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2) AÇÃO DE DEPÓSITO
Tem por fim exigir a restituição da coisa depositada, e compete ao credor, que tem
legitimidade ativa, para propor tal ação.
Referida ação é usada com frequência, pelas instituições financeiras ou pelas empresas
administradoras de consórcios, que tem legitimidade para propor as ações de busca e
apreensão, embasadas nos contratos de alienação fiduciária, originados do Decreto-Lei
911/69.
Quando os bens alienados, não são localizados, cabe ao credor a conversão da ação de busca e
apreensão, em ação de depósito.
O procedimento da ação de depósito está previsto nos artigos 901 a 906 do CPC, cabendo a
decretação da prisão do depositário, no caso de não ser encontrada a coisa ou bem oferecido
em depósito.
5) AÇÕES POSSESSÓRIAS
No Código de Processo Civil, do artigo 920 ao 932, temos a previsão das seguintes ações
possessórias:
a) reintegração de posse;
b) manutenção de posse;
c) interdito proibitório.
Nas três ações acima, o que a lei visa preservar é chamado direito de posse (jus possessionis),
assim entendido:
a) na reintegração de posse, para recuperar a posse perdida por esbulho;
b) na manutenção de posse, a continuação da posse, no caso de turbação (ambas conforme
art. 926, do CPC);
c) no interdito proibitório, para o possuidor direito ou indireito se proteger da turbação ou
esbulho iminente, mediante mandado proibitório, em que se comine ao réu determinada pena
pecuniária, caso transgrida o preceito (art.932)
Cumpre ser esclarecido, que no caso de direito à posse (jus possidendi), originada do direito de
propriedade, para quem nunca esteve na posse, a ação cabível é a ação reivindicatória,
embasada no título de domínio, e que segue o rito comum ordinário.
Nas ações possessórias, cabe ao autor provar, conforme o artigo 927:
I- a sua posse;
II- a turbação ou o esbulho praticado pelo réu;
III- a data da turbação ou do esbulho;
IV- a continuação da posse, embora turbada, na ação de manutenção; a perda da posse, na
ação de reintegração.
Nas três modalidades de ação possessória, desde que o autor prove os requisitos acima
relacionados, e que o esbulho tenha ocorrido antes de um ano e dia, poderá o juiz deferir
liminarmente a reintegração ou de manutenção na posse, sem ouvir a parte contrária,
expedindo o respectivo mandado.
Não estando os requisitos provados satisfatoriamente, determinará o juiz que o autor
justifique previamente o alegado, e nesse caso, o réu será citado para comparecer a audiência
de justificação a ser designada
Colhida a prova testemunhal, se o juiz julgar procedente a justificação, deferirá desde logo a
ordem liminar de manutenção ou de reintegração. A seguir, deferida ou não a liminar, caberá
ao autor, promover nos 5 (cinco) dias subseqüentes, a citação do réu para contestar a ação
prosseguindo a ação, daí por diante, pelo procedimento comum ordinário.
Para tanto é indispensável que a área objeto do condomínio admita divisão, conforme as leis
municipais, no caso de imóvel urbano, e atinja o módulo rural, no caso de imóvel localizado na
região rural.
No caso da área condominal não admitir divisão, uma vez que a fração ideal não atinge o
mínimo admitido para o desmembramento urbano para o módulo rural, e não persistir mais
interesse na continuidade do condomínio, o procedimento adequado é o da ação de extinção
do condomínio.
O pedido de demarcação segue o procedimento previsto nos artigos 950 ao 966, e a ação de
divisão segue o procedimento previsto nos artigos 967 ao 981, todos do Código de Processo
Civil, devendo o autor, em ambos os procedimentos, no pedido inicial, preencher os requisitos
do artigo 282, do mesmo estatuto processual, distribuindo a ação perante o juízo da situação
do imóvel objeto da demarcação ou da divisão.
9 ) INVENTÁRIO E PARTILHA
Através do inventário e da partilha, são arrolados os bens do “de cujus”, e partilhados entre os
seus herdeiros ou legatários.
O processo de INVENTÁRIO, segue o procedimento previsto nos artigos 982 ao 1.045, do
Código de Processo Cívil, e pode ser requerido no prazo de 30 (trinta) dias, contados da data
do falecimento, perante o juízo do útimo domicílio do “de cujus”, por quem estiver na posse e
administração do espólio (art. 987).
Na falta deste, tem legitimidade concorrente, conforme a previsão do art. 988, os seguintes:
I - o cônjuqe supérstite;
II- o herdeiro;
III- o legatário;
IV- o testamenteiro;
V- o cessionário do herdeiro ou do legatário;
VI- o credor do herdeiro, do legatário ou do autor da herança;
VII- o síndico da falência do herdeiro, do legatário do autor da herança ou do cônjuge
supérstite;
VIII- o Ministério público, havendo herdeiros incapazes;
IX- a Fazendo Pública, quando tiver interesse.
Conforme a previsão do artigo 989, pode o juíz, de ofício, determinar que se inicie o
inventário, se nenhuma das pessoas nomeadas, o requerer no prazo legal.
