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Concepções de validade em pesquisas qualitativas

Leila Giandoni Ollaik


Henrique Moraes Ziller
Universidade de Brasília

Resumo

Este ensaio tem como objetivo expor as distintas concepções exis-


tentes sobre validade e as várias formas de aferi-la, discutindo tais
questões no âmbito da pesquisa qualitativa. Como metodologia,
utilizou-se a análise comparativa. Foi possível perceber que as con-
cepções de validade podem ser agrupadas em três grandes blocos:
concepções relacionadas à fase de formulação da pesquisa (vali-
dade prévia), concepções relacionadas à fase de desenvolvimento
da pesquisa (validade interna) e concepções relacionadas à fase de
resultados da pesquisa (validade externa). Pôde-se notar, em cada
uma das fases, a presença tanto de autores com visão conceitual
quantitativa, quanto de autores de perspectiva qualitativa, embora
os enfoques sejam diferenciados. As concepções de validade próxi-
mas às origens positivistas preocupam-se mais com a validade na
formulação e nos resultados, enquanto as concepções de validade
mais interpretativistas dão maior ênfase ao desenvolvimento da
pesquisa, sem desconsiderar, porém, preocupações com a formula-
ção e com os resultados. Conclui-se que um pesquisador qualitativo
pode e deve preocupar-se com a validade nas três fases da pesquisa:
formulação, desenvolvimento e resultados. A validade em pesquisas
qualitativas parece, assim, ser mais ampla e pormenorizada, embora
menos mensurável quantitativamente.

Palavras-chave

Pesquisa qualitativa – Validade – Confiabilidade.

Correspondência:
Leila G. Ollaik
leila.ollaik@gmail.com

Educação e Pesquisa, São Paulo, v.38, n.1, 229-241, 2012. 229


Conceptions of validity in qualitative studies
Leila Giandoni Ollaik
Henrique Moraes Ziller
University of Brasília

Abstract

This essay has as its objective to present the different existing


conceptions on validity and on the various ways to assess it,
discussing these issues within the scope of qualitative research. The
methodology employs the comparative analysis. It was observed that
the conceptions of validity can be grouped in three major blocks:
conceptions related to the stage of formulation of the study (prior
validity), conceptions related to the stage of development of the
research (internal validity), and conceptions related to this stage of
the results of the study (external validity). It could be noted in each
of these stages the presence both of authors with a quantitative
perspective and of those with a qualitative view, although their
approaches are distinct. The conceptions of validity close to the
positivist origins are more concerned with the validity in the
formulation and in the results, whereas the more interpretivist
conceptions of validity give more emphasis to the development
of the research, without, however, disregarding the concern with
formulation and results. It can be concluded that a qualitative
researcher can and should concern him/herself with the validity of
the three stages of the study: formulation, development and results.
The validity in qualitative studies seems, therefore, to be wider and
more detailed, albeit less quantitatively measurable.

Keywords

Qualitative research – Validity – Reliability.

