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RELAÇÕES INTERPESSOAIS: UM DESAFIO PARA O GESTOR

ESCOLAR

CAMPOS, Carmen Regina de1 - SEED/PR

GODOY, Miriam Adalgisa Bedim2 - UNICENTRO/PR

Grupo de Trabalho - Políticas Públicas, Avaliação e Gestão da Educação


Agência Financiadora: não contou com financiamento

Resumo

O presente artigo tem como objetivo principal evidenciar as ações do gestor que podem
melhorar o relacionamento interpessoal numa organização escolar. Constatou-se que a escola
é um conjunto de fatores materiais e humanos, interligados, sobre o qual deve existir a ação
do diretor buscando assegurar que os objetivos sejam alcançados. Além disso, foi evidenciado
que o conceito de gestão escolar está associado ao fortalecimento da democracia no processo
pedagógico, a participação de todos nas decisões e mediante um compromisso coletivo com
resultados educacionais cada vez mais significativos. Para tal, no ambiente das relações
interpessoais da escola, deve-se compreender o indivíduo com suas diferenças e qualidades,
para ter condições de vida nos trabalhos em grupos. Nesta concepção, observou-se que o
gestor é responsável pelo sucesso ou o fracasso de relação interpessoal de qualidade, pois é o
articulador do processo e o incentivador do trabalho coletivo. Para se chegar aos resultados, a
pesquisa realizada foi bibliográfica e, ainda, foram distribuídos 30 questionários a
professores, alunos e funcionários de uma escola pública estadual. Após a tabulação dos
dados coletados, distribuídos nas sete perguntas do questionário, foram elaborados gráficos
explicativos e, chegou-se à conclusão de que o diretor precisa ampliar as discussões, ouvindo
os diversos pontos de vista, deve estimular a troca de ideias, garantindo uma comunicação
efetiva e evitando mal-entendidos. O gestor precisa dar mais informações claras, organizar o
tempo, otimizar a utilização dos recursos disponíveis, facilitando o processo de inclusão das
pessoas na equipe, para assim evitar as situações conflitantes no ambiente escolar.

Palavras-chave: Organização escolar. Relacionamento interpessoal. Conflitos.

1
Agente educacional II da rede estadual de educação e estudante de Pós-Graduação em Gestão Educacional. E-
mail: carmendecampos@hotmail.com
2
Professora Assistente da Universidade Estadual do Centro-Oeste (UNICENTRO). E-mail:
miriamadalgisa@terra.com.br
2368

Introdução

Cada indivíduo tem sua complexidade e personalidade própria, que é construída ao


longo de sua vida. Na escola, cada particularidade exige um trabalho de articulação e
integração para que ações individuais contribuam na realização dos objetivos coletivos.
A escola é um sistema social que é composto por pessoas com diferentes culturas que
interagem no espaço escolar. Observamos o quanto está desgastada esta relação entre os
agentes que fazem parte do cotidiano escolar.
Atualmente, o grande desafio é desenvolver o potencial de cada pessoa para se obter
maior comprometimento com resultados desejados, criando condições favoráveis no ambiente
escolar.
Supomos que haja interferência do gestor no que se refere ao relacionamento entre os
funcionários, professores, alunos e comunidade escolar. Nesta pesquisa, iremos abordar quais
as principais características que norteiam essa relação.
Diante disto, pretendemos responder o seguinte questionamento: de que maneira deve
agir o gestor diante dos desafios que surgem do relacionamento interpessoal, no âmbito
escolar?
No âmbito escolar, muitas vezes percebemos que o relacionamento social e pessoal
apresenta muitas deficiências. Afinal, precisamos saber viver juntos, respeitar a
individualidade de cada um, saber ouvir e saber como falar. Ou seja, a linguagem e a
comunicação tanto podem facilitar como podem prejudicar.
Observamos que os conflitos surgem das diferenças individuais, das limitações de
recursos e dos papéis que cada um resolve assumir, ou seja, quando a autoridade de um não é
aceita pelo outro. É importante compreender a percepção que cada agente tem do seu
ambiente de trabalho ou estudo.
O papel do gestor é muito importante diante das relações interpessoais, pois é preciso
refletir sobre o tipo de relações que estão sendo vividas dentro da escola, para facilitar a
realização dos objetivos.
A contribuição pretendida com esta pesquisa é demonstrar quais são os melhores
caminhos a serem seguidos no que se refere à relação entre os agentes que fazem parte do
cotidiano escolar, bem como orientar as ações dos gestores para facilitar esta convivência.
O presente artigo tem como objetivo principal, portanto, evidenciar as ações do gestor
que podem melhorar o relacionamento interpessoal numa organização escolar. Além disso,
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será abordado também sobre as principais características da organização da escola, bem como
os principais conceitos acerca do relacionamento interpessoal.

