Vous êtes sur la page 1sur 37

MECHANO-CHEMICAL MODIFICATION OF CEMENT WITH HIGH

VOLUMES OF BLAST FURNACE SLAG


-KONSTANTIN SOBOLEV-

MODIFICAÇÃO MECANO-QUÍMICA DO
CIMENTO COM GRANDES VOLUMES DE
ESCÓRIA DE ALTO-FORNO

ENG. CIVIL: DENIZARD CARVALHO


ENG. CIVIL: DIEGO ADORNA
ENG. CIVIL: LUIS LEITÃO
Resumo
A aplicação de aditivos químicos melhora
significativamente o desempenho de materiais à base de
cimento. Alguns aditivos podem também ser usados para
modificar o processo de moagem do cimento e induzir
alterações na estrutura de minerais do cimento, devido à
ativação mecano-química. Uma mistura complexa à base de
sílica reativa foi desenvolvida para a modificação da moagem do
cimento. Este artigo analisa o efeito da moagem na resistência
de um cimento modificado contendo escória de alto-forno, em
volumes elevados. Conforme os resultados dos testes,
argamassas à base de cimento modificado possuem uma
resistência à compressão de até 91,7 MPa, um aumento de
62% sobre o cimento de referência.
Palavras-chave:

Aditivos químicos; Sílica reativa; Cimento; Moagem; Ativação


mecano-química; Força; Durabilidade; Escória granulada de alto
forno; Cimento de alto desempenho
1. Introdução

A aplicação de cimentos avançados, com alta resistência


e durabilidade superior, é um método atraente de controlar
propriedades do concreto e do projeto de
concreto de alto desempenho (HPC – high-performance
concrete).
Estes cimentos são muitas vezes baseados em
clínqueres especiais ou cimentos misturados: por exemplo,
cimentos compensadores de retração ou expansivos, cimentos
de alta resistência inicial, e cimentos de pega controlada. Entre
estes cimentos avançados estão o recém-desnvolvido cimento
Ultimax, o misturado Pyrament, o cimento energeticamente
modificado, e os cimentos de sílica ativa.
Uma nova abordagem para melhorar o desempenho do
cimento inclui a aplicação de aditivos químicos (ou
modificadores), na fase de moagem de cimento. Usando esta
técnica, uma série de produtos de cimento foram desenvolvidos.
Exemplos bem conhecidos incluem cimentos com ar
incorporado, cimentos hidrofóbicos e cimentos plastificados; e,
também, a família de cimentos fabricados com auxiliares
demoagem.
Tem sido sugerido que a ação destes modificadores é
regida pela ativação mecano-química. Geralmente, a teoria de
ativação mecano-química (MCHA) foi aplicada no
processamento de nanopartículas, pigmentos, fillers, ligantes,
cerâmicas e materiais ferromagnéticos.
A ativação mecano-química é utilizada para descrever as
conversões químicas em sólidos induzidas por um processo
mecânico, tais como a moagem ou trituração. O processamento
mecânico geralmente resulta na formação de deformações e
outros defeitos na estrutura do material.

No caso da MCHA, os impactos mecânicos causam o


desenvolvimento de deformações elásticas, deformações
plásticas, e deformações de cisalhamento que conduzem à
fratura, amorfização, e mesmo reações químicas no estado
sólido.
As características da MCHA estão resumidas na Figura.
1. A moagem por esferas quebra a cristalinidade de reagentes
sólidos e proporciona uma transferência de massa necessária
para as reações químicas.

Além disso, a elevada pressão e tensão de


cisalhamento facilita ambas as transições de fase e as
transformações químicas dos sólidos. A energia sob a forma de
vários defeitos de rede, acumulada pelo sólido durante o
tratamento mecânico, pode suportar ou mesmo provocar
várias transformações químicas.
Fig. 1. O mecanismo de reações de estado sólido mecanicamente induzidas.
(Cortesia de V.Balema, Universidade de Ciência e Tecnologia do Estado de
Iowa, reproduzido com permissão de [15].)
Com base nessa teoria, também foi relatada uma
melhora significativa da resistência do cimento. Por exemplo,
um ligante de baixa demanda de água (LWDB) é produzido com
cimento moído e um modificador seco a uma alta energia.

Apesar de um processo semelhante, descrito


anteriormente, apenas a aplicação de uma mistura
especialmente selecionada (modificador) a uma dosagem
relativamente elevada (cerca de 4%) resultou em um cimento
com reduzido consumo de água e de elevada resistência.
Misturas complexas para aplicação em tecnologia de
cimento foram desenvolvidas. Geralmente, essas misturas
contêm um adsorvente reativo à base de sílica, um
sulfactante eficaz, e alguns componentes corretivos menores.

