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CONSIDERAÇÕES HISTÓRICAS SOBRE O TEXTO DAS SAGRADAS

ESCRITURAS

I – CONSIDERAÇÕES INTRODUTÓRIAS

1. O CONCEITO DE CANONICIDADE
a) – O que é canonicidade?
b) – Ideia fundamental: Uma deidade comunicou de alguma forma uma
mensagem ao homem e este registrou-a acuradamente.
1) – Esta mensagem foi reconhecida como inspirada, recebida como regra
de fé e prática, e preservada para as gerações futuras.
2) – Os escritos foram compilados, arranjados e incorporados em um corpo
ou códex (um livro).

2. POSIÇÕES QUANTO À CANONICIDADE DO ANTIGO TESTAMENTO –


Liberal e Ortodoxa
A) – LIBERAL: O conceito de canonicidade do AT., é posterior à história
bíblica. Os limites do Cânon do AT. foram determinados pelo Concílio de
Jâmnia (Ca. 90 AD).
a) – Problemas com esta posição:
1. Jâmnia não foi um concílio, mas um centro de estudos
estabelecido pelo judeus “em Jabneh, ou Jamnia, na Judeia
ocidental, sob a direção do rabino Yohanan Ben Zakkai, para
discutir a reconstrução da vida religiosa dos judeus depois do
colapso da comunidade judaicaq em 70 d.C. A vida dos judeus
precisava adaptar-se a uma nova situação em que o templo e suas
cerimônias já não existiam. No que diz respeito às Escrituras, os
rabinos em Jamnia não introduziram inovações. Examinaram a
tradição que tinham recebido e a deixaram mais ou menos intacta.”
(BRUCE, 2011, p.33)
2. Jâmnia nunca publicou uma lista de livros canônicos.
 Houve apenas discussão sobre alguns livros dos Escritos
(Terceira parte da Bíblia Hebraica), como Provérbios e
Eclesiastes.
 “Eles discutiram quais livros ‘contaminam as mãos’ – uma
expressão técnica que denotava os livros surgidos por
inspiração profética. Quem os manuseasse era obrigado a
lavar as mãos, assim como uma pessoa que tivesse
‘contaminado’ as mãos, quer material, quer ritualmente.”
(BRUCE. 2011, p.33).
3. Segundo Josefo (37-100 AD), nada foi acrescentado ao AT.
depois do 5º século a.C.
a) “Não há pois entre nós milhares de livros em desacordo e em
mútua contradição, mas há sim, apenas vinte e dois livros que
contêm a relação de todo o tempo e que com justiça são
considerados divinos. Destes, cinco são de Moisés, e
compreendem as leis e a tradição da criação do homem até a
morte de Moisés. Este período abarca quase três mil anos.
Desde a morte de Moisés até a de Artaxerxes, rei dos persas
depois de Xerxes, os profetas posteriores a Moisés escreveram
os fatos de suas épocas em treze livros. Os outros quatro
contêm hinos em honra a Deus e regras de vida para os homens.
Desde Artaxerxes (sucessor de Xerxes) até nossos dias, tudo
tem sido registrado, mas não tem sido considerado digno de
tanto crédito quanto aquilo que precedeu a esta época, visto
que a sucessão dos profetas cessou. Mas a fé que depositamos
em nossos próprios escritos é percebida através de nossa
conduta; pois, apesar de ter-se passado tanto tempo, ninguém
jamais ousou acrescentar coisa alguma a eles, nem tirar
deles coisa alguma, nem alterar neles qualquer coisa que
seja” (Flávio Josefo, Contra Apião, 1:41)

b) Os judeus tinham o mesmo cânon aceito hoje pelos


evangélicos, mas com uma agrupação diferente, que dava o
número de vinte dois, ou às vezes vinte e quatro:

A LEI OS PROFETAS OS ESCRITOS


(Torah) (Nebhiim) (Kethubhim)
Gênesis (Profetas Anteriores) (Livros Poéticos)
Êxodo Josué Salmos
Levítico Juízes Provérbios
Samuel Jó
Números
Reis
Deuteronômio
(Cinco Rolos)
(Profetas Cântico dos Cânticos
Posteriores) Rute
Isaías Lamentações
Jeremias Ester
Ezequiel Eclesiastes
Os Doze Menores
(Livros Históricos)
Daniel
Esdras-Neemias
Crônicas

