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02/04/2019 · Processo Judicial Eletrônico - 1º Grau

Poder Judiciário da União


TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO DISTRITO FEDERAL E DOS TERRITÓRIOS

5VAFAZPUB
5ª Vara da Fazenda Pública do DF

Número do processo: 0701301-51.2019.8.07.0018


Classe judicial: AÇÃO CIVIL PÚBLICA CÍVEL (65)
AUTOR: MINISTERIO PUBLICO DO DISTRITO FEDERAL E DOS TERRITORIOS
RÉU: COMPANHIA DE SANEAMENTO AMBIENTAL DO DISTRITO FEDERAL CAESB,
FERNANDO RODRIGUES FERREIRA LEITE

DECISÃO INTERLOCUTÓRIA
 
 

O MINISTÉRIO PÚBLICO DO DISTRITO FEDERAL ingressou com ação civil pública com
pedido de tutela de evidência em face da COMPANHIA DE SANEAMENTO AMBIENTAL DO
DISTRITO FEDERAL e de FERNANDO RODRIGUES FERREIRA LEITE.
 
Relatou que o segundo réu foi condenado pela prática de ato de improbidade no
processo n.º 2006.01.1.033927-9, o qual transitou em julgado em 22.09.2016.
 
Asseverou que o exercício do cargo de presidente da CAESB do segundo requerido é
ilegal, primeiramente porque está impossibilitado, por sentença, de contratar com o Poder
Público pelo período de 03 (três) anos, o qual somente findará em 22.09.2019 e ainda pelo
fato do mesmo não possuir reputação ilibada em razão da suspensão dos direitos políticos
por conta da precitada sentença condenatória.
 
Aduziu ainda que a posse do segundo réu foi ilegal porque foi condenado na ação de
improbidade administrativa acima mencionada à perda do cargo público.
 
Sustentou também que a posse do segundo requerido afrontou decisão judicial, a
legislação acerca do tema, bem como o princípio da moralidade.
 

Arrolou razões de direito, juntando jurisprudência acerca do tema.

 
Requereu a concessão da tutela de evidência para que fosse determinada a
suspensão dos efeitos do ato de posse do segundo requerido no cargo de presidente da
Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal - CAESB e, no mérito, a
confirmada da tutela concedida com a declaração de nulidade do ato de nomeação do
referido requerido para o cargo de presidente empresa acima mencionada.
 

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Os requeridos foram notificados a apresentarem notificação.


 
O segundo requerido, Fernando Rodrigues Ferreira Leite, juntou a petição de ID n.º
29271117, na qual defendeu que as sanções aplicadas na sentença trazida pelo autor já
foram cumpridas em sede de execução provisória, modalidade de cumprimento permitida
pelos tribunais superiores.
 
No mesmo sentido também não ocupou nenhum outro cargo público durante esse
período.
 
A CAESB juntou a manifestação de ID n.º 29337230, na qual sustentou que a
concessão da tutela de urgência pleiteada traria consideráveis impactos negativos para a
empresa, razão pela qual deveriam ser observados os princípios da razoabilidade e da
proporcionalidade.
 
Defendeu ainda que a concessão da medida ocasionaria grave lesão à ordem pública,
tendo em vista que impactaria na execução dos serviços públicos prestados pela primeira
requerida, no prosseguimento regular das obras, entre outras conseqüências.
 
Disse também que o ato de nomeação do segundo requerido foi legal, uma vez que
este apresentou as certidões negativas do Tribunal Regional Eleitoral (ID n.º 29338234), bem
como já cumpriu as sanções aplicadas na condenação por ato de improbidade
administrativa e possui conduta ilibada.
 
O MPDFT informou através da petição de ID n.º 29862074 que não ocorreu a
execução provisória das sanções às quais o segundo requerido foi condenado em razão da
vedação legal constante no art. 20, da Lei n.º 8.429/92.

É o breve relato.

 
Trata-se de pedido de tutela de evidência formulado na petição inicial na qual a parte
autora requer que seja determinado o afastamento do segundo requerido da presidência
da CAESB em face de estar cumprindo sanção em razão de condenação pela prática de ato
de improbidade administrativa
 
Verifico que pretensão se amolda ao conceito de tutela provisória, sendo uma das
modalidades da tutela provisória prevista no artigo 294 e seguintes do Código de Processo
Civil.
 