Organização Escolar

Uma organização escolar tem características baseadas em três grandes áreas: a


estrutura física da escola, a estrutura administrativa e a estrutura social. Quanto à estrutura
física, pode ser citado: a dimensão da escola, o edifício escolar, o espaço, os recursos
materiais. Na estrutura administrativa: gestão, direção, pessoal docente e auxiliar, participação
da comunidade, tomada de decisão. Já a estrutura social: relação interpessoal, cultura
organizacional, participação de pais, democracia interna. (NÓVOA, 1995, p.25)
Na visão de Carvalho (1999, p.17) “escola é uma unidade social de agrupamentos
humanos, em que há uma interacção entre indivíduos e grupos, distinta das demais
organizações pela sua especificidade, pela sua construção social operada por professores,
alunos, pais e elementos da comunidade”.
Nóvoa (1995, p.35) evidencia que “a escola tem que ser encarada como uma
comunidade educativa, permitindo mobilizar o conjunto dos actores sociais e dos grupos
profissionais em torno de um projeto comum”. Faz-se necessário, pois, deixar claro quais são
os limites de cada um, para, assim, haver uma colaboração efetiva.
Alonso (1981, p.11) discute que

a escola deve sofrer um processo de organização, onde a eficiência é determinada


pela capacidade de atingir plenamente os objetivos bem definidos, para os quais são
canalizados todos os recursos disponíveis, ordenados dentro de um sistema julgado o
mais adequado para aquela situação. Esses objetivos, entretanto, são suscetíveis de
mudanças e, consequentemente, a estrutura geral da escola também deve mudar.

A escola, desta forma, é um conjunto de fatores materiais e humanos, interligados,


sobre o qual deve existir a ação do diretor buscando assegurar que os objetivos sejam
alcançados.
Parsons (1951 apud ALONSO, 1981, p.19) diz que “organização é um grupo social
com características particulares onde existem papéis definidos e atribuídos aos indivíduos que
devem desempenhá-los”.
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Por sua vez, Alonso (1981, p.19) esclarece que “organização refere-se ainda às
atividades desenvolvidas no sentido de relacionar os elementos materiais e humanos de uma
determinada situação, a fim de se conseguir o melhor resultado”.
Percebemos, então, que se busca o modo mais eficiente de garantir o funcionamento
do sistema, através da relação dos elementos que a compõe.

Gestão escolar

Na visão de Leme (2010, p. 113) “a importância da gestão para o cumprimento da


missão educativa da instituição escolar dispensa maiores argumentos, em vista do consenso
sobre esta posição”.
Considera-se, a importância nas decisões relacionadas ao funcionamento da escola, a
organização e coordenação de trabalhos pedagógicos, a integração dos setores escolares, bem
como a maneira que se lidera, no que diz respeito à qualidade do trabalho desenvolvido, à
valorização da aprendizagem dos alunos e ao desenvolvimento das pessoas que da escola
fazem parte.
De acordo com Luck (2008, p.96) “gestão é um processo pelo qual se mobiliza e
coordena o talento humano, colectivamente organizado, de modo que as pessoas, em equipe,
possam promover resultados desejados”.
Podemos dizer que o conceito de gestão escolar está associado ao fortalecimento da
democracia no processo pedagógico, a participação de todos nas decisões e mediante um
compromisso coletivo com resultados educacionais cada vez mais significativos.
Gomes (2012, p.35) salienta que “a expressão gestão [...] representa uma mudança
radical de postura, um novo enfoque de organização, [...] ancorados nos princípios de
participação, de autonomia, de autocontrole e de responsabilidade”.
É preciso buscar alternativas possíveis para efetivar a construção de uma escola e de
uma sociedade que participem do processo, permitindo o planejamento que envolva todos os
sujeitos capazes de falar, agir, discutir e de decidir.