Contact:
Leila G. Ollaik
leila.ollaik@gmail.com

230 Educação e Pesquisa, São Paulo, v. 38, n. 1, p. 229-241, 2012.


Este ensaio tem como objetivo expor as – International Journal of Methodology;
distintas concepções existentes sobre o conceito International Journal of Qualitative Methods;
de validade e discuti-las no âmbito da pesquisa e Qualitative Inquiry. Buscou-se identificar, no
qualitativa. Tem como pano de fundo o debate período de 2001 a 2010, primeira década do sé-
entre as epistemologias positivista e interpreta- culo XXI, artigos que contivessem o termo vali-
tivista na construção do conhecimento. dade no título. Dentre estes, foram utilizados os
Pesquisas qualitativas tendem a sofrer textos que trataram de forma mais abrangente a
“um problema desafortunado de imagem”, fa- questão da validade em pesquisas qualitativas.
zendo com “que aqueles que nunca tentaram As conclusões apresentam sugestão para pes-
fazer análise qualitativa propriamente dita, quisas futuras.
imaginem que se trata de uma pesquisa alea-
tória, sem rigor e tendenciosa”. Esse “problema Concepções de validade
de imagem” também leva muitos a acharem
“que fazer pesquisa qualitativa seria mais fá- A fundamentação teórica aqui dispos-
cil do que fazer pesquisa quantitativa” (LEE; ta traz distintas concepções de validade, apre-
LINGS, 2008, p. 232). Nesse contexto, anali- sentando uma exposição de diversas formas de
sar as concepções de validade no âmbito de aferir a validade, com ênfase em pesquisas qua-
pesquisas qualitativas traz contribuições rele- litativas, e uma breve discussão sobre o con-
vantes, permitindo uma reflexão científica que texto e a lógica subjacentes a cada concepção
pode ajudar a desconstruir essa imagem e a e a cada tipo de pesquisa científica. Ao final da
instrumentalizar a pesquisa qualitativa para seção, tais elementos serão relacionados.
testes de validade. Dicionários definem validade como
O ensaio está estruturado da seguinte qualidade – ou condição – de válido. O termo
forma: a fundamentação teórica enfoca as dis- válido, por sua vez, é definido como aquilo que
tintas concepções existentes de validade, apre- tem valor, que é valioso; aquilo que tem saúde,
sentando, primeiramente, uma descrição de tais que é sadio, são; aquilo que é vigoroso; aquilo
concepções e uma análise das várias formas que surte efeito, que é eficaz (FERREIRA, 2009).
possíveis de aferir validade. Em seguida, o texto O mesmo termo é também definido como aquilo
discute o contexto dessas concepções e a lógica que contém premissas das quais a conclusão
científica subjacente a cada uma delas; final- pode ser logicamente extraída (SACCONI, 2010).
mente, na conclusão, mediante a análise desen- Em pesquisa científica, a validade assume
volvida, essas diferentes concepções de validade concepções mais complexas. A elaboração ori-
em pesquisa qualitativa são agrupadas em três ginal do conceito vem de métodos quantitativos
grandes blocos: validade prévia ou na formula- nos quais a validade é a extensão em que uma
ção da pesquisa; validade interna ou no desen- medida representa corretamente o conceito do
volvimento da pesquisa; e validade externa ou estudo, ou seja, o grau em que a medida está
de seus resultados. Tal agrupamento e a análise livre de qualquer erro. A validade seria referente
realizada levaram às conclusões do ensaio. à semelhança entre o conceito e suas medidas,
As concepções e as formas de aferição ao grau em que uma medida representa preci-
apresentadas na fundamentação teórica foram samente o que se espera. A garantia da valida-
fruto de ampla pesquisa sobre métodos qualita- de começaria com a compreensão direta do que
tivos, incluindo análise de artigos sobre valida- deve ser medido, sendo, portanto, uma questão
de publicados em cinco periódicos internacio- prioritariamente de formulação da pesquisa
nais especializados em pesquisas qualitativas, (HAIR Jr. et al., 2009).
quais sejam: Qualitative Research Journal; Em pesquisas quantitativas, como o pano
The Qualitative Report; Quality & Quantity de fundo é a filosofia positivista, a validade é

Educação e Pesquisa, São Paulo, v.38, n.1, 229-241, 2012. 231


um atributo que se relaciona com a objetivida- posição de maneira a encontrar uma concepção
de, com a possibilidade de repetição do expe- de validade que atenda tanto à pesquisa quan-
rimento, com o fato de a pesquisa estar aberta titativa como à pesquisa qualitativa. Dentro do
à verificação por outras pessoas e com a capa- universo de pesquisas qualitativas, há várias
cidade de generalização. Assim, para que uma possibilidades de definições e critérios de va-
pesquisa quantitativa seja considerada válida, lidade. É preciso conhecer com clareza o con-
outro pesquisador deve poder desenvolvê-la e texto no qual se está atuando para definir com
chegar ao mesmo resultado. Nessa concepção, coerência a concepção de validade que será
a ciência é vista com objetividade e tem caráter adotada e explicitar os critérios que então serão
explicativo (MARTINS, 2004). úteis. Daí decorre que, em pesquisa qualitativa,
Os critérios tradicionais adotados para a concepção de validade e seu método de afe-
verificar a existência de validade em pesquisas rição são definidos de diversas formas. Não se
têm suas raízes nessa tradição positivista. De trata de concepções únicas, fixas ou universais,
certa forma, o próprio positivismo tem sido de- mas de um construto fortemente ligado aos pro-
finido por uma teoria sistemática de validade cessos e às intenções de cada projeto e de cada
(GOLAFSHANI, 2003). metodologia de pesquisa (GOLAFSHANI, 2003).
A validade em pesquisa qualitativa é um Diferentes contextos podem propiciar diferentes
tema explorado já há cerca de meio século, com adaptações dos métodos utilizados.
maior ênfase em anos recentes. Embora sua Nas mais diversas concepções adota-
origem sejam os pressupostos adotados na pes- das, porém, a validade refere-se à verificação
quisa quantitativa, ela vem sendo adaptada e dos resultados como verdadeiros e confiáveis.
utilizada também na pesquisa qualitativa (CHO; Ela estaria relacionada ao fato de os resultados
TRENT, 2006). refletirem com precisão a situação analisada e
Em pesquisas qualitativas, a concepção serem confiáveis, no sentido de que não haveria
de validade assume formas distintas, pois a dis- razões para deles duvidar; ou seja, a pesquisa é
cussão sobre escalas de medição não se apli- válida se as evidências fornecem o apoio neces-
ca a métodos qualitativos, sendo necessária a sário às suas conclusões (GUION, 2002). Nesse
compreensão da validade em outra perspectiva. particular, mais uma vez, denota-se a influência
Para além de questões de formulação, naqui- positivista que compreende a essência da pes-
lo que pode ser compreendido como validade quisa como a busca da verdade.
prévia, a validade busca indicar o que constitui No entanto, a pesquisa qualitativa busca
uma pesquisa bem feita, confiável, merecedora descrever e compreender um fenômeno, e não
de ser tornada pública para contribuir para o explicá-lo ou fazer previsões. Tais descrição e
conhecimento, ou – conforme a definição apre- compreensão estão restritas a um contexto es-
sentada inicialmente para o termo válido – que pecífico a partir do qual se chega a um tipo de
tem valor, eficaz. Nesse sentido, adaptando o conhecimento distinto do que é alcançável por
conceito quantitativista para pesquisas qualita- procedimentos estatísticos ou por outras formas
tivas, verificar a validade de uma pesquisa seria de quantificação. Em vez de explicar, busca-se
determinar se ela de fato mede verdadeiramente descrever. Em vez de prever, busca-se compre-
o que o pesquisador propôs-se a medir, se seus ender. Em vez de generalizar, busca-se a pos-
processos metodológicos são coerentes e se sibilidade de extrapolação para situações com
seus resultados são consistentes. contextos similares (GOLAFSHANI, 2003).
A validade pode ser vista genericamente Uma das principais críticas feitas à pes-
como a correspondência entre a pesquisa e a re- quisa qualitativa é que a ela falta representati-
alidade (BIANCHI; IKEDA, 2008). Cabe questio- vidade, não permitindo generalizações e sendo
nar, no entanto, se é possível fazer essa trans- por demais subjetiva, aspecto este decorrente

