarda recursos financeiros. ao período de 1987 a 1998, para estabelecer
a evolução dessaFlorestal
c) Parque qualidadeMunicipal
nas últimas dasdécadas,
Perobas:e alocalizado
influêncianos
daslotes
chuvas nessee processo.
210-A 211-A, 210
Com base nesse estudo, foram identificados e comprovados, com relação
e 210-G da Gleba Ribeirão Pingüim, com área total de 263.438,74 m , constituído 2 à bacia do
Pirapó, os seguintes fatores degradantes:
de remanescentes da vegetação nativa que apresentam espécies representativas da
a) flora e da fauna
lançamento da região.líquidos
de efluentes Essa área, reconhecida
de várias origens,como
como:parque pela Lei
frigorífico, Comple-
galeria plu-
mentar nº 3.513/93,
vial, detergentes também
(espuma se encontra
na superfície), abandonadaeefalta
assoreamento não de
possui um plano
proteção de
natural;
manejo.
104 MARINGÁ. Prefeitura Municipal. Plano diretor de Maringá. Maringá, 1991. Síntese de Diagnóstico e Diretrizes;
exemplar não paginado do Arquivo da Câmara de Vereadores.
76 Ver
105 Ibid.
comentário da nota de rodapé nº 96.
__ 180
__ 122 __
__
CAPÍTULO II DOS PRINCIPAIS PROBLEMAS AMBIENTAIS DE MARINGÁ
106 Para se ter uma idéias do tamanho do problema, a partir do ano de 1997, o ponto de captação de água da Sanepar
junto ao Rio Pirapó, foi mudado pelo fato de que as águas do Rio Sarandi, afluente do Pirapó, nos períodos após
as chuvas, apresentam grandes problemas com a sua qualidade, provocados pelos resíduos líquidos, sólidos e pelas
águas de galerias oriundas dos perímetros urbanos de Maringá e Sarandi.
107 CASSARO, 1999, passim.
__ 181 __
MARINGÁ VERDE? CAPÍTULO II DOS PRINCIPAIS PROBLEMAS AMBIENTAIS DE MARINGÁ
__ 182
__ 122 __
__
CAPÍTULO II DOS PRINCIPAIS PROBLEMAS AMBIENTAIS DE MARINGÁ
Pirapó, não poderá obter sucesso se não houver cooperação dos demais municípios locali-
zados na Bacia do Pirapó. Este é o desfio do novo milênio.
Além dos problemas referidos, outros ainda persistem, agravando ainda mais a situa-
ção dos recursos hídricos da região. Sabendo-se que, hoje, praticamente 99% da população
do município recebe a água tratada da Sanepar, um problema muito sério começa a ser
preocupante, não apenas em Maringá como em todo o mundo: o desperdício de água.
Para se ter uma idéia, durante um banho demorado chega-se a gastar de 95 a 180 li-
tros de água limpa; para escovar os dentes com a torneira aberta, se gasta até 25 litros; com
uma válvula de privada no Brasil utilizam-se 20 litros de água em um único aperto; com
uma torneira aberta, gasta-se de 12 a 20 litros por minuto e, pingando, 46 litros por dia.
Nessa mesma lógica, para lavar as louças, panelas e talheres com a torneira aberta o tempo
todo, acaba-se desperdiçando até 105 litros de água. Muitas pessoas costumam utilizar a
mangueira como vassoura e desperdiçam muita água durante a lavagem das calçadas, com
até 300 litros de água. Uma mangueira ligada o tempo todo, durante a limpeza do automó-
vel, consome até 600 litros de água. Já se for utilizado um balde, o consumo será de no
máximo sessenta litros.109
Conclui-se que existe a necessidade da conscientização da população para a escassez
da água e o alto custo de seu tratamento. Além disto, há sérios problemas de gerenciamen-
to dos recursos hídricos no país, com alguns índices de saneamento básico encontrados
apenas em países do continente africano.
Da mesma forma como se constata por um sério problema de escassez de energia e-
létrica, em um momento não muito longíquo haverá escassez de água potável.
Espera-se que o novo sistema de gerenciamento dos recursos hídricos, inaugurado
pela Lei no 9.433/97 (Política Nacional de Recursos Hídricos), possa ser finalmente regu-
lamentado e implementado no Estado do Paraná, visando-se ao melhor planejamento e à
execução de programas de recuperação e conservação dos rios do Estado.
A partir de um levantamento preliminar iniciado em setembro de 2001, foi realizada
uma reunião técnica de membros do executivo e legislativo de Maringá em outubro de
2001 junto com a SUDERHSA. A partir de novembro de 2001, iniciou-se uma série de
reuniões com representantes dos setores existentes ao longo do Rio Pirapó. Esse trabalho
inicial levou à realização de uma audiência pública no dia 5 de dezembro de 2001, na qual
foi formatada a proposta de criação do Comitê da Bacia do Rio Pirapó, contando com a
presença de diversas autoridades estaduais e municipais, além do Ministério Público e
demais interessados. A mesa diretora provisória, que contou com Maringá na posição da
presidência, foi encaminhada ao Conselho de Recursos Hídricos do Estado do Paraná
para apreciação em sua próxima reunião. Esta veio a ocorrer apenas em 28 de maio de
2002, quando a proposta apresentada foi aprovada com a posse dos membros efetivada
pela SUDERHSA. Passou-se então a trabalhar na composição definitiva e paritária dos
demais setores (sociedade civil, usuários e poder público). Em dezembro de 2002, foi
__ 183 __
MARINGÁ VERDE? CAPÍTULO II DOS PRINCIPAIS PROBLEMAS AMBIENTAIS DE MARINGÁ
Umadrarecente
43-B dopesquisa
Conjuntorealizada por André
Residencial Geraldo
Parigot Berezuk,
de Souza, em 2002,
constituído para o Mes-
de remanescen-
trado emtesGeografia
da vegetação nativa.cadastrou
da UEM, A área não possui plano
e levantou de manejo
informações e enfrenta
referentes problemas
a 390 poços
estruturais
perfurados na cidadepara garantir sua
de Maringá. sobrevivência.
Destes, Somente
foram escolhidos 10 no
poçosanorepresentativos
de 2003 a áreapara foi
cercada pela Prefeitura de Maringá, numa tentativa de isolamento
realização de análises físico-químicas e 10 poços para realização da medição do teor de das principais
áreas verdes
metais pesados. do município.
A terceira etapa consistiu na medida de temperatura e pH da água na saída
b) Jardim Botânico: com uma área de aproximadamente 9 mil m2 , nela localizam-se
da boca dos poços. As principais características dos poços cadastrados foram as seguintes:
duas antigas lagoas de tratamento da Sanepar desativadas. Em seu fundo, encon-
tram-se dois córregos que praticamente não possuem mata ciliar preservada. Na
Profundidade: A profundidade média dos poços maringaenses si-
Administração Municipal do ex-prefeito Jairo Gianoto, foi recebido um recurso
tua-se entre 100 a 140m de profundidade; no entanto, poços com
financeiro especialmente
mais dedirecionado para a implementação
160m são encontrados na área urbana. de Noestruturas
Aqüífero Serraque
permitissem a visitação
Geral,e poços
a recuperação florestal dodelocal.
com profundidades 50m,Entretanto,
geralmente, ojá máximo
se mos-
que se pode encontrar tramé portadores
uma pista de de caminhada
produtividademalelevada,
projetada; uma sedepara
suficientes utiliza-
uso
particular.
da por muito tempo pelo Corpo de Bombeiros, e que foi ocupada pela Polícia
Florestal a partir deVazão:
maio deA vazão
2003; média
e umados poçosárea
imensa da cidade situa-se
desmatada. Um entre 5.000dea
projeto
10.000l/h. Entretanto, poços com vazões superiores
recuperação foi viabilizado na última gestão municipal, buscando tornar a área um a 10.000l/h
podem ser encontrados, caso esses poços estejam situados em á-
ponto de lazer e visitação para a comunidade carente que vive a sua volta, mas a-
reas com fraturas basálticas acentuadas entre os derrames. [...]
inda aguarda recursos Usofinanceiros.
dos poços: [...] os poços da cidade, em sua grande maioria,
c) Parque Florestal Municipal das Perobas:
encontram-se localizado
na área central nos lotes
da cidade zona210-A
1 (Z1),ezona
211-A, 210
7 (Z7),
e 210-G da Gleba Ribeirão
zona 4 (Z4)Pingüim,
e zonacom áreaEssas
5 (Z5). totalzonas
de 263.438,74
correspondem m , constituído
2
às áreas de
de remanescentes da vegetação
maior poder nativa
aquisitivoquedaapresentam
cidade. São, espécies
portanto,representativas
áreas com água da
destinada ao uso residencial e alguns poços
flora e da fauna da região. Essa área, reconhecida como parque pela Lei Comple-voltados para o uso
mentar nº 3.513/93, comercial.
também se encontra abandonada e não possui um plano de
manejo.
110 Informações prestadas verbalmente pela Sra. Sandra Regina Viotto, coordenadora da formação do Comitê da
76 Ver comentário
Bacia da nota
do Rio Pirapó de rodapéna
e assessora nºformação
96. da respectiva UED, em 26 de agosto de 2003.
__ 184
__ 122 __
__
CAPÍTULO II DOS PRINCIPAIS PROBLEMAS AMBIENTAIS DE MARINGÁ
E ao final, após a análise dos dados colhidos em Maringá, Berezuk apresentou cinco
considerações fundamentais:
1. a qualidade da água da cidade de Maringá apresenta problemas mais sérios com
relação ao seu teor de chumbo e nitrato;
2. provavelmente, os altos teores de chumbo encontrados na água são decorrentes
dos fases emanados dos veículos da cidade, dos fases e resíduos originados pelas
atividades industriais e da utilização de pesticidas na região que possuem metais
em sua composição química;
3. Provavelmente, o alto teor de nitrato nas águas subterrâneas possui como origem
o lixo orgânico da cidade, o uso de pesticidas e fertilizantes na região que podem
influenciar em sua qualidade e a presença de antigas fossas negras que podem
contaminar o lençol freático;
4. a água maringaense apresenta-se como bicarbonatada cálcica, característica das
águas do basalto. Possui como principais íons em sua composição cálcio, magné-
sio e bicarbonato. O pH é de natureza alcalina (acima de 7);
5. Alguns poços, no entanto, podem possuir uma composição hidrogeoquímica di-
ferente, com maior quantidade de íons de sódio do que de cálcio e magnésio.
Quando isso ocorre, é muito provável que o poço em questão esteja recebendo
águas provenientes do Aqüífero Guarani, situado abaixo da Formação Serra Ge-
ral. Porém, o pH da água deve se apresentar, pelo menos, muito próximo a 8.
Outra hipótese para o alto teor de sódio na água de alguns poços da cidade pode
decorrer do fato do poço estar recebendo água de um derrame de característica
mais sódica (com maior presença de plagioclásio sódico), aspecto comum a der-
rames mais ácidos.112
De acordo com o artigo 18 da Lei Estadual nº 12.726/99 (que institui a Política Es-
tadual de Recursos Hídricos), o órgão público responsável pelo cadastro, autorização ou
outorga de uso e fiscalização dos poços artesianos no Estado do Paraná é a SUDERHSA
(Superintendência de Recursos Hídricos e Saneamento Ambiental). De uma forma geral, o
procedimento inicia-se com o requerimento do interessado, com assinatura e A.R.T. de
um geólogo responsável, para a emissão da respectiva licença prévia. Com essa licença, a
SUDERHSA permite que o requerente faça a perfuração do poço artesiano. Após a exe-
cução da obra e medida a vazão e a qualidade físico-química da água, pode ser requerida a
111 BEREZUK, André Geraldo. Classificação e análise da qualidade da água subterrânea da cidade de Maringá – PR.. 2002.
Dissertação (Mestrado)-Curso de Pós-graduação em Geografia, Departamento de Geografia, Universidade Esta-
dual de Maringá, Maringá, 2002. f. 60.
112 BEREZUK, 2002, f. 60.
__ 185 __
MARINGÁ VERDE? CAPÍTULO II DOS PRINCIPAIS PROBLEMAS AMBIENTAIS DE MARINGÁ
d) ZP4:
outorga, que depois de publicada noHorto
DiárioFlorestal;
Oficial, autoriza o requerente a utilizar a vazão
de água especificada. e) ZP5: Parque da Nascente do Ribeirão Paiçandu;
ZP6: Bosque das Grevíleas;
No Estado do Paraná, f)a Lei nº 12.726/99 estabeleceu, em seu artigo 13, quais os ca-
g) ZP7: Parque do Sabiá;
sos em que é obrigatória a outorga
h) ZP8:de uso dos
Parque recursos
Florestal hídricos:
Municipal das Perobas;
i) ZP9: Recanto Borba Gato;
Art. 13 –Parque
j) ZP10: Estão Ecológico
sujeitos à outorga
Municipal pelo
doPoder
Guaiapó;Público os seguin-
tesZP11:
k) direitos de uso
Parque de recursos
Florestal hídricos,
Municipal independentemente da
das Palmeiras;
natureza,
l) públicado
ZP12: Parque ouCinqüentenário;
privada, dos usuários:
I – ZP13:
m) derivações
Parque oudacaptações de parcela
Rua Teodoro Negri;da água existente em um
corpo
n) ZP14:de Parque
água para consumo
Alfredo final,Nyffeler;
Werner inclusive abastecimento públi-
co ZP15:
o) ou insumo de processo
Reservas do Córregoprodutivo;
Borba Gato76;
II
p) –ZP16:
extração de água
Reserva de aqüífero
da Rua Diogo M. subterrâneo
Esteves; para consumo final
ou insumoReserva
q) ZP17: de processo produtivo;
do Córrego Cleópatra;
III – lançamento,
r) ZP18: Reserva da emRuacorpo de água,
Pioneira de esgotos
Deolinda e demais resíduos
T. Garcia;
líquidos
s) ZP19: ou gasosos,
Reserva tratados Moscados;
do Córrego ou não, com o fim de sua diluição,
transporte ou disposição final;
Destacam-se, dentre elas,IV –asaproveitamentos
seguintes áreas: de potenciais hidrelétricos;
V – intervenções
a) Parque Ecológico Municipal do Guaiapó: de macrodrenagem
reconhecido urbana
comopara retificação,
parque ca-
pela Lei
nalização, barramento e obras similares que 2visem ao controle de
Complementar nº 3.513/93,
cheias; possui uma área de 16.204,48 m , localizado na qua-
dra 43-B do Conjunto VI –Residencial
outros usos Parigot
e ações dequeSouza,
alteremconstituído
o regime, a de remanescen-
quantidade ou a
tes da vegetação nativa. A área
qualidade da não
água possui plano
ou o leito de manejo
e margens e enfrenta
de corpos problemas
de água.
estruturais para garantir sua sobrevivência. Somente no ano de 2003 a área foi
Convém ressaltar
cercada que, de acordo
pela Prefeitura com a numa
de Maringá, legislação ambiental
tentativa brasileira, das
de isolamento em principais
especial a
Lei nº 6.938/81, que do
áreas verdes estabeleceu
município. a Política Nacional do Meio Ambiente, todas as ativida-
des e b)
serviços
Jardimutilizadores de recursos
Botânico: com uma área ambientais e ou efetiva ou
de aproximadamente potencialmente
9 mil poluido-
m2 , nela localizam-se
res, bem duas
comoantigas
os capazes,
lagoas sob qualquer forma,
de tratamento de causar
da Sanepar degradação
desativadas. Emambiental
seu fundo,(Art. 10)
encon-
devem ser tram-se dois córregos
precedidos que praticamente
do licenciamento ambiental.não possuem mata ciliar preservada. Na
Administração Municipal do ex-prefeito
Isto porque, de acordo com o artigo 12 da Lei JairoEstadual
Gianoto, nº foi recebido os
12.726/99, umobjetivos
recurso
do regime financeiro especialmente
de outorga de direitos dedirecionado
uso de recursospara hídricos
a implementação
do Estadode sãoestruturas que
de “assegurar
permitissem a visitação e a recuperação florestal do local. Entretanto,
o controle quantitativo e qualitativo dos usos da água e efetivo exercício dos direitos de o máximo
que se pode encontrar é uma pista de caminhada mal projetada; uma sede utiliza-
acesso à água”. Com o licenciamento ambiental, o Estado almeja outro controle. Quem
da por muito tempo pelo Corpo de Bombeiros, e que foi ocupada pela Polícia
definiu a questão foi Luís Carlos Silva de Moraes:
Florestal a partir de maio de 2003; e uma imensa área desmatada. Um projeto de
recuperação foi viabilizado na última gestão municipal, buscando tornar a área um
O momento do licenciamento é, na verdade, a primeira fiscaliza-
ponto de lazer e visitação para a comunidade
ção de conformidade, carente
ou seja, que vive apreventiva
uma verificação sua volta,damas a-
utili-
inda aguarda recursos financeiros.
zação dos recursos naturais da forma indicada na lei.
No exercício
c) Parque Florestal Municipal dessa atividade
das Perobas: é que
localizado nospercebemos
lotes 210-Aa edicotomia
211-A, 210 do
regime jurídico ambiental, ou seja, a existência
e 210-G da Gleba Ribeirão Pingüim, com área total de 263.438,74 m , constituído de regras
2 materiais
e de procedimento [...]
de remanescentes da vegetação nativa que apresentam espécies representativas da
Essa fórmula tem utilização em dois momentos: antes do início
flora e da fauna da daregião. Essa (licenciamento)
atividade área, reconhecida comoo parque
e após início depela
seuLei Comple-
desenvolvi-
mentar nº 3.513/93, também
mento se encontra
(fiscalização abandonadapunitiva).
de conformidade e não possui
113 um plano de
manejo.
113Ver
76 MORAES,
comentário
Luís
daCarlos
nota de
Silva de. Curso
rodapé nº 96.de direito ambiental. São Paulo: Atlas, 2002. p. 80.
__ 186
__ 122 __
__
CAPÍTULO II DOS PRINCIPAIS PROBLEMAS AMBIENTAIS DE MARINGÁ
Se não houver uma política clara e objetiva para a conservação dos recursos hídricos sub-
terrâneos, que envolva os órgãos municipais e Estaduais de uma grande área de abrangência,
poder-se-á comprometer uma rica e imprescindível fonte de água doce para o futuro.
Um exemplo dessa necessidade de ações conjuntas pode ser visto na relação entre os
municípios de Maringá e Sarandi. Historicamente, pode-se afirmar que o município de
Sarandi foi criado como forma de solução dos principais problemas sociais do Município
de Maringá. Após muitos anos de descaso com esse distrito, a criação de um município
autônomo mostrou-se como a melhor alternativa para a manutenção do ilusório e falso
título de cidade sem favelas para Maringá.
Hoje, o município de Sarandi luta com muito sacrifício para implementar um sistema
de saneamento ambiental. Como conseqüência, estima-se que apenas 5% da cidade esteja
atendida por redes coletoras de esgoto, com uma altíssima, senão predominante, incidên-
cia de fossas. Praticamente 100% da água consumida no município é proveniente de poços
semi-artesianos. Ou seja, o ser humano, com toda a sua genialidade, consegue ser um dos
raros animais que defeca e urina sobre o local em que obtém sua água para beber.
Essa situação não pára por aí, pois é aqui que o destino demonstra a interligação e in-
terdependência crucial que une homem e meio ambiente. O uso inadequado dos recursos
naturais no município vizinho, em especial com a contaminação do lençol freático com
coliformes fecais e resíduos industriais, afetará diretamente os recursos naturais e a saúde
da população de Maringá. Portanto, uma política ambiental metropolitana faz-se cada vez
mais fundamental para a região de Maringá.
O maior problema enfrentado atualmente em Maringá é a falta de conhecimento so-
bre a real situação do lençol freático. Não se tem informação segura sobre o número exato
de poços explorados e do volume de bombeamento desses poços, ou seja, da vazão média
dos poços. Esse ponto foi apresentado e discutido durante o 1º Fórum Ambiental de
Maringá por um grupo de 4 especialistas, e já ficava claro que:
__ 187 __
MARINGÁ VERDE? CAPÍTULO II DOS PRINCIPAIS PROBLEMAS AMBIENTAIS DE MARINGÁ
ploração
d) ZP4: Horto
deste Florestal;
recurso mineral. Serve também para se avaliar o
nível
e) ZP5:de Parque
perfuração dos poçosdodurante
da Nascente osPaiçandu;
Ribeirão anos.
NoZP6:
f) presente
Bosquemomento a cidade de Maringá também não possui
das Grevíleas;
ZP7: Parque
informações
g) sobre os aqüíferos existentes (chamadas entradas de
do Sabiá;
ZP8:
água),
h) sobre o nível
Parque estático
Florestal e dinâmico
Municipal dos poços, sobre as con-
das Perobas;
dições
i) ZP9:de exploração
Recanto Borba deste poços existentes e outras informações.
Gato;
Esta
j) ZP10:
ausência
ParquedeEcológico
dados permite a exploração
Municipal inconseqüente au-
do Guaiapó;
mentando
k) ZP11: Parque
assim Florestal
o risco deMunicipal
poluição das
ou contaminação
Palmeiras; do(s) aqüí-
fero(s)
l) ZP12:explorado(s).
Parque do Cinqüentenário;
114
__ 188
__ 122 __
__
8 Sistema de coleta e tratamento
de esgotos
Figura 1 – Distribuição percentual dos domicílios particulares permanentes, por forma de esgotamento sanitário -
2001.
Fonte: IBGE (2003).
Calcula-se que essa situação faça com que a cada 62 minutos morra uma criança de 0
a 4 anos no país, vítima de doenças relacionadas à falta de esgoto sanitário, causa também
de 65% das internações hospitalares de menores de 10 anos. No mundo, a situação não é
diferente: um bilhão de pessoas não dispõem de água potável e 1,8 bilhão não têm acesso
a sanitários e esgotos, resultando na morte de 8 milhões de crianças. Todos os municípios
brasileiros são carentes de saneamento, em um contexto que representa mais desperdício
do que economia para os cofres públicos. Para cada R$ 1,00 aplicado no setor, economi-
zam-se R$ 4,00 em medicina curativa. Levar água tratada à população, sem oferecer uma
rede de coleta e tratamento de efluentes, significa fabricar esgoto na proporção com que se
MARINGÁ VERDE? CAPÍTULO II DOS PRINCIPAIS PROBLEMAS AMBIENTAIS DE MARINGÁ
d) ZP4:deHorto
utiliza a água. Cada metro cúbico águaFlorestal;
utilizada numa residência produz, pelo menos,
em uma outro metro cúbicoe)deZP5: Parque
esgoto.115 da Nascente do Ribeirão Paiçandu;
f) ZP6: Bosque das Grevíleas;
Em Maringá, o Sistemag) de Esgotos
ZP7: ParqueSanitários
do Sabiá; está delimitado mediante duas princi-
pais vertentes, Norte e Sul, h) ZP8: Parque
subdivididas Florestal
num Municipal
total de dasdePerobas;
10 bacias contribuição, sendo da
i) ZP9: Recanto Borba Gato;
vertente Norte as bacias 1-3-6 e 7, e vertente Sul, 2-4-5-8-9 e 10.
j) ZP10: Parque Ecológico Municipal do Guaiapó;
A rede coletora de aproximadamente 484.285 Municipal
k) ZP11: Parque Florestal km em operação se distribui basica-
das Palmeiras;
l) ZP12: Parque do Cinqüentenário;
mente sobre a bacia 1 e 2 com 36.323 ligações, que atende aproximadamente 60% da po-
m) ZP13: Parque da Rua Teodoro Negri;
pulação, podendo se constar um déficit
n) ZP14: ParquedeAlfredo
20%, Werner
considerando-se
Nyffeler; como parâmetro de
o) ZP15: Reservas do Córrego Borba
eficiência - 80% da população urbana servida, segundo a Organização ;
Gato76Mundial de Saúde.
p) ZP16: Reserva da Rua Diogo M. Esteves;
q) ZP17: Reserva do Córrego Cleópatra;
r) ZP18:
Tabela Reserva de
32 - Sistema da Rua Pioneira
esgoto Deolinda T. Garcia;
de Maringá
s) ZP19: Reserva do Córrego Moscados;
Extensão Numero de ligações Consumo
Ano linear (M)dentreResid. médio/mês
Destacam-se, elas, as seguintes
Comerc. áreas:
Indust. P. Public. Total
1995a) Parque336.215
Ecológico 14.062
Municipal3.447do Guaiapó:
128 244
reconhecido 17.881
como parque568.945 pela Lei
1996 Complementar
337.126 nº 3.513/93,3.685
16.263 possui uma152 área de26416.204,4820.364
m2, localizado na qua-
567.148
1997 dra 344.392
43-B do Conjunto
17.934 Residencial
3.909 Parigot
146 de Souza,
283 constituído
22.272 de remanescen-
613.310
1998 tes 344.726
da vegetação18.753
nativa. A área
4.030não possui
139 plano 140de manejo e enfrenta 619.660
23.062 problemas
1999 estruturais
472.969 para 26.738
garantir sua sobrevivência.
4.676 197 Somente
362 no ano de 2003 862.398
31.973 a área foi
2000 cercada 484.285pela Prefeitura
30.665 de 5.049
Maringá, numa202 tentativa
407 de isolamento
36.323 das827.766
principais
2001 áreas verdes do município.
745.840 34.274 5.537 217 452 40.480 972.000
2002b) Jardim Botânico:36.728
773.092 com uma5.792área de aproximadamente
262 463 9 mil43.245
m2 , nela localizam-se
1.023.840
2003 duas antigas lagoas
773.329 de tratamento
37.524 5.901 da 258 Sanepar desativadas.
472 Em seu fundo,
44.155 encon-
1.036.790
tram-se
Fonte: Sanepar (mar. dois
2003).córregos que praticamente não possuem mata ciliar preservada. Na
Administração Municipal do ex-prefeito Jairo Gianoto, foi recebido um recurso
Os financeiro
córregos receptores do esgoto
especialmente dito “tratado”
direcionado para adeimplementação
Maringá são pertencentes
de estruturas à classe
que
permitissem
2, de acordo a visitação
com a Resolução n e20/89
o a recuperação
do Conama florestal do pela
(alterada local.Resolução
Entretanto, o máximo
nº 357/2005)
que se pode
e a classificação encontrar
feita pela é uma pista
SUDERHSA de caminhada mal projetada; uma sede utiliza-
em 1995.
da por muito tempo pelo Corpo de Bombeiros, e que foi ocupada pela Polícia
O atual sistema de tratamento de esgoto da Sanepar em Maringá não atende a todas
Florestal a partir de maio de 2003; e uma imensa área desmatada. Um projeto de
as exigências da legislação
recuperação ambiental.naNeste
foi viabilizado últimasentido,
gestão um termo de
municipal, compromisso
buscando tornar afoiárea
firma-
um
do, juntoponto
ao IAP, nos mesmos moldes do referido acordo sobre os sistemas
de lazer e visitação para a comunidade carente que vive a sua volta, mas a- de tratamento
da água. inda aguarda recursos financeiros.
c) Parque Florestal
Em Maringá, a Sanepar Municipal das suas
utiliza, em Perobas: localizado
4 estações nos lotes de
de tratamento 210-A e 211-A,
esgoto, 210
o sistema
e 210-G da Gleba Ribeirão Pingüim, com área total de 263.438,74 m , constituído 2
anaeróbio. Esse tipo de processo é realizado por um Reator Anaeróbio de Lodo Fluidiza-
de remanescentes da vegetação nativa que apresentam espécies representativas da
do (Ralf)flora
cometecnologia
da fauna da desenvolvida
região. Essapelaárea,Sanepar e quecomo
reconhecida apresenta
parque uma série
pela Leide vanta-
Comple-
gens commentar
relaçãonºao3.513/93, tambémEntre
sistema aeróbio. se encontra
elas, a deabandonada
não precisare não possuitipos
de outros um plano
de ener-de
manejo.
gia suplementar e a de produzir biogás, que pode ser utilizado como combustível. Sua
115Ver
76 ÚLTIMO
comentário
segundo.
da nota
Disponível
de rodapéem:
nº 96.
< http://www.saneamentobasico.com.br/>. Acesso em: 23 maio 2003.
__ 122
190 __
CAPÍTULO II DOS PRINCIPAIS PROBLEMAS AMBIENTAIS DE MARINGÁ
__ 191 __
MARINGÁ VERDE? CAPÍTULO II DOS PRINCIPAIS PROBLEMAS AMBIENTAIS DE MARINGÁ
Tabela 33 - Exigências
d) ZP4:
da Licença
Horto Prévia do IAP para as ETE’s da Sanepar
Florestal;
e) ZP5: Parque da Nascente do Ribeirão Paiçandu;
Dados de projeto e padrões para
lançamento f) ZP6: Bosque dasEstações de Tratamento de Esgoto
Grevíleas;
conforme Conama 20/Art. 21 e L.P. /
g) ZP7: Parque do Sabiá; BORBA
IAP h) ZP8:01Parque
- NORTE
Florestal 02 – SUL
Municipal das 03 - NORTE
Perobas; GATO
Localização i) ZP9: Recanto
MandacaruBorba Mun.
Gato;Marialva JD. Alvorada Borba Gato
Bacia Hidrográfica
j) ZP10: Parque
Pirapó
Ecológico Municipal
Ivaí
do Guaiapó;
Pirapó Ivaí
k) ZP11: Parque Florestal Municipal das Palmeiras;
Tempo de Retenção da ETE - Final
Projeto l) ZP12: Parque
6h e 5’ do Cinqüentenário;
4h 6h e 26’ 12h
m) ZP13: Parque da Rua Teodoro Negri;
Início de Operação Janeiro/97 Março/94 Agosto/96 -
n) ZP14: Parque Alfredo Werner Nyffeler;
03 RALF’s - 08 RALF’s - 02 RALF’s - 01 RALF -
No, Tipo e Módulo das Unidades o) ZP15: Reservas
mod.80
do Córrego
mod.40
76;
Borba Gatomod.80 mod.
p) 3ZP16: Reserva da Rua Diogo M. Esteves;
Volume / Reator (m ) 2650 1152 2650 89,1
q) ZP17: Reserva do Córrego Cleópatra;
Rib. Borba
Corpo Receptor - Classe 2 / IAP r) ZP18:Rib.
Reserva
Maringáda RuaRib.
Pioneira
PinguimDeolinda T. Garcia;
Rib. Morangueira
Gato
s) ZP19: Reserva do Córrego Moscados;
População Atendida - final de projeto 87.323 152.756 54.221 1.200
Alcance do projeto (ano) 2005 2005 2005 2005
Destacam-se, dentre elas, as seguintes áreas:
Vazão - final do projeto (l/s) 362,79 482,00 228,59 2,025
a) Parque Ecológico Municipal do Guaiapó: reconhecido como parque pela Lei
No da LP / IAP e Data 375/93 - 07/94 374/93 - 07/94 376/93 - 07/94 251/94 - 03/95
Complementar nº 3.513/93,
Eficiência de remoção de DBO (%)
possui
80
uma área 80 de 16.204,48 m80 2, localizado na qua-
60
dra 43-B
Carga orgânica do Conjunto
Máx. p/lanç. (mg/l ou Residencial Parigot de Souza, constituído de remanescen-
60 ou 786 60 ou 1.375 60 ou 488 60 ou 9,0
kg DBO5/d)tes da vegetação nativa. A área não possui plano de manejo e enfrenta problemas
PH estruturais para garantir sua5,0sobrevivência.
a 9,0 Somente
5,0 a 9,0 no ano5,0 a de
9,0 2003 a5,0áreaa 9,0 foi
Temperatura
cercada pela Prefeitura (oC) de Maringá,
< 40 < 40
numa tentativa < 40
de isolamento < 40
das principais
Matéria Sedimentada (SD) (ml/l) < = 1,0 < = 1,0 < = 1,0 < = 1,0
áreas verdes do município.
Óleos e Graxas - Óleos Minerais (mg/l) < = 20,0 < = 20,0 < = 220,0 < = 20,0
b) Jardim Botânico: com uma área de aproximadamente 9 mil m , nela localizam-se
Óleos Vegetais e Gord. Animais (mg/l) < = 50,0 < = 50,0 < = 50,0 < = 50,0
duas antigas lagoas de tratamento da Sanepar desativadas. Em seu fundo, encon-
Materiais Flutuantes Ausente Ausente Ausente Ausente
tram-se dois córregos que praticamente não possuem mata ciliar preservada. Na
Regime de lançamentos com vazão
1,5 X VMD 1,5 X VMD 1,5 X VMD 1,5 X VMD
max. Até Administração Municipal do ex-prefeito Jairo Gianoto, foi recebido um recurso
financeiro
Fonte: Sanepar (2003). especialmente direcionado para a implementação de estruturas que
permitissem a visitação e a recuperação florestal do local. Entretanto, o máximo
É interessante
que se podecitar que osédados
encontrar uma pistadispostos referem-se
de caminhada malaos parâmetros
projetada; umaestabelecidos
sede utiliza-
pelo IAPda naspor
respectivas licenças-prévias, de acordo com a legislação
muito tempo pelo Corpo de Bombeiros, e que foi ocupada pela ambiental pertinente.
Polícia
Isto querFlorestal
dizer quea os dados foram fornecidos levando-se em conta
partir de maio de 2003; e uma imensa área desmatada. Um projeto o funcionamento ideal
de
e regular recuperação
das Estaçõesfoideviabilizado
Tratamento nade Esgoto
última dentro
gestão das exigências
municipal, buscando do tornar
IAP. Nema áreasem-um
pre os órgãos
ponto ambientais brasileiros
de lazer e visitação paraseguem à risca ascarente
a comunidade prescrições
que vivelegais,
a suae volta,
ainda masque a- o
façam, não há críticos sérios para
inda aguarda recursos financeiros. o conjunto de leis sobre o meio ambiente no Brasil.
