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COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
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I – A ORAÇÃO
1. Definição.
Segundo o Pr. Gordon Lindsay, “orar não é um recurso extremo a que alguém
recorra em uma emergência. Orar é parte integrante da nossa vida cotidiana.
Quando aprendemos o segredo de orar, a vida se converte em uma sequência de
milagres”.1
1
Em Prayer That Moves Mountains. (Oração que Transporta Montes). Rio de Janeiro, Graça, 2002.
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2. Exemplos bíblicos.
Assim como nos dias atuais – ou pelo menos deveria ser –, a oração no
Antigo Testamento era um canal permanente de comunicação entre Deus e o seu
povo.
Vejamos, a seguir, exemplos de oração que impactaram o Antigo Testamento.
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3. Jesus e a prática da oração (Mt 14. 23).
Ficar a sós consigo mesmo, por alguns momentos, era uma importante
prioridade para Jesus (v. 13). Ele, de certo, encontrava tempo em sua ocupada
agenda para estar a sós com o Pai.
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3. As vãs repetições (v.7).
1. O nosso Deus.
Antes de iniciarmos nosso comentário sobre a oração do Pai Nosso, quero lhe
convidar a refletir nas palavras de William Barclay, sobre referido tema:
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Esta oração é frequentemente chamada de “Oração do Senhor”, pois Jesus –
o Mestre por Excelência a ensinou aos seus discípulos, logo, também se refere a
nós, seus discípulos longinquamente daqueles idos.
Destarte, ela pode e deve ser um padrão para as nossas orações diárias.
Primeiro devemos louvar a Deus e pedir que seu Reino seja ampliado aqui na terra,
depois apresentar nossas reais necessidades e solicitar ajuda para nossas lutas e
enfrentamentos cotidianos.
A bela e sonora frase latina “Pater noster qui in caelis es” (Pai nosso, que
estás nos céus, v. 9), indica que Deus não é apenas majestoso e santo, mas
também pessoal e amoroso. A primeira proposição desta oração modelo é uma
declaração de louvor e um compromisso de honrar e respeitar o nome santo de
Deus. Como bem nos diz Barclay:
“As primeiras três têm que ver com Deus e com a glória de Deus; as
últimas petições (três também) têm que ver conosco e nossas
necessidades. Quer dizer, Deus recebe, em primeiro lugar, o lugar
supremo, e só então nos voltamos para nossas necessidades e desejos.
Somente quando se dá a Deus seu lugar próprio todo o resto passa a
ocupar o lugar que lhe corresponde. A oração nunca deve ser um intento
de mudar a vontade de Deus para adequá-la aos nossos desejos. A
oração, quando é autêntica, sempre é um intento de submeter nossa
vontade à vontade de Deus”.
Logo, quando oramos (v. 10) “Seja feita a sua vontade”, não nos estamos
entregando ao destino, mas orando para que o propósito perfeito de Deus se
cumpra tanto neste mundo como no vindouro.
Ainda, neste mesmo décimo versículo, a frase primeira “Venha o teu Reino”, é
uma referência ao reinado espiritual de Deus, não à libertação de Israel do domínio
de Roma, ainda que escatologicamente falando, tenha que ver com a preservação e
liberação da nação de Israel de seus inimigos físicos. O Reino de Deus foi
anunciado na aliança com Abraão (Mt 8.11; Lc 13.28), está presente no reinado de
Cristo no coração dos crentes ( Lc 17.21) e será completamente estabelecido
quando todo o mal for destruído e Deus designar um novo céu e uma nova terra (Ap
21.1). Logo, ouçamos Barclay:
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Estar no Reino é obedecer a vontade de Deus. Imediatamente percebemos
que o Reino de Deus não tem que ver primordialmente com as nações, os
reino e os países deste mundo. É algo que tem que ver com cada um de
nós. O Reino é o mais pessoal que há sobre a Terra. O Reino exige a
submissão de minha vontade, de meu coração, de minha vida. Só quando
cada um de nós tomou a decisão pessoal de submeter-se à vontade de
Deus, vem o Reino. Os cristãos chineses repetiam freqüentemente uma
oração que chegou a ser bem conhecida de muitos: "Senhor, reavive Tua
Igreja. começando por mim." E poderíamos parafrasear estas palavras
dizendo: "Senhor, traz o Teu Reino, começando por mim." Orar pelo Reino
de Deus é orar pela submissão total de nossa vontade à vontade de Deus.
Portanto, não nos livre apenas do mal, mas, sobretudo, do Maligno. Ouçamos
Barclay mais uma vez:
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É evidente que esta petição não deveria traduzir-se: “Livra-nos do mal”, mas
sim como na versão Hispano-americana, “Livra-nos do Maligno”. A Bíblia
não concebe o mal como um princípio abstrato, como uma força imaterial,
mas sim como um poder ativo e pessoal, que se opõe a Deus. É muito
interessante repassar o desenvolvimento da idéia de Satanás na Bíblia. Em
hebreu a palavra Satanás significa simplesmente adversário. Pode ser
aplicada aos seres humanos. O adversário de alguém é seu satanás. Os
filisteus, por exemplo, têm medo de que Davi se converta em seu satanás (1
Samuel 29:4). Salomão declara que Deus lhe deu tanta prosperidade e paz
que não resta satanás algum (1 Reis 5:4). Davi considera que os filhos de
Zeruia são seus "satanases" (2 Samuel 19:22). Em todos estes casos
nossas Bíblias traduzem Satanás por adversário ou inimigo. Posteriormente,
a palavra "Satanás" passou a significar “aquele que acusa a alguém ante os
tribunais”. Só então a palavra, por dizê-lo de uma maneira gráfica, levanta
vôo, e passa ao céu. Os judeus acreditavam que no céu havia um anjo cuja
tarefa era acusar aos homens ante Deus, agindo como promotor do tribunal
eterno; e esse anjo era Satanás, porque cumpria a função de um “satanás”
(acusador).
CONCLUSÃO
Portanto, como bem escreveu o comentarista da Lição: “Note que Jesus não
está mandando ninguém orar no discurso do Sermão do Monte. Ele disse: ‘quando
orardes’ (v.5); isso revela que a oração já era hábito do povo israelita, costume
preservado desde o Antigo Testamento (Sl 55.17; Dn 6.10)”.
Assim, bendizemos ao Senhor Jesus com este lindo coro – extraído do Hino
de número 296 da nossa Harpa Cristã –, tendo por certo “que a oração deve ser
uma prática contínua dos cristãos”.