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TECNOLOGIAS
DA
INTELIGÊNCIA
O Futuro do Pensamento na Era da Informática
AS TECNOLOGIAS DA INTELIGÊNCIA
O Futuro do Pensamento na Era da Informática
Tradução
Carlos Irineu da Costa
Um dos principais agentes de transformação das sociedades atuais é a técnica. Ou melhor,as
técnicas, sob suas diferentes formas, com seus usos diversos, e todas as implicações que elas
têm
sobre o nosso cotidiano e nossas atividades. Por trás daquilo que é óbvio, estas técnicas
trazemconsigo outras modificaçõesmenos perceptíveis, mas bastante pervarsivas: alterações em
nossomeio de conhecer o mundo, na forma de representar este conhecimento, e na transmissão
destasrepresentações através da linguagem.
Dentre a grande quantidade de técnicas existentes, Lévy decidiu privilegiar, nesta análise,
astécnicas de transmissão e de tratamento das mensagens, uma vez que são as que transformam
osritmos e modalidades da comunicação de forma mais direta, contribuindo para redefinir
asorganizações.
Em um momento dado, a significação e o papel de uma configuração técnica não podem
serseparados de um projeto social mais ample que move esta configuração. É importante
tambémcompreender o estágio atual da técnicas como resultado de uma série de disputas entre
os diversosatores sociais, de projetos rivais constantemente em choque, de novas descobertas
imprevistas quepodem alterar radicalmente o uso, e portanto o sentido e o destino de um dado
objeto “técnico”.
Uma certa configuração de tecnologias intelectuais em um dado momento abre certos
campos de possibilidades (e não outros) a uma cultura. Quais possibilidades? O que é a
técnica, e
como influencia os diferentes aspectos de nossa sociedade? Em que medida de indivíduos
ouprojetos singulares conseguem alterar os usos e sentidos da técnica? A técnica é
necessariamenteracional e utilitária?
Lévy propõe aqui o fim da pretensa oposição entre o homeme a máquina .Ataca também
omito da“técnica neutra”, nem boa, nem má. Mostra como ela está sempre associada a um
contextosocial maisamplo, em parte determinando este contexto mas também sendo
determinada porele.Desta forma, a técnica torna-se apenas uma dimensão a mais, uma parte do
conjunto do jogo
coletivo, aquela na qual desenham-se as conexões físicas do mundo humano com o universo.
Nosso propósitoconsiste antes de mais nadaem designar as tecnologias intelectuais
comoum terreno político fundamental, como lugar e questão de conflitos, de interpretações
divergentes.
Pois é ao redor dos equipamentos coletivos da percepção, do pensamento e da
comunicação que seorganiza em grande parte a vida da cidade no quotidiano e que se agenciam
as subjetividades dosgrupos.
As mudanças estão ocorrendo em toda parte, ao redor de nós, mas também em nosso
interior,em nossa forma de representar o mundo. É urgente que nos equipemos com ferramentas
para poderpensar estas mudanças, avaliá-las, discutí-las — emsuma, particular ativamente da
construção denossos destinos. E este livro é uma importante ferramenta.
Carlos Irineu da Costa
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AS TECNOLOGIAS DA INTELIGÊNCIA
O Futuro do Pensamento na Era da Informática
Introdução
Face à Técnica
IA METÁFORA DO HIPERTEXTO
1.
Imagens do Sentido
2.
O Hipertexto
3.
Sobre a Técnica Enquanto Hipertexto -O Computador Pessoal
4.
Sobrea Técnica Enquanto Hipertexto – A Política das Interfaces
5.
O Groupware
6.
A metáfora do Hipertexto
II
OS TRÊS TEMPOS DO ESPÍRITO:
A ORALIDADE PRIMÁRIA, A ESCRITA E A INFORMÁTICA
7.
Palavra e Memória
8.
A Escrita e a História
9.
A Rede Digital
10.
O Tempo Real
11.
O Esquecimento
III
RUMO À UMA ECOLOGIA COGNITIVA
12.
Para Além do Sujeito e do Objeto
13.
As Tecnologias Individuais e a Razão
14.
As Coletividades Pensantes e o Fim da Metafísica
15.
Interfaces
Conclusão
Por uma Tecnodemocracia
Bibliografia Geral