Aindac)mantém-se a pobreMunicipal
Parque Florestal cultura dedas apenas se comentar
Perobas: localizadoe explicar
nos lotesas210-A
leis. Poucas
e 211-A, são210 as
análises acuradas para os problemas legais decorrentes da regulamentação
e 210-G da Gleba Ribeirão Pingüim, com área total de 263.438,74 m , constituído dos 2 fatos sociais
e ambientais. 117
de remanescentes da vegetação nativa que apresentam espécies representativas da
Importante
flora e daressaltar
fauna daque, conforme
região. Essa área, dados técnicos informados
reconhecida como parquepela pelaSanepar,
Lei Comple- nem
sempre amentareficiência
nº 3.513/93, também se encontra abandonada e não possui um plano deà
do tratamento se mantém em 80%, baixando com estrita ligação
quantidade de
manejo. material a ser tratado, sua qualidade, ou seja, se procede de domicílios ou,
117 Neste sentido, a Resolução nº 020/86 Conama só teve a sua redação técnica revisada após quase 20 anos de
76 Ver comentário
existência, da nota de quanto
especialmente rodapé aos
nº 96.
parâmetros de qualidade e de classificação das águas.
__ 122
192 __
CAPÍTULO II DOS PRINCIPAIS PROBLEMAS AMBIENTAIS DE MARINGÁ
como tem ocorrido, de indústrias sem qualquer sistema de tratamento prévio de efluentes.
Como nas próximas licenças o nível de eficiência exigido deve subir para 90%, a Sanepar
está começando a se adiantar em obras que garantam o funcionamento do sistema até
2010.
Diante do exposto, deve ser questionada a inexistência da licença de instalação e de
operação (esta última a mais importante) para as estações de tratamento de esgoto de Ma-
ringá. Por que essas estações estão operando sem a licença exigida pela legislação? A gra-
vidade desse dado pode ser constatada pela ineficiência da Sanepar em seu sistema de
tratamento. Ou seja, sem a fiscalização permanente do órgão ambiental licenciador, nesse
caso o IAP, ninguém pode garantir que o efluente lançado nos córregos de Maringá esteja
seguindo os critérios técnicos estabelecidos pela legislação ambiental pertinente.
Havendo a cobrança do tratamento do esgoto nas faturas da Sanepar (o que já ocorre
hoje, apesar de sua real inexistência), esta tem a obrigação de realizar o tratamento ideal do
esgoto e não manter um sistema ineficiente que gera o risco permanente de contaminação
dos córregos receptores. E mais, o licenciamento concedido pelo IAP gera a sua respon-
sabilidade objetiva e solidária, atingindo, os técnicos e fiscais.
Neste sentido, houve a assinatura de um Termo de Compromisso da empresa com o
IAP em 30 de março de 1999, o qual previa as seguintes obrigações: “adequar a qualidade
do efluente final das Estações de Tratamento de Esgoto – ETE´s, no Município de Ma-
ringá, aos padrões estabelecidos no artigo 21, da Resolução nº 20/86 do Conama; além
dos padrões do Conama, a Demanda Bioquímica de Oxigênio – DBO, deverá ser inferior
a 60 mg/l ou 6 Kg BDO/dia para cada 100 m3 de efluente final, e a Demanda Química de
Oxigênio – DQO, deverá ser inferior a 150 mg/l ou 15 Kg DQO/dia, para cada 100 m3
de efluente final; dispor adequadamente o lodo gerado proveniente da Estação de Trata-
mento; e finalmente, desativar as unidades antigas relacionadas no Anexo II, deste termo,
ratificando a Compromitente a obrigação de executar a manutenção periódica das aludidas
unidades, enquanto não forem desativadas.”
O Anexo II previa apenas a Estação de Tratamento de Esgoto do Borba Gato, que
tinha o prazo até dezembro de 2001 para ser desativada.
Não é necessário informar que houve nova prorrogação dos prazos e cronogramas,
sem que nenhuma obra tivesse sido executada, ou mesmo projetada. Assim, em 25 de
março de 2002, houve nova prorrogação do termo de compromisso por mais 3 anos,
vencendo em janeiro de 2005.
Percebe-se que, durante muitos anos, os investimentos foram direcionados para o
tratamento de água, não apenas em Maringá, mas na maior parte dos municípios do país.
Hoje o meio ambiente paga um preço muito alto por isto, com sistemas de coleta e trata-
mento de esgoto ineficientes.
Esses fatos podem ser constatados pelas diretrizes e ações constantes do Plano Dire-
tor de Maringá no ano de 1991:
__ 193 __
MARINGÁ VERDE? CAPÍTULO II DOS PRINCIPAIS PROBLEMAS AMBIENTAIS DE MARINGÁ
d) ZP4:
2.1.2 Esgoto
Horto Sanitário
Florestal;
e) ZP5: Parque da Nascente do Ribeirão Paiçandu;
Diretrizes
- ZP6:
f) Bosque
Garantir, das prazo,
a médio Grevíleas;
o atendimento de 100% da população;
- ZP7:
g) Parque do Sabiá;
Complementar o sistema de tratamento, buscando soluções
h) ZP8: Parque Florestal Municipal das Perobas;
alternativas.
i) ZP9: Recanto Borba Gato;
Ações
- ZP10:
j) Parque
Gestionar Ecológico
junto a SaneparMunicipal do Guaiapó;de Programa de
a implementação
k) ZP11: Parque
Ampliação da redeFlorestal Municipal
de esgotos das Palmeiras;
e do sistema de depuração;
- ZP12:
l) Parquesistemas
Implantar do Cinqüentenário;
de depuração de esgotos sanitários e in-
m) ZP13:alternativos
dustriais Parque da Rua Teodoro Negri; da Sanepar) que redu-
(independentemente
n)
zam ZP14: Parque
o volume Alfredo
e/ou Werner
utilizem estesNyffeler;
como insumo;
o) ZP15: Reservas do Córrego
- Equipar para fiscalizar lançamentos Borba Gato 76;
clandestinos de esgotos
p) ZP16:
nas galeriasReserva da118
pluviais. Rua Diogo M. Esteves;
q) ZP17: Reserva do Córrego Cleópatra;
Atuando de forma mitigadora r) ZP18:bastante
Reserva da Rua Pioneira
modesta, Deolinda
e visando T. Garcia; à melhoria
principalmente
de seus serviços internos, as) Sanepar ZP19: Reserva do Córrego Moscados;
está desenvolvendo um programa de despoluição
ambiental que consiste na vistoria dos imóveis servidos por rede coletora de esgoto, com a
Destacam-se,
finalidade de verificar dentre elas, as seguintes
a possibilidade áreas: pluviais irregulares na rede de esgoto,
de ligações
a) Parque
instalação de caixas Ecológico
de gordura, Municipal
efluentes doindustriais
Guaiapó:etc. reconhecido como parque pela Lei
Com base nos dados
Complementar apresentados
nº 3.513/93, possuipelaumaSanepar
área de (agosto de 1999),
16.204,48 quando senainicia-
m2, localizado qua-
ram os trabalhos,
dra 43-B do atéConjunto
o mês deResidencial
fevereiro de 2003,de
Parigot foram
Souza,efetuadas vistorias
constituído em 24.067
de remanescen-
imóveis, tes sendo que, destes,
da vegetação 80,54%
nativa. estavam
A área irregulares
não possui planoe de apenas
manejo19,46% se encontravam
e enfrenta problemas
nos padrões exigidos pela Sanepar. Até março de 2003, cerca de 7.673 imóveis foram
estruturais para garantir sua sobrevivência. Somente no ano de 2003 a área foi
regularizados. Na tabela 34, é possível identificar as principais irregularidades constatadas.
cercada pela Prefeitura de Maringá, numa tentativa de isolamento das principais
Tabela 34 áreas verdes
- Tipos dedo município. encontradas nos imóveis vistoriados pela Sanepar
irregularidades
b) Jardim
IrregularidadesBotânico: com uma área
1999-2001 % de 2002 aproximadamente
% 20039 mil m % , nela
2 localizam-se
Total %
duas antigas
Água da chuva na rede de lagoas de
2.074 tratamento
9,70 da792Sanepar 6,19desativadas.
120 Em
4,22 seu fundo,
2.966 encon-
8,06
esgoto tram-se dois córregos que praticamente não possuem mata ciliar preservada. Na
Esgoto na Administração
galeria 17
Municipal do0,08ex-prefeito
9 0,07 Gianoto,
Jairo 3 foi 0,11
recebido29um recurso0,08
Esgoto ligado em local im- 2.075 9,70 959 7,49 285 10,02 3.319 8,96
próprio
financeiro especialmente direcionado para a implementação de estruturas que
Instalação permitissem
sem caixa de a visitação
4.196 e a19,62recuperação3.115 florestal
24,34 do473 local. Entretanto,
16,63 7.784o máximo
21,02
inspeção que se pode encontrar é uma pista de caminhada mal projetada; uma sede utiliza-
da por
Inst. c/ caixa de muito
inspeção tempo 424 pelo Corpo
1,98 de597Bombeiros,
4,66 e 179
que foi 6,29
ocupada pela Polícia
1.200 3,24
irregular
Florestal a partir de maio de 2003; e uma imensa área desmatada. Um projeto de
Instalação sem caixa de 9.952 46,53 4.470 34,92 784 27,57 15.206 41,06
gordura recuperação foi viabilizado na última gestão municipal, buscando tornar a área um
Inst. c/ ponto
caixa dedegordura
lazer e visitação
1.162 para
5,43 a comunidade
1.924 15,03carente730que vive
25,67a sua3.816
volta, mas
10,30 a-
irregular
inda aguarda recursos financeiros.
Efl. Industrial sem tratamen- 24 0,11 13 0,10 1 0,04 38 0,10
c) Parque Florestal Municipal das Perobas: localizado nos lotes 210-A e 211-A, 210
to prévio
e 210-G
Efl. Ind. com tratamentoda pré.
Gleba Ribeirão
8 Pingüim,
0,04 com área
18 0,14total de 6 263.438,74
0,21 m232, constituído
0,09
irregular de remanescentes da vegetação nativa que apresentam espécies representativas da
Imóvel com floraredee da
masfauna
não da1.456região. Essa6,81 área,903 7,05
reconhecida 263 parque
como 9,25 pela2.622 7,08
Lei Comple-
ligado
TOTAL
mentar nº 3.513/93, 21.388
também 100
se encontra
12.800
abandonada
100 2.844
e não100possui37.032
um plano 100
de
manejo.
Fonte: Sanepar (2003). Dados até março de 2003.
118Ver
76 MARINGÁ,
comentário1991.
da nota de rodapé nº 96.
__ 122
194 __
CAPÍTULO II DOS PRINCIPAIS PROBLEMAS AMBIENTAIS DE MARINGÁ
__ 195 __
MARINGÁ VERDE? CAPÍTULO II DOS PRINCIPAIS PROBLEMAS AMBIENTAIS DE MARINGÁ
__ 122
196 __
CAPÍTULO II DOS PRINCIPAIS PROBLEMAS AMBIENTAIS DE MARINGÁ
é a população quem paga a conta desse tratamento, pois as empresas que realizam as cole-
tas nas fossas não têm quaisquer ônus sobre o mesmo.
A legislação de Maringá é precisa quanto à restrição para a construção de fossas den-
tro do seu território e para a regulação do saneamento básico. Após o Código de Posturas
de 1959, a Lei nº 1.734 de 1984 estabelecia critérios para a questão. De forma geral, o
controle das condições de saneamento estavam quase que na integralidade com as conces-
sionárias.
A Lei Orgânica do Município, de 1990, trouxe um capítulo específico sobre o sanea-
mento básico, transcrito a seguir.
CAPÍTULO VII
Do Saneamento
Art. 175 - O saneamento básico é dever do Município, implican-
do, o seu direito, a garantia inalienável de:
I - abastecimento de água em quantidade suficiente para assegurar
a adequada higiene e conforto, e com qualidade compatível com
os padrões de potabilidade;
II - coleta e disposição dos esgotos sanitários, dos resíduos sóli-
dos e drenagem das águas pluviais, de forma a preservar o equilí-
brio do meio ambiente e eliminar as ações danosas à saúde;
III - controle de vetores sob a ótica da proteção à saúde pública.
Art. 176 - O Município instituirá, isoladamente ou em conjunto
com o Estado, e com a participação popular, programa de sane-
amento urbano e rural com o objetivo de promover a defesa pre-
ventiva da saúde pública, respeitada a capacidade de suporte do
meio ambiente aos impactos causados e às diretrizes estabelecidas
no Plano Diretor.
§ 1º - As prioridades e a metodologia das ações de saneamento
deverão se nortear pela avaliação do quadro sanitário da área a ser
beneficiada, devendo ser o objetivo principal das ações a reversão
e a melhoria do perfil epidemiológico.
§ 2º - O Município desenvolverá mecanismos institucionais que
compatibilizem as ações de saneamento básico, de habitação, de
desenvolvimento urbano, de preservação do meio ambiente e de
gestão de recursos hídricos, buscando integração com outros
municípios nos casos que exigirem ação conjunta.
Art. 177 - A formulação da política de saneamento básico, a defi-
nição de estratégias para sua implementação, o controle e a fisca-
lização dos serviços e a avaliação do desempenho das instituições
públicas serão de responsabilidade do Conselho Municipal de Sa-
neamento Básico, a ser definido por lei.
Parágrafo único - Caberá ao Município, consolidado o planeja-
mento da concessionária de nível supramunicipal, elaborar o seu
Plano Plurianual de Saneamento Básico, na forma da lei, cuja a-
provação será submetida ao Conselho Municipal.
Art. 178 - A estrutura tarifária a ser estabelecida para cobrança
pelos serviços de saneamento básico deve contemplar os critérios
de justiça, na perspectiva de distribuição de renda, de eficiência na
__ 197 __
MARINGÁ VERDE? CAPÍTULO II DOS PRINCIPAIS PROBLEMAS AMBIENTAIS DE MARINGÁ
d) ZP4: Horto
coibição de desperdícios
Florestal; e de compatibilidade com o poder aqui-
ZP5:
sitivo
e) dosParque
usuários.
da Nascente do Ribeirão Paiçandu;
f)
[...]ZP6: Bosque das Grevíleas;
g) ZP7: Parque do Sabiá;
Art. 181 - O Município cuidará do desenvolvimento das obras e
h) ZP8: Parque Florestal Municipal das Perobas;
serviços relativos ao saneamento e urbanismo com a assistência
i) ZP9: Recanto Borba Gato;
da União e do Estado, sob condições estabelecidas na legislação
j) ZP10: Parque Ecológico Municipal do Guaiapó;
federal (grifo nosso).
k) ZP11: Parque Florestal Municipal das Palmeiras;
l) ZP12: Parque do Cinqüentenário;
Apenas o Decreto nº 614/92, m) ZP13:que regulamenta
Parque o Código
da Rua Teodoro Sanitário, também de 1990,
Negri;
trouxe uma série de disposições n) ZP14:quanto às instalação
Parque de fossas
Alfredo Werner em Maringá:
Nyffeler;
o) ZP15: Reservas do Córrego Borba Gato76;
p) ZP16:
Art. Reservaosdaprédios
25 - Todos Rua Diogo M. Esteves;
residenciais, comerciais, industriais, ou
q) ZP17: Reserva
instalações do Córrego
em logradouros Cleópatra;
públicos, em áreas servidas por siste-
r) ZP18:
ma Reserva
de coleta da Rua Pioneira
de esgotos Deolinda
serão obrigados T. Garcia;
a fazer as respectivas li-
s) ZP19:
gações aoReserva
sistemado CórregoasMoscados;
aterrando fossas existentes.
Art. 26 – Toda ligação clandestina de objeto doméstico, comerci-
Destacam-se, dentre elas, as seguintes
al, industrial, ou áreas:
de outra procedência, feita à galeria de águas plu-
viais, deverá ser descontada
a) Parque Ecológico Municipal do Guaiapó: reconhecido e ligada à redecomopública coletora.
parque pela Lei
Complementar nº 3.513/93, possui uma área de 16.204,48 m , localizado as
1º - Desde que não haja rede pública coletora 2 de esgotos, na edifi-
qua-
cações de qualquer espécie ficam obrigadas a fazer uso de fossas
dra 43-B do Conjunto Residencial Parigot de Souza, constituído
sépticas, para tratamento de esgotos, com adequado destino final de remanescen-
tes da vegetação nativa. A área não possui plano de manejo e enfrenta problemas
de efluentes.
estruturais para garantir2º - Toda sua edificação
sobrevivência. Somente
que utiliza fossanoséptica
ano de para2003 a área foi
tratamento de
cercada pela Prefeitura seu esgoto é obrigada,
de Maringá, numaatravés de seus
tentativa responsáveis,
de isolamento dasaprincipais
manter a
mesma em perfeito funcionamento, providenciando a sua limpe-
áreas verdes do município.
za sistemática.
b) Jardim Botânico: com [...] uma área de aproximadamente 9 mil m , nela localizam-se
2
__ 122
198 __
CAPÍTULO II DOS PRINCIPAIS PROBLEMAS AMBIENTAIS DE MARINGÁ
__ 199 __
MARINGÁ VERDE? CAPÍTULO II DOS PRINCIPAIS PROBLEMAS AMBIENTAIS DE MARINGÁ
§d)1ºZP4:
As Horto
águas, Florestal;
depois de tratadas na fossa séptica, serão infiltra-
dasZP5:
e) no terreno,
Parque daporNascente
meio de dosumidouro,
Ribeirão Paiçandu;
convenientemente cons-
ZP6: Bosque das Grevíleas;
truído.
f)
g)
§ 2º ZP7: Parqueséptica,
A fossa do Sabiá;
o sumidouro, a caixa de passagem e a de
h) ZP8: Parque
gordura deverãoFlorestal
obedecer Municipal
ao modelodas Perobas;
fornecido pela Prefeitura
i) ZP9: Recanto Borba Gato;
Municipal.
j)
§ 3ºZP10: Parque Ecológico
Verificando-se Municipal
a produção de mau docheiro
Guaiapó; ou qualquer incon-
k) ZP11: Parque Florestal Municipal das Palmeiras;
veniente, pela deficiência do funcionamento de uma fossa, o ór-
l)
gão ZP12: Parque do
competente da Cinqüentenário;
Prefeitura Municipal providenciará para que
m)
sejam ZP13: Parque adaexpensas
efetuados, Rua Teodoro Negri;
do responsável, os reparos necessá-
riosZP14:
n) Parque Alfredo
ou a substituição Werner Nyffeler;
da fossa.
Art.ZP15:
o) Reservas
fossasdo Córrego
nãoBorba Gato ser; construídas a menos
76
71 - As sépticas poderão
p) ZP16: Reserva da Rua Diogo M. Esteves;
de 2,50m (dois metros e cinqüenta centímetros) da divisa do ter-
q) ZP17: Reserva do Córrego Cleópatra;
reno.
ZP18:
§r) 1º Reservaa construção
É proibida da Rua Pioneira Deolinda
de fossas T. Garcia; público.
em logradouro
ZP19:
§s) 2º Reserva dode
Na construção Córrego
poços Moscados;
freáticos de captação de água potá-
vel deverá ser guardada uma distância mínima de 15,00m (quinze
Destacam-se, dentre elas, as seguintes
metros) áreas:
entre este e o sumidouro, a montante dos mesmos, de
a) Parque Ecológico Municipal do Guaiapó: reconhecido
acordo com as determinações da Secretariacomo de parque
Estado da pela Lei
Saúde
Pública do Paraná (grifo nosso).
Complementar nº 3.513/93, possui uma área de 16.204,48 m , localizado na qua- 2
__ 122
200 __
CAPÍTULO II DOS PRINCIPAIS PROBLEMAS AMBIENTAIS DE MARINGÁ
As principais empresas afetadas pela primeira fase dessas ações foram as lavanderias,
lava-jatos e postos de gasolina, dentre outras. Apesar da imensa quantidade de casos irre-
gulares herdados, essa ação começou a gerar resultados imediatos positivos. Mas seu prin-
cipal mérito foi o de inaugurar uma política ambiental visando à correção de danos, à pre-
venção de acidentes e à responsabilização dos poluidores pelas suas infrações e crimes
ambientais.
Muitos desafios ainda estão lançados, a começar pela completa regularização dos postos de
gasolina da cidade e da instalação de um sistema eficiente de controle ambiental das atividades
potencialmente poluidoras em Maringá, tendo-se em vista a falta de estrutura e de recursos para a
imprescindível adequação da Secretaria Municipal de Meio Ambiente.
Por fim, existe ainda o problema da falta de conscientização e sensibilização da popu-
lação para a correta utilização dos sistemas de coleta de esgoto e das galerias pluviais. Isto
porque muitas vezes suas funções são alteradas, gerando o refluxo do esgoto em residên-
cias, mau cheiro típico dos dias de chuva, sem contar a poluição dos córregos receptores
das águas pluviais que carregam consigo esgotos provenientes de ligações clandestinas.
__ 201 __
CAPÍTULO II DOS PRINCIPAIS PROBLEMAS AMBIENTAIS DE MARINGÁ
__ 202 __
9 Drenagem urbana
__ 122
204 __
CAPÍTULO II DOS PRINCIPAIS PROBLEMAS AMBIENTAIS DE MARINGÁ
[...]
Art. 31 – As infrações ao disposto no Capítulo VIII, art. 43, serão
consideradas:
I – graves: em relação aos incisos I, IV, V, VIII e IX;
II – gravíssimas: em relação aos incisos III, VI e VII.
Para se ter uma idéia dos efeitos catastróficos que a chuva ocasionou, basta ler o tre-
cho a seguir, extraído do jornal ‘O Diário’ do dia subseqüente.
__ 205 __
MARINGÁ VERDE? CAPÍTULO II DOS PRINCIPAIS PROBLEMAS AMBIENTAIS DE MARINGÁ
d) ZP4:pouco
Bastou Horto mais Florestal;
de uma hora de chuva para que o Corpo de
e) ZP5: Parque
Bombeiros atendesse
da Nascente
quase do40 Ribeirão
ocorrências.
Paiçandu;
Foram cerca de 100
ZP6: Bosque
chamados
f) e, diante
dasde Grevíleas;
tantas emergências, foi necessário uma tri-
ZP7:Diversas
agem.
g) Parque do casas
Sabiá;
ficaram inundadas. Uma das ocorrências
mais
h) ZP8:
graves
Parque
ocorreu
Florestal
na ruaMunicipal
Rio Ligeiro,
das Perobas;
777, no Parque Residen-
i) ZP9:
cial Tuiuti.
Recanto
A enxurrada
Borba Gato;que veio da rua de cima destruiu uma ca-
sa.ZP10:
j) O pouco
Parque queEcológico
sobrou tece Municipal
que serdodemolido
Guaiapó;por questões de
k) ZP11: Parque
segurança [...] Florestal Municipal das Palmeiras;
A ZP12:
l) enxurrada
Parque também
do Cinqüentenário;
assustou os moradores da rua Professor
m) ZP13:Soares,
Orlando Parqueno da Jardim
Rua Teodoro
Universitário.
Negri; As águas chegaram a a-
n) ZP14:
tingir um Parque
metro de Alfredo
altura Werner
em boa Nyffeler;
parte da residência da família de
o) ZP15:Renesto.
Erasmo Reservas120do Córrego Borba Gato76;
p) ZP16: Reserva da Rua Diogo M. Esteves;
Em toda a cidade, havia q) ZP17: Reserva doveículos
casas alagadas, Córregoarrastados
Cleópatra; pela força das corrente-
zas. Inúmeras foram as árvores r) ZP18:
queReserva
caíram,daàsRua vezesPioneira
sobreDeolinda
automóveisT. Garcia;
ou sobre fios da
s) ZP19: Reserva do Córrego Moscados;
rede elétrica. Mas nada se compara ao fato de uma pessoa ter morrido em plena Avenida
Brasil,Destacam-se,
em virtude da forçaelas,
dentre da enxurrada,
as seguintes quando
áreas: tentava atravessar a rua.
Do ocorrido,
a) Parque impressiona
Ecológico os efeitos
Municipal do que a chuvareconhecido
Guaiapó: forte causoucomo
em Maringá, e o fato
parque pela Lei
de que asComplementar
causas que geraram essa situação ainda não foram discutidas e
nº 3.513/93, possui uma área de 16.204,48 m , localizado na qua-
2 continuam sem
maiores estudos.
dra 43-B do Conjunto Residencial Parigot de Souza, constituído de remanescen-
Veja-se
tes daque o problema
vegetação de chuvas
nativa. A área não fortes não éplano
possui tão raro como se
de manejo imagina em
e enfrenta Marin-
problemas
gá. Na última
estruturais para garantir sua sobrevivência. Somente no ano de 2003 a áreacida-
década, foram mais de 5 grandes chuvas que acarretam alagamentos na foi
de. Segundo relatapela
cercada o jornal ‘O Diário’,
Prefeitura de Maringá, numa tentativa de isolamento das principais
áreas verdes do município.
em Maringá, nos últimos 10 anos, as chuvas2 mais fortes foram
b) Jardim Botânico: com uma área
registradas emde1996
aproximadamente
e 1997. Em abril 9 mil
de m
96,, durante
nela localizam-se
24 horas,
duas antigas lagoas choveu
de tratamento da Sanepar desativadas. Em seu
111,2 milímetros. Já em fevereiro de 96, foram fundo, encon-
registrados
tram-se dois córregos 85,5que praticamente
milímetros, em 24nãohoras.
possuem mata ciliar do
Em dezembro preservada.
mesmo ano,Na
Administração Municipalchoveu do65,4ex-prefeito
milímetros,Jairo
também em 24 foi
Gianoto, horas. 121
recebido um recurso
financeiro especialmente direcionado para a implementação de estruturas que
Mais recentemente, outras chuvas também viraram manchetes:
permitissem a visitação e a recuperação florestal do local. Entretanto, o máximo
que se pode encontrar é uma pista de caminhada mal projetada; uma sede utiliza-
Um velho problema volta a atormentar os moradores do Conjun-
da por muito tempo to pelo Corpo
Paulino de Filho,
Carlos Bombeiros, e que foi
em Maringá. ocupada
A forte chuvapela
da Polícia
última
Florestal a partir desexta-feira
maio de 2003; e uma imensa
supersaturou área desmatada.
a capacidade de vazão da Um projeto
galeria de
e alagou
a rua RionaTocantins
recuperação foi viabilizado - quemunicipal,
última gestão fica sobrebuscando
o córregotornar
Osórioa área
- danifi-
um
cando opara
ponto de lazer e visitação asfalto e abrindo uma
a comunidade cratera
carente que de
viveaproximadamente
a sua volta, mas 10 a-
metros no fundo de vale (do outro lado da rua). A notícia é uma
inda aguarda recursos financeiros.
repetição do que ocorreu em julho do ano passado.122
c) Parque Florestal Municipal das Perobas:
Comerciantes localizado
e moradores nos lotes
de Maringá 210-A tiveram
e Sarandi e 211-A,sérios
210
e 210-G da Gleba Ribeirão
problemas Pingüim,
ontem compara área total de
enfrentar os263.438,74 m , constituído
2
estragos provocados pela
de remanescentes da chuva. A Estação
vegetação nativaClimatológica da Universidade
que apresentam Estadual de Ma-
espécies representativas da
ringá (UEM), registrou 30 milímetros em menos
flora e da fauna da região. Essa área, reconhecida como parque pela Lei Comple-de meia hora. O
mentar nº 3.513/93, também se encontra abandonada e não possui um plano de
120 O CÉUmanejo.
desabou, 1999, p. 3.
121 PREFEITURA abriga família e repara estragos em três dias. O Diário do Norte do Paraná. 09 dez. 1999. p. 3.
122 CHUVA reabre buracão O Diário do Norte do Paraná.. 11 fev. 2003. Disponível em: <http://www.odiario-
76 Ver comentário da nota
maringa.com.br>. de rodapé
Acesso em: 20nº 96. 2003.
maio
__ 122
206 __
CAPÍTULO II DOS PRINCIPAIS PROBLEMAS AMBIENTAIS DE MARINGÁ
A preocupação com os alagamentos mostra-se legítima e deve ser discutida para ge-
rar ações efetivas para se evitar um futuro pior para os moradores.
Uma das principais causas dos alagamentos em Maringá é a impermeabilização de
boa parte da cidade, principalmente na região central. Esse problema gera erosão no Par-
que do Ingá, Horto Florestal e Bosque II, e cria imensa dificuldade para que o solo absor-
va as águas das chuvas quando estas são em quantidade acima do normal.
Como a área do município que ainda permanece permeabilizada é cada vez menor,
em desatenção ao já citado artigo 123 da Lei Orgânica Municipal, que exige um mínimo de
10% da área do imóvel sem qualquer impermeabilização, as águas que caem em grande
quantidade criam verdadeiros córregos nas vias da cidade, ultrapassando muros e ruas,
com a intensidade do fluxo determinada também pela declividade do terreno.
123 TEMPORAL causa medo e transtornos em Maringá. O Jornal Diário do Norte do Paraná. 22 fev. 2003. Disponível
em: <http://www.odiario-maringa.com.br>. Acesso em: 23 maio 2003.
__ 207 __
MARINGÁ VERDE? CAPÍTULO II DOS PRINCIPAIS PROBLEMAS AMBIENTAIS DE MARINGÁ
__ 122
208 __
10 Patrimônios históricos,
artísticos e culturais
124 NOELLI, Francisco Silva; MOTA, Lúcio Tadeu. A pré-história da região onde se encontra Maringá – PR. In:
DIAS, Reginaldo Benedito; GONÇALVES (Org.). Maringá e o Norte do Paraná: estudos de história regional. Marin-
gá: Eduem, 1999. p. 5.
125 Ibid.
MARINGÁ VERDE? CAPÍTULO II DOS PRINCIPAIS PROBLEMAS AMBIENTAIS DE MARINGÁ
d) -ZP4:
V os conjuntos
Horto Florestal;
urbanos e sítios de valor histórico, paisagístico,
e) ZP5: Parque
artístico, arqueológico,
da Nascente
paleontológico,
do Ribeirãoecológico
Paiçandu; e científico.
f) ZP6: Bosque das Grevíleas;
E o Decreto nº 2.807, g) deZP7:
21 deParque do Sabiá;
outubro de 1998, aprovou a estrutura regimental e o
h) ZP8: Parque Florestal
quadro do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Municipal das Perobas;
Nacional (IPHAN), que se tornou
i) ZP9: Recanto Borba Gato;
o órgão federal responsável j)pela gestão
ZP10: desse
Parque patrimônio
Ecológico culturaldodoGuaiapó;
Municipal país.
ZP11: pesquisadores
Franciso Noelli e Lúciok)Mota, Parque Florestalque se dedicam
Municipal ao estudo dos sítios ar-
das Palmeiras;
l) ZP12: Parque do Cinqüentenário;
queológicos da região, asseveram:
m) ZP13: Parque da Rua Teodoro Negri;
n) ZP14: Parque Alfredo Werner Nyffeler;
a ocupação mais antiga do noroeste do Paraná está relacionada ao
o) ZP15: Reservas do Córrego Borba Gato76;
povoamento original da América do Sul, quando todas as áreas
p) ZP16: Reserva da Rua Diogo M. Esteves;
do continente foram pela primeira vez ocupadas por populações
q) ZP17: Reserva do Córrego Cleópatra;
humanas. Contudo, ainda não há evidências que permitam definir
r) ZP18: Reserva da Rua Pioneira Deolinda T. Garcia;
qual etapa da ocupação original está relacionada a chegada dos
s) ZP19: Reserva do Córrego Moscados;
primeiros humanos ao noroeste paranaense. Isto é, ainda não foi
possível definir qual o período e se eles vieram de regiões seten-
Destacam-se, dentre elas, as seguintes
trionais (Brasil áreas:
central ou Pantanal ou Andes via Bolí-
a) Parque Ecológico via/Paraguai),
Municipal domeridionais
Guaiapó: reconhecido
(principalmente como parque pela
das planícies pampea- Lei
Complementar nº 3.513/93,
nas), ou depossui
ambasuma área de
as regiões. 126 16.204,48 m2, localizado na qua-
126Ver
76 NOELLI;
comentário
MOTA,
da nota
1999.
de p.
rodapé
9. nº 96.
__ 122
210 __
CAPÍTULO II DOS PRINCIPAIS PROBLEMAS AMBIENTAIS DE MARINGÁ
__ 211 __
MARINGÁ VERDE? CAPÍTULO II DOS PRINCIPAIS PROBLEMAS AMBIENTAIS DE MARINGÁ
ponto de lazer e visitação para a comunidade carente que vive a sua volta, mas a-
Assim,
indadeve-se
aguardaentender
recursos ofinanceiros.
tombamento como o meio jurídico de se criar, diante dos
patrimônios
c) Parque queFlorestal
apresentem algum das
Municipal interesse natural
Perobas: ou cultural
localizado para 210-A
nos lotes a coletividade,
e 211-A, uma 210
redoma fictícia, que atue de forma a garantir a sua preservação diante
e 210-G da Gleba Ribeirão Pingüim, com área total de 263.438,74 m , constituído de atos 2jurídicos que
possam comprometer sua integridade original.
de remanescentes da vegetação nativa que apresentam espécies representativas da
Quanto
flora àe competência para realizar
da fauna da região. o tombamento,
Essa área, reconhecidaacomo Constituição
parque pela Federal estabele-
Lei Comple-
ceu, no seu art. 24, que compete à União, aos Estados e ao
mentar nº 3.513/93, também se encontra abandonada e não possui um planoDistrito Federal legislar con-
de
manejo.
__ 122
212 __
CAPÍTULO II DOS PRINCIPAIS PROBLEMAS AMBIENTAIS DE MARINGÁ
__ 213 __
MARINGÁ VERDE? CAPÍTULO II DOS PRINCIPAIS PROBLEMAS AMBIENTAIS DE MARINGÁ
rentesc)aoParque Florestal
tombamento Municipal
concedem das Perobas:
autorização localizado
ao Serviço do nos lotes 210-A
Patrimônio e 211-A,
Histórico 210
e Artís-
e 210-G
tico Municipal daefetivar
para Gleba Ribeirão Pingüim,
o tombamento, nãocom área total
o fazendo de 263.438,74 m , constituído
diretamente. 2
131Ver
76 MACHADO,
comentário 2000,
da nota
p. de
824.
rodapé nº 96.
