Vous êtes sur la page 1sur 31

UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO

INSTITUTO DE TECNOLOGIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE MATERIAIS

Reologia dos Materiais

Questionário de Reologia (IT 728)

Professor
Paulo Jansen de Oliveira

Aluna
Ingrid Cristina S. Pereira

SEROPÉDICA
2017

1
Sumário

1. Introdução a Reologia .................................................................................................. 3


2. Definições (noções básicas) ........................................................................................ 3
3. Classificação dos fluidos: Fluidos newtonianos e não newtonianos. ...................... 6
3.1 Modelos de Bingham, Casson, Herschel-Bulkey e Ostwald de Waele. ............. 9
3.2 Viscosímetros: Fann, Brookfield, Cannon Fenske. ........................................... 12
3.3 Determinação das curvas de tensão cisalhamento e da viscosidade. ............ 14
4. Fluidos não-Newtonianos: fluidos pseudoplásticos. ............................................... 18
4.1 Teoria da Viscoeslasticidade: modulo elástico (storage modulus) (G), módulo
viscoso ou módulo de perda (G”) (loss modulo), tan ᵟ (damping) – ângulo de fase. 18
4.2 Fluidos tixotrópicos e reopéticos. ...................................................................... 20
4.3 Testes reológicos oscilatórios. .......................................................................... 22
5. Reologia de soluções, emulsões e suspensões ...................................................... 28
6. Revisão Bibliográfica ................................................................................................. 28

2
1. Introdução a Reologia

A definição da palavra reologia foi incialmente formulada por E.C. Bingham como o
estudo da deformação e fluxo da matéria (HOWARD, 1989). Portanto, a reologia é a ciência
do estudo da deformação e escoamento da matéria, quando está é sujeita a uma força
externa. Em adição, deve se considerar que o tempo é um parâmetro importante para se
determinar a reação da matéria a uma força externa, ou seja, o tempo é uma noção
essencial para descrever o comportamento reológico da matéria (VLIET & LYKLEMA, 2005).

Sendo assim, a reologia é essencial para se estudar o comportamento de


escoamento e deformação de sistemas em função do tempo; pois cada material terá um
comportamento distinto ao se aplicar uma força externa, como por exemplo: uns irão se
deformar (comportamento elástico); enquanto outros irão escoar (comportamento viscoso); e
para ainda outros irão parte escoar e parte deformar (comportamento viscoelásticos) (VLIET
& LYKLEMA, 2005).

Na reologia clássica se considera dois materiais como ideais: sólido elástico e fluido
viscoso. O sólido elástico ideal são materiais que quando submetidos a uma tensão elástica
(forças externas), armazenam todas essa tensão em forma de energia interna, a qual é
utilizada para que o material recupere a forma original, após a remoção da força. Em
contrapartida, um fluido viscoso ideal são materiais quando submetidos a uma tensão
irreversível, toda a energia é totalmente dissipado em forma de calor, e o fluido escoa
irreversivelmente. (GALINDO, 2013; HOWARD, 1989).

O conhecimento das propriedades reológicas é fundamental para dimensionar e


construir máquinas, como: bombas e tubulações, agitadores e trocadores de calor. Além
disso, no controle de qualidade do produto e na verificação do prazo de validade (VLIET &
LYKLEMA, 2005).

2. Definições (noções básicas)

Para compreender comportamento reológico de um material, existe a necessidade


de se estudar as definições de tensão, deformação, taxa de cisalhamento, elasticidade,
viscosidade, energia potencial, e dissipação de energia em forma de calor, as quais seguem
abaixo:

 Tensão: é definida como uma força que atua em determinada áreas e é expressa em
unidades de Pascal (Pa). A direção da força em relação à área da superfície determina o
tipo de tensão, que são basicamente:

3
 Tensão normal (σ): ocorre quando a força é diretamente
proporcional a área, e pode ser durante a tração ou compressão.
σ = F /A
 Tensão de cisalhamento (): ocorre quando a força atua paralela a
superfície (TABILO-MUNIZAGA, 2004). A unidade no SI é em Pa.
 = F /A

 Deformação: ocorre quando a posição relativa dos pontos do interior de um corpo é


modificada; e o deslocamento de cada ponto é especificado por um vetor que retrata a
distância inicial e final desse ponto. Há dois tipos de deformações que devem ser
especificadas para representar o estado de deformação de um corpo, e elas são:
 Deformação normal: causa uma alteração no volume do corpo.
 Deformação por cisalhamento (γ): causa modificação em sua forma
(GALINDO, 2013).

