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ANÁLISE DO DESGASTE DE FERRAMENTAS VIA EMISSÃO ACUSTICA COM


APLICAÇÕES DE REDES NEURAIS

STÉFANO GRANDI BOMBONATO1 ; AUGUSTO AIRES LUSTOSA2;


MÁRCIO BACCI DA SILVA3

Resumo: Este trabalho apresenta uma proposta de monitoramento do processo de


fresamento com o intuito de detectar a necessidade de troca da ferramenta de usinagem, não
havendo desperdícios e conseqüente melhorando a produtividade. Foi utilizado o fresamento
de topo com apenas um inserto de metal duro montado numa fresa com capacidade para três
insertos. Os experimentos foram realizados em aço inoxidável VP-80 endurecido por
precipitação. Foi monitorado o desgaste de flanco máximo (VBBmáx), admitindo-se três
estágios: ferramenta completamente nova (sem nenhum desgaste), em estágio intermediário
(desgaste entre 0,20 e 0,30 mm) e ferramenta altamente desgastada (desgaste acima de 0,45
mm). O sinal de emissão acústica (EA) foi adquirido durante a usinagem, com varias
repetições, com o sensor fixado na peça. O desgaste de flanco era medido periodicamente e
os testes realizados até o final da vida da ferramenta. Foi analisada a correlação de diversos
parâmetros estatísticos retirados do sinal de emissão acústica (EA) com o desgaste da
ferramenta. Os parâmetros estatísticos analisados foram: skewness, curtose, RMS, pico e
fator de crista. Análise gráfica dos parâmetros estatísticos e espectros de freqüência mostram
que alguns parâmetros têm uma significativa correlação com os estágios de desgaste. Estes
parâmetros podem servir de dados de entrada para treinamento de uma rede neural (RNAs)
para o reconhecimento do estágio de desgaste da ferramenta.

Palavras chave: fresamento, desgaste, monitoramento, emissão acústica, redes neurais


1
Faculdade de Engenharia Mecânica, Universidade Federal de Uberlândia – Campus Santa
Mônica, Av. João Naves de Ávila 2121, Uberlândia/MG, CEP 38408-902,
omegahert@hotmail.com
2
Faculdade de Engenharia Mecânica, Universidade Federal de Uberlândia – Campus Santa
Mônica, Av. João Naves de Ávila 2121, Uberlândia/MG, CEP 38408-902,
augusto_lustosa@yahoo.com.br

3
Faculdade de Engenharia Mecânica, Universidade Federal de Uberlândia – Campus Santa
Mônica, Av. João Naves de Ávila 2121, Uberlândia/MG, CEP 38408-902,
mbacci@mecanica.ufu.br
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Abstract: This work shows a proposal for tool wear monitoring methodology for milling
operation, aiming the detection of the right moment to change the tool in a production line,
therefore, increasing the productivity. It was used the end milling operation with only one
insert in a tool holder with capacity of three inserts. The experiments were carried out in a
VP-80 stainless steel, precipitated hardened. The maximum flank wear (VBBmáx) were
monitored during the operation, and classified into three stages: new tool (no wear),
intermediate (flank wear between 0.20 and 0.30 mm) and worn tool (flank wear higher than
0.45 mm). During the operation the acoustic emission signal was acquired with a sensor
connected to the workpiece. Tool flank wear was measured periodically during the operation
until the tool reaches the end of life. It was analyzed the correlation between some statistic
parameters extracted from the acoustic emission signal and tool flank wear. The following
parameters were considered: skewness, kurtosis, RMS, pick and crest factor. Graphical
analyses of the correlation between the statistic parameters and flank wear shows that some
of the parameters have good correlation with flank wear. These parameters can be used for
training a neural network for reorganization of the tool wear stages and help the decision to
change the tool.

Keywords: Milling, tool wear monitoring, acoustic emission, neural network


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1. Introdução determinar com segurança o momento em

O processo de Usinagem representa que a ferramenta deve ser substituída. Uma

a classe mais largamente empregada na vantagem seria a determinação durante o

fabricação de produtos, sendo assim a processo de usinagem.

pesquisa nessa área tem fundamental Existem vários campos de pesquisa

importância frente aos demais processos de para o monitoramento do desgaste em

fabricação. Devido ao volume de capital processo, que vão desde a medição de

gasto na área da usinagem, qualquer vibração, temperatura, força, potência e até

aumento da produtividade certamente emissão sonora. A medição do sinal de

causará um impacto econômico emissão acústica surge como uma área

significativo. Dentro desse contexto, o relativamente nova e promissora neste

processo de fresamento é empregado em campo de pesquisa. Isto em função do alto

larga escala em todo o mundo, sendo um número de fenômenos de usinagem que

dos processos de vital importância para a emitem este sinal, de sua rapidez de

indústria da fabricação. resposta, baixa interferência de ruídos,

O desgaste e eventuais falhas das baixa intrusividade, facilidade de operação

ferramentas são fenômenos inevitáveis e a de seus equipamentos e custo

observação do momento de troca da relativamente baixo.