232 Leila Giandoni Ollaik; Henrique Moraes Ziller. Concepções de validade em pesquisas qualitativas.
principalmente da proximidade entre pesquisa- os procedimentos perdem relevância em favor
dor e pesquisado. Além disso, ela sofre críticas do impacto causado pela pesquisa em si mesma
por ter caráter descritivo e narrativo, e não ex- (CHO; TRENT, 2006).
plicativo. Tais críticas, entretanto, só seriam vá- Jeasik Cho e Allen Trent (2006) concluem
lidas a partir do paradigma quantitativo, visto seu trabalho com a apresentação de um modelo
que, em pesquisas qualitativas, a intenção não que prevê uma variada combinação de métodos
é generalizar, mas sim descrever, analisar, bus- de validação em função de distintos objetivos
car compreender. Nessa perspectiva, a validade que uma pesquisa qualitativa pode ter. A par-
estaria relacionada com a coerência interna da tir dos objetivos de cada pesquisa, derivam-se
pesquisa (MARTINS, 2004). concepções de validade mais aderentes a eles.
Ou seja, há concepções que dão mais Para os autores, os objetivos da pesquisa qua-
ênfase à validade dos resultados, também de- litativa podem ser: busca da verdade, descrição
nominada validade externa, e há concepções densa, desenvolvimentista, ensaio pessoal e
que dão mais ênfase à validade do processo, do praxis/social.
método, também denominada validade interna. No ensaio praxis/social, a verificação da
Para Mirka Koro-Ljungberg (2010), a va- validade assemelha-se à da validade transfor-
lidade em pesquisas qualitativas está mais for- macional, com a diferença de que não se trata
temente relacionada com a responsabilidade no mais de impacto advindo do esforço da pesqui-
tratamento das informações obtidas e nas deci- sa, mas da interação entre pesquisador e parti-
sões do pesquisador, envolvendo intensa preo- cipantes, e de sua posterior atitude quotidiana
cupação ética. Nessa linha, de validade interna, transformada pelo processo de pesquisa (CHO;
de processo, há também a concepção de valida- TRENT 2006).
de transacional. Esta age em uma perspectiva Tal proposição de adotar métodos de va-
micro, na qual o cerne da questão está rela- lidação conforme o objetivo de cada pesquisa
cionado com a interação entre o pesquisador, o consiste em uma perspectiva integradora e não
pesquisado e os dados encontrados, de maneira excludente. Com ela, almeja-se alcançar uma
a alcançar a maior identidade possível entre proposta holística de validade, a salvo de técni-
sentimentos, experiências, valores e opiniões cas mágicas, livrando as pesquisas de caminhos
coletados, e a narrativa feita pelo pesquisador e resultados equivocados (CHO; TRENT, 2006).
sobre eles (CHO; TRENT, 2006). Apesar dessas diferenças, tanto pesqui-
A validade transacional admite a utiliza- sas quantitativas quanto pesquisas qualitati-
ção de diversos métodos já conhecidos, e com- vas, independentemente da argumentação que
põe, junto com a validade transformacional, se faça a respeito da validade de uma pesquisa
duas grandes linhas de validação. Nesse segundo qualitativa, procuram demonstrar que seus es-
grupo, o que está em questão não é mais a veri- tudos são críveis, confiáveis e válidos.
ficação da validade de procedimentos, mas, para
além disso, trata-se de uma abordagem na qual a Como aferir validade
validação equivale ao impacto causado pela re-
alização da pesquisa. Mediante o esforço de pes- Há diferentes técnicas para aferição da
quisa, haveria um resultado de emancipação em validade de uma pesquisa científica, conforme a
direção à mudança social (CHO; TRENT, 2006). concepção de validade que esteja sendo utiliza-
A validade transacional se caracteri- da. A validade em pesquisa qualitativa tem sido
zaria por seu foco procedimental, mais espe- operacionalizada de várias maneiras, e todas as
cificamente, na relação entre pesquisador e concepções apresentam algum nível de apropria-
pesquisado, enquanto a validade transforma- ção adequada aos diversos desenhos desse tipo
cional se caracterizaria pelo processo, no qual de pesquisa (ONWUEGBUZIE; LEECH, 2007).