Temos assim, que no inventário, são relacionados os bens móveis e imóveis, os créditos e as
dividas líquidas e certas do falecido, que formam o acervo hereditário, para ser partilhado
entre os herdeiros, ou ainda adjudicado, no caso de existir um único herdeiro, quando ao final,
será referida partilha ou adjudicação homologada por sentença judicial, e expedido o
competente formal de partilha ou carta de adjudicação, que se constituem no título aquisitivo
da propriedade dos bens partilhados.
O estatuto processual admite a transmissão dos bens do falecimento, através do chamado
arrolamento sumário e do arrolamento comum.
O ARROLAMENTO SUMÁRIO é previsto nos artigos 1.031 ao 1.035, do CPC, e possibilita a
partilha amigável, desde que as partes sejam maiores e capazes, nos termos do artigo 1.773 do
Código Civil, e será homologada de plano pelo juiz, mediante a prova da quitação dos tributos
relativos aos bens do espólio e às suas rendas, conforme a previsão do artigo 1.031.
O procedimento a ser seguido, é o previsto nos artigos 1.032 ao 1.035, do Código de Processo
Civil.
O ARROLAMENTO COMUM é cabível mesmo quando existam herdeiros menores e incapazes,
mas desde que o valor dos bens do espólio não ultrapasse o equivalente a 2.000 Obrigações do
Tesouro Nacional- OTN-, e será processado conforme os artigos 1.036 ao 1.038 do CPC.
Por fim, é de ser esclarecido que o juiz apreciará no inventário, as questões de direito e as de
fato, devidamente comprovada nos autos. As discussões de “alta indagação” e que “dependem
de outras provas”, que eventualmente sejam postas no curso do inventário, ou pelos próprios
herdeiros, ou por terceiro interessado, não serão decididas pelo juízo do inventário, mas sim,
remetidos aos meios ordinários, conforme a previsão do artigo 984 do Estatuto Processual.
1) ALIENAÇÕES JUDICIAIS
Procedimento adotado para os casos expressos em lei e sempre que os bens depositados
judicialmente forem de fácil deterioração, estiverem avariados ou exigirem grandes despesas
para a sua guarda, e que o juiz, de ofício ou a requerimento do depositário ou de qualquer das
partes interessadas, mandará aliená-los em leilão, conforme dispõe o artigo 1.113, do CPC.
As alienações judiciais seguirão o procedimento disposto nos artigos 1.113 ao 1.119, e seus
incisos e parágrafos correspondentes.
2) SEPARACÃO CONSENSUAL
É o meio pelo qual os cônjuges casados há mais de dois anos, por convenção mútua e
consensual, dão por finalizada a sociedade conjugal.
O pedido deve ser formulados em conjuntos pelos separandos, que poderão ser representados
nesse caso, por um único advogado, devendo o pedido preencher os requisitos do artigo 282,
além de dispor sobre:
a) a relação de descrição dos bens do casal, e a forma da partilha;
b) a convenção a respeito da guarda dos filhos menores, se existentes, bem como a
regulamentação das visitas, pelo cônjuge que não ficar com a guarda do filho;
c) o valor da pensão alimentícia a ser paga para o sustento dos filhos menores e ao cônjuge
que necessitar recebê-la, sendo esta dispensada, quando os separandos tiverem meios
próprios de sobrevivência.
A separação consensual segue basicamente o procedimento dos artigos 1.120 ao 1.124 do
Código de Processo Civil, sendo que, no Estado de São Paulo, através do Provimento CLXXXIII,
de 26/11/84, o Conselho Superior da Magistratura disciplinou a respeito do procedimento a
ser adotado em nosso estado, para os casos de separação consensual e do divórcio
consensual, cabível para os casais já separados por mais de dois anos consecutivos, e que não
precisam assim, previamente promover a separação, conforme a previsão do artigo 40, da Lei
n.º 6.515/77.
Proferida a Sentença homologatória da separação ou do divórcio consensual, em cumprimento
ao artigo 1.124, será expedido mandado de averbação ao Cartório de Registro Civil onde foi
lavrado o casamento, para as averbações necessárias, nos termos do que dispõe a Lei n.º
6.015/73.
3) PEDIDO DE INTERDIÇÃO
Através desse procedimento, poderá ser requerida a interdição de determinada pessoa, em
razão de doença ou de alguma anomalia psíquica, caso em que será declarada incapaz para
administrar os seus bens e as própria pessoa , sendo-lhe nomeado um curador para
representá-la.
São passíveis de curatela, conforme o artigo 446, do Código Civil:
I- os loucos de todo o gênero (arts. 448, nº I, 450 e 457 );
II- os surdos-mudos, sem educação que os habilite a enunciar preciosamente a sua vontade
(arts. 451 e 456);
III- os pródigos (arts.459 e 461).
A interdição poderá ser requerida, conforme o artigo 1.177 do CPC, e em conformidade com o
artigo 447, do Código Civil, pelos seguintes:
I- pelo pai, mãe ou tutor;
II- pelo cônjuge ou algum parente próximo;
III- pelo órgão do Ministério Público, e nesse caso, somente nos casos previstos nos incisos I ao
III, do artigo 1.178 (CPC) e 448 (CC).
A curatela dos interditos seguirá o procedimento estabelecido nos artigos 1.177 ao 1.198 do
Código de Processo Civil.