ferramenta é um processo complicado, no Na primeira parte do trabalho

qual o operador não tem a possibilidade de foram coletados sinais de emissão acústica

saber com certeza o momento em que a durante o fresamento de topo de aço

ferramenta deve ser substituída, inoxidável VP80. Os resultados foram

principalmente após a introdução de analisados estatisticamente e relacionados

processos que ocorrem em câmaras com o desgaste da ferramenta. Os dados

fechadas, do tipo CNC, onde o operador foram utilizados para treinamento de uma

não tem boa visualização do processo. rede neural artificial para prever o

Assim, um dos maiores desafios da momento exato de troca da ferramenta. A

usinagem atual é conseguir utilizar um seguir é apresentada uma revisão

processo que faça a previsão do momento bibliográfica sobre os principais temas

ótimo de troca da ferramenta, otimizando o abordados neste trabalho.

processo e gerando o menor prejuízo


possível, ou mesmo eliminando prejuízos.
Um dos desafios dos pesquisadores é
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1.1. Emissão Acústica (EA) parêmetos em questão podem ser: desvio


padrão, skewness, curtose, função auto-
Emissão acústica (EA) pode ser
correlação, análise da distribuição de
definida como sendo ondas de tensão
amplitude, entre outros parâmetros
elástica geradas como resultado de rápida
estatísticos.
liberação de energia de deformação dentro
O atrito cavaco-ferramenta, o atrito
de um material submetido a um estímulo
ferramenta-peça, a deformação da peça e a
externo (Matsumoto e Diniz, 1997). As
deformação e quebra do cavaco são as
ondas se devem a um rearranjo interno na
principais fontes de emissão acústica e
estrutura cristalina dos metais e a
sendo o desgaste da ferramenta uma
freqüência de propagação é acima de 20
influência direta de todos esses parâmetros,
kHz (Dolinsk e Kopac, 1999). As ondas de
pode-se medir o desgaste indiretamente
tensões produzem um deslocamento na
por EA (Dornfeld, 1988).
superfície do material que pode ser captado
O monitoramento via emissão
por sensores piezelétricos, transformando
acústica tem as seguintes vantagens
esses deslocamentos em sinais elétricos.
(Dornfeld, 1988): custo relativamente
Os sinais de emissão acústica
baixo; o sensor de dimensões reduzidas, o
podem ser classificados em sinais
que o torna de fácil instalação e pouco
contínuos ou de pico (Blum e Inasaki,
intrusivo; faixas de freqüência de
1990; Matsumoto e Diniz, 1997). Os sinais
aproximadamente 50 a 1000 kHz, nível
contínuos são aqueles que ocorrem
muito acima de vibrações mecânicas ou
normalmente em todo o processo e são
outros ruídos que estão envolvidos em um
provenientes da deformação plástica no
ambiente de manufatura. Algumas
material, já os sinais de pico vêm de
desvantagens, no entanto, podem dificultar
trincas, quebras, impactos, etc., ou seja, de
a utilização do sinal de emissão acústica
fenômenos de curta duração que fazem
para monitoramento, como o difícil
com que haja um nível elevado de sinal.
controle do sinal, os efeitos de diferentes
A análise do sinal de emissão
tipos de desgaste e fatores simples em
acústica não deve ser realizado através da
ambiente fabril, como a necessidade da
comparação direta entre os fenômenos que
utilização de lubrificante entre peça e
se estuda, devido a sua alta freqüência de
sensor.
aquisição, sendo assim, deve-se introduzir
No processo de fresamento os
parâmetros que possam realizar essa
sinais de pico na ferramenta são causados
relação sem prejuízos ao que se estuda. Os
principalmente na entrada ou saída da
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ferramenta do ciclo ativo, quebra e Rede Neural Artificial (RNA) é um dos


lascamento da mesma ou ainda quebra do mais utilizados na usinagem.
cavaco. Assim torna-se de certa forma fácil Através de uma analogia com o
a visualização desses fenômenos através de funcionamento do cérebro humano, foram
alterações na intensidade do sinal de EA criadas na década de 40 as Redes Neurais
(Lan e Dornfeld, 1984). Artificiais (Jain e Mao, 1996). Na
usinagem, basicamente, uma RNA é
1.2. Redes Neurais Artificiais treinada através de informações recebidas