A SUPERSÍLICA, uma mistura complexa à base de


sílica reativa (RSA), foi produzida utilizando este princípio.
Apesar de todos os efeitos da RSA não serem completamente
investigados, a hipótese é de que, quando adicionada durante
o processo de moagem de cimento, a RSA modifica a
superfície das partículas de cimento e também promove a
formação de fases altamente reativas.
O Microscópio Eletrônico de Varredura (MEV) ajuda a
revelar alguns detalhes da interação entre a RSA e o cimento,
como, por exemplo, nanocavidades na superfície das partículas
de cimento (Fig. 2). Além disso, o componente de sílica de RSA
também atua como um microenchimento e participa numa
reação pozolânica. A ativação mecano-química do cimento com
RSA resulta em um novo produto, o cimento de alto desempenho
(HP).

Fig. 2. Microfotografia de varredura eletrônica do cimento HP.


Neste caso, quantidades relativamente grandes (até
70%) de clínquer de cimento portland podem ser substituídas
por aditivos minerais de baixo custo localmente disponíveis.

Materiais naturais pozolânicos, areia, calcário, escória


granulada de alto-forno, cinzas, pó de vidro e resíduos de
cerâmica, tudo pode ser usado como aditivos minerais em
cimentos HVMA.
2. JUSTIFICATIVA DA PESQUISA
 O efeito da sílica ativa (SF – Silica Fume) sobre o
comportamento de materiais à base de cimento
tem sido amplamente relatados na literatura
 Uma série de relatórios sobre cimento SF
avalia o seu efeito positivo sobre a moagem de
cimento e a conseqüente melhoria do produto
final [4-6]
 Menos informação disponível existe sobre o
comportamento da RSA, na fase de moagem.
2. JUSTIFICATIVA DA PESQUISA
 Espera-se que SF e RSA iriam melhorar as
propriedades dos cimentos HVMA contendo
escória de alto-forno.
 A avaliação do efeito de SF, RSA, e os parâmetros
da ativação mecano-quimica nas propriedades do
cimento são importantes para uma melhor
compreensão dos mecanismos envolvidos na
MCHA e, portanto, para o desenvolvimento e
produção de materiais à base de cimento de alto
desempenho.
3. PROGRAMA EXPERIMENTAL

 3.1 Materiais Usados


1. Cimento portland CEM I 42,5 (42,5Mpa aos
28 dias)
2. escória granulada de alto-forno moída
(GGBFS),
3. Sílica ativa (SF),

4. e uma mistura complexa à base de sílica


reativa (RSA)
3. PROGRAMA EXPERIMENTAL
A composição química dos materiais principais é
apresentado na Tabela 1
3. PROGRAMA EXPERIMENTAL
 3.2 Proporções da Mistura:
 As propriedades de resistência de sete cimentos
diferentes foram investigados.
 Estes incluíam cimentos de SF e cimentos de HP
produzidos com três durações de intermoagem (10, 20
ou 30 min) e o cimento de referência.
 O SF e RSA foram utilizados com a mesma dosagem de
10% (em peso). A quantidade constante de GGBFS
(45%) foi utilizado em todos os cimentos (com
excepção o de referência).
 As argamassas foram proporcionados seguindo as
recomendações, com relação A/C ajustada para
fornecer um fluxo constante e uma relação de areia e
cimento (S/C) de 2,75 (semelhante para os requisitos
da norma ASTM C109).
 Composiçãodos cimentos investigados é
dada na Tabela 2 abaixo.
3. PROGRAMA EXPERIMENTAL

 3.3 Preparação das Amostras:


 As amostras de cimento SF e cimento HP foram
obtidas por intermoagem das misturas
especificadas em um moinho de esferas do
laboratório.
 O peso da amostra foi de 5 kg e os pesos médios
de moagem foram de 65 kg
 Tempos de moagem foram de 10, 20 e 30 min.
3. PROGRAMA EXPERIMENTAL
 3.3 Preparação das Amostras:
 Argamassas, com base nos cimentos obtidos, foram preparadas
seguindo o procedimento da norma EN 196-1 [26].
 O mapeamento de fluxo foi aplicado para se obter o fluxo padrão
de 105-115 mm, de acordo com ASTM C109 [25].
 Usando uma mesa vibratória para as argamassas, corpos de
prova foram moldados em moldes de prismas (40 - 40 - 160
milímetros), de acordo com a norma EN 196-1 [26].
 Após o processo de compactação, os moldes foram colocados
numa câmara de umidade, durante 24 h (mantendo uma
umidade relativa de 95% e uma temperatura de 20ºC). Após este
período, os espécimes foram removidos dos moldes e mantidos
em água a 20ºC durante tempo de teste.
3. PROGRAMA EXPERIMENTAL

 3.4 Os testes realizados:


O programa experimental investigou o efeito de
aditivos minerais e a duração da MCHA em:
 finura de cimentos;
 consistência normal e ajuste de tempo;

 resistência à compressão.