__ 122
214 __
CAPÍTULO II DOS PRINCIPAIS PROBLEMAS AMBIENTAIS DE MARINGÁ
Portanto, pode-se afirmar que Maringá não possui um sistema de proteção de seu pa-
trimônio histórico, estando a população à espera de uma regulamentação que possa criar
instrumentos de garantia.
Além do exposto, a grande crítica que cabe à Câmara Municipal de Maringá relacio-
na-se ao fato de que não existe qualquer explicitação do motivo do tombamento e, não há
qualquer justificação para a revogação da lei que o autorizou. Isto fere o princípio da lega-
lidade e da publicidade dos atos administrativos públicos, pois fatos considerados de inte-
resse público não podem ser alterados aleatoriamente pelas autoridades locais sem ser
observada a vontade da população e as disposições e princípios constitucionais.
Percebe-se que não existem processos de tombamentos de prédios de real interesse
histórico e cultural para o município, como os já referidos sítios arqueológicos, igrejas e
museus antigos, sem contar prédios que se tornaram ícones da cidade, como a Catedral de
Maringá.
A primeira manifestação popular referente ao patrimônio histórico de Maringá acon-
teceu recentemente, com a iniciativa de uma loteadora local de construir um shopping sobre
o antigo escritório da Companhia Melhoramentos Norte do Paraná. Foram realizadas
reuniões sob a coordenação da Secretaria de Cultura de Maringá, que discutiu também
outros patrimônios históricos locais.
A importância histórica desse escritório não se deve a sua arquitetura, que é bastante
simples, mas sim pelo fato de ter sido um dos primeiros prédios de alvenaria da cidade e
ter sido o local onde foram realizadas as transações de venda dos lotes da recém-criada
cidade de Maringá.
Em 2003, a Câmara de Vereadores voltou a revogar uma lei editada 2 anos antes (Lei
Municipal nº 5.471/2001), que havia autorizado o tombamento histórico do prédio, e que
previa a criação de um museu histórico no local em parceria com a Prefeitura de Maringá.
Obviamente, o interesse na revogação partiu da loteadora interessada em construir um
novo shopping sobre o local.
Como a discussão não avançou para medidas concretas, em parte pela inexistência de
um sistema de tombamento em Maringá, e diante do risco concreto de que a área pudesse
ser literalmente derrubada, uma proposta foi encaminhada pelos professores de arquitetura
da UEM, com a orientação do Promotor de Justiça Robertson Fonseca de Azevedo, para
a Coordenadoria do Patrimônio Cultural do Governo do Estado, que promoveu o tom-
bamento da fachada do prédio devido a sua importância histórica, em dezembro de 2003.
A partir dessa iniciativa, o Conselho de Turismo de Maringá passou a discutir uma pro-
posta de criar nessa área um museu para a cidade.
A real destinação do local e a possibilidade de criação do museu ainda não foram re-
solvidas, mas esse fato é um verdadeiro exemplo da importância de um instrumento jurí-
dico, como o do tombamento, para que a sociedade civil tenha acesso a mecanismos
efetivos de proteção ambiental. Nesse caso, fica mais uma vez reforçada a necessidade de
criação de uma Comissão ou Conselho do Patrimônio Histórico e Cultural de Maringá, a
partir de uma revisão da Lei Municipal nº 2.297/87, que exerça de forma permanente,
técnica e responsável a tutela do patrimônio histórico e cultural de Maringá.
__ 215 __
MARINGÁ VERDE? CAPÍTULO II DOS PRINCIPAIS PROBLEMAS AMBIENTAIS DE MARINGÁ
132Ver
76 MACHADO,
comentário 2000,
da nota
p. de
822.
rodapé nº 96.
__ 122
216 __
11 Agrotóxicos
133 CARVALHO, Carlos Gomes de. Introdução ao direito ambiental. 2. ed. São Paulo: Letras e Letras, 1991. p. 47.
MARINGÁ VERDE? CAPÍTULO II DOS PRINCIPAIS PROBLEMAS AMBIENTAIS DE MARINGÁ
dra Piretróides
43-B do Conjunto (Ambush, Residencial
Uso crescente na Parigot de Souza,
agropecuária. constituído
Estão sendo de remanescen-
usados para combate aos piolhos.
Decis, Butox, K-Othrine, Efeitos agudos: rinite alérgica, dermatite, tremores, dificuldade para movimentos.
tes SBP,
da vegetação nativa. A
Protector, Fuminset, áreacrônicos:
Efeitos não possui plano de
poucos estudados. manejode elesões
Suspeita-se enfrenta
cerebrais,problemas
paralisia de
Deltacio)
estruturais para garantir membros, câncer do sistema linfático.
sua sobrevivência. Somente no ano de 2003 a área foi
Paraquat
cercada pela Prefeitura de Irritação da pele, olhos,
Maringá, numa nariz e garganta, de
tentativa náuseas, vômitos, diarréia,
isolamento dasalterações
principaisnos
(Gramoxone) rins e fígado, fibrose pulmonar irreversível (não há tratamento médico conhecido).
áreas verdes do município.
Tordon Lesões neurológicas (neurite), diabetes transitória, má formação fetal, abortos,
b) Jardim (2,4DBotânico:
+ 2,4,5T= com agente uma
câncerárea de aproximadamente
no sistema linfático. 9 mil m2 , nela localizam-se
laranja)
Herbicidas duas antigas lagoas de tratamento da Sanepar desativadas. Em seu fundo, encon-
tram-se
Organodois córregos que
tio fosforado
Morfós, Folex, DEF
praticamente
Paralisia dos nervos longosnãopor possuem mata
ação neurológica ciliar preservada. Na
retardada.
da por muito tempo pelo Corpo de Bombeiros, e que foi ocupada pela Polícia
Ditioacarbamatos Presença do ETU (Etileno Tio Uréia), substância que produz câncer de tireóide e
Florestal
(Maneb, a partir de maiosuspeita-se
Zineb) de 2003; e uma
de câncer nos imensa
rins. Muitoárea
usadodesmatada.
nas lavoura de Um
tomate,projeto
morango de e
flores.
recuperação foi viabilizado na última gestão municipal, buscando tornar a área um
Fungicidas ponto de lazer e visitação para a comunidade carente que vive a sua volta, mas a-
Trifenil estânicos (Duter, Promove diminuição dos anticorpo circulantes.
Breytan)
indaMetil
aguarda
mercúriosrecursos financeiros.
Proibidos mundialmente, causam lesões cerebrais irreversíveis, má formação fetal e
aborto.
c) Parque Florestal Municipal das Perobas: localizado nos lotes 210-A e 211-A, 210
Etil e Fenil Mercúrios Usados no tratamento de sementes para plantio, produzem graves2 lesões nos rins e
e 210-G da Gleba Ribeirão Pingüim, com área total de 263.438,74 m , constituído
cerebrais.
de remanescentes da vegetação nativa que apresentam espécies representativas da
Hexaclorobenzeno (HCB) Muito resistentes, produzem má formação fetal, abortos e problemas na pele.
flora e da fauna da região. Essa área, reconhecida como parque pela Lei Comple-
Pentaclorofenol Muito usado atualmente, inclusive na indústria da cana-de-açúcar. Causa irritação na
Conservan-
mentar
(PCP) nº 3.513/93, também se nariz
pela, olhos, encontra
e garganta.abandonada e não
Tem contaminação possuicausando
com dioxina, um plano de
cloroacne
(pele), alterações no fígado e sangue, além de câncer.
tes de Ma- manejo.
deira
Dinitro-O-Cresol (Creoso- Irritante de mucosas, produz alergia, alterações no sangue (leucemia), fígado e rins.
to)
76Fonte: Unicamp (1987).
Ver comentário da nota de rodapé nº 96.
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218 __
CAPÍTULO II DOS PRINCIPAIS PROBLEMAS AMBIENTAIS DE MARINGÁ
Na tabela 36, elaborada há mais de 15 anos pelo professor Ângelo Zanaga Trapé, da
Unicamp, e publicado pelo jornal Folha de São Paulo, em 30/08/1987, estão os principais
agrotóxicos utilizados no país e seus efeitos sobre o corpo humano.134
Esses efeitos foram constatados, pela análise dessas substâncias, agindo isoladamente
no organismo. Por isso a situação é preocupante, pois constantemente a população está
consumindo alimentos portadores de agrotóxicos, havendo o chamado efeito sinergético e
ou cumulativo dos veneno.
Na tabela 37, avaliam-se a degradação e a contaminação ambiental pelo uso de bioci-
das:
A OMS calcula que anualmente ocorrem acerca de 500 mil casos de intoxicações a-
gudas por praguicidas no mundo, que produzem uma mortalidade de até 1% em alguns
países 75% dessas intoxicações são devidas a praguicidas organofosforados.
Apesar das estimativas da OMS quanto ao número de intoxicações agudas por pra-
guicidas no mundo, no Brasil infelizmente não se conhece a magnitude real do problema
da intoxicação aguda por praguicidas em geral, havendo apenas sub-registros de casos.
Além dos acidentes individuais e coletivos, da intoxicação ocupacional, das tentativas de
suicídios, os quais causam intoxicações agudas, existe o problema dos efeitos das pequenas
doses por longo período, que afetam a população e cujas conseqüências não são bem
conhecidas, embora haja suspeitas baseadas em estudos experimentais em animais.
O Brasil encontra-se entre um dos maiores consumidores de produtos praguicidas
(agrotóxicos) do mundo, tanto aqueles de uso agrícola como os domésticos (domissanitá-
rios) e os utilizados em Campanhas de Saúde Pública, perfazendo um total comercializado
de aproximadamente US$ 1.600.000.000 (um bilhão e seiscentos milhões de dólares), o
que representa 7% (sete por cento) do consumo mundial para o ano de 1995, segundo
dados da Secretaria de Política Agrícola do Ministério da Agricultura e Abastecimento.
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MARINGÁ VERDE? CAPÍTULO II DOS PRINCIPAIS PROBLEMAS AMBIENTAIS DE MARINGÁ
Tabela 38 - Danosd)verificados
ZP4: HortonaFlorestal;
utilização de agrotóxicos no Paraná
Evento e) ZP5: Parque da1982/1987
Nascente do Ribeirão Paiçandu; 1988/1990
f) ZP6: Bosque das Grevíleas;
Casos de intoxicação 7.636 4.176
g) ZP7: Parque do Sabiá;
Tentativas de suicídio h) ZP8: Parque Florestal Municipal das Perobas; 469
281
Casos de morte acidentais i) ZP9: Recanto Borba 110Gato; 210
Fonte: Moura (1994).135
j) ZP10: Parque Ecológico Municipal do Guaiapó;
k) ZP11: Parque Florestal Municipal das Palmeiras;
l) ZP12: Parque do Cinqüentenário;
Dada a falta de controle no uso dessas substâncias químicas tóxicas e ao desconhe-
m) ZP13: Parque da Rua Teodoro Negri;
cimento da população sobren)os riscos
ZP14: e perigos
Parque à saúde
Alfredo Werner daíNyffeler;
decorrentes, estima-se que as
taxas de intoxicações humanas o) ZP15:
no paísReservas do Córrego
sejam altas. Deve-se Borba
levarGato ;
em 76conta que, segundo a
p) ZP16: Reserva da Rua Diogo M. Esteves;
OMS para cada caso notificado de intoxicação ter-se-iam 50 outros não notificados.
q) ZP17: Reserva do Córrego Cleópatra;
De acordo com a Fiocruz/Sinitox,
r) ZP18: Reserva em da1993
Ruaforam notificados
Pioneira Deolinda T.noGarcia;
país aproximada-
mente 6.000 casos de intoxicações s) ZP19:por praguecidas
Reserva do Córrego (agrotóxicos,
Moscados; domissanitários insetici-
das e raticidas), que corresponderiam a 300.000 casos de intoxicações naquele ano. Desta
forma,Destacam-se, dentreque
é seguro afirmar elas, as seguintes eáreas:
a intoxicação as doenças decorrentes constituem-se em um
a) Parque Ecológico Municipal do Guaiapó: reconhecido como parque pela Lei
grave problema de saúde pública, caracterizando-se como endemia.
Complementar nº 3.513/93, possui uma área de 16.204,48 m2, localizado na qua-
Deve ser levado em conta que para cada caso de intoxicação o SUS despende, apro-
dra 43-B do Conjunto Residencial Parigot de Souza, constituído de remanescen-
ximadamente, R$ 150,00 (cento e cinqüenta reais), o que significa um total estimado de R$
tes da vegetação nativa. A área não possui plano de manejo e enfrenta problemas
45.000.000,00 (quarenta
estruturais para egarantir
cinco milhões de reais), queSomente
sua sobrevivência. poderiamnoseranoevitados
de 2003se asa medidas
área foi
de controle e depela
cercada vigilância fossem
Prefeitura mais ativas,
de Maringá, numacom os setores
tentativa responsáveis
de isolamento dascumprindo
principais
com suasáreas
obrigações
verdes legais.
do município.
Soma-se
b) Jardima Botânico:
esses estudos
com as umaconstantes denúncias envolvendo
área de aproximadamente 9 mil mintoxicações, com ou
2 , nela localizam-se
135 MOURA, Laura Jesus de. Agricultura e o meio ambiente. A Economia em Revista, Maringá, v. 3, n. 1, p. 17, 1994.
136Ver
76 FUNASA.
comentário
Disponível
da nota de
emrodapé
<http://www.funasa.gov.br/pub/GVE/GVE0515A.htm>.
nº 96. Passim.
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CAPÍTULO II DOS PRINCIPAIS PROBLEMAS AMBIENTAIS DE MARINGÁ
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MARINGÁ VERDE? CAPÍTULO II DOS PRINCIPAIS PROBLEMAS AMBIENTAIS DE MARINGÁ
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CAPÍTULO II DOS PRINCIPAIS PROBLEMAS AMBIENTAIS DE MARINGÁ
a água tratada para abastecimento urbano (12 bacias e 17 princípios ativos), o maior núme-
ro de produtos contaminados por amostra foi na bacia do Tibagi e Pirapó.140
Quando a água analisada estava in natura, antes do tratamento para abastecimento
(foram analisados 16 princípios ativos), constatou-se que 97,8% da bacia do Pirapó estava
contaminada. E mais, quando a análise recaiu sobre as águas dos mananciais não utilizados
para abastecimento urbano (16 princípios ativos analisados), a bacia do Pirapó apresentou
100% de contaminação.141
Além disto, calculou-se que, com a implementação de trabalhos de manejo e conser-
vação de solos nas microbacias, inclusive com a diminuição do uso de agrotóxicos, seria
possível reduzir os custos no tratamento da água na ordem de US$ 43.600,50 por ano.
Até hoje ainda não foi possível eliminar totalmente o uso do hexaclorobenzeno, ou o
popularmente conhecido BHC na região de Maringá. O produto está proibido no Brasil
desde 1985, mas até hoje os agricultores não sabem como se livrar do produto. De acordo
com o jornal o ‘Diário do Norte do Paraná’, de 3 de maio de 2003:
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MARINGÁ VERDE? CAPÍTULO II DOS PRINCIPAIS PROBLEMAS AMBIENTAIS DE MARINGÁ
d) ZP4:
ção de hormônios
Horto Florestal;
sexuais, dores de cabeça, tontura, confusão
e) ZP5:eParque
mental convulsões.
da Nascente
Ele explica
do Ribeirão
que hojePaiçandu;
ainda existe risco, por-
queZP6:
f) em Bosque
muitas propriedades
das Grevíleas;o produto está mal armazenado e
ZP7:
pode
g) contaminar
Parque doquemSabiá;mora no local. No ano passado, o Minis-
h) ZP8:
tério do Parque
Meio Ambiente
Florestal Municipal
pediu aosdasEstados
Perobas; que fosse realizado
umZP9:
i) levantamento
Recanto Borbade quanto
Gato; inseticida ainda existe estocado. No
j) ZP10:esse
Paraná, Parque
trabalho
Ecológico
foi feito
Municipal
pelos técnicos
do Guaiapó;da Emater e se cons-
k) ZP11:
tatou queParque
em muitas
Florestal
propriedades
Municipal existem
das Palmeiras;
uma enorme quanti-
l) ZP12:
dade de Parque
sacos dedoBHCCinqüentenário;
armazenados de forma incorreta. O que
maisZP13:
m) preocupa,
Parquenodaentanto,
Rua Teodoro
é que Negri;
em alguns casos o agrotóxico
foiZP14:
n) enterrado
Parque
quando
Alfredo
a proibição
Werner foiNyffeler;
publicada.
o) ZP15:
ESTOQUES Reservas do Córrego Borba Gato76;
p) ZP16: Reserva da Rua Diogo M. Esteves;
Em quase todos os municípios da região existem estoques do ve-
q) ZP17:
neno. Só Reserva
em Maringádo Córrego
são maisCleópatra;
de 35 toneladas. Para Alvir, o go-
r) ZP18:
verno Reserva
precisa da Rua logo
encontrar Pioneira
umaDeolinda
forma deT.retirar
Garcia;
o produto das
s) ZP19: Reserva
propriedades. ‘Osdo Córrego Moscados;
agricultores estão como fiéis depositários. Es-
palhado, o veneno é menos perigoso do que estocado em um só
Destacam-se, dentre elas, as seguintes
local’, observa. áreas:
a) Parque Ecológico Municipal do
Ele acredita queGuaiapó:
ainda estereconhecido
ano o governo como parque
deverá pela um
divulgar Lei
programa de destinação para o produto.
Complementar nº 3.513/93, possui uma área de 16.204,48 m , localizado na O BHC
2 só pode ser qua-
des-
truído em temperaturas acima de 3 mil graus. No Brasil, só exis-
dra 43-B do Conjunto Residencial Parigot de Souza, constituído de remanescen-
tem duas máquinas capazes de gerar essa temperatura uma no Rio
tes da vegetação nativa. A áreae outra
de Janeiro não possui
em Sãoplano de‘O
Paulo. manejo
problema e enfrenta
é o altoproblemas
custo dos
estruturais para garantir sua sobrevivência.
incineradores. Somente
Serão necessários nomilhões
alguns ano de de 2003
reaisa para
áreaaca-
foi
cercada pela Prefeitura bar com todo veneno
de Maringá, numa existente no de
tentativa Brasil e enquanto
isolamento dasisso os agri-
principais
cultores precisam conviver com problema’, argumenta. Há dois
áreas verdes do município.
anos, o governo incinerou no Rio de Janeiro mais de duas mil to-
b) Jardim Botânico: com uma área de aproximadamente 9 mil m2 , nela localizam-se
neladas do toneladas que estavam estocados no município de
duas antigas lagoas Tamarana,
de tratamento da Sanepar
próximo desativadas.
a Londrina. Em seu
Alvir lembra que fundo, encon-
todo inseticida
tram-se dois córregos quenum
estava praticamente
mesmo prédio não possuem
e causando mata ciliar preservada.
problemas para os mora- Na
Administração Municipal dores do dolocal. Na época,
ex-prefeito foram
Jairo gastosfoi
Gianoto, cerca de R$ um
recebido 3,5 milhões
recurso
financeiro especialmentepara levar o BHC até para
direcionado o Rioadeimplementação
Janeiro. de estruturas que
Durante duas semanas a reportagem aguardou uma resposta da
permitissem a visitação e a recuperação florestal do local. Entretanto, o máximo
diretoria do Ibama, em Brasília, sobre a existência de um progra-
que se pode encontrar ma deé uma pista de
destinação docaminhada
BHC, mas não mal obteve
projetada; uma142
resposta. sede utiliza-
da por muito tempo pelo Corpo de Bombeiros, e que foi ocupada pela Polícia
Tabela 41
Florestal – Quantidade
a partir BHC na
de maio de 2003; região
e uma de Maringá
imensa em toneladas
área desmatada. Um projeto de
recuperação
BHC na região foi viabilizado na última gestão municipal, buscando tornar a área um
Astorga ponto de lazer e visitação para a comunidade carente que6vive a sua volta, mas a-
toneladas
Atalaia inda aguarda recursos financeiros. 13 toneladas
c) Parque Florestal Municipal das Perobas: localizado nos lotes
Colorado 210-A e 211-A, 210
6 toneladas
Floraí e 210-G da Gleba Ribeirão Pingüim, com área total de 263.438,74 2 toneladasm2, constituído
Iguaraçu de remanescentes da vegetação nativa que apresentam espécies representativas da
4 toneladas
Mandaguaçuflora e da fauna da região. Essa área, reconhecida como parque 4 toneladaspela Lei Comple-
Maringá mentar nº 3.513/93, também se encontra abandonada e 35 não possui um plano de
toneladas
manejo.
Fonte: Jornal o Diário do Norte do Paraná (2003).
142Ver
76 JORNAL
comentário
O DIÁRIO
da nota de
DO rodapé
NORTEnº 96.
DO PARANÁ. 3 maio 2003.
__ 122
224 __
CAPÍTULO II DOS PRINCIPAIS PROBLEMAS AMBIENTAIS DE MARINGÁ
O art. 2º, inc. I, da Lei nº 7.802/89, editada logo após a Constituição Federal, definiu
o que são considerados agrotóxicos e produtos afins, como:
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MARINGÁ VERDE? CAPÍTULO II DOS PRINCIPAIS PROBLEMAS AMBIENTAIS DE MARINGÁ
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CAPÍTULO II DOS PRINCIPAIS PROBLEMAS AMBIENTAIS DE MARINGÁ
No cenário federal, foi editada, no ano de 2000, a Lei Federal no 9.974, que trouxe al-
gumas modificações à Lei no 7.802/89, especialmente quanto à obrigação dos usuários e
dos comerciantes de realizarem a entrega das embalagens utilizadas aos fabricantes para
destinação final, além da previsão da existência de informações sobre a destinação final
das embalagens nos rótulos, facilitando a conduta do agricultor:
__ 227 __
MARINGÁ VERDE? CAPÍTULO II DOS PRINCIPAIS PROBLEMAS AMBIENTAIS DE MARINGÁ
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228 __
12 Planejamento urbano
__ 122
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CAPÍTULO II DOS PRINCIPAIS PROBLEMAS AMBIENTAIS DE MARINGÁ
Neste sentido, o Poder Público de Maringá tem buscado atuar na coleta de dados pa-
ra a composição de suas ações. A partir de sua criação, os rumos escolhidos para o muni-
cípio sempre foram indicados pelos interesses comerciais de cada época. Primeiramente o
incentivo foi direcionado à produção cafeeira para exportação. Atualmente, produz-se
muito mais soja, trigo e milho do que qualquer outra cultura na região de Maringá.
Em determinadas fases, outros componentes foram sendo agregados à preocupação
de seus dirigentes, tanto que, em 1980, Maringá teve um novo levantamento de sua situa-
ção, tanto nas esferas natural, social como financeira, com um estudo que caracterizou um
verdadeiro e pioneiro Plano Diretor. Deste estudo, surgiu uma lista das principais priori-
dades para o município.
Percebe-se que o planejamento tem sido, ainda que nem sempre de uma forma ade-
quada, empregado no desenvolvimento de Maringá. Após a definição de seu desenho
inicial por Jorge de Macedo Vieira, a cidade teve novo rumo proporcionado pelas idéias do
Engenheiro Nildo Ribeiro da Rocha, que marcaram a década de 80 e estabeleceram o atual
sistema viário do município, além de algumas obras que orientaram o desenvolvimento da
cidade, como a localização do campus da UEM, e a ligação de vários bairros afastados do
centro da cidade.
O município de Maringá conta com leis específicas sobre o uso e ocupação de seu
solo, que denotam o interesse do legislador local para o controle do desenvolvimento e
crescimento regional. Apesar disto, pode-se enfatizar que não existe mais em Maringá uma
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MARINGÁ VERDE? CAPÍTULO II DOS PRINCIPAIS PROBLEMAS AMBIENTAIS DE MARINGÁ
146Ver
76 Disponível
comentário
em:da<http://www.leismunicipais.com.br/pr/maringa>.
nota de rodapé nº 96.
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CAPÍTULO II DOS PRINCIPAIS PROBLEMAS AMBIENTAIS DE MARINGÁ
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MARINGÁ VERDE? CAPÍTULO II DOS PRINCIPAIS PROBLEMAS AMBIENTAIS DE MARINGÁ
A gravidade da condutad)dos ZP4: vereadores de Maringá pode ser constatada pelo número
Horto Florestal;
de leis que alteram o zoneamento e) ZP5: Parque
urbano,dabem Nascente
comodopelo Ribeirão
fato Paiçandu;
de a maior parte delas
f) ZP6: Bosque das Grevíleas;
ocorrer de forma seqüencial. É como se houvesse um modelo ou procedimento padrão,
simplificado, para alteração dos g) ZP7:
eixosParque do Sabiá;
residenciais para comerciais.
É natural que o dinamismo h) ZP8:do Parque Florestalurbano
crescimento Municipal das transformações
e das Perobas; sociais e
ZP9: Recanto
econômicas da cidade exijami) alterações Borba Gato;
na legislação urbanística. Mas a legislação federal e
a Constituição Federal devem j) ZP10: Parque Ecológico
ser respeitadas, Municipalinteresses
por protegerem do Guaiapó; públicos maiores
k) ZP11: Parque Florestal
do que os meros interesses privados. Além do devido acompanhamento Municipal das Palmeiras;
técnico, a popula-
ção deve ser ouvida, a exemplo l) ZP12: Parque
do que ocorredo Cinqüentenário;
com o Congresso da Cidade realizado entre
m) ZP13: Parque da Rua Teodoro Negri;
2003 e 2004 pela Prefeitura Municipal de Maringá. Alguma entidade com ou sem a parti-
n) ZP14: Parque Alfredo Werner Nyffeler;
cipação do Ministério Público, deve ingressar na Justiça buscando a correção da maior
o) ZP15: Reservas do Córrego Borba Gato76;
parte desses abusos, e umap)campanha de conscientização
ZP16: Reserva da Rua Diogo M. daEsteves;
comunidade deve buscar o
controle permanente da atuação legislativa da Câmara de
q) ZP17: Reserva do Córrego Cleópatra; Vereadores.
O curioso é que, além r)daZP18: previsão constitucional,
Reserva da Rua Pioneiraa própria
Deolindalegislação complementar
T. Garcia;
municipal prevê condições s)mínimas para a do
ZP19: Reserva aprovação desses projetos, antes mesmo do
Córrego Moscados;
estatuto da Cidade, pela Lei Complementar nº 24/1993. Em seu artigo 2:
Destacam-se, dentre elas, as seguintes áreas:
Art. 2º - O projeto da lei a que se refere o artigo anterior terá
a) Parque Ecológico tramitação
Municipal normal
do Guaiapó: reconhecido
após preenchidos como parque
os requisitos pela Lei
seguintes:
Complementar nº 3.513/93, possui umacom
I - abaixo-assinado, áreajustificativa,
de 16.204,48 m2, localizado
firmado pela maioriana qua-
dos
dra 43-B do Conjunto moradores, constando-se,
Residencial Parigot deespectivamente,
Souza, constituído o nome legível e os
de remanescen-
tes da vegetação nativa. números da não
A área residência
possuie plano
da carteira de identidade
de manejo e enfrenta ouproblemas
outro do-
cumento de identificação do assinante;
estruturais para garantir sua sobrevivência. Somente no ano de 2003 a área foi
II - mapa parcial expedido pela Secretaria de Planejamento do
cercada pela Prefeitura de
Município, Maringá, numa atentativa
evidenciando de da
localização isolamento das principais
via a ser considerada ei-
áreas verdes do município.
xo de comércio e serviços e das vias comerciais ou mistas próxi-
b) Jardim Botânico: com mas,uma comárea
sugestão sobre a viabilidade
de aproximadamente da implantação
9 mil do respec-
m2 , nela localizam-se
tivo eixo;
duas antigas lagoas de tratamento da Sanepar desativadas. Em seu fundo, encon-
III - parecer do Conselho de Desenvolvimento Municipal, sobre
tram-se dois córregos que praticamente
a viabilidade não possuem
da transformação, mata ser
que deverá ciliar preservada.
expedido no prazoNa
Administração Municipal do ex-prefeito Jairo Gianoto, foi recebido
máximo e improrrogável de quinze (15) dias da solicitação oficial um recurso
financeiro especialmente direcionado
pela Câmara, após o que paraserá
a implementação
desconsiderado para de estruturas
a tramitaçãoque da
permitissem a visitação matéria.e a recuperação florestal do local. Entretanto, o máximo
que sedepode
As mais encontrar
100 leis é uma pistamunicipais
complementares de caminhada maltambém
citadas projetada;sãouma sedepois
ilegais, utiliza-
não
da por muito tempo
atendem à Lei Complementar n 24/1993. pelo
o Corpo de Bombeiros, e que foi ocupada pela Polícia
DasFlorestal
leis que aregulamentam
partir de maioa ocupação
de 2003; eurbana
uma imensa área desmatada.
em Maringá, a que maisUm projetones-
interessa de
recuperação foi viabilizado na última gestão municipal, buscando
ta breve análise é a Lei Complementar n 331/99, que dispõe sobre o uso e a ocupação do
o tornar a área um
solo no ponto
municípiode lazer e visitação
de Maringá. para a comunidade
Trata-se carente que
de uma lei arrojada, quevive a sua instrumentos
concede volta, mas a-
inda aguarda recursos financeiros.
suficientes para que a Administração Pública regulamente a ocupação da cidade. No artigo
c) Parque
3o dispõe que Florestal Municipal das Perobas: localizado nos lotes 210-A e 211-A, 210
e 210-G da Gleba Ribeirão Pingüim, com área total de 263.438,74 m2, constituído
de remanescentes da Art. 3º - A localização
vegetação nativa quedeapresentam
quaisquer usos e atividades
espécies no Municí-
representativas da
pio dependerá de licença prévia da Prefeitura Municipal.
flora e da fauna da §região. Essa área,para
1° A permissão reconhecida
localização como parque pela
de qualquer Lei Comple-
atividade conside-
mentar nº 3.513/93, também
rada como se encontranociva
incômoda, abandonada e não dependerá,
ou perigosa, possui um planoalém das de
manejo. especificações exigidas para cada caso, da aprovação do projeto
detalhado das instalações para depuração dos resíduos líquidos ou
gasosos, bem como dos dispositivos de proteção ambiental e de
76 Ver comentário da nota de rodapésegurança
nº 96. requeridos por órgãos públicos.
__ 122
234 __
CAPÍTULO II DOS PRINCIPAIS PROBLEMAS AMBIENTAIS DE MARINGÁ
__ 235 __
MARINGÁ VERDE? CAPÍTULO II DOS PRINCIPAIS PROBLEMAS AMBIENTAIS DE MARINGÁ
d) ZP4:
b) ZonaHorto
Residencial
Florestal;
Dois (ZR2), predominantemente residenci-
al, ZP5:
e) com Parque
padrão da deNascente
ocupaçãodounifamiliar
Ribeirão Paiçandu;
ou bifamiliar de baixa
ZP6: Bosque das Grevíleas;
densidade;
f)
c) ZP7:
g) ZonaParque
Residencial
do Sabiá;
Três (ZR3), predominantemente residencial,
com
h) ZP8:padrão
Parquede Florestal
ocupaçãoMunicipal
unifamiliar,
dasbifamiliar
Perobas; ou multifamiliar
deZP9:
i) médiaRecanto
densidade;
Borba Gato;
d)ZP10:
j) ZonaParque
Residencial
Ecológico
QuatroMunicipal
(ZR4), predominantemente
do Guaiapó; residen-
cial,ZP11:
k) comParque
padrãoFlorestal
de ocupação
Municipal
unifamiliar,
das Palmeiras;
bifamiliar ou multifa-
l) ZP12:
miliar deParque
alta densidade,
do Cinqüentenário;
permitidos comércio e serviços em cará-
m) ZP13: Parque
ter restrito; (NR) (alterado
da Rua Teodoro
conforme Negri;
LC 340/2000)
e) ZP14:
n) Zona Parque
Residencial
Alfredo
Cinco
Werner
- ZR5,
Nyffeler;
exclusivamente residencial,
o)
com ZP15:
padrãoReservas
de ocupação
do Córrego
unifamiliar
BorbadeGato 76; densidade;
baixa
p) ZP16:
f) Zona Reserva
Residencialda Rua
SeisDiogo
(ZR6),M. Esteves;
predominantemente residencial,
q) ZP17:
com Reserva
padrão do Córrego
de ocupação Cleópatra;
unifamiliar e bifamiliar de baixa densi-
r) ZP18:
dade, Reserva comércio
permitidos da Rua Pioneira Deolinda
e serviços T. Garcia;
em caráter restrito. (alterado
s) ZP19: Reserva
conforme do Córrego Moscados;
LC 340/2000)
VI - Zonas de Proteção Ambiental - ZP, destinadas a contribuir
Destacam-se, dentre elas, paraasaseguintes
manutenção áreas:
do equilíbrio ecológico e paisagístico no terri-
tório do Município,
a) Parque Ecológico Municipal do Guaiapó: admitidas apenas edificações
reconhecido como parqueque se destinem
pela Lei
Complementar nº 3.513/93, possui uma área de 16.204,48 m , localizadoflorestais,
estritamente ao apoio às funções dos parques 2 e reservas na qua-
dividem-se em:
dra 43-B do Conjunto Residencial Parigot de Souza, constituído
a) ZP1: faixas com largura mínima de 30,00m (trinta metros) dede remanescen-
tes da vegetação nativa. A área
cada lado dasnão possui eplano
nascentes cursosded’água
manejo do eMunicípio,
enfrenta problemas
destinadas
estruturais para garantir sua sobrevivência.