(RNA) por sensores de monitoramento do


processo acoplados a máquinas
A verificação das condições de
ferramentas, tornando-a capaz de
desgaste da ferramenta pode ser realizada
classificar, por exemplo, a condição de
via informação sensorial através do
desgaste de uma ferramenta de corte.
operador. Estas informações podem ser
Abordando de uma maneira mais
detectadas através da visão, da audição e
detalhada, as RNAs consistem de uma rede
até mesmo pelo olfato. O operador com
de elementos de processamento de
boa experiência é capaz de realizar
sistemas altamente não lineares em
associações de um ou mais de seus
paralelo. Estes elementos são chamados
sentidos com padrões empíricos do
neurônios, sendo que alguns são acessíveis
desgaste. Contudo, com o avanço
para estímulos de entrada, outros permitem
tecnológico de máquinas ferramentas e
acessos às suas saídas e outros não são
ferramentas de corte, a necessidade de uma
acessíveis. As redes neurais artificiais têm
consistente melhoria na produtividade e o
tido grande aplicabilidade em sistemas não
aumento da competitividade entre
lineares de difícil solução por métodos
fabricantes fez do monitoramento dos
tradicionais. Seu emprego para
processos e uma posterior tomada de
identificação, reconhecimento de padrões,
decisão com rapidez e confiabilidade
classificação e modelamento em processos
tornarem-se fundamentais.
de corte vem obtendo excelentes
Alguns dos métodos empregados
resultados.
para a tomada de decisão com relação ao
O procedimento computacional nas
andamento do processo são:
RNAs tem duas diferenças básicas que o
reconhecimento de padrões, a lógica
caracteriza e que o diferencia em relação
“Fuzzy”, árvores de decisão ou Redes
aos algoritmos seqüenciais convencionais.
Neurais Artificiais. Destes métodos, a
A primeira é a capacidade de aprendizado
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através de exemplos e sem percepção de superfícies planas não de revolução. A


prévia e explícita de conhecimentos grande versatilidade vem principalmente
(comportamento físico do processo), da grande variedade de geometrias que a
exceto pelo tratamento adequado dos ferramenta pode possuir, conferindo
dados de entrada. A segunda é a diferentes possibilidades de peças a serem
capacidade, após o treinamento, de fabricadas.
generalizar durante a operação, fazendo
A fase ativa e inativa durante o
com que ela seja capaz de responder
corte propiciam o aparecimento de
corretamente a novos e desconhecidos
elevados ciclos térmicos de aquecimento e
estímulos, desde que pertençam ao mesmo
resfriamento, que fragilizam a ferramenta,
domínio de estímulos empregados no
fazendo com que ela na maioria das vezes
treinamento.
sofra uma falha catastrófica devido a
trincas produzidas em sua superfície que
1.3. Processo de Fresamento são agravadas com os solicitações
O fresamento pode ser definido mecânicas durante o corte.
como um processo mecânico de usinagem Para este estudo foi utilizado o
destinado à obtenção de superfícies fresamento frontal que consiste da
complexas, onde o material é removido usinagem de superfícies planas em que o
pela rotação de ferramentas multicortantes eixo de rotação é perpendicular ao eixo da
denominadas fresas, sendo que cada dente ferramenta. O fresamento frontal
remove uma pequena quantidade de apresenta algumas vantagens frente aos
material em cada revolução (Ferraresi, outros processos de usinagem, como maior
1977). A rotação da ferramenta, aliada com rigidez devido ao menor comprimento em
o deslocamento da peça ou da própria balanço, além da fixação da ferramenta
ferramenta, compõem os principais diretamente no eixo árvore da máquina e
movimentos do fresamento. as distribuição uniforme das forças de
Uma das principais características corte.
do fresamento é a obtenção de cavacos Existem dois motivos que levam a
relativamente curtos, isso traz várias troca da ferramenta de corte, o primeiro é a
vantagens, pois o cavaco não prejudica a avaria em que há a quebra, lascamento ou
superfície gerada. A vantagem principal do trinca da mesma, isso ocorre
processo segundo Diniz et al. (2001) é que principalmente em processos que tem
esta operação é a mais versátil na geração como característica o corte interrompido,
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como o fresamento. O outro é o desgaste, desgaste da ferramenta aumenta


que evolui durante todo o processo de rapidamente, contudo logo após se
corte chegando a valores que passam a estabiliza e se mantém linear até perto de
prejudicar a qualidade da peça usinada e seu fim de vida, onde aumenta
ocorre em processos contínuos e rapidamente e ocorre sua quebra.
descontínuos. O fresamento por apresentar como
No presente trabalho é considerado característica o corte interrompido está
um tipo específico de desgaste, o de flanco mais sujeito a avarias e quebras de
máximo (VBBmáx) pelo fato de ser na ferramentas que processos como o
maioria das vezes o fator determinante da torneamento, ou seja, corte contínuo.
perda da ferramenta e conseqüentemente a Durante o processo de usinagem por
sua troca, além disso, é o que apresenta fresamento, ocorrem variações cíclicas de
melhor evolução durante o corte, de certa temperatura e choques mecânicos, que
forma linear ao longo do processo. A podem causar a sua perda por avarias
figura 1 apresenta um gráfico mecânicas ou térmicas antes do momento
representativo da evolução do desgaste de em que teoricamente seria seu fim de vida.
flanco durante a usiangem.
2. Materiais e métodos
quebra
* Foram realizados experimentos
Desgaste

I II III utilizando o processo de fresamento de


topo para a usinagem de canais. O sinal de
emissão acústica é captado um minuto
após a entrada da ferramenta da peça, com
o sensor de emissão acústica acoplado no
corpo de prova a ser usinado. As figuras 2
Tempo
e 3 mostram uma ilustração do corpo de
Figura 01 - Comportamento do desgaste de prova e suas dimensões. Devido às
uma ferramenta ao longo de sua vida (Lenz dimensões da peça, foi possível a
et all, 1978; Ber, Kaldor, 1982; Harris et usinagem de sete canais, em seguida a
all, 2003). superfície da peça era preparada para
novos testes.
De acordo com a figura, a evolução
A cada canal feito pela peça durante
do desgate da ferramenta pode ser dividida
o fresamento, a fresa é retirada da máquina
em três estágios. No início do corte o
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para medição do desgaste de flanco


máximo (VBBmáx) através de estéreo
microscópio com aumento de até 45 vezes
e software de análise de imagens.

