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Quadro clínico

Por muito tempo a fibromialgia foi compreendida como uma síndrome quase
que exclusivamente dolorosa generalizada/difusa, associada à fadiga, à presença de
pontos dolorosos à palpação (Tender points), à rigidez muscular e a dor após esforços
físicos. [FIBROMIALGIA: ASPECTOS CLÍNICOS E OCUPACIONAIS] Essa dor é
descrita como uma dor muscular profunda, ardente, latejante e persistente por todo o
corpo [HANDBOOK OF CLINICAL NEUROLOGY,VOL. 119]. No início ela pode ser
localizada (lombalgia, cervicalgia, precordialgia, ciatalgia) e evolui com piora com o
tempo. Pode haver artralgia em conjunto ou isolada. (BMJ)Ela pode ter início abrupto,
após trauma, exercício físico, inatividade prolongada, exposição a frio, estresse, ou
insidioso ao longo dos anos ( FIBROMIALGIA). Alodínia, parestesias e hiperalgesia
são comuns em pacientes com fibromialgia. (HANDBOOK OF CLINICAL
NEUROLOGY,VOL. 119). É importante destacar que a fadiga não costuma ser só
física, mas também emocional e cognitiva ( FIBROMIALGIA)

Estudos das últimas décadas têm ressaltado, porém, componentes não


musculoesqueléticos na doença, destacando-se distúrbios do sono (dificuldades na
indução do sono, excessivos despertares noturnos e sono não reparador) em quase
100%dos pacientes, deficiência de memória, desatenção, cefaleia tensional ou
enxaqueca (em mulheres, se agravam com as dores no corpo e no período pré-
menstrual) (FIBROMIALGIA) ou vertigens. Essas outras manifestações observadas,
no entanto, não retiram da dor crônica difusa o status de sinal cardinal da Fibromialgia.
(FIBROMIALGIA: ASPECTOS CLÍNICOS E OCUPACIONAIS)(HANDBOOK OF
CLINICAL NEUROLOGY,VOL. 119)

Pacientes com Fibromialgia têm maior prevalência de transtornos psiquiátricos


(ansiedade, depressão, transtornos do humor) que na população em geral e até
mesmo naqueles com Artrite reumatoide. (FIBROMIALGIA: ASPECTOS CLÍNICOS E
OCUPACIONAIS) (CLINICAL OVERVIEW OF FIBROMYALGIA) (FIBROMYALGIA:
MANAGEMENT STRATEGIES FOR PRIMARY CAREPROVIDERS)

Diagnóstico:

É baseado na combinação de história do paciente, exame físico e avaliação


laboratorial. (CLINICAL OVERVIEW OF FIBROMYALGIA) Estes, entretanto, possuem
mais valor para a exclusão de outros diagnósticos diferenciais, já que a fibromialgia
pode ser uma comorbidade muito comum em condições reumatológicas (Artrite
reumatoide, lupus, osteoartrite e espondilite anquilosante), distúrbios da tireoide
(hipotireoidismo), por exemplo. (FIBROMYALGIA: MANAGEMENT STRATEGIES FOR
PRIMARY CAREPROVIDERS )

Em 1990 o Colégio Americano de Reumatologia (ACR) divulgou critérios


diagnósticos para a FM, que incluíam 3 ou mais meses de dor difusa generalizada,
acima e abaixo da cintura, do lado direito e esquerdo do corpo e ao longo do esqueleto
axial (HANDBOOK OF CLINICAL NEUROLOGY,VOL. 119). Além disso, os pacientes
precisavam relatar sensibilidade (dor) à palpação de 11 dos 19 “tender points” (pontos
sensíveis/dolorosos) quando o examinador os pressionasse com uma pressão de 4kg.
Os pontos se localizam, todos bilateralmente, sob o músculo esternocleidomastoideo,
próximo da segunda junção cartilaginosa, 2 cm distais ao epicôndilo lateral, na
proeminência do trocânter maior, no coxim gorduroso medial do joelho, na inserção do
músculo suboccipital, no trapézio médio superior, na origem do músculo supraespinhal
e no quadrante superior externo da nádega
[HTTPS://WWW.RHEUMATOLOGY.ORG/PORTALS/0/FILES/1990%20FIBROMYALG
IA_EXCERPT.PDF] (Figura 1).