à manutenção e recomposiçãoSomente no ano
das matas de 2003
ciliares, onde asãoárea foi
veda-
cercada pela Prefeitura dos quaisquer
de Maringá, tiposnuma
de edificação;
tentativa de isolamento das principais
b) ZP2: Parque do Ingá;
áreas verdes do município.
c) ZP3: Bosque II;
b) Jardim Botânico: com uma área
d) ZP4: Horto deFlorestal;
aproximadamente 9 mil m2 , nela localizam-se
duas antigas lagoas e)de ZP5: tratamento
Parque da da Sanepar
Nascentedesativadas.
do Ribeirão Em seu fundo, encon-
Paiçandu;
tram-se dois córregos que praticamente
f) ZP6: não possuem mata ciliar preservada. Na
Bosque das Grevíleas;
Administração Municipal g) ZP7:doParque do Sabiá;
ex-prefeito Jairo Gianoto, foi recebido um recurso
financeiro especialmente direcionado para Municipal
h) ZP8: Parque Florestal das Perobas;
a implementação de estruturas que
i) ZP9: Recanto Borba Gato;
permitissem a visitação j) ZP10: Parque Ecológico Municipal do Guaiapó; o máximo
e a recuperação florestal do local. Entretanto,
que se pode encontrar é umaParque
k) ZP11: pista de caminhada
Florestal mal projetada;
Municipal das Palmeiras; uma sede utiliza-
da por muito tempo l) pelo
ZP12: Corpo
ParquededoBombeiros, e que foi ocupada pela Polícia
Cinqüentenário;
Florestal a partir dem)maio ZP13:
de Parque
2003; edaumaRuaimensa
Teodoro Negri;
área desmatada. Um projeto de
n) ZP14: Parque Alfredo Werner Nyffeler;
recuperação foi viabilizado na última gestão municipal, buscando tornar a área um
o) ZP15: Reservas do Córrego Borba Gato;
ponto de lazer e visitação
p) ZP16: para a comunidade
Reserva carente
da Rua Diogo M. que vive a sua volta, mas a-
Esteves;
inda aguarda recursos q) financeiros.
ZP17: Reserva do Córrego Cleópatra;
r) ZP18:das
c) Parque Florestal Municipal Reserva da Rua
Perobas: Pioneiranos
localizado Deolinda T. Garcia;
lotes 210-A e 211-A, 210
s) ZP19: Reserva do Córrego Moscados;
e 210-G da Gleba Ribeirão Pingüim, com área total de 263.438,74 m , constituído 2
de remanescentes da VIIvegetação
- Zonas Especiais
nativa que- ZE, destinadas
apresentam à manutenção
espécies de padrões
representativas da
urbanísticos específicos em áreas onde haja a presença de ativida-
flora e da fauna da des, região.
usosEssa área, reconhecida
ou funções urbanas decomocaráterparque pela Lei
excepcional, Comple-
não enqua-
mentar nº 3.513/93, também
dráveis se encontra
nas zonas abandonada
definidas e não
neste artigo, possui um
dividem-se em: plano de
manejo. a) ZE1: Novo Centro;
b) ZE2: Cemitério Municipal;
c) ZE3: Cemitério Parque;
76 Ver comentário da nota de rodapéd) ZE4: Aeroporto Gastão Vidigal;
nº 96.
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CAPÍTULO II DOS PRINCIPAIS PROBLEMAS AMBIENTAIS DE MARINGÁ
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MARINGÁ VERDE? CAPÍTULO II DOS PRINCIPAIS PROBLEMAS AMBIENTAIS DE MARINGÁ
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CAPÍTULO II DOS PRINCIPAIS PROBLEMAS AMBIENTAIS DE MARINGÁ
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MARINGÁ VERDE? CAPÍTULO II DOS PRINCIPAIS PROBLEMAS AMBIENTAIS DE MARINGÁ
Tabela 45 – Distribuição
d) ZP4: Hortodas ocupações
Florestal; do solo em Maringá – 1996
e) ZP5: Parque da Nascente do Ribeirão Paiçandu;
f) ZP6: Bosque das Grevíleas; Área
Ocupações do solo
g) ZP7: Parque do Sabiá;Km 2 %
Cultura* h) ZP8: Parque Florestal Municipal das Perobas; 38,95
190,75
Pastagem i) ZP9: Recanto Borba Gato; 68,27 73,94
Mata Nativa**
j) ZP10: Parque Ecológico Municipal
14,05
do Guaiapó; 2,87
k) ZP11: Parque Florestal Municipal das Palmeiras;
Cana-de-açúcar 8,18 1,67
l) ZP12: Parque do Cinqüentenário;
Capoeira 3,27
m) ZP13: Parque da Rua Teodoro Negri; 0,67
Área Urbanizada n) ZP14: Parque Alfredo 127,58
Werner Nyffeler; 26,05
Outros o) ZP15: Reservas do Córrego 77,66 Borba Gato76; 15,85
Total p) ZP16: Reserva da Rua Diogo M. Esteves;
489,76 100,00
ZP17:
* Cultura identificada na área urbanaq)foi Reserva
de 34,18 km2. do Córrego Cleópatra;
** Mata Nativa identificada na área r) ZP18:
urbana Reserva
foi de 5,31 kmda
2. Rua Pioneira Deolinda T. Garcia;
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240 __
CAPÍTULO II DOS PRINCIPAIS PROBLEMAS AMBIENTAIS DE MARINGÁ
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MARINGÁ VERDE? CAPÍTULO II DOS PRINCIPAIS PROBLEMAS AMBIENTAIS DE MARINGÁ
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13 Condomínios rurais irregulares
O imóvel rural teve o seu conceito definido pelo Estatuto da Terra (Lei Federal no
4.504/64), o qual, em seu artigo 4o, assim prescreve: “para os efeitos desta lei, definem-se:
I – Imóvel Rural, o prédio rústico de área contínua, qualquer que seja a sua localização,
que se destina à exploração extrativa agrícola, pecuária ou agro-industrial, quer através de
plano públicos de valorização, quer através da iniciativa privada.”
O Decreto no 55.891/65 que regulamentou o Estatuto da Terra, em seu artigo 5o, re-
pete este conceito, mas explicita a expressão – “qualquer que seja a sua localização” –
acrescentando: “em perímetros urbanos, suburbanos ou rurais dos municípios”.
Conclui-se que o que caracteriza o imóvel rural é a sua destinação e não a sua locali-
zação na zona rural do município. O imóvel, tendo por destinação e objetivo a exploração
agrícola, pecuária ou agro-industrial, é rural, ainda que esteja localizado dentro do períme-
tro urbano do município.
Conseqüentemente, por interpretação a contrario sensu, será considerado urbano o i-
móvel que, ainda que localizado na zona rural, não tiver destinação agrícola, pecuária ou
agro-industrial, como, por exemplo, o sítio de recreio e os estabelecimentos comerciais ou
industriais.
Fixado o critério da destinação do imóvel, para caracterizá-lo como rural, não seria
admissível que o legislador permitisse a sua divisão em áreas incompatíveis com o seu
objetivo ou a sua destinação, isto é, que admitisse o seu fracionamento em áreas onde não
fosse possível a exploração extrativa agrícola, pecuária ou agro-industrial.
Atento a esse objetivo, o Artigo 65 do Estatuto da Terra prescreveu: “o imóvel rural
não é divisível em áreas ou dimensão inferior à constitutiva do módulo de propriedade
rural”.
Este artigo foi ampliado e complementado pelo Artigo 8o da Lei no 5.868, de 12 de
dezembro de 1972, que proibiu não somente a divisão, mas também a transmissão, a qual-
quer título, de área do imóvel rural de tamanho inferior à do módulo calculado para o
imóvel ou da fração mínima de parcelamento.
Para escapar de um certo radicalismo legal, foi promulgado o Decreto no 62.504, de 8
de abril de 1968, o qual permitiu o desmembramento de parcelas inferiores às do módulo
rural que se destinam a obras de necessidade ou utilidade pública, obras de infra-estrutura
ou atividades outras, e interesse para as comunidades, e que a execução de tais obras deve-
ria possibilitar o efetivo desenvolvimento econômico e progresso social do meio rural.
MARINGÁ VERDE? CAPÍTULO II DOS PRINCIPAIS PROBLEMAS AMBIENTAIS DE MARINGÁ
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244 __
CAPÍTULO II DOS PRINCIPAIS PROBLEMAS AMBIENTAIS DE MARINGÁ
147 Informações extraídas do inquérito civil instaurado pela Promotoria de Defesa do consumidor de Maringá.
148 Informações extraídas do inquérito civil instaurado pela Promotoria de Defesa do consumidor de Maringá.
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MARINGÁ VERDE? CAPÍTULO II DOS PRINCIPAIS PROBLEMAS AMBIENTAIS DE MARINGÁ
d) ZP4:que,
Além disto, a OAB entendeu Hortocom os empreendimentos, houve impacto ambien-
Florestal;
e) ZP5: Parque
tal na área. Desta forma, a viabilização dosda Nascente dorurais
condomínios Ribeirão Paiçandu;
fechados dependeria, após
f) ZP6: Bosque das Grevíleas;
vencidas as exigências legais específicas, da elaboração de um estudo de impacto ambiental
g) ZP7: Parque do Sabiá;
(EIA) com o respectivo relatório
h) ZP8: de impacto
Parque ao meio
Florestal ambiente
Municipal (Rima), inclusive com
das Perobas;
audiência pública, na forma i)atualmente normatizada.
ZP9: Recanto Borba Gato;
ZP10: Parqueirregulares
Portanto, para que os j)condomínios Ecológico pudessem
Municipal do
serGuaiapó;
regularizados, a OAB-
k) ZP11: Parque Florestal Municipal das Palmeiras;
Maringá concluiu pela edição de uma lei municipal específica de regulamentação, além dos
l) ZP12: Parque do Cinqüentenário;
imprescindíveis EIA e Rima.
m) ZP13: Parque da Rua Teodoro Negri;
Já o Procon de Maringá, que recebeu
n) ZP14: várias reclamações
Parque Alfredo de consumidores lesados
Werner Nyffeler;
o) ZP15: Reservas do Córrego Borba Gato
com a operação irregular do parcelamento do solo rural, emitiu parecer 76;
enumerando as
p) ZP16: Reserva da Rua Diogo M. Esteves;
seguintes irregularidades dos condomínios rurais:
q) ZP17: Reserva do Córrego Cleópatra;
r) ZP18: Reserva da Rua Pioneira Deolinda T. Garcia;
I) da compra por loteadoras (ou terceiros com interesse em lotear – pessoa física
s) ZP19: Reserva do Córrego Moscados;
ou jurídica) de áreas rurais de terceiros onde em nenhum momento foi efetivada
a escrituração
Destacam-se, dentreem nome
elas, das loteadoras;
as seguintes áreas:
a)
II) Parque
venda Ecológico
destes lotesMunicipal do Guaiapó:
(frações ideais) para os reconhecido
consumidorescomo parque pela
com contatos Lei
confec-
Complementar nº 3.513/93, possui uma área de 16.204,48 m 2, localizado na qua-
cionados e registrados em Tabelionatos de áreas não pertencentes a parte con-
dra 43-B do
tratante Conjunto pelo
(vendedora) Residencial
fato deParigot de devidamente
não estar Souza, constituído de remanescen-
escriturado em nome
tesdodamesmo
vegetação nativa. A área não
e sim em nome de terceiro; possui plano de manejo e enfrenta problemas
estruturais para garantir sua sobrevivência. Somente no ano de 2003 a área foi
III)cercada
a não pela
entrega de recibos
Prefeitura de pagamentos
de Maringá, de parcelas
numa tentativa ao contratado
de isolamento das (consumi-
principais
dor), bem como após
áreas verdes do município. a quitação total;
IV) Jardim
b) a nãoBotânico: comda
transferência uma área dedefinitiva
escritura aproximadamente 9 mil m
do lote (fração 2 , nela localizam-se
ideal) ao consumidor
duas
queantigas
cumpriu lagoas de tratamento da Sanepar desativadas. Em seu fundo, encon-
sua obrigação;
tram-se dois córregos que praticamente não possuem mata ciliar preservada. Na
V) a não legalização do loteamento junto aos órgãos competentes;
Administração Municipal do ex-prefeito Jairo Gianoto, foi recebido um recurso
VI) financeiro
a promessa especialmente direcionado
futura dos loteadores juntopara
aosaconsumidores
implementação de estruturas
de legalização dosque
lo-
permitissem
teamentos; a visitação e a recuperação florestal do local. Entretanto, o máximo
que se pode encontrar é uma pista de caminhada mal projetada; uma sede utiliza-
VII) propagandas enganosas quanto a entrega dos lotes (frações ideais) asfaltados,
da por muito tempo pelo Corpo de Bombeiros, e que foi ocupada pela Polícia
com água, luz e esgoto.149
Florestal a partir de maio de 2003; e uma imensa área desmatada. Um projeto de
recuperação
Assim foi viabilizado
sendo, também o Procon na última gestãofatos
identificou municipal, buscandograndes
que ocasionam tornar aprejuízos
área um
ponto de lazer e visitação para a comunidade carente que vive a sua volta, mas a-
também para os consumidores, além daqueles acarretados ao meio ambiente. Em nenhum
inda aguarda recursos financeiros.
momento os consumidores foram informados de que estavam comprando frações ideais
c) Parque Florestal Municipal das Perobas: localizado nos lotes 210-A e 211-A, 210
de solo.
e 210-G da Gleba Ribeirão Pingüim, com área total de 263.438,74 m2, constituído
Diante dessas flagrantes irregularidades e ilegalidades, o Codem enviou o material pa-
de remanescentes da vegetação nativa que apresentam espécies representativas da
ra a Promotoria
flora e dadefauna
Defesadado Consumidor,
região. Essa área,chefiada pelo Promotor
reconhecida como parque Joãopela
Ângelo Leonar-
Lei Comple-
di, o qualmentar
atravésnºda3.513/93, 012/98,seinstaurou
Portaria ntambém
o encontraum inquérito ecivil
abandonada nãopara apurar
possui umos fatosdee
plano
manejo.
tomar as medidas judiciais cabíveis.
149Ver
76 Ibid.
comentário da nota de rodapé nº 96.
__ 122
246 __
CAPÍTULO II DOS PRINCIPAIS PROBLEMAS AMBIENTAIS DE MARINGÁ
Com base no exposto, a principal conclusão a que se pode chegar é a de que o Poder
Executivo de Maringá contribuiu sobremaneira para o avanço das áreas irregulares questi-
onadas, já que não exerceu a competente fiscalização a que está obrigado pela Lei Munici-
pal no 44/94 (substituída pela Lei nº 344/99, similar conteúdo). Note-se que não se tratou
de um imóvel ou outro, mas sim de verdadeiros bairros urbanos, dada à proximidade do
perímetro urbano e à densidade populacional.
Após a notoriedade alcançada pelo fato, a Prefeitura Municipal de Maringá ainda ten-
tou tomar alguma providência, requerendo ao Juízo da Vara de Registros Públicos da
Comarca que cientificasse os Notários, Registradores e Cartórios de Títulos e Documen-
tos, para que não levassem a efeito lavraturas de escrituras públicas, registros das mesmas,
bem como os contratos particulares de compromisso de compra e venda das áreas rurais
irregulares, em face da não aprovação de loteamentos nas circunstâncias acima menciona-
das. Entretanto, essa medida ocorreu muito tardiamente.
Ainda que os “loteadores” possam ter apresentado dados falsos, também as serventi-
as extrajudiciais do Poder Judiciário atuaram irregularmente, pois o Código de Normas do
Poder Judiciário, ao estabelecer normas e procedimentos aos notários sobre a escritura de
áreas rurais, prescreve que:
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MARINGÁ VERDE? CAPÍTULO II DOS PRINCIPAIS PROBLEMAS AMBIENTAIS DE MARINGÁ
ral,ZP4:
d) Horto
se a área Florestal; e a remanescente não forem iguais ou
desmembrada
e) ZP5: Parque da Nascente do Ribeirão Paiçandu;
superiores à fração mínima de parcelamento, impressa no certifi-
f) ZP6: Bosque das Grevíleas;
cado
g) ZP7:de cadastro
Parque docorrespondente.
Sabiá;
11.3.1.1
h) ZP8: –Parque
O disposto neste
Florestal item nãodas
Municipal se Perobas;
aplica aos casos em que a
i) ZP9: Recanto
alienação Borba
se destine, Gato;
comprovadamente, à anexação a outro imó-
j) ZP10: Parque Ecológico Municipal do Guaiapó;
vel rural confinante e desde que a área remanescente seja igual ou
k) ZP11: Parque Florestal Municipal das Palmeiras;
superior
l) à fraçãodo
ZP12: Parque mínima de parcelamento.
Cinqüentenário;
m) ZP13: Parque da Rua Teodoro Negri;
n) ZP14: Parque Alfredo Werner Nyffeler;
Segundo o levantamento realizado
o) ZP15: pela Prefeitura
Reservas do Córrego Municipal
Borba Gato de 76
Maringá,
; apresenta-se
p) ZP16: Reserva
a seguir a relação dos 24 condomínios da Ruaidentificados
irregulares Diogo M. Esteves;
no município, de um total
de 29 lotes rurais existentes.q) ZP17: Reserva do Córrego Cleópatra;
r) ZP18: Reserva da Rua Pioneira Deolinda T. Garcia;
s) ZP19: Reserva do Córrego Moscados;
Tabela 46 – Condomínios rurais irregulares de Maringá
No
Destacam-se, dentre elas, as seguintes áreas:Lote
Nome do Loteamento Gleba
01
a) Parque
Andrade
Ecológico Municipal do
10/D REM
Guaiapó: reconhecido como parque
Ribeirão Morangueiro
pela Lei
02 Complementar
Country Village nº 3.513/93, possui
16/A-2 uma área de 16.204,48 m 2, localizado na qua-
Ribeirão Morangueiro
03 dra 43-B
Monte Alto do Conjunto Residencial 18 Parigot de Souza, constituído de remanescen-
Ribeirão Morangueiro
tes da vegetação nativa. A 19 áreaA –não possui
REM, 19-A-1,plano de A-4,
A-2, A-3, manejo e enfrenta problemas
04 Subdivisão LT. 19-A Ribeirão Morangueiro
estruturais para garantir sua e A-5
sobrevivência. Somente no ano de 2003 a área foi
05 cercada
Recanto dos pela Prefeitura de 174-A-1,
Guerreiros Maringá, A-2, A-3, A-4, A-5, A-6, A-
numa tentativa de isolamento
7, A-8 e 174-A-REM
das principais
Ribeirão Maringá
06 áreas das
Recanto verdes
Rosasdo município. 171 REM Ribeirão Maringá
07 b) Jardim
Cidade CampoBotânico: com uma150-B-REM
área de aproximadamente 9 mil m2 , Maringá
Ribeirão nela localizam-se
08 duas antigas
Portal das Torres lagoas de tratamento da
150 e 150-A-6 Sanepar desativadas. Em seu fundo, encon-
Ribeirão Maringá
09 tram-se
Recanto dois córregos que 145
Kakogawa praticamente
REM não possuem mata ciliarMaringá
Ribeirão preservada. Na
10 Administração
Lote Municipal do
120 Gl. Rib. Maringá 120 ex-prefeito Jairo Gianoto, foi recebido
Ribeirão Maringáum recurso
11 financeiro
Chácara especialmente direcionado
Bandeirantes 119-A para a implementação Ribeirãode estruturas que
Maringá
LT. 11-6-B (REM) B1, B2, B3,
permitissem a visitação e a116-B recuperação florestal do local.Ribeirão
Entretanto,
12 REM Maringá o máximo
B4
13
que se pode encontrar é uma
Favoreto 148-D
pista de caminhada mal projetada; uma sede utiliza-
Ribeirão Maringá
14
da por muito tempo pelo 148-E
Bela Vista
Corpo de Bombeiros, e que foi ocupada pela Polícia
Ribeirão Maringá
15 Florestal
Projeto Vida a partir de maio de 2003;
148-F-1 e uma imensa área desmatada. Um projeto de
Ribeirão Maringá
16 recuperação
Santa Maria foi viabilizado na última
148-L-REM gestão municipal, buscando
Ribeirão Maringá a área um
tornar
17 ponto
Santa de lazer e visitação para
Marina 148-S-1a REM
comunidade carente que Ribeirãovive a Maringá
sua volta, mas a-
18 inda
Ana aguarda recursos financeiros.
Rosa 149 REM Ribeirão Maringá
19 c) Portal
Parque Florestal Municipal57-C,
das Flores das 57-D
Perobas: localizado nos lotes
e 57 REM 210-A
Ribeirão e 211-A, 210
Maringá
20 e 210-G da Gleba Ribeirão Pingüim, com área total de 263.438,74 m , constituído
LT. 23 Gl. Rib. Colombo 23 Ribeirão Colombo
2
21 Campo Dourado
de remanescentes 172, 173,
da vegetação 203-Aque
nativa REMapresentam espécies Ribeirãorepresentativas
Iguatemi da
22 Solo Rico 174 Ribeirão Iguatemi
flora e da fauna da região. Essa área, reconhecida como parque pela Lei Comple-
23 Chácaras Centenário 148 Ribeirão Iguatemi
mentar nº 3.513/93, também se encontra abandonada e não possui um plano de
24 Monte Carmelo 212 a 213 e 221 a 225 REM Ribeirão Paissandú
manejo.
Fonte: Maringá (1998).
__ 122
248 __
CAPÍTULO II DOS PRINCIPAIS PROBLEMAS AMBIENTAIS DE MARINGÁ
__ 249 __
MARINGÁ VERDE? CAPÍTULO II DOS PRINCIPAIS PROBLEMAS AMBIENTAIS DE MARINGÁ
d) ZP4: com
b) abertura da via paisagística Hortoa Florestal;
doação da mesma para o Município;
c) doação para o Município e) ZP5:deParque
uma áreada Nascente
destinadadoa Ribeirão Paiçandu;
equipamento comunitário; e
f) ZP6: Bosque das Grevíleas;
d) alteração da planta geral do empreendimento, de forma a adequá-la à estrutura
g) ZP7: Parque do Sabiá;
urbana do Município. h) ZP8: Parque Florestal Municipal das Perobas;
A atuação do Município, i) ZP9: Recanto
a posteriori, Borba
serviu Gato; para remediar a situação que já ha-
apenas
j) ZP10: Parque Ecológico Municipal do Guaiapó;
via se instalado na zona rural k) de Maringá.
ZP11: ParqueSegundo
Florestalofício do IAP
Municipal das àPalmeiras;
Promotoria de Defesa
do Consumidor, por várias l)vezes, ZP12:técnicos
Parque do deste Instituto teriam alertado a Prefeitura do
Cinqüentenário;
Município de Maringá sobrem)osZP13: Parqueque
problemas da Rua Teodoro
trariam tais Negri;
condomínios, principalmente
no tocante à expansão urbana. n) ZP14: Parque Alfredo Werner Nyffeler;
o) ZP15: Reservas do Córrego Borba Gato76;
Além do mais, o IAP afirma p) ZP16: queReserva
quandodaos Ruainteressados requisitavam a anuência pa-
Diogo M. Esteves;
ra subdivisão ou parcelamento de glebas
q) ZP17: Reserva rurais, esta sóCleópatra;
do Córrego era concedida se o proprietário
ZP18: Reserva
cumprisse o prescrito na Leir)Florestal, ou seja,da instituísse
Rua Pioneira Deolinda
a reserva T. Garcia;
legal de 20%, mediante
s) ZP19: Reserva do Córrego Moscados;
averbação junto ao Cartório Imobiliário competente, e respeitasse as áreas de preservação
permanente.
Destacam-se, dentre elas, as seguintes áreas:
Se
a) oParque
órgão Ecológico
ambiental estadual
Municipaltambém tomou reconhecido
do Guaiapó: conhecimentocomo prévio da situação,
parque pela Leia
ponto deComplementar
afirmar ter notificado a Prefeitura de Maringá, por que não
nº 3.513/93, possui uma área de 16.204,48 m , localizado na qua-
2 foram exigidos os
Estudos drade Impacto
43-B do Ambiental? Será que oParigot
Conjunto Residencial erro administrativo municipaldetem
de Souza, constituído o condão
remanescen-
de sobrepor-se à legislação federal e à Constituição Federal? Segundo
tes da vegetação nativa. A área não possui plano de manejo e enfrenta problemas a Lei de Crimes
Ambientais (artigo 67
estruturais da Lei
para nº 9.605/98),
garantir a omissão Somente
sua sobrevivência. é considerada
no anocrimede ambiental,
2003 a área puni-
foi
do com pena de um
cercada pelaa Prefeitura
três anos, edemulta.
Maringá, numa tentativa de isolamento das principais
Com áreas verdes do
o aumento damunicípio.
área urbana da cidade de Maringá, o desenvolvimento urbano foi
b) Jardim
prejudicado, comBotânico:
alterações com nouma área dee aproximadamente
ambiente urbanísticas, que ainda 9 mil não
m2 , puderam
nela localizam-se
ser ple-
namente duas antigas lagoas de tratamento da Sanepar desativadas. Em seu fundo, encon-
quantificadas.
tram-se
Foram dois córregos
instaurados que praticamente
inquéritos policiais para não possuem
apuração dosmata
fatosciliar preservada.
referentes aos con-Na
domíniosAdministração
citados, e umaMunicipal
ação civildo ex-prefeito
pública proposta Jairo Gianoto,
pela foi recebido
Promotoria de Defesa umdo recurso
Con-
sumidor financeiro
aguarda a especialmente
finalização dosdirecionado
processos para a implementação
de regularização de estruturasrurais
dos condomínios que
permitissem
irregulares, a visitação
para que possam e a recuperação
ser avaliadas as medidas florestal do local.
que ainda Entretanto,
se mostrarem o máximo
cabíveis.
quefatos
Esses se pode
servemencontrar é uma pistacomo
para demonstrar de caminhada
a omissãomal podeprojetada;
onerar ouma meiosede utiliza-
ambiente,
da por quando
principalmente muito tempo
a agressãopeloseCorpo
mostra deirremediável.
Bombeiros, Ferindo
e que foio ocupada
princípiopela Polícia
da preven-
Florestal a partir de maio de 2003; e uma imensa área
ção, o Poder Público de Maringá ignorou o planejamento urbano, tendo seu crescimentodesmatada. Um projeto de
recuperação foi viabilizado na
vinculado aos interesses econômicos e isolados. última gestão municipal, buscando tornar a área um
pontodadeAdministração
A partir lazer e visitação do para a comunidade
Prefeito José Cláudio carente queNeto,
Pereira vive aum suanovo
volta,procedi-
mas a-
inda aguarda recursos financeiros.
mento foi criado para a aprovação de novos loteamentos, havendo maior rigor quantos às
c) Parque Florestal Municipal das Perobas: localizado nos lotes 210-A e 211-A, 210
questões técnicas e legais. Hoje, nenhum loteamento é aprovado sem cumprir as condi-
e 210-G da Gleba Ribeirão Pingüim, com área total de 263.438,74 m2, constituído
ções legais
de previstas pela legislação
remanescentes da vegetaçãomunicipal,
nativa além da apresentação
que apresentam de um
espécies laudo geoambien-
representativas da
tal conclusivo quanto aos impactos causados ao meio ambiente.
flora e da fauna da região. Essa área, reconhecida como parque pela Lei Comple-
As principais
mentar nº previsões
3.513/93,da lei de parcelamento
também do solo de Maringá
se encontra abandonada e não possui(Lei Complemen-
um plano de
tar nº 334/99)
manejo. são as seguintes:
__ 122
250 __
CAPÍTULO II DOS PRINCIPAIS PROBLEMAS AMBIENTAIS DE MARINGÁ
__ 251 __
MARINGÁ VERDE? CAPÍTULO II DOS PRINCIPAIS PROBLEMAS AMBIENTAIS DE MARINGÁ
Id) ZP4:
- em Horto
loteamentos
Florestal; industriais cujos lotes tiverem mais de
e) ZP5: Parque
15.000,00m2 (quinze
da Nascente
mil metros
do Ribeirão
quadrados);Paiçandu;
II ZP6:
f) - emBosque
qualquer dasloteamento
Grevíleas; com área líquida inferior a 40,0%
ZP7: Parque
(quarenta
g) por cento)
do Sabiá;
da área total do loteamento.
§ 3º
h) ZP8:O Poder
ParqueExecutivo
Florestal Municipal
poderá receber
das Perobas;
áreas de fundo de vale,
i) ZP9:
mas, para efeitoBorba
Recanto do cálculo
Gato; das áreas definidas no § 1.º, serão
j) ZP10: Parque
computados, no Ecológico
máximo, 25,0%
Municipal(vinte
doeGuaiapó;
cinco por cento) do to-
tal ZP11:
k) dessasParque
áreas. Florestal Municipal das Palmeiras;
§ 4º
l) ZP12:
As rótulas
Parquede dointersecção viária serão computadas na área do
Cinqüentenário;
m) ZP13:
sistema viário.
Parque da Rua Teodoro Negri;
[...]ZP14: Parque Alfredo Werner Nyffeler;
n)
Art.ZP15:
o) Reservas
15 - Não será do Córrego
admitido Borba Gato76;do solo para fins ur-
o parcelamento
p) ZP16: Reserva da Rua Diogo
banos na Zona Agrícola do Município. M. Esteves;
q) ZP17: Reserva do Córrego Cleópatra;
§ 1º A Zona Agrícola do Município somente poderá ser parcelada
r) ZP18:
para fins Reserva da Rua agropastoril
de exploração Pioneira Deolinda
e usos T. Garcia; especifi-
permissíveis
s) ZP19:
cados na Reserva
Lei de Usodo eCórrego
Ocupação Moscados;
do Solo.
§ 2º O parcelamento da Zona Agrícola deverá obedecer ao mó-
Destacam-se, dentre elas, duloasmínimo
seguintes áreas:
estabelecido para o Município pelo Instituto Nacio-
a) Parque Ecológico nal Municipal do Guaiapó:
de Colonização e Reformareconhecido como parque pela Lei
Agrária - INCRA.
Complementar nº 3.513/93,§ 3º O parcelamento
possui umadaárea Zona deAgrícola
16.204,48 deverá
m2, atender
localizado aosna
seguin-
qua-
tes requisitos:
dra 43-B do Conjunto Residencial Parigot de Souza, constituído de remanescen-
I - será registrada uma reserva florestal legal dentro do próprio
tes da vegetação nativa. imóvel, A área não possui plano
preferentemente em uma de manejo
única área,e enfrenta
previamenteproblemas
apro-
estruturais para garantir sua sobrevivência. Somente
vada pelo Instituto Ambiental do Paraná - IAP; no ano de 2003 a área foi
cercada pela Prefeitura II - asdeestradas
Maringá, numa tentativa
de acesso às parcelasdedeverão
isolamento das principais
ter 10,00m (dez me-
tros),
áreas verdes do município. 12,00m (doze metros) ou 20,00m (vinte metros) de pista de
rolamento, conforme o carregamento
b) Jardim Botânico: com uma área de aproximadamente 9 mil m , nela localizam-seda via. 2
§ 4º Não serão exigidos para os parcelamentos rurais os demais
duas antigas lagoas requisitos
de tratamento da Sanepar
previstos nesta Lei.desativadas. Em seu fundo, encon-
tram-se dois córregos que praticamente
CAPÍTULO III não possuem mata ciliar preservada. Na
Administração Municipal do ex-prefeito Jairo Gianoto, foi recebido um recurso
DA INFRA-ESTRUTURA
financeiro especialmente Art. 16 direcionado
- Nos loteamentospara a eimplementação
condomínios horizontais
de estruturas para que
fins
urbanos serão obrigatórios os seguintes
permitissem a visitação e a recuperação florestal do local. Entretanto, o máximoserviços e obras de infra-
estrutura:
que se pode encontrar é uma pistadas
I - demarcação de quadras,
caminhada malvias
lotes, projetada; uma sede
de circulação utiliza-
e demais á-
da por muito tempo reas,pelo Corpo
através de Bombeiros,
de marcos que deverão e queser foi ocupada
mantidos pelopela Polícia
parcelador
Florestal a partir deem maioperfeitas condições
de 2003; e uma até 1 (um)
imensa anodesmatada.
área após a aprovação
Um projetodo lote-de
amento; na última gestão municipal, buscando tornar a área um
recuperação foi viabilizado
II - rede de drenagem de águas pluviais, de acordo com as nor-
ponto de lazer e visitação para a comunidade carente que vive a sua volta, mas a-
mas do órgão municipal competente;
inda aguarda recursos III financeiros.
- rede de abastecimento de água potável, de acordo com as
c) Parque Florestal Municipal
normas da das Perobas:concessionária;
respectiva localizado nos lotes 210-A e 211-A, 210
e 210-G da Gleba RibeirãoIV - redePingüim,
de coletacom de águas servidas,
área total de acordo m
de 263.438,74 com as normas
2, constituído
__ 122
252 __
CAPÍTULO II DOS PRINCIPAIS PROBLEMAS AMBIENTAIS DE MARINGÁ
__ 253 __
CAPÍTULO II DOS PRINCIPAIS PROBLEMAS AMBIENTAIS DE MARINGÁ
__ 254 __
14 Licenciamento ambiental
151 Constituição Federal: Art. 18 - A organização político-administrativa da República Federativa do Brasil compreen-
76 Ver
de comentário
a União, os da nota deo rodapé
Estados, DistritonºFederal
96. e os Municípios, todos autônomos, nos termos desta Constituição.
__ 122
256 __
CAPÍTULO II DOS PRINCIPAIS PROBLEMAS AMBIENTAIS DE MARINGÁ
sideradas por normas federais, estaduais ou municipais, cujos impactos ambientais diretos
ultrapassem os limites territoriais de um ou mais Municípios conforme o Artigo 5o.
A competência municipal para o licenciamento ambiental foi corroborada pelo Arti-
go 6 dessa Resolução do Conama, que dispõe:
o
E, como o artigo 7o dessa mesma resolução prevê que “os empreendimentos e ativi-
dades serão licenciados em um único nível de competência, conforme estabelecido nos
artigos anteriores”, tem-se que se o Município absorver a competência de licenciar, ao
Estado competirá apenas fiscalizar. No caso de omissão do Município, pela preservação da
competência do Sistema Nacional do Meio Ambiente, caberá ao Estado atual de forma
suplementar. Com esse sistema de coordenação dos órgãos ambientais, busca-se evitar
conflitos e divergências de licenciamentos que possam ocorrer.
No caso do Município de Maringá, ainda se encontra um óbice para a sua adequação
à legislação para o exercício de sua competência licenciatória: a inexistência de um quadro
de técnicos à disposição do órgão ambiental municipal.
A Lei Complementar no 09/93 criou a Secretaria Municipal do Meio Ambiente, e es-
tabeleceu, em seu Artigo 4o , VI que cabe a Semma “conceder licenças ambientais, autori-
zações e fixar limitações administrativas relativas ao meio ambiente”.