c) Josefo afirma que existiam apenas vinte e dois livros aceitos


como canônicos entre o povo judeu. Deve-se ressaltar que o
número 22 deve-se ao fato de que os hebreus contavam os doze
profetas menores como sendo um livro só, assim como os dois
primeiros livros dos Reis que são contados como um só livro,
bem como os dois de Samuel e os dois de Crônicas, e o livro
de Neemias incluso dentro do livro de Esdras, dando um total
de 24 livros, com todos os aceitos pelos evangélicos e sem
nenhum apócrifo católico na lista. Outros contavam o livro das
Lamentações de Jeremias como sendo um só livro com
Jeremias, e 1ª e 2ª Samuel como fazendo parte do livro de Reis,
dando assim um total de 22 livros, exatamente como contado
por Josefo.
d) Sendo assim, podemos perceber claramente que os judeus
tinham o mesmo cânon bíblico veterotestamentário que os
evangélicos possuem, ou seja, com os mesmos livros. Eles não
incluíam os apócrifos que eram contados à parte, porque não
eram considerados inspirados por Deus.

4. Esta posição desconsidera o fato do AT. afirmar ser a


‘”Palavra de Deus” (2. Samuel 23.1-3).
a) – “O Espírito do SENHOR fala por meu intermédio, e a sua
palavra está na minha língua. Disse o Deus de Israel, [...]”

B) – ORTODOXA – O conceito de canonicidade não é posterior, mas


contemporâneo da história bíblica. Ele estava presente e acompanhou todo o
processo de revelação, registo e formação do Antigo Testamento. Razões:
1. O conceito de canonicidade de livros sagradas estava presente nas
religiões do mundo veterotestamentário, com todos os seus componentes:
a) – Uma deidade fala e suas palavras são registradas.
b) – As palavras da deidade são fielmente transmitidas.
c) – Há bênçãos e maldições para os que honram ou desonram as palavras
da deidade.
d) – As palavras da deidade são preservadas em um lugar sagrado e
guardadas por sacerdotes e escribas.
2. O Antigo Testamento dá testemunho de sua canonicidade. Todos estes
componentes estão presentes no AT:
a) – DEUS SE REVELOU AOS HOMENS
 A Lei foi dada por Deus a Moisés no Monte Horebe (Sinai) –
Êxodo 19.1 3, 7; 20.1ss. Dt.5.22
 O povo de Israel foi testemunha ocular deste evento – Êx.19.9,
16; 20.18-19; Dt. 5.22-26. Quantos testemunharam esses fatos?
Nm.2.32.
 O fato de ter sido testemunha ocular do Êxodo e dos eventos
do Sinai é repetido várias vezes – Dt. 718-19; 16.12; 4.32-34
 Expressões realçam a realidade deste testemunho como, por
exemplo: “aos vossos olhos” (Dt.4.34); “os vossos olhos
viram” (Dt. 4.3); “Lembra-te” (Dt.24.9); “os teus olhos têm
visto” (Dt.4.9); “a voz da palavra que ouvistes” (Dt.4.12);
“como tu a ouviste” (Dt.4.33); “A ti te foi mostrado” (Dt.4.35);
“Deus te fez ouvir a sua voz” (Dt. 4.36); “Face a face falou o
SENHOR conosco” (Dt.5.4); “nos fez ver a sua glória e a sua
grandeza, e ouvimos a sua voz” (Dt.5.24); “nos ouvimos” (Dt.
5.26).

b) – AS PALAVRAS DE DEUS FORAM REGISTRADAS


 As palavras de Deus foram fielmente escritas por Moisés num
livro (Êxodo 24.4).
 A promulgação e a aceitação formal das Leis de Deus, dadas
ao povo por Moisés, foram ratificadas numa cerimônia de
aliança com toda a nação de Israel (Êxodo 25.1-8).
c) – AS PALAVRAS DE DEUS FORAM PRESERVADAS NUM
LOCAL SAGRADO
 Estas leis, chamadas de “Testemunho” foram colocadas na
Arca (Êxodo 25.16,22; 40.20). Isto significa o reconhecimento
e a aceitação dos mesmos como sagrados e divinos.
3. Os elementos da canonicidade, presentes nas religiões do mundo
veterotestamentário estão também presentes na história e no texto do
Antigo Testamento autenticando a sua canonicidade.

