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Em Tabelas
Por Kennedy Barbosa
Crime Material Crime Formal Crime de Mera Conduta
(ou Causal) (de Consumação Antecipada (ou de Simples Atividade)
ou de Resultado Cortado)
Aquele em que há Aquele em que não há Aquele em que a lei não exige
necessidade de um resultado necessidade de realização de qualquer resultado
externo à ação (resultado resultado naturalístico e este, naturalístico, contentando-se
naturalístico), descrito na lei, e embora possa ocorrer, não é com a ação ou omissão do
que se destaca lógica e necessário para a consumação agente.
cronologicamente da conduta. do crime e caso aconteça, será
mero exaurimento.
Ex.: Homicídio – art. 121, do Ex.: Ameaça – art. 147, do CP. Ex.: Violação de Domicílio –
CP. art. 150.
Ex.: Prevaricação – art. 319, do CP (pois, Ex.: Peculato doloso – art. 312, do CP (pois,
excluída a elementar "funcionário público", não afastando-se a elementar "funcionário público",
subsiste crime algum). o fato passa a constituir crime de furto ou
apropriação indébita, conforme o caso).
Crime Próprio com Estrutura Inversa
Aquele praticado por funcionário público contra a Administração Pública em geral (crimes
funcionais).
Ex.: Homicídio – art. 121, do CP. Ex.: Assédio Sexual – art. 216-A, do CP;
Infanticídio – art. 123, do CP.
Ex.: Roubo – art. 157, do CP. Ex.: Cárcere Privado – art. 148, do CP.
Crime Instantâneo de Efeitos Permanentes Crime à Prazo
Aquele em que consumada a infração em dado É aquele que se consuma após passado um
momento, os efeitos permanecem, período de tempo.
independentemente da vontade do sujeito ativo.
Ex.1: Bigamia – art. 235, do CP; Ex.1: Lesão Corporal Grave pela Incapacidade
Ex.2: Estelionato Previdenciário – art. 171, §3º, para as Ocupações Habituais por Mais de 30
do CP, quando praticado por terceiro não dias – art. 129, §1º, I, do CP;
beneficiário (STF: HC 112.095/MA; STJ: AgRg no Ex.2: Sequestro em que a privação da
Resp 1.347.082/RS). liberdade dura mais de 15 dias – art. 148, §1º,
III, do CP).
Ex.: Furto – art. 155, do CP. Ex.: Roubo – art. 157, do CP (furto +
constrangimento ilegal).
Crime Complexo em Sentido Amplo Crime Ultra Complexo
Aquele que é derivado da fusão de um crime Ocorre quando o crime complexo é acrescido de
com uma circunstância ou elemento que, por si outro crime, este servindo como qualificadora ou
só, não constitue crime. majorante daquele.
Ex.: Denunciação Caluniosa – art. 339, do CP Ex.: Roubo Majorado Pelo Emprego de Arma de
(delito formado pela calúnia e pela Fogo – art. 157, §2°, I, do CP.
comunicação à autoridade a ocorrência de
infração, ato este isoladamente não é
criminoso).
Crime Famulativo
São os crimes que contêm a estrutura unitária do crime complexo.
Ex.: Estupro – art. 213, do CP. Ex.: Roubo – art. 157, do CP.
Ex.: Homicídio – art. 121, do CP. Ex.: Crime Culposo – art. 18, II, do CP.
Ex.: Para matar (Homicídio – art. 121, do CP) Ex.: Agente adentra em uma residência com a
tem que ferir (Lesão Corporal – art. 129, do intenção de furtar (Furto – art. 155, do CP) e se
CP). depara com a dona da residência e decide
estupra-la (Estupro – art. 213, do CP).
Características: Características:
Omissão descrita no tipo; Omissão não descrita no tipo;
Praticados por qualquer Praticados apenas pelos
pessoa; garantes;
Formais; Materiais;
Unissubsistentes; Plurissubsistentes;
Não admitem tentativa. Admitem tentativa.
Ex.: Omissão de Socorro – art. Ex: Mãe que deixa de Ex.: Filho que, interessado no
135, do CP. amamentar ou cuidar do filho recebimento da herança,
causando-lhe a morte por impede que o médico salve a
inanição, pratica homicídio. vida de seu pai. O médico se
omitiu por ação do filho.