Relacionamento Interpessoal no Ambiente Escolar


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Fritzen (1987, p. 73) afirma que “as relações interpessoais constituem a medula da
vida. Elas formam e entretêm a nossa identidade pessoal. Em certo sentido, nós nos tornamos
e ficamos aquilo que somos graças à atenção que nos é dispensada pelos outros”.
Um grupo de pessoas se transforma em uma equipe quando consegue criar um espírito
de trabalho coletivo no qual as diferenças pessoais se transformam em forças na busca de
objetivos comuns.
Na visão de Weiss (1992, p.17) “uma vez que cada um aceite o outro como e pelo que
ele é, torna-se possível empregar métodos para que o relacionamento se dê de maneira
eficaz”. Ou seja, ao entender o comportamento do outro, consegue-se lidar mais facilmente
com os obstáculos criados nas relações.
Sabe-se que mudar o próprio comportamento ou relacionar-se com pessoas de
comportamento difícil exige muito esforço e força de vontade.
Nesta concepção, Weiss (1992, p.21) diz que “o processo de mudança real inicia-se
quando você reconhece que a única pessoa sobre a qual exerce algum controle significativo é
você mesmo – e sabe o que é tentar mudar a si mesmo e sua personalidade”.
Lück (2009, p.82) ressalta que

são as pessoas que fazem diferença em educação, como em qualquer outro


empreendimento humano, pelas ações que promovem, pelas atitudes que assumem,
pelo uso que fazem dos recursos disponíveis, pelo esforço que dedicam na produção
e alcance de novos recursos e pelas estratégias que aplicam na resolução de
problemas, no enfrentamento de desafios e promoção do desenvolvimento.

As mudanças na escola são necessárias, a fim de que seus alunos sejam capazes de
enfrentar os problemas que surgem na sociedade. O ambiente escolar deve oferecer condições
para que estes alunos compreendam sobre as melhores ações na prática da cidadania.
Nesta concepção Leme (2010, p.114) esclarece que “além de zelar pelo cumprimento
da função pedagógica da escola, é necessário que o diretor cuide ainda da formação dos
alunos como futuros cidadãos”.
A interação surge da aceitação do outro onde o respeito e o acolhimento facilita a
convivência entre os seres humanos. No ambiente das relações interpessoais da escola, deve-
se compreender o indivíduo com suas diferenças e qualidades, para ter condições de vida nos
grupos. Esta interação passa pelas dificuldades e divergências do cotidiano e não somente na
troca de ideias ou divisão de tarefas no dia a dia. Afinal, todo indivíduo tem sua cultura
independente da vida escolar.
2372

Weiss (1992, p.75) sinaliza que “a maioria das pessoas não ouve muito o que os outros
dizem, não porque não queira, mas porque não sabe como. Ao escutarem, ficam passivas,
permitindo que muitas incompreensões saiam da sala com elas”.
A interação das pessoas numa escola pode tanto bloquear quanto facilitar a
convivência, pois fazem parte do cotidiano os conflitos, a competição, a cooperação, a
amizade e até mesmo a falsidade.
Na opinião de Weiss (1994, p.9)

seria maravilhoso se jamais tivéssemos que lidar com conflitos. Se as pessoas


pudessem resolver suas discordâncias em paz e com boa vontade – poderiam
discordar umas das outras, compartilhar diferenças de opinião e de valores, dividir
entre si as raras recompensas e nunca brigar por coisa alguma.

Seria maravilhoso, porém os conflitos existem e são gerados pela divergência de


opiniões, de valores, pelos diferentes objetivos a serem alcançados. Ocorrem quando as
pessoas veem as coisas de forma diferente e acreditam em versões diferentes dos fatos que
surgem no cotidiano.

