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EXAME DO APARELHO RESPIRATÓRIO

Regiões e linhas torácicas

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EXAME DOS PULMÕES:

1. INSPEÇÃO.

Avalia-se o estado da pele, a presença de manchas, cicatrizes etc. Divide-se a inspeção do tórax em estática
(forma do tórax e presença de abaulamentos) e dinâmica (tipo respiratório, ritmo, frequência, amplitude,
tiragem e expansibilidade).

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1.1. Forma do tórax. No adulto em geral, o diâmetro lateral é maior que o anteroposterior e é NORMAL.
Outros formatos comuns são TÓRAX CHATO (diâmetro anteroposterior reduzido, comum em
longilíneos), TÓRAX EM BARRIL (aumento do diâmetro anteroposterior, quase se iguala ao
transversal; comum no enfisema pulmonar), TÓRAX INFUNDIBULIFORME OU PECTUS EXCAVATUM
(possui uma depressão no terço inferior do esterno; comum no raquitismo), TÓRAX CARINIFORME
OU PECTUS CARINATUM (possui uma saliência no terço inferior do esterno, como peito de pombo;
também comum no raquitismo), TÓRAX EM SINO OU PIRIFORME (a porção inferior torna-se alargada,
como um sino; é comum nas hepatoesplenomegalias e na ascite volumosa); TÓRAX CIFÓTICO
(decorrente do encurvamento posterior da coluna); TÓRAX escoliótico (tórax assimétrico devido ao
desvio lateral da coluna); TÓRAX CIFOESCOLIÓTICO (combinação dos dois anteriores); TÓRAX
INSTÁVEL TRAUMÁTICO (quando há fratura de várias costelas, observam-se movimentos torácicos
paradoxais).

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1.2. Abaulamentos e depressões. Observa-se a presença destes, que podem ser consequências de
aumento ou redução de órgãos por alguma patologia, como aneurisma da aorta, tumores, derrame
pleural, hipertrofia ventricular (em crianças, há abaulamento do precórdio) etc...

1.3. Tipo respiratório. Observa-se a movimentação do tórax e abdome, para saber em qual dos dois os
movimentos são mais amplos. Em um tipo NORMAL, observa-se respiração TORÁCICA (ou costal
superior, predomina em sexo feminino) ou ABDOMINAL (ou toracoabdominal, predomina no sexo
masculino e em crianças de ambos os sexos). Em condições patológicas, pode haver alternância entre
respiração torácica e abdominal.

1.4. Ritmo respiratório. O ideal é observar a respiração por, pelo menos, 2 minutos. No RITMO
RESPIRATÓRIO NORMAL, há movimentos regulares respiratórios, com profundidades mais ou menos
iguais. Alterações respiratórias podem ocorrer, como:
RESPIRAÇÃO DISPNEICA: Movimentos desconfortáveis para o paciente, como em pneumonias,
insuficiência cardíaca, enfisema pulmonar, bronquite, atelectasia, anemias, pneumotórax etc.
PLATIPNEIA: dificuldade para respirar na posição ereta, que se alivia na posição deitada.
ORTOPNEIA: dificuldade para respirar na posição deitada.

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TREPOPNEIA: o paciente se sente mais confortável para respirar em decúbito lateral. Ocorre na
insuficiência cardíaca congestiva e derrame pleural.
RESPIRAÇÃO DE CHEYNE-STOKES: ou dispneia periódica; o paciente apresenta, de modo cíclico,
incursões respiratórias que vão se tornando cada vez mais profundas até atingirem uma amplitude
máxima; neste momento, os movimentos começam a diminuir gradativamente, podendo ocorrer
apneia, com alguns segundos sem o paciente respirar, e então recomeça o ciclo. É comum em recém-
nascidos pela falta de maturação do centro respiratório, em adultos na insuficiência cardíaca grave,
AVCs, intoxicações etc. Esse tipo respiratório se dá por uma anormal sensibilidade do centro bulbar
que comanda a respiração. O excesso de CO2 acumulado durante a apneia emite estímulos que
induzem o aumento da amplitude respiratória, que por sua vez leva a uma maior perda de CO2,
desestimulando o centro respiratório, e consequentemente diminuindo novamente a profundidade
da respiração.

RESPIRAÇÃO DE BIOT: ocorrem períodos de apneia que interrompem a sequência de incursões


respiratórias. Há também nítidas variações na amplitude dos movimentos torácicos, observando-se
uma arritmia respiratória. É comum na meningite, neoplasias e outras lesões no centro respiratório.
RESPIRAÇÃO DE KUSSMAUL: são amplas e rápidas inspirações interrompidas por curtos períodos de
apneia após as quais ocorrem expirações profundas e ruidosas, que, por sua vez, são sucedidas por
pequenas pausas de apneia; lembra a respiração do peixe fora d’água. É comum na cetoacidose
diabética, insuficiência renal com uremia e outras acidoses, pois é uma respiração com
hiperventilação que procura compensar a acidose.
RESPIRAÇÃO SUSPIROSA: é aquela em que, de vez em quando, surge uma inspiração mais profunda
e expiração mais prolongada interrompendo a respiração normal. É comum em indivíduos saudáveis,
mas pode ocorrer com mais frequência nos transtornos de ansiedade, chamada “falta de ar”.
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1.5. Amplitude e frequência respiratória. Quanto a amplitude, pode ser PROFUNDA ou SUPERFICIAL.
Durante o sono, normalmente é mais superficial, e em esforços pode ser mais profunda. Quanto a
frequência, pode ser EUPNEICO (normal), TAQUIPNEICO (frequência acima do normal),
BRADIPNEICO (abaixo do normal) ou pode estar em APNEIA (parada respiratória).

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1.6. Tiragem. Nas regiões axilares e infra-axilares, os espaços intercostais apresentam ligeira depressão
durante a inspiração, que é fisiológico em pessoas magras. Quando há obstáculo em uma via
respiratória, a parte correspondente do pulmão não se expande devido à dificuldade da passagem
do ar. A pressão atmosférica, ao atuar sobre a área correspondente da parede torácica, provoca uma
leve depressão dos espaços intercostais, chamado tiragem. A tiragem unilateral pode indicar
obstrução de um brônquio, e bilateral pode indicar obstrução acima da carina, por corpo estranho
ou neoplasias.

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2. PALPAÇÃO
2.1. Expansibilidade. Para avaliar a expansibilidade dos ápices, o examinador se posiciona atrás do
paciente, com ambas as mãos nos ápices pulmonares de modo que os polegares fiquem num ângulo
quase reto, em cima das vertebras proeminentes e solicita-se que o paciente respire fundo, e
observa-se a movimentação das mãos. Para avaliar a expansibilidade das bases, o examinador
continua atrás do paciente, com seus polegares em cima dos processos espinhosos da 9ª e 10ª
vertebras torácicas, enquanto as mãos tentam abarcar o máximo possível de área basal dos pulmões,
e então pede-se para que o paciente respire fundo para se observar o afastamento das mãos
uniformemente, em caso de pacientes com expansibilidade NORMAL.

2.2. Frêmito toracovocal. O examinador pousa a mão nas diferentes regiões do tórax enquanto pede
para o paciente falar várias vezes “trinta e três”; à medida que ele fala, avalia-se a intensidade do
frêmito toracovocal que pode sofrer variações em condições patológicas. Em condições normais, a
intensidade das vibrações não é exatamente igual nas diferentes regiões do tórax: há maior nitidez
no ápice direito em razão do comprimento do brônquio direito. FRÊMITO AUMENTADO traduz
consolidação de uma área pulmonar como em pneumonias ou infarto do pulmão; FRÊMITO
DIMINUÍDO ou DESAPARECIDO está relacionado com anormalidades que impedem a propagação de
ondas sonoras, como no enfisema pulmonar, derrame pleural, espessamento da pleura, atelectasia
por oclusão brônquica, pneumotórax e enfisema pulmonar.

3. PERCUSSÃO. É necessário ficar atento aos ruídos produzidos pelos golpes, e fazer comparações entre
regiões homólogas, tanto na parte anterior quanto posterior. Em indivíduos magros é mais fácil ouvir
os sons. Nas áreas de projeção do coração, fígado e baço obtém-se som maciço ou submaciço. Nas

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áreas pulmonares, obtém-se o SOM CLARO PULMONAR, que, nas faces anteriores e nas laterais, a
sonoridade é mais intensa que na face posterior; no ápice direito, o som é um pouco mais claro que
no esquerdo; nas bases, é menos intenso do que no restante do tórax. Em condições patológicas,
pode ocorrer:
HIPERSONORIDADE PULMONAR: aumento de ar nos alvéolos; comum no enfisema pulmonar
MACICEZ: diminuição ou desaparecimento de sonoridade pulmonar que indicam redução de ar nos
alvéolos. Comum nos espessamentos pleurais e condensação, como pneumonia, tuberculose, infarto
pulmonar, neoplasias.
SOM TIMPÂNICO: Indica ar aprisionado no espaço pleural; pneumotórax (o som se assemelha ao som
do espaço de Traube).

4. AUSCULTA.

4.1. Som Traqueal e respiração brônquica. O som traqueal é audível na região da traqueia e região
esternal, tem um som alto e claro, com a expiração mais prolongada do que a inspiração. O som da
respiração brônquica se ouve na projeção dos brônquios de maior calibre, nas proximidades do
esterno, e é parecido com o som traqueal, com a diferença que neste o som expiratório é mais curto
que o inspiratório. Quando há condensação pulmonar ou atelectasia, ouve-se respiração brônquica
no lugar do murmúrio vesicular.
4.2. Murmúrio vesicular. Paciente sentado e sem roupa na região a ser auscultada. O murmúrio vesicular
pode ser ouvido em quase todas as regiões do tórax, exceto na região interescapular direita ao nível
da 3ª e 4ª vértebras e região esternal superior, pois nestas áreas se ouve o som broncovesicular.
Pede-se durante a ausculta, que o paciente inspire mais profundamente que o normal. Os sons do
MÚRMÚRIO VESICULAR são produzidos pelo turbilhonamento do ar ao chocar-se contra as
bifurcações brônquicas; ele não é homogêneo em todas as regiões do tórax – é mais forte na parte 17
anterossuperior, nas axilas, e nas regiões infraescapulares. O som do murmúrio vesicular se ouve
mais intensamente na inspiração, e tem maior duração, enquanto na expiração o som é mais fraco e
de duração mais curta. MURMÚRIO VESICULAR AUMENTADO se dá após esforço, em crianças
emagrecidas ou quando o paciente respira amplamente com a boca aberta; o prolongamento do
murmúrio vesicular na expiração traduz a dificuldade de saída de ar, como ocorre na asma, enfisema
e bronquite espastiforme. MURMÚRIO VESICULAR DIMINUÍDO pode ser por presença de ar
(pneumotórax), líquido (hidrotórax) ou sólido (espessamento pleural) na cavidade pleural, enfisema
pulmonar, obstrução das VAS etc.
4.3. Respiração broncovesicular. Aqui, somam-se os sons do murmúrio vesicular com a respiração
brônquica, resultando em igual magnitude entre inspiração e expiração, ambas mais fortes que o
murmúrio vesicular, mas mais fracas que o som traqueal. Se ausculta, em condições normais, na
região interescapular direita ao nível da 3ª e 4ª vértebras e na região subesternal. Esse som em outro
local pode indicar condensação pulmonar.

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4.4. Sons anormais

DESCONTÍNUOS: são os estertores, que podem ser finos e grossos.


Os estertores finos (crepitantes) decorrem da abertura sequencial de vias respiratórias
anteriormente fechadas devido à pressão exercida pela presença de líquido ou exsudato no
parênquima pulmonar (como na pneumonia e congestão pulmonar da IC esquerda) ou por alteração
no tecido de suporte das paredes brônquicas (como nas doenças intersticiais pulmonares); ocorrem
no final da inspiração, são agudos e de curta duração, não se modificam com a tosse e se parecem 18
com atrito de cabelos;
Os estertores grossos (bolhosos) decorrem da abertura e fechamento das vias respiratórias contendo
secreção viscosa e espessa, bem como pelo afrouxamento da estrutura de suporte das paredes
brônquicas; são menos agudos, com maior duração e aparecem no início da inspiração e durante
toda a expiração; aparecem nas bronquites crônicas e bronquectasias. O som dos estertores grossos
parece com barulho do vento numa ligação telefônica ou de líquido borbulhando.

CONTÍNUOS: São os roncos, sibilos e estridor. Os roncos são sons graves, originados das vibrações
das paredes brônquicas quando há estreitamento destas, seja por espasmo, edema ou secreção
aderida a eles, como nas bronquites, asma brônquica, bronquectasias e obstruções; surgem tanto na
inspiração quanto na expiração. Os sibilos também se originam da mesma forma que os roncos, mas
são sons agudos, são múltiplos e disseminados por todo o tórax quando em doenças que acometem
a arvore brônquica toda, como na asma e bronquite. O estridor é um ruído inspiratório causado por
semiobstrução da laringe ou traqueia, causado por difteria, laringite aguda, câncer de laringe ou
estenose da traqueia.
Sopros. Quando auscultamos certas regiões do tórax (7ª vértebra cervical no dorso, traqueia, região
interescapular), podemos identificar um sopro, que é um achado normal. Porém, ocorre também
quando o pulmão perde sua textura normal, como nas pneumonias bacterianas (sopro tubário), na
formação de cavernas como na tuberculose (sopro cavitário) e no pneumotórax hipertensivo (sopro
anfórico).

4.5. Ressonância vocal. Ausculta-se a voz, com o paciente falando “trinta e três”, enquanto se percorre
as regiões do tórax com o estetoscópio comparando as regiões homólogas. Em condições NORMAIS,

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constitui-se de sons incompreensíveis, mas em algumas patologias, é possível ouvir as sílabas com
nitidez, como quando há consolidação pulmonar (pneumonia, infarto pulmonar). A ressonância vocal
é mais intensa nos ápices pulmonares e costuma a ser mais forte em homens do que em mulheres e
crianças, devido ao timbre da voz. A BRONCOFONIA é o aumento da ressonância vocal devido a uma
condensação pulmonar (inflamatória, neoplásica etc); ao contrário, a DIMINUIÇÃO DA RESSONÂNCIA
VOCAL se dá na atelectasia, espessamento pleural e nos derrames. Quando se ouve com nitidez a
voz falada, chama-se pectorilóquia fônica, e quando isso acontece com a voz cochichada, chama-se
pectorilóquia afônica ou sussurrada. Egofonia é uma broncofonia nasalada e metálica, parecido com
balido de cabra; pode ocorrer nos derrames pleurais e condensação pulmonar; na Egofonia, também
é possível pedir que o paciente fale a vogal “i” várias vezes, e na ausculta o som será de “e”.

SÍNDROMES BRÔNQUICAS E PLEUROPULMONARES

1. SÍNDROMES BRÔNQUICAS. Compreendem a obstrução (asma), dilatação ou infecção dos


brônquios (bronquite, bronquectasias...)
1.1. Asma brônquica. Inflamação crônica caracterizada por hiper-reatividade das vias
respiratórias inferiores, com limitação do fluxo respiratório, estreitamento dos condutos de
pequeno calibre devido ao edema da mucosa, constrição da musculatura lisa
(broncoespasmo) e hipersecreção das células brônquicas. Há dispneia, uso de musculatura
acessória, frêmito normal ou diminuído, diminuição do murmúrio vesicular e sibilos.
1.2. Bronquites. A bronquite aguda geralmente é causada por vírus, bactérias ou outros
microorganismos, ou por exposição prolongada a agentes nocivos ao trato respiratório,
causando tosse seca e secreção mucopurulenta se for bacteriana; o principal achado é na
ausculta, com estertores grossos, podendo haver roncos e sibilos. A bronquite crônica está
relacionada com a asma e o DPOC; há excessiva secreção de muco na arvore brônquica. Há 19
estertores grossos, roncos e sibilos.
1.3. Bronquiectasias. Significa dilatação dos brônquios decorrente da destruição de
componentes da parede desses ductos. Podem ser congênitas, mas na maioria dos casos
ocorrem devido a sequelas de processos infecciosos dos brônquios. Há tosse produtiva,
expectoração purulenta e pode haver hemoptise. Pode haver estertores grossos, roncos e
sibilos.
1.4. Broncopneumonias. Lesões brônquicas com comprometimento alveolar pelo processo
inflamatório, sem áreas de condensação como nas pneumonias. Encontram-se estertores
finos nos focos de broncopneumonia.

2. SÍNDROMES PULMONARES
2.1. Síndrome da consolidação pulmonar. Há dispneia e tosse, podendo haver expectoração com
ou sem sangue, e dor torácica. Caracteriza-se por condensação do parênquima pulmonar
pela ocupação dos espaços por exsudato e células. Há expansibilidade diminuída, frêmito
aumentado, submacicez/macicez na percussão, e na ausculta há respiração brônquica
substituindo o murmúrio vesicular, broncofonia/egofonia, pectorilóquia e estertores finos.
2.2. Atelectasia. Desaparecimento de ar nos alvéolos sem que haja espaço ocupado por células
e exsudato. Pode ser provocada por obstrução das vias respiratórias ou por compressão
pulmonar (cardiomegalia, derrame pleural, neoplasias, pneumotórax etc). Há retração do
hemitórax e tiragem, expansibilidade diminuída, frêmito diminuído ou abolido, macicez na
percussão, e na ausculta há respiração broncovesicular e ressonância vocal diminuída.
2.3. Enfisema pulmonar (DPOC). Hiperaeração que resulta em alterações anatômicas e
estruturais nas paredes alveolares, limitando o fluxo de ar nos alvéolos. Dispneia é o principal

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sintoma. Com o tempo, há insuficiência respiratória, diminuição da expansibilidade, tórax em
tonel, frêmito diminuído, hipersonoridade na percussão, murmúrio vesicular diminuído, fase
expiratória aumentada e ressonância vocal diminuída.
2.4. Congestão passiva dos pulmões. A principal causa é insuficiência ventricular esquerda. O
líquido se acumula no interstício, causando dispneia, tosse seca e chieira. Há estertores finos
nas bases dos pulmões e prolongamento do componente expiratório.
2.5. Escavação ou caverna pulmonar. A caverna pulmonar é consequência de eliminação de
parênquima em uma área que tenha sofrido necrobiose. Pode ocorrer nos abcessos, nas
neoplasias e nas micoses, sendo a tuberculose a causa principal. Há expansibilidade
diminuída, frêmito toracovocal aumentado, som timpânico, respiração brônquica ou
broncovesicular no lugar do murmúrio vesicular, ressonância vocal aumentada ou
pectorilóquia.
3. SÍNDROMES PLEURAIS
3.1. Pleurite. Inflamação dos folhetos pleurais. Ocorre nas pneumonias, tuberculose,
colagenoses, neoplasias etc. Há expansibilidade diminuída, frêmito diminuído, submacicez,
atrito pleural na ausculta. Na crônica há murmúrio vesicular diminuído e ressonância vocal
diminuída.
3.2. Derrame pleural. Decorre de várias doenças. Há expansibilidade diminuída, frêmito abolido,
macicez, murmúrio vesicular diminuído e egofonia na parte mais alta do derrame.
3.3. Pneumotórax. Ar no espaço pleural. Dor, tosse seca e dispneia estão presentes.
Expansibilidade e frêmito diminuídos, hipersonoridade ou som timpânico, murmúrio
vesicular e ressonância vocal diminuídos.
3.4. Insuficiência respiratória. É quando há alguma alteração que impossibilita a troca gasosa.
Pode ser por um problema na ventilação, difusão ou perfusão. A insuficiência respiratória
não é sinônimo de doença pulmonar, pois pode haver insuficiência mesmo com a integridade 20
dos pulmões, porém é mais comum ocorrer nas doenças pulmonares. Pode ser classificada
em 2 grupos: insuficiência respiratória ventilatória, por funcionamento inadequado dos
centros nervosos ou aparelho muscular, obstrução das vias respiratórias ou impossibilidade
do parênquima pulmonar de se distender; e insuficiência respiratória hipoxêmica ou
alveolocapilar, decorrente da proporção inadequada entre ventilação e perfusão ou redução
da permeabilidade das estruturas nas quais ocorrem as trocas de gases. As consequências
em ambos os casos são: hipoxemia (Pa O2 menor ou igual a 60 mmHg, Sat O2 menor ou igual
a 90%) e hipercapnia (Pa O2 maior ou igual a 50 mmHg). Pode haver hipoxemia com ou sem
hipercapnia. A hipoxemia se manifesta com confusão mental, inquietação, agressividade,
taquicardia, incoordenaçao muscular, cianose e bradicardia. A hipercapnia se apresenta com
sonolência, desorientação, taquicardia, cefaleia, sudorese, hipertensão arterial,
ingurgitamento das veias da retina.

EXAME DO APARELHO CARDIOVASCULAR


1. INSPEÇÃO
1.1. Ictus cordis. A sua localização varia com o biótipo. Nos normolíneos, situa-se no cruzamento da
linha hemiclavicular esquerda com o 5º espaço intercostal. Ele pode ser invisível, mesmo em
indivíduos normais.

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1.2. Abaulamentos. Deve-se observar o paciente de dois ângulos diferentes: um de lado e um de
frente para o paciente. A presença de abaulamentos pode indicar aneurisma da aorta,
cardiomegalia, derrame pericárdico e alterações da própria caixa torácica. Normalmente é a
dilatação do ventrículo direito que determina o abaulamento, pois está quase totalmente
voltado anteriormente na caixa torácica (face anterior do coração).

1.3. Turgência jugular. Avaliam-se as jugulares, se estão NORMAIS ou TÚRGIDAS.

2. PALPAÇÃO
2.1. Pulsos periféricos. Radial, braquial, carótida, femoral, poplíteo, tibial posterior e pedioso.

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2.2. Frêmito. Frêmitos correspondem aos sopros, por isso é preciso avaliar sua localização, se
presente. Trata-se de uma vibração produzida no coração ou nos vasos.

2.3. Ictus cordis. Situa-se na linha hemiclavicular esquerda com o 5º espaço intercostal. Avalia-se a
extensão do ictus cordis procurando determinar quantas polpas digitais são necessárias para
cobri-lo, calculando depois em centímetros. Em condições NORMAIS, corresponde a UMA ou
DUAS POLPAS DIGITAIS = 2 ou 3 cm de diâmetro. Se não for possível a palpação do ictus, pede-
se que o paciente fique em decúbito lateral esquerdo, e pede-se que ele expire completamente
e fique um pouco sem respirar. O deslocamento do ictus cordis indica dilatação ou hipertrofia
ventricular esquerda, como ocorre na estenose aórtica, insuficiência aórtica, insuficiência mitral
HAS e miocardiopatias (já a hipertrofia do ventrículo direito pouco repercute no ictus cordis).
Para avaliar a mobilidade do ictus cordis, marca-se o local do ictus com o paciente em decúbito
dorsal e depois mede-se novamente com o paciente em decúbito direito e esquerdo: em
condições normais, o ictus se desloca de 1 a 2 cm, mas em patologias como sínfise pericárdica
(quando os folhetos do pericárdio estão aderidos) o ictus não se move.

3. AUSCULTA
3.1. Focos de ausculta cardíaca. Foco mitral: 5º espaço intercostal + linha hemiclavicular esquerda,
no ictus cordis. Foco pulmonar: 2º espaço intercostal esquerdo na linha paraesternal. Foco
aórtico: 2º espaço intercostal direito na linha paraesternal. Foco tricúspide: base do apêndice
xifoide, ligeiramente para a esquerda.

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3.2. Bulhas cardíacas. B1: corresponde ao fechamento da mitral e da tricúspide, melhor audível na
região da mitral; possui o maior timbre “tum”. B2: corresponde, basicamente, ao fechamento
das válvulas aórtica e pulmonar; o componente aórtico se ouve em toda a região precordial,
enquanto o pulmonar se ausculta na área do foco pulmonar; o timbre da B2 é mais agudo, “ta”.
B3: é um ruído de baixa frequência que se origina das vibrações da parede ventricular durante
seu enchimento rápido, e está relacionada com a sobrecarga de volume; em condições normais

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é audível em crianças e adolescentes, mas raramente em adultos; tem som de “tu”, ocorrendo
na insuficiência ventricular esquerda e insuficiência mitral, e é melhor audível no foco mitral. B4:
ruído débil que ocorre no fim da diástole e pode ser normal em crianças e adultos jovens; origina-
se da brusca desaceleração do sangue na contração atrial, pela massa sanguínea existente no
interior do ventrículo, no final da diástole, e está relacionada com a sobrecarga de pressão, como
ocorre nas coronariopatias, miocardiopatias, HAS e estenose aórtica.
Em indivíduos normais, diz-se: RITMO REGULAR, 2T, BULHAS NORMOFONÉTICAS, SEM SOPROS.
Se houver B3 ou B4, diz-se RÍTMO TRÍPLICE.
A válvula aórtica costuma se fechar ligeiramente antes da pulmonar, porque, quando a pessoa
inspira, diminui a pressão intratorácica, aumentando o gradiente de pressão entre as grandes
veias intra e extratorácicas, o que acaba “puxando” mais sangue venoso ao retorno ao coração
direito. Assim, quando se pede para o paciente inspirar profundamente, há maior chegada de
sangue ao ventrículo direito, que prolonga sua sístole, retardando o fechamento da válvula
pulmonar (na diástole atrasada), e, por consequência, ouve-se um desdobramento da 2ª bulha,
devido ao fechamento retardado do componente pulmonar: “TUM-TLA”. Do contrário, quando
se expira profundamente, há mais enchimento do coração esquerdo, a bulha se ouve como uma
só, sem desdobramento. A válvula mitral também costuma se fechar ligeiramente antes da
tricúspide.
Quando se ausculta outros sons além das bulhas normais, é importante localizá-los. Assim,
podem ser: protossístole (início da sístole), mesossístole (meio da sístole) e telessístole (final da
sístole), com os mesmos prefixos para a diástole.

3.3. Carótidas. Analisa-se se são NORMAIS/SEM SOPROS ou com a PRESENÇA DE SOPRO.


3.4. Ritmo e frequência do coração. Reconhecidas a 1ª e 2ª bulha, o objetivo seguinte é determinar
o ritmo cardíaco, que se houver apenas duas bulhas, chama-se RITMO BINÁRIO. Se houver 3, 23
chama-se RITMO TRÍPLICE. A frequência também precisa ser reconhecida, sendo a normal de 60
a 100 bpm; compara-se com a medida do pulso radial.

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