Crime de Olvido ou de Esquecimento
é o Crime Omissivo Impróprio CULPOSO.
Ex.: Furto – art. 155, do CP. Ex.: Roubo – art. 157, do CP.
Ex.: Associação Criminosa – Ex.: Bigamia – art. 235, do CP Ex.: Rixa – art. 137, do CP.
art. 288, do CP. (desde que haja má-fé do
conjugue solteiro).
Ex.: Calúnia – art. 138, do CP. Ex.: Homicídio – art. 121, do CP.
Ex.: Homicídio – art. 121, do CP. Ex.: Trafico de Drogas – art. 33 da Lei
11.343/06.
Crime de Forma ou Execução Livre Crime de Forma ou Execução Vinculada
É aquele em que é praticado por qualquer meio É aquele em que o tipo já descreve a maneira
de execução. pela qual o crime é cometido.
Ex.: Homicídio – art. 121, do CP (pode ser Ex.: Curandeirismo – art. 284, do CP (é um
cometido por golpes de faca, disparo de arma crime que só pode ser realizado de uma das
de fogo, etc). maneiras previstas no tipo penal).
Ex.: Furto – art. 155, do CP. Ex.1: Receptação – art. 180, do CP;
Ex.2: Favorecimento Pessoal – art. 348, do CP;
Ex.3: Favorecimento Real – art. 349, do CP;
Ex.4: Lavagem de Dinheiro – art. 1° da Lei
9.613/98.
Ex.: Furto – art. 155, do CP. Ex.: Lavagem de Dinheiro – art. 1° da Lei
9.613/98.
Ex.: Prevaricação – art. 319, do CP. Ex.: Peculato – art. 312, do CP.
Crime de Responsabilidade
Aquele violador do dever do cargo ou da função, apenado com uma sanção criminal ou de
natureza política.
Próprio Impróprio
Infração penal comum. Infração político-administrativa.
Crime Militar
Toda violação acentuada ao dever militar e aos valores das instituições militares, ou seja, é o
disposto no Código Penal Militar.
Próprio Impróprio
Definido apenas no Código Penal Militar, ou Definido também no restante da legislação
seja, só pode ser praticado por militar. penal.
Ex.: Pederastia – art. 235, do CPM. Ex.: Estupro – art. 232, do CPM e art. 213, do
CP.
CRIMES NATURAIS
Aqueles comportamentos que sempre foram, são e, provavelmente, serão no futuro infrações
penais, violando bens jurídicos indispensáveis à convivência harmônica em sociedade.
Ex: Crimes Cibernéticos e Crimes Contra o Ex.: Crimes de Lesa Majestade – Crimes Contra
Consumidor. a Administração Pública.
Crime Conexo
Aqueles que estão ligados entre si.
De Conexão Teleológica de Conexão Consequencial de Conexão Ocasional
(ou Ideológica) (ou Causal)
É praticado para assegurar a É praticado para assegurar a É praticado como consequência da
execução de outro crime, ocultação, a impunidade ou a ocasião, da oportunidade
futuro. vantagem de outro crime, proporcionada por outro delito. O
passado. agente responde pelos dois delitos
em concurso material.
Crime de Impressão
Aquele que causa determinado estado anímico na vítima.
Crime de Sentimento Crime de Inteligência Crime de Vontade
Recai sobre as faculdades Recai sobre as faculdades Recai sobre a vontade, sobre
emocionais. cognitivas, enganando-a. a autodeterminação.
Ex.: Injúria – art. 140, do CP. Ex.: Estelionato – art. 171, do Ex.: Constrangimento Ilegal –
CP. art. 146, do CP.
Crime de Intenção
(ou Tendência Interna Transcendente)
Ocorre quando o autor do delito quer e busca um resultado fático, porém este não precisa ser
realizado materialmente (resultado dispensável – finalidade transcedente) para que ocorra a
respectiva consumação, que será antecipada. São tipos incongruentes ou congruentes
assimétricos, pois a parte subjetiva da ação (intenção) não precisa se amoldar perfeitamente ao
tipo para que ocorra a consumação nos termos do tipo objetivo, de acordo com Reinhart Maurach:
“a lei estende o tipo subjetivo mais além do tipo objetivo”.