Educação e Pesquisa, São Paulo, v.38, n.1, 229-241, 2012. 233


Para verificar a validade externa de uma acessíveis para a comunidade acadêmica e para
pesquisa qualitativa, a opção por adotar, sem os usuários no campo? Os resultados estimulam
adaptações, a concepção positivista, verifican- ações – básicas e aplicadas – futuras?
do a capacidade de replicação e generalização Segundo Günther (2006), tal método é
dos resultados, redundaria em um esforço com consistente com os princípios tanto da pesqui-
poucas perspectivas de sucesso (ROCHA-PINTO; sa qualitativa, quanto da pesquisa quantitativa,
FREITAS; MAISONNAVE, 2008). Daí se conclui pois os critérios ofereceriam o nível de valida-
que, quando se trata de pesquisas qualitativas, ção numa gradação qualitativa, e não mediante
possivelmente se dá maior relevância à vali- um valor numérico.
dade interna, visto que a generalização não é, O método de triangulação é frequente-
usualmente, objetivo da pesquisa qualitativa. mente utilizado para demonstrar validade em
As técnicas no âmbito da validade tran- pesquisas científicas. A origem do termo trian-
sacional são um meio para assegurar a maior gulação está nas ciências que se utilizam de
aderência possível entre os dados coletados e pesquisas sobre terra e sobre navegação, refe-
interpretados e a realidade; incluem aborda- rindo-se a um método simples para determinar
gens para aferição da validade, como a trian- a posição de um ponto mediante observação de
gulação. Mediante a utilização desses méto- dois outros pontos adicionais (FARMER et al.,
dos, os informantes da pesquisa são instados 2006). Migrando das ciências exatas, a trian-
a confirmar se a interpretação do pesquisador gulação foi adotada em pesquisas na área de
corresponde à sua realidade, pois a construção saúde e em pesquisas sociais por psicólogos
que o pesquisador faz da realidade será, inevi- quantitativos. Depois, passou a ser utilizada
tavelmente, uma reconstrução, uma interpre- em várias áreas, por se acreditar que ela per-
tação (CHO; TRENT, 2006). mite uma compreensão multidimensional de
Em relação à concepção interpretati- problemas complexos. Seu objetivo principal
vista, Hartmut Günther (2006) apresenta uma é aumentar a validade da pesquisa, garantindo
lista de diversas perguntas que orientariam a que os resultados e suas interpretações sejam
avaliação da validade interna de pesquisas qua- confiáveis (LINCOLN; GUBA, 2006).
litativas, tais como: As perguntas da pesquisa A triangulação implica a utilização de
estão claramente formuladas? O delineamento abordagens múltiplas a fim de evitar distorções
da pesquisa é consistente com seu objetivo e devido a um método, uma teoria ou um pes-
com suas perguntas? Os paradigmas e os cons- quisador (GÜNTHER, 2006). Ela visa controlar
trutos analíticos foram bem explicitados? A posi- vieses e enriquecer constatações, bem como
ção teórica e as expectativas do pesquisador fo- confirmar e reafirmar validade e confiabilidade.
ram evidenciadas? Adotaram-se regras explícitas Para Tracy Farmer et al. (2006), triangulação é
nos procedimentos metodológicos e analíticos? um enfoque metodológico que contribui para a
Os procedimentos metodológicos e analíticos es- validade dos resultados de uma pesquisa quan-
tão bem documentados? Os dados foram cole- do são utilizados múltiplos métodos, teorias,
tados em todos os contextos, tempos e pessoas fontes e pesquisadores.
sugeridos pelo delineamento? O detalhamento Lisa Guion (2002) define cinco tipos de
da análise leva em conta resultados não espera- triangulação. O primeiro é a triangulação de
dos e contrários ao esperado? A discussão dos dados, em que se utilizam diferentes fontes
resultados leva em conta possíveis alternativas de dados ou de informações para se chegar
de interpretação? Os resultados são congruentes ao mesmo resultado; é o tipo mais conhecido
com as expectativas teóricas? Explicitou-se a e o de mais fácil implementação. O segun-
teoria que pode ser derivada dos dados e uti- do tipo é a triangulação de pesquisadores,
lizada em outros contextos? Os resultados são no qual diferentes pesquisadores estudam o

