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D’ADESKY, jacques.

Pluralismo Étnico e Multiculturalismo: racismos e


anti-racismos no Brasil. Rio de Janeiro: Ed Pallas, 2009. CAP. V.

A mídia atual apresenta um forte valor comercial. Isso se dá pelo fato de


grandes grupos de multimídia terem seus interesses econômicos e políticos
voltados para a publicidade, podendo assim conseguir a manipulação da mídia
sem precedentes, o que tornou objeto de interesse da alta cúpula da elite
brasileira.

No Brasil poucas famílias detêm o poder da comunicação e isso reflete a


realidade do país na qual os grupos de minorias não são respectivamente
representados no meio audiovisual. A partir de uma análise minuciada e
reflexiva acerca das desigualdades no brasil, é possível perceber quem são os
grupos que comandam a mídia e quem é que fica “de fora”.

d´Adesky fala que são utilizados argumentos na justificativa da invisibilidade de


atores negros nas novelas brasileiras. O primeiro é de que não se tem muito
atores “talentosos”. O segundo que, numa eventual representação da
sociedade, atribui papéis subalternos aos atores negros: motorista, empregada
doméstica, bandido, etc.

No Brasil existem várias atrizes e atores negros que poderiam estar em várias
novelas. A questão, também, não se resume só aos autores e diretores
escolherem quem bem entendem. as produções de novelas e séries
apresentam conteúdo de outras épocas e séculos diferentes na qual pessoas
negras eram, de fato, inviabilizadas e escravizadas. Por outro lado, d’Adesky
faz cair por terra toda a argumentação anterior dizendo que as novelas não
obrigatoriamente necessitam recriar a realidade, pois essa é uma ficção e não
um produto documental. Assim poderia vir a representar positivamente as
pessoas negras nas novelas, filmes e séries.

Se tratando de mercado, sobretudo internacional, as produções de novelas


também são pensadas a partir de uma lógica capitalista, no sentido de que
países europeus tendem a consumir produtos brasileiros e, sendo assim, as
produções de séries, filmes e novelas pensam em conteúdos históricos como a
escravidão, por exemplo.

O autor ainda faz uma comparação sobre a escolha de atrizes negras para
atuar, em que escolhe aquela com traços finos, cabelo liso ou cabelos longos,
àquela com cabelos crespos, deixando claro a não aceitação da diversidade
etnocultural existente no Brasil.

“No que diz respeito à questão da mídia e do pluralismo étnico, convém


interrogar a realidaee do acesso dos rupos ditos minoritários, em termos de
visibilidade de imaens, mas também em relação ao conteúdo dos programas
de TV, às matériasda imprensa escrita etc. a resposta a tais perguntas
esclarece , sem sombra de dúvida, a relação de fproça que impera nos centros
decisórios da mídia.” (p. 87)

“A mídia aparece como uma dinâmica das relações interétnicas, suscetíveis de


orientar aitudes e de provocar mudanças de mentalidade no interior das
sociedades.” (p. 88)

“Silvia-Ostrovietsky considera a televisão, o cinema e a fotografia como


percepções gravadas, no momento de suas exposição ou emissão , envolvem
o individuo imaginariamente, algumas vezes com mais força que o próprio
espaço físico.”(p. 88)

“De fato , se podemos admitir que a falta de talento de muitos atores negros e
aprecariedade socioeconômica dos afro-brasileiros em geral constituem
obstáculos à maior participação dos neros na televisão, é necessário
reconhecer que até os atores negros talentosos têm poucas oportunidades de
trabalho.”(p. 89)

“...novela não deve retratar obrigatoriamente a realidade por ter um caráter de


ficção e não de documentário. Portanto, nada impediria os autores de novelas
de ‘subveter a realidade’, criando histórias que colocassem os atores negros
em papéis de destaque.” (p. 90)

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