Figura 3 – Ilustração da montagem


experimental.

As barras de aço foram fornecidas


pela Villares Metals S/A. São aços
inoxidáveis martensíticos utilizados para
fabricação de moldes para injeção de
plásticos. O aço específico utilizado foi o
VP80 envelhecido a 550°C, com dureza
média de 46 HRc. Esse tipo de aço
pertence ao grupo de aços inoxidáveis
martensíticos endurecíveis por precipitação
Figura 2 – Dimensões do corpo de prova,
(PH). A composição química do aço é
vista lateral e superior.
mostrada na tabela 1.

Tabela 1 – Composição química do aço (Villares Metals S/A).

Material Teor (% em peso) Dureza


C Si Mn Cr Ni Mo Al
VP80 46 HRc
0,04 0,25 0,25 12,5 7,5 1,5 1,2
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Foi utilizada uma fresa de topo de saída que fornece o sinal bruto). Estes
toroidal de 32 mm de diâmetro, com equipamentos citados são fabricados pela
insertos intercambiáveis, com fixação por Sensis. O sinal de EA é enviado a uma
parafuso (referência R390-032A32-11M, placa NI-DAQmx PCI-6251M, da National
Sandivik, 2004). A fresa possui a Instruments, que possui uma taxa de
possibilidade do uso de até três insertos. amostragem de 1,25 MS/s, indicada para a
Nos testes foi utilizado apenas um inserto. aquisição do sinal bruto de EA.
Isto foi necessário para evitar a influencia O sensor de emissão acústica possui
do sinal de emissão acústica de outra um núcleo composto por dois cristais
aresta. Para o faceamento, foi utilizada piezelétricos. A freqüência de ressonância
uma fresa com especificação R245 de cada cristal individualmente é de 1
125Q40-12M de 125 mm de diâmetro, MHz. Os sinais dos cristais são adquiridos
fabricada pela Sandvik Coromant, com de forma diferencial, a fim de eliminar
capacidade para oito insertos. Os insertos ruídos. Posteriormente, o sinal é
de metal duro empregados têm amplificado com ganho 200 pelo pré-
especificação SEMN 12 04 AZ, também amplificador que fica embutido no sensor.
fabricados pela Sandvik Coromant, Dessa forma, este sensor fornece um sinal
possuem quatro arestas de corte e quatro de baixa impedância e grande sensibilidade
arestas alisadoras e são revestidos com para o monitoramento. A faixa de
nitreto de titânio (TiN). freqüência do sinal é de 100 kHz a 500
As operações de fresamento foram kHz.
realizadas em um centro de usinagem CNC Em todos os testes, as condições de
Romi Discovery 760, com potência corte foram mantidas constantes: 151,2
máxima de 11 kW (15 cv), variação m/min de velocidade de corte (vc), avanço
contínua de velocidade de corte e avanço, por dente (fz) de 0,1 mm/dente,
capacidade máxima de rotação do eixo profundidade de corte de 1 mm (ap) e
árvore de 10.000 rpm e avanço rápido de rotação de 1512 rpm.
até 25.000 mm/min.
A aquisição do sinal de emissão
3.Resultados
acústica foi realizada a partir de um sensor A análise dos resultados será
de EA conectado na peça e um dividida em três etapas. A primeira etapa
condicionador de sinais DM 42 (com consta na obtenção dos espectros de
quatro canais de entrada e um canal de freqüência de uma aquisição com
saída que fornece sinal RMS e outro canal ferramenta nova e uma ferramenta
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desgastada para comparar quais supervisionado, logo durante o treinamento


