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Laser
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Um laser (sigla inglesa para light amplification by
stimulated emission of radiation, ou seja,
amplificação da luz por emissão estimulada de
radiação), em português láser ou lêiser[1][2][3], é
um dispositivo que produz radiação eletromagnética
com características muito especiais: ela é
monocromática (possui comprimento de onda muito
bem definido), coerente (todos os fótons que
compõem o feixe emitido estão em fase) e colimada
(propagase como um feixe de ondas praticamente
paralelas).
Lêiseres de diferentes cores
Índice
Histórico
Funcionamento
Tipos de laser
Aplicações
Segurança
Propriedades
Exemplos em termos de potência
Ver também
Referências
Ligações externas
Histórico Demonstração de um laser no laboratório Kastler
Brossel
Para explicar o efeito fotoelétrico, Albert Einstein
postulou em 1905 que a luz é constituída por pacotes
discretos e bem determinados de energia denominados quanta de luz que, posteriormente, passaram a ser
chamados de fótons, termo cunhado por Gilbert Lewis em 1926. [4]
Em 1913 o dinamarquês Niels Bohr apresentou seu modelo de átomo, no qual os elétrons orbitam o núcleo em
níveis de energia bem determinados e somente podem "saltar" de um nível para outro se receberem ou emitirem
fótons com a quantidade de energia (que pode ser calculada a partir de seu comprimento de onda) exata,
exigida para o salto completo.
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Em 1925, Erwin Schrödinger e Werner Heisenberg modificaram a forma de se interpretar o modelo de átomo de
Bohr, postulando que os elétrons são partículas que apresentam propriedades de ondas, cujo comportamento
pode ser explicado por suas funções de onda. Tais funções foram desenvolvidas por Schrödinger e preveem os
diferentes níveis que o elétron pode assumir no átomo e as exatas energias associadas. Isso significa que cada
tipo determinado de átomo pode ser excitado sempre em quantidades bem definidas através da absorção de
um tipo determinado de fóton de comprimento de onda específico.
Em 1953, Charles Hard Townes, James P. Gordon e Herbert J. Zeiger produziram o primeiro maser
(microwave amplification through stimulated emission of radiation), um dispositivo similar ao laser, que
produz microondas, em vez de luz visível. O maser de Townes não tinha capacidade de emitir as ondas de
forma contínua. Nikolai Basov e Aleksander Prokhorov, da União Soviética, laureados com o Prêmio Nobel de
Física em 1964, trabalharam de forma independente em um oscilador e resolveram o problema da emissão
continua, utilizando duas fontes de energia, com níveis diferentes.
Em 1959, Gordon Gould usou pela primeira vez o acrônimo LASER no artigo The LASER, Light Amplification
by Stimulated Emission of Radiation[5][6]. A intenção linguística de Gould era usar a palavra "aser" como um
sufixo para denotar com precisão o espectro da luz emitida pelo aparelho de laser, deste modo: raiosX, Xaser,
ultravioleta: uvaser.
No ano seguinte, Theodore Harold Maiman produziu o primeiro laser[7], um laser de três níveis, que utilizava
um cristal de rubi como meio ativo[8]. O rubi a laser produz luz pulsada na ordem de milissegundos com
comprimento de onda de 694.3 nm, que corresponde à cor vermelha.
Em 2018, receberam o Nobel de Física por invenções inovadoras no campo do laser os físicos Donna Strickland,
Gérard Mourou e Arthur Ashkin. [9][10][11][12]
Funcionamento
O efeito físico por trás do funcionamento do laser: em determinados materiais quando em estado instável de
alta energia, se corretamente estimulados, decaem sua energia emitindo fótons coerentes com o estímulo
original, cujas ondas estão em sincronia (em fase) entre si. O laser distingue de outras fontes de luz por sua
coerência espacial e temporal. A coerência espacial é tipicamente expressa através da saída de um feixe
estreito, que possui difração limitada, muitas vezes chamado de "feixe de lápis". Coerência temporal (ou
longitudinal) implica uma onda polarizada em uma única frequência, cuja fase está correlacionada a uma
distância relativamente grande (o comprimento de coerência) ao longo do feixe. [13]
Einstein descobriu, através de considerações teóricas, que não apenas um elétron absorve um fóton (a
partícula de luz) incidente e o reemite ao acaso após certo tempo (emissão espontânea), mas que também este
mesmo elétron deve reemitir seu fóton absorvido se um segundo fóton interage com ele (emissão estimulada).