𝒙
γ=
𝒉

Figura1: Quantificação da deformação de cisalhamento para camadas de fluidos deslizando umas


sobre as outras.

 Taxa de cisalhamento (Ỳ): é definida por meio de uma equação matemática, que
relaciona a diferença da velocidade entre dois pontos vizinhos ou as camadas
adjacentes com a distância entre eles (GALINDO, 2013). A unidade é s-1.

 Elasticidade: é uma medida habilidade de o material armazenar energia de deformação,


e pode ser visto com a capacidade do material recuperar sua forma original depois de
deformar (retirada da força aplicada) (FESTER , 2012).

 Viscosidade: é uma medida da habilidade do fluido de resistir ao escoamento, e reflete


a dissipação da energia de deformação através do escoamento (FESTER, 2012). O
coeficiente de proporcionalidade entre a tensão de cisalhamento e a taxa de
cisalhamento é definido como a viscosidade do fluido (η), conhecida como Lei de

4
Newton para viscosidade, que é uma medida do atrito interno do fluido, e é associada ao
amortecimento ou perda de energia cinética no sistema (A BASIC..., 2016). Essa lei é
para fluidos Newtonianos, a unidade da viscosidade no SI é Pa.s.

A viscosidade (μ) é denominada


newtoniana quando a força de
(Lei de Newton)
cisalhamento por unidade de área
(tensão de cisalhamento) for
= tensão (Pa =N/m2) proporcional ao gradiente de
velocidade (taxa de cisalhamento).
= viscosidade ( Pa.s) (Viscosidade Newtoniana. Ou seja, a viscosidade é constante
independe da tensão e da taxa
= Taxa de cisalhamento (1/s) aplicadas em P e T cte.

Matematicamente, a viscosidade pode ser descrita através da experiência realizada por


Newton em que um fluido é cisalhado entre duas placas ( uma móvel e outra estacionária).
Conforme isso, Newton usou o modelo da Figura 2 para definir a viscosidade entre duas
lâminas paralelas, separadas por uma distância (y); ao aplicar uma força tangencial sobre a
placa móvel, assim cada partícula do fluido irá percorrer uma trajetória paralela às lâminas e
com velocidade constantes. Contundo, as velocidades das diversas partículas variam de v
(placa móvel) até zero (placa estacionária). Sendo, a distribuição da velocidade é linear ao
longo de y e o gradiente de velocidade (dv/dy), é proporcional diretamente a força
tangencial (F) por unidade de área.

Figura 2: Representação de um fluido sob a ação de uma força de cisalhamento.

Fatores que afetam a viscosidade:

 Substância : propriedades físico e químicas;


 Temperatura;
 Taxa de cisalhamento;
 Tempo;
 Pressão
5
pH, campo; elétrico e magnético;

Obs: Se a dissolução do soluto for boa em um solvente, as macromoléculas poliméricas


enoveladas irão intumescerem, devido a penetração do solvente, expandindo o seu
tamanho, ou seja, aumento do volume hidrodinâmico. Sendo assim, com o aumento do
volume hidrodinâmico haverá maior resistência ao escoamento, pois haverá uma fricção
entre as macromoléculas e as moléculas do solvente, dificultando o escoamento e,
consequentemente, aumentando a viscosidade.

Obs2: Em soluções diluídas a viscosidade tem uma relação linear com a concentração,
segundo a equação de Mark-Houwink, ou seja, a viscosidade aumenta com a concentração.
Pois se aumenta a quantidade de soluto na solução, com isso tem maior quantidade de
moléculas que irão intumescer no sistema; assim elas irão assumir um volume em solução,
ou seja, terão um volume hidrodinâmico. Consequentemente, quantos mais moléculas
presentes na solução, haverá maior resistância ao escoamento e aumento da viscosidade.

 Energia potencial: é quando um corpo absorve a energia aplicada (atuação de uma


força externa no corpo), transformando-a durante a deformação em energia
potencial, a qual é armazenada na sua microestrutura (ROJAS, 1999).