Nesse diapasão, as tutelas provisórias (de urgência e de evidência), vieram
sedimentar a teoria das tutelas diferenciadas, que rompeu com o modelo neutro e único de
processo ordinário de cognição plena.  São provisórias porque as possibilidades de

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cognição do processo ainda não se esgotaram, o que apenas ocorrerá no provimento


definitivo.
 
No caso em análise, o MPDFT sustenta a impossibilidade de o segundo requerido
ocupar o cargo de presidente da CAESB em razão de estar proibido de contratar com a
administração pública pelo prazo de 03 (três) anos e estar com os direitos políticos
suspensos, os quais só estarão exauridos em setembro/2019, além de supostamente, não
ter conduta ilibada e ter perdido o cargo em razão da condenação.
 
Em contrapartida, os requeridos defendem que o segundo requerido já cumpriu as
sanções imputadas em razão da condenação na ação de improbidade administrativa em
discussão em sede de execução provisória, uma vez que não ocupou cargo público desde a
referida condenação.
 
Pois bem. Analisando a documentação juntada pelo autor, verifico que o segundo
requerido foi condenado em sentença irrecorrível pela prática de ato de improbidade
administrativa, a qual transitou em julgado em 22.09.2016 (ID n.º 28714558 e ID n.º
28714569).
 
Em razão da condenação acima referida o segundo requerido ficou proibido de
contratar com a Administração Pública, bem como teve seus direitos políticos suspensos,
ambas as sanções pelo prazo de 03 (três) anos.
 
Primeiramente, em relação ao argumento trazido pelo MPDFT quanto à
impossibilidade do segundo requerido ocupar o cargo de presidente da CAESB em razão de
estar impossibilitado de contratar com a Administração Pública por 03 (três) anos, entendo,
em cognição sumária, que não deve ser acolhido, isso porque apesar do segundo requerido
ter celebrado contrato de trabalho com a CAESB, tal tipo de contratação, não se enquadra
na sanção prevista no art. 37, §4º, da CF, uma vez que a referida sanção se destina, em
especial, ao agente ímprobo empresário, vejamos as palavras de Waldo Fazzio Júnior, in
Improbidade Administrativa (4ª Edição, Ed. Atlas, SP, pg. 522):
 
 

“A interdição contratual afasta do elenco dos possíveis


contratantes o empresário que não prima pelo
reconhecimento da distinção entre o público e o privado,
sobretudo, da proeminência do primeiro”.
 
 
No entanto, quanto à alegação trazida pelo autor em relação à impossibilidade do
segundo requerido ocupar o cargo por também estar com os direitos políticos suspensos,
de fato verifico a presença da condição impeditiva para o referido requerido exerça, no
momento, o cargo de presidente da CAESB, uma vez que o cumprimento da sanção acima
mencionada aplicada na condenação em comento somente findará em 22.09.2019, isso
porque assumiu um cargo comissionado, como ele mesmo defendeu na petição de ID n.º
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29271117, pag. 3, razão pela qual é caso de aplicação do disposto do art. 7º, da Lei
Complementar n.º 840/2011, que traz como um dos requisitos básicos para exercer cargo
público o gozo dos direitos políticos, “in verbis”:
 

“Art. 7º São requisitos básicos para investidura em cargo


público:
(...)
II – o gozo dos direitos políticos;(...)”
 
 
Dessa forma, ainda que a primeira requerida seja sociedade de economia mista os
requisitos do art. 7º, II, da Lei Complementar n.º 840/11 devem ser observados, uma vez
que seu capital é inteiramente público e presta serviços públicos de forma exclusiva, tanto
que decisão recente do Tribunal de Justiça do Distrito Federal aplicou o regime de
precatórios para o pagamento de suas dívidas, vejamos:
 
 

AGRAVO DE INSTRUMENTO. DIREITO ADMINISTRATIVO.


CAESB. SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA. CAPITAL
EXCLUSIVAMENTE PÚBLICO. IMPENHORABILIDADE. REGIME
DE PRECATÓRIOS. APLICÁVEL. MONOPÓLIO NO
FORNECIMENTO DE ÁGUA E ESGOTO. RECURSO CONHECIDO
E PROVIDO.