O papel do gestor escolar nas relações interpessoais

Se o clima organizacional numa escola é favorável, todos os agentes envolvidos são


beneficiados. Para identificar o nível de relacionamento entre estes agentes educacionais, faz-
se necessária uma pesquisa de como está a relação interpessoal na escola.
Na visão de Brunet (1995, p.128) “o clima organizacional reporta-se às percepções dos
actores escolares em relação às práticas existentes numa dada organização”. Diante disto, o
gestor deve criar canais de interação e garantir o alcance dos objetivos da escola, mantendo
um bom clima entre as pessoas que fazem parte da comunidade escolar e local.
O gestor é responsável pelo sucesso ou o fracasso de relação interpessoal de qualidade,
pois é o articulador do processo e o incentivador do trabalho coletivo. É necessário que o
gestor esteja sempre atento ao processo comunicativo desenvolvido na escola. Visto que a
comunidade escolar é composta por pessoas com personalidades distintas, a comunicação é
um aspecto muito relevante.
Para Freire (1997, p.89):

É preciso e até urgente que a escola vá se tornando um espaço acolhedor e


multiplicador de certos gostos democráticos como o de ouvir os outros, não, por
favor, mas por dever, o de respeitá-los, o da tolerância, o do acatamento às decisões
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tomadas pela maioria a que não falte, contudo o direito de quem diverge de exprimir
a sua contrariedade.

Na busca de se realizar os objetivos da escola, as pessoas devem criar um espírito


coletivo, onde as divergências não se transformem em obstáculos. O gestor, neste caso, deve
trabalhar as diferenças como enriquecimento do grupo.
Weiss (1994, p. 42) afirma que “faltam confiança e interesse na maioria dos
relacionamentos de trabalho”. Portanto, é preciso criar esse clima de confiança, aproveitando
cada oportunidade para se comunicar com as pessoas do seu ambiente de trabalho, de forma
cordial e harmoniosa.
Conforme Patto (1997, p.319), “a educação para o mundo humano se dá num processo
de interação constante, em que nos vemos através dos outros, e em que vemos os outros
através de nós mesmos”.
É importante que o gestor dê especial atenção às relações interpessoais no cotidiano
escolar, para melhorar a qualidade do ensino, resolvendo os problemas existentes na escola,
assumindo um perfil do processo de relação na busca de qualidade das ações individuais e
coletivas, impactando de forma positiva no crescimento da organização escolar, onde os
agentes envolvidos saiam ganhando com tal aperfeiçoamento.
Na visão de Leme (2010, p.114) “é necessário que seja priorizada pelo diretor a
promoção de um ambiente de convivência seguro e agradável na escola”.
O gestor deve trabalhar a diversidade de pontos de vista ou comportamentos como
fator de enriquecimento para o grupo e como forma de ampliar a visão particular de cada
indivíduo na escola, não deixando que a equipe deixe de lado o objetivo comum.
Cabe ao gestor o papel de articulador de conflitos. Desempenhando atitudes e
atividades que evidenciem a integração entre as pessoas em dimensões políticas, pedagógicas
e administrativas.
Portanto, o gestor deve saber articular os diferentes pontos de vista ou
comportamentos, buscando o enriquecimento para o grupo e ampliando a visão particular de
cada indivíduo na escola, fazendo de tudo para evitar os conflitos.
Weiss (1994, p.24) evidencia que “há quatro maneiras de lidar com o conflito:
confrontação construtiva, confrontação por meio da dominação, evitação e acordo”. Cabe
ressaltar que somente a confrontação construtiva vai ajudar a resolver o conflito, por
favorecer os dois lados envolvidos.
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A confrontação por meio da dominação se caracteriza pela agressividade, pelo


exercício do poder. Já, a evitação ocorre quando uma das partes envolvidas no conflito cala-se
e não faz coisa alguma para tentar resolver a situação. O acordo, por sua vez, é uma estratégia
onde todo mundo abre mão de alguma coisa, ou seja, perde algo no processo, reprimindo o
conflito em vez de tratar dele. (WEISS, 1994, p. 27-28)
Ouvir o outro, dando a oportunidade de se explicar e dizer o que sente, facilita a
compreensão, possibilitando que o diálogo se estabeleça e que as opiniões sejam dadas com
clareza.
Nesta concepção, Weiss (1994, p.61) afirma que “a escuta ativa – participar da
conversa da outra pessoa sem desviar para outros tópicos ou para você – é o método de
comunicação mais eficiente”.
Weiss (1994, p.100) evidencia, ainda, que

a maneira saudável de administrar a maioria dos conflitos ou conflitos potenciais


inclui o uso da confrontação construtiva, técnicas de comunicação eficiente,
métodos eficientes de solução do problema e um plano de ação eficiente. Esses
métodos também o ajudarão a impedir que discordâncias comuns ou diferenças de
opinião ou de valores resultem em conflito.