freqüências são mais sensíveis ao desgaste é fornecido a qual classe pertence os dados
de flanco e também compreender melhor o fornecidos (ferramenta nova, desgaste
sinal de emissão acústica. intermediário ou fim de vida). Os valores
A segunda etapa se baseia na análise de saída (output) da PNN aparecem em
de parâmetros estatísticos representativos termos de probabilidade de cada novo
do sinal de emissão acústica com o intuído conjunto de dados fornecidos que no caso
de encontrar qual o parâmetro é mais em questão são os dados de validação que
sensível ao desgaste de flanco da não são utilizados no treinamento da rede.
ferramenta. No entanto, para treinamento de uma rede
Finalmente, a terceira e última etapa neural, é necessário um grande número de
da analise é a realização de treinamento de resultados, o que significa que este
uma rede neural artificial para prever como trabalho deverá ter continuidade em
o desgaste de flanco ocorre com o decorrer trabalhos futuros.
do fresamento do aço inox VP80. Os A figura 4 mostra um gráfico do
valores de entrada (input) da rede neural sinal de emissão acústica sem tratamento.
serão os parâmetros estatísticos de maior A figura 5 mostra uma ampliação de uma
sensibilidade calculados na segunda etapa determinada região do gráfico. A figura 6
da análise, para cada estágio ou classe de mostra dois espectros de freqüência, um
desgaste de flanco da ferramenta. Para o para uma ferramenta nova (obtidos para o
treinamento da rede neural serão utilizados sinal da figura 4) e outro para uma
vinte e nove testes de um total de trinta e ferramenta com alto desgaste. O formato
dois, onde três destes serão utilizados para geral do gráfico é semelhante para todos os
a validação da rede após o treinamento. ensaios realizados neste trabalho.
Durante o treinamento cada um dos
parâmetros estatísticos será responsável
pelos cálculos que irão definir as
respectivas classes na saída da rede. A
PNN é uma rede de aprendizado
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Figura 4 – Amostra de uma aquisição de sinais de EA sem tratamento.

Figura 5 – Detalhe do sinal de EA coletado


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Figura 6 -Espectros de freqüência para ferramenta nova e desgastada

A figura 4 corresponde a todo o sinal ferramenta. Nota-se que para bandas de


coletado durante dois segundos, num total freqüências entre 50 e 150 KHz não há
de dois milhões de pontos. É possível diferenças quanto ao comportamento do
perceber claramente a fase ativa de corte e gráfico pois tanto para ferramenta nova
fase inativa do corte onde o sinal cai como para a desgastada a banda de
bruscamente, logo após retornando aos freqüência é um espelho em relação a
níveis anteriores. Isso pode ser observado outra, porém com amplitudes maiores para
em melhores detalhes na figura 5, que a ferramenta desgastada. Para bandas de
representa apenas parte do sinal coletado. freqüências entre 250 a 300 KHz e 350 a
Fazendo uma analise visual do 450 Khz o comportamento do gráfico entre
espectro de freqüência (figura 6), pode-se uma ferramenta nova e desgastada variou
determinar algumas bandas de freqüência de forma brusca. Provavelmente nestas
para ferramenta nova que difere de forma bandas esteja caracterizado o efeito do
significativa do espectro representativo do desgaste de flanco da ferramenta. Sendo
sinal de emissão acústica durante a assim fica comprovado que o sinal de
usinagem utilizando uma ferramenta emissão acústica contém dados em bandas
desgastada, mostrando o trecho que de freqüências específicas sobre a vida da
poderia melhor caracterizar o desgaste de ferramenta de corte. Este tratamento foi
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realizado por Souto (2007), que utilizou sinal bruto adquirido no processo. Foram
várias bandas de freqüência para calculados os seguintes parâmetros:
treinamento de uma rede neural e concluiu curtose, skewness, rms, pico e fator de
que algumas bandas podem representar crista. Os resultados destes cálculos são
melhor a diferenças entre os sinais de mostrados na tabelas 2, 3, 4 e 5. Cada
ferramentas com diferentes níveis de tabela representa os resultados de insertos
desgaste. diferentes, ou seja, foram realizados 4
Na segunda etapa da analise foram repetições.
obtidos alguns parâmetros estatísticos do

Tabela 2- Tabela dos parâmetros estatísticos calculados para a primeira pastilha


Ensaio Tempo Desgaste Skewness Curtose RMS Pico Fator de Crista
1 2,93 62,34 0,1230 3,5397 0,1324 0,6026 4,5517
2 5,86 119,90 0,0658 3,1488 0,1506 0,5759 3,8245
3 8,79 171,40 0,1090 3,8421 0,1276 0,6020 4,7194
4 11,72 171,40 0,0629 3,9050 0,1217 0,6349 5,2163
8 26,37 301,30 0,0116 3,4909 0,1456 0,5933 4,0740
9 29,3 364,00 -0,0021 3,0799 0,1656 0,6194 3,7408
10 32,23 441,70 -0,0269 2,2827 0,2029 0,5878 2,8971
11 35,16 576,70 -0,0056 3,1571 0,1582 0,5946 3,7587
12 38,09 857,10 -0,0430 7,8788 0,1550 0,5914 3,8148

Tabela 3- Tabela dos parâmetros estatísticos calculados para a segunda pastilha


Ensaio Tempo desgaste skewness Curtose RMS Pico Fator de Crista
1 2,93 88,12 0,1457 3,7601 0,1285 0,5840 4,5435
2 5,86 155,8 0,1325 4,0666 0,1008 0,5260 5,2201
3 8,79 171,4 0,0938 4,2423 0,0935 0,5189 5,5522
4 11,72 202,6 0,1077 3,5631 0,1007 0,5598 5,5609
5 14,65 275,3 0,0640 3,5143 0,1048 0,5353 5,1086
6 17,58 368,8 0,0050 2,7442 0,1730 0,6223 3,5963
7 20,51 1055 0,0038 2,8648 0,1782 0,6719 3,7708
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Tabela 4- Tabela dos parâmetros estatísticos calculados para a terceira pastilha