II – A TRANSMISSÃO DO TEXTO DO ANTIGO TESTAMENTO

1. A transmissão da Bíblia Hebraica foi efetuada dentro do contexto da tradição


judaica de confecção de cópias.
2. Os escribas judeus (500-950 AD), conhecidos como Massoretas, dedicaram-se a
passar adiante uma exata réplica da Bíblia Hebraica designada como Texto
Massorético (TM).
3. O propósito central dos Massoretas era a preservação das Escrituras hebraicas na
forma como lhes havia chegado. Exemplo:
a) – Nas instruções do escriba R. Meir (2º século a.C): “Meu filho, seja
cuidadoso no seu trabalho, porque o seu trabalho é o trabalho do céu. Se
você omitisse (apenas) uma letra ou acrescentasse (apenas) uma letra o
mundo inteiro seria destruído. ”
b) – Havia uma convicção de que cada letra “i” ou “til” era ou poderia estar
carregada de uma gama de significados teológicos.
c) – Exemplo de uma letra envolvida com significado teológico: Gênesis 2.7 –
O verbo “formar! No imperfeito hebraico, neste texto, pode ser escrito com
dois yods ou com apenas um, como aparece em Gênesis 2.19. Segundo a
tradição rabínica, dois yods são usados em Gênesis 2.7, porque os dois yods
falam da criação do homem com as suas duas inclinações naturais, uma boa
e outra má.
d) Se, no soletrar Gênesis 2.7, este fosse copiado conforme o soletrar mais
comum que usa apenas um yod, segundo os escribas, o verso poderia perder
um pouco do seu significado. A transmissão exata do texto é então
mandatária para preservar todas a nuanças de significado da Palavra de
Deus.
4. Havia um conjunto de princípios que norteavam o trabalho dos escribas. Estes
princípios eram regras sobre detalhes que deveriam ser observados na confecção
de uma cópia de um rolo bíblico. Essas regras tratavam, por exemplo:
a) – O tipo de material para a escrita, a preparação do pergaminho e a tinta.
b) – Quem poderia copiar um texto.
c) – A necessidade de copiar um texto escrito e não de memória.
d) - As margens e espaços entre palavras, a largura das linhas, o tamanho do
texto e o número de colunas numa página.
e) – Sobre como proceder no ato de escrever os nomes sagrados de Deus.
f) – Especificavam como um rolo deveria ser honrado uma vez completo e
como deveria ser descartado quando gasto.
g) – ad infinitum
5. Com o passar do tempo, essas regras foram sendo ligeiramente mudadas, mas
sempre enfatizando a rígida atenção e o cuidado que se deve ter na transmissão
do texto sagrado.
6. Tudo isso exemplifica a alta consideração que os escribas judeus tinham com o
texto sagrado e a sua intenção era a de manter de forma precisa o texto escrito
que eles tinham recebido.
7. Os escribas eram cuidadosamente fiéis na transcrição do texto bíblico. Diante de
qualquer irregularidade o seu método era: não tocar no texto (alterações), mas
fazer sugestões através de anotações sobre o texto, nas margens.
8. Para os judeus, o texto escrito (kethib) era tão sagrado que não poderia ser
modificado. Nenhuma mudança no texto era permitida.
9. Exemplo da fidelidade dos escribas na transcrição do texto sagrado:
a) – Pontuação extraordinária – Colocação de pontos acima e abaixo das
letras hebraicas indicando que as mesmas deveriam ser apagadas. Exemplo:
O nome Aarão, em Números 3.39, e a expressão “e a nós e aos nossos
filhos”, em Deuteronômio 29.28

‫הו֖ה‬
ָ ְ‫ל־פּי י‬
֥ ִ ‫ֹשׁה ְ ֗ו ַ֗א ֲ֗ה ֛ ֗ר ֹן֗ ַﬠ‬
֧ ֶ ‫קוּדי ַה ְלוִ ִ֜יּם ֲא ֶשׁר֩ ָפּ ַ ֙קד מ‬
֙ ֵ ‫ל־פּ‬
ְ ‫ ָכּ‬WTT Numbers 3:39
‫ְל ִמ ְשׁ ְפּח ָ ֹ֑תם ָכּל־זָ ָכ ֙ר ִמ ֶבּן־ ֣חֹ ֶדשׁ וָ ַ֔מ ְﬠ ָלה ְשׁ ַנ֥ יִ ם וְ ֶﬠ ְשׂ ִ ֖רים ָ ֽא ֶלף׃ ס‬
(Num 3:39 WTT)
‫ד־עוֹלם‬
ָ֔ ‫יהו֖ה ֱא ֵ ֑הינוּ וְ ַהנִּ גְ ֞ ת ָ ֤֗לנ֗ וּ֗ וּ֗ ֗ ְל ָ֗בנֵ֙ ֗ י֗ נ֗ ֙ ֗וּ ַﬠ‬
ָ ‫ ַ֙הנִּ ְס ָתּ ֔ר ֹת ַל‬WTT Deuteronomy 29:28
(Deu 29:28 WTT) ‫תּוֹרה ַה ֽזּ ֹאת׃ ס‬
֥ ָ ‫ל־דּ ְב ֵ ֖רי ַה‬
ִ ‫ת־כּ‬
ָ ‫ַל ֲﬠ ֕שׂוֹת ֶא‬