 A distribuição de tamanho das partículas de


cimentos investigados foi medida por um
analisador laser de difracção Silab.
3. PROGRAMA EXPERIMENTAL
 Consistência e definição da hora normal foi
determinada seguindo o procedimento da EN 196-
3 [27].
 Testes de resistência à compressão foram
realizados utilizando as porções de prismas
quebrados em flexão de acordo com EN 196-1
[26].
 Os resultados de resistência à compressão são a
média dos quatro valores de teste. As argamassas
foram testados nas idades de 2, 7 e 28 dias.
4. RESULTADO DOS TESTES E DISCUSSÕES
 4.1. Distribuição do tamanho da partícula

Aplicação de
Sílica Ativa
(SF) e
Supersílica
(RSA)

Aumento
significativo
da superfície
específica
4. RESULTADO DOS TESTES E DISCUSSÕES
 4.1. Distribuição do tamanho das partículas

A superfície específica foi maior quando a SF foi utilizada


A mediana do tamanho foi menor quando a RSA foi utilizada
4. RESULTADO DOS TESTES E DISCUSSÕES
 4.2. Consistência normal e tempo de pega
Aumento da consistência normal com o
aumento da duração da moagem
Cimento SF
Aumento dos tempos de pega com o
aumento da duração da moagem
4. RESULTADO DOS TESTES E DISCUSSÕES
 4.2. Consistência normal e tempo de pega

Redução da consistência normal em relação ao


NPC

Redução da consistência normal com o


aumento da duração de moagem
Cimento HP
Redução da relação água cimento

Aumento dos tempos de pega, MAS com


o aumento da duração da moagem
houve uma redução no mesmo
4. RESULTADO DOS TESTES E DISCUSSÕES
 4.2. Consistência normal e tempo de pega
4. RESULTADO DOS TESTES E DISCUSSÕES
 4.3. Resistência à compressão das argamassas

Cimento SF Resistência superior ao NPC


aos 28 dias
Resistência inferior ao NPC em
idades precoces (57% - 2 dias e
76% - 7 dias)

Aumento da resistência em
cerca de 10% (28 dias) –
intermoagem adicional

Atraso no endurecimento –
grandes quantidades de adições
minerais (45% de EGAF e 10% de
SF)
4. RESULTADO DOS TESTES E DISCUSSÕES
 4.3. Resistência à compressão das argamassas

Cimento HP

Resistência (28 dias) quase


50% superior ao cimento SF

Resistência do HP (7 dias) foi


16% maior que a resistência do
NPC (28 dias)

Duração ótima – 20 minutos.


Resultou em resistências
máximas em todas as idades
4. RESULTADO DOS TESTES E DISCUSSÕES
 4.3. Resistência à compressão das argamassas
5. CONCLUSÕES

 A superfície específica de cimentos HVMA contendo SF e RSA aumentaram


com a moagem;

 A área superficial foi maior quando SF foi aplicado;


 O tamanho médio foi menor quando RSA foi aplicado;
 A aplicação de RSA diminui a consistência normal dos cimentos HVMA;
 Consistência normal de cimentos SF aumentou com a intermoagem;

 Consistência normal de cimentos RSA diminui com a intermoagem;

 O tempo de pega de cimentos SF e HP aumentou significativamente devido a


incorporação de grandes quantidade de aditivos minerais;
 A intermoagem tenha reduzidos os tempos de pega de cimentos HP;
5. CONCLUSÕES
 A MCHA (ativação mecano-química) ajudou a melhorar as propriedades de
cimentos com grandes volumes de escória granulada de alto-forno e adições
de SF e RSA;

 Verificou um atraso muito grande no tempo de pega quando a SF foi aplicada


aos cimentos HVMA e, também, uma resistência inicial muito baixa;

 A aplicação de RSA resultou em cimentos HVMA que produziram uma


resistência à compressão elevada em todas as idades de endurecimento;

 Outros programas de pesquisa vão se concentrar em investigar e quantificar as


mudanças micro-estruturais ocasionadas pela aplicação de SF e RSA e pela
MCHA.
Agradecimentos
O autor agradece o recebimento de amostras de mistura complexa
Supersílica (RSA) de SCI Con Technologies. O autor é grato ao pessoal do
controle de qualidade do R&D Laboratories trabalhando sob a tutela da Turkish
Cement Manufacturers’ Association por sua ajuda na realização dos
experimentos. Agradecimentos especiais são conduzidos para o Dr. A. Oner da
Turkish Petroleum Corporation pela ajuda nas investigações SEM parcialmente
apresentado neste trabalho. A ajuda e sugestões do Dr. C. Podmore são
altamente apreciadas. A permissão do Dr. V. Balema em usar a representação
gráfica do mecanismo de reações de estado sólido mecanicamente induzida é
reconhecida.
Referências

[1] Royak SM, Royak GS. Special cements. Moscow, Russia: Stroyizdat; 1983. p. 88-
109 [in Russian].

