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FACULDADE DE PARÁ DE MINAS

Curso de Pedagogia

Maria José Aparecida de Lima

A IMPORTÂNCIA DO TRABALHO DO MONITOR


NA ESCOLA COMUM COM CRIANÇAS DEFICIENTES

Pará de Minas
2013
Maria José Aparecida de Lima

A IMPORTÂNCIA DO TRABALHO DO MONITOR


NA ESCOLA COMUM COM CRIANÇAS DEFICIENTES

Trabalho de conclusão de curso apresentado à


Coordenação do Curso de Pedagogia da Faculdade de
Pará de Minas – FAPAM como requisito parcial para
obtenção do título de Pedagoga.

Área de concentração: Educação

Orientadora: Maria Goreth N. Carneiro

Pará de Minas
2013
Maria José Aparecida de Lima

A IMPORTÂNCIA DO TRABALHO DO MONITOR


NA ESCOLA COMUM COM CRIANÇAS DEFICIENTES

Trabalho de conclusão de curso apresentado à


Coordenação do Curso de Pedagogia da
Faculdade de Pará de Minas – FAPAM como
requisito parcial para obtenção do título de
Pedagoga.

Área de concentração: Educação


Orientadora: Maria Goreth N. Carneiro

Aprovada em: 25/06/2013.

_____________________________________________________
Orientadora: Profª. MS. Maria Goreth Nogueira Carneiro

______________________________________________________
Examinador: Prof. Geová Nepomuceno Mota
Dedico a toda minha família, principalmente a
minha amada mãe, pela compreensão nos
momentos de aflições com suas palavras e
orações.
Agradeço acima de tudo a Deus pelo dom
da vida e por nos proporcionar
maravilhas; ao meu noivo, pela
compreensão da ausência e pelo amor
dispensado; a minha família e meus
amigos, por me terem dado as mãos
nessa longa caminhada
RESUMO

O presente trabalho tem por objetivo analisar a importância dos monitores de


crianças com necessidades especiais no contexto das escolas comuns e como é a
relação deles com as crianças e com os professores. Trata-se de uma pesquisa de
natureza quantitativa, desenvolvida por meio de um estudo de caso. Foram
observadas quatro escolas privadas de Pará de Minas que possuem monitores
trabalhando com alunos deficientes. A coleta de dados foi feita através da aplicação
de questionários semi-estruturados, anônimos, com questões abertas e fechadas a
respeito da importância dos monitores com crianças deficientes na escola comum. O
questionário foi aplicado aos monitores e aos professores da Educação Infantil e
séries iniciais do Ensino Fundamental. Assim, fundamenta-se o papel dos monitores,
que são de suma importância para que ocorra a inclusão dessas crianças.

Palavras-chave: Monitores; Escolas; Inclusão escolar.


LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 – Importância do trabalho do monitor em sala de aula ................................22


Gráfico 2 - Necessidade de conhecimento sobre inclusão pelo monitor.....................23
Gráfico 3 – Orientação sobre o papel do monitor .......................................................24
24
Gráfico 4 - Monitor X turma de alunos com deficiência .................................................
Gráfico 5 - O monitor é visto como um professor ........................................................25
26
Gráfico 6 - Reconhecimento do trabalho do monitor pelo professor titular ...................
Gráfico 7 - Contribuição do trabalho do monitor no processo-aprendizagem do
aluno..........................................................................................................26
Gráfico 8 - Importância do trabalho de monitor na sala de aula .................................27
Gráfico 9 - Necessidade de conhecimento sobre inclusão pelo monitor ................... 27
Gráfico 10 - Orientação sobre o papel do monitor ......................................................28
Gráfico 11 - Monitor X turma de alunos com deficiência .............................................28
Gráfico 12 - O monitor é visto como um professor .....................................................29
Gráfico 13- Reconhecimento do trabalho do monitor pelo professor titular ...............29
Gráfico 14 – Interferência do monitor no trabalho do professor ...................................
30
SUMÁRIO

1INTRODUÇÃO-------------------------------------------------------------------------- 8

2 REFERENCIAL TEÓRICO---------------------------------------------------------------------- 11
2.1.O processo histórico da pessoa com deficiência -------------------------------------- 11
2.2 Conhecendo a história da inclusão escolar ---------------------------------------------- 12
2.3 A base legal--------------------------------------------------------------------------------------- 13

3 A EDUCAÇÃO INCLUSIVA-------------------------------------------------------------------- 18
3.1 A inclusão na escola---------------------------------------------------------------------------- 18
3.2 A importância do professor apoio na sala de aula-------------------------------------- 19

4. APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DO INSTRUMENTO DE PESQUISA ------------ 22


4.1 Análise de dados -------------------------------------------------------------------------------- 22
4.1.1 Análise dos questionários aplicados aos monitores --------------------------------- 22
4.1.2 Análise dos questionários aplicados aos professores------------------------------- 27
4.2 Análise dos resultados------------------------------------------------------------------------- 31

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS--------------------------------------------------------------------- 32

REFERÊNCIAS--------------------------------------------------------------------------------------- 34

ANEXOS ----------------------------------------------------------------------------------------------- 36
8

1 INTRODUÇÃO

A educação especial vem sendo motivo de discussão no campo educacional,


principalmente nos contextos das escolas comuns.
A Lei de Diretrizes e Bases N° 9.394/96 (LDB), em seu artigo 58, define a
educação especial como uma modalidade educacional oferecida preferencialmente
na rede regular de ensino, para educandos portadores de necessidades especiais.
A educação inclusiva deve ser considerada uma prática inovadora que
enfatiza a qualidade de ensino para os alunos deficientes, exigindo que a escola se
modernize e que os professores aperfeiçoem suas práticas pedagógicas para
receber estes alunos deficientes na escola comum.
A partir da Declaração de Salamanca (1994), o conceito de Educação
Inclusiva se torna mais amplo, não condicionando somente crianças portadoras de
necessidades físicas, mas todas as crianças independentemente de suas condições,
físicas, intelectuais, emocionais, sociais, linguísticas ou outras.
A Inclusão abrange não somente as políticas e as organizações da educação
especial, mas também o próprio conceito de integração. O objetivo de integração é
inserir o aluno ou um grupo de alunos que já foi anteriormente excluído.
Segundo Mantoan (2006a, p. 121), “As escolas inclusivas propõem um modo
de se constituir o sistema educacional que considera as necessidades de todos os
alunos e que é estruturado em função dessas necessidades”.
De acordo com a autora, a inclusão provoca uma mudança na perspectiva
educacional, porque não atinge apenas os alunos com deficiência ou aqueles que
apresentam dificuldades de aprender, ”mas apóia a todos: professores, alunos,
pessoal administrativo, para que obtenham sucesso na corrente educativa geral.
Mantoan (2006a, p.19) aponta ainda que muitas crianças que apresentam
dificuldades na aprendizagem são alunos que acabam fracassando na escola
regular e que, por esse motivo, acabam mudando para a escola especial.
A partir desse contexto, as escolas comuns que recebem crianças com
necessidades especiais devem adequar suas práticas pedagógicas para atender a
esses alunos com dificuldades. Sabe-se que certos alunos necessitam de
monitores/estagiários para atender às suas necessidades, pois, na maioria das
vezes é necessário um apoio individual.
9