234 Leila Giandoni Ollaik; Henrique Moraes Ziller. Concepções de validade em pesquisas qualitativas.
mesmo tema utilizando-se das mesmas téc- ganizado, planejado e baseado em um contrato
nicas (entrevista, observação, estudo de caso, ético de participação assumido por todos os ele-
grupos focais). Se os diferentes pesquisadores mentos do grupo (RESSEL et al., 2008).
chegarem às mesmas conclusões, então fica Pode-se também manter um proto-
estabelecida a validade da pesquisa. O tercei- colo para verificar confiabilidade e garantir
ro tipo é a triangulação de teorias, em que validade em pesquisas qualitativas, e exis-
profissionais de campos de estudo distintos – tem mais de 24 métodos com essa finalida-
como economia, antropologia, ciência políti- de. Alguns desses métodos são: envolvimento
ca, administração – envolvem-se na pesquisa, prolongado; observação persistente; trian-
a partir de diferentes perspectivas, para in- gulação; registro de tudo; checagem com os
terpretar o mesmo conjunto de informações. membros; análise das evidências; verificação
O quarto tipo, também popular e amplamen- por representatividade; explicitação do viés
te utilizado, é a triangulação metodológica, do pesquisador; comparações; experimenta-
que utiliza métodos tanto qualitativos quan- ção teórica (ir aonde os dados levarem, e não
to quantitativos para estudar um problema. manipulá-los); verificação dos significados
Alguns autores, como José Luis Neves (1996), de casos extremos; utilização dos casos extre-
chamam de triangulação apenas esse último mos; eliminação de relações espúrias; análise
tipo, qual seja, a combinação de métodos das surpresas encontradas nos dados; elabo-
quantitativos e qualitativos em uma mesma ração de relações; consulta a um colega para
pesquisa. Finalmente, o quinto método é a que este aja como advogado do diabo; entre
triangulação ambiental, que envolve o uso de outros (ONWUEGBUZIE; LEECH, 2007).
diferentes locais ou diferentes fatores-chave Ademais, pode-se verificar a qualidade
para a pesquisa em questão, como a hora do de uma pesquisa qualitativa por sua transpa-
dia, o dia da semana, ou a estação do ano. rência, sua coerência e sua comunicabilidade,
Há que se identificar um fator ambiental que as quais construiriam a justificativa das inter-
seja relevante e que possa influenciar a in- pretações. Por transparência entende-se que o
formação; caso se chegue à mesma conclusão leitor da pesquisa é capaz de identificar com
modificando o fator ambiental, está estabe- clareza os processos que foram utilizados na
lecida a validade da pesquisa (GUION, 2002). coleta e na análise dos dados; por coerência en-
Paulien Meijer, Nico Verloop e Douwe Beijard tende-se que os construtos teóricos estão ajus-
(2002) também identificam esses cinco tipos tados e coerentes com a análise desenvolvida;
de triangulação, com algumas diferenças, e os por comunicabilidade entende-se que a pesqui-
apresentam em ordem distinta. sa faz sentido para os leitores, para o pesqui-
Há, ainda, a validação da pesquisa pelos sador e para os pesquisados (ROCHA-PINTO;
pares, pela comunidade acadêmica, tal como FREITAS; MAISONNAVE, 2008).
mencionado por Alda Judith Alves-Mazzotti Em suma, há várias estratégias para es-
(2006) ao tratar da temática de estudo de caso. tabelecer validade em pesquisas qualitativas
Não se trata, nessa situação, da triangulação de (MORSE et al., 2002). Há também numerosos
pesquisadores. Antes, a autora concebe um diá- métodos e propostas de conciliação entre eles,
logo do pesquisador com a comunidade acadê- bem como análises variadas sobre seus usos em
mica, o que confere relevância e confiabilidade pesquisas qualitativas. Há, enfim, ampla refle-
à pesquisa, num processo de produção coletiva xão sobre a utilização da concepção e da afe-
de conhecimento. rição da validação em pesquisas qualitativas,
Para verificação da confiabilidade quan- embora a escolha do pesquisador dependa fun-
do se trabalha com grupos focais, é possível damentalmente do contexto e da lógica cientí-
verificar se o processo da pesquisa foi bem or- fica subjacente a cada concepção.