O desafio do gestor é criar um clima de confiança e respeito pelas diferenças, sempre


atento para que a equipe não se afaste de seu objetivo principal.

Metodologia

Cervo e Bervian (1983, p. 55) definem a pesquisa bibliográfica como a que

explica um problema a partir de referenciais teóricos publicados em documentos.


Pode ser realizada independentemente ou como parte da pesquisa descritiva ou
experimental. Ambos os casos buscam conhecer e analisar as contribuições culturais
ou científicas do passado existentes, sobre um determinado assunto, tema ou
problema.

A pesquisa bibliográfica abrange de forma total a bibliografia já conhecida e exposta


no tema estudado, desde jornais, livros, pesquisas, meios de comunicação orais e
audiovisuais. Sua finalidade é defrontar o pesquisador com o que foi escrito e publicado.
A pesquisa de campo é, para Gonsalves (2011, p.68), “o tipo de pesquisa que pretende
buscar a informação diretamente com a população pesquisada”. Diante disto, foram
distribuídos 30 questionários a docentes, funcionários e alunos de uma escola.
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A pesquisa teve abordagem quantitativa no que se refere à análise dos dados.


Gonsalves (2011, p.69) ressalta que “a pesquisa quantitativa remeteu para uma explanação
das causas, por meio de medidas objetivas, testando hipóteses, utilizando-se basicamente de
estatísticas”. Os gráficos mostrarão a análise dos dados coletados e servirão de apoio para a
compreensão do resultado da pesquisa.

Resultados e Discussão

Foram distribuídos trinta (N= 30) questionários, dos quais vinte e quatro (N= 24)
foram devolvidos respondidos. Após a tabulação de todos os dados coletados, distribuídos a
professores, funcionários e alunos, chegamos aos seguintes resultados, demonstrados através
dos gráficos.

Gráf
ico 1 – Função na escola
Fonte: Dados da Pesquisa (2013)

No gráfico 1 vemos qual é a função dos entrevistados. Percebe-se que 42% são
professores, 29% são funcionários e 29% são alunos.
2376

Gráfic
o 2 – Organização da escola
Fonte: Dados da Pesquisa (2013)

Na questão sobre qual a área da escola que é mais organizada, observamos que o
resultado ficou dividido. Porém, a estrutura social foi a menos citada. Salientamos que a
estrutura social envolve as relações interpessoais, a democracia interna, a participação e a
cultura da escola.
2377

Gráfico 3 – Resultados através do trabalho em equipe


Fonte: Dados da Pesquisa (2013)
A maioria dos entrevistados acredita que a gestão da escola está alcançando os
resultados esperados com o trabalho em equipe.

Gráfic
o 4 – Problemas de relacionamento
Fonte: Dados da Pesquisa (2013)

No que se refere às relações interpessoais na escola, constatamos que 54% dos


entrevistados nunca tiveram problemas de relacionamento. Porém, 46% informou que já teve
algum desentendimento no ambiente escolar.
2378

Grá
fico 5 – Envolvidos no conflito
Fonte: Dados da Pesquisa (2013)

O gráfico 5 evidencia os agentes envolvidos nos conflitos interpessoais, onde F


significa funcionário, P significa professor e A significa aluno. Verificamos que na maior
parte dos problemas de relacionamento são os funcionários que estão envolvidos.

Gráf
ico 6 – Interferência do gestor no conflito
2379

Fonte: Dados da Pesquisa (2013)

Constatamos que o gestor escolar, na maioria das vezes, não interfere quando surgem
problemas de relacionamento na escola. Foi perguntada, também, qual a forma de
interferência, em caso de resposta afirmativa. O gestor, neste caso, convoca os envolvidos
para tentar resolver a situação de conflito através de reuniões.
Todos os entrevistados acreditam que o gestor tem papel muito importante na solução
de conflitos, no que se refere ao relacionamento interpessoal na escola. A resposta afirmativa
para esta questão foi escolhida por todos que responderam ao questionário.