 Dissipação de energia em forma de calor: é quando ao aplicar uma força externa,


o mesmo vai absorver energia e transforma-la durante a deformação em calor
(dissipação de energia em forma de calor), e escoamento (ROJAS, 1999).

3. Classificação dos fluidos: Fluidos newtonianos e não newtonianos.

Os fluidos se dividem em fluidos ideais (viscosidade igual à zero), e fluidos reais. Os


fluidos reais são divididos em fluidos: newtonianos e não-newtonianos, os quais são
descritos a seguir:

 Fluidos newtonianos: é definido como os fluidos que a viscosidade, denominada


viscosidade absoluta, é somente afetada apenas pela temperatura e pressão. Ou seja,
são fluidos que a tensão de cisalhamento está linearmente associado a taxa de
cisalhamento, assim a viscosidade é invariável, conforme a equação da Lei de Newton
para a viscosidade. (A BASIC..., 2016; VLIET & LYKLEMA, 2005). Exemplos: água

6
Quando um fluido newtoniano é submetido aplicação de forças
externas, ele sofre escoamento (deformação). Se essas forças forem
Figura 3: Representação
cessadas, o fluido não gráfica
recuperado comportamento de um
sua forma original, oufluido
seja,newtoniano.
não há a
recuperação elástica do material. Pois toda a energia utilizada na sua
deformação é transformada em calor em um processo irreversível.

 Fluidos não-newtonianos: a viscosidade varia em função da tensão de cisalhamento


ou da taxa de cisalhamento. Portanto, são fluidos que não apresentam o
comportamento previsto por Newton, ou seja, conforme expressado pela equação da
Lei de Newton. Os fluidos não-newtonianos são divididos em três classes (A BASIC...,
2016; GALINDO, 2013):

O termo μ é substituído por Ƞ


que é a viscosidade aparente

 Os independentes do tempo (pseudoplástico, dilatantes e Bingham): são fluidos


reais cujas propriedades independem do tempo de aplicação da tensão de cisalhamento
(dependem somente da taxa de cisalhamento).

1) Fluido pseudoplástico (melaço de cana, cmc): Quanto maior a taxa de


cisalhamento, menor será a viscosidade aparente. Pois as partículas
se orientam em direção ao fluxo ou os aglomerados se dissolvem.

7
2) Fluido dilatante ( suspensões de amido, soluções de farinha de milho
e açúcar): Tem se um aumento da viscosidade aparente com a tensão
de cisalhamento

3) Fluido de Bingham (fluidos de perfuração de poços de petróleo):


Relação linear entre a tensão de cisalhamento e a taxa de
cisalhamento, a partir do momento em que se atinge uma tensão de
cisalhamento inicial.

Figura 4: Representação gráfica do comportamento dos fluidos de Bingham,


Pseudoplásticos, e Dilatantes.

 Os dependentes do tempo (tixotrópico e reopético): são fluidos que a viscosidade


depende não só da taxa de cisalhamento, mas com o tempo de cisalhamento. Eles
voltam a viscosidade original após a retirada das forças de cisalhamento se ensaio for
realizado na região vicoeslástica linear.

1) Fluido tixotrópico (Ketchup): Há duas áreas de transição, onde


na primeira um gel é rapidamente transformado em uma
solução quando a taxa de cisalhamento é constante.

8
2) Fluido: reopético

Figura 5: Representação gráfica do comportamento dos fluidos tixotrópico e


reopético.

 Os viscoelásticos: são fluidos que possuem comportamento elástico e plástico.

Os fluidos não newtonianos a energia aplicada (forças externas) durante a sua


deformação/escoamento, parte dela é perdida na forma de calo (processo irreversível);
e a outra parte é armazenada internamente como energia elástica. Assim, quando
cessa a cessada a ação dessas forças parte da deformação é recuperada devido a
energia armazenada.