Observação: Estudiosos admitem também as seguintes possibilidades:

1ª - Indicam as letras que deveriam ser corrigidas


2ª - Indicam que a tradição textual é duvidosa
3ª - As palavras ou letras que possuem algum comentário rabínico

b) – Sugestão de leitura – Uma anotação, na margem, sugeria uma leitura mais


correta. Exemplo: Gênesis 18,22b. Uma nota marginal sugere que a leitura
correta de “mas o Senhor permaneceu diante de Abraão” deve ser: “...mas
Abraão permaneceu diante do Senhor”. Razão: “permanecer diante” é uma
expressão que descreve um servo diante de seu mestre, e consequentemente,
ter Deus diante de Abraão, é colocar o Senhor numa posição inferior a Abraão.
Isso é desrespeito para com Deus.

‫עוֹדנּוּ ע ֵ ֹ֖מד‬
֥ ֶ ‫וַ יִּ ְפנ֤ וּ ִמ ָשּׁ ֙ם ָ ֽה ֲאנָ ִ֔שׁים וַ יֵּ ְל ֖כוּ ְס ֑ד ֹ ָמה וְ ַ֙א ְב ָר ָ֔הם‬ WTT Genesis 18:22

‫הוֽה׃‬
ָ ְ‫ִל ְפ ֵנ֥י י‬
(Gen 18:22 WTT)
Na margem aparece a seguinte nota:
Tiq soph, lect orig. ‫ אברהם‬... ‫ויהוה‬
Tiqqunê soferim, lectio originalis (correção dos escribas, leitura original)

c) - Recusa em mudar formas arcaicas e dialéticas – Os escribas não mudaram


formas antigas da ortografia hebraica. Elas poderiam ter sido mudadas, pois o
sentido permaneceria o mesmo, mas, mesmo assim, foram preservadas no
texto. Exemplo: A forma da segunda pessoa do pronome pessoal feminino
singular era algumas vezes escritas com a letra yod no final ( ‫ )אתי‬e outras
vezes não ( ‫) ַא ְתּ‬. No texto de Jz 17.2, por exemplo, foi preservada a forma
antiga. O texto diz: ( ‫)וְ ַא ִתּי‬. Outros exemplos podem ser vistos em: 1 Rs.14.2;
2 Rs.4.16; Jr.4.30; Ez.36.13). O escrito com o yod final, provavelmente um
aramaísmo, caiu em desuso no hebraico. Logo os escribas consistentemente
sugerem nas anotações marginais que este promove deve ser lido sem a
vocalização do yod final. Mesmos assim o yod foi retido de acordo com o
texto consonantal. O BibleWorks chama a nossa atenção, colocando a seguinte
observação: “particle conjunction qere ‫ַא ְתּ‬ pronoun independent 2nd person
feminine singular qere.
‫ ַא ְתּ‬: you f. sg. Gn 1211•13; Kt w. ‫ אתי‬preserves earlier form °attî. (pg 31)

d) Contagem das letras do texto – Contavam-se, palavras e letras da Bíblia


Hebraica inteira. Marcavam a palavra e a letra do meio das divisões e livros.
Exemplo: No Salmo 80.14 a letra ayin é escrita mais alta do que as letras que
estão em volta dela. Isto significa que se chegou à letra da metade do livro de
Salmos. Se as letras não chegassem ao número conhecido, a cópia deveria ser
examinada buscando imprecisões. “Os Rabis nunca sugeriram uma correção
do texto da Bíblia. Em toda a literatura rabínica, nunca nos deparamos com
divergências de opinião com respeito a leitura de textos bíblicos. (Saul
Lieberman,1990). Exemplo: Salmo 80.14

‫ יְ ַכ ְר ְס ֶ ֣מ ָנּֽה ֲח ִז֣יר ִמיָּ ֑ ַﬠר וְ ִז֖יז ָשׂ ַ ֣די יִ ְר ֶ ֽﬠנָּ ה׃‬WTT Psalm 80:14
(Psa 80:14 WTT)

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