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Apostila
O processo de criação, assim como de consolidação de uma política voltada para a criança e o adolescente ocorre
somente no século XX (LORENZI, 2007).
No Brasil de 1900, as crianças oriundas de famílias pobres e/ou extremamente pobres, ficavam sob os cuidados das
Instituições vinculadas a Igreja Católica Apostólica Romana, como as Santas Casas de Misericórdia.
As Santas Casas de Misericórdia possuíam um sistema denominado de Rodas dos Expostos, conforme modelo
europeu (LORENZI, 2007).
As Rodas dos Expostos eram estruturas giratórias utilizadas para acolher crianças abandonas, assim como donativos,
assegurando o anonimato tanto de quem abandonava, quanto de doadores (LORENZI, 2007).
Três Rodas dos Expostos foram criadas no século XVIII. Primeiramente em Salvador (1738), seguida do Rio de Janeiro
(1738) e, posteriormente, em Recife (1789).
As Rodas dos Expostos, só foram totalmente extintas em 1950, mesmo após a criação do Código de Menores de 1927
(LORENZI, 2007).
O Código de Menores de 1927 ficou popularmente conhecido como Código Mello Mattos, por causa do Juiz José
Candido de Albuquerque Mello Mattos, o primeiro a intervir socialmente na questão social da infância e adolescência na
América Latina (LORENZI, 2007).
O Código de Menores de 1927 passou por um processo de revisão em 1979, período assinalado por uma transição
política no Brasil, ou seja, a passagem de um regime ditatorial para uma social democracia.
O Código de Menores de 1979 foi extremamente criticado por movimentos sociais democratas existentes na sociedade
brasileira da época, os quais estavam relacionados a infância e a adolescência.
Uma das principais críticas dos movimentos societários mencionados, em relação ao Código de Menores de 1979, diz
respeito a sua filosofia, pautada na Doutrina da Situação Irregular, destinada, sobretudo, as crianças e aos adolescentes
residentes nas periferias dos centros urbanos brasileiros, ou seja, aos filhos dos pobres e/ou extremamente pobres.
Com a promulgação da Lei nº 8.069/1990, popularmente conhecida como Estatuto da Criança e do Adolescente ou
simplesmente ECA, instaura-se uma nova era no que se refere ao tratamento a ser dado pela família, o Estado e a
sociedade brasileira em geral quanto a criança e o adolescente.
Ao contrário do Código de Menores de 1979, o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) compreende que, tanto a
criança, quanto o adolescente é um cidadão brasileiro, assim como os adultos.
CIDADÃO: Indivíduo que possui direitos de cidadania (Civis, Políticos e Sociais) reconhecidos por um Estado
democrático, assim como assim como deveres perante a sociedade na qual se encontra inseridos (respeitar as
distintas leis do País).
DEVERES: respeitar as distintas leis do País, incluindo o pagamento de tributos (impostos) ao Estado.
Didaticamente, o ECA está estruturado em duas partes ou seções ou livros.
OBS.: A definição de criança e adolescente se dá a partir do aspecto cronológico, isto é, considerando a faixa etária do
indivíduo.
Art. 2º - Considera-se criança, para os efeitos desta Lei, a pessoa até doze anos de idade incompletos, e adolescente
aquela entre doze e dezoito anos de idade (ECA, 1990, p. 11).
O ECA trata da Proteção Integral absoluta de crianças e adolescentes, assegurando-lhes os direitos de cidadania, bem como
a prioridade absoluta no que se refere ao atendimento e ao desenvolvimento de planos, programas, projetos, serviços, ações
por parte do Estado.
Art. 3º - A criança e o adolescente gozam de todos os direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, sem prejuízo da
proteção integral de que trata esta lei, assegurando-se lhes, por lei ou por outros meios, todas as oportunidades e
facilidades, a fim de lhes facultar o desenvolvimento físico, mental, moral, espiritual e social, em condições de liberdade e
de dignidade (ECA, 1990, p. 11).
Art. 4º - É DEVER da FAMÍLIA, da COMUNIDADE, da SOCIEDADE EM GERAL e do PODER PÚBLICO assegurar, com
ABSOLUTA PRIORIDADE, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte,
ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária (ECA,
1990, p. 11).