Essa lei ainda considerou o licenciamento ambiental, junto com o zoneamento, como
instrumentos da Política do Meio Ambiente de Maringá (art. 5o, V), e dispôs expressamen-
te em seu artigo 11 que:
__ 257 __
MARINGÁ VERDE? CAPÍTULO II DOS PRINCIPAIS PROBLEMAS AMBIENTAIS DE MARINGÁ
d) ZP4:
Art. 11 –Horto
Fica, no
Florestal;
que compete ao Município, sob controle da Se-
e) ZP5: Parque
cretaria do MeiodaAmbiente
Nascente doas Ribeirão
atividadesPaiçandu;
industriais, comerciais,
f) ZP6: Bosque das Grevíleas;
de prestação de serviços e outras fontes de qualquer natureza que
g) ZP7: Parque
produzam do Sabiá;
ou possam produzir alteração adversa às características
h) ZP8: Parque
do meio ambiente, Florestal Municipal
observadas das legislações
outras Perobas; de igual trata-
i) ZP9: Recanto Borba Gato;
mento.
j) ZP10: Parque Ecológico Municipal do Guaiapó;
Parágrafo
k) único –Florestal
ZP11: Parque As licenças para funcionamento
Municipal das Palmeiras; das atividades
referidas no ‘caput’ deste artigo
l) ZP12: Parque do Cinqüentenário; deverão ser acompanhadas da li-
cença ambiental da Semma.
m) ZP13: Parque da Rua Teodoro Negri;
n) ZP14: Parque Alfredo Werner Nyffeler;
Quando o artigo descrito dispõe:
o) ZP15: no que compete
Reservas do Córregoao Município,
Borba Gatoestá76tentando
; restringir a
competência municipal parap)o ZP16: licenciamento
Reserva daapenas das atividades
Rua Diogo M. Esteves;previstas pela legislação
q) ZP17: Reserva do Córrego Cleópatra;
local, para não ferir a competência originária do IAP, e se escusar de possíveis responsabi-
r) ZP18: Reserva da Rua Pioneira Deolinda T. Garcia;
lidades solidárias quanto ao s) licenciamento
ZP19: Reserva oudo a sua falta. Moscados;
Córrego
Foi somente em 1998, através do Decreto n 035/98, que o Poder Público de Marin-
o
Destacam-se,
gá definiu dentre elas,
expressamente quais as atividades
seguintes áreas:
necessitam de um licenciamento prévio por
parte a)da Parque
Semma.Ecológico
Como se Municipal
verá a seguir, do asGuaiapó:
atividades reconhecido comodecreto
atingidas pelo parquequasepela não
Lei
Complementar nº
deixam margem de atuação para o IAP.3.513/93, possui uma área de 16.204,48 m 2, localizado na qua-
dra 43-B
Apesar do Conjunto
do exposto, todo o Residencial
processo deParigot de Souza,
licenciamento constituído
ambiental criado depela
remanescen-
lei muni-
tes da vegetação nativa. A área não possui plano de manejo
cipal em Maringá não passou de um engodo. Isto porque, sem serem atendidos os requisi- e enfrenta problemas
estruturais para garantir sua sobrevivência. Somente no ano de 2003 a área foi
tos legais estabelecidos pelo Conama, não há competência municipal para licenciar. No
cercada pela Prefeitura de Maringá, numa tentativa de isolamento das principais
caso específico, apesar da implementação do Conselho Municipal do Meio Ambiente,
áreas verdes do município.
ainda falta para a Semma a existência de um corpo técnico de profissionais legalmente
b) Jardim Botânico: com uma área de aproximadamente 9 mil m2 , nela localizam-se
habilitados.
duas antigas lagoas de tratamento da Sanepar desativadas. Em seu fundo,continua
Portanto, a competência subsidiária para o licenciamento ambiental encon-
sendo dotram-se
Estado,dois
através do IAP.
córregos que praticamente não possuem mata ciliar preservada. Na
O máximo que a Lei
Administração nº 09/93doe oex-prefeito
Municipal Decreto nºJairo 035/98 conseguiram
Gianoto, criar em
foi recebido umMaringá
recurso
foi a obrigatoriedade
financeiro especialmente direcionado para a implementação de estruturaspelos
de ser ouvida a Semma nos processos de emissão de alvará que
demais órgãos internos
permitissem da Prefeitura
a visitação Municipal, através
e a recuperação florestaldedo uma espécie
local. de parecer
Entretanto, prévio,
o máximo
que se pode
que não constitui, em encontrar é uma pista
si, juridicamente, uma de caminhada
licença mal tanto
ambiental, projetada;
que ouma sedeparecer
próprio utiliza-
da Semma da pode
por muito
concluirtempopela pelo Corpododesolicitante
exigência Bombeiros, e que foia licença
apresentar ocupadaambiental
pela Políciado
Florestal a
órgão estadual competente.partir de maio de 2003; e uma imensa área desmatada. Um projeto de
recuperação foi viabilizado na última gestão municipal, buscando
Com relação ao procedimento do licenciamento ambiental, atenta-se para o previsto tornar a área um
pontonode237/97
na Resolução lazer edo visitação
Conama, para
quea traz
comunidade carente
as seguintes que vive a sua volta, mas a-
definições:
inda aguarda recursos financeiros.
c) Parque Florestal Municipal das Perobas:
Art. 1º - Para efeito destalocalizado
Resolução nos
sãolotes 210-Aaseseguintes
adotadas 211-A, 210 de-
e 210-G da Gleba Ribeirãofinições: Pingüim, com área total de 263.438,74 m , constituído 2
__ 122
258 __
CAPÍTULO II DOS PRINCIPAIS PROBLEMAS AMBIENTAIS DE MARINGÁ
Com a análise integrada da Resolução no 001/86 do Conama, que tratou, em seu Ar-
tigo 2o, das atividades que dependerão de estudo de impacto ambiental e respectivo relató-
rio de impacto ambiental (Rima), a serem submetidos à aprovação do órgão ambiental
competente,152 e do Ibama em caráter supletivo, para o licenciamento, por se tratar de
atividades modificadoras do meio ambiente, tem-se que esse procedimento é um desdo-
bramento do próprio licenciamento ambiental, em que, dada a abrangência e a capacidade
de alteração ambiental da obra ou serviço, será necessário um estudo aprofundado das
variáveis, especialmente quanto ao local.
O procedimento do licenciamento deve atender à forma prescrita pelo Artigo 8o da
Resolução no 237/97 do Conama, ainda que a Lei Municipal no 09/97 e o Decreto
no 035/98 não o tenha previsto, pois em se tratando de norma federal, esta deve ser ob-
servada pela lei municipal:
__ 259 __
MARINGÁ VERDE? CAPÍTULO II DOS PRINCIPAIS PROBLEMAS AMBIENTAIS DE MARINGÁ
d) ZP4: Horto
Parágrafo únicoFlorestal;
- As licenças ambientais poderão ser expedidas
e) ZP5:ou
isolada Parque
sucessivamente,
da Nascentede doacordo
Ribeirãocom
Paiçandu;
a natureza, caracterís-
ZP6:
ticas
f) e fase
Bosque
do empreendimento
das Grevíleas; ou atividade.
g) ZP7: Parque do Sabiá;
h) ZP8: Parque
Quando se analisa o procedimento deFlorestal Municipal
licenciamento das Perobas;
existente em Maringá, percebe-
se que a lei não tem sido i)devidamente ZP9: Recantocumprida.
Borba Gato; Em virtude da total falta de infra-
j) ZP10: Parque Ecológico Municipal do Guaiapó;
estrutura da Semma de Maringá, o que se constata é que, mesmo a emissão de pareceres
k) ZP11: Parque Florestal Municipal das Palmeiras;
pela Secretaria nem sempre l)obedecem ZP12: Parqueao previsto na legislação ambiental, particularmente
do Cinqüentenário;
quanto à inexistência de um m) corpo
ZP13: Parque da Rua TeodoroasNegri;
técnico que fundamente decisões.
n) ZP14: Parque Alfredo Werner Nyffeler;
Como os técnicos da Secretaria que realizam as vistorias e analisam os processos de
licenciamento não possuemo)cursos ZP15:técnicos
Reservasou doespecializações
Córrego Borba na Gatoárea; ambiental, os pare-
76
__ 122
260 __
CAPÍTULO II DOS PRINCIPAIS PROBLEMAS AMBIENTAIS DE MARINGÁ
153 GARCIA, Júlio César. A municipalização do licenciamento ambiental: o caso de Maringá. Revista de Ciências
Jurídicas, v. 2, n. 1, p. 117-140, 2005.
__ 261 __
CAPÍTULO II DOS PRINCIPAIS PROBLEMAS AMBIENTAIS DE MARINGÁ
__ 262 __
Capítulo
III
Da efetividade do Direito Ambiental
em Maringá
Foto 34 – Praça do Peladão.
PÁGINA 264– EM BRANCO
__ 264 __
1 Da efetividade do Direito Ambiental
Após a análise elaborada até o presente momento, em que se buscou integrar a visão
das ciências naturais com a regulamentação legal e jurídica do meio ambiente, uma questão
fundamental surge clamando por resposta: as normas legais criadas e mantidas pelo Direi-
to Ambiental conseguem ultrapassar a barreira do formalismo e provocar a sua efetividade
diante dos fatos?
Essa questão há muito perturba os pesquisadores do Direito, porque a efetividade da
norma é o verdadeiro sustentáculo de um sistema jurídico. É necessário verificar o pressu-
posto de que uma sociedade justa estaria realmente ordenada quando não se encontram
demandas no Poder Judiciário. Isto porque, de fato, quando uma questão chega às portas
do Judiciário, há uma controvérsia que, presumidamente, não encontrou solução e amparo
nas normas que a regulam pela sua simples observância pelas partes.
Afinal, se a Administração Pública cumprisse à risca todos os seus deveres; se o cida-
dão fiscalizasse e exigisse tal postura de seu governante; e se cada pessoa exercesse o seu
papel de respeito à legislação, e no presente caso, de respeito ao meio ambiente, não have-
ria por que exigir do Poder Judiciário o reconhecimento ou a coerção de um direito ou
obrigação. Assim, a ação judicial que visa tutelar um bem ambiental estaria certificando a
falência de um conjunto de instrumentos, mecanismos e integração das leis e normas téc-
nicas.
Todavia, se as sociedades humanas, no atual nível de evolução em que se encontram,
fossem capazes de manter a ordem e a paz, não seriam necessárias tantas leis como atual-
mente. Conclui-se que o acesso ao Poder Judiciário e a garantia de ações judiciais que
visam assegurar direitos, especialmente os fundamentais, também integram o processo de
efetividade do sistema jurídico, ainda que a posteriori.
As ações judiciais, cada vez mais, alcançam importância em uma sociedade descom-
prometida, na essência de seus atos, com os direitos em todas as suas faces, em especial os
da terceira geração154. E, nesse caso, a existência de ações civis públicas preparadas pela
154 Os direitos fundamentais, de acordo com seu conteúdo, podem ser classificados, segundo Lorenzetti, em quatro
gerações:
1a – a liberdade negativa (consagradas a partir da Declaração dos Direitos do Homem): tratam de pôr limites à ati-
vidade do Estado quando esta importa uma intromissão na vida dos indivíduos.
2a – direitos econômicos-sociais: direito ao trabalho, a uma habitação digna, à saúde. Foram incorporados através
do constitucionalismo social em meados do século. Sua característica é que traduzem obrigações de fazer ou
de dar, por parte do Estado.
MARINGÁ VERDE? CAPÍTULO III DA EFETIVIDADE DO DIREITO AMBIENTAL EM MARINGÁ
manejo.
sos’, que interessam à comunidade como tal, sem que exista uma titularidade individual determinada.
4a – direito de ser diferente: Surgem de um processo de diferenciação de um indivíduo em relação ao outro. Trata-
se de questões tais como o direito à homossexualidade, à troca de sexo, ao aborto, a recusar tratamentos mé-
dicos que levem á morte. LORENZETTI, Ricardo Luis. Fundamentos do direito privado. São Paulo: R. dos Tri-
76 Ver comentário da nota
bunais, 1998. de rodapé nº 96.
p. 153-154.
__ 122
266 __
CAPÍTULO III DA EFETIVIDADE DO DIREITO AMBIENTAL EM MARINGÁ
A participação da sociedade deve existir e isto pode ser realizado pelas audiências
públicas, ou ainda, pelos Conselhos representativos com funções não apenas consultivas,
mas principalmente deliberativas.
O importante é participar, sair da passividade de quem assiste o seu quintal e o seu
futuro serem extintos, ora por ignorância, ora por deliberada má-fé. O exercício da cida-
dania é a grande chave para a mudança dos paradigmas degradantes da humanidade. Nun-
ca houve tanta liberdade na história deste planeta e deste país para que o povo e as consci-
ências de bem pudessem ser ouvidas.
Recentemente, o Direito Ambiental entrou em uma fase, rumo a sua efetividade, em
que as regras ambientais passam a constituir um microssistema jurídico especial. Este vem a
ser, resumidamente, um pequeno sistema fundamentado em garantias constitucionais
(como o meio ambiente ecologicamente equilibrado, a sadia qualidade de vida e a preser-
vação dos processos ecológicos essenciais), que transita por todos os ramos do direito
considerados úteis para o alcance de sua finalidade. Assim, o microssistema da tutela dos
direitos difusos, coletivos e individuais homogêneos, quando objetiva a proteção do meio
ambiente, passa a adotar normas administrativas, penais, cíveis, trabalhistas, tributárias,
etc., de tal sorte que todo um mecanismo integrado atue em uma única direção.
Para tanto, vários órgãos são constituídos e acionados para a execução e implementa-
ção desse microssistema, além do que várias ferramentas tornam-se úteis e, são acrescidas ao
mecanismo. Dentre elas, destacam-se os meios processuais, o arcabouço administrativo e
a criminalização das condutas.
O direito constitucional de petição mostra-se como verdadeiro respaldo à garantia do
Direito e da democracia. A obrigatoriedade do EIA/Rima, em casos de potencial degrada-
ção ambiental, revela-se um poderoso instrumento de participação social, embora esteja
constantemente desgastado e ridicularizado pela postura dos obrigados e do Poder Públi-
co.
Há, ainda, a possibilidade da constituição de Fundos do Meio Ambiente, em que
qualquer um do povo poderia apresentar projetos com objetivos ambientais, que seriam
avaliados pela direção do Conselho Gestor, liberando recursos para as suas concretizações.
A participação e atuação conjunta ou associada das diversas partes interessadas, em
especial do Poder Público, da sociedade organizada e do Ministério Público, é a chave para
que o poluidor faça parte desse grande desafio que é a mudança da cultura da utilização
irracional dos recursos naturais e a total irresponsabilidade de todos.
__ 267 __
CAPÍTULO III DA EFETIVIDADE DO DIREITO AMBIENTAL EM MARINGÁ
__ 268 __
2 Educação ambiental
__ 122
270 __
CAPÍTULO III DA EFETIVIDADE DO DIREITO AMBIENTAL EM MARINGÁ
A Lei no 9.795/99 deixa muito clara a sua abrangência quando na sua Seção II, Art.
9o dispõe que:
Na tabela 47, estão dados colhidos pelo Censo Escolar de 1997 no Município de Ma-
ringá, que demonstram a atual situação do ensino público no Município.
__ 271 __
MARINGÁ VERDE? CAPÍTULO III DA EFETIVIDADE DO DIREITO AMBIENTAL EM MARINGÁ
Tabela 47 - Estabelecimentos
d) ZP4: HortodeFlorestal;
ensino da rede municipal de Maringá
e) ZP5: Parque da Nascente
Especificações do Ribeirão Paiçandu;Estadual
Municipal
f) ZP6: Bosque das Grevíleas;
N.º de escolas 38 39
g) ZP7: Parque do Sabiá;
Quantidade de alunos 14.455
h) ZP8: Parque Florestal Municipal das Perobas; 46.254
Educação infantil i) ZP9: Recanto Borba Gato; 1.674 621
Ensino fundamental j) ZP10: Parque Ecológico Municipal
12.681 do Guaiapó; 27.195
Ensino médio
k) ZP11: Parque Florestal Municipal
-
das Palmeiras; 10.871
l) ZP12: Parque do Cinqüentenário;
Especial 100 Negri;
m) ZP13: Parque da Rua Teodoro 551
Supletivo 1º e 2º graus n) ZP14: Parque Alfredo Werner - Nyffeler; 7.016
Pré – vestibular o) ZP15: Reservas do Córrego- Borba Gato76; -
Fonte:Maringá (1997 – 2003). p) ZP16: Reserva da Rua Diogo M. Esteves;
q) ZP17: Reserva do Córrego Cleópatra;
ZP18: Reserva
Conforme os dados dar)Secretaria da Rua Pioneira
de Educação Deolinda
de Maringá, T. Garcia;
as escolas municipais têm
s) ZP19: Reserva do Córrego Moscados;
trabalhado a educação ambiental dentro do currículo existente, ou seja, não existe uma
disciplina específica para tratar do tema. Assim como assuntos de higiene pessoal e educa-
Destacam-se,
ção sexual, a educação dentre elas, as éseguintes
ambiental inserida áreas:
em diversos conceitos, nas disciplinas de Ciên-
a) Parque
cias, História, Ecológico
Língua Municipal
Portuguesa do Guaiapó: reconhecido como parque pela Lei
e Geografia.
UmaComplementar nº 3.513/93,apresentadas
das maiores deficiências possui uma áreapela de 16.204,48
rede municipalm2,delocalizado
Maringá na estáqua-
na
falta de programas
dra 43-B doe projetos
Conjuntoque envolvamParigot
Residencial os alunos em ações
de Souza, ambientais.
constituído Não há um
de remanescen-
aproveitamento das áreas nativa.
tes da vegetação verdes A doárea
Município paraplano
não possui passeios educativos
de manejo que visem
e enfrenta estabe-
problemas
lecer umaestruturais
relação ente os alunos e a natureza, que se apresenta como
para garantir sua sobrevivência. Somente no ano de 2003 a área foi o melhor meio de
sensibilizar as pessoas quanto à importância do meio ambiente para a garantia da qualidade
cercada pela Prefeitura de Maringá, numa tentativa de isolamento das principais
vida.
áreas
Ainda verdes
assim, do município.
a Secretaria de Educação entende que o sistema adotado atualmente
tem-se mostrado eficiente,com
b) Jardim Botânico: uma área
à medida que de aproximadamente
a conscientização 9 mil mé2 muito
ambiental , nela localizam-se
mais ampla,
duas antigas lagoas de tratamento da Sanepar desativadas. Em
ultrapassando os limites de atuação das escolas e dos professores. Isto porque a problemá- seu fundo, encon-
tram-se
tica ambiental dois córregos
envolve que epraticamente
a sociedade a família dosnão possuem
alunos, de talmata
modo ciliar
quepreservada. Na
se as institui-
Administração Municipal do ex-prefeito Jairo Gianoto, foi
ções fundamentais da sociedade não estiverem voltadas à preservação ambiental, a educa- recebido um recurso
ção formalfinanceiro
dificilmenteespecialmente direcionado aos
conseguirá sobrepor-se parainteresses
a implementação de estruturas que
dos estudantes.
É aqui que se pode perceber como a questão ambiental está diretamenteo ligada
permitissem a visitação e a recuperação florestal do local. Entretanto, máximo às
que se pode encontrar é uma pista de caminhada mal projetada;
questões econômicas e sociais, e de que maneira a educação dos adultos mostra-se impor- uma sede utiliza-
da porcomplementar
tante e mesmo muito tempo àpelo Corpoàsdecrianças
educação Bombeiros, e que foi ocupada pela Polícia
e aos jovens.
O Município
Florestal ade Maringá
partir de maionecessita
de 2003; urgentemente
e uma imensa de área
projetos que atuem
desmatada. Um nessa
projetolinha
de
de ações,recuperação
integrandofoi a educação
viabilizadoescolar
na últimaà educação familiar. buscando
gestão municipal, As instituições
tornar de ensino
a área um
superior ponto
poderiam fornecer
de lazer materialpara
e visitação humano capacitado,
a comunidade através
carente devive
que cursos
a sualigados
volta,aomas
meioa-
ambiente,inda
principalmente pelas atividades
aguarda recursos financeiros. de extensão praticamente inutilizadas no sistema
atualmente adotado. Ademais, parcerias poderiam ser realizadas com as escolas municipais
c) Parque Florestal Municipal das Perobas: localizado nos lotes 210-A e 211-A, 210
e com a Administração do Município para viabilizar campanhas e ações efetivas, como
e 210-G da Gleba Ribeirão Pingüim, com área total de 263.438,74 m2, constituído
limpeza de parques e praças, coleta seletiva do lixo, dentre outras.
de remanescentes
O que se pode constatar da vegetação nativa que apresentam
é que as instituições espécies com
de ensino superior, representativas
ênfase paradaa
UEM, aindafloraproduzem
e da faunamuita
da região.
teoriaEssa área,prática.
e pouca reconhecida
Muitascomo
tesesparque
e estudos pelaapontam
Lei Comple-para
mentar nº 3.513/93, também se encontra abandonada e não possui um plano de
os problemas ambientais de Maringá, mas quando um órgão público como a Promotoria
manejo.
Ambiental de Maringá ou a Secretaria de Meio Ambiente de Maringá precisam de laudos e
estudos da Universidade, ficam à mercê da burocracia e da falta de vontade dos órgãos
internos, sem se
76 Ver comentário da levar
nota deem conta
rodapé a incomunicabilidade entre esses órgãos.
nº 96.
__ 122
272 __
CAPÍTULO III DA EFETIVIDADE DO DIREITO AMBIENTAL EM MARINGÁ
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MARINGÁ VERDE? CAPÍTULO III DA EFETIVIDADE DO DIREITO AMBIENTAL EM MARINGÁ
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274 __
CAPÍTULO III DA EFETIVIDADE DO DIREITO AMBIENTAL EM MARINGÁ
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MARINGÁ VERDE? CAPÍTULO III DA EFETIVIDADE DO DIREITO AMBIENTAL EM MARINGÁ
A Faculdade
dra 43-B do Maringá possui
Conjunto 6 cursos de
Residencial graduação
Parigot e foi inaugurada
de Souza, constituídoem de1998.
remanescen-
O curso de Direito, possui uma média de 900 alunos,
tes da vegetação nativa. A área não possui plano de manejo e enfrentadivididos entre o primeiro eo
problemas
quinto ano, e o seu para
estruturais reconhecimento,
garantir sua solicitado
sobrevivência.ao MEC em 2003,
Somente no ano foi derealizado
2003 aem 2005.
área foi
cercada pela Prefeitura de Maringá, numa tentativa de isolamento
O Direito Ambiental começou a ser ensinado a partir da primeira turma do quinto ano do das principais
áreasoverdes
curso, desde segundo do semestre
município. de 2003, junto com o Direito Agrário, contando com 80
horas aula para cada área. com uma área de aproximadamente 9 mil m , nela localizam-se
b) Jardim Botânico: 2
__ 122
276 __
CAPÍTULO III DA EFETIVIDADE DO DIREITO AMBIENTAL EM MARINGÁ
poder público, deverá existir alguma cláusula que possa, direta ou indiretamente, estar
relacionada com o meio ambiente. A exigência constitucional de EIA/Rima para obras de
potencial degradação ambiental, as exigências do mercado (ISO 14.000), o passivo ambi-
ental nas negociações econômicas, os crimes ambientais, o aumento gradativo e rigoroso
da fiscalização ambiental, os novos conceitos de urbanização e zoneamento ambiental, o
Direito Ambiental e o Direito do Trabalho, a responsabilidade civil por danos ao meio
ambiente, a tutela administrativa do meio ambiente, dentre inúmeras outras áreas, são
apenas pequenos exemplos de como o Direito Ambiental está se expandindo com veloci-
dade tamanha, que as instituições de ensino jurídico estão tornando-se completamente
defasadas.
Em pouco tempo, o profissional da área jurídica que estiver especializado em Direito
Ambiental estará sendo disputado por empresas e instituições de todas as áreas, não ape-
nas pelo aumento da conscientização e sensibilização ambiental da sociedade, mas princi-
palmente pelas novas exigências do mercado e da legislação.157 Mesmo que a região de
Maringá não seja tipicamente ecológica, permitindo o desenvolvimento de vários profis-
sionais da área, a atual globalização facilita as negociações a distância, e a facilidade de
locomoção pelos territórios mais longínquos fazem com que a acessoria jurídica ultrapasse
as fronteiras do município, do Estado e do país.
.
157 Exemplo deste fato está na criação de diversos cursos de especialização em Direito Ambiental na região de Marin-
gá, na UEM, Faculdades Nobel e Faculdade Palas Atena de Astorga.
__ 277 __
CAPÍTULO III DA EFETIVIDADE DO DIREITO AMBIENTAL EM MARINGÁ
__ 278 __
3 Atuação dos órgãos ambientais
em Maringá
A cidade de Maringá possui vários órgãos públicos atuantes na área ambiental, tanto
no âmbito federal como estadual, do Sisnama (Sistema Nacional do Meio Ambiente) (Lei
nº 6.938/81). Desta forma, encontram-se representação do IAP, da SUDERHSA, do
Ibama e do Ministério Público.
Cada órgão possui sua parcela de competência e atividades específicas. De qualquer
forma, Maringá ainda possui uma Secretaria Municipal voltada às questões ambientais, a
Semma (Secretaria de Agricultura e Meio Ambiente), que também atua em outras áreas,
apesar de absorver para si grande parcela das competências originárias relacionadas à ges-
tão ambiental pública de Maringá.
Este estudo teve como base a legislação pertinente a cada um dos órgãos, bem como
a realização de entrevistas com os chefes de cada um destes, visando à coleta de dados in
loco, principalmente quanto aos problemas relacionados à estrutura, às divergências entre
os órgãos, às competências específicas e genéricas, concorrentes ou privativas, além das
ações existentes que importem em colaboração ou prejuízo para a efetividade do Direito
Ambiental em Maringá.
158 A Ordenança de 25 de março de 1302, de Felipe IV, foi o primeiro texto legislativo a tratar objetivamente dos
procuradores do rei; crê-se, porém, que Felipe regulamentou o juramento e as obrigações de procuradores já exis-
tentes.
MARINGÁ VERDE? CAPÍTULO III DA EFETIVIDADE DO DIREITO AMBIENTAL EM MARINGÁ
159Ver
76 MAZZILLI,
comentárioHugo
da nota
Nigro. Introdução
de rodapé ao ministério
nº 96. público. São Paulo: Saraiva, 1997. p. 12.
__ 122
280 __
CAPÍTULO III DA EFETIVIDADE DO DIREITO AMBIENTAL EM MARINGÁ
__ 281 __
MARINGÁ VERDE? CAPÍTULO III DA EFETIVIDADE DO DIREITO AMBIENTAL EM MARINGÁ
d) ZP4:
O Ministério Público deve agirHorto
quando: “a) haja indisponibilidade do interesse, seja
Florestal;
e) ZP5:
parcial ou absoluta; b) convenha Parque da Nascente
à coletividade como um do Ribeirão Paiçandu;
todo a defesa de qualquer inte-
f) ZP6: Bosque das Grevíleas;
resse, disponível ou não.” 160
g) ZP7: Parque do Sabiá;
Para fazer frente às pressões
h) ZP8:políticas, econômicas
Parque Florestal e sociais,
Municipal os membros do Ministé-
das Perobas;
rio Público gozam de garantias e prerrogativas especiais,
i) ZP9: Recanto Borba Gato; segundo a Lei Orgânica Nacional
j) ZP10: Parque Ecológico Municipal
do Ministério Público. Quando se pretende defender um bem difuso, do Guaiapó;
como o meio ambi-
k) ZP11: Parque Florestal Municipal das Palmeiras;
ente, necessariamente estar-se-á optando entre direitos fundamentais. Afinal, tem-se que a
l) ZP12: Parque do Cinqüentenário;
preservação do meio ambiente acaba por impedir o desenvolvimento econômico total-
m) ZP13: Parque da Rua Teodoro Negri;
mente livre. Apesar da possibilidade de execução
n) ZP14: Parque de um Nyffeler;
Alfredo Werner desenvolvimento sustentável,
ainda assim poderão surgir o) situações em que do
ZP15: Reservas o meio ambiente
Córrego deverá
Borba Gato 76; prevalecer sobre a
p) ZP16:
atividade econômica ou o direito Reserva
privado da Rua Diogo M. Esteves;
e particular.
ZP17: Reserva
Entre as suas garantias,q)destacam-se do Córrego
as previstas noCleópatra;
artigo 38 da Lei Orgânica Nacio-
r) ZP18: Reserva da Rua Pioneira Deolinda T. Garcia;
nal do Ministério Público, quais sejam:
s) ZP19: Reserva do Córrego Moscados;
Art.as38seguintes
Destacam-se, dentre elas, - Os membros
áreas: do Ministério Público sujeitam-se a regime
jurídico especial e têm as seguintes garantias:
a) Parque Ecológico Municipal do Guaiapó: reconhecido como parque pela Lei
I – vitaliciedade, após dois anos de exercício, não podendo perder
Complementar nº 3.513/93,
o cargo senão possui
poruma área judicial
sentença de 16.204,48 m2,em
transitada localizado
julgado; na qua-
dra 43-B do Conjunto Residencial Parigot de Souza, constituído de
II – inamovibilidade, salvo por motivo de interesse público;remanescen-
III –irredutibilidade de vencimentos, observado, quanto
tes da vegetação nativa. A área não possui plano de manejo e enfrenta problemas à remu-
neração, o disposto na Constituição Federal.
estruturais para garantir sua sobrevivência. Somente no ano de 2003 a área foi
cercada pela Prefeitura de Maringá, numa tentativa de isolamento das principais
Quanto à competência para atuar nas questões relativas ao meio ambiente, o Art. 14,
áreas verdes do município.
§1o, da Lei no 6.938/81 confere aos Ministérios Públicos Federal e dos Estados, compe-
b) Jardim Botânico: com uma área de aproximadamente 9 mil m2 , nela localizam-se
tência para a propositura de ações penais e de responsabilidade civil em matéria ecológica.
duas antigas lagoas de tratamento da Sanepar desativadas. Em seu fundo, encon-
E ainda há a atuação do Ministério Público na execução e aplicação da Lei n o
tram-se dois córregos que praticamente não possuem mata ciliar preservada. Na
6.766/79, que dispõe sobre o parcelamento do solo urbano (arts. 19, §§ 1o e 2o; 38, §2o; 50
Administração Municipal do ex-prefeito Jairo Gianoto, foi recebido um recurso
e 52).
financeiro especialmente direcionado para a implementação de estruturas que
Mas nada se compara ao previsto pela lei da Ação Civil Pública (Lei no 7.347/85), em
permitissem a visitação e a recuperação florestal do local. Entretanto, o máximo
seu art. 5o, no tocante à defesa ambiental ao prever a competência inescusável do Ministé-
que se pode encontrar é uma pista de caminhada mal projetada; uma sede utiliza-
rio Público para propor estas ações. Tanto que esta lei obrigou a participação do Ministé-
da por muito tempo pelo Corpo de Bombeiros, e que foi ocupada pela Polícia
rio Público, ainda que este não seja parte, para que atue como fiscal da lei (art. 5o, §1o); e
Florestal a partir de maio de 2003; e uma imensa área desmatada. Um projeto de
ainda, em caso de desistência da ação por associação legitimada, deverá assumir a titulari-
recuperação foi viabilizado na última gestão municipal, buscando tornar a área um
dade da ação (art. 5o, §3o).
ponto de lazer e visitação para a comunidade carente que vive a sua volta, mas a-
“Qualquer pessoa poderá e o servidor público deverá provocar a iniciativa do Minis-
inda aguarda recursos financeiros.
tério Público, ministrando-lhe informações sobre fatos que constituam objeto da ação civil
c) Parque Florestal Municipal das Perobas: localizado nos lotes 210-A e 211-A, 210
e indicando-lhe os elementos de convicção” (art. 6o). Assim, o próprio Promotor Público
e 210-G da Gleba Ribeirão Pingüim, com área total de 263.438,74 m2, constituído
deve ser convencido, previamente, da viabilidade da ação civil pública para o caso específi-
de remanescentes da vegetação nativa que apresentam espécies representativas da
co. Neste sentido, o art. 8o, §1o, prevê que Ministério Público “poderá instaurar, sob sua
flora e da fauna da região. Essa área, reconhecida como parque pela Lei Comple-
presidência, inquérito civil ou requisitar de qualquer organismo público ou particular, cer-
mentar nº 3.513/93, também se encontra abandonada e não possui um plano de
tidões, informações, exames ou perícias, no prazo que assinalar, o qual não poderá ser
manejo.
inferior a 10 dias úteis.”
160Ver
76 MAZZILLI,
comentário1997,
da nota
p. 21.
de rodapé nº 96.
__ 122
282 __
CAPÍTULO III DA EFETIVIDADE DO DIREITO AMBIENTAL EM MARINGÁ
A discricionariedade do Ministério Público não lhe permite desistir de uma ação civil
pública sem motivações e fundamentações (art. 9o). Havendo estas, deverão ser arquivados
os autos do inquérito civil e estes devem ser remetidos ao Conselho Superior do Ministé-
rio Público (art. 9o, §1o), que irá deliberar a respeito de sua procedência.
Uma das principais ferramentas disponíveis ao Ministério Público é o inquérito civil.
Criado pela Lei da Ação Civil Pública (art. 8o, §1o), destinava-se originalmente à coleta, por
parte do Promotor, dos elementos necessários à propositura da ação civil pública na área
do meio ambiente, do consumidor e do patrimônio cultural. A Constituição alargou seu
objeto, sendo que serve também para a coleta de elementos para a propositura de qualquer
ação civil na área de competência. Com isto, possibilita-se o ajuizamento de ações mais
bem fundamentadas, além do que, no curso do inquérito, também se podem apurar cir-
cunstâncias que demonstrem não ser o caso de provocar a jurisdição e se poderá arquivar
a investigação.