O fóton reemitido tem o mesmo comprimento de onda do fóton que o estimulou e, igualmente importante, tem
a mesma fase. [14]
Um laser funciona desde que se consiga excitar um número mínimo de elétrons de determinado material para
um nível de energia superior, de modo a se obter uma inversão de população (quando existem mais elétrons
excitados do que elétrons no estado fundamental). Quando isso ocorre, estimulamse alguns elétrons a
emitirem seus fótons, o que vai iniciar um efeito em cascata de modo que o fóton emitido por um elétron
estimula o elétron seguinte a emitir outro fóton de igual comprimento de onda e fase, o que vai amplificando a
emissão de feixes de luz de comprimento de onda definido e coerente.
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Para que tudo isso funcione, entretanto, é necessária uma realimentação, ou seja, por certo tempo manter
fótons emitidos estimuladamente interagindo com outros elétrons. Isso é obtido com uma cavidade óptica,
uma região do espaço em que se confina luz por algum tempo com o uso de espelhos altamente refletores e
convenientemente alinhados que vão refletindo várias vezes os fótons. Num dos espelhos existe um pequeno
orifício por onde alguns fótons depois de muitas vezes refletidos conseguem sair emitindo o feixe colimado de
luz. Há também os lasers super radiantes, como o laser de nitrogênio e alguns lasers de corante, desenvolvidos
entre outros por F.P. Schäfer e Peter Sorokin, que não precisam de espelhos para funcionar. Entretanto, para se
compreender perfeitamente um laser, fazse necessário o uso da mecânica quântica.
A luz gerada por emissão estimulada é muito semelhante à do sinal de entrada, em termos de comprimento de
onda, fase e polarização. Isto dá ao laser a sua coerência característica, e permitese a manutenção da
polarização uniforme e monocromaticidade estabelecida pela concepção da cavidade óptica. O feixe na
cavidade e o feixe de saída do laser, quando viajam em espaço livre (ou um meio homogêneo) ao invés de guias
de ondas (como um laser de fibra óptica), pode ser aproximado como um feixe de Gauss, na maioria dos lasers
tais feixes exibem a divergência mínima para um determinado diâmetro. No entanto, alguns lasers de alta
potência podem ser multimodo, com os modos transversais muitas vezes aproximadas utilizando Hermite
Gaussian ou funções de LaguerreGauss. Tem sido demonstrado que a laser ressonantes instáveis
(não
utilizado na maioria dos lasers) produzem feixes em forma fractal [15], nas proximidades do feixe de "cintura"
(ou região focal) é altamente colimada: as frentes de onda são planar, perpendiculares à direção de
propagação, sem divergência do feixe naquele ponto. No entanto, devido à difração, que só pode permanecer
fiel bem dentro da faixa de Rayleigh, O feixe de um modo transversal único (feixe gaussiano), eventualmente,
diverge em um ângulo que varia inversamente com o diâmetro do feixe, conforme exigido pela teoria de
difração. Assim, o "feixe de lápis" gerado diretamente por um laser de hélioneon comum iria espalharse para
um tamanho de talvez 500 quilômetros quando apontado para Lua (a partir da distância da Terra). Por outro
lado, a luz de um laser semicondutor normalmente sai do minúsculo cristal com uma grande divergência: até
50°,no entanto, mesmo tal feixe divergente pode ser transformado em um feixe colimado de forma semelhante
por meio de um sistema de lentes, tal como é sempre incluídos, por exemplo, em um ponteiro laser, cuja luz
origina a partir de um diodo laser. Isso é possível devido à luz ser de um único modo espacial.
Tipos de laser
Lasers de gás
Lasers químicos
Excimer lasers
Laser de estado sólido
DPSS
Dye Laser (Laser de corante)
Aplicações
Por suas propriedades especiais, o laser é hoje utilizado nas mais diversas aplicações: médicas (cirurgias), na
Fisioterapia como antiinflamatório, regenerador e analgésico, industriais (cortar metais, medir distâncias),
pesquisa científica (pinças ópticas, hidráulica, física atômica, óptica quântica, resfriamento de nuvens
atômicas, informação quântica), comerciais (comunicação por fibras ópticas, leitores de códigos de barras),
produção de peças termoplásticas (corte a laser[17]), no campo bélico (miras lasers, armas de energia dirigida,
eletrolasers) e mesmo todos os dias em nossas casas (aparelhos leitores de CD, DVD e BluRay, laser pointer
usado em apresentações com projetores). A propulsão a laser vem sendo estudada para o uso em espaçonaves.