Diante dessa realidade, este trabalho buscou evidenciar a importância do


monitor de crianças com necessidades especiais no contexto das escolas comuns e,
para tanto, fez-se necessário analisar como é o trabalho dos monitores, como eles
se relacionam com os professores para acompanhar os alunos no processo de
ensino-aprendizagem; analisar as dificuldades encontradas pelos monitores em
relação ao acompanhamento das crianças com necessidades especiais durante as
atividades propostas em sala de aula e, também, verificar as condições de trabalho
dos monitores nos contextos escolares.
Assim sendo, entende-se que esta pesquisa surgiu como forma de responder
aos seguintes questionamentos: Como é a relação do aluno com necessidades
especiais nas escolas? Há necessidade de monitor em toda turma que recebe aluno
com deficiência? O trabalho do monitor é fundamental no processo ensino-
aprendizagem do aluno deficiente?
O interesse pelo tema surgiu pelo fato de trabalhar em uma escola em que
estudam crianças especiais que precisam de um acompanhamento, ou seja, um
monitor para auxiliá-las nas suas atividades escolares.
O presente trabalho foi desenvolvido por meio de uma pesquisa de natureza
quantitativa, cujas informações foram colhidas por meio de um questionário
estruturado com perguntas claras e objetivas.
Conforme Gil (2010), a elaboração de um questionário consiste basicamente
em traduzir os objetivos específicos da pesquisa em itens bem rígidos.
Em geral, a palavra questionário refere-se a um meio de obter respostas às
questões por fórmula que o próprio informante preenche.

Todo questionário deve ter natureza impessoal para assegurar uniformidade


na avaliação de uma situação para outra. Possui a vantagem de os
respondedores se sentirem mais confiantes, dado o anonimato, o que
possibilita coletar informações e respostas mais reais. Deve ainda ser
limitado em suas extensão e finalidade. (CERVO & BERVIAN, 2002, p. 48).

O referido trabalho está estruturado em 4 capítulos, além das considerações


finais.
No primeiro capítulo fez-se uma rápida introdução sobre o tema abordado
nesta pesquisa.
O segundo e terceiro capítulos tratam do referencial teórico que aborda
assuntos como a história da inclusão escolar, o processo histórico da pessoa com
10

deficiência e a base legal da inclusão, e ainda, descreve a importância do monitor na


sala de aula.
No quarto capítulo, são apresentadas as análises feitas com base nos
instrumentos aplicados aos professores e monitores e a análise dos resultados.
11

2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 O processo histórico da pessoa com deficiência

Existem registros que nos mostram com clareza todo o percurso histórico da
visão da humanidade acerca da deficiência.
Na Antiguidade, os deficientes eram tratados como subumanos, sem direito à
vida. Vistos como se não tivessem alma, eram abandonados e esquecidos pela
sociedade e pela família e, muitas vezes, exterminados; tudo isso era consequência
da ignorância das pessoas.
Na Idade Média, estes deficientes já eram vistos como criaturas de Deus,
pois acreditavam que quem tem alma é filho de Deus e, assim sendo, tinham direito
à vida; no entanto, entendiam ainda que eles eram possuídos pelo demônio, seres
sobrenaturais demoníacos, ou seja, eram vinculados à bruxaria e por isso estavam
sujeitos aos castigos divinos e humanos.
Na Idade Moderna, já no século XVI, os portadores de necessidades
especiais começam a ser visto como pessoas, deixando de ser um problema
teológico e moral e passam a ser vistos como problemas médicos e sobre humanos.
Ainda na Idade Moderna, houve uma crença na educabilidade que deu início
a um estudo científico em que foram diagnosticados que essas deficiências podiam
ser tratadas e controladas com acompanhamentos médicos.
No século XX, as pessoas com deficiências tiveram seus direitos
reconhecidos e garantidos na sociedade. Passaram a ter direito à cidadania, à
convivência, à igualdade, a uma educação de qualidade. Nesse período, surgem as
leis que asseguraram os direitos da pessoa com deficiência. Dentre estas leis, é
importante destacar a Declaração de Salamanca e a LDB. Nesse contexto é que
surge a efetivação da pessoa com deficiência no ambiente escolar.
A Declaração de Salamanca tem como objetivo maior a educação para
todos, além de assegurar para as pessoas que tem deficiência direito de liberdade e
vida digna. A educação é fundamental para o desenvolvimento pessoal e social dos
portadores de deficiência.
12

A LDB, no capítulo 5º, artigo 58, faz referência à educação especial na


modalidade de educação escolar que é oferecida na rede regular de ensino; esse
atendimento pode ser feito em classes ou serviços especializados.

2.2 Conhecendo a história da inclusão escolar

Até o século XVIII, a educação especial para alunos deficientes era ligada ao
misticismo e ocultismo; a falta de conhecimentos das pessoas em relação ao
conhecimento das deficiências contribuiu para que essas crianças fossem
consideradas diferentes, marginalizadas e excluídas da sociedade.

A religião com toda sua força cultural ao colocar o homem como imagem e
semelhança de Deus, ser perfeito inculcavam a ideia da condição humana
como incluindo perfeição física e mental. (Em não sendo parecidos com
Deus os portadores de deficiências eram postos à margem da condição
humana. (MAZZOTA, 2011, p.16).