1. A CAESB, apesar de ser uma sociedade de economia mista,


é constituída por capital exclusivamente público, atuando em
regime de monopólio no fornecimento de água potável e
coleta de esgoto sanitário no Distrito Federal.

 2. De acordo com o STF, no julgamento do RE 599.628/DF, os


privilégios da Fazenda Pública podem ser estendidos às
empresas públicas e sociedades de economia mista que não
atuam em regime de concorrência, ou seja, que detenham
monopólio da atividade, e que não tenham como objetivo
distribuir lucros, como é o caso da CAESB.

3. Conforme prevê a jurisprudência do STF, é aplicável o


regime dos precatórios às sociedades de economia mista
prestadoras de serviço público próprio do Estado e de
natureza não concorrencial, sob pena de lesão aos princípios
constitucionais da legalidade orçamentária e da harmonia
entre os Poderes, bem como ao regime constitucional dos
precatórios.

  4. RECURSO CONHECIDO E PROVIDO. (Acórdão n.1124916,


07026837020188070000, Relator: ROBSON BARBOSA DE
AZEVEDO 5ª Turma Cível, Data de Julgamento: 19/09/2018,
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Publicado no PJe: 02/10/2018. Pág.:  Sem Página Cadastrada.)

 
 
Nesse diapasão. pela leitura do art. 7º, II, da Lei Complementar n.º 840/11, há de se
concluir que o segundo requerido está impossibilitado de exercer o cargo de presidente da
CAESB em razão de estar com seus direitos políticos suspensos até o término do
cumprimento da sanção aplicada na sentença condenatória já mencionada, isso porque a
certidão trazida pelos requeridos (ID n.º 29338234) emitida pelo Tribunal Superior Eleitoral
faz menção apenas à inexistência de condenação criminal eleitoral transitada em julgado
em desfavor do segundo requerido, tanto que a consulta juntada pelo MPDFT, emitida pelo
mesmo tribunal eleitoral (ID n.º 28721207), informa que o título de eleitor do segundo
requerido se encontra suspenso.
 
Corroborando com esse entendimento, verifico ainda que a inclusão do nome do
segundo requerido no Cadastro de Condenações por Improbidade Administrativa (ID n.º
28721198) somente ocorreu após o trânsito em julgado da sentença condenatória.
 
Por outro lado, quanto à alegação dos requeridos de que as sanções já foram
cumpridas em sede de execução provisória, entendo, em cognição sumária, que não há
como ser acolhida, isso porque ainda que os referidos requeridos sustentem o
cumprimento da sanção de proibição de contratar com a Administração Pública pelo prazo
de 03 (três) anos, não houve comprovação de tais fatos nesse momento.
 
Ainda que haja controvérsia quanto à possibilidade de execução provisória da
sentença condenatória de improbidade administrativa em razão da vedação legal, há
recentes julgados do Superior Tribunal de Justiça que o permitem. No entanto, não se pode
sustentar, no caso em análise, que as sanções foram cumpridas apenas pelo fato do
segundo requerido não ter ocupado nenhum cargo público após a condenação em segunda
instância, isso porque, ainda que, provisória, a execução da sentença deve ser formalmente
iniciada quer seja pelo exeqüente, quer seja pelo executado, o que não ocorreu no caso em
discussão.
 
Outrossim, há de se ter claro o art. 20, da Lei n.º 8.429/92 veda a execução das
sanções aplicadas antes do trânsito em julgado da as sentença condenatória, “in verbis”:
 

“Art. 20. A perda da função pública e a suspensão dos


direitos políticos só se efetivam com o trânsito em julgado da
sentença condenatória. 

Parágrafo único. A autoridade judicial ou administrativa


competente poderá determinar o afastamento do agente
público do exercício do cargo, emprego ou função, sem
prejuízo da remuneração, quando a medida se fizer
necessária à instrução processual.” 

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Assim, havendo vedação legal, não há o que se falar em execução provisória das
sanções às quais o segundo réu foi condenado, não cabendo a aplicação, por analogia, de
entendimento jurisprudencial que permite a prisão após a decisão condenatória de
segunda instância, já que se tratam de sanções que restringem direitos, razão pela qual
devem ser interpretadas restritivamente.
 