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É produzido por materiais como o Al2O3 monocristalino (chamado de safira quando relativamente puro e rubi
quando contém Cr2O3 que lhe confere a cor vermelha característica devido aos íons de Cr3+[18]), mistura de
gases no caso do hélio e neônio, dispositivos de estado sólido como Laser Díodo, moléculas orgânicas como os
lasers de corante.
No uso industrial, o laser de CO2 (dióxido de carbono) vem cada dia mais sendo utilizado, sendo hoje
essencial. Muito competitivo por ser um processo rápido para o corte e solda de diversos materiais com muita
agilidade devido às maquinas que utilizam o laser serem CNC.
Usando um laser sintonizado para interagir com o vapor de água
no ar, os sons podem ser criados em um local localizado que seja
alto o suficiente para ser captado pela audição humana, se
direcionado para perto do ouvido de um ouvinte. [19]
Segurança
Normalmente os lasers são etiquetados pela sua potência, que
identifica o nível de perigo do laser (observação: essas são as
classes antigas)
Classe I/1 Starfire Optical Range disparando um
laser triplo que poderia ser usado
É perfeitamente segura, normalmente porque a luz é contida
como arma espacial antissatélite.[16]
internamente em um dispositivo, por exemplo CD players, ou
porque a potência é muito baixa (0.1 miliwatts)
Classe II/2
O reflexo do olho humano (aversão) previne dano ocular, a não ser que a pessoa deliberadamente olhe para o
feixe por um período prolongado. Essa classe apenas inclui para lasers que emitem luz visível (até 1 miliwatt).
Classe IIa/2a
A região logo no início da classe II, onde o laser precisa de pelo menos 1000 segundos contínuos para causar
algum dano permanente à retina. Scanners a laser comerciais estão nessa classe.
Classe IIIa/3a
Lasers dessa classe são em sua maioria perigosos em combinação com instrumentos ópticos que podem mudar
o diâmetro ou a densidade de potência. A potência de saída não excede 5 miliwatts. A densidade não excede
2,5 miliwatts por centímetro quadrado. Muitas miras a laser para armas e apontadores laser estão nessa
categoria.
Classe IIIb/3b
Lasers dessa potência poderão causar danos se houver contato direto com a retina. Aplicase a lasers entre 5 e
500 miliwatts. O dano permanente pode ocorrer em um décimo de segundo ou menos dependendo da potência
do laser. Reflexões não são um problema, mas podem causar danos se forem reflexões diretas (como espelhos
ou metais altamente polidos/reflexivos). Proteção ocular é recomendada quando um contato direto poderá
ocorrer. Lasers no final dessa categoria (logo antes da Classe IV) também podem atear fogo em alguns objetos e
levemente queimar a pele. "apontadores laser" nessa categoria são chamados de Laser de mão.
Classe IV/4
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Lasers classe 4 (mais de 500 miliwatts) podem causar queimaduras na pele e danos permanentes severos ao
olho sem o uso de lentes ou equipamento óptico extra. Reflexões difusas também podem causar tais danos à
pele e aos olhos. A maioria dos lasers militares, industriais, científicos e médicos estão nessa categoria.
Propriedades
Comprimento de onda
Depende do material que emite luz, do sistema óptico e
da forma de energizálo. A luz emitida pelo laser é
sempre monocromática.
A luz laser provem predominantemente de uma transição
determinada entre níveis de energia e é portante quase
monocromática. (a vibração térmica dos átomos e a
presença de impurezas faz com que estejam presentes
outros comprimentos de onda);
Exemplos:
Comprimento de
Elemento
onda
Fluoreto de argônio (UV) 193 nm;
Fluoreto de criptônio (UV) 248 nm;
Cloreto de xenônio (UV) 308 nm; Teste com Laser (das Forças Armadas dos
Nitrogênio (UV) 337 nm; Estados Unidos).
Argônio (azul) 488 nm;
Argônio (verde) 514 nm;
Hélioneônio (verde) 543 nm;
Hélioneônio (vermelho) 633 nm;
Corante Rodamina 6G
570650 nm;
(ajustável)
Rubi (Al2O3 + Cr2O3)
694 nm;
(vermelho)
Nd:YAG (NIR) 1.064 nm;
Dióxido de carbono (FIR) 10.600 nm.