Percebe-se assim que o inquérito civil tem uma finalidade que ultrapassa a si mesmo,
ou seja, apesar de existir originariamente para fomentar uma atuação jurisdicional, com a
sua utilização prática, demonstrou possuir também a função de apurar e consubstanciar
acordos e termos de compromisso, evitando-se, assim, a custosa e penosa via judicial, de
acordo com a máxima de que “mais vale um péssimo acordo do que a melhor Justiça”.
Contudo, o que se consta na prática forense é que, na maioria das vezes, o inquérito
civil também tem justificado a omissão do Ministério Público, que acaba se perdendo no
processo preliminar, sem alcançar sua finalidade que são as ações efetivas, ou seja, a efeti-
vidade do Direito Ambiental, seja através do meio judicial, seja por termos de compromis-
so fiscalizados e cumpridos.
Com o tempo, o inquérito civil evoluiu para um sistema mais informal, chamado de
procedimento investigatório preliminar. Esse procedimento não perde as características e objeti-
vos do inquérito civil, mas pode ser conduzido com maior informalidade pelo titular da
promotoria, pois reveste-se da natureza de um procedimento meramente administrativo.
É neste sentido que Maringá passou anos sem ter uma ação civil pública oferecida
pelo Ministério Público. Existem diversos procedimentos preliminares que se arrastam na
Promotoria por anos, sem uma solução plausível. Esses procedimentos tornaram-se um
histórico no qual é possível visualizar o desenrolar dos fatos, contados por cartas oficiais
dos protagonistas de danos e ofensas, às vezes gravíssimas, ao meio ambiente e à popula-
ção.
No Município de Maringám é a 13a Promotoria que responde pelas causas relaciona-
das ao meio ambiente. Cumulando mais de uma atribuição, a Promotoria é responsável
pela proteção ao meio ambiente, além da proteção ao idoso e ao deficiente físico, pela
reparação de danos resultantes de crime, e pela fiscalização das fundações.
Ainda se mantém em Maringá um problema arrastado desde a instalação da primeira
Promotoria do Meio Ambiente nessa comarca. Há uma grande cumulação de atribuições
originadas da divisão administrativa do órgão, que impedem que o meio ambiente, tenha o
tratamento exclusivo que merece.
__ 283 __
MARINGÁ VERDE? CAPÍTULO III DA EFETIVIDADE DO DIREITO AMBIENTAL EM MARINGÁ
161Ver
76 Visita
comentário
realizada da
emnota
agosto
de rodapé
de 1999.nº 96.
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284 __
CAPÍTULO III DA EFETIVIDADE DO DIREITO AMBIENTAL EM MARINGÁ
__ 285 __
MARINGÁ VERDE? CAPÍTULO III DA EFETIVIDADE DO DIREITO AMBIENTAL EM MARINGÁ
ZP4: de
Existiam, até o dia 7 ded) julho Horto Florestal;
2003, 290 procedimentos investigatórios prelimina-
e) ZP5: de
res na 13a Promotoria da Comarca Parque da Nascente
Maringá. Destes,do137Ribeirão Paiçandu;
são relativos ao meio ambien-
f) ZP6: Bosque das Grevíleas;
te, sendo que na tabela 49 ég)possível a identificação
ZP7: Parque do Sabiá; de cada um desses procedimentos, e
h) ZP8:
de seus objetos. Os investigados nãoParque Florestal Municipal das Perobas;
são mencionados:
i) ZP9: Recanto Borba Gato;
ZP10: Parque Ecológico
Tabela 49 – Procedimentosj) investigatórios Municipal
preliminares na 13do Guaiapó; de Maringá
a Promotoria
k) ZP11: Parque Florestal Municipal das Palmeiras;
l) ZP12: Parque do Cinqüentenário;
Instauração
Número Objeto
em:
m) ZP13: Parque da Rua Teodoro Negri;
173/95 (apenso n) ZP14: Parque Alfredo Werner Nyffeler;
1 02/03/95 Despejos de esgoto doméstico (Córrego Nazareth)
ao 251/95) o) ZP15: Reservas do Córrego Borba Gato76;
251/95 (apenso p) ZP16: Reserva da Rua Diogo M. Esteves;
2 03/04/95 Poluição ambiental (Córrego Nazareth)
ao 173/95) q) ZP17: Reserva do Córrego Cleópatra;
595/95 (apenso r) ZP18: Reserva
PoluiçãodaAmbiental
Rua Pioneira Deolinda
(Ribeirão T.eGarcia;
Chapecó Ribeirão Bandei-
3 05/09/95
ao 141/96) s) ZP19: Reserva
rantes) do Córrego Moscados;
649/95 (apenso
4 16/10/95 Poluição Ambiental
Destacam-se,
ao 191/96) dentre elas, as seguintes áreas:
5 72/96 Ecológico
a) Parque 06/03/96
MunicipalPoluição ambientalreconhecido
do Guaiapó: (Rio Pirapó) como parque pela Lei
141/96 (apenso
Complementar nº 3.513/93, possui uma área (Ribeirão
Poluição ambiental Chapecó
de 16.204,48 m2,e localizado
Ribeirão Bandei-
na qua-
6 20/06/96
ao 595/95) rantes)
dra 43-B do Conjunto Residencial Parigot de Souza, constituído de remanescen-
191/96 (apenso
7 tes da vegetação 28/08/96
nativa. A áreaPoluição atmosférica
não possui plano de manejo e enfrenta problemas
ao 649/95)
8 estruturais
242/96 para garantir
29/11/96 sua sobrevivência. Somente no ano de 2003 a área foi
Poluição atmosférica
9 cercada
15/97 pela Prefeitura de Maringá, numa tentativa de isolamento
Excesso de lixo no aterro sanitário municipal das principais
áreas(apenso
21/97 verdes do município.
10 21/03/97 Poluição atmosférica
ao 35/99)
b) Jardim Botânico: com uma área de aproximadamente 9 mil m2 , nela localizam-se
11 duas59/97 23/06/97
antigas lagoas Poluição
de tratamento daambiental
Sanepar desativadas. Em seu fundo, encon-
12 73/97 14/08/97 Proteção de animais de rodeio
tram-se dois córregos que praticamente não possuem mata ciliar preservada. Na
13 107/97 28/11/97 Poluição sonora
Administração Municipal do ex-prefeito Jairo Gianoto, foi recebido um recurso
14 17/98 02/03/98 Poluição ambiental
financeiro especialmente direcionado para a implementação de estruturas que
15 32/98 28/05/98 Degradação ambiental em mata ciliar
16
permitissem
46/98
a visitação
06/07/98
e a recuperação florestal do local. Entretanto, o máximo
Degradação ambiental (Córregos Borba Gato e Mandacaru)
17 que51/98
se pode encontrar
15/07/98é uma Poluição Atmosférica mal projetada; uma sede utiliza-
pista de caminhada
18 da 72/98
por muito tempo pelo Corpo
11/11/98 deambiental
Poluição Bombeiros, e que
(Córrego foi ocupada pela Polícia
Merlo)
19 Florestal
22/99 a partir de maio
05/03/99 de 2003; e uma
Poluição Sonora imensa área desmatada. Um projeto de
recuperação
35/99 (apenso foi viabilizado na última gestão municipal, buscando tornar a área um
20 06/05/99 Poluição atmosférica
ao 21/97)
ponto de lazer e visitação para a comunidade carente que vive a sua volta, mas a-
21 inda68/99 12/08/99
aguarda recursos Poluição ambiental
financeiros.
22 69/99 17/08/99
c) Parque Florestal Municipal das Poluição Sonora
Perobas: e Atmosférica
localizado nos lotes 210-A e 211-A, 210
23 82/99 29/09/99 Degradação ambiental (Córrego das Rosas) 2
e 210-G da Gleba Ribeirão Pingüim, com área total de 263.438,74 m , constituído
Degradação ambiental em área de preservação permanente
24 de 83/99
remanescentes19/10/99
da vegetação nativaPingüim)
(Ribeirão que apresentam espécies representativas da
25 flora e da fauna 03/11/99
89/99 da região. Essa área, Ambiental
Poluição reconhecida como parque pela Lei Comple-
26 mentar
92/99 nº 3.513/93, também
08/11/99 Poluição sonoraabandonada e não possui um plano de
se encontra
manejo. Degradação ambiental em área de preservação permanente
27 01/00 02/02/00
(Córrego Morangueiro)
28 02/00 19/01/00 Poluição Sonora
76 Ver comentário da nota de rodapé nº 96.
__ 122
286 __
CAPÍTULO III DA EFETIVIDADE DO DIREITO AMBIENTAL EM MARINGÁ
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MARINGÁ VERDE? CAPÍTULO III DA EFETIVIDADE DO DIREITO AMBIENTAL EM MARINGÁ
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288 __
CAPÍTULO III DA EFETIVIDADE DO DIREITO AMBIENTAL EM MARINGÁ
73/02 (apenso
111 04/11/02 Aterro sanitário
ao 46/00)
112 76/02 14/11/02 Perturbação do sossego
Degradação ambiental em área de preservação permanente
113 78/02 13/11/02
(Córrego Morangueiro)
Degradação ambiental em área de preservação permanente
114 80/02 10/12/02
(Córrego Nazareth)
81/02 (apenso Degradação ambiental em área de preservação permanente
115 10/12/02
ao 34/01) (Córrego Mandacaru)
Degradação ambiental em área de preservação permanente
116 82/02 10/12/02
(Ribeirão Maringá)
Degradação ambiental em área de preservação permanente
117 83/02 10/12/02
(Córregos Moscado, Merlo, Betty e Cleópatra)
Degradação ambiental em área de preservação permanente
118 01/03 03/02/03
(Córrego Jumbo)
119 02/03 03/02/03 Danos advindos da transformação da Vila Rural em Urbana
120 03/03 04/02/03 Loteamentos Irregulares
Degradação ambiental em área de preservação permanente
121 04/03 07/02/03
(Córrego Borba Gato)
122 09/03 19/02/03 Poluição sonora e mau cheiro
123 13/03 24/03/03 Poluição ambiental
124 14/03 14/03/03 Poluição sonora e atmosférica
125 15/03 24/03/03 Corte de árvores
Degradação ambiental (corte indiscriminado de árvores no
126 17/03 24/03/03
perímetro urbano)
127 18/03 24/03/03 Poços artesianos
128 19/03 24/03/03 Despejo de dejetos em lagoa de tratamento a céu aberto
129 20/03 01/04/03 Poluição ambiental
130 21/03 02/04/03 Poluição sonora e atmosférica
131 22/03 08/04/03 Poluição ambiental (Córrego Itaituba)
132 24/03 05/05/03 Terreno baldio transformado em lixão
133 26/03 19/05/03 Poluição sonora
134 27/03 19/05/03 Abandono de imóveis
135 29/03 23/05/03 Perturbação do sossego
Depósito de entulhos em fundo de vale (Córrego Mandaca-
136 32/03 12/06/03
ru)
Degradação ambiental em área de preservação permanente
137 33/03 16/06/03
(Paiçandu)
Fonte: Ministério Público. 13ª Promotoria, Comarca de Maringá (2003). Organizado pelo autor.
Para se ter uma idéia do que esses números representam, no final do ano de 2000, a
13a Promotoria mantinha um total de 46 procedimentos preliminares, sendo que 31 eram
relativos ao meio ambiente.
Os demais procedimentos preliminares encontrados na 13a Promotoria, dizem res-
peito às outras competências, como a dos idosos e deficientes (77), fundações (2 inquéri-
tos), e 29 inquéritos sobre assuntos diversos relacionados à competência do órgão. Exis-
tem somente 4 inquéritos civis relacionados com o meio ambiente, conforme tabela 50.
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MARINGÁ VERDE? CAPÍTULO III DA EFETIVIDADE DO DIREITO AMBIENTAL EM MARINGÁ
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290 __
CAPÍTULO III DA EFETIVIDADE DO DIREITO AMBIENTAL EM MARINGÁ
Esses dados demonstram que o próprio Ministério Público está evoluindo no enca-
minhamento dos processos de investigação, e que o município de Maringá enfrenta muitos
problemas ambientais crônicos.
162 Em especial com a realização da 2ª Conferência Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento das Nações
Unidas (ECO-92), no Rio de Janeiro.
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MARINGÁ VERDE? CAPÍTULO III DA EFETIVIDADE DO DIREITO AMBIENTAL EM MARINGÁ
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CAPÍTULO III DA EFETIVIDADE DO DIREITO AMBIENTAL EM MARINGÁ
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MARINGÁ VERDE? CAPÍTULO III DA EFETIVIDADE DO DIREITO AMBIENTAL EM MARINGÁ
d) ZP4:
III - planejar,
Hortoorganizar,
Florestal; orientar, controlar e coordenar as ativi-
e) ZP5:
dades Parqueada
relativas Nascente doeRibeirão
agropecuárias Paiçandu;
de abastecimento;
IV ZP6:
f) Bosque
- buscar das Grevíleas;
intercâmbios com órgãos afins, visando ao desenvol-
g) ZP7: Parque
vimento do Sabiá;
de parcerias para a realização de práticas economicamen-
te ZP8:
h) Parque
viáveis, Florestal Municipal
ecologicamente das Perobas;
sustentáveis e socialmente justas, nas
i) ZP9: Recanto
atividades Borba Gato;
agropecuárias;
V ZP10:
j) Parque
- cooperar com Ecológico Municipal
as iniciativas do eGuaiapó;
públicas apoiar as iniciativas pri-
k) ZP11: Parque Florestal Municipal das
vadas em atividades ligadas ao setor agropecuárioPalmeiras;e ambiental;
VIZP12:
l) Parque do orientação
- disponibilizar Cinqüentenário;
técnica necessária para a obtenção
m) ZP13: Parque da Rua Teodoro Negri;
de recursos para a execução da programação dos projetos viabili-
n) ZP14: Parque Alfredo Werner Nyffeler;
zados pela Pasta;
o) ZP15: Reservas do Córrego Borba Gato76;
VII - desenvolver e acompanhar os objetivos, as metas e ações do
p) ZP16: Reserva da Rua Diogo M. Esteves;
Planejamento
q) ZP17: Reserva Estratégico
do Córregode Governo
Cleópatra;que estejam relacionados à
Secretaria;
r) ZP18: Reserva da Rua Pioneira Deolinda T. Garcia;
VIII
s) ZP19:- determinar
Reserva do a fiscalização das feiras públicas e outras ativi-
Córrego Moscados;
dades similares no Município;
Destacam-se, dentre elas, IX as - desempenhar outras atividades que lhe sejam atribuídas pelo
seguintes áreas:
Chefe do Poder Executivo, no âmbito de sua área de atuação.
a) Parque Ecológico Municipal do Guaiapó: reconhecido como parque pela Lei
Complementar nº 3.513/93, possui uma área de 16.204,48 m2, localizado na qua-
Apesar das advertências, a gestão do Prefeito João Ivo Caleffi preferiu manter a pasta
dra 43-B do Conjunto Residencial Parigot de Souza, constituído de remanescen-
do Meio Ambiente junto com Agricultura. As estruturas eram independentes, não haven-
tes da vegetação nativa. A área não possui plano de manejo e enfrenta problemas
do justificativas parapara
estruturais essa garantir
união. Aliás, o contrário eraSomente
sua sobrevivência. o mais indicado,
no ano de no 2003
sentido de criar
a área foi
órgãos cadacercada
vez pela
mais Prefeitura
especializadosde Maringá,
na criaçãonuma tentativa das
e execução de isolamento
políticas dedas principaise
agricultura
áreas verdes
meio ambiente. Aindadoque município.
muitas das ações dessas pastas sejam conexas, pode-se concluir
b) Jardim Botânico: com uma área de aproximadamente 9 mil m2 , nela localizam-se
que as demais, sem exceção, terão alguma interface com o meio ambiente, como, por
duas antigas lagoas de tratamento da Sanepar desativadas. Em seu fundo, encon-
exemplo, as secretarias de obras, de desenvolvimento urbano, de educação, de indústria e
tram-se dois córregos que praticamente não possuem mata ciliar preservada. Na
comércio,Administração
etc., e isto nãoMunicipal
justifica a dosuaex-prefeito
união. Jairo Gianoto, foi recebido um recurso
O coroamento de uma política
financeiro especialmente de reestruturação
direcionado para a administrativa
implementaçãododePoder Executivo
estruturas que
de Maringá,permitissem a visitação
para estabelecer umae política
a recuperação
ambientalflorestal
sólidado local. Entretanto,
e democrática, o máximo
não ocorreu. A
que se pode encontrar é uma pista de caminhada mal projetada;
criação da Secretaria do Meio Ambiente autônoma seria e ainda é um complemento indis- uma sede utiliza-
da por muito tempo pelo Corpo de Bombeiros, e que foi ocupada pela Polícia
pensável para a reestruturação do Comdema. O próximo passo será, independentemente
Florestal a partir de maio de 2003; e uma imensa área desmatada. Um projeto de
desse contratempo
recuperação histórico, o investimento
foi viabilizado na últimano corpomunicipal,
gestão técnico dabuscando
secretaria.
tornar a área um
ponto de lazer e visitação para a comunidade carente que vive a sua volta, mas a-
inda aguarda recursos financeiros.
3.3 IAP – Instituto
c) Parque Ambiental
Florestal Municipaldodas Paraná
Perobas: localizado nos lotes 210-A e 211-A, 210
e 210-G da Gleba Ribeirão Pingüim, com área total de 263.438,74 m2, constituído
A Sema (Secretaria Estadual do Meio Ambiente), com sede em Curitiba, divide-se
de remanescentes da vegetação nativa que apresentam espécies representativas da
em, basicamente, três estruturas. A primeira é relativa ao planejamento e estabelecimento
flora e da fauna da região. Essa área, reconhecida como parque pela Lei Comple-
da política ambiental do Estado (junto com o Conselho Estadual do Meio Ambiente),
mentar nº 3.513/93, também se encontra abandonada e não possui um plano de
composto pela estrutura administrativa central da Sema. A segunda diz respeito ao órgão
manejo.
executivo do Paraná, o Instituto Ambiental do Paraná (IAP). E por fim, tem-se o órgão
responsável pela gestão dos recursos hídricos e pelo saneamento ambiental do Estado do
Paraná, que é adaSUDERHSA.
76 Ver comentário nota de rodapé nº 96.
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294 __
CAPÍTULO III DA EFETIVIDADE DO DIREITO AMBIENTAL EM MARINGÁ
O Instituto Ambiental do Paraná foi criado pela Lei Estadual no 10.066/92 com as
seguintes atribuições principais:
a) propor, executar e acompanhar as políticas de meio ambiente do Estado;
b) fazer cumprir a legislação ambiental, exercendo, para tanto, o poder de polícia
administrativa, controle, licenciamento e fiscalização;
c) conceder licenciamento ambiental para instalação, funcionamento e ampliação de
atividades, obras e serviços, planos e programas de abrangência Regional;
d) licenciar empreendimentos florestais e autorizar desmates;
e) executar o monitoramento ambiental dos recursos hídricos superficiais e subter-
râneos, do ar e do solo;
f) elaborar, executar e controlar planos e programas de proteção e manutenção da
biodiversidade, preservando e restaurando os processos ecológicos essenciais, e
assegurando a reprodução da flora e da fauna silvestres;
g) executar e fazer executar todos os atos necessários a proteção, conservação e re-
cuperação do meio ambiente;
h) executar a coleta sistemática de dados e informações sobre o meio ambiente;
i) administrar o Fundo Estadual do Meio Ambiente.
Como pode-se perceber, o IAP assumiu o controle da execução ambiental do Estado
do Paraná, como órgão integrante do Sistema Nacional do Meio Ambiente, definido pela
Lei nº 6.938/81, como órgão seccional.
O órgão está divido em regiões por todo o Estado do Paraná. A cidade de Maringá é
sede de um escritório regional que atende a 29 municípios. Para tanto, o IAP de Maringá
possui 12 funcionários efetivos, sendo que destes, 2 são administrativos e 10 atuam na
fiscalização, sendo um deles o chefe do escritório regional (2003).
Dos fiscais existentes, que devem atender aos 29 municípios da região, respectiva-
mente, 4 são agentes ambientais, 4 são engenheiros agrônomos, 1 engenheiro florestal e 1
engenheiro químico. Todos respondem pela fiscalização da pesca ilegal e da reserva legal
na região e 2 atuam no licenciamento industrial. Por fim, ainda existem 2 estagiários e 7
funcionários do viveiro regional, localizado em Mandaguari.
Com esses dados é possível ter uma idéia dos problemas estruturais pelos quais o
IAP passa no Estado do Paraná, principalmente na região de Maringá, que acaba sendo
mal atendida. A falta de profissionais técnicos, capacitados para a fiscalização ostensiva é o
maior problema. Existem muitos funcionários meios e poucos funcionários fim, a exemplo
do que ocorre em praticamente todas as repartições públicas.
Outro problema é a inexistência de equipamentos para o atendimento de Maringá e
região. Para a realização de qualquer análise, laudo ou perícia para identificar danos ambi-
entais e os responsáveis, é necessário que o material coletado seja enviado para o escritório
regional de Londrina, onde os testes são realizados e devolvidos para Maringá. É lógico
que esse processo inviabiliza casos em que uma perícia imediata se faz necessária para a
apuração do dano, sem contar que encarece e dificulta a prestação dos serviços da região
de Maringá. Além do mais, o contato com os fiscais atuando em campo não é muito fácil,
e depende de telefones celulares.
__ 295 __
MARINGÁ VERDE? CAPÍTULO III DA EFETIVIDADE DO DIREITO AMBIENTAL EM MARINGÁ
d) ZP4: Horto
Outro problema é a inexistência Florestal;mínimas para os fiscais atuarem com to-
de garantias
tal isenção, o que tem atingido e) ZP5:
outrosParque da Nascente
setores do Estado, do Ribeirão
como, por Paiçandu;
exemplo, a vigilância
f) ZP6: Bosque das Grevíleas;
sanitária. Os funcionários que exercem uma atividade de tamanha importância e repercus-
g) ZP7: Parque do Sabiá;
são econômica são pressionados h) ZP8: pelas circunstâncias
Parque e nem sempre
Florestal Municipal podem agir com inde-
das Perobas;
pendência, baseados apenasi)nos preceitos técnicos
ZP9: Recanto Borba Gato; e comandos legais. A mudança da Ad-
j) ZP10: Parque Ecológico Municipal do Guaiapó;
ministração Estadual, por exemplo, já é suficiente para provocar alterações nas linhas de
k) ZP11: Parque Florestal Municipal das Palmeiras;
atuação da fiscalização, demonstrando que o principal órgão ambiental, pertencente ao
l) ZP12: Parque do Cinqüentenário;
SISNAMA, atua ao sabor das m) paixões e necessidades
ZP13: Parque políticas
da Rua Teodoro dos “líderes” governamen-
Negri;
tais. n) ZP14: Parque Alfredo Werner Nyffeler;
As denúncias devem ser ZP15: Reservas
o) encaminhas pordo Córrego
escrito paraBorba Gato
o IAP, 76;
visando registrá-las para
p) ZP16: Reserva da Rua Diogo M. Esteves;
evitar fraudes e contratempos desnecessários. O fiscal é informado e dirige-se, quando
q) ZP17: Reserva do Córrego Cleópatra;
possível, ao local informado r) para
ZP18:apurar a denúncia.
Reserva Veja-seDeolinda
da Rua Pioneira que alémT.dos problemas en-
Garcia;
frentados com o clima, há ainda s) ZP19:a questão
Reservadedoque nem sempre
Córrego Moscados; existem fiscais disponíveis
no escritório para constatar a agressão ambiental no exato momento em que ela ocorre.
Destacam-se,
Quando o dano dentre elas, as seguintes
é constatado, áreas:
o infrator é notificado para adequar sua atividade em
a) Parque
determinado Ecológico
prazo. Em casoMunicipal do Guaiapó:
de reincidência, de danoreconhecido
grave ou decomo parqueà pela
desrespeito Lei
notifica-
Complementar nº 3.513/93, possui uma área de 16.204,48 m 2, localizado na qua-
ção, é feita uma autuação, culminada em multa, que pode posteriormente, diante da insis-
tência dodraagente
43-B poluidor,
do Conjunto ser Residencial
convertida em Parigot de Souza,administrativas
penalidades constituído demaisremanescen-
severas,
tes da vegetação nativa.
como embargos e interdição da atividade. A área não possui plano de manejo e enfrenta problemas
estruturais
Quanto para garantirnosua
a sua competência sobrevivência.
Município Somente
de Maringá, no de
apesar ano de 2003 amunicipal
a legislação área foi
cercada pela Prefeitura de Maringá, numa tentativa de isolamento
prever a competência da Semma para o controle da fiscalização, proteção e conservação das principais
áreas verdes do município.
do meio ambiente local, as irregularidades jurídicas, especialmente no tocante às condições
b) Jardim Botânico: com uma área de aproximadamente 9 mil m2 , nela localizam-se
para o exercício da competência licenciatória, e a responsabilidade solidária dos membros
duas antigas lagoas de tratamento da Sanepar desativadas. Em seu fundo, encon-
do Sistema Nacional do Meio Ambiente, mantém-se o IAP como principal órgão ambien-
tram-se dois córregos que praticamente não possuem mata ciliar preservada. Na
tal do Estado do Paraná e, da mesma forma, do Município de Maringá.
Administração Municipal do ex-prefeito Jairo Gianoto, foi recebido um recurso
O que se constata na prática é que o IAP não atua nos limites do Município, exceto
financeiro especialmente direcionado para a implementação de estruturas que
em alguns casos mais complexos de licenciamento ambiental e em alguns casos de desma-
permitissem a visitação e a recuperação florestal do local. Entretanto, o máximo
tamento nas zonas rurais e nas autorizações para corte de árvores no interior das proprie-
que se pode encontrar é uma pista de caminhada mal projetada; uma sede utiliza-
dades. Isto porque as árvores que permanecem nas vias públicas são de competência da
da por muito tempo pelo Corpo de Bombeiros, e que foi ocupada pela Polícia
Semma.
Florestal a partir de maio de 2003; e uma imensa área desmatada. Um projeto de
Ainda não ficou muito claro quem é o órgão competente em Maringá para as causas
recuperação foi viabilizado na última gestão municipal, buscando tornar a área um
ambientais de acordo com a estrutura do Sistema Nacional do Meio Ambiente. Apesar de
ponto de lazer e visitação para a comunidade carente que vive a sua volta, mas a-
a legislação estadual e municipal serem bastante claras na incumbência da competência
inda aguarda recursos financeiros.
para a Administração Pública de Maringá, em especial com a autonomia constitucional do
c) Parque Florestal Municipal das Perobas: localizado nos lotes 210-A e 211-A, 210
Município, mantendo-se a subsidiariedade do IAP, ambos os órgãos ambientais estão
e 210-G da Gleba Ribeirão Pingüim, com área total de 263.438,74 m2, constituído
completamente desaparelhados. Com isto, muitas das atribuições da Semma não são ob-
de remanescentes da vegetação nativa que apresentam espécies representativas da
servadas, embora estejam previstas na legislação municipal. Conseqüentemente, muitos
flora e da fauna da região. Essa área, reconhecida como parque pela Lei Comple-
casos são encaminhados da Prefeitura para o IAP, que, na medida do possível, tenta dar
mentar nº 3.513/93, também se encontra abandonada e não possui um plano de
alguma solução à questão.
manejo.
Conclui-se que esse órgão é mais uma vítima da inexistência de uma política estadual
séria para com o meio ambiente, a exemplo do que se repete nos municípios, incluindo
Maringá.
76 Ver comentário da nota de rodapé nº 96.
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296 __
CAPÍTULO III DA EFETIVIDADE DO DIREITO AMBIENTAL EM MARINGÁ
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MARINGÁ VERDE? CAPÍTULO III DA EFETIVIDADE DO DIREITO AMBIENTAL EM MARINGÁ
considerado
duasoantigas
Órgão lagoas
Executor do Sistema da
de tratamento Nacional
Sanepardodesativadas.
Meio Ambiente, Em seu e possui
fundo,aencon-finali-
tram-se dois
dade de executar córregos
e fazer quecomo
executar, praticamente não possuem
órgão federal, a políticamata ciliar preservada.
e diretrizes governamen- Na
Administração Municipal
tais fixadas para o meio ambiente. do ex-prefeito Jairo Gianoto, foi recebido um recurso
Emfinanceiro
virtude da especialmente direcionadodecorrentes
divisão de competências para a implementação de estruturas
da legislação ordinária que
(especial-
permitissem a visitação e a recuperação florestal do local.
mente da previsão do Sistema Nacional do Meio Ambiente), das resoluções do Conama Entretanto, o máximo
que se pode encontrar é uma pista de caminhada mal projetada; uma sede utiliza-
(em especial com a resolução nº 237/93), culminando na Constituição Federal, os Estados
da por muito tempo pelo Corpo de Bombeiros, e que foi ocupada pela Polícia
passaram a criar órgãos que assumiram as atribuições originárias do Ibama, especificamen-
Florestal a partir de maio de 2003; e uma imensa área desmatada. Um projeto de
te em seus territórios. Assim ocorreu com o IAP(Instituto Ambiental do Paraná).
recuperação foi viabilizado na última gestão municipal, buscando tornar a área um
Ao ponto
Ibamade permanece a competência
lazer e visitação para gerir e carente
para a comunidade fiscalizarque osvive
recursos
a suanaturais
volta, mas tidosa-
como bens da união, como os rios
inda aguarda recursos financeiros. que cruzam mais de um estado, os animais silvestres,
entre c)outros,
Parque queFlorestal
possuemMunicipal
alcance nacional ou federal.
das Perobas: Mesmo
localizado nosem uma
lotes cidade
210-A como Ma-
e 211-A, 210
ringá, pertencente
e 210-G daa Glebauma divisão
Ribeirãoe Pingüim,
confusãocom de competências em matéria
área total de 263.438,74 m ambiental,
2 , constituído o
de remanescentes
Ibama manteve um escritórioda regional
vegetação aténativa
o finalque
doapresentam
ano de 2000. espécies representativas da
Atéflora
aquelae da faunaodaescritório
época, região. Essa área, reconhecida
de Maringá mantinha como parque
2 fiscais, pela Lei Comple-
aparelhados com um
mentar nº 3.513/93, também se encontra abandonada
veículo “fusca”, pouco combustível e muita vontade para atender a aproximadamente 70e não possui um plano de
manejo.
municípios da região. Infelizmente, um órgão com tamanho prestígio dentro do Sistema
Nacional do Meio Ambiente permaneceu completamente abandonado pelo governo fede-
ral.
76 Ver comentário da nota de rodapé nº 96.
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298 __
CAPÍTULO III DA EFETIVIDADE DO DIREITO AMBIENTAL EM MARINGÁ
Os casos mais freqüentes atendidos pelo escritório de Maringá diziam respeito aos
maus-tratos de animais silvestres. Como não existe nenhum rio de competência federal na
região, a atuação do Ibama ficou muito restringida, até mesmo porque o órgão estava
abandonado. Quando os fiscais precisavam fazer uma vistoria, tinham que utilizar recursos
financeiros próprios para chegar às localidades, porque não havia repasse de verbas pelo
governo federal.
O escritório do Ibama de Maringá estava ligado à Linha Verde, um programa do go-
verno federal para o rastreamento de contrabando de animais silvestres e outras atividades
ilegais do gênero.
A partir do ano de 2001, o Município de Maringá passou a ser atendido pelo escritó-
rio regional do Ibama de Londrina de forma bastante tímida e imperceptível.Essa situação
foi percebida pelo novo governo federal, que após estudos realizados no primeiro ano de
gestão (2003), decidiu pela reabertura do escritório regional do Ibama em Maringá, reali-
zado em 19 de março de 2004.
Apesar de cobrar a TCFA (Taxa de Fiscalização Ambiental), o Ibama continua de-
sempenhando um papel secundário na política ambiental da região de Maringá.
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MARINGÁ VERDE? CAPÍTULO III DA EFETIVIDADE DO DIREITO AMBIENTAL EM MARINGÁ
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CAPÍTULO III DA EFETIVIDADE DO DIREITO AMBIENTAL EM MARINGÁ
de pássaros em cativeiro. O desmatamento não contava com muitos registros, até mesmo
porque a região já foi muito agredida, não restando grandes coberturas vegetais sob amea-
ça. Entretanto, algumas ações referem-se à fiscalização da madeira transportada na região.
Até julho de 2003, o Posto de Maringá do Batalhão da Polícia Florestal registrou 46 autos
de infração.
Infelizmente, nos últimos anos é possível constatar-se uma série de atos abusivos e
contraditórios pela atuação da Polícia Florestal no Estado do Paraná. Isto porque, enquan-
to representantes do Estado, os policiais florestais passaram a aplicar severas penalidades
contra condutas e atos que até pouco tempo eram negligenciadas pelo Estado, e em sua
grande maioria são ainda cometidas pelo Poder Público na prestação de diversos serviços
públicos. Além disto, muitas prisões abusivas e autuações sem critérios técnicos e legais
têm sido aplicadas, criando uma política do medo e da aversão à proteção ambiental em
várias regiões do Estado e, do Município de Maringá.
Pode-se afirmar que a efetividade do Direito Ambiental depende de uma fiscalização
ostensiva. Porém, toda sanção deve ser antecedida de políticas públicas sérias, que promo-
vam a educação dos cidadãos e estimulem as ações ecologicamente corretas.
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CAPÍTULO III DA EFETIVIDADE DO DIREITO AMBIENTAL EM MARINGÁ
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4 Organizações não governamentais
164Ver
76 Maiores
comentário
informações:
da nota <www.funverde.org.br>.
de rodapé nº 96.
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CAPÍTULO III DA EFETIVIDADE DO DIREITO AMBIENTAL EM MARINGÁ
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CAPÍTULO III DA EFETIVIDADE DO DIREITO AMBIENTAL EM MARINGÁ
PÁGINA 306
PÁGINA EM BRANCO
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5 Legislação ambiental de Maringá
Maringá possui inúmeras leis que tratam do meio ambiente. Agindo de acordo com a
competência suplementar e limitada imposta pela Constituição Federal, em seu Art. 30, I e
II, o município tem buscado regulamentar as principais situações ecológicas que ocorrem
em seu território. Mas como ocorre no país, em todos os níveis da federação, as leis pos-
suem quase sempre um caráter de oportunismo e casuísmo, sem muitos critérios técnicos.
