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Resposta:
Com relação ao cargo de Gerente ocupado por Nelson, a partir vigência da Lei n.º
13.467/17, não é assegurado ao empregado que exerce função de confiança o direito à
manutenção do pagamento da gratificação correspondente, que não será incorporada,
independentemente do tempo de exercício da respectiva função (art. 468, §2°, da CLT). Logo,
tendo em vista que o empregado foi retirado do cargo de gerente em janeiro/17 e que a nova lei
ainda não estava em vigor, é importante considerar a Súmula 372 do Tribunal Superior do
Trabalho, na qual entende que não poderá ser retirada a gratificação de função após dez anos do
exercício de cargo de confiança, no caso de reversão ao cargo efetivo, sem justo motivo.
No tocante ao intervalo intrajornada, a Lei 13.467/17 dispôs que a não concessão ou a
concessão parcial do intervalo intrajornada mínimo, para repouso e alimentação, a empregados
urbanos e rurais, implica o pagamento, de natureza indenizatória, apenas do período suprimido,
com acréscimo de 50% (cinquenta por cento) sobre o valor da remuneração da hora normal de
trabalho (art. 71, §4°, da CLT). Antes da reforma, o empregador era obrigado a remunerar todo o
período correspondente.
Já as horas extras, um eventual dia trabalhado no domingo poderia ser compensado pela
correspondente diminuição em outro dia, de maneira que não exceda, no período máximo de um
ano, à soma das jornadas semanais de trabalho previstas, nem seja ultrapassado o limite máximo
de dez horas diárias (art. 59,§2°, da CLT). Além disso, o trabalhador terá direito ao pagamento
das horas extras não compensadas, calculadas sobre o valor da remuneração na data da rescisão
(art. 59, §3°, da CLT).
Destaca-se que com a nova Lei trabalhista, é possível a criação de um banco de horas
mediante celebração de acordo individual escrito, e que a compensação ocorra no período
máximo de seis meses (art. 59,§5°, da CLT). Antes, o banco de horas só poderia existir mediante
acordo ou convenção coletiva. Dessa forma, um banco de horas ajustado de forma tácita,
conforme alegado pelo empregador de Nelson, não é válido.
Em relação aos cursos de extensão, considera-se como de serviço efetivo o período em
que o empregado esteja à disposição do empregador, aguardando ou executando ordens (art.4, da
CLT). Logo, se o empregador obrigava Nelson a realizar os cursos fora da jornada de trabalho, o
empregado tem direito a hora extra. Caso a realização do curso fosse facultativa, conforme
alegado pelo empregador, o empregado não teria direito a hora sobrejornada.
Com a reforma trabalhista, não é obrigatória a homologação da rescisão de contrato junto
ao sindicato da categoria profissional, mesmo se tratando de desligamento de empregado com
mais de 1 (um) ano de serviço, visto que o §1° do art. 477, da CLT foi revogado.