Ensaio Tempo Desgaste Skewness Curtose RMS Pico Fator de Crista
1 2,93 62,34 0,1053 4,3828 0,0982 0,5250 5,3487
2 5,86 135,5 0,1095 3,8915 0,1218 0,5833 4,7873
3 8,79 176,7 0,0964 4,1289 0,1207 0,5511 4,5647
4 11,72 197,4 0,0754 3,0255 0,1487 0,5611 3,7739
5 14,65 244,2 0,0860 3,3778 0,1348 0,5994 4,4453
6 17,58 327,3 0,0088 3,5396 0,1505 0,5872 3,9004
7 20,51 259,7 0,0974 3,9497 0,1085 0,5495 5,0659
8 23,44 389,6 0,1307 4,2034 0,1004 0,5695 5,6716
9 26,37 976,6 -0,0284 2,1819 0,2146 0,5914 2,7554

Tabela 5- Tabela dos parâmetros estatísticos calculados para a quarta pastilha


Ensaio Tempo Desgaste Skewness Curtose RMS Pico Fator de Crista
1 2,93 77,92 0,1654 3,0294 0,1172 0,5392 4,5995
2 5,86 93,51 0,1484 2,9226 0,1146 0,5633 4,9155
3 8,79 98,7 0,0709 3,4274 0,0849 0,5240 6,1731
4 11,72 109,1 0,0354 3,9034 0,0663 0,4128 6,2284
5 14,65 181,8 0,0302 3,8711 0,0652 0,3958 6,0675
6 17,58 187 0,0215 3,7326 0,0650 0,3697 5,6873
7 20,51 249,4 0,0236 3,7703 0,0658 0,4518 6,8635
8 23,44 477,9 0,0383 3,9252 0,0607 0,4483 7,3858

Em seguida foram construídos gráficos são utilizados todos os resultados


gráficos de desgaste em função dos vários obtidos, para todos os quatro insertos. Os
parâmetros obtidos. Foi utilizada uma gráficos são mostrados nas figuras 7 a 11 a
curva de ajuste de interpolação quadrática seguir.
visando ajustar a melhor curva com o
intuito de entender a correlação dos
parâmetros com o desgaste de flanco. Nos
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Figura 7 –Gráfico Skewness X Desgaste

Figura 8 –Gráfico Rms X Desgaste


16

Figura 9 –Gráfico Curtose (achatamento) X Desgaste

Figura 10 –Gráfico Pico X Desgaste


17

Figura 11 –Gráfico Fator de Crista X Desgaste

Observa-se na figuras acima que a considerando os efeitos do desgaste no


correlação entre os parâmetros e o desgaste processo, como por exemplo: efeito na
das ferramentas não é alta. No entanto, em profundidade de corte, temperatura e força.
se tratando de processos de usinagem,
onde existem inúmeras variáveis, isto é
4. Discussão
normal. Os parâmetros de maior A profundidade de corte (ap) no
sensibilidade são o skewness e o Rms, com fresamento de topo é determinada pela
coeficiente de correlação 0,5865 e 0,5025 aresta principal de corte onde ocorre o
respectivamente (este coeficiente depende desgaste de flanco, no fresamento de topo
da curva de ajuste). A análise se concentra a profundidade de corte não é afetada de
então no comportamento destes dois forma significativa, a menos que a
parâmetros. Deve-se primeiramente ferramenta sofra uma avaria de origem
entender melhor o que eles representam e o mecânica (lascamento) que não é um
que significa a correlação com o desgaste desgaste contínuo como o desgaste de
das ferramentas. flanco. Na figura 12 pode-se observar o
O desgaste da ferramenta tem efeito desgaste de flanco de uma das ferramentas,
direta e indiretamente no sinal de emissão no final de vida. O desgaste não é
acústica. A seguir será feita uma discussão suficiente para afetar a profundidade de
18

corte e, portanto, diminuir o nível do sinal poderia afetar o mecanismo de formação


de emissão acústica. A figura 13 observa- do cavaco (ângulo de saída, contato cavaco
se ocorrência de um lascamento na ferramenta), sem contudo, alterar a
superfície de saída, novamente para uma profundidade de corte.
ferramenta em fim de vida. Esta avaria

Figura 12 – Desgaste de flanco do teste 9 para o terceiro inserto.

Figura 13 – Lascamento na superfície de saída para o oitavo teste com o inserto 3.