Potência de Saída
Gás HélioNeônio (dezenas de "mW")
Dióxido de carbono (centenas de "kW" em feixe contínuo)
Os lasers de operação continua podem ter potências de saída entre 0.5 mW a 100W ou mais. os lasers pulsados
têm níveis de potencia até terawatts, mas apenas para impulsos de muito pouca duração de microssegundos
ou mesmo nanosegundos.
Coerência
Feixe coerente / Estão em fase.
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Devem ter o mesmo sinal.
A coerência é necessária para algumas aplicações.
A luz laser é coerente quando emerge do espelho de saída e continua até uma certa distância do laser que se
chama a distancia de coerência. (Pequenas variações na fase, induzida por vibrações térmicas e outros efeitos,
fazem com que o feixe eventualmente perca coerência).
Eficiência
De 20% a 0,001%.
A eficiência é importante para sistemas com grande potência.
Intensidade de Potência
Da ordem de 10^16 W/cm² (baixa divergência).
Como a luz do laser emerge perpendicularmente ao espelho de saída, o feixe tem uma divergência muito
pequena, são tipicas divergências de 0.001 radianos.
Exemplos em termos de potência
Diferentes aplicações precisam lasers com diferentes potências de saída. Os lasers que produzem uma feixe
contínuo ou uma série de impulsos curtos podem ser comparados com base na sua potência média. Os lasers
que produzem impulsos podem também ser caracterizado com base na potência de pico de cada impulso. O
pico de potência de um laser pulsado é várias ordens de grandeza maior do que a sua potência média. A
potência média de saída é sempre menor do que a energia consumida.
Potência Aplicação
1–5 mW Apontadores
5 mW Drive CDROM
5–10 mW DVD player ou drive DVDROM
100 mW Gravador de CDRW de alta velocidade
250 mW Gravador DVDR
400 mW Gravador duallayer DVD 24×[20]
1 W Laser verde do prototipo de disco holográfico versátil.
1–20 W Saída da maioria dos lasers de estado sólido disponíveis no mercado para micro usinagem
30–100 W Típico laser cirurgico de CO2 [21]
100–3000 W Típico laser de CO2 usado em corte industrial
100 kW Saída alegada do laser de CO2 para uso militar desenvolvido pela Northrop Grumman
Ver também
Corante laser
Holografia
Laser díodo
Leitor de CD
Velocimetria laser
Lazer
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Referências
1. «Em português, lêiser, não "laser" » (http://dicionarioegramatica.com.br/2016/01/15/emportuguesleisernao
laser/). DicionarioeGramatica.com. Consultado em 18 de janeiro de 2016
2. «Lêiser : Significado de "lêiser " no Dicionário Português Online: Moderno Dicionário da Língua Portuguesa
Michaelis UOL» (http://michaelis.uol.com.br/moderno/portugues/definicao/leiser%2520_990695.html).
michaelis.uol.com.br. Consultado em 15 de janeiro de 2016
3. «Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa» (http://www.academia.org.br/nossalingua/buscanovocab
ulario?sid=23). Academia Brasileira de Letras. Consultado em 15 de janeiro de 2016
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outubro de 2016
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12. Rincon, Paul (2 de outubro de 2018). «Quem é a primeira mulher a ganhar o Nobel de Física após 55 anos»
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16. New York Times (http://www.nytimes.com/2006/05/03/washington/03laser.html?ex=1304308800&en=d3975
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18. SHACKELFORD, James F. (2008). Introdução à ciência dos materiais para engenheiros. São Paulo:
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19. Lasers could send messages right to a listener’s ear The new technique is the first of its kind that’s safe to use around
humans (https://www.sciencenews.org/article/laserscouldsendmessagesrightlistenerear?tgt=nr) por
EMILY CONOVER (2019)
20. "Laser Diode Power Output Based on DVDR/RW specs" (http://elabz.com/laserdiodepoweroutputbased
ondvdrrwspecs/). elabz.com. Retrieved December 10, 2011.
21. George M. Peavy, "How to select a surgical veterinary laser" (http://www.veterinarylaser.com/expertopinio
n.php), veterinarylaser.com. URL accessed March 14, 2008.
Ligações externas
O laser mais potente do mundo (http://www.tecnologiadoglobo.com/2009/05/lasermaispotentemundo/)
https://pt.wikipedia.org/wiki/Laser 7/8
06/04/2019 Laser – Wikipédia, a enciclopédia livre
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