Nesse sentido há julgado do Superior Tribunal de Justiça – STJ, vejamos:
 
 

PROCESSUAL CIVIL. ADMINISTRATIVO. AÇÃO CIVIL PÚBLICA.


LEI 8.429/92. SUSPENSÃO DE DIREITOS POLÍTICOS.
MULTIPLICIDADE DE CONDENAÇÕES. SOMATÓRIO DAS
PENAS. TRÂNSITO EM JULGADO. ART. 20, LEI 8429/92.
PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS. RAZOABILIDADE E
PROPORCIONALIDADE.

(...)

6. Consectariamente, o termo inicial para a contagem da


pena de suspensão de direitos políticos, independente do
número de condenações, é o trânsito em julgado da decisão,
à luz do que dispõe o art. 20 da Lei 8.429/92, verbis: "a perda
da função pública e a suspensão dos direitos políticos só se
efetivam com o trânsito em julgado da sentença
condenatória".

7. A título de argumento obiter dictum, sobreleva notar, o


entendimento sedimentado Tribunal Superior Eleitoral no
sentido de que "sem o trânsito em julgado de ação penal, de
improbidade administrativa ou de ação civil pública, nenhum
pré-candidato pode ter seu registro de candidatura recusado
pela Justiça Eleitoral".

Precedentes do TSE: REspe 29.028/MG, Rel. Min. Marcelo


Ribeiro, publicado em sessão em 26.8.2008 e CTA nº 1.607,
Rel. e. Min. Caputo Bastos, DJ de 6.8.2008.

8. Recurso especial desprovido, divergindo-se do voto do e.


Ministro Relator. (REsp 993.658/SC, Rel. Ministro FRANCISCO
FALCÃO, Rel. p/ Acórdão Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA
TURMA, julgado em 15/10/2009, DJe 18/12/2009)
 
 
 

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No mesmo sentido entende o Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios,


vejamos:
 
 

IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA. EFEITO SUSPENSIVO À


APELAÇÃO. VEROSSIMILHANÇA DAS ALEGAÇÕES. DANO
IRREPARÁVEL.

Não se concede efeito suspensivo à apelação, por ausência


de fundamentação relevante, quando, genericamente, alega-
se a injustiça da condenação e o risco advindo da perda do
cargo e suspensão dos direitos políticos, cujos efeitos
somente se implementam após o trânsito em julgado da
sentença. (Acórdão n.1088015, 20160020045768AGI, Relator:
FERNANDO HABIBE 4ª TURMA CÍVEL, Data de Julgamento:
11/04/2018, Publicado no DJE: 16/04/2018. Pág.: 436/446)

ADMINISTRATIVO E PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO DE


INSTRUMENTO. AÇÃO CIVIL
PÚBLICA.  IMPROBIDADE  ADMINISTRATIVA. RECURSO DE
APELAÇÃO. EFEITO SUSPENSIVO. EXCEÇÃO. DECISÃO
MANTIDA.

1 - O art. 14 da Lei nº 7.347/85, aplicável às ações civis


de  improbidade  administrativa, estabelece que a atribuição
de efeito suspensivo ao recurso de apelação é medida
excepcional, que depende da existência de prova inequívoca,
capaz de convencer o julgador da verossimilhança da
alegação, e, também, do fundado receio de dano irreparável
ou de difícil reparação, de maneira que a mera possibilidade
de execução provisória da sentença não se apresenta como
argumento suficiente para a sua concessão.
2 - Nos termos do art. 20 da Lei nº 8.429/1992, a imposição
das sanções de perda da função pública e
de  suspensão  de  direitos  políticos  apenas se dá com
o trânsito em julgado da sentença condenatória, de maneira
que a formulação de pedido de efeito suspensivo a recurso
relativamente à sua aplicação é inócua. Agravo de
Instrumento desprovido. ADMINISTRATIVO E PROCESSUAL CI
(Acórdão n.869893, 20150020023143AGI, Relator: ANGELO
CANDUCCI PASSARELI 5ª Turma Cível, Data de Julgamento:
27/05/2015, Publicado no DJE: 01/06/2015. Pág.: 267)

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CIVIL. PROCESSO CIVIL. AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO


CIVIL PÚBLICA. IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA. PERDA DOS
DIREITOS POLÍTICOS E PROIBIÇÃO DE CONTRATAR COM O
PODER PÚBLICO. CUMPRIMENTO DE SENTENÇA.
IMPUGNAÇÃO. MULTA.

