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fl Cidade ANO 1.° No DEZEMBRO 1942 Boletim da Comissta Wanicipal de Tariame de Evora — 2 — «A CIDADE DE EVORA» e guinguagésine Gnivertsatio Ccatto Gatia de Reezende Discurso lido na récita realisada, em 7 de Junho de 1942, no Teatro Garcia de Rezende sob o patrocinio da Camara Municipal de Evora. EVE o Ex." Senhor Presidente da Camara Municipal a amabilidade de convidar 0 oie Pr6é-Evora a colaborar no especticulo comemo- rativo do L aniversario do Teatro Garcia de Rezende, nomeando um dos seus directores para dizer algumas palavras sobre a histéria desta casa de espectaculos. Tendo sido o indicado para tal fim, antes de entrar na exposicao pedida, cumpro o dever de a Sua Ex.* apresentar os protestos de reconhe- cimento do Grupo de cuja direccdo tenho a honra de fazer parte. * O teatro em Evora data da criagao do teatro portugués. O fundador aqui viveu; aqui representou muitos de seus afa- mados autos — alguns em estreia — tendo até, segundo alguns investiga- dores, aqui falecido, repousando seus ossos na magestosa nave da igreja de Sao Francisco, o que se me afigura, porém, carecer de fundamento. O teatro portugués, nasceu na residéncia Real irradiando depois para os paldcios da mais alta nobreza. Assim em Evora sabe-se que Gil Vicente representou nos Pacos de a — par Sao Francisco e no palacio dos Marqueses de Ferreira, No século XVII ficaram notdveis os autos representados pelos escolares universitarios no cendrio maravilhoso do seu claustro, tendo por encantador pano de fundo a grandiosa fachada da Sala dos Actos. E’ natural que em Evora tenham existido «Patios de Comedias», como nas principais terras do Pais, e certo é que no século XVIII 0 teatro eborense se tenha encontrado em periodo de crise. Procurando obedecer aos moldes que o século passado consa- grou para espectaculos teatrais, foram adaptadas, na segunda metade do mesmo, umas casas existentes entre a rua Vasco da Gama e a travessa das Casas Pintadas, possivelmente ainda parte do solar que 0 inclito almirante teve nesta cidade. Funcionou durante alguns anos o teatrinho das Casas Pintadas, tendo pelo seu palco passado algumas das figuras gradas da céna portu- guesa de entao. «A CIDADE DE EVORA» — a1 — O atavico gosto dos eborenses pela arte cénica nao podia con- formar-se com a exigitidade e todas as outras deficiéncias dessa humilde casa. Desejava-se um teatro feito de raiz, uma casa no género daquelas que existiam na capital. Porém em desejos se ia consumindo o tempo, a tal se limitando. * Nos fins d2 1879, principios de 1880, a lavoura local encontrou-se colocada numa situagao embaracosa; nao havia trabalho para dar, faltou de comer aos trabalhadores e suas familias. Um eborense, homem simples, alma grandiosa, José Maria Ramalho Diniz Perdigao, digno filho da terra que foi bérgo de beneméritos como Joao Mendes Cicioso, era entdo o grande protector dos rurais quando a falta de trabalho, com todo o seu trisie cortejo, Iles batia 4 porta. Em conversa com alguns amigos, e desejoso de arranjar que fazer para os desempregados, sugeriu a constituicdo duma sociedade des- tinada a fazer construir um grande hotel. Se uns concordaram, outros, a maioria, manifestaram-se antes favoraveis 4 edificagdo dum teatro absolutamente digno da cidade e das suas tradicdes. Foi este o ponto de vista que vingou, tendo Ramalho convidado o engenheiro Adriano Augusto da Silva Monteiro para apresentar 0 pro- jecto da obra. S6 em Margo de 1881 ésse projecto foi dado por concluido, pelo que em 13 désse més, sob a presidéncia do Visconde de Guedes — mais tarde Conde da Costa—reuniram, no «Circulo Eborense», os adeptos dessa empresa. Ja estava escolhido o local para o teatro, jA tinha merecido unanime assentimento 0 alvitre feito para que 0 mesmo perpetudsse 0 nome glorioso do literato eborense que foi moco de escrevaninha de D. Joao II. Em 1 de Abril, compareceu no «Circulo» o tabeliao Joaquim Pinto que lavrou a escritura da constituicao de sociedade da «Companhia Eborense Fundadora do Teatro Garcia de Rezende». Estando o capital calculado necessario realisado — 20 contos— foram iniciadas as obras. Em 51 de Outubro désse mesmo ano de 1881, procedeu-se 4 ceriménia da colocagao, no interior de um dos cunhais, dum documento com a histéria da fundagao. Dessa solenidade foi lavrado o auto seguinte: —WNo ano do Nascimento de Cristo de 1881, reinando em Por- tugal El-Rei D. Luiz 1.°, organisou-se nesta cidade d’Evora uma com- panhia para fundagdo d’este teatro, ao gual se chamou Garcia de Rezende, em homenagem & memoria do distinto eborense do mesmo nome. O plano da obra foi elaborado por uma comissdo composta dos senhores Adriano Augusto da Silva Monteiro, engenheiro civil, Joaguim Sebastiao Limpo Esquivel, Manuel José Carreta, dr. Fran- cisco Inacio de Calca e Pinae Simao da Fonseca Lemos Monteiro, os

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