Educação e Pesquisa, São Paulo, v.38, n.1, 229-241, 2012. 235


Contexto das concepções e mesmo esferas estatais. Cho e Trent (2006) nar-
lógica científica subjacente ram os esforços do governo norte-americano
para impor conceitos quantitativos como base
A pesquisa no âmbito das ciências na- do paradigma a ser seguido na construção do
turais parte do pressuposto de que é possível conhecimento científico.
identificar uma realidade preexistente, de ma- Pesquisadores qualitativistas consideram
neira objetiva e sem a influência do pesquisa- que a concepção de validade definida em
dor, a partir de métodos neutros que vão per- termos quantitativos é inadequada, pois
mitir a identificação da existência de leis que estes podem não ser aplicáveis ao paradigma
regem o funcionamento do universo e contro- da pesquisa qualitativa. Nessa linha, foram
lam toda a existência, em última análise. A desenvolvidos outros conceitos que estão
validação desse tipo de pesquisa utiliza-se, ne- para a pesquisa qualitativa assim como a
cessariamente, de instrumentos que permitem validade está para pesquisa quantitativa, por
comparar a realidade dos fenômenos observa- exemplo, fidedignidade, rigor e qualidade
dos com suas medidas e as representações des- (GOLAFSHANI, 2003).
sas medidas (MARTINS, 2004). Cho e Trent (2006) demonstram, com
A pesquisa no âmbito das ciências so- grande sutileza, a natureza do problema ao tra-
ciais identificou outra possibilidade e, em tarem do conceito de validade transacional:
grande medida, valeu-se dela; é a identifica-
ção da realidade construída, em que o pes- Em grande medida, esse enfoque assume
quisador interage com o objeto da pesquisa que a pesquisa qualitativa pode ser mais
em um processo no qual sua própria cogni- confiável na medida em que algumas
ção influi no resultado. Trata-se, portanto, da técnicas, métodos e/ou estratégias sejam
construção do conhecimento a partir de uma empregadas durante o desenvolvimento
postura interpretativa, o que implica a possi- da pesquisa. Em outras palavras, técnicas
bilidade de que pesquisa e pesquisador sejam são vistas como uma forma de garantir
participantes ativos do processo de construção reflexão precisa da realidade (ou, ao
do conhecimento, e não mais lhes impõe uma menos, da construção da realidade pelos
postura neutra, afastada, como requer o posi- participantes da pesquisa). (p. 322)
tivismo (GOLAFSHANI, 2003).
De acordo com os positivistas, qualquer A ideia de que a adoção de determina-
pesquisa científica, por definição e também das medidas vá conceder maior credibilidade à
por suas características intrínsecas, deve ne- pesquisa qualitativa parece trazer em si a noção
cessariamente ser quantitativa. Ou seja, nessa subjacente de que ainda lhe falta um quantum
concepção, só são consideradas científicas as de credibilidade, mesmo que tal medida seja in-
pesquisas baseadas em dados e que utilizam definida. A solução seria, então, a adoção de
instrumentos de mensuração. Eles acreditam técnicas, métodos e estratégias a serem intro-
que os métodos qualitativos não dão origem a duzidos no processo de pesquisa, de maneira a
dados confiáveis. Por sua vez, os interpretati- se obter um acurado reflexo da realidade. Dado
vistas desconfiam dos positivistas afirmando que a obtenção de um acurado reflexo da reali-
que estes não realizam pesquisas válidas, por- dade decorre de uma categoria positivista, Cho
que não se colocam no lugar do objeto estu- e Trent (2006) fazem a ressalva de que pode se
dado, do sujeito (ROCHA-PINTO; FREITAS; tratar, na verdade, de uma construção da reali-
MAISONNAVE, 2008). dade feita pelo participante da pesquisa, alcan-
O conflito existente entre pesquisa quan- çando a perspectiva antipositivista da constru-
titativa e qualitativa é manifesto e envolve até ção do conhecimento.