Crime de Resultado Cortado Crime Mutilado de Dois Atos
(Crime de Consumação Antecipada ou (Crime Imcompleto de Dois Atos ou Tipos
Crime Formal) Imperfeitos de Dois Atos)
É o crime em que o agente visa resultado que É o crime em que o agente visa um resultado
está dentro do tipo penal e que depende de que está fora do tipo penal e que depende de
um ato de terceiro. O crime já está um ato do próprio agente. O crime já está
consumando, pois há verdadeira consumação consumado, pois há verdadeira consumação
antecipada. Se o ato ocorrer será mero antecipada. Se o ato ocorrer será mero
exaurimento. exaurimento.
Ex: Extorsão Mediante Sequestro – art. 159, do Ex: Moeda Falsa – art. 289, do CP (O agente
CP (O delito estará consumado com a simples realiza a falsificação ocorrendo assim a
privação da liberdade para fins de obter consumação, mas quem falsifica dinheiro quer
vantagem econômica, caso esta seja recebida colocá-lo em circulação. A intenção do autor
ocorrerá mero exaurimento). desde o inicio encontrava-se fora deste núcleo
específico do tipo, por óbvio não seria
interessante que houvesse uma falsificação de
notas para que o agente colecionasse-as e
ficasse apenas no interior da residência.
Independentemente de ocorrer a “circulação da
moeda” o crime já estava consumado e
dependeu do ato próprio do autor.
Crime Putativo
(Imaginário ou Erroneamente Suposto)
Dá-se quando o agente imagina que a conduta por ele praticada constitui crime, mas em verdade
constitui uma conduta atípica, ou seja, não há punição para o ato praticado. Pode ser:
a) por erro de tipo;
b) por erro de proibição ou delito de alucinação;
c) por obra do agente provocador.
Delito Putativo por Erro de Tipo Delito Putativo por Erro de Proibição ou
(ou Erro de Tipo Invertido, ao Revés, ao Delito de Alucinação
Contrário) (ou Erro de Proibição Invertido, ao Revés, ao
Contrário)
Ocorre quando o agente quer praticar um Ocorre quando o agente pratica uma conduta
crime, mas pratica um fato atípico sem querer, imaginando estar infringindo uma norma de
por estar ausente uma elementar do tipo penal. proibição penal, quando na realidade sua
conduta não é proibida pelo direito penal.
Ex.: Mulher ingere substância abortiva Ex.: agente que pratica adultério, ou que pratica
imaginando estar grávida, mas, na verdade, incesto, imaginando ser crime.
não está.
Delito Putativo por Obra do Agente Provocador
Também conhecido por Flagrante Provocado, Flagrante Preparado, Delito de Experiência, Delito
de Laboratório, Delito de Ensaio ou Teoria da Armadilha/Entrapment Doctrine, caracteriza-se pela
indução de alguém à prática de determinado ilícito, sem que esta pessoa tivesse previamente tal
propósito, hipótese na qual se viola o direito fundamental de não se autoacusar e o da amplitude
de defesa, comprometidos pelo engano provocado pelo agente infiltrado.
Em síntese, como observa a doutrina, caracteriza-se, o agente provocador, pela presença dos
seguintes elementos:
a) efetiva incitação por parte do agente provocador determinando a vontade delituosa do indivíduo
provocado (elemento objetivo);
b) vontade de determinar a prática de um crime para possibilitar a punição de seu autor (elemento
subjetivo); e
Súmula n 145, STF: “Não há crime, quando a preparação do flagrante pela polícia torna impossível
a sua consumação.”
Crime Impossível
(Quase-crime, Crime Oco, Tentativa Inidônea, Tentativa Inútil, Tentativa Impossível,
Tentativa Inadequada)
Aquele que jamais poderia ser consumado em razão da ineficácia absoluta do meio empregado ou
pela impropriedade absoluta do objeto.
Ineficácia absoluta do meio se caracteriza quando o instrumento utilizado não permite que o
delito possa ser consumado.
Ex.: Usar um alfinete para matar uma pessoa adulta ou produzir lesões corporais mediante o mero
arremesso de um travesseiro de pluma.