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Knud llleris
truções teóricas sobre a aprendizagem, que são mais ou menos compatíveis ou mensões, diferentes tipos de aprendizagem e obstáculos a ela, que, para mim,
competitivas no mercado acadêmico global. A ideia básica da abordagem à são os elementos cenüais da sua compreensão. Também são encontradas as
aprendizagem apresentada neste capítulo baseia-se em uma ampla seleção condições internas e extemas específicas que não apenas influenciam, mas estão
dãs melhores dessas constmções, adiciona novas üsões e perspectivas e, desse envolüdas diretamente na aprendizagem. E, finalmente, também estão envolvi-
modo, desenvolve uma compreensão ou modelo geral, que busca oferecer das as aplicações possíveis da aprendizagem. Explicarei agora essas cinco áreas,
uma síntese geral e atual do camPo" enÍatízando alguns dos aspectos mais importantes de cada uma delas.
A aprendizagem pode ser definida de maneira ampla, como "qualquer
processo que, em organismos vivos, leve a uma mudança permanente em
õapacidades e que não se deva unicamente ao amadurecimento biológico ou OS DOIS PROCESSOS BASICOS E AS
ao envelhecimento" (Illeris, 2O07, p.3). Optei deliberadamente por essa for-
TRÊS DIMENSÕES DA APRENDIZAGÊM
mulação aberta porque o conceito de aprendizagem inclui um conjunto mui-
to amplo e complicado de processos, e uma compreensão abrangente não é A primeira condição importante a entender é que toda aprendizagem
apenas uma questão da natureza do próprio processo de aprendizagem. EIa acaÍreta a integração de dois processos muito diferentes: um processo externo
também deve incluir todas as condições que influenciem e sejam influencia- de interação entre o indiúduo e seu ambiente social, cultural ou material, e um
4as por esse processo. A Figura 1.1 mostra as principais áreas envolüdas
ea
processo psicológico interno de elaboração e aquisição.
estrutura das suas conexões mútuas. Muitas teorias da aprendizagem lidam apenas com um desses proces-
sos, o que, é claro, não significa que estejam erradas ou não sejam válidas,
ESTRUTURA DATEORIA pois eles podem ser estudados sepaÍadamente. Todaüa, isso significa que não
BASE cobrem todo o campo da aprendizagem. Desse modo, por exemplo, pode-se
Biologia dizer que as tradicionais teorias behavioristas e cognitivas da aprendizagem se
Psicologia concentram apenas no processo psicológico interno. Também se pode dizer o
a
Ciência social
g mesmo de certas teorias modernas da aprendizagem social, que - às vezes em
oposição a ele - chamam atenção apenas para o processo externo de intera-
coNDrçÕEs
APRENDIZAGEM
coNDrçÕEs ção. Não obstante, parece evidente que os dois processos devem estar ativa-
EXTERNAS
INTERNAS
Dìsposições
ldade
+ Estruturas
Tipos de aprendizagem
(= Espaço de aprendizagem
Sociedade
mente envolvidos para que haja qualquer forma de aprendizagem.
Ao construir meu modelo do campo da aprendizagem (Figura 1.2), come-
Obstáculos
Situação objetiva
cei representando o processo interno de interação como uma dupla seta venical
Sìtuação subjetiva
entre o anbiente, que é a base geral e, portanto, colocada na base, e o indiúduo,
! a que é o aprendiz especrfico e, portanto, colocado no topo.
APLTCAçÃO A segui4 acrescentei o processo psicológico de aquisição como outra
Pedagogia seta dupla. Este um processo interno ao indiúduo e, portanto, deve ser colo-
Políticas de aprendizagem cado no polo superior do processo de interação. Ademais, é um processo de
inter-relação integrada entre duas funções psicológicas iguais envolvidas em
Figura 1.1 As principais áreas de estudo da aprendizagem qualquer forma de aprendizagem, a saber, a função de administrar o conteú-
do da aprendizagem e a função de incentivo e de prover e direcionar a ener-
gia mental necessária que move o processo. Assim, a seta dupla do processo
No topo, coloquei a base da teoria da aprendizagem, isto é, as áreas
de conhecimento e compreensão que, em minha opinião, devem fundamen- de aquisição é colocada horizontalmente no topo do processo de interação e
tar o desenvolvimento de uma construção teórica abrangente e coerente' entre os polos do conteúdo e incentivo - e deve-se enfatizar que essa seta
EIas incluem todas as condições psicológicas, biológicas e sociais que estão significa que essas duas funções sempre estão envolvidas e, geralmente, de
envolvidas em qualquer forma de aprendizagem. Abaixo, encontra-se a caixa maneira integrada.
central representando a aprendizagem em si, incluindo seus pÍocessos e di-
18 Knud llleris (Org.) Teorias contem nêas 79
INCENTIVO
CONTEÚDO a neurologia avançada provou que ambas as.áreas sempre estão envolvidas
aquisição
no processo de aprendizagem, exceto em casos de lesão cerebral muito seve-
INDIVIDUAL ra (Damasio, 7994).
conhecimento motivação
entendimento emoção
habilidades volição
AMBIENTE
agir, métodos, estratégias, etc. podem estar envolvidas como conteúdo da ÇÃo
aprendizagem e contribuir para construir a cornpreensão e a capacidade do
aprendiz. A busca do indivíduo envolve construir signifícado e capacídqde
pãra hdar com os desafios da vida prática e, assim, desenvolver :Uimafuncio-
INTEGRAÇÃO
nalídqde pessoal geral.
A ãimensão do íncentivo proporciona e direciona a energia mental Figura 'l .3 As três dimensões da aprendizagem e do desenvolvímento de compe-
tências.
necessária para o processo de aprendizagem. Ela compreende elementos co-
mo sentimentos, emoções, motivação e volição. sua função, em última aná-
Iise, é garantir o equilíbrío mental contínuo do indiúduo e, assim, desenvol- A dimensão da interação propicia os impulsos que dão início ao proces-
ver simultaneamente uma sensibiZidade pessoal. so de aprendizagem, podendo ocorrer na forma de percepção, transmissão,
Essas duas dimensões sempre são iniciadas por impulsos dos proces- experiência, imitação, atividade, participação, etc. (Illeris, 2007,p.100f0. Ela
sos de interação e integradas no processo interno de elaboração e aquisição. serve à íntegração pessoal em comunidades e na sociedade e, assim, também
Portanto, o conteúdo da aprendizagem está semPre, por assim dizer, "obce- constrói a socia.Iidade do indivíduo. Todaüa, essa construção ocorre necessa-
cado" com os incentivos em jogo (p. ex., se a aprendiza9em é motivada por riamente por meio das duas outras dimensões.
desejo, interesse, necessidade ou comPulsão). De maneira corresPondente, Desse modo, o triângulo representa o que pode ser descrito como o
os incentivos sempre são influenciados pelo conteúdo, por exemplo, novas campo de tensão da aprendizagem em geral e de qualquer situação específi-
informações podem mudar a condição do incentivo. Muitos psicólogos estão ca de aprendizagem ou processo de aprendizagem, estendido entre o desen-
cientes dessa conexão íntima entre aquilo que geralmente é denominado volvimento da funcionalidade, sensibilidade e sociabilidade - que também
cognitivo e emocional (p. ex., Vygotsky, 1978; Furth, !987) e, recentemente, são os componentes gerais do que chamamos de competências.
::'il
Teorias da gem 21
20 Knud llleris íOrs.)
Emrelaçãoàaprendizagem,ocrucialéquenovosimpulsosPossam ser difícil e até doloroso, pois exige um forte suprimento de energia. mental.
ser incluídos nâ organização mental de maneiras diversas e,
com essa base, Devem-se transpor as limitações existentes e entender ou aceitar algo que é
diferentes de aprendizagem, que são ati- significativamente novo ou diferente, o que é muito mais dificil do que ape-
seja possível distinguir quatro tipos
diferentes tipos de resultados e exi- nas acrescentar um novo elemento a um esquema ou padrão preexistente.
,rado, e* contextoi diferentes, implicam
gem mais ou menos energia. (Essa é uma elaboração do conceito de apren- Em retorno, os resultados dessa aprendizagem se caracterizam pelo fato de
ãirug.* desenvolvido originalmente por Jean Piaget [Piaget, 1952; Flavell, que podem ser recordados e aplicados em muitos contextos diferentes e re-
796s1.) levantes. Essa experiência geralmente é de ter entendido ou dominado algo
é um caso de aprendiza- que realmente se internalizou.
Quando um esquema ou padrão se estabiliza,
gem cumularrya ou mecânica. Esse tipo de aprendizagem se caracteriza pol Finalmente, nas últimas décadas, observou-se que, em situações espe-
J", u*u formação isolada, algo novo que não fazparte de nenhuma outra coi- ciaís, também existe um tipo amplo de aprendizagem, que foi descrita como
poftanto, a aprendizagem cumulativa é mais frequente durante os primei- apÍendizagem significativa (Rogers, 7957-7969), expansiva (Engestrôm,
sa.
ros anos de vidã, mas ocorre mais adiante apenas em situações especiais, l9B7), transicional (Alheit, 7994) ou transformadora (Mezirow, 1991). Essa
quando o indivíduo deve aprender algo sem um contexto de significado ou aprendizagem acarreta o que se poderia chamar de mudanças na personali-
sìgnificância pessoai, por exemplo, um código PIN. A aprendizagem resultante dade, ou mudanças na organização do self, e se caracterìzapela reestrutura-
pode
se caracteriza por um tipo de automação que significa que ela somente ção simultânea de todo um grupo de esquemas e padrões em todas as três
ser recordada ã apçcada em situações mentalmente semelhantes ao contexto dimensões da aprendizagem - uma quebra de orientação que geralmente
da aprendizagem. É principalmente esse tipo de aprendizagem que está envol- ocorre como resultado de uma situação de crise causada por desafios consi-
üdo no treinãmento de animais e que é chamado de condicionamento na psi- derados urgentes e inevitáveis, tornando necessário que o indivíduo mude
cologia behaviorista. para avançar. A aprendizagem transformadora, portanto, é profunda e am-
O tipo mais comum de aprendizagem, de longe, é chamado de apren- pla. Ela demanda muita energia mental e, quando realizada, pode ser üven-
dizagem assimíLaüvaou por adição, significando que o novo elemento é liga- ciada fisicamente, em geral, como uma sensação de alívio ou relaxamento.
do cãmo uma adição u ,t* ou padrão que já estava estabelecido. Como já foi demonstrado, os quatro tipos de aprendizagem são am-
"rqu"*a
um exemplo típico pode ser a aprendizagem em disciplinas escolares, que plamente diferentes em alcance e natureza, ocorrendo também - ou ativa-
costuma ser consuuída por meio de adições constantes ao que
já foi apren- dos pelos aprendizes - em situações e conexões muito diferentes. Enquanto
dido, mas a aprendizagem assimilativa também ocorre em todos os contextos a aprendizagem cumulativa é mais importante na infância e a aprendizagem
orrd" o indivíduo desenvolve suas capacidades gradualmente. os resultados transformadora é um processo muito difícil que muda a própria personalida-
da aprendizagem se caracteirzam por estarem ligados ao esquema ou padrão de e identidade, ocorrendo apenas em situações muito especiais de profunda
em iuestão, de modo que seja relativamente fácil recordá-los e aplicá-los significância para o indivíduo, a assimilação e a acomodáção são, como des-
quando se está mentalm;nte orientado paÍa o campo em foco, por exemplo' crito por Piaget, os dois tipos de aprendizado que caracterizam a aprendiza-
uma disciplina escolaç enquanto pode ser dificil acessá-los em outros contex- gem cotidiana geral, segura e normal. Muitos outros teóricos da aprendiza-
tos. É por isso que existem problemas frequentes para aplicar o conhecimento gem também apontam para dois desses tipos: por exemplo, Chrís Argyris e
de umã disciplina escolar em outras disciplinas ou em contextos fora da escola Donald Schôn cunharam os conhecidos conceiros de aprendizagem por cir-
(Illeris, 20OB). cuito simples e círcuito duplo (Argyrís,7992; Argyris e Schôn, 1996). per-
Todavia, em certos casos, existem situações em que acontece algo e é Erik Ellstrom (2001) fala da aprendizagem orientada para a adaptação e o
difícil relacionar imediatamente com qualquer esquema ou padrão existente' desenvolvimento; há, ainda, a ideia de Lev Vygotsky (7978) da transição
Isso é compreendido como algo que não se pode realmente entender ou re- para a "zona de desenvolvimento proximal", a qual pode ser üsta como um
lacionar. pórém, se parece importante ou interessante, se é algo que se está paralelo à aprendizagem acomodativa.
determinado a adquirir, pode ocorreï por meio da aprendízagem acomodati- Entretanto, as discussões normais sobre a aprendizagem e o modelo
yo. ou transcendente. Esse tipo de aprendizagem implica a decomposição de de muitas atividades educacionais e escolares se concentram, bem como
um esquema existente e a sua transformação, de modo que a nova situação muitas vezes abordam, apenas a aprendizagem assimilativa, pois esse é o
porru ,", relacionada. Assim, o indivíduo renuncia e reconstróí algo, podendo tipo de que trata a visão comum do conceito de aprendizagem. Contudo,
Teorias contemporâneas da aprendizagem 25
24 Knud llleris (ore.)
atualmente, essa úsão é obviamente insuficiente, e as competências genéri- dem a elas, eles são rejeitados ou distorcidos
para que correspondam. Em
cas, tão necessárias, Somente Podem Ser construídas Por meio de uma com- aÍnbos os casos, isso resulta em ausência de nova aprendizagem, mas, ao
binação de processos de aprendizagem assimilativos, acomodativos e, even- contÍátio, na consolidação da compreensão preexistente.
tualmente, transformadores. Assim, por meio da consciência cotidiana, controlamos a nossa própria
aptendizagem e não aprendizagem de um modo que raruÌmente envolve alSum
Dosícionamento direto, mas envolve, simultaneamente, uma defesa massiva das
OBSTACULOS A APRENDIZAG EM iompreensões já adquiridas e, em última análise, nossa própria ídentidade.
(Também existem, é claro, áreas e situações onde o nosso posicion€ìmento ocor-
outro problema é que grande parre da aprendizagem pretendida não re de maneira mais dirigida, consciente e flexível.)
ocorre, é incompleta ou distorcida. Nas escolas, na educação, em locais de Todavia, não apenas o volume, mas o tipo de influência, pode ser avassa-
trabalho e em muitas outras Situações, as pessoas, muitas vezes, não apren- lador. No mínimo, por meio da televisão, enfrentâmos todos os dias uma quanti-
dem o que poderiam aprender ou o que deveriam aprender. Portanto, tam- dade tão grande de crueldade, maldade e impactos negativos semelhàtes que é
bém considero importante discutir brevemente o que acontece nesses casos. absolutamente impossível realmente absorver - e as pessoas que não conse-
É chro, não se pode evitar que, às vezes, todos nós aprendamos algo guem se proteger disso estão fadadas a acaba.r com algum tipo de colapso psico-
errado (Mager, 1961) ou algo que seja inadequado para nós, de um ou outro lógico. Outras formas novas de sobrecargas semelhantes são causadas pelas mu-
modo. No primeiro caso, isso diz respeito a questões como a aprendizagem danças e reorganizações intermináveis que muitas pessoas experimentam em
errônea, que pode ocorrer em decorrência de mal-entendidos, falta de con- seus locais de trabalho, instituições sociais, etc., ou pelo desamparo que se pode
centração, aprendizagem prévia insuficiente, entre outras. Isso pode ser irri- sentir quando as consequências de decisões de pessoas em posiçôes de poder
tante e, em certos casos, desastroso, mas a Simples aprendizagem errônea, prejudicam a situação e as possibilidades da vida do indMduo.
por razões "práticas", não é uma questão de muito interesse para a teoria da Nos casos mais importantes, por exemplo, quando é preciso superar
ãprendizagem, pois esses enganos geralmente podem ser corrigidos facil- uma mudança em uma situação basicamente nova em uma determinada
mente, se necessário. área da vida, a maioria das pessoas reage mobilizando uma defeso da idenü-
Atualmente, porém, grande parte da não aprendizagem e da aprendi- dade genuína, que demanda muito trabalho, de um caráter mais ou menos
zagem errônea não é simples assim, mas tem origem em certas condições terapêutico, para superar, geralmente por um processo de aprendizagem
gerais que a sociedade moderna cria e, em alguns sentidos, a investigação e transformadora. Isso geralmente acontece em relação a uma situação súbita
compreensão desses processos certamente São tão importantes quanto a teo- de desemprego ou outras mudanças fundamentais na situação ocupacional,
ria da aprendizagem mais tradicional para entender e lidar com o que está divórcio, a morte de pessoas intimamente relacionadas ou situações do gê-
acontecendo na prática. nero, e é importante entender que essas situações acontecem com muito
O ponto central é que, em nossa complexa sociedade moderna tardia, mais frequência na atual sociedade mercadológica globalizada moderna do
aqueles que Freud chamava de mecqnismos de defeso - ativos em determina- que em apenas uma geração atrás.
das conexões pessoais (Anna Freud,7942) - devem ser necessariamente ge- Outra forma muito comum de defesa é a ombivalência, significando
neralizados e assumir formas mais sistematizadas, pois ninguém consegue que, em uma certa situação ou conexão, o indiúduo quer e não quer apren-
se manter aberto aos gigantescos volumes e ao impacto das influências que der ou fazer algo. Um exemplo típico são as pessoas que, involuntariamente
todos enfrentamos constantemente. e sem nenhuma culpa pessoal, perdem o emprego e, por um lado, sabem
É por isso que, atualmente, as pessoas desenvolvem um tipo de meca- muito bem que devem buscar alguma forma de treinamento ou reeducação
nismo de separação semiautomático em vista das muitas influências, ou o e, por outro, têm um forte desejo de que não fosse necessário. Assim, elas
que o psicóIogo social alemão Thomas Leithãuser (1976) analisou e descre- buscam ou são levadas a fazer cursos, mas é difícil para elas se concentra-
,r"u .o-o uma conscíêncio cotídiona. Isso atua no sentido de que o indivíduo rem na aprèndizagem, usando qualquer descuipa possível para escapaq seja
desenvolve algumas pré-compreensões gerais dentro de certas áreas temáti- mental ou fisicamente.
cas e, quando encontra influências dentro dessa área, essas pré-compreen- Em todas essas situações de defesa, a aprendizagem é obstruída, arra-
sões são ativadas, de modo que, se elementos das influências não correspon- palhada, desviada ou distorcida se não for possível para o aprendiz romper
Teorias contemporâneas da aprendizagem 27
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