236 Leila Giandoni Ollaik; Henrique Moraes Ziller. Concepções de validade em pesquisas qualitativas.
Cho e Trent (2006) fazem, ainda, refe- dade, sendo que outro aponta, inclusive, para
rência a uma mudança conceitual que eles ob- um novo referencial em relação ao resultado
servaram nos trabalhos de Yvonna Lincoln e de uma pesquisa: o objetivo praxis/social, que
Egon Guba de 1985, 1989 e 2000. No trabalho compreende valores como emancipação cidadã
de 1985, os autores referiam-se com naturali- e justiça social.
dade à triangulação como método de aferição As diversas definições de validade em
da acurácia de dados em pesquisa qualitativa. pesquisa qualitativa, assim como a diversida-
Já em 1989, o trabalho havia evoluído para de dos métodos de validação existentes, mani-
uma reflexão acerca das implicações positivis- festam a distinção desse conceito em relação
tas do método da triangulação. Posteriormente, àquele desenvolvido no âmbito das pesquisas
no texto de 2000, vê-se que Lincoln e Guba quantitativas, o qual é menos fluido, mais con-
consideram duas perspectivas de validade: a creto e facilmente apreensível.
perspectiva positivista, em que a validade é ab-
solutamente alcançável, e a perspectiva cons- Conclusões
trutivista, na qual a validade nunca pode ser al-
cançada, mas, ao contrário, tem de ser checada A partir das distintas concepções, formas
indefinidamente. de aferição e lógicas subjacentes, desenvolveu-
Entre outras conclusões, Cho e Trent -se uma análise agrupando as diversas concep-
(2006) afirmam, afinal, que é equivocado o ob- ções de validade em pesquisa qualitativa. Foi
jetivo de alguns cientistas em definir métodos e possível perceber que tais concepções podem
estratégias de validação da pesquisa qualitativa ser agrupadas em três grandes blocos: con-
a partir das estratégias convencionais da pes- cepções mais relacionadas à fase da formula-
quisa quantitativa. Também Nahid Golafshani ção da pesquisa (validade prévia), concepções
(2003) entende que conceitos como validade e mais relacionadas à fase de desenvolvimento da
triangulação, caso intencionem alcançar o sta- pesquisa (validade interna) e concepções mais
tus de conceitos relevantes em pesquisa qua- relacionadas à fase de resultados da pesquisa
litativa, devem ser redefinidos a partir de um (validade externa).
ponto de vista qualitativo. O agrupamento foi inspirado no texto de
De fato, a utilização da triangulação David Brinberg (1982), em sua concepção bási-
como instrumento de validação em pesquisas ca acerca de três momentos distintos para afe-
quantitativas e qualitativas deve considerar a rição da validade em pesquisas qualitativas: a
distinção entre os universos positivista e inter- formulação, o desenvolvimento e o resultado. A
pretativista. Enquanto, na pesquisa quantita- partir daquilo que foi pesquisado e apresentado
tiva, qualquer exceção pode levar à não con- ao longo deste ensaio, foram adicionados ou-
firmação da hipótese, na pesquisa qualitativa, tros elementos ao agrupamento, o qual é apre-
exceções podem levar à modificação ou até à sentado no Quadro 1.
construção de teorias (GOLAFSHANI, 2003). Nota-se a presença, em cada uma das
Cho e Trent (2006), quando propõem o três fases, tanto de autores com visão concei-
enfoque de distintos conceitos de validade para tual quantitativa, quanto de autores de pers-
distintos objetivos de pesquisa, acabam impon- pectiva qualitativa, embora os enfoques sejam
do a relativização da busca e do conhecimento diferenciados. Na formulação, pode-se ter uma
da verdade como propósitos finais da pesquisa validade quantitativa sobre se a medida repre-
científica, valores tão caros ao positivismo. Eles senta precisamente a realidade, ou uma valida-
fazem isso ao indicarem cinco tipos de propó- de qualitativa, que é construída pelo pesquisa-
sitos distintos na pesquisa qualitativa, dentre dor e pode ser definida de diversas formas. No
os quais apenas um refere-se à busca da ver- desenvolvimento, um enfoque mais próximo às

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Quadro 1 – Diferentes concepções de validade em pesquisa qualitativa, agrupadas em três grandes blocos

Concepções de
Especificações Tipos e características Principais autores
validade

Correspondência entre a pesquisa e a


Validade prévia BIANCHI; IKEDA, 2008
realidade
Grau em que uma medida representa Convergente, discriminante e monológica
NA FORMULAÇÃO

exatamente o que se espera

Compreensão do que deve ser medido HAIR Jr. et al., 2009

Possibilidade de repetir o experimento,


replicabilidade

Construto fluido Construída pelo pesquisador GOLAFSHANI, 2003

Contém premissas das quais a conclusão


Validade interna SACCONI, 2010
DESENVOLVIMENTO

pode ser logicamente extraída


Foco nos procedimentos, ênfase na KORO-LJUNGBERG,
Transparência, responsabilidade e ética
NO

metodologia 2010

Transacional Interação entre pesquisador e pesquisado CHO; TRENT, 2006

Capacidade de generalização
ou extrapolação dos resultados HAIR Jr. et al., 2009
Validade externa (replicabilidade)
Verificar se os resultados são verdadeiros
NOS RESULTADOS