  1. As sanções de perda dos direitos políticos e a proibição


de contratar com o Poder Público são de aplicação
compulsória, e se efetivam com o transito em julgado da
sentença condenatória, conforme dispõe o art. 20 da Lei
8429/92, in verbis: "[A] perda da função pública e a
suspensão dos direitos políticos só se efetivam com o
trânsito em julgado da sentença condenatória."

  2. No caso em apreço, não se encontram presentes os


requisitos para se conceder o efeito suspensivo ao
cumprimento da sentença, a fim de suspender a perda dos
direitos políticos e a proibição de contratar com o Poder
Público, impostas ao agravante, porquanto, consoante já
salientado, o cumprimento de sentença diz respeito somente
ao valor a ser pago em relação à multa civil, correspondente
ao valor de uma remuneração mensal recebida pelo
agravante durante o período em que ocupou o cargo de
Administrador Substituto do Park Way.

  3. Ressalto, ainda, o disposto no art. 489 do Código de


Processo Civil, tendo em vista que simples ajuizamento da
ação rescisória não impede o cumprimento da sentença,
ressalvada a concessão de antecipação de tutela apenas em
hipóteses excepcionais, o que não é o caso dos autos.

  4. Agravo conhecido e desprovido. (Acórdão n.835926,


20130020299658AGI, Relator: SILVA LEMOS 3ª TURMA CÍVEL,
Data de Julgamento: 19/11/2014, Publicado no DJE:
04/12/2014. Pág.: 90)

 
Corroborando com tal conclusão, verifico que não foram juntadas provas de que o
referido requerido deixou de exercer seu direito de voto no período do eventual
cumprimento provisório da sentença.

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Quanto ao argumento trazido pela primeira requerida em relação à necessidade de
aplicação dos princípios da proporcionalidade e razoabilidade ao caso em análise, ainda
que tais princípios tenham escopo constitucional e balizem decisões administrativas e
judiciais, não podem se sobrepor ao princípio da legalidade, também constitucional, e à
decisão judicial transitada em julgado, isso porque admitir tal hipótese feriria a garantia
constitucional da coisa julgada.
 
Por outro lado, também não há o que se falar em lesão à ordem pública, isso porque
as atividades hoje desenvolvidas pelo segundo requerido poderão ser executadas pelo seu
substituto legal, uma vez que entre os princípios que regem a Administração Pública está o
princípio da impessoalidade, que garante que os serviços públicos devem ser prestados
independentemente da presença de pessoa individualmente considerada, não podendo o
bom funcionamento de um órgão ou empresa pública ficar condicionado à presença de
pessoa determinada.
 
 
Assim, DEFIRO o pedido de tutela de evidência pleiteado na exordial para suspender
os efeitos do ato de posse do segundo requerido no cargo de presidente da Companhia de
Saneamento Ambiental do Distrito Federal - CAESB.
 
Deixo de designar audiência de conciliação, nos termos do art. 334, §4º, Inc. II, do
Código de Processo Civil. 
 
CITEM-SE os requeridos para, querendo, OFERECER DEFESA no prazo legal, contados
da juntada da carta/mandado de citação, na forma do art. 231, I e II do CPC, oportunidade
em que deverá se manifestar acerca das provas que pretende produzir. 
 
Transcorrido o prazo acima, intime-se o autor para apresentar réplica no prazo de
15 (quinze) dias, momento em que deverá informar o interesse na produção de provas,
especificando-as e informando a finalidade.
 
Cumpridas as diligências acima, venham os autos conclusos para decisão.
 
Intimem-se
 
 

BRASÍLIA, DF, 2 de abril de 2019 14:00:09.

ACÁCIA REGINA SOARES DE SÁ

Juíza de Direito Substituta

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Assinado eletronicamente por: ACACIA REGINA SOARES DE SA


02/04/2019 14:00:40
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ID do documento: 31364386

19040214004025100000030020980
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