19

Durante um corte interrompido como As trincas térmicas não variam de


ocorre no fresamento, a ferramenta de forma considerável com a profundidade de
corte passa por uma fase ativa onde ocorre corte, pois conforme aumenta o desgaste
a formação do cavaco e uma fase inativa da ferramenta de corte, maior será a área
onde não acontece a formação do cavaco e de contato da ferramenta, conforme mostra
consecutivo resfriamento da ferramenta de o exemplo na figura 14. A temperatura ira
corte. A temperatura varia de forma cíclica se distribuir de forma facilitada pelo
aumentando durante a fase ativa e aumento de área logo a temperatura cíclica
diminuindo durante a fase inativa. Esse não sofre grandes variações.
comportamento onde ocorre uma flutuação Portanto, conforme houver um
cíclica da temperatura leva a formação de aumento do desgaste da ferramenta, está
tensões na região de corte da ferramenta terá uma temperatura mais homogênea,
podendo causar a formação de trincas dificultando a formação de avarias de
térmicas. origem térmica.

Figura 14 –Aumento da área de contato devido ao desgaste de flanco da ferramenta de corte

resistência nos planos cisalhamento, e


De uma maneira geral, quanto maior
portanto maior será a força de usinagem.
a resistência do material a usinar, maior a
20

Com o decorrer do desgaste de flanco há de folga principal da ferramenta, com a


uma alteração da geometria da ferramenta peça usinada, isso proporciona um
de corte com aumento na área de contato aumento nos níveis de sinal de emissão
entre a ferramenta e o cavaco e a peça a ser acústica, com o aumento das forças de
trabalhada, logo haverá um aumento nas usinagem e o atrito na região de contato da
forças de usinagem. Outro fator que ferramenta com a peça.
aumenta a força de usinagem é a Com o progresso do desgaste da
profundidade de corte e avanço, porem ferramenta, mais difícil será a remoção de
estes fatores se mantém constates em todo material da peça a ser trabalhada, logo a
o processo. operação de fresamento se caracteriza por
No caso em estudo, é realizada a uma elevada taxa de deformação plástica,
usinagem de um material muito duro (aço aumento de atrito e da força de usinagem
INOX VP80 ), ao fazer a analise visual do ao invés de haver remoção do material da
desgaste de flanco no microscópio óptico peça, gerando um crescente aumento da
nota-se que há um aumento da área de energia e nos níveis de emissão acústica.
corte na ferramenta, logo estes dois fatores Logo, nota-se que o gráfico que
promovem aumento gradual na força de relaciona os valores de rms com o desgaste
usinagem pois conforme o processo se de flanco da ferramenta, figura 8, está
desenvolve a área de contato da ferramenta coerente com o a teoria, pois com o
com a peça e o cavaco aumentam. decorrer do tempo o nível de energia
aumenta com o aumento do desgaste de
4.1. Relação entre Rms e Desgaste flanco.
de Flanco
4.2. Relação entre Skewness e
Conforme evolui o desgaste de
Desgaste de Flanco
flanco o valor do parâmetro estatístico rms
é crescente. Este parâmetro representa a No gráfico da figura 7 é mostrado
medida da energia do sinal de emissão que o parâmetro estatístico skewness
acústica, conforme mostrado na figura 8, decresce com o aumento do desgaste. Este
este aumenta, mostrando que a energia no parâmetro indicacse há uma maior
processo está crescendo com a perda de quantidade de valores acima ou abaixo da
material da ferramenta de corte. média de todos os pontos adquiridos, ou
No desgaste de flanco temos um seja, indica a proporção entre picos e vales
aumento da área de contato da superfície numa distribuição (sinal de emissão
acústica, vibração, rugosidade).
21

Um valor de skewness negativo térmicas. No entanto, neste trabalho não


indica que a maior parte dos pontos se foi possível medir as temperaturas durante
encontra a abaixo da média, ou seja, que a usinagem.
temos um maior número de vales. Valores
de skewness positivos indicam que a maior
4.3. Aplicação de Rede Neural
parte dos pontos se encontra acima da Artificial
média, ou seja, que temos um maior Os resultados obtidos foram
número de picos. utilizados para implementar uma rede
Como visualizado na figura 7, neural artificial utilizando o software
conforme o desgaste de flanco aumenta há Matlab para prever a vida da ferramenta de
uma diminuição nos valores de skewness, corte. A rede neural utilizada é
indicando que o sinal de emissão acústica denominada de PNN (Probabilistic Neural
contém mais vales do que picos. Não Network ou Rede Neural Probabilística).
podemos associar skewness com energia As classes adotadas para treinar e validar a
do sistema, como acontece com os valores rede neural são mostradas na tabela 6.
de rms, pois o sensor piezelétrico de
emissão acústica mede deslocamento e este Tabela 6 – Classificação da rede neural
parâmetro estatístico mostra apenas o PNN, em micrometros
comportamento do sinal. Intervalos do Desgaste de Flanco

Provavelmente esta diminuição pode Nova Meia vida Desgaste


(0- 300) (300- 450) (acima de 450)
estar relacionada com a evolução da
temperatura no processo. Como
mencionado anteriormente, conforme o Na tabela 7 são apresentados os
desgaste de flanco aumenta, as flutuações valores atribuídos que representam os
de temperatura diminuem, pois esta se estágios de desgaste de flanco da
distribui pela ferramenta de corte devido ferramenta. Portanto, o resultado da rede
ao aumento da área de contato da neural será apresentado na forma dos
ferramenta com a peça. números atribuídos as classes de desgaste.
Como mostrado na figura 7, os Os dados utilizados para treinar a
valores de skewness, que antes eram rede e suas respectivas classes estão
positivos, passam a ser negativos com o dispostos nas tabelas 8 a 11.
aumento do desgaste. Isto pode ser Na tabela 12 são apresentados os
atribuído à diminuição do gradiente de valores utilizados para validar a rede
temperatura e diminuição das trincas
22

neural probabilística que não foram


utilizados para treinar a rede.