Conclui-se pela inexistência de uma política ambiental no próprio poder legislativo de
Maringá, uma vez que da maioria dos seus componentes, poucos atuam na defesa do meio
ambiente. As leis normalmente são copiadas, literalmente, de outros municípios, sem se-
quer passarem por aperfeiçoamentos e adequações.
Esse é o caso, por exemplo, da lei que regulamenta a poluição visual, a lei que trata
das distâncias entre os postos de gasolina, entre inúmeras outras, que apesar de oportunas,
acabam sem aplicação pelo próprio poder público, por estarem dissociadas da realidade
enfrentada pelos órgãos executivos e pela população.
Essa situação, ao mesmo tempo, não justifica a omissão da Administração Pública,
mas colabora para que os problemas nunca sejam resolvidos e passem de uma gestão para
outra, acumulando-se entre as inúmeras questões “sem solução”.
Da análise das leis municipais, constata-se a existência de leis que abordam direta-
mente a questão ambiental, como as leis que tratam da poluição sonora e dos fundos de
vale, e também de leis que abordam indiretamente as questões ecológicas, como a lei de
uso e ocupação do solo de Maringá.
Para o levantamento das leis ambientais, foram consultados os arquivos da Câmara
Legislativa de Maringá, e embora os cuidados e a dedicação, algumas leis e decretos podem
estar sendo involuntariamente omitidas. Ao mesmo tempo, não foi objetivo realizar um
levantamento exaustivo das leis ambientais, apesar de sua importância, principalmente por
questões de ordem prática e instrumental.
Uma das sugestões passíveis de serem apresentadas à Câmara Legislativa do Municí-
pio é a criação de um Código Ambiental de Maringá, a exemplo do que ocorre em diversas
cidades, o que seria alcançada, basicamente com a compilação da legislação ambiental
esparsa referente à cidade de Maringá.
Existem muitas leis genéricas e de aplicação muito restrita, ao mesmo tempo em que
outras leis conseguem regular questões mais complexas como o problema dos fundos de
MARINGÁ VERDE? CAPÍTULO III DA EFETIVIDADE DO DIREITO AMBIENTAL EM MARINGÁ
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CAPÍTULO III DA EFETIVIDADE DO DIREITO AMBIENTAL EM MARINGÁ
CAPITULO VI
DA INFRAÇÃO ADMINISTRATIVA
Art. 70 - Considera-se infração administrativa ambiental toda a-
ção ou omissão que viole as regras jurídicas de uso, gozo, promo-
ção, proteção e recuperação do meio ambiente.
§ 1º São autoridades competentes para lavrar auto de infração
ambiental e instaurar processo administrativo os funcionários de
órgãos ambientais integrantes do Sistema Nacional de Meio Am-
biente - SISNAMA, designados para as atividades de fiscalização,
bem como os agentes das Capitanias dos Portos, do Ministério da
Marinha.
§ 2º Qualquer pessoa, constatando infração ambiental, poderá di-
rigir representação as autoridades relacionadas no artigo anterior,
para efeito do exercício do seu poder de policia.
§ 3º A autoridade ambiental que tiver conhecimento de infração
ambiental e obrigada a promover a sua apuração imediata, medi-
ante processo administrativo próprio, sob pena de co-
responsabilidade.
§ 4º As infrações ambientais são apuradas em processo adminis-
trativo próprio, assegurado o direito de ampla defesa e o contra-
ditório, observadas as disposições desta Lei.
Art. 71 - O processo administrativo para apuração de infração
ambiental deve observar os seguintes prazos máximos:
I - vinte dias para o infrator oferecer defesa ou impugnação con-
tra o auto de infração, contados da data da ciência da autuação;
II - trinta dias para a autoridade competente julgar o auto de in-
fração, contados da data da sua lavratura, apresentada ou não a
defesa ou impugnação;
III - vinte dias para o infrator recorrer da decisão condenatoria a
instancia superior do Sistema Nacional do Meio Ambiente - Sis-
nama, ou a Diretoria de Portos e Costas, do Ministério da Mari-
nha, de acordo com o tipo de autuação;
IV - cinco dias para o pagamento de multa, contados da data do
recebimento da notificação.
Art. 72 - As infrações administrativas são punidas com as seguin-
tes sanções, observado o disposto no art. 6º:
I - advertência;
II - multa simples;
III - multa diária;
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MARINGÁ VERDE? CAPÍTULO III DA EFETIVIDADE DO DIREITO AMBIENTAL EM MARINGÁ
d) ZP4:
IV - apreensão
Horto Florestal;
dos animais, produtos e subprodutos da fauna e
e) ZP5:instrumentos,
flora, Parque da Nascente do Ribeirão
petrechos, Paiçandu;ou veículos de
equipamentos
f) ZP6: Bosque das Grevíleas;
qualquer natureza utilizados na infração;
V -ZP7:
g) Parqueoudoinutilização
destruição Sabiá; do produto;
h) ZP8:
VI - suspensão de venda eMunicipal
Parque Florestal fabricaçãodas doPerobas;
produto;
i) ZP9: Recanto Borba Gato;
VII - embargo de obra ou atividade;
j) ZP10: Parque Ecológico Municipal do Guaiapó;
VIII - demolição de obra;
k) ZP11: Parque Florestal Municipal das Palmeiras;
IX - suspensão parcial ou total de atividades;
l) ZP12: Parque do Cinqüentenário;
X - ZP13:
m) (VETADO)Parque da Rua Teodoro Negri;
XIZP14:
n) - restritiva
Parquede direitos.
Alfredo Werner Nyffeler;
§ 1º
o) Se o Reservas
ZP15: infrator cometer,
do Córregosimultaneamente,
Borba Gato76; duas ou mais infra-
ções,
p) ZP16: ser-lhe-ao
Reserva aplicadas,
da Rua Diogocumulativamente,
M. Esteves; as sanções a elas
q) ZP17: Reserva do Córrego Cleópatra;
cominadas.
ZP18:
§r) 2º Reserva da será
A advertência Rua aplicada
Pioneira Deolinda T. Garcia;das disposi-
pela inobservância
s) ZP19:
ções destaReserva do Córrego
Lei e da legislaçãoMoscados;
em vigor, ou de preceitos regula-
mentares, sem prejuízo das demais sanções previstas neste artigo.
Destacam-se, dentre elas,§ 3ºasAseguintes áreas:será aplicada sempre que o agente, por ne-
multa simples
a) Parque Ecológico gligencia
Municipal ou do
dolo:Guaiapó: reconhecido como parque pela Lei
Complementar nº 3.513/93,
I - advertido possui uma área de 16.204,48
por irregularidades que tenham m2,sido
localizado na qua-
praticadas, dei-
dra 43-B do Conjunto xar de saná-las, no
Residencial prazodeassinalado
Parigot por órgãode
Souza, constituído competente
remanescen- do
Sisnama ou pela Capitania dos Portos, do Ministério
tes da vegetação nativa. A área não possui plano de manejo e enfrenta problemas da Marinha;
II - opuser
estruturais para garantir embaraço a fiscalização
sua sobrevivência. Somentedos no órgãos
ano dedo2003 Sisnama ou foi
a área da
Capitania dos Portos, do Ministério da Marinha.
cercada pela Prefeitura de Maringá, numa tentativa de isolamento das principais
§ 4° A multa simples pode ser convertida em serviços de preser-
áreas verdes do município.
vação, melhoria e recuperação da qualidade do meio ambiente.
b) Jardim Botânico: com § 5ºuma área de
A multa aproximadamente
diária será aplicada sempre9 mil que
m2 ,onela localizam-se
cometimento da
duas antigas lagoas infração
de tratamento da Sanepar
se prolongar no tempo. desativadas. Em seu fundo, encon-
tram-se dois córregos § 6ºque praticamente
A apreensão não possuem
e destruição referidasmata
nos ciliar
incisospreservada.
IV e V do Na ca-
Administração Municipal do ex-prefeito
put obedecerão JaironoGianoto,
ao disposto foi recebido
art. 25 desta Lei. um recurso
§ 7º Asdirecionado
financeiro especialmente sanções indicadaspara nos incisos VI a IXdedoestruturas
a implementação caput serãoque a-
plicadas quando o produto, a obra, a atividade
permitissem a visitação e a recuperação florestal do local. Entretanto, o máximo ou o estabeleci-
que se pode encontrar mento não pista
é uma estiverem obedecendo
de caminhada malasprojetada;
prescrições umalegais
sedeouutiliza-
regu-
lamentares.
da por muito tempo pelo Corpo de Bombeiros, e que foi ocupada pela Polícia
§ 8º As sanções restritivas de direito são:
Florestal a partir deI maio de 2003;
- suspensão e uma imensa
de registro, licença área desmatada. Um projeto de
ou autorização;
recuperação foi viabilizado na última gestão municipal,
II - cancelamento de registro, licença ou buscando tornar a área um
autorização;
ponto de lazer e visitação paraoua restrição
III - perda comunidade carente que
de incentivos vive a sua
e benefícios volta, mas a-
fiscais;
inda aguarda recursos IV financeiros.
- perda ou suspensão da participação em linhas de financia-
mento emdas
c) Parque Florestal Municipal estabelecimentos oficiaisnos
Perobas: localizado de credito;
lotes 210-A e 211-A, 210
e 210-G da Gleba Ribeirão Pingüim, com área total de 263.438,74Publica,
V - proibição de contratar com a Administração pelo pe-
m2, constituído
ríodo de ate três anos.
de remanescentes da vegetação nativa que apresentam espécies representativas da
Art. 73 - Os valores arrecadados em pagamento de multas por in-
flora e da fauna da região. Essa área, reconhecida como parque pela Lei Comple-
fração ambiental serão revertidos ao Fundo Nacional do Meio
mentar nº 3.513/93, também se encontra abandonada e não possui um plano de
Ambiente, criado pela Lei nº 7.797, de 10 de julho de 1989, Fun-
manejo. do Naval, criado pelo Decreto nº 20.923, de 8 de janeiro de 1932,
fundos estaduais ou municipais de meio ambiente, ou correlatos,
76
conforme dispuser o órgão arrecadador.
Ver comentário da nota de rodapé nº 96.
__ 122
310 __
CAPÍTULO III DA EFETIVIDADE DO DIREITO AMBIENTAL EM MARINGÁ
No âmbito federal, essa lei foi regulamentada pelo Decreto nº 3.179/99, que deta-
lhou cada uma das infrações genéricas previstas pela Lei de Crimes Ambientais. Contudo,
uma série de críticas foi feita tanto à Lei de Crimes ambientais quanto à publicação do
Decreto Federal. Destaca-se o jurista Luís Carlos Silva de Moraes:
166 MORAES, Luís Carlos Silva de. Curso de Direito Ambiental. São Paulo: Atlas, 2002. p. 121.
__ 311 __
MARINGÁ VERDE? CAPÍTULO III DA EFETIVIDADE DO DIREITO AMBIENTAL EM MARINGÁ
d) ZP4:
qui, o exercício
Horto Florestal;
há de se regular, ou seja, sem abuso ou desvio de
ZP5:167Parque da Nascente do Ribeirão Paiçandu;
poder.
e)
f) ZP6: Bosque das Grevíleas;
Com base nesse parecer, g) ZP7: Parque
o jurista do Sabiá;
defende que somente o ente federado que tenha e-
h) ZP8: Parque Florestal
laborado a lei é que tem poder para aplicá-la. Ou seja, Municipal das Perobas;
o Município e os Estados não pode-
i) ZP9: Recanto Borba Gato;
riam aplicar o Decreto Federal nº 3.179/99, pois o mesmo se limita aos órgãos da Admi-
j) ZP10: Parque Ecológico Municipal do Guaiapó;
nistração Federal. k) ZP11: Parque Florestal Municipal das Palmeiras;
Apesar de não ser discutido
l) ZP12:expressamente pelos principais autores pátrios do Direi-
Parque do Cinqüentenário;
m) ZP13:polêmico,
to Ambiental, o tema é igualmente Parque daeRua
nãoTeodoro Negri;
será aprofundado no presente traba-
lho. n) ZP14: Parque Alfredo Werner Nyffeler;
o) ZP15: Reservas do Córrego Borba Gato76;
Desta forma, com a publicação do Decreto
p) ZP16: Reserva Municipal
da Rua Diogo M.nºEsteves;
1.358/2002, buscou-se evi-
tar qualquer argumentação secundária nos processos administrativos
q) ZP17: Reserva do Córrego Cleópatra; ou judiciais referen-
tes a autuações ambientais procedidas pela Semma.
r) ZP18: Reserva da Rua Pioneira Deolinda T. Garcia;
Uma análise mais detida s) ZP19: Reserva
dos artigos dodo CórregonºMoscados;
Decreto 1.358/2002 demonstrará que seu
texto é uma cópia fiel dos principais dispositivos do Decreto Federal correspondentes.
Destacam-se, dentre elas, as seguintes áreas:
Destacam-se as seguintes inovações:
a) Parque Ecológico Municipal do Guaiapó: reconhecido como parque pela Lei
- Os recursos advindos da multas aplicadas pela Semma serão revertidos para o
Complementar nº 3.513/93, possui uma área de 16.204,48 m2, localizado na qua-
Fundo Municipal do Meio Ambiente (art. 3º);
dra 43-B do Conjunto Residencial Parigot de Souza, constituído de remanescen-
- a previsão da infração específica de “realizar obras de desvio ou canalização das
tes da vegetação nativa. A área não possui plano de manejo e enfrenta problemas
margens dos cursos d´água, ou nascentes, sem licença ou autorização dos órgãos
estruturais para garantir sua sobrevivência. Somente no ano de 2003 a área foi
ambientais competentes, ou contrariando as normas legais e regulamentos perti-
cercada pela Prefeitura de Maringá, numa tentativa de isolamento das principais
nentes” (art. 50);
áreas verdes do município.
- a previsão da infração específica de “executar obra, ou lançar resíduos líquidos,
b) Jardim Botânico: com uma área de aproximadamente 9 mil m2 , nela localizam-se
sem a competente autorização, permissão, concessão ou licença ou em desacordo
duas antigas lagoas de tratamento da Sanepar desativadas. Em seu fundo, encon-
com a obtida causando erosão do solo” (art. 55). E ainda, no parágrafo único,
tram-se dois córregos que praticamente não possuem mata ciliar preservada. Na
“incorre nas mesmas penalidades quem deixar de adotar, quando assim o exigir a
Administração Municipal do ex-prefeito Jairo Gianoto, foi recebido um recurso
autoridade competente, medidas de conservação dos solos ou deixar de recuperar
financeiro especialmente direcionado para a implementação de estruturas que
a área erodida conforme determinação do órgão competente ou em desacordo
permitissem a visitação e a recuperação florestal do local. Entretanto, o máximo
com a licença obtida”;
que se pode encontrar é uma pista de caminhada mal projetada; uma sede utiliza-
- a previsão da infração específica de “alterar a morfologia das vertentes através de
da por muito tempo pelo Corpo de Bombeiros, e que foi ocupada pela Polícia
serviços de corte e aterro, sem licença ou autorização”;
Florestal a partir de maio de 2003; e uma imensa área desmatada. Um projeto de
- a previsão da infração específica de “promover o parcelamento do solo e/ou
recuperação foi viabilizado na última gestão municipal, buscando tornar a área um
construção em solo não edificável, ou no seu entorno, assim considerado em ra-
ponto de lazer e visitação para a comunidade carente que vive a sua volta, mas a-
zão das suas restrições ambientais, do seu valor paisagístico, ecológico, artístico,
inda aguarda recursos financeiros.
turístico, histórico, cultural, religioso, arqueológico, etnográfico ou monumental,
c) Parque Florestal Municipal das Perobas: localizado nos lotes 210-A e 211-A, 210
sem autorização da autoridade competente ou em desacordo com a obtida”.
e 210-G da Gleba Ribeirão Pingüim, com área total de 263.438,74 m2, constituído
Independentemente das discussões jurídicas de fundo, esse Decreto consolida a atua-
de remanescentes da vegetação nativa que apresentam espécies representativas da
ção fiscalizadora da Semma no município de Maringá.
flora e da fauna da região. Essa área, reconhecida como parque pela Lei Comple-
Dentre as leis ambientais de Maringá, destacam-se as seguintes:
mentar nº 3.513/93, também se encontra abandonada e não possui um plano de
manejo.
167 MUKAI, Toshio. Meio ambiente: atuação administrativa e legislativa dos Poderes Públicos. L&C: Revista de Direito
76 Ver comentário da
e Administração nota São
Pública, de rodapé
Paulo, nº
ano96.5, n. 50, p. 14-20, 2002.
__ 122
312 __
CAPÍTULO III DA EFETIVIDADE DO DIREITO AMBIENTAL EM MARINGÁ
__ 313 __
CAPÍTULO III DA EFETIVIDADE DO DIREITO AMBIENTAL EM MARINGÁ
__ 314 __
6 Conselho Municipal de Defesa do Meio
Ambiente – Comdema
Pauta Implantação da Plano de Mane- Lixão de Marin- ICMS Ecológi- Trabalho de pesqui-
Diretoria: Relatório jo do Parque do gá; Campanha co. “Campanha sa desenvolvido pelo
das atividades Ingá; Projeto de “Maringá Sem- Maringá Sempre Fundação Nacional
desenvolvidas pela Galerias e Re- pre Limpa”; Ecológica”; de Saúde – Serviço
Semma: utilização gulamento da Tombamento de Ações da Sem- de Etnologia na
de parques e infra- Lei Referente à árvores em ma; Assuntos busca de vetores
estrutura; ICMS Adoção de Maringá; Prepa- Gerais. transmissores LTA,
Ecológico (repasse Praças. ração de Reuni- no Parque do Ingá,
de verbas devido à ões para 1993. Bosque II, Horto
criação de parques Florestal, Parque das
no Município). Palmeiras e Parque
Escolha da data e Guaiapó.
do horário das
reuniões.
Resultados Realizada eleição Foram indica- As propostas Foram apenas Houve apenas a
dos membros da dos os mem- foram apenas apresentados exposição do pro-
diretoria e ficou bros do Conse- apresentadas ao dados ao Conse- blema ao Conselho.
estabelecida a data lho responsá- Conselho. lho.
das reuniões para veis pela elabo-
todas as primeiras ração de um
quintas-feiras do parecer e o
mês, às 20:30h. Conselho deve-
rá definir crité-
rios para a
constituição da
lei.
Fonte: Semma (2001). Ata de reuniões do Conselho Municipal do Meio Ambiente, organizado pelo autor.
MARINGÁ VERDE? CAPÍTULO III DA EFETIVIDADE DO DIREITO AMBIENTAL EM MARINGÁ
d) Asduascâmaras
antigas técnicas
lagoas dedotratamento
Conselho da Municipal
Sanepar do Meio Ambiente
desativadas. Em seuserão fundo, criadas
encon- a-
pós sua reconstituição
tram-se dois córregos que através de um estudo
praticamente não minucioso
possuem mata das necessidades
ciliar preservada.e priori-
Na
dades ambientais
Administração de Maringá;
Municipal do ex-prefeito Jairo Gianoto, foi recebido um recurso
e) Deve haverespecialmente
financeiro reciprocidade direcionado
quando houver pararepresentante
a implementação de algum de outro conselho
estruturas que
municipal noaConselho
permitissem visitação Municipal
e a recuperaçãodo Meio Ambiente,
florestal de forma
do local. que este
Entretanto, o também
máximo
tenhaseseu
que podeassento assegurado
encontrar é uma nos pistademais conselhos.
de caminhada mal projetada; uma sede utiliza-
Umdaúnicopor muito tempo pelo Corpo de Bombeiros, eFórum
quesito não pôde ser definido durante o 1º que foiAmbiental
ocupada de pelaMaringá,
Polícia
por sua complexidade
Florestal a partir e pelas
de maiodivergências
de 2003; de opinião
e uma imensa existentes, qual seja,Um
área desmatada. o número
projeto de
integrantes do Conselho
recuperação Municipal na
foi viabilizado doúltima
Meio gestão
Ambiente e a suabuscando
municipal, composição. A aSecretaria
tornar área um
de Meio ponto
Ambiente abriue visitação
de lazer um prazopara de a15comunidade
dias para que as entidades
carente que viveparticipantes
a sua volta, mas do 1ºa-
Fórum Ambiental
inda aguarda de recursos
Maringá financeiros.
e as demais interessadas enviassem as sugestões de nomes.
c) Parque Florestal Municipal das Perobas: localizado nos lotes 210-A e 211-A, 210
e 210-G da Gleba Ribeirão Pingüim, com área total de 263.438,74 m2, constituído
168 Infelizmente, desrespeitando a legitimidade alcançada pelo 1º Fórum Ambiental de Maringá, a Câmara Municipal,
de remanescentes
ao aprovar a lei que regulamentouda vegetação
o Comdema, nativa que apresentam
realizou algumas espécies
alterações contrárias representativas
às decisões da
deliberadas du-
rante oflora
evento, entre as quais destaca-se a proibição do Secretário Municipal do Meio
e da fauna da região. Essa área, reconhecida como parque pela Lei Comple- Ambiente ser eleito como
presidente deste órgão, contrariando, assim, a vontade da comunidade sob o falso pretexto de estar, o vereador
mentar
responsável nº 3.513/93,
pela alteração, também
representando seosencontra
apenas abandonada
interesses do povo. e não possui um plano de
manejo.
169 Apesar de expressa a vontade do povo, a Administração Municipal continuou a utilizar os recursos advindos do
ICMS Ecológico em diversas áreas, sob o amparo legal e constitucional que proíbe a vinculação de gastos dos im-
postos de forma específica. Deve-se ressaltar que o intuito da criação deste imposto foi o de compensar os muni-
cípios pela criação de áreas verdes que poderia estar rendendo dividendos através dos mecanismos econômicos
76 Ver comentário
clássicos da nota dea rodapé
não realizando nº 96. vinculação dos recursos.
desnecessária
__ 122
316 __
CAPÍTULO III DA EFETIVIDADE DO DIREITO AMBIENTAL EM MARINGÁ
170 A Comissão Organizadora do 1º Fórum Ambiental de Maringá era composta por diversas entidades representati-
vas de Maringá e realizou uma série de reuniões que garantiram o sucesso do evento.
__ 317 __
MARINGÁ VERDE? CAPÍTULO III DA EFETIVIDADE DO DIREITO AMBIENTAL EM MARINGÁ
b) d) ZP4:representante
1 (um) Horto Florestal;da Secretaria Municipal da Saúde;
ZP5:representante
c) 1e)(um) Parque da Nascente
da Secretaria
do Ribeirão
Municipal
Paiçandu;
da Educação;
ZP6: representante
d) 1f) (um) Bosque das Grevíleas;
da Secretaria Municipal da Agricultura e
ZP7: Parque do Sabiá;
Abastecimento;
g)
ZP8:representante
e) 1h)(um) Parque Florestalda Secretaria
MunicipalMunicipal
das Perobas;
de Desenvolvimen-
toZP9:
i) Urbano,Recanto
Planejamento
Borba Gato;
e Habitação;
ZP10:representantes
f) 2j) (dois) Parque Ecológico da Câmara
MunicipalMunicipal;
do Guaiapó;
ZP11:representante
g) 1k)(um) Parque Florestal
da Promotoria
Municipal dasEspecial
Palmeiras;
de Defesa do Meio
l) ZP12: Parque
Ambiente de Maringá;
do Cinqüentenário;
h) m) ZP13:
1 (um) representante
Parque da Ruado Instituto
TeodoroAmbiental
Negri; do Paraná – IAP;
i) n) ZP14:
1 (um) representante
Parque Alfredoda Empresa
Werner Nyffeler;
de Assistência Técnica e Exten-
sãoZP15:
o) Rural Reservas Emater; Borba Gato76;
do Paranádo– Córrego
j) p) ZP16:
1 (um) Reserva da Rua
representante Diogo Regional
do Núcleo M. Esteves;
de Educação;
ZP17:
k) 1q)(um) Reserva do Córrego
representante Cleópatra;
da Companhia de Saneamento do Paraná –
r) ZP18: Reserva da Rua Pioneira Deolinda T. Garcia;
Sanepar;
l) s) ZP19:representante
1 (um) Reserva do Córrego Moscados;
da Superintendência de Desenvolvimento
de Recursos Hídricos e Saneamento Ambiental – SUDERHSA.
Destacam-se, dentre elas, II –asSetor Produtivo:
seguintes áreas:
a) 1 (um) representante
a) Parque Ecológico Municipal do Guaiapó: das cooperativas;
reconhecido como parque pela Lei
b) 1 (um) representante dos sindicatos patronais;
Complementar nº 3.513/93, possui uma área de 16.204,48 m2, localizado na qua-
c) 1 (um) representante dos sindicatos dos empregados;
dra 43-B do Conjunto d) 1 (um) Residencial Parigot
representante da de Souza, constituído
Associação Comercialde e remanescen-
Industrial de
tes da vegetação nativa. Maringá A área não possui plano de manejo e enfrenta problemas
– Acim.
estruturais para garantirIII - Terceiro Setor:
sua sobrevivência. Somente no ano de 2003 a área foi
a) 2 (dois)
cercada pela Prefeitura de representantes
Maringá, numadas igrejas, sendo
tentativa um indicado
de isolamento das pela Mitra
principais
Arquidiocesana de Maringá e outro pela Ordem dos Pastores E-
áreas verdes do município.
vangélicos de Maringá – OPEM;
b) Jardim Botânico: b)com
1 (um)umarepresentante
área de aproximadamente 9 mil m2 , nela localizam-se
dos clubes de serviços;
duas antigas lagoas c) 1de tratamento
(um) da Sanepar
representante da Ordem desativadas. Em seu
dos Advogados dofundo,
Brasil –encon-
OAB,
seccional de Maringá;
tram-se dois córregos que praticamente não possuem mata ciliar preservada. Na
d) 1 (um) do
Administração Municipal representante
ex-prefeitodoJairo
Conselho Regional
Gianoto, de Engenharia
foi recebido e Ar-
um recurso
quitetura – CREA, seccional de Maringá;
financeiro especialmente direcionado para
e) 1 (um) representante a implementação
da Federação de estruturas
das Associações de Bairrosquede
permitissem a visitação Maringá e a –recuperação
FEABAM; florestal do local. Entretanto, o máximo
que se pode encontrarf) 1 (um) é uma pista de caminhada
representante mal projetada;
dos Conselheiros uma sede
do Orçamento utiliza-
Participati-
vo;
da por muito tempo pelo Corpo de Bombeiros, e que foi ocupada pela Polícia
Florestal a partirg)de1 maio(um) representante
de 2003; e uma do imensa
Conselho Regional
área de Biologia
desmatada. – CRBio,
Um projeto de
seccional de Maringá;
recuperação foi h) viabilizado na última gestão municipal, buscando
1 (um) representante do Conselho de Desenvolvimento Econô- tornar a área um
ponto de lazer e visitação
mico depara a comunidade
Maringá – Codem; carente que vive a sua volta, mas a-
inda aguarda recursosi) 1 (um)financeiros.
representante do Movimento Nacional de Direitos Hu-
manos – Coordenadoria
c) Parque Florestal Municipal de Maringá;
das Perobas: localizado nos lotes 210-A e 211-A, 210
j) 4 (quatro) representantes de Organizações Não Governamentais
e 210-G da Gleba Ribeirão Pingüim, com área total de 263.438,74 m2, constituído
– ONG´s;
de remanescentes k) da
6 vegetação nativa que das
(seis) representantes apresentam espécies
Instituições representativas
de Ensino Superiordae
flora e da fauna da Gruposregião. Essa área, reconhecida como parque pela Lei Comple-
de Pesquisas.
mentar nº 3.513/93, §1ºtambém se encontra
O Conselho abandonada
Municipal de Defesae nãodopossui
Meio um plano de-
Ambiente
manejo. COMDEM, se subdividirá em nove câmaras técnicas permanen-
tes, com participação aberta a toda a comunidade, podendo o
Conselho, conforme a necessidade, criar câmaras técnicas tempo-
76 Ver comentário da nota de rodapérárias,
nº 96. sendo as permanentes de:
__ 122
318 __
CAPÍTULO III DA EFETIVIDADE DO DIREITO AMBIENTAL EM MARINGÁ
a) Vegetação;
b) Recursos Hídricos;
c) Resíduos Sólidos;
d) Política Ambiental;
e) Fauna;
f) Educação Ambiental;
g) Questões Sociais;
h) Legislação;
i) Poluição.
§2º A Secretaria de Serviços Urbanos e Meio Ambiente – Semma,
regulamentará as inscrições das entidades que comporão o Con-
selho Municipal de Defesa do Meio Ambiente – Comdema.
§3º Os membros do Conselho Municipal de Defesa do Meio
Ambiente – Comdema, com mandato de dois anos, não serão
remunerados, sendo suas atividades consideradas serviços de re-
levante interesse público.
§4º O Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente – Com-
dema, elaborará o seu Regimento Interno, seguindo as normas da
Secretaria Municipal dos Serviços Urbanos e Meio Ambiente.
§5º As entidades que integram Conselho Municipal de Defesa do
Meio Ambiente indicarão os respectivos suplentes, juntamente
com os titulares.
§6º O Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente – Com-
dema, em sua primeira reunião, elegerá o presidente, o vice, e o
secretário do Conselho, e os coordenadores das Câmaras Técni-
cas permanentes, bem com definirá as normas do regimento in-
terno.
§7º O Secretário Municipal dos Serviços Urbanos e Meio Ambi-
ente não poderá ser eleito Presidente do Conselho.
§8º As entidades relacionadas nos incisos II, alíneas “a”, “b”, “c”,
e no inciso III, alíneas “a”, “b”, “j”, “k”, que fazem parte do
Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente – Comdema,
terão que se cadastrar previamente na Secretaria de Serviços Ur-
banos e Meio Ambiente, que fará os registros em livros específi-
cos.
§9º As entidades referidas no parágrafo 5º, ao indicarem os res-
pectivos titulares e suplentes deverão comprovar a ata, lista de
presença e resultado da votação dos representantes do segmento,
registrados na Secretaria de Serviços Urbanos e Meio Ambiente.
§10 As entidades citadas no inciso III, alínea “j”, terão que:
a) demonstrar estarem legalmente constituídas há mais de um ano e
cadastradas na Secretaria Municipal dos Serviços Urbanos e Meio
Ambiente, exigindo-se para o cadastramento: comprovação das
existência legal da entidade, com a apresentação do estatuto e da
ata da eleição da última diretoria devidamente registrados, inscri-
ção no Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas do Ministério da
Fazenda (CNPJ/MF) e alvará de localização no Município de Ma-
ringá, concedido ou renovado para o ano em curso;
b) ter estatuto registrado em que conste o objetivo expresso de edu-
cação ambiental, proteção e defesa do meio ambiente ou pesqui-
sas referentes a assuntos ligados às questões ambientais.
__ 319 __
MARINGÁ VERDE? CAPÍTULO III DA EFETIVIDADE DO DIREITO AMBIENTAL EM MARINGÁ
__ 122
320 __
CAPÍTULO III DA EFETIVIDADE DO DIREITO AMBIENTAL EM MARINGÁ
mentação do Fundo Municipal do Meio Ambiente. A partir de julho de 2003, a antiga sede
da Polícia Florestal, localizada dentro do Parque do Ingá, ficou à disposição do Comdema
para a instalação de sua sede. Apesar disto, a sede continua desocupada a espera de peque-
nos reparos.171
Não seria forçoso reconhecer que o futuro ambiental da cidade de Maringá, quanto a
sua qualidade de vida, depende dos encaminhamentos do Conselho Municipal do Meio
Ambiente, segundo nova versão reestruturada. Em um momento de grandes mudanças e
riscos ambientais cada vez mais sérios, a passividade social pode funcionar como um cata-
lisador das mais perversas e inimagináveis degradações ambientais.
__ 321 __
CAPÍTULO III DA EFETIVIDADE DO DIREITO AMBIENTAL EM MARINGÁ
__ 322 __
7 Previsão orçamentária e Fundo Municipal
do Meio Ambiente
A gerência de meio ambiente foi a única prevista no orçamento desse ano, demons-
trando que as reformas administrativas ainda não foram incorporadas ao orçamento da
Prefeitura. Essa gerência responde por praticamente todos os recursos orçamentários
destinados ao meio ambiente em 2003, com exceção do fundo municipal do meio ambien-
te e de algumas despesas realizadas conjuntamente através da unidade do gabinete do
secretário e daquelas sob responsabilidade das outras secretarias. As dotações dessa gerên-
cia, discriminadas de forma mais detalhada, são as seguintes: aquisição de equipamentos
para fiscalização (R$ 16.000,00); manutenção da gerência de meio ambiente (R$
667.756,00); revitalização, conservação e manutenção de praças, parques e bosques (R$
1.190.556,00); manutenção e revitalização da arborização urbana (R$ 32.000,00); imple-
mentação e manutenção do viveiro municipal (R$ 32.000,00); revitalização, conservação e
manutenção do Parque do Ingá (R$ 144.000,00); melhorias no Parque do Ingá (R$
23.500,00).
