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pessoas”.
Devo desde já adiantar que a minha comunicação será linear, o que logo
significa que não dividirei em subtemas a abordagem sobre as principais questões da
filosofia africana contemporânea remete-nos fazer um enquadramento espacio-temporal,
espacial porque falaremos sobre os problemas do continente “Berço da Humanidade”,
sobre as propostas que visam dar soluções a estes problemas tratados por pessoas de
origem africana, ou por aqueles que não sendo africanos, estão envolvidos para o
desenvolvimento de África, adiantando desde já que não chamarei “filósofos
expatriados” a estes últimos, tal como se costuma usar para distinguir aos chamados
“filósofos indígenas”, pois chamarei apenas de filósofos africanos porque tratam de
temas conotados com a cultura africana, outrossim, temporal porque limitarei numa
síntese discursiva as questões por ela tratada do período que vai desde a segunda metade
do século XIX até ao presente, ou melhor, até os nossos dias.
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É empresário Sul-Africano, milionário, político, foi preso em Robben Island por suas actividades
activista anti-apartheid, ao lado de figuras com Nelson Mandela.
Cape Town uma instituição pública localizada na África do Sul, pois bem, cito esta
instituição para que outras instituições a nível do nosso continente tenham como modelo
para promover mudanças positivas na sociedade. Claro que, a minha visão sobre a
filosofia africana não se baseia numa simples escolástica contemporânea, ou melhor,
naquilo que se converteu na transformação da filosofia como disciplina escolar, mas,
sobretudo na assimilação e acomodação das ideias filosóficas presentes nas tradições
africanas para elaborar uma filosofia pragmática capaz de responder as necessidades
actuais do nosso continente. Tal como afirma Keita, apud Makumba (2014, p. 132), a
filosofia africana deveria “proporcional o melhor mecanismo pelo qual o caminho
futuro da sociedade africana possa ser adequadamente analisado”. Numa perspectiva
futurológica é intenção diminuir significativamente a precariedade existente no nosso
continente daí a necessidade do pragmatismo, de argumentações fecundas ligadas a
alegria e o sofrimento do homem e da mulher da África, todavia, o carácter de uma
África forte e homogênea deve passar também na assimilação da educação cultural por
parte das academias (escolas, universidades) africanas, pois “os debates filosóficos
contemporâneos sobre a legitimação dos saberes endógenos nas escolas e universidades
ocupam em grande parte as mentes intelectuais africanos”. Mangana e Chizenga (2016
p.787). Defende-se que é uma questão fundamental que envolve uma política educativa
típica para o continente onde haja simbiose entre episteme e os saberes intersubujectivos
(tradicionais).
Um dia passando por ali um sábio, ao ver a ave, indagou: - Está aí junto com as
galinhas é águia, não é? O camponês respondeu: - Era, mas ela virou galinha!
Questionou o sábio: Mas ela tem dentro de si a capacidade de voar; - ela virou galinha,
disse o camponês. Então, o sábio disse: - vamos fazer a prova.
Tomaram a águia nos braços e foram para o alto de penhasco para tirar a duvida.
O sábio tomou a ave, mostro-lhe a direcção do sol e lançou para o alto. De inicio a águia
começou a cair, mas aos poucos começou a mover as assas e equilibrou-se desajeitada e
começou a subir como se quisesse beijar o sol.
Disse então o sábio: - Uma águia jamais poderá ser transformada em galinha.
Mesmo que permaneça no chão por muito tempo, ela manterá dentro de si o poder de
voar, basta apenas que descubra e desperte para isso.
BOFF, Leonardo et al. (2000). Valores de uma prática militante. 2.ª Ed. São Paulo:
Secretária operativa da consulta popular.