[2] Neville AM. Properties of concrete. Prentice Hall; 2000. 844 pp.

[3] Sobolev K. The effect of complex admixtures on cement properties and


development of a test procedure for the evaluation of highstrength cements. In:
Advances in cement research, vol. AC15, No. 2. UK: 2003. p. 65–75.

[4] Ronin V, Jonasson J-E, Hedlund H. Advanced modification technologies of the


portland cement base binders for different high performance applications. In: 10th
international congress on the chemistry of cement. Go¨teborg, Sweden: 1997
[publication no. 2ii077].

[5] Jonasson J-E, Ronin V, Hedlund H. High strength concretes with energetically
modified cement and modelling of shrinkage caused by self-desiccation. In:
Proceedings of 4th international symposium on utilization of high strength concrete
(BHP-96). Paris: 1996. p. 245–54.

[6] Ronin V et al. Method for producing cement. International Patent Application
PCT/SE 94/00383. 1994.
[7] Sobolev K, Soboleva S. Complex admixture and method of cement based materials
production. In: International Patent Application PCT/TR98/00008. 1998 [WIPO
publication no. WO98/54108].

[8] Ioudovitch BE, Dmitriev AM, Zoubekhine SA, Bashlykov NF, Falikman VR, Serdyuk
VN. Low water requirement binders as new generation cements. In: 10th international
congress on the chemistry of cement. Go¨teborg, Sweden: 1997 [publication no.
3iii021].

[9] Muszynski LC. Corrosion protection of reinforcing steel usingpyrament blended


cement concrete. In: Swamy RN, editor. International conference on blended cements
in construction, Sheffield, UK. London: Elsevier Applied Science; 1991. p. 442–54.

[10] Skvara F, Kolar K, Novotny J, Zadak Z. Cement pastes and mortars with low water-
to-cement ratio—I. Cem Concr Res, USA 1980;10(2):253–62.

[11] Al-Manaseer AA, Aquino EB, Kumbardi H. Properties of concrete containing ultimax
rapid-setting hydraulic cements. ACI Mater J 1999;96(5):529–35.

[12] Scho¨nert K. Physical and technical aspects of very and micro fine grinding. In:
Proceedings of the second world congress particle technology. Kyoto, Japan: Society of
Technology; 1990. p. 557–71.
[13] Heinicke G. Tribochemistry. Berlin: Akademik Verlag; 1984.

[14] Fernandez-Bertran JF. Mechanochemistry: an overview. Pure Appl Chem


1999;71(4):581–6.

[15] Balema V. Synthesis of molecular solids: selected topics—III. In: Lecture notes for
CHEM, vol. 571, Solid State Chemistry. Iowa State University of Science and
Technology; 2003. p. 1–4.

[16] Suryanarayana C. Mechanical alloying and milling. Prog Mater Sci 2001;46(1
2):1–184.

[17] Boldyrev VV. Reactivity of solids and new technologies. In: Boldyrev VV, editor.
Reactivity of solids: past present and future. Oxford: IUPAC and Blackwell Science Ltd;
1996.

[18] Takacs L. Self-sustaining reactions induced by ball milling. Prog Mater Sci
2002;47(4):355–414.

[19] Balema VP, Wiench JW, Dennis KW, Pruski M, Pecharsky VK. Titanium catalyzed
solid-state transformations in LiAlH4 during high-energy ball-milling. J Alloys
Comp2001;329(1 –2):108–14.
[20] Sobolev K, Arikan M. High volume mineral additive ECOcement. Am Ceram Soc
Bull 2002;81(1):39–43.
[21] Sobolev K. High performance cement: solution for next millennium. Mater Technol
1999;14(4):191–3.
[22] EN 197-1:2000. Cement—Part 1: Composition, specifications and conformity
criteria for common cements. European Standard, European Committee for
Standardization, 2000.
[23] ASTM C150. Standard specification for portland cement. In: Annual book of ASTM
standards, vol. 04.01. Philadelphia, USA: 1999. p. 123–7.
[24] TS 819: Rilem. Cembureau standard sand. Ankara, Turkey: TSE; 1989.
[25] ASTM C109. Compressive strength of hydraulic cement mortars (using 2-in or 50-
mm cube specimens). In: Annual book of ASTMstandards, vol. 04.01. Philadelphia,
USA: 1999. p. 64–8.
[26] EN 196-1:1994. Methods of testing cement—Part 1: Determination of strength.
European Standard, European Committee for Standardization, 1994.
[27] EN 196-3:1994. Methods of testing cement—Part 3: Determination of setting time
and soundness. European Standard, European Committee for Standardization, 1994.

Vous aimerez peut-être aussi