GUION, 2002
e confiáveis

Impacto da pesquisa Que surte efeito, eficaz FERREIRA, 2009

Transformacional Emancipação social


CHO; TRENT, 2006
Descrever, compreender e extrapolar para
situações

origens positivistas seria o da lógica, embora sultados. A validade em pesquisas qualitativas


predomine uma perspectiva mais qualitativa parece ser, assim, mais ampla e pormenorizada,
relacionada a ética, interação, comportamento, embora menos mensurável.
responsabilidade e coerência. Nos resultados, Vemos, conforme o Quadro 1, que diver-
observa-se tanto a validade quantitativa como sos conceitos de validade utilizados em pesqui-
poder de generalizações e predições, quanto a sas qualitativas foram herdados de pesquisas
validade qualitativa como poder de compreen- quantitativas. Essa incorporação exigiu adap-
são e transformação. tações, uma vez que os contextos de atuação
Tal agrupamento mostrou, entre outras e as epistemologias subjacentes a cada tipo de
coisas, que as concepções de validade próximas pesquisa são distintos.
às origens positivistas preocupam-se mais com Mesmo autores como Cho e Trent (2006),
a validade na formulação e nos resultados; por que trabalham a questão das transições episte-
sua vez, as concepções de validade mais inter- mológicas dos métodos de validação, também
pretativistas dão maior ênfase ao desenvolvi- adotam proposições que inserem mecanismos
mento da pesquisa, sem desconsiderar, porém, originalmente positivistas nos métodos de va-
preocupações com a formulação e com os re- lidação qualitativos.

238 Leila Giandoni Ollaik; Henrique Moraes Ziller. Concepções de validade em pesquisas qualitativas.
A obrigatoriedade de que a construção ria de pesquisador para pesquisador, conforme
do pesquisador não seja uma reconstrução e suas orientações filosóficas, epistemológicas e
de que as informações obtidas sejam checadas, científicas, sendo de fundamental importância,
inclusive com a imposição de que percepções no entanto, manter coerência ao longo de toda
pessoais dos pesquisadores sejam excluídas da a pesquisa.
pesquisa, é um comportamento esperado no Em suma, há várias concepções de vali-
âmbito da pesquisa em ciências naturais. No dade; tal conceito surge no âmbito de pesqui-
entanto, no que concerne à pesquisa qualitati- sas quantitativas e é adaptado para pesquisas
va, esse condicionamento precisa ser adaptado, qualitativas. A adaptação vem ocorrendo de
pois acaba por propor o tipo de distanciamento forma ampla e pode ser notada nos três gran-
esperado entre pesquisador e a realidade pes- des blocos de validade: a prévia (na formulação
quisada na tradição positivista. da pesquisa), a interna (no desenvolvimento da
Uma adaptação condizente com a lógica pesquisa) e a externa (nos resultados da pesqui-
qualitativa é o modelo de validade transforma- sa). Há diversas concepções e diferentes técni-
cional, por possibilitar que, ao lado da busca cas para aferição de validade, e o pesquisador
pela verdade, seja incluído um objetivo de pes- qualitativo deve avaliar a escolha por métodos
quisa mais alinhado com a tradição interpreta- de validação a fim de manter a coerência entre
tiva, pois se aproxima de valores como justiça epistemologia, métodos e técnicas no decorrer
social e ética (CHO; TRENT, 2006). de toda a pesquisa.
Em decorrência desta análise, vê-se que Sugere-se investigar acerca de justiça so-
um pesquisador pode e deve preocupar-se com cial e ética como valores subjacentes aos objeti-
a validade nas três fases da pesquisa qualitati- vos de pesquisa, o que talvez possa sinalizar um
va: formulação, desenvolvimento e resultados. novo e mais adequado caminho para a validade
A forma que essa preocupação irá assumir va- em pesquisas com epistemologia interpretativa.

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Recebido em: 08.04.2011

Aprovado em: 25.08.2011

Leila G. Ollaik é mestre em Políticas Públicas pela Oxford University, doutoranda em Administração, mestre em Ciência
Política e bacharel em Economia pela Universidade de Brasília. Especialista em Políticas Públicas e Gestão Governamental
do Gov. Federal.

Henrique M. Ziller é mestrando em Administração Pública na Universidade de Brasília e bacharel em Comunicação Social
pelo Centro Universitário de Brasília. Auditor do Tribunal de Contas da União. Voluntário no Instituto de Fiscalização e Controle.
E-mail: henrique@ziller.com.br.

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