A própria religião colocava o homem como sendo uma semelhança de Deus,


então aqueles que nascessem com alguma anomalia eram largados, abandonados,
marginalizados, ignorados pela própria condição humana e também eram privados
do convívio familiar e social.
Segundo Mazzota (2005), por muito tempo as pessoas com necessidades
especiais eram mal vistas pela sociedade por falta de conhecimentos sobre o que
realmente era inclusão, contribuindo para a exclusão. Nota-se que a exclusão estava
em toda parte, as pessoas com necessidades especiais eram consideradas
inválidas, marginalizadas pela sociedade.
A partir do século XIX, os indivíduos começam a ser vistos com um olhar mais
democrático; e, segundo Mazzota, esta história está dividida em dois períodos: de
1854 a 1856 e de 1957 a 1993.
O primeiro período é marcado por iniciativas de caráter privado. Em 12 de
setembro de 1854, através do Decreto Imperial n°1428, foi fundado no Rio de
Janeiro o Imperial Instituto dos Meninos Cegos. Essa fundação deve-se a um
brasileiro chamado José Alves de Azevedo que despertou a atenção de muita gente
pelo sucesso obtido no Instituto de Meninos Cegos em Paris. Em 17 de maio de
1890, o nome do instituto brasileiro foi substituído, passando a se chamar Instituto
Nacional dos Meninos Cegos. Passado algum tempo, em 24 de Janeiro de 1891,
13

pelo Decreto 1320, a escola passou a se chamar Instituto Benjamim Constante


(IBC). Em 1874, fundou-se o hospital Estadual de Salvador na Bahia, hoje é o
Hospital Juliano Moreira que atendia naquela época deficientes mentais; foi fundado
também no Rio de Janeiro, em 1904, o Colégio Santo Agostinho que era particular e
atendia pessoas com deficiências mentais.
Em 1925, fundou-se a Escola Estadual Instituto Pestalozzi, especializado no
atendimento a deficientes auditivos e, em 27 de maio de 1928, o Instituto de Cego
Padre Chico.
No dia 11 de março de 1946, foi instituída a Fundação para o Livro do Cego
no Brasil; para deficientes auditivos, em 1951, foram criadas a Escola Municipal
Infantil e de 1°grau Helem Keller em São Paulo. Essa escola foi transformada no I
Núcleo Educacional para Crianças Surdas.
No dia 11 de dezembro de 1954, foi fundada no Rio de Janeiro a primeira
Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) do Brasil e seu objetivo na
época era disponibilizar um lugar para os especiais - as crianças com deficiências –
ficarem, uma vez que eram rejeitadas pela sociedade e até mesmo pelas famílias.
O segundo período é destacado por ações oficiais de âmbito nacional, o
atendimento de crianças especiais foi assumido a nível nacional pelo governo
federal que criou as campanhas com objetivos de atender às crianças excepcionais.
A primeira campanha foi para a educação de surdos pelo Decreto Federal n°42728
de 3 de dezembro 1957, onde atendia crianças especiais. Em 1958, pelo Decreto n
44.236, de 1º de agosto, criou-se a Campanha Nacional de Reabilitação de
Deficientes da Visão que era vinculada ao instituto Benjamin Constante.
A educação especial no Brasil até hoje é discutida pelos educadores, porque,
quando se fala de inclusão, muitos professores ainda não entendem sobre o assunto
e não conseguem lidar com essa nova experiência. Hoje, muitas escolas recebem
alunos deficientes, mas os professores não estão devidamente preparados para
esse novo desafio, o que torna um grande problema para a escola e para a
sociedade.

2.3 A base legal

Este tópico como principal objetivo apresentar algumas leis que constituem o
embasamento legal da Educação Especial como uma modalidade escolar
14

organizada. Dentre elas, serão apresentadas a Constituição Federal do Brasil de


1988 (CF/88), a Declaração de Salamanca (1994) e a Lei de Diretrizes e Bases da
Educação Nacional – LDBEM (9394/96).
Sabe-se que a luta da sociedade brasileira pela igualdade não é muito
recente. A persistência da Constituição Federal de 1988(CF/88) assegurou que a
educação como um direito de todos em seu artigo 205.
Conforme a Constituição Federal de1988, toda pessoa tem direito à saúde, ao
laser e à educação. É dever do Estado o atendimento especializado às pessoas com
deficiência na rede regular de ensino e também nas creches com crianças de 0 a
6anos. A CF/88 prevê também o pleno desenvolvimento dos cidadãos, sem
preconceitos de raça, cor, idade e discriminação e que todos têm direito à escola de
boa qualidade em seus vários níveis de ensino
Conforme o artigo 2º da Lei nº 9394/96,

A educação, dever da família e do Estado, inspirado nos princípios de


liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por finalidade o pleno
desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e
sua qualificação para o trabalho. (BRASIL, 1996).

Acatando a orientação estabelecida pela CF/88, a Constituição do Estado de


Minas Gerais de 1989, no artigo 198, garante que a educação pelo Poder Público se
dá, conforme o disposto nos inciso III, pelo

III – atendimento educacional especializado ao portador de deficiência,


preferencialmente na rede regular de ensino, com garantia de recursos
humanos capacitados e material e equipamento públicos adequados, e de
vaga em escola próxima à sua residência;

A Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que “estabelece as diretrizes e


bases da educação nacional”, dedicou seu Capítulo V do Título V à educação
especial. Neste capítulo, artigo 58, expõe o seguinte: “Entende-se por educação
especial, para os efeitos desta Lei, a modalidade de educação escolar, oferecida
preferencialmente na rede regular de ensino, para educandos portadores de
necessidades especiais”.
No mesmo artigo, o parágrafo 1º deixa claro o direto de o aluno deficiente ter
um monitor: “Haverá, quando necessário, serviços de apoio especializado, na escola
regular, para atender às peculiaridades da clientela de educação especial” .
O atendimento educacional das crianças especiais poderá ser realizado em
classes comuns, conforme reza o 2º parágrafo do artigo 58 da Lei 9394/96: “O
15

atendimento educacional será feito em classes, escolas ou serviços especializados,


sempre que, em função das condições específicas dos alunos, não for possível a
sua integração nas classes comuns de ensino regular”.
Conforme o parágrafo 3º, do mesmo artigo, a oferta da educação especial é
dever constitucional do Estado e tem início na faixa etária de zero a seis anos,
durante a educação infantil.
A Resolução CNE/CEB nº 2, de 11 de setembro de 2001, que institui as
Diretrizes Nacionais para a Educação de Alunos que apresentem necessidades
educacionais especiais, na Educação Básica, em todas as suas etapas e
modalidades, em seus artigos 2º, 7º e que:

Art. 2º Os sistemas de ensino devem matricular todos os alunos, cabendo


às escolas organizar-se para o atendimento aos educandos com
necessidades educacionais especiais, assegurando as condições
necessárias para uma educação de qualidade para todos

Art. 7º O atendimento aos alunos com necessidades educacionais especiais


deve ser realizado em classes comuns do ensino regular, em qualquer
etapa ou modalidade da Educação Básica. (BRASIL, 2001).

Ainda de acordo com a Resolução CNE/CEB nº 2, em seu artigo 8º, as


escolas devem “prever e prover na organização de suas classes comuns” o apoio
pedagógico para crianças com necessidades especiais, dentre outras providências.
Segundo Barcelos (2008, p.15), a Declaração de Salamanca

... reflete um consenso mundial sobre a necessidade de mudanças


fundamentais que transformem em realidade uma educação capaz de
reconhecer as diferenças, promover a aprendizagem e a atender às
necessidade de cada criança individualmente.

Os representantes dos países e organizações internacionais que participaram


da Conferência Mundial de Educação Especial, em Salamanca (Espanha, 1994),
“reconhecendo a necessidade e urgência do providenciamento de educação para as
crianças, jovens e adultos com necessidades educacionais especiais dentro do
sistema regular de ensino” proclamaram que:

• toda criança tem direito fundamental à educação, e deve ser dada a


oportunidade de atingir e manter o nível adequado de aprendizagem,
• toda criança possui características, interesses, habilidades e necessidades
de aprendizagem que são únicas,
• sistemas educacionais deveriam ser designados e programas
educacionais deveriam ser implementados no sentido de se levar em conta
a vasta diversidade de tais características e necessidades,
16

• aqueles com necessidades educacionais especiais devem ter acesso à


escola regular, que deveria acomodá-los dentro de uma Pedagogia
centrada na criança, capaz de satisfazer a tais necessidades,
• escolas regulares que possuam tal orientação inclusiva constituem os
meios mais eficazes de combater atitudes discriminatórias criando-se
comunidades acolhedoras, construindo uma sociedade inclusiva e
alcançando educação para todos; além disso, tais escolas provêem uma
educação efetiva à maioria das crianças e aprimoram a eficiência e, em
última instância, o custo da eficácia de todo o sistema educacional.
(DECLARAÇÃO DE SALAMANCA, 1994).
.
O artigo 7º do referido documento define com clareza o princípio fundamental
da escola inclusiva, qual seja, todas as crianças devem aprender juntas,
independentemente de quaisquer dificuldades ou diferenças que elas possam ter,
assegurando-lhes, também, uma educação de qualidade.
O mesmo documento, em seu artigo 8º, ainda sugere:

Dentro das escolas inclusivas, crianças com necessidades educacionais


especiais deveriam receber qualquer suporte extra requerido para
assegurar uma educação efetiva. Educação inclusiva é o modo mais eficaz
para construção de solidariedade entre crianças com necessidades
educacionais especiais e seus colegas. O encaminhamento de crianças a
escolas especiais ou a classes especiais ou a sessões especiais dentro da
escola em caráter permanente deveriam constituir exceções, a ser
recomendado somente naqueles casos infreqüentes onde fique claramente
demonstrado que a educação na classe regular seja incapaz de atender às
necessidades educacionais ou sociais da criança ou quando sejam
requisitados em nome do bem-estar da criança ou de outras crianças.
(DECLARAÇÃO DE SALAMANCA, 1994).

Sobre o treinamento de educadores, no artigo 38, os idealizadores da referida


declaração recomendam que todos os profissionais da educação deverão passar
por uma preparação apropriada para que haja sucesso no estabelecimento de
escolas inclusivas.
Além disso, o documento ainda faz referência às orientações para todos os
educadores, inclusive, dizendo que estas orientações deveriam ser aplicadas
também aos estudantes de cursos voltados para a educação:

Art. 39. Treinamento pré-profissional deveria fornecer a todos os estudantes


de pedagogia de ensino primário ou secundário, orientação positiva frente à
deficiência, desta forma desenvolvendo um entendimento daquilo que pode
ser alcançado nas escolas através dos serviços de apoio disponíveis na
localidade. O conhecimento e habilidades requeridas dizem respeito
principalmente à boa prática de ensino e incluem a avaliação de
necessidades especiais, adaptação do conteúdo curricular, utilização de
tecnologia de assistência, individualização de procedimentos de ensino no
sentido de abarcar uma variedade maior de habilidades, etc. [...] (Grifo
nosso) (DECLARAÇÃO DE SALAMANCA, 1994).
17

Finalmente, a Declaração de Salamanca (1994), em seu artigo 61, sugere que


haja uma cooperação entre pais, autoridades escolares e professores, mostra ainda
a importância da parceria escola/família e dá um suporte para os pais das crianças
deficientes com relação à inclusão destas nas escolas regulares.
18

3 A EDUCAÇÃO INCLUSIVA

3.1 A inclusão na escola

Neste capítulo, faz-se a abordagem da Educação Inclusiva, que vem sendo


divulgada no contexto educacional. A inclusão escolar envolve movimentos sociais
mais amplos, que precisam de mecanismos de igualdade e de equidade no acesso a
bens e serviços. Ligada a sociedades democráticas, pautadas no mérito individual e
na igualdade de oportunidades, “a inclusão propõe a desigualdade de tratamento
como forma de restituir uma igualdade que foi rompida por formas segregadoras de
ensino especial e regular”, assegura Mantoan (2006, p. 16).

Quando entendermos que não é a universalidade da espécie que define um


sujeito, mas as suas peculiaridades ligadas a sexo, etnia, origem, crenças,
tratar as pessoas diferentemente pode enfatizar suas diferenças, assim
como tratar suas igualdades, os diferentes pode esconder as suas
especificidades, excluí-los do mesmo modo, portanto ser gente é correr o
risco de sempre ser diferente. (MANTOAN, 2006, p.17)

De acordo com Mantoan, todo ser humano é diferente; não importa sua
religião e sua cor, cada um pensa e age diferente, mas todos têm direitos iguais, por
isso ser deficientes não é um problema, pois eles também fazem parte da
sociedade.
As crianças, quando se matriculam na escola regular, tendem a ser
diferentes, mas com o passar do ano letivo ela deveria ir se igualando em
conhecimento conforme padrão previsto para aquela série. No entanto, se ela não
se igualar ela será excluída por repetência ou passarão a frequentar grupos de
reforço, chegando, muitas vezes, a abandonar a escola.
De acordo com Mantoan (2006), a inclusão questiona não somente as
políticas e as organizações da educação especial, mas também o próprio conceito
de integração. O objetivo de integração é inserir o aluno ou um grupo de alunos que
já foram anteriormente excluídos. As escolas inclusivas propõem um modo de
organização do sistema educacional que considera as necessidades de todos os
alunos e que é estruturado em função dessas necessidades.
A inclusão implica uma mudança de perspectiva educacional, uma vez não
atinge apenas os alunos com deficiência ou aqueles que apresentam dificuldades
de aprender, mas todos os demais, afirma Mantoan (2006).
19

Segundo a autora, muitas crianças têm dificuldades na aprendizagem, são


alunos que acabam fracassando na escola regular e que por esse motivo acaba indo
para a escola especial.
Combinar a igualdade e a diferença no processo escolar é andar no fio da
navalha. O certo, porém, é que os alunos jamais deveriam ser desvalorizados e
inferiorizados pelas suas diferenças, seja nas escolas comuns, seja nas especiais.
(MANTOAN, 2006, p.22).
Não podemos de forma alguma desvalorizar o aluno que tem dificuldade, pois
a educação é direito de todos, eles fazem parte da sociedade.
O sistema educacional diante das mudanças tem passado por vários
processos de dificuldades e uma delas é a garantia de uma boa escola para todos. A
inclusão no Brasil ainda caminha muito devagar e são poucas as escolas que dão
suportes para essas crianças com deficiência; muitas Instituições ainda não têm
uma estrutura adequada e professores qualificados para melhor atender esses
alunos.
A inclusão ainda não é bem recebida nas escolas, algumas mudanças ainda
não ficaram muito claras na rede regular de ensino; sem essas mudanças não se
consegue que todos os alunos, deficientes ou não, sejam aceitos nas escolas
comuns.
Conforme Mantoan (2006, p.23), “O ensino escolar brasileiro continua aberto
a poucos, e essa situação se acentua drasticamente no caso de alunos com
deficiência”. Nesse sentido, a autora, assim como artigos, livros e palestras que
tratam do tema e insistem na transformação da prática de ensino comum especial
como garantia da inclusão, demonstra preocupação ao dizer que “a inclusão é um
motivo e consequência de uma educação de qualidade e aberta às diferenças”.
(p.24).
A educação inclusiva pode e deve ser de qualidade e atender toda a
diferença. Atualmente, vive-se o processo de construção da inclusão que no
decorrer da história vai registrando as mudanças de paradigmas.

3.2 A Importância do professor apoio na sala de aula

Como já foi dito, muitos são os desafios a serem enfrentados para que se
possa conseguir a educação para todos. “Um deles é não permitir que esse direito
20

seja traduzido meramente como cumprimento da obrigação de matricular e manter


alunos com necessidades educacionais especiais em classes comuns”, afirma
Mantoan (2006 p.35).
Segundo a autora, o aluno com deficiência não deve ser matriculado na
escola comum porque é obrigatório, mas para valer o seu direito de estudar numa
escola regular com crianças consideradas normais.
A escola deve ser um lugar de aprendizagem para alunos especiais e, para
tanto, precisa aprimorar a proposta pedagógica para atender essa clientela. A
Constituição Federal de 88 (art. 205. inc. III) aponta que o Estado deve garantir um
atendimento educacional especializado aos portadores de necessidades especiais,
inclusive, na rede regular de ensino.
Sobre a inclusão, é preciso salientar que muitas mudanças ainda são
necessárias no processo ensino-aprendizagem de deficientes, dentre elas, as
concepções sobre a forma de ensinar do professor e como essas crianças
aprendem no seu contexto sócio-cultural.
A inclusão do aluno deficiente na sala de aula muitas vezes não é fácil, mas
também não é impossível. Na sala de aula, os planos quase sempre são destinados
àquelas crianças que não têm nenhuma dificuldade; assim sendo, várias vezes o
aluno com necessidades se sente sozinho, abandonado, pois não consegue
acompanhar a turma; e a professora muitas vezes até oferece ajuda, mas dentro dos
seus limites, pois precisa administrar bem o seu tempo.
Com isso, muitas vezes o aluno com deficiência recebe uma simples
orientação para as atividades que são propostas a ele, ou repete a mesma atividade
já realizada.
A Lei n°9394/96, no artigo 59, afirma que as escolas devem assegurar aos
alunos deficientes métodos e recursos que atendam às suas necessidades. Mas o
trabalho pedagógico inclusivo vem sendo muito difícil principalmente na
alfabetização, tornando-se um grande desafio para o professor alfabetizador, que
conta, na maioria das vezes, com um apoio na sala de aula para ajudá-lo com essas
crianças. Nesse caso, as crianças acabam ficando um pouco prejudicadas, pois o
professor precisa passar o conteúdo e os alunos não conseguem acompanhar.
Na proposta de educação inclusiva, acredita-se que é de fundamental
importância um sistema de apoio para lidar com as crianças que necessitam de
acompanhamento individual. Assim sendo, o monitor apoio significa muito dentro da
21

sala de aula com o aluno deficiente, pois ele é quem vai ajudar esse aluno nas suas
atividades escolares diárias.
Sabe-se que, para que o trabalho do monitor seja eficaz e eficiente, é preciso
que tenha conhecimento prévio e domínio do conteúdo que será trabalhado na sala
de aula e que participe dos planejamentos pedagógicos, pois é ele quem auxilia os
alunos deficientes e complementa os conteúdos repassados pelo regente.
Além disso, são muitas as funções do monitor de apoio, com destaque para a
observação das necessidades dos alunos deficientes e avaliação do processo
ensino-aprendizagem em seu sentido mais amplo, ou seja, uma avaliação que
abranja comportamentos, ritmos, níveis de conhecimentos e experiências.
No próximo tópico, serão relatados, descritos e analisados os instrumentos da
pesquisa de campo, com o intuito de ampliar a compreensão do processo de
inclusão e participação do monitor nesse processo.

.
22

4 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DO INSRUMENTO DE PESQUISA

Esta pesquisa foi realizada em quatro escolas da rede particular de ensino de


Pará de Minas, onde estudam crianças deficientes e contou com a participação de
nove profissionais, sendo quatro monitores e cinco professores que trabalham na
Educação Infantil e séries iniciais (1ª à 5ª) do Ensino Fundamental, com o objetivo
de pesquisar a importância do monitor na escola comum de ensino com crianças
deficientes.
Foi utilizada a pesquisa quantitativa e como instrumento de dados um
questionário (Anexos A e B), contendo sete questões abertas e fechadas sobre a
importância do monitor na escola comum de ensino.

4.1 Análise de dados

Para dar credibilidade e seriedade aos trabalhos realizados durante esta


pesquisa, as identificações dos participantes, bem como as referidas escolas, foram
mantidas em sigilo. Assim, os respondentes foram nomeados da seguinte forma:
grupo A – Monitor A, B, C e D; grupo B: Professor A, B, C, D e E.

4.1.1 Análise do questionário aplicado aos monitores

GRÁFICO 1 – Importância do trabalho do monitor

Fonte: Dados da pesquisa, 2013, elaborada pela autora.


23

Na questão 1(um), quando questionados se o trabalho do monitor era


importante na sala de aula, os respondentes em sua totalidade disseram que sim.
O trabalho do monitor é de suma importância na escola, pois os alunos
deficientes precisam de um apoio para ajudá-los nas suas atividades dentro da sala
de aula e até mesmo fora dela, já que o professor titular muitas vezes não consegue
conciliar seu tempo para ajudar esses alunos.
O trabalho do monitor não parece ser tão fácil, pois ele tem uma
responsabilidade com esse aluno e com esse professor

GRÁFICO 2 - Necessidade de conhecimento sobre inclusão pelo monitor

Fonte: Dados da pesquisa, 2013, elaborada pela autora.

Ao serem questionados se o monitor deve ter um conhecimento mais amplo


sobre inclusão para acompanhar uma criança deficiente, todos os entrevistados
responderam que sim.
Essa questão é de fato muito importante, porque o aluno deficiente precisa de
um atendimento individual e com uma atenção maior; assim sendo, saber um pouco
sobre qual são suas limitações e suas dificuldades é fundamental para se fazer um
bom trabalho.
Conforme dito anteriormente, o monitor precisa estar atento no sentido de
descobrir em que a criança apresenta mais dificuldade, além de conhecer um pouco
da vida desse aluno, como é sua rotina diária para melhor atendê-la.
24

GRÁFICO 3 – Orientação sobre o papel do monitor

Fonte: Dados da pesquisa, 2013, elaborada pela autora.

A questão três (3) teve como objetivo indagar dos respondentes se eles
receberam orientações sobre o papel do monitor na sala de aula. Do grupo
analisado, 25% responderam ‘sim’ e a maioria (75%) afirmou que não obtiveram
informações a respeito.
Entende-se que, o trabalho do monitor só contribuirá para a evolução da
turma, se ele estiver bem orientado no sentido de conhecer e praticar suas devidas
funções. Conforme consideração feita pela Professora A, na questão 7:

... para que o trabalho do monitor contribua com a evolução da turma, é


importante que ele seja orientado e tenha suas funções bem definidas.
Assim, a presença desse profissional na sala de aula representará não só
um suporte para o professor, bem como para as crianças com necessidades
especiais, (Sic).

GRÁFICO 4 - Monitor X turma de alunos com deficiência

Fonte: Dados da pesquisa, 2013, elaborada pela autora.


25

Aos serem questionados se todas as turmas com crianças deficientes têm um


monitor, a maioria dos monitores (75%) respondeu sim; o restante (25%) respondeu
‘não’.
Esse resultado leva a entender que a inclusão desses alunos na sala de aula
ainda gera um pouco de discussão, embora eles tenham direito de estudar em uma
escola comum. Muitas vezes as escolas acolhem o aluno deficiente, mas não
oferecem um monitor para auxiliá-lo nas suas atividades escolares. Essa situação
acaba por ‘excluir’ esse aluno que fica na sala sozinho. Na verdade, a professora
tenta de alguma forma incluí-lo na turma, mas essa tarefa é quase impossível,
porque ela não tem apenas aquele aluno para acompanhar. E, é nesse contexto que
entra o papel do monitor, pois se o aluno tiver um apoio individual ele não ficará
sozinho.
Vale ressaltar que, apesar de várias leis educacionais preverem uma
assistência diferenciada para os alunos deficientes em escola comum, não depende
do professor ou da própria escola ter ou não um monitor para auxiliar o aluno e/ou o
regente na sala de aula.

GRÁFICO 5 - O monitor é visto como um professor

Fonte: Dados da pesquisa, 2013, elaborada pela autora.

Já na questão cinco (5), quando interrogados se o monitor é visto como um


professor, houve um empate no resultado, ou seja, 50% disseram sim e outros 50%
acham que não. Esse resultado deixa claro que ainda não há um consenso, por
parte dos monitores, sobre o seu verdadeiro papel. Talvez essa dúvida esteja
relacionada com os quesitos considerados básicos exigidos ao exercício do cargo de
26

monitor, quais sejam: ter alguns conhecimentos prévios, ter um domínio de sala,
participar da elaboração de atividades didático-pedagógicas, etc.

GRÁFICO 6 - Reconhecimento do trabalho do monitor pelo professor


titular

Fonte: Dados da pesquisa, 2013, elaborada pela autora.

Ao serem entrevistados se o trabalho do monitor é reconhecido pelo


professor, todos os monitores responderam ‘sim’.

GRÁFICO 7 - Contribuição do trabalho do monitor no processo-aprendizagem


do aluno

Fonte: Dados da pesquisa, 2013, elaborada pela autora.


27

Quando questionados se o trabalho do monitor contribui de forma efetiva para


o aprendizado do aluno deficiente, todos os respondentes disseram que sim. Eles
próprios consideram essencial a sua contribuição no processo ensino-aprendizagem
da criança especial.

4.1.2 Análise do questionário aplicado aos professores

GRAFICO 8 - Importância do trabalho de monitor na sala de aula

Fonte: Dados da pesquisa, 2013, elaborada pela autora.

Ao questionar os professores sobre a importância do trabalho do monitor na


sala de aula, pelo resultado, entende-se que todos acreditam ser de relevância esse
papel. Essa unanimidade deixa em evidência o quanto o professor sente a
necessidade de um elemento de apoio em turmas que acolhem crianças deficientes.

GRÁFICO 9 - Necessidade de conhecimento sobre inclusão pelo monitor

Fonte: Dados da pesquisa, 2013, elaborada pela autora.


28

Com relação à necessidade de o monitor ter um conhecimento mais amplo


sobre inclusão para acompanhar uma criança deficiente, os entrevistados em sua
totalidade responderam que sim (100%).

GRÁFICO 10 - Orientação sobre o papel do monitor

Fonte: Dados da pesquisa, 2013, elaborada pela autora.

Sobre a quarta questão, que investigava se o professor recebeu orientações


sobre o papel do monitor na sala de aula, a maioria disse ‘não’ (60%); menos da
metade (40%) disse ‘sim’. Pelo resultado, pode-se concluir que ainda falta
compromisso dos grupos gestores com relação ao processo inclusivo, pois todos os
envolvidos nessa tarefa deveriam ser preparados para tal.

GRÁFICO 11 - Monitor X turma de alunos com deficiência

Fonte: Dados da pesquisa, 2013, elaborada pela autora.


29

Aos serem questionados se todas as turmas com crianças deficientes têm um


monitor, a maioria dos professores respondeu que sim (80%); apenas 20%
responderam ‘não’.

GRÁFICO 12 - O monitor é visto como um professor

Fonte: Dados da pesquisa, 2013, elaborada pela autora.

Pela análise do gráfico acima, verifica-se que a maioria dos participantes


considera que o monitor é visto como um professor (60%) e o restante (40%)
disseram que não o vê como tal. Esse resultado deixa uma dúvida quanto ao papel
do monitor: será que essa maioria que vê o monitor como professor está invertendo
os papéis? Ou assim responderam pelo fato de as pessoas que estão fora do
contexto escolar tratam os dois – ele, o professor e o monitor – em igualdade de
função?

Gráfico 13- Reconhecimento do trabalho do monitor pelo professor titular

Fonte: Dados da pesquisa 2013, elaborada pela autora.


30

Sobre o reconhecimento do trabalho do monitor, os professores foram


unânimes ao dizerem que o monitor facilita efetivamente o processo ensino-
aprendizagem do aluno deficiente. Entende-se que, se o aluno deficiente precisa
de um monitor para auxiliá-lo nas suas tarefas e o docente não consegue atender a
todos com a devida atenção, e se o monitor faz seu trabalho com seriedade,
acatando as orientações do educador e o ajudando no que for necessário, não tem
motivos de o professor ‘irreconhecer’ a importância desse monitor.

Gráfico 14 – Interferência do monitor no trabalho do professor

Fonte: Dados da pesquisa 2013, elaborada pela autora.

Ao serem questionados se o monitor interfere ou não de forma negativa no


trabalho do professor, os entrevistados responderam que não, e colocaram algumas
observações, justificando suas respostas. A seguir, serão citadas as principais
considerações feitas na pergunta 7 por esse grupo (B).

 O trabalho do monitor não me inibe, só me ajuda, pois eu não posso


ficar somente com aluno com deficiência, enquanto que o monitor é
exclusivo do aluno.
Na verdade, o monitor é o “professor” juntamente comigo para o aluno
deficiente. Passo todas as atividades para o monitor e ele me ajuda a ajudar
o aluno com eficiência. (sic) (PROFESSOR B).

 O monitor auxilia no trabalho em sala de aula, favorecendo ainda


mais o processo de aprendizado do educando. (Sic) (PROFESSOR D).

 O monitor recebe as minhas instruções e passa para o meu aluno.


Enriquecendo sempre o nosso trabalho em equipe. (Sic) (PROFESSOR E).
31

4.2 Análise dos resultados

Após analisar minuciosamente os instrumentos de pesquisa aplicados aos


dois grupos (A e B), pôde-se observar o seguinte:
 Com relação à importância do trabalho do monitor, ambos os grupos, em
sua totalidade, consideram essa tarefa de grande valia.

 Sobre a necessidade de ter conhecimentos sobre a inclusão por parte do


monitores, todos os responderam julgaram ser imprescindível.

 No que diz respeito à obtenção de orientações sobre o papel do monitor,


houve uma inversão nos resultados, ou seja, a maioria dos que deveriam receber
tais informações, no caso o monitor, alegou não ter recebido.

 Sobre a presença de um monitor em sala de aula com aluno deficiente, o


resultado ficou praticamente equiparado.

 No quesito que questiona se o monitor é visto como um professor, os


resultados ficam bem próximos.

 Quanto à contribuição efetiva do monitor no processo ensino-aprendizagem,


ambos os grupos reconheceram totalmente que o monitor é um facilitador desse
processo.

 Sobre a interferência de forma negativa do monitor nas ações do professor,


todos os professores disseram que não há influência negativa em seus trabalhos por
parte dos monitores.
32

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Após este estudo, pôde-se concluir que a inclusão vem acontecendo de forma
lenta, ainda há muitas barreiras e obstáculos a serem vencidos.
O trabalho do monitor é muito importante para facilitar o processo ensino
aprendizagem do aluno com deficiência. O apoio do monitor na rotina de sala de
aula facilita a realização das atividades pedagógicas, já que a atenção ao aluno é
individual e favorece a busca de novas estratégias e adaptações.
Não são todas as escolas que possuem monitores e muitas das vezes a falta
do monitor dificulta o trabalho do professor. Uma das principais dificuldades para o
desenvolvimento do trabalho de qualidade com um aluno com deficiência é o grande
número de alunos nas salas de aula, o que faz com que o professor não tenha
condições de oferecer um apoio mais individualizado a seus alunos, fato que
interfere não só para o aluno com deficiência, mas para toda a turma.
É possível concluir também que a relação entre os monitores e os
professores é bastante tranquila, o trabalho é de parceria, o que facilita e melhora a
qualidade do ensino. Não existe uma rivalidade entre as funções, se o trabalho é
realizado de forma profissional, o monitor se torna uma estratégia facilitadora do
processo de inclusão do aluno com deficiência.
Analisando a situação educacional no Brasil, pôde-se perceber que a inclusão
ainda não é bem vista e respeitada pela sociedade e educadores, as pessoas têm
certo receio de aceitar a inclusão, talvez por não saber de forma clara o que é a
educação inclusiva. A educação é direito para todos, como cita a Constituição
Federal de 88. No entanto, essa não é a realidade no Brasil. Mesmo sendo
obrigatória a inclusão de alunos deficientes nas escolas, públicas ou privadas, o
sistema de ensino brasileiro ainda não está estruturado para receber e nem oferecer
esse serviço aos que delas precisam. E como visto nessa pesquisa, ainda faltam
profissionais de apoio para acompanhar essas crianças.
A inclusão não diz respeito só ao aluno, mas também à escola e ao professor
que vai receber esse aluno.
Ao receber um aluno ‘diferente’ na sala de aula da escola comum, o professor
deve rever sua postura e suas práticas pedagógicas.
Nesse contexto, o professor vai precisar de um monitor ou de um professor
apoio para ajudá-lo com esse aluno na sala de aula para tentar sanar suas
33

dificuldades. No entanto, é fundamental que o professor e o monitor trabalhem


juntos para conseguir um bom desempenho com a turma e o aluno especial.
Conforme os resultados da pesquisa, o trabalho do ‘profissional apoio’ é de
suma importância para todos que estão envolvidos no processo de ensino-
aprendizagem das crianças que necessitam de um acompanhamento mais
individualizado.
“Aceitar e valorizar a diversidade é o primeiro passo para fazer parte de um
processo inclusivo, e de criação de uma escola de qualidade para todos”. (Autor
desconhecido).
34

REFERÊNCIAS

CERVO, Amado Luiz; BERVIAN, Pedro Alcino. Metodologia científica 5.ed. São
Paulo: Prendesse Hall, 2002.

BARCELOS, Natália de Freitas. Inclusão, um olhar sobre as diferenças: os desafios


da inclusão dos alunos com deficiência auditiva no ensino regular. TCC (Letras)
Faculdade de Pará de Minas, Pará de Minas, 2008.

BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Disponível em


<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm>. Acesso em: 22
abr 2013.

BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional - LDB nº 9394/96.


Disponível em < http://portal.mec.gov.br/arquivos/pdf/ldb.pdf>. Acesso em : 15 mar
2013.

FACULDADE DE PARÁ DE MINAS. Normas gerais para apresentação de


trabalhos acadêmicos/Uli Rodrigues; Pará de Minas: FAPAM, 2011.

GIL, Antônio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 5. ed. São Paulo: Atlas,
2010.

GOÉS, Maria Cecília Rafael de; LAPLENE, Adriana Lia Friszman de. Políticas e
práticas de educação inclusiva. 2. ed. Campinas, São Paulo: Autores Associados,
2007.

MANTOAN, Maria Tereza Eglér. A integração de pessoas com deficiência:


contribuições para uma reflexão sobre o tema. São Paulo, Memnon: Editora
SENAC, São Paulo, 1997.

MANTOAN, Maria Tereza Eglér. Igualdade e diferenças na escola; como andar no


fio da navalha. In: MANTOAN, Maria Tereza Eglér; PRIETO, Rosângela Gavioli.
ARANTES, Valeria Amorim (org.). Inclusão escolar, pontos e contrapontos. São
Paulo: Summus, 2006.

MANTOAN, Maria Tereza Eglér. Inclusão escolar: o que é? Por quê? Como
fazer? São Paulo: Moderna, 2006a.

MAZZOTA, Marcos José Silveira. Educação especial no Brasil, histórias e


política pública. São Paulo: Cortez, 2005 e 2011.

MINAS GERAIS. Constituição do Estado de Minas Gerais. Disponível em


<http://www.almg.gov.br/opencms/export/sites/default/consulte/legislacao/Downloads
/pdfs/ConstituicaoEstadual.pdf>. Acesso em 27 maio 2013.

RESOLUÇÃO CNE/CEB Nº 2, DE 11 DE SETEMBRO DE 2001. Disponível em


<(http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/CEB0201.pdf>. Acesso em 29 maio 2013.
35

UNESCO /Ministério da Educação e cultura da Espanha (1994).Declaração de


Salamanca e linha de ação sobre necessidades. Coordenadora Nacional para
Integração da Pessoa Portadora de Deficiência - Corde.
36

ANEXOS
37

ANEXO A - Questionário aplicado a monitores de escolas particulares de Pará


de Minas

FAPAM- Faculdade de Pará de Minas


Entrevistadora: Maria José Aparecida de Lima
Pseudônimo: Entrevistado(a) __
Este questionário foi elaborado com objetivo de pesquisar a importância do monitor
na sala de aula com crianças especiais. Para o bom andamento da pesquisa é
fundamental muita seriedade nas respostas.
Agradeço sua colaboração e honestidade nas respostas.

QUESTIONÁRIO

1) Você acha importante o trabalho do monitor na sala de aula?


( ) SIM ( )NÃO
2) O monitor para acompanhar uma criança com necessidades especial, precisa ter
um conhecimento mais amplo sobre inclusão?
( )SIM ( )NÃO
3) Você recebeu da escola, orientação de qual é o papel do monitor?
( )SIM ( )NÃO

4) Você acredita que todas as turmas que tenham alunos com deficiência
necessitam de um monitor?
( )SIM ( )NÃO
5) Em sua opinião, você, monitor, é visto também como um professor?
( )SIM ( )NÃO
6) O seu trabalho como monitor é reconhecido pelo professor titular na sala de aula?
( )SIM ( )NÃO
7) O trabalho do monitor contribui de forma efetiva para facilitar o processo-
aprendizagem do aluno?
( )SIM ( )NÃO
38

ANEXO B - Questionário aplicado a professores de escolas particulares de


Pará de Minas

FAPAM- Faculdade de Pará de Minas


Entrevistadora: Maria José Aparecida de Lima
Pseudônimo: Entrevistado(a) ___
Este questionário foi elaborado com objetivo de pesquisar a importância do monitor
na sala de aula com crianças especiais. Para o bom andamento da pesquisa é
fundamental muita seriedade nas respostas.
Agradeço sua colaboração e honestidade nas respostas.

QUESTIONÁRIO

1) Você acha importante o trabalho do monitor na sala de aula?


( ) SIM ( )NÃO
2) O monitor para acompanhar uma criança com necessidades especial, precisa ter
um conhecimento mais amplo sobre inclusão?
( )SIM ( )NÃO
3) Você recebeu da escola, orientação de qual é o papel do monitor?
( )SIM ( )NÃO

4) Você acredita que todas as turmas que tenham alunos com deficiência
necessitam de um monitor?
( )SIM ( )NÃO

5) Em sua opinião, o monitor é visto também como um professor?


( )SIM ( )NÃO

6) O trabalho do monitor contribui de forma efetiva para facilitar o processo-


aprendizagem do aluno?
( )SIM ( )NÃO
39

7) O trabalho do monitor interfere, em algum aspecto, de forma negativa no seu


trabalho como professor?

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