Académique Documents
Professionnel Documents
Culture Documents
Infecção VIH-SIDA
1. Epidemiologia
e a América do Sul.
1
Todavia, apesar destes números e de acordo com os dados da agência europeia que
avalia a epidemia da infecção pelo HIV houve um decréscimo acentuado da infecção pelo HIV
e SIDA a partir do final dos anos 90 (Fig.2).
Houve uma redução de cerca de 70% de casos a partir desta data e o mesmo aconteceu
com a mortalidade devido a esta doença. Tal facto deve-se
deve se fundamentalmente à introdução da
terapêutica anti-retroviral.. Esta terapêutica é constituída essencialmente pela administração
de três fármacos simultaneamente. Denomina-se
Denomina HAART (terapia anti-retroviral
retroviral altamente
activa),
), em que cada um dos fármacos apresenta um mecanismo de acção diferente, tendo
como principal objectivo
vo evitar o surgimento de resistências pela parte do vírus.
2
1.1. Origem da infecção
A infecção humana inicial terá ocorrido em África, por volta de 1930, progredindo muito
lentamente e sem ser notada em áreas rurais. Pensa-se que este fenómeno se processou
através de algumas práticas rituais, nomeadamente a circuncisão, escarificação com fins
decorativos e com fins terapêuticos e a alimentação a partir de carne deste animais. O vírus foi-
se assim adaptando ao Homem e a partir de uma determinada altura estabeleceu-se a
transmissão sustentada entre os humanos.
Para além disto, as práticas sexuais e sociais entre os humanos sofreram uma grande
modificação nesta altura, passando a ser socialmente aceitáveis situações como a
homossexualidade, a prostituição, o consumo de drogas injectáveis (opiáceos e morfina) e a
utilização de factores de coagulação preparados a partir de amostras de sangue humano (para
tratamento da hemofilia), o que permitiu a expansão desta infecção da região centro-africana
para todo o mundo, dando-se a globalização da infecção HIV-SIDA.
3
Kaposi – neoplasia da pele extraordinariamente rara e que começou a ocorrer de forma
epidémica em indivíduos infectados com HIV (Fig. 4).
ü Linfócito T CD4+
ü Macrófago
ü Célula de Langerhans
ü Eritrócito
ü Célula do SNC
4
cadeia helicoidal de DNA, proporcionando assim a integração do
genoma na célula. Deste modo, os indivíduos infectados com HIV
têm, integrado no seu genoma, o material
mater genético do HIV.
ü Transcriptase reversa
ü Integrase
ü Protease
Portanto, o ciclo evolutivo é suportado por estas enzimas, as quais constituem a base da
terapêutica anti-retroviral,
retroviral, isto é; é sobre estas enzimas que vão actuar os medicamentos que
se utilizam no tratamento da infecção VIH-SIDA.
VIH
5
3. História Natural da Infecção VIH-SIDA
Fig. 8 – Evolução temporal e estágios da doença por HIV. Um longo período de latência clínica segue-se aos
sintomas iniciais semelhantes a mononucleose. A diminuição progressiva do número de células T CD4, mesmo
durante o período de latência, permite a ocorrência de infecções oportunistas. Os estágios da doença por HIV são
definidos pela contagem de células T CD4 e a ocorrência de infecções oportunistas.
6
tratamento vitalício, tem cerca de 80 a 90% de probabilidades de ter uma sobrevida igual à de
um indivíduo não infectado pelo HIV.
Como se pode observar na Fig. 8, logo após a primo-infecção ocorre um decréscimo dos
linfócitos T CD4+, que representam de certa forma o estado imunitário do indivíduo. Esta
contagem de linfócitos T CD4+ vai diminuindo ao longo do tempo, até que há um momento que
corresponde a uma contagem de linfócitos T CD4+ de 200 células em que o indivíduo entra em
risco de desenvolver Síndrome de Imunodeficiência Adquirida associada à infecção pelo HIV.
Regra geral, o número de linfócitos T CD4+ é de 700 a 1000 células e, como podemos verificar,
este número vai declinando muito lentamente durante a fase assintomática (de 8 a 10 anos).
Por outro lado, a curva a amarelo representa a capacidade replicativa do vírus, que se
revela elevada nas fases inicial e terminal. Do ponto de vista clínico tornou-se, portanto,
fundamental reconhecer a primo-infecção, uma vez que se trata do estádio de grande risco de
transmissão da infecção do HIV.
7
5. Clínica da Doença Sintomática Precoce
ü Febre
ü Adenopatias – aumento dos gânglios linfáticos
ü Faringite
ü Exantema – manifestações cutâneas (Fig. 9)
Trata-se
se de uma dematomicose,
geralmente associada à infecção pelo fungo
cutâneo Pytosporum Ovale
Ovale. Ocorre nos
indivíduos imuno-suprimidos:
suprimidos: em crianças e
recém-nascidos – com carácter transitório -, dada
a sua imunodeficiência relativa, em idosos, ou
em indivíduos com imunodeficiência provocada
pelo HIV. A doença caracteriza-se
caracteriza por lesões
eritemato-descamativas
descamativas de escamas brancas ou
amarelas untuosas, de configuração circular, por
vezes difícil de estabelecer, pouco ou não
Fig. 10 – Eczema seborreico
pruriginosas.
8
5.2. Tricoleucoplasia da Língua
5.3. Herpes
O herpes é uma reactivação do vírus Herpes Simplex (HSV) que é transmitido por via
oral ou por via sexual (HSV-1
1 e HSV-2,
HSV respectivamente). Caracteriza-se
se por uma erupção de
vesículas preenchidas com líquido
lí seroso. Tal como as úlceras aftosas, nas pessoas
infectadas com o HIV as lesões herpéticas podem terem maiores dimensões, serem mais
dolorosas e terem maior tendência
ência a infecção bacteriana.
9
5.4. Zona
Deve-se
se aplicar terapêutica antifúngica local, mesmo antes de obter consultas com o
médico ou dentista, pois, tal como as outras formas de candidose,
candidose tende a recorrer.
recorrer
10
na deglutição. Esta patologia está geralmente
gera associada ao fungo Candida albicans e pode
apresentar-se
se de diversas formas:
6. Fase Terminal
A fase terminal, estádio terminal da história natural da infecção por HIV, corresponde à
fase da SIDA – Síndrome de Imunodeficiência Adquirida.
Adquirida
É importante salientar que existe uma correlação entre a contagem dos linfócitos T
CD4 e as doenças associadas à SIDA,
SIDA, quer sejam doenças infecciosas ou neoplasias.
Através da interpretação do gráfico (Fig. 14) vemos que a tuberculose (TB) pode
aparecer num estádio muito precoce da infecção por HIV e os linfomas por CMV podem
aparecer num estádio mais tardio.
700
650
600
550
500
450
400
350
300
250
200
150
100
50
0
Podem observar-se
se nas imagens:
Tuberculose
uberculose ganglionar é a forma mais frequente de tuberculose extrapulmonar,
extrapulmonar
especialmente
almente nos doentes imunocomprometidos.
imunocompromet
A tuberculose caracteriza-se,
caracteriza de um modo geral,
em tuberculose pulmonar e extrapulmonar.
extrapulmonar
12
6.5. Toxoplasmose
O professor referiu que 60% dos alunos presentes na sala teriam, no cérebro, quistos de
Toxoplasma gondii.
13
É fácil saber se tem estes quistos, basta fazer uma serologia para toxoplasmose que dê
positiva.
6.6. Criptococose
6.8. Diarreia
A diarreia é uma manifestação muito frequente associada à infecção por HIV. Pode ser
devida a diversos agentes, mas os principais encontram-se aqui referidos:
14
Foi ainda referido pelo professor, no decorrer de uma dúvida, que a SIDA causa, só por
si, diarreia, decorrente da destruição de eritrócitos do epitélio do intestino.
6.9. Neoplasias
O Sarcoma de Kaposi é uma doença Fig. 19 – Sarcoma de Kaposi em fases final e inicial,
respectivamente
sistémica multifocal, maligna, que é originada a
partir do endotélio vascular e tem um curso clínico variável. As manifestações mais frequentes
da doença são lesões cutâneas, mas as membranas mucosas, os sistemas linfático e visceral
– em particular o pulmão e o tracto gastrointestinal – podem estar envolvidos. Assim, temos SK
de origem cutânea, genital e facial.
15
7. Perguntas
Esta contagem de linfócitos TCD4 para a designação de SIDA tem aspectos que podem
ser relevantes mas os mais importantes são os epidemiológicos.
Nos EUA, um indivíduo que tenha uma contagem de menos de 200 linfócitos TCD4 tem
SIDA, mas de facto não tem SIDA.
Uma vez que síndrome é um conjunto de sinais e sintomas e os Linfócitos TCD4 não são
sinais e sintomas, do ponto de vista teórico, a contagem dos mesmos não corresponde à estrita
designação de SIDA.
Não. Mesmo com um transplante de medula óssea existe infecção das células
transplantadas, uma vez que a infecção é uma infecção disseminada. Assim, não existe nada
a ganhar, já que o transplante vai agravar a imunossupressão.
É necessário que haja aceitação e não rejeição do transplante, e para tal tem que existir
imunossupressão. Essa técnica de transplante de medula óssea foi tentada mas não resultou
porque há infecção das células que são transplantadas.
Mesmo no caso do vírus não entrara nas células do dador – quando existe uma mutação
nos receptores das células T, que não permite a infecção pelo vírus?
16
Isso seria uma medida salvadora se de facto fosse eficaz (mas não é).
8. Caso Clínico
1. Amigdalite
2. Varicela
3. Síndrome mononucleósica
4. Zona
5. Meningococcemia
Aproximadamente 4 semanas antes esteve num bar com alguns colegas, a comemorar a
aprovação num exame de uma Disciplina fundamental para obter os créditos necessários para
a passagem de ano. Depois de umas cervejas e uns charros lembra-se de se ter envolvido com
uma rapariga, com quem “dormiu” nessa noite, com relações sexuais não protegidas.
17
A história epidemiológica – estes dados – são fundamentais porque deste modo
sabemos que houve relações sexuais não protegidas num individuo com síndrome
mononucleósica.
Devemos “Colher sangue para serologia da infecção por HIV” – é mandatário que se
faça, sobretudo se existem comportamentos de risco.
Refere ser seropositivo para HIV, sem qualquer acompanhamento, com comportamento
bissexual.
Qual o diagnóstico ?
1. Malária
2. Sépsis meningocócica
18
3. Pneumonia pneumocócica
4. Hepatite vírica
5. SIDA
Portanto vocês têm aqui a fase inicial da Infecção por HIV – SIDA e a Fase Final, a
fase associada à SIDA .
Bom Estudo!
Bibliografia
19