Tabela 07 – Classe e valores atribuídos a estas classes


Classes Classificação para a rede neural
Ferramenta Nova (0 - 300 microns) 1
Ferramenta Meia vida (300 - 450 microns) 2
Ferramenta Desgastada (acima de 450 microns) 3

Tabela 08 – Dados de treinamento e suas respectivas classes


Skewness 0.0038 0.0658 0.0050 0.0629 0.1457 -0.0269 0.1484 0.0354 0.0236
Entrada
Rms 0.1782 0.1506 0.1730 0.1217 0.1285 0.2029 0.1146 0.0663 0.0658
classes classificação 3 1 2 1 1 2 1 1 1

Tabela 09 – Dados de treinamento e suas respectivas classes


Skewness 0.0938 0.1077 0.0383 0.1095 0.0964 -0.0021 0.0215 -0.0430 0.0754
Entrada
Rms 0.0935 0.1007 0.0607 0.1218 0.1207 0.1656 0.0650 0.1550 0.1487
classes classificação 1 1 3 1 1 2 1 3 1

Tabela 10 – Dados de treinamento e suas respectivas classes


Skewness 0.0088 0.1654 -0.0284 0.0860 0.1230 0.0709 0.1307 0.1053 0.1325
Entrada
Rms 0.1505 0.1172 0.2146 0.1348 0.1324 0.0849 0.1004 0.0982 0.1008
classes classificação 2 1 3 1 1 1 2 1 1

Tabela 11 – Dados de treinamento e suas respectivas classes


Skewness 0.1090
Entrada
Rms 0.1276
classes classificação 1

Tabela 12 – Dados de validação e suas respectivas classes


Skewness -0.0056 0.0302 0.0116
Entrada
Rms 0.1582 0.0652 0.1456
Classes Classificação 3 1 2
23

parâmetros estatísticos do sinal de emissão


Após a implementação das tabelas
acústica e o desgaste da ferramenta. Os
mostradas acima e consecutiva aplicação
melhores sintomas do sinal de emissão
da PNN , obteve-se os resultados
acústica são a skweness e o RMS. A
mostrados na tabela 13.
aplicação de uma rede neural artificial não
apresentou resultados confiáveis devido a
Tabela 13 – Resultado da rede neural
pouca quantidade de dados utilizados.
Saída da
1 1 1 Outro fator importante a ser mencionado,
PNN
que justifica a falha na utilização da PNN,
refere-se as freqüências harmônicas da
A tabela 13 mostra que a rede PNN fresadora utilizada. Na avaliação da
classificou apenas uma ferramenta de sensibilidade do sinal, deve ser feita
forma correta e as outras duas foram aquisição do sinal de emissão acústica da
classificadas de forma errada, isso se deve maquina em funcionamento em vazio, sem
a poucos dados relativo a uma ferramenta usinar. Os resultados devem ser utilizados
meia vida e desgastada tanto para para construção de filtros para eliminação
treinamento como para a validação, e uma das freqüências naturais da fresadora. Os
grande quantidade de dados referentes a dados dos ensaios devem ser submetidos a
ferramenta nova. A PNN tinha uma gama esses filtros, retirando as freqüências da
maior de informações sobre o que máquina. O sinal resultante teria dados
representa uma ferramenta nova, apenas referentes ao processo de usinagem.
atribuindo todos os dados de validação
como ferramenta nova. Este resultado deve 6. Agradecimentos
ser melhorado com uma quantidade de Os autores deste trabalho
dados iguais que represente os três estágios agradecem ao Conselho Nacional de
de desgaste da ferramenta. Além disso, é Desenvolvimento Científico e Tecnológico
necessário uma quantidade maior de (CNPq), pelo fornecimento da bolsa
ensaios para obtenção de mais resultados concedida e incentivo à pesquisa através
para as outras classes. do processo 309100/2006-2, à empresa
Villares Metal S.A pelo fornecimento do
5. Conclusões material dos corpos de prova, à Fapemig
Os resultados mostram que existe pelo apoio à pesquisa através do processo
uma boa correlação, em se tratando de APQ-2741-6.01/07, ao IFM e CAPES
processo de usinagem, entre alguns
24

pelos recursos ao desenvolvimento Drills Under Dry Machining Conditions,


científico e tecnológico. Wear, 254, pp. 723-734, 2003.

7. Referências Bibliográficas Jain, A.K., Mao, J., Artificial Neural


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