Figura 1 – Tender Points

Com o passar dos anos, os critérios diagnósticos de 1990 sofreram críticas por
não valorizar outros sintomas que não fossem a dor crônica difusa, como a fadiga, os
distúrbios do sono, rigidez matinal, entre outros. Assim, a ACR em 2010 lançou
critérios preliminares diagnósticos que incluíam outros sintomas e excluíam a palpação
de pontos dolorosos. (NOVAS DIRETRIZES PARA O DIAGNÓSTICO DA
FIBROMIALGIA).

De acordo com o critério preliminar da ACR de 2010, um paciente satisfaz o


critério diagnóstico para fibromialgia se três das seguintes condições são encontradas:

1. Índice de Dor Generalizada (WPI, em inglês) ≥7 e Escala de gravidade dos


Sintomas (SS) ≥5 ou WPI 3-6 e SS≥9.
2. Sintomas presentes a um nível semelhante há pelo menos 3 meses.
3. O paciente não tem um distúrbio que, de outro modo, explicaria a dor.

O Índice de Dor Generalizada diz respeito ao número de áreas nas quais o


paciente tem apresentado dor na última semana. O escore varia de 0-19. Já a Escala
de Gravidade dos Sintomas avalia a fadiga, os sintomas cognitivos, o sono não
reparador e sintomas somáticos
(HTTPS://WWW.RHEUMATOLOGY.ORG/PORTALS/0/FILES/2010%20FIBROMYALG
IA%20DIAGNOSTIC%20CRITERIA_EXCERPT.PDF) (Tabela 1 e 2).

Tabela 1 – Índice de Dor Generalizada (WPI).

Tabela 2 – Escala de Gravidade dos Sintomas (SS).

Apesar de ambos os critérios sejam importantes e válidos na prática clínica, o


diagnóstico de fibromialgia pode ser feito sem uso deles, embora se ressalte que a
aplicação dos dois critérios aumenta a acurácia diagnóstica e que a fibromialgia não é
um diagnóstico de exclusão (FIBROMYALGIA: MANAGEMENT STRATEGIES FOR
PRIMARY CAREPROVIDERS)(NOVAS DIRETRIZES PARA O DIAGNÓSTICO DA
FIBROMIALGIA). Não se recomenda também a realização de polissonografia para o
diagnóstico da doença (NOVAS DIRETRIZES PARA O DIAGNÓSTICO DA
FIBROMIALGIA).
Referências:

HELFENSTEIN JUNIOR, Milton; GOLDENFUM, Marco Aurélio; SIENA, César Augusto


Fávaro. Fibromialgia: aspectos clínicos e ocupacionais. Rev. Assoc. Med. Bras., São
Paulo , v. 58, n. 3, p. 358-365, Jun 2012 .

JOSÉ BILLER, M.D. Handbook of Clinical Neurology: Neurologic Aspects of Systemic


Disease, part I. 1. Ed. Elsevier, 2014.

MCCARBERG, BH. Clinical Overview of Fibromyalgia. Am J Ther., v.19, n.5, p. 357-


368, Set 2012.

ARNOLD, LM; GEBKE, KB; CHOY, EH. Fibromyalgia: management strategies for
primary care providers. Int J Clin Pract., v.70, n.2, p. 99-112, Feb 2016.

PETEAN, FC; DE OLIVEIRA, RDR; LOUZADA-JÚNIOR, P. Fibromialgia. RBM, v.67,


n.12, Dez 2010.

HEYMANN, Roberto E. et al. Novas diretrizes para o diagnóstico da fibromialgia. Rev.


Bras. Reumatol., São Paulo , v. 57, supl. 2, p. s467-s476, 2017 .

https://www.rheumatology.org/Portals/0/Files/1990%20Fibromyalgia_Excerpt.pdf
(Acesso em 18 de março de 2019)

https://www.rheumatology.org/Portals/0/Files/2010%20Fibromyalgia%20Diagnostic%2
0Criteria_Excerpt.pdf ( Acesso em 18 de março de 2019)

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