3.1 Modelos de Bingham, Casson, Herschel-Bulkey e Ostwald de Waele.

a) Modelo de Bingham

E. Bingham demonstrou que muitos fluidos reais somente iniciariam o escoamento,


se fossem submetidos a uma determinada tensão crítica ou inicial. Abaixo dessa tensão
crítica, o material se comporta como um sólido, absorvendo a energia da tensão sem fluir
(UNDERSTANDING..., 2004). Em adição, após atingir a tensão crítica, esse fluido apresenta
uma relação linear entre a tensão de cisalhamento e a taxa de deformação, por isso foi
denominado fluido e Bingham. O comportamento desse tipo de fluido é expresso pela
equação ou modelo de Bingham, a seguir. (MACHADO, 2002):

Modelo de Bingham

Parâmetros:

η- viscosidade aparente

9
–tensão de cisalhamento

- tensão crítica de cisalhamento (yield point)

-taxa de cisalhamento

b) Modelo de Herschel-Bulkley

Este modelo também é conhecido como modelo de Bingham generalizado. Neste


tipo de fluido há a necessidade de uma tensão crítica para ocorrer o escoamento. Contudo,
a relação entre a tensão de cisalhamento e a taxa de deformação não é linear, dependendo
de um expoente adimensional, que é o índice de comportamento (n), característico de cada
fluido; o qual indica fisicamente o distanciamento do fluido do modelo Newtoniano (FESTER,
2012; HERMANY, 2009; MACHADO, 2002).

Parâmetros:

K- índice de consistência (indica o grau de resistência do fluido ao escoamento)

n- índice de comportamento

–tensão de cisalhamento

- tensão crítica de cisalhamento

Ỳ -taxa de cisalhamento

Destacando que esse modelo também pode descrever o comportamento de uma


ampla variedade de fluidos, conforme certas condições, como por exemplo (FESTER,
2012):

 Fluidos pseudoplásticos: = 0 e n<1


 Fluidos dilatantes: =0 e n>1
 Fluidos de Bingham: n=1
 Fluidos Newtonianos: n=1 e =0

10
Figura 6: Comportamento de um fluido conforme a equação de Herschel e Bulkley.

c) Modelo de Casson

Uma alternativa para o modelo Herschel-Bulkley é o modelo de Casson, que é


descrito pela equação (FESTER, 2012):

√ √ Modelo de Casson

Esse modelo demonstra características plásticas, com diminuição da viscosidade


conforme aumenta a taxa de cisalhamento (FLUIDOS..., 2008).

d) Modelo de Ostwald de Waele

O modelo de Ostwald de Waele ou lei da potência é aplicado em fluidos que não


apresentam uma tensão crítica de cisalhamento (FESTER, 2012). Este modelo é descrido
pela seguinte equação:

Modelo de Ostwald de Waele

Parâmetros:

K- índice de consistência

n- índice de comportamento

–tensão cisalhamento

Ỳ -taxa de cisalhamento

11
Este modelo pode ser utilizado para descrever o comportamento de um fluido
Newtoniano quando n=1; de um fluido pseudoplástico quando n<1; ou de um fluido dilatante
quando n>1 (FESTER, 2012; MACHADO, 2002).

Figura 7: Representação das curvas dos tipos de fluidos de acordo com o comportamento da
tensão de cisalhamento (fluidos independentes do tempo).

3.2 Viscosímetros: Fann, Brookfield, Cannon Fenske.

São equipamentos que fornecem informações sobre a viscosidade cinemática ( v=


μ/p). Normalmente, determina-se o tempo que determinado volume de líquido gasta para
escoar em tubo capilar (Viscosímetro de Cannon-Fenske) ou um orifício (viscosímetro
Saybolt Universal). Tendo em vista, a variação da viscosidade com a temperatura, os
viscosímetros devem ficar em banhos termostáticos.

 Viscosímetro Fann

O funcionamento do viscosímetro Fann consiste na imersão total do cilindro em um


fluido; em que o cilindro externo possui rotação com velocidade constante. A resistência ao
escoamento exercida pelo fluido dentro do cilindro cria um torque interno no cilindro interno
(Bob). Este torque é transferido a uma mola de precisão, aonde sua deflexão é medida, e é
efetuada as condições de teste e constante do instrumento. Em adição, no viscosímetro de

12
Fann não se forma fluxo turbulento causado por forças centrífugas; e as faixas de tensão de
cisalhamento e taxa de cisalhamento são bem definidas (DUARTE, 2004; MODEL..., 2016).

 Viscosímetro Brookfield

O viscosímetro Brookfield mede a viscosidade do fluido a partir das taxas de


cisalhamento fornecidas. Como a viscosidade é uma medida da resistência ao escoamento,
o viscosