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FICHAMENTO: RABELO, R. F.

Plano de Metas e consolidação do capitalismo


industrial no Brasil. E & G Economia e Gestão, Belo Horizonte, v. 2 e 3, n. 4 e
5, p. 44-55, dez. 2002/jul. 2003.

O presente artigo apresenta uma análise da economia brasileira no


período de 1955-61 com o intuito de demonstrar como o “Plano de Metas”, do
governo JK, foi adequado para a promoção do desenvolvimento econômico
brasileiro. O autor aponta que este foi o momento da consolidação do
capitalismo industrial no Brasil.
O governo JK elege como prioridade em seu governo um plano de
desenvolvimento, e não de estabilização. Essa opção é pautada por diversos
fatores, como o esgotamento do modelo de “crescimento para fora”, apontando
para a necessidade de desenvolvimento do mercado interno. Neste momento,
os desequilíbrios na economia só seriam corrigidos com a rejeição dos planos
de contenção e com o avanço do processo de industrialização.
Outro aspecto importante diz respeito a ideia de que o planejamento é a
única forma de transição de um modelo de desenvolvimento “para fora”, para
um desenvolvimento voltado “para dentro”. Neste sentido, entende-se que o
Estado deve assumir um novo papel nas economias latino-americanas, sendo
este instrumentalizado para suportar e dar amparo à industrialização, ao
mesmo tempo que, como representante da nação, deve adotar medidas contra
a “lógica do mercado” mas que favoreçam o desenvolvimento.
Com base no amplo consenso de distintas origens teóricas e políticas,
forjou-se uma base importante de apoio ao projeto desenvolvimentista de
implantação de um novo padrão de acumulação de capital. Para que ocorresse
a consolidação do capitalismo industrial brasileiro, foi necessária a alteração de
elementos fundamentais na economia brasileira, principalmente no que diz
respeito ao papel do Estado e do capital estrangeiro.
O “Programa de Metas” partia de um diagnóstico de “pontos de
estrangulamento” da economia nacional situado nos setores de infra-estrutura,
indústria de bens intermediário e industria de bens de equipamentos. Essa
política econômica de JK obteve sucesso importante na transição da economia
para o capitalismo industrial “maduro”. O Plano de Metas em conjunto com as
medida adotadas pelo governo para sua implementação resultaram em um
novo papel do e Estado para a economia, o qual irá se diferenciar do Welfare
State ou do Estado forte getulista, assim como, do Estado liberal. O Estado
surgiu como um grande instrumento de acumulação de capital, incentivando o
capital estrangeiro e viabilizando investimentos do capital privado nacional, o
que propiciou a transição para um novo padrão de acumulação.
O novo padrão de acumulação teve seus efeitos negativos do ponto de
vista de distribuição de renda, o que pode ser observado através dos índices
estagnados ou decrescente dos salários reais no período, e também, relativos
ao processo de financiamento dos pesados investimentos realizados. Como é
apontado no artigo, “Ao dar saltos importantes no processo de acumulação de
capital, sem criar mecanismos adequados para seu financiamento, o
capitalismo brasileiro resolve, como mostra Singer, o problema da captação e
alocação de recursos via mecanismos que acabam por gerar inflação”.
Observou-se que a adoção de um plano de desenvolvimento ao invés de
um plano de estabilização monetária foi preponderante para ultrapassar a fase
de “industrialização restringida”. Observa-se, no entanto, que este grande salto
econômico, com a transição para um capitalismo industrial mais maduro, não
fora isento de contradições e problemas, os quais representaram a
continuidade de problemas estruturais “que em alguns casos têm origens no
período colonial”.

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