Gráfico 7 – Atitude do gestor no conflito


Fonte: Dados da Pesquisa (2013)

A questão 6 relaciona-se à qual a atitude que o gestor escolar deve ter diante e
problemas de relacionamento no ambiente escolar. A atitude mais citada foi a que diz que o
gestor deve ser o mediador da situação, dialogando com as partes. Além disso, o gestor deve
ouvir os envolvidos, ser imparcial não tomando parte por nenhum lado do conflito. Deve,
também, ser justo, investigando os reais motivos do problema de relacionamento, mantendo a
disciplina e respeitando as diferenças de cada um.
2380

Gráfico 8 – Fatores importantes


Fonte: Dados da Pesquisa (2013)

Na última questão foi solicitado que os entrevistados enumerassem de 1 a 5, sendo que


o 1 é o fator mais importante e 5 é menos importante. Após a análise das respostas,
verificamos que: 1º o gestor deve saber ouvir a opinião de todos; 2º o gestor deve criar um
clima de confiança no ambiente escolar; 3º o gestor deve promover a harmonia na escola; 4º o
gestor deve valorizar a opinião de quem está na escola e; 5º o gestor precisa dar informações
claras.

Considerações Finais

Tentar resolver um conflito não é tarefa fácil. É preciso saber ouvir os dois lados,
examinar a situação e os argumentos de ambas as partes, fazer com que se chegue a um
consenso da situação. Além disso, é preciso saber calar, para que os envolvidos no conflito
decidam o que é melhor para eles.
Coordenar um grupo significa que o gestor precisa dar mais informações claras,
organizar o tempo, otimizar a utilização dos recursos disponíveis, facilitando o processo de
inclusão das pessoas na equipe.
Envolver-se numa situação em que duas ou mais pessoas estão em guerra, nem sempre
se sai perdendo. Porém, é preciso saber mediar tal situação. Uma das maneiras erradas é
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quando se envolve na briga quando ninguém pede ajuda. Tomar partido, também não é
correto, pois numa posição de mediador, a imparcialidade é sempre bem-vinda. (WEISS,
1994, p.71-72)
Concluímos que o gestor tem papel muito importante nas relações interpessoais na
escola. Para que os objetivos sejam alcançados, ele precisa ampliar as discussões, ouvindo os
diversos pontos de vista e promovendo um novo planejamento das ações, se necessário. Além
disso, deve estimular a troca de ideias, garantindo uma comunicação efetiva e evitando mal-
entendidos. Para tal, deve utilizar de recursos como avisos, memorandos, ofícios, requisições,
quadro de avisos, com linguagem clara, acessível e que permitam a compreensão da
mensagem e maior integração da equipe, buscando atingir toda a comunidade escolar.

REFERÊNCIAS

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1981.

BRUNET, Luc. Clima de trabalho e eficácia na escola. In: NÓVOA, Antônio. (Org.). As
organizações escolares em análise. Dom Quixote. Lisboa, Portugal, 1995.

CARVALHO, Angelina et al. Projecto Educativo. Porto: Ed. Afrontamento, 1999.

CERVO, Amado Luiz; BERVIAN, Pedro Alcino. Metodologia Científica: para uso dos
estudantes universitários. São Paulo: McGraw-Hill do Brasil, 1983.

FREIRE, Paulo. Professora sim, tia não. Cartas a quem ousa ensinar. São Paulo: Olho
D’Água, 1997.

FRITZEN, Silvino José. Relações Humanas Interpessoais. Petrópolis, RJ: Vozes, 1987.

GOMES, Napoldina Sanches. Liderança como factor de sucesso na gestão escolar. O caso
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GONSALVES, Elisa Pereira. Conversas sobre iniciação à pesquisa científica. 5ªed.


Campinas: Editora Átomo e Alínea, 2011.

LEME, Maria Isabel da Silva. A gestão do convívio escolar. In: GARCIA, Agnaldo (org).
Relacionamento interpessoal – uma perspectiva interdisciplinar. Vitória: ABPRI, 2010.

LUCK, Heloisa. Liderança em gestão escolar. Petrópolis: Vozes Editora, 2008.

NÓVOA, Antônio. (Org.). As organizações escolares em análise. Dom Quixote. Lisboa,


Portugal, 1995.
2382

PATTO, Maria Helena Souza. Introdução à psicologia escolar. 3ª ed. São Paulo: Casa do
Psicólogo, 1997.

WEISS, Donald. Como resolver (ou evitar) conflitos no trabalho. São Paulo: Nobel, 1994.

WEISS, Donald. Convivendo com gente difícil. 4ª edição. São Paulo: Nobel, 1992.

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