Dentre os direitos fundamentais assegurados pelo ECA as crianças e aos adolescentes, destaca-se o direito a Convivência
Familiar e Comunitária.
ABANDONO: Quando a criança e/ou adolescente é deixado por seus pais ou responsáveis a própria sorte,
expondo-o a situação de risco pessoal e a vulnerabilidade social (PLANO NACIONAL DE PROMOÇÃO,
PROTEÇÃO E DEFESA DOS DIREITOS DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES À CONVIVÊNCIA FAMILIAR E
COMUNITÁRIA, 2013, p.36)
VIOLÊNCIA: “... Agir sobre alguém ou fazê-lo agir contra a sua vontade, empregando a força ou intimidação
(PLANO NACIONAL DE PROMOÇÃO, PROTEÇÃO E DEFESA DOS DIREITOS DE CRIANÇAS E
ADOLESCENTES À CONVIVÊNCIA FAMILIAR E COMUNITÁRIA, 2013, p.36)
A violência pode se manifestar de distintos modos, podendo ser caracterizada como FÍSICA, PSICOLÓGICA e
SEXUAL.
VIOLÊNCIA FÍSICA :
“Ocorre quando uma pessoa, que está com poder em relação à outra, causa ou tenta causar dano não acidental,
por meio de força física ou de algum tipo de arma que pode provocar lesões externa, interna ou ambas”
(SECRETARIA DE SAÚDE, 2007, p.09).
Constitui todo ferimento físico causado por motivo que não seja acidental, incluindo ferimentos que não condizem
com a explicação a eles atribuído;
VIOLÊNCIA SEXUAL:
“É toda a ação na qual uma pessoa em relação de poder e por meio de força física, coerção ou intimidação
psicológica, obriga uma outra ao ato sexual contra a sua vontade.” (SECRETARIA DE SAÚDE, 2007, p.09).
Violação da privacidade sexual da criança quer por carícias, estimulação visual ou comentários verbais.
PEDOFILIA
É o desvio da sexualidade que leva o indivíduo adulto a se sentir sexualmente atraído de modo compulsivo por crianças
e adolescentes.
É uma forma de violência sexual.
CRIMES
1. Produção de Pornografia Infantil;
A lei brasileira não possui o tipo penal "pedofilia". Entretanto, a pedofilia, como contato sexual entre crianças e adultos,
se enquadra juridicamente no crime de Estupro de Vulnerável.
Art. 217–A. Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com menor de 14 (catorze) anos:
Pena – reclusão, de 8 (oito) a 15 (quinze) anos.
Considerado Crime Hediondo – Lei 8.072/90.
Art. 218-B. Submeter, induzir ou atrair à prostituição ou outra forma de exploração sexual a alguém menor de 18
(dezoito) anos.
Pena – reclusão de 4 (quatro) a 10 (dez) anos.
§ 2º Incorre nas mesmas penas:
I – quem pratica conjunção carnal ou outro ato libidinoso com alguém menor de 18 (dezoito) e maior de 14 (catorze)
anos na situação descrita do caput deste artigo.
“A aplicação de medidas que obriguem alguém a reparar dano moral ou patrimonial causado a terceiros em razão de
ato do próprio imputado, de pessoa por quem ele responde, ou de fato de coisa ou animal sob sua guarda
(responsabilidade subjetiva), ou, ainda, de simples imposição legal (responsabilidade objetiva)”.
A responsabilidade da Igreja
A Igreja é responsável (obrigada a indenizar) se, por exemplo, algum desbravador ou aventureiro sofrer algum prejuízo
físico, moral ou patrimonial quando sob nossos cuidados.
Recomendações
ALERTA
O pastor deve ser informado de pessoas com
comportamento suspeito na igreja e nas atividades;
NOSSO objetivo
“Nosso objetivo é impedir todo abuso físico, emocional
ou sexual e proteger os líderes de Jovens,
Desbravadores, Aventureiros e demais líderes da Igreja
contra falsas alegações e práticas indevidas”.