MARINGÁ VERDE? CAPÍTULO III DA EFETIVIDADE DO DIREITO AMBIENTAL EM MARINGÁ
ZP4: Horto
No orçamento geral dod)Município deFlorestal;
Maringá em 2003, o meio ambiente respondeu
e) ZP5: Parque
por apenas 1,47% dos investimentos da Nascente do Ribeirão Paiçandu;
diretos.
f) ZP6: Bosque das Grevíleas;
Deve-se observar que mais da metade dos valores apresentados em cada unidade di-
g) ZP7: Parque do Sabiá;
zem respeito aos gastos dosh)vencimentos
ZP8: Parquedos funcionários
Florestal Municipallotados em cada setor, ou seja,
das Perobas;
i) ZP9: Recanto Borba Gato;
resta muito pouco para investimentos.
j) ZP10: Parque Ecológico Municipal do Guaiapó;
O Conselho do Meio Ambiente de Maringá tem como uma de suas atribuições a ges-
k) ZP11: Parque Florestal Municipal das Palmeiras;
tão de um fundo municipal l)para o meio
ZP12: Parqueambiente. Foi a Lei no 09/93 que criou o Fundo
do Cinqüentenário;
Municipal do Meio Ambiente,m) eZP13:
a Lei Parque da Ruatrouxe
nº 393/2001 Teodoro Negri;alterações:
algumas
n) ZP14: Parque Alfredo Werner Nyffeler;
Art.ZP15:
o) Reservas doreceitas
9o – Constituem CórregodoBorba
Fundo: Gato76;
p) ZP16: Reserva da Rua Diogo M. Esteves;
I – dotações orçamentárias do Município, do Estado e da União;
q) –ZP17:
II 10% Reserva
(dez pordo Córrego
cento) Cleópatra;
do valor das infrações ambientais;
r) ZP18:
III – contribuições, subvenções eDeolinda
Reserva da Rua Pioneira T. Garcia;
auxílios da União, do Estado,
s) ZP19: Reserva do Córrego Moscados;
do Município e de suas respectivas autarquias, empresas públicas,
sociedades de economia mista e fundações;
Destacam-se, dentre elas, IV as
– asseguintes áreas:
resultantes de convênios, contratos e consórcios, celebra-
a) Parque Ecológico dos Municipal do Guaiapó:
entre o Município reconhecido
e instituições como
públicas parque nacionais
e privadas, pela Lei
Complementar nº 3.513/93, possuicuja
ou estrangeiras, umaexecução
área de 16.204,48 m2, localizado
seja de competência na qua-
da Secretaria
dra 43-B do Conjunto Municipal do Meio
Residencial Ambiente,
Parigot observadas
de Souza, as obrigações
constituído contidas
de remanescen-
tes da vegetação nativa. nos respectivos
A área nãoinstrumentos;
possui plano de manejo e enfrenta problemas
V – as resultantes de doações que venha a receber de pessoas físi-
estruturais para garantir sua sobrevivência. Somente no ano de 2003 a área foi
cas e jurídicas ou de organismos públicos e privados, nacionais e
cercada pela Prefeitura de Maringá, numa tentativa de isolamento das principais
internacionais;
áreas verdes do município.
VI – rendimentos de qualquer natureza, que venha auferir como
b) Jardim Botânico: com uma área decorrente
remuneração de aproximadamente
da aplicação9do mil
seumpatrimônio;
2 , nela localizam-se
__ 122
324 __
CAPÍTULO III DA EFETIVIDADE DO DIREITO AMBIENTAL EM MARINGÁ
Pela lei federal, a integralidade dos valores arrecadados em pagamento de multas por
infração ambiental será revertida ao Fundo Municipal do Meio Ambiente.
O inciso III, do artigo 9º da Lei Complementar nº 393/2001, estabelece que consti-
tuem receitas do Fundo Municipal do Meio Ambiente, “contribuições, subvenções e auxí-
lios da União, do Estado, do Município e de suas respectivas autarquias, empresas públi-
__ 325 __
MARINGÁ VERDE? CAPÍTULO III DA EFETIVIDADE DO DIREITO AMBIENTAL EM MARINGÁ
__ 122
326 __
8 Empresariado e política industrial
de Maringá
Emde remanescentes
longo prazo, a cidade da vegetação nativapara
tem potencial quefornecer
apresentam espécies representativas
mão-de-obra altamente especi-da
floravirtude
alizada, em e da fauna da região.
da grande Essa área,
quantidade reconhecida
de cursos como parque
universitários pela Lei
existentes Comple-
na cidade, o
mentar nº 3.513/93, também se encontra abandonada e não possui um plano de
que lhe confere o título de segunda maior concentração de vagas no Estado do Paraná,
manejo.
perdendo apenas para Curitiba, e por pouco tempo, segundo especialistas. Por isto, o
crescimento na oferta de vagas e no aparelhamento das faculdades e universidades, especi-
almente as privadas,
76 Ver comentário da nota tem sidonºgrande
de rodapé 96. e ocorrido em altíssima velocidade.
__ 122
328 __
CAPÍTULO III DA EFETIVIDADE DO DIREITO AMBIENTAL EM MARINGÁ
A cidade Maringá é considerada uma cidade privilegiada por sua qualidade de vida.
Essa característica tem um fundo histórico, mas apesar disto a cidade apresenta inúmeros
problemas ambientais que afetam diretamente a qualidade de vida da população. Salienta
que muitos desses problemas ainda estão por surgir como conseqüência imediata do des-
caso com o meio ambiente local.
__ 329 __
MARINGÁ VERDE? CAPÍTULO III DA EFETIVIDADE DO DIREITO AMBIENTAL EM MARINGÁ
__ 122
330 __
CAPÍTULO III DA EFETIVIDADE DO DIREITO AMBIENTAL EM MARINGÁ
173 Cf. ENVIRONMENTAL management systems: an implementations guide for small and medium-sized organiza-
tions. Michigan, Ann Arbor: Environmental Protection Agency’s Office of Wastewater and Office of Comliance,
1996. p. 78.
__ 331 __
MARINGÁ VERDE? CAPÍTULO III DA EFETIVIDADE DO DIREITO AMBIENTAL EM MARINGÁ
__ 122
332 __
CAPÍTULO III DA EFETIVIDADE DO DIREITO AMBIENTAL EM MARINGÁ
__ 333 __
MARINGÁ VERDE? CAPÍTULO III DA EFETIVIDADE DO DIREITO AMBIENTAL EM MARINGÁ
174Ver
76 Informação
comentário
transmitida
da nota devia
rodapé
e-mailnºpela
96. divisão de certificação do Tecpar em Curitiba.
__ 122
334 __
Capítulo
IV
Das perspectivas futuras
Foto 35- Parque da Moran-
gueira.
CAPÍTULO IV DAS PERSPECTIVAS FUTURAS
__ 336 __
Das perspectivas futuras
__ 122
338 __
Capítulo
Foto 36 – Prefeitura Muni-
cipal de Maringá..
V
Das soluções propostas
CAPÍTULO IV DAS PERSPECTIVAS FUTURAS
__ 340 __
Das soluções propostas
Diante do exposto neste estudo, algumas soluções foram abordadas direta ou indire-
tamente. Essas propostas decorrem de uma análise lógica (silogismo e dialética), foram
reunidas para subsidiar futuras pesquisas e mesmo mudanças efetivas na Gestão Pública
do meio ambiente no Município de Maringá.
Em primeiro lugar, deve-se partir para a criação de um órgão ou agência ambiental
independente e autônoma na Prefeitura Municipal de Maringá. Essa nova Secretaria do
Meio Ambiente exercerá as atribuições ambientais da atual Secretaria de Agricultura e
Meio Ambiente, com a vantagem de ter maior autonomia decisiva e financeira em suas
ações. Com a sua criação, automaticamente deverá ser estabelecida uma nova estrutura
interna visando empregar maior agilidade na resposta às demandas sociais e ambientais.
Nessa nova estrutura, compreendem-se novos equipamentos, mas, sobretudo, um corpo
técnico capacitado para a fiscalização e a atuação preventiva no controle dos impactos
ambientais gerados pelo crescimento urbano e pelas atividades típicas das grandes cidades.
A Secretaria do Meio Ambiente deve se tornar um órgão de assessoria técnica dentro
do próprio Governo Municipal, além de trabalhar em conjunto no planejamento urbano
da cidade e, naturalmente, no controle ambiental. Tarefas ligadas ao processo operacional
devem ser sistematicamente repassadas para outros órgãos com funcionários, equipamen-
tos e políticas específicas. A função da nova Secretaria é a de promover e executar efeti-
vamente a política ambiental municipal que ajudará a estabelecer, em conjunto com as
demais Secretarias municipais e o Comdema.
A sua natureza jurídica pode ser a de simples órgão interno, como se estruturam as
secretarias padrão, ou então, como parece ser mais apropriado, a de uma autarquia ou
fundação.
A vantagem de ser uma fundação está em sua permanente fiscalização pelo Ministé-
rio Público, garantindo sua eficiência e a correta aplicação dos recursos públicos. Várias
cidades possuem experiência nesse tipo de implementação, que podem e devem ser apro-
veitadas quando da implementação da nova secretaria ambiental em Maringá.
A atuação do Governo Municipal na gestão ambiental local depende de grande agili-
dade nos investimentos, particularmente quanto aos programas de capacitação técnica e na
promoção da educação ambiental. A autonomia financeira, devidamente fiscalizada pelo
Ministério Público, mostra-se uma boa solução para a dificuldade demonstrada pelas Se-
cretarias Municipais de Maringá na história do município, de realizar o planejamento ade-
quado das ações e obter um bom funcionamento do orçamento anual. Para evitar as cons-
MARINGÁ VERDE? CAPÍTULO V DAS SOLUÇÕES PROPOSTAS
d) ZP4: Horto
tantes faltas de dotações orçamentárias não previstas em novas ações programadas, a au-
Florestal;
tonomia financeira poderá ser e) ZP5:
muitoParque
útil. da Nascente do Ribeirão Paiçandu;
f) ZP6: Bosque das Grevíleas;
Por outro lado, a ineficiência em realizar o planejamento anual mostra o nível de de-
g) ZP7: Parque do Sabiá;
sagregação interno dos funcionários h) ZP8: Parquee dos Florestal
cargos deMunicipal
decisão dascomPerobas;
a política municipal. A
partir da criação de uma política ambiental clara,
i) ZP9: Recanto Borba Gato; o próprio planejamento de ações será
facilitado. j) ZP10: Parque Ecológico Municipal do Guaiapó;
Outra proposta fundamental k) ZP11: dizParque Florestal
respeito Municipal das
à reconstituição do Palmeiras;
Conselho Municipal de
l) ZP12: Parque do Cinqüentenário;
Defesa do Meio Ambiente, haja vista se tratar de um órgão essencial na formatação da
m) ZP13: Parque da Rua Teodoro Negri;
política ambiental de Maringá. Esse órgão
n) ZP14: Parqueintegra
Alfredo representantes
Werner Nyffeler; do governo e de diversos
setores da sociedade. Essa reunião o) ZP15:é Reservas
um instrumento
do Córrego útilBorba
para Gato
a participação
76; popular nas
decisões da Administração Pública. p) ZP16:Deve Reserva da Rua
haver Diogo M.vontade
permanente Esteves;política por parte do
Governo Municipal para garantir q) ZP17: Reserva do Córrego
o funcionamento desseCleópatra;
Conselho.
r) ZP18: Reserva da Rua Pioneira Deolinda T. Garcia;
A gestão anterior se empenhou no fortalecimento do Comdema, com o aumento da
s) ZP19: Reserva do Córrego Moscados;
participação do Conselho nos processos decisórios, mas ainda falta a criação da sua sede,
que permitirá maiordentre
Destacam-se, agregação
elas, dos membrosáreas:
as seguintes e das discussões das câmaras técnicas.
Pode-se afirmar que junto com
a) Parque Ecológico Municipal do Guaiapó: a criação da Secretaria de Meio
reconhecido comoAmbiente,
parquea pela
consoli-
Lei
dação doComplementar
Comdema é o ponto-chave para o desenvolvimento ecológico
nº 3.513/93, possui uma área de 16.204,48 m , localizado na qua-2 de Maringá.
Comodra ferramenta indissociável
43-B do Conjunto do Comdema,
Residencial Parigot está o Fundo
de Souza, Municipaldedo
constituído Meio Am-
remanescen-
biente, que se mostra como o grande construtor da política ambiental
tes da vegetação nativa. A área não possui plano de manejo e enfrenta problemas do município. É
através desse Fundopara
estruturais que ogarantir
Município sua poderá dirigir osSomente
sobrevivência. recursosno necessários
ano de 2003 à gestão ambi-
a área foi
ental paracercada
as açõespelaque realmente
Prefeitura de digam
Maringá, respeito
numaao meio ambiente.
tentativa de isolamento Com adas reunião dos
principais
recursos áreas
decorrentes
verdes do dasmunicípio.
multas administrativas, dos processos de licenciamento ambien-
tal, das
b) taxas
Jardimambientais,
Botânico: com dentre umaoutros,
área de emaproximadamente
uma única conta9 corrente administrada
mil m2 , nela em
localizam-se
conjuntoduascomantigas
o Conselho
lagoasMunicipal
de tratamento do Meio Ambiente,
da Sanepar será possível
desativadas. Em seuviabilizar
fundo,todas
encon-as
mudançastram-se
significativas que a gestão ambiental de Maringá demanda
dois córregos que praticamente não possuem mata ciliar preservada. Na atualmente.
No Administração
mesmo sentidoMunicipaldo Conselho, uma formaJairo
do ex-prefeito dinâmica de conferir
Gianoto, a participação
foi recebido po-
um recurso
pular nasfinanceiro
decisões políticas e ambientais da cidade é a realização
especialmente direcionado para implementação de estruturas que de fóruns sobre os prin-
cipais problemas
permitissem ambientais da cidade
a visitação de Maringá,
e a recuperação divididos
florestal do por
local.temas e que permitam
Entretanto, o máximo o
acesso deque se pode
qualquer encontrar
cidadão é uma pistainteressada
ou organização de caminhada nas mal projetada; uma sede utiliza-
discussões.
Uma daoutra
por muito
proposta,tempo pelo Corpo
de cunho prático,de diz
Bombeiros,
respeito àelegislação
que foi ocupada
ambiental pela
do Polícia
Muni-
cípio de Florestal
Maringá. aNo partir de maio
presente de 2003;
estudo, e uma imensa
constatou-se que asárealeisdesmatada.
que versamUm projeto
sobre o meiode
recuperação foi viabilizado na última gestão municipal,
ambiente do Município encontram-se esparsas e desconexas. Essa situação acarreta difi- buscando tornar a área um
pontoo de
culdade para lazer e visitação
cumprimento para a comunidade
e a aplicação da lei, pois carente que vive
muitas delas nãoasesua volta, conhe-
tornam mas a-
inda aguarda recursos financeiros.
cidas pela população e nem mesmo pelo Poder Executivo Municipal. Logo, um trabalho
c) Parque
coordenado por Florestal
um grupoMunicipal
de pesquisas das jurídicas
Perobas: da localizado
UEM poderianos lotes 210-A e 211-A,
sistematizar 210
a legislação
existente,e facilitando
210-G da Gleba Ribeirão Pingüim,de com árealeis
total de 263.438,74 m , constituído
2
a criação e a adequação novas ambientais em Maringá.
de remanescentes da vegetação nativa que apresentam
E por fim, uma proposta que merece a atenção de todo o corpo docente e discente espécies representativas da
flora e daEstadual
da Universidade fauna daderegião.
Maringá Essa dizárea, reconhecida
respeito como de
à necessidade parque
maior pela Lei Comple-
participação da
mentar nº 3.513/93, também se encontra abandonada
universidade na sociedade maringaense. Esse problema já foi constatado em inúmeras e não possui um plano de
manejo.
outras frentes, tais como a saúde e a educação. Cabe aqui também um alerta para a questão
ambiental. A UEM possui vários centros e departamentos que trabalham com matérias
relacionadas
76 aodameio
Ver comentário nota deambiente e a sua gestão. Muitos são os trabalhos (monografias, teses
rodapé nº 96.
__ 122
342 __
CAPÍTULO V DAS SOLUÇÕES PROPOSTAS
e dissertações) que versam sobre a realidade ambiental de Maringá. Entretanto, esses tra-
balhos ficam presos na Universidade, e quando muito, conseguem ultrapassar o departa-
mento em que foram elaborados, servindo de subsídio para outras pesquisas.
É fundamental a participação da Universidade Estadual de Maringá na busca pela e-
fetividade do Direito Ambiental nessa cidade. Isto pode se dar de várias formas, dentre as
quais destacam-se, principalmente, os cursos de extensão, os grupos de pesquisa e as par-
cerias com órgãos públicos e privados (ONG’s).
Os cursos de extensão revelam-se como mecanismos de divulgação do conhecimen-
to. É a maneira pela qual a universidade pode levar para a sociedade, conhecimentos técni-
cos úteis para a atuação na preservação ambiental.
Os grupos de pesquisas devem ser criados par a disseminação do Direito Ambiental
no curso de Direito, visando não apenas o estudo, mas ações efetivas. Neste sentido, os
grupos de estudo poderiam constituir uma ONG, adquirindo a legitimidade para propor
ações civis públicas.
As parcerias revelam-se como instrumentos remediadores da problemática de falta de
pessoal técnico especializado nos órgãos oficiais de defesa e proteção do meio ambiente,
como a Semma e o IAP. Pelas parcerias, podem ser elaborados laudos e perícias para ins-
truir ações, não apenas judiciais, mas, sobretudo, governamentais.
Por fim, a criação de um banco de dados ambiental em Maringá pode ser vista como
uma das principais prioridades atuais. Para qualquer ação na esfera ambiental, é essencial
um levantamento ou diagnóstico da situação. O que pode parecer bastante lógico não vem
sendo realizado em Maringá.
Esse banco de dados ambiental seria composto por cópias de todos os trabalhos exis-
tentes na Universidade Estadual de Maringá e demais instituições de pesquisa da região,
incluindo as escolas de ensino básico, fundamental e médio, além daqueles dispersos pela
comunidade em geral. As novas pesquisas seriam automaticamente encaminhadas para
esse banco de dados, diretamente pelo autor, de maneira a garantir uma permanente atua-
lização.
Seria importante manter a administração do Centro de Estudos Ambientais de Maringá,
sob o gerenciamento do Poder Público, em uma parceria da Secretaria de Cultura e da
Secretaria do Meio Ambiente, garantindo o acesso público.
Muitas outras propostas podem ser retiradas das informações aqui contidas, ainda
que estas se revelem apenas como notícias dos principais problemas ambientais de Marin-
gá. Para tanto, um estudo mais meticuloso deve ser elaborado, visando estabelecer proje-
tos e metas para a melhoria da gestão ambiental de Maringá.
__ 343 __
CAPÍTULO V DAS SOLUÇÕES PROPOSTAS
__ 344 __
Foto 37 – Locomotiva.
Fonte: Prefeitura Municipal
de Maringá.
Conclusão
CAPÍTULO V DAS SOLUÇÕES PROPOSTAS
__ 346 __
Conclusão
A cidade de Maringá deve ser considerada privilegiada por todo o planejamento ur-
bano inicial que lhe delineou as formas atuais, ao mesmo tempo em que deve ser conside-
rada preocupante toda a degradação ocorrida nesse mesmo período em que foi colonizada,
em virtude dos desmatamentos e, mais recentemente, da poluição ambiental causada pela
rápida urbanização.
Como conseqüências diretas do uso e ocupação do solo do município, alguns pro-
blemas ambientais passaram a assolar Maringá e puderam ser identificados, por sua rele-
vância para a qualidade de vida local. Mereceram destaque o desmatamento causado tanto
na área urbana quanto na área rural; a degradação dos fundos de vales; a degradação da
bacia do Rio Pirapó e a ameaça de sua potabilidade; a contaminação do lençol freático; a
falta de tratamento adequado do esgoto sanitário e industrial; o sistema inadequado das
redes de drenagem com galerias subdimensionadas e pontos e lançamento altamente de-
gradantes; a impermeabilização do solo; os danos à arborização urbana; a falta de cuidados
com as áreas verdes existentes e a inexistência de um sistema municipal de unidades de
conservação; a inexistência de um programa de proteção do patrimônio histórico e os
riscos e danos causados aos bens existentes; a poluição sonora; a poluição visual; a polui-
ção atmosférica; o gerenciamento inadequado do lixo; as perdas de resíduos recicláveis; o
lixão a céu aberto; o descaso com o resíduo hospitalar; a contaminação pelo uso intenso
de agrotóxicos e o descarte inapropriado das embalagens usadas; a inexistência de um
planejamento urbano que considere as variáveis ambientais e a desatualização do Plano
Diretor; a inexistência de um sistema efetivo de controle ambiental, tanto através da fisca-
lização ostensiva como do licenciamento ambiental municipal; dentre inúmeros outros
abordados de forma indireta ou superficial.
Quanto à análise da efetividade do Direito Ambiental e das instituições e organiza-
ções existentes no Município de Maringá, pode-se destacar a falta generalizada de estrutura
e de recursos, com especial atenção para a deficiência de técnicos capacitados. As ONGs
atuam como meras coadjuvantes e denunciantes, sem maiores ações pró-ativas.
A população de Maringá, embora bem instruída, em termos gerais, não é sensibiliza-
da para as questões ambientais do Município. Existe uma cultura na cidade de que se pre-
serva o meio ambiente somente pela preservação das árvores. A associação popular de
meio ambiente com arborização remonta a sua formação histórico-cultural. Todavia, nem
mesmo as árvores têm sido respeitadas atualmente, e a população permanece completa-
mente inerte diante das atrocidades cometidas por particulares e pelo poder público ao
MARINGÁ VERDE? CONCLUSÃO
__ 122
348 __
Foto 38 – Mural.
Fonte: Prefeitura Municipal
de Maringá.
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CONCLUSÃO
__ 350 __
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______.c) Meio
Parque Ambiente:
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__ 355 __
MARINGÁ VERDE? REFERÊNCIAS
__ 122
356 __
Foto 39 – Praças com pom-
bos.
Anexo
REFERÊNCIAS
__ 358 __
Anexo
AnexoII
Legislação
LegislaçãoAmbiental
Ambientalde
deMaringá
Maringá
01-
01-Lei
Leinºnº18/59
18/59- -Autoriza
Autorizaa aabertura
aberturadedecrédito
créditoadicional
adicionalespecial,
especial,destinado
destinadoa aelaboração
elaboraçãodo
do
projeto
projetodefinitivo
definitivopara
paraabastecimento
abastecimentodedeágua,
água,e elevantamento
levantamentogeológico
geológicodadaágua
águaurbana
urbanae e
zonas
zonasrurais
ruraiscircunvizinhas.
circunvizinhas.
0202- -Lei
Leinºnº19/59
19/59- -Autoriza
Autorizaconvênio
convêniocom
comgoverno
governodo
doestado
estadopara
paraexecutar
executarobras
obrasdedeabaste-
abaste-
cimento
cimentodedeáguaáguapotável
potávelpara
paraMaringá.
Maringá.
03-
03-Lei
Leinºnº34/59
34/59- -Código
CódigodedePosturas
PosturasdedeMaringá.
Maringá.
04-
04-Lei
Leinºnº400/65
400/65- -Abre
Abrecrédito
créditoespecial
especialdestinado
destinadoa aimportação
importaçãodedeequipamentos
equipamentosdestinados
destinados
a aestação
estaçãodedetratamento
tratamentodedeágua
águadesta
destacidade.
cidade.
05-
05-Lei
Leinºnº420/65
420/65- -Autoriza
Autorizaa aabertura
aberturadedeconcorrência
concorrênciapública
públicapara
paraooaproveitamento
aproveitamentodo
dolixo
lixo
coletado
coletadonanacidade.
cidade.
06-
06-Lei
Leinºnº447/66
447/66- -Autoriza
Autorizafirmar
firmarconvênio
convêniocom
comentidades
entidadespúblicas,
públicas,para
paraconstrução
construçãototal
total
dos
dosserviços
serviçosdedecaptação,
captação,adução,
adução,tratamento
tratamentoe edistribuição
distribuiçãodedeágua
águapotável
potáveldadasede
sededo
domunicí-
municí-
pio.
pio.
07-
07-Lei
Leinºnº773/70
773/70- -Cria,
Cria,no
noMunicípio
MunicípiodedeMaringá,
Maringá,oocemitério
cemitérioMunicipal
MunicipaldedeMaringá,
Maringá,parque
parque
dedeutilidade,
utilidade,reservado
reservadoe erespeitável.
respeitável.
08-
08-Lei
Leinºnº870/71
870/71- -Cria
CriaooParque
Parquedo
doIngá.
Ingá.
09-
09-Lei
Leinºnº1.009/73
1.009/73- -Dispõe
Dispõesobre
sobrea aconcessão
concessãodedeserviços
serviçosdedeabastecimento
abastecimentodedeágua
águae eremo-
remo-
ção
çãodedeesgoto
esgotosanitário
sanitáriodo
domunicípio.
município.Lei
Leirevogada.
revogada.
10-
10-Lei
Leinºnº1.012/73
1.012/73- -Altera
Alteraasasdisposições
disposiçõesdadaLei
Leinºnº1.009/73.
1.009/73.
11-
11-Lei
Leinºnº9.95/73
9.95/73- -Estabelece
Estabelecemulta
multapara
paraoocorte
corteou
ouinutilização
inutilizaçãodedeárvores
árvoresornamentais
ornamentaisdada
cidade.
cidade.Alterada
Alteradapela
pelaLei
Leinºnº2.585/89.
2.585/89.
12-
12-Lei
Leinºnº1.081/75
1.081/75- -Dispõe
Dispõesobre
sobrea aobrigatoriedade
obrigatoriedadedadaimplantação
implantaçãodedearborização
arborizaçãonos
noslote-
lote-
amentos
amentosnanazona
zonaurbana
urbanadedeMaringá.
Maringá.
13-
13-Lei
Leinºnº1.085/75
1.085/75- -Institui
Instituia aobrigatoriedade
obrigatoriedadedodousousodedesacos
sacosplásticos
plásticosdo
dotipo
tipo“papolix”
“papolix”ou
ou
semelhantes,
semelhantes,no nocondicionamento
condicionamentodo dolixo
lixodomiciliar
domiciliarexposto
expostoà àcoleta
coletapela
pelaprefeitura
prefeituraMunicipal.
Municipal.
14-
14-Lei
Leinºnº1.166/77
1.166/77- -Institui,
Institui,no
noMunicípio
MunicípiodedeMaringá,
Maringá,a asemana
semanadadaEcologia
Ecologiae edádáoutras
outras
providências.
providências.
15-
15-Lei
Leinºnº1.173/77
1.173/77- -Disciplina
Disciplinaooartigo
artigo873
873dadaleileimunicipal
municipalnºnº34,
34,dede3131outubro
outubrodede1959,
1959,e e
dádáoutras
outrasprovidências.
providências.
16-
16-Lei
Leinºnº1.213/78
1.213/78-Dispõe
-Dispõesobre
sobreoocombate
combateà àpoluição
poluiçãoe edededefesa
defesado
domeio
meioambiente.
ambiente.
MARINGÁ VERDE? ANEXO
ZP4: Horto
17- Lei nº 1.229/78 - Cria, nod)município de Florestal;
Maringá, o serviço autárquico de água e esgoto, e
e) ZP5:
dá outras providências (estrutura, administração,
Parque da Nascente
recursos do
e outros).
RibeirãoEsta
Paiçandu;
lei foi complementa-
f) ZP6: Bosque das Grevíleas;
da pelo decreto municipal nº 64/79.
g) ZP7: Parque do Sabiá;
18- Lei nº 1.329/79 - Revoga a Lei Municipal nº 1.009, de 26 de julho de 1.973.
h) ZP8: Parque Florestal Municipal das Perobas;
19- Lei nº 1.649/83 - Denominai) ZP9: Recanto Florestal
de “Parque Borba Gato;
dos Pioneiros”, o Bosque no 2, da Cida-
j) ZP10: Parque Ecológico Municipal do Guaiapó;
de de Maringá e dá outras providências.
k) ZP11: Parque Florestal Municipal das Palmeiras;
20- Lei nº 1.715/83 - Disciplina a coleta
l) ZP12: de lixo
Parque doinfecto-contagioso
Cinqüentenário; e dá outras providências.
21- Lei nº 1.759/84 - Autorizam)oZP13:
chefe Parque
do poderda executivo
Rua Teodoro Negri; a proceder, em Maringá,
municipal
n) ZP14: Parque Alfredo
a instalação de uma usina de reaproveitamento Werner eNyffeler;
do lixo urbano dá outras providências.
o) ZP15: Reservas do Córrego Borba Gato76;
22- Lei nº 1.847/84 - Disciplina a coleta
p) ZP16: de lixo
Reserva da infecto-contagioso e dá outras providências.
Rua Diogo M. Esteves;
Revogada pela lei nº 2.709/90.q) ZP17: Reserva do Córrego Cleópatra;
23- Decreto nº 100/84 - Aprovar) ZP18: Reserva dadoRua
o regulamento PioneiraJardim
Cemitério Deolinda T. Garcia;
Municipal de Maringá.
s) ZP19: Reserva do Córrego Moscados;
24- Lei nº 2.137/87 - Autoriza o chefe do executivo municipal a formar convênio com o go-
vernoDestacam-se,
do Estado do dentre
Paraná,elas,
paraaso seguintes
reflorestamento
áreas: das margens do Rio Pirapó.
25- Leia) nºParque
2.297/87Ecológico
- Institui oMunicipal
Serviço dodo Guaiapó:Histórico
Patrimônio reconhecido comoMunicipal.
e Artístico parque pela Lei
Complementar nº 3.513/93,
26- Lei nº 162/88 - Cria o Parque Alfredo Nyfler. possui uma área de 16.204,48 m 2, localizado na qua-
__ 122
360 __
ANEXO
__ 361 __
MARINGÁ VERDE? ANEXO
__ 122
362 __
ANEXO
__ 363 __
MARINGÁ VERDE? ANEXO
d) ZP4:
106- Lei nº 5.544/2001 - Dispõe sobre
Horto
o usoFlorestal;
de herbicida hormonal no Município de Maringá
e dá outras providências. e) ZP5: Parque da Nascente do Ribeirão Paiçandu;
f) ZP6: Bosque das Grevíleas;
107- Lei nº 5.559/2001 - Autoriza a criação de programa de coleta seletiva de lâmpadas fluo-
g) ZP7: Parque do Sabiá;
rescentes.
h) ZP8: Parque Florestal Municipal das Perobas;
i) ZP9:o Recanto
108- Lei nº 5.627/2001 - Autoriza Borba
Executivo Gato; o Programa de Arborização do Sis-
a instituir
j) ZP10: Parque Ecológico Municipal do Guaiapó;
tema Viário Rural do Município.
k) ZP11: Parque Florestal Municipal das Palmeiras;
109- Lei Complementar nº l)393/2001 - Alterou
ZP12: Parque a Lei nº 09/93, em especial quanto ao
do Cinqüentenário;
Comdema. m) ZP13: Parque da Rua Teodoro Negri;
ZP14: ParqueaAlfredo
110 – Decreto nº 1.027/2001n)- Regulamenta aplicação Werner Nyffeler; por infração ao Códi-
das penalidades
ZP15:
go Municipal de Limpeza Urbana instituído pela Lei ComplementarGato
o) Reservas do Córrego Borba 76;
nº 258/98.
p) ZP16: Reserva da Rua Diogo M. Esteves;
111- Lei nº 5.739/2002 - Altera a redação
q) ZP17: da LeidonºCórrego
Reserva 5.370/2001.
Cleópatra;
112- Decreto nº 967/2002 - r) ZP18: oReserva
Aprova da Rua
Regimento Pioneira
Interno do Deolinda
ConselhoT.Municipal
Garcia; de Defesa
do Meio Ambiente. s) ZP19: Reserva do Córrego Moscados;
113- Decreto nº 1.358/2002
Destacam-se, - Regula
dentre elas, a fiscalização,
as seguintes áreas: as infrações ambientais e as penalidades
previstas na Lei Complementar nº 9/93 e na Lei Federal nº 9.605/98.
a) Parque Ecológico Municipal do Guaiapó: reconhecido como parque pela Lei
114- Lei nº 6.076/2003 - Dispõe
Complementar sobre opossui
nº 3.513/93, reuso uma
de água
áreanão
depotável e dámoutras
16.204,48 providências.
2, localizado na qua-
dra 43-B do Conjunto Residencial Parigot de Souza, constituído de
115- Lei nº 6.230/2003 - Dispõe sobre procedimentos a serem adotados após erradicação de remanescen-
árvores plantadas nas faixasnativa.
tes da vegetação de passeio público
A área dos logradouros
não possui plano de do Município.
manejo e enfrenta problemas
estruturais para garantir sua sobrevivência. Somente
116- Decreto nº 209/2003 - Regulamenta o Plano de Controle Ambiental no no ano deMunicípio.
2003 a área foi
cercada pela Prefeitura de Maringá, numa tentativa de isolamento das principais
117- Decreto nº 675/2003 - Regulamenta a solicitação de Alvará de perfuração de poço tubu-
áreasem
lar profundo, verdes do município.
conformidade com a Lei Complementar nº 9/97, que dispõe sobre a política
b) Jardim
de proteção, Botânico:
controle, com uma
conservação, área de aproximadamente
e recuperação do meio ambiente 9 mil m2 , nela localizam-se
no Município de Maringá.
duas antigas lagoas de tratamento da Sanepar desativadas. Em seu
118- Decreto nº 721/2003 - Regulamenta a elaboração de Laudo Geoambiental, para a expedi-fundo, encon-
tram-se dois
ção das Diretrizes córregos
Básicas que praticamente
de Loteamento, não possuem
considerando mata no
o disciplinado ciliar preservada.
caput do art. 19,Na
da
Administração
Lei Complementar Municipal do ex-prefeito Jairo Gianoto, foi recebido um recurso
nº 334/99.
financeiro especialmente direcionado para a implementação de estruturas que
permitissem a visitação e a recuperação florestal do local. Entretanto, o máximo
que se pode encontrar é uma pista de caminhada mal projetada; uma sede utiliza-
da por muito tempo pelo Corpo de Bombeiros, e que foi ocupada pela Polícia
Florestal a partir de maio de 2003; e uma imensa área desmatada. Um projeto de
recuperação foi viabilizado na última gestão municipal, buscando tornar a área um
ponto de lazer e visitação para a comunidade carente que vive a sua volta, mas a-
inda aguarda recursos financeiros.
c) Parque Florestal Municipal das Perobas: localizado nos lotes 210-A e 211-A, 210
e 210-G da Gleba Ribeirão Pingüim, com área total de 263.438,74 m2, constituído
de remanescentes da vegetação nativa que apresentam espécies representativas da
flora e da fauna da região. Essa área, reconhecida como parque pela Lei Comple-
mentar nº 3.513/93, também se encontra abandonada e não possui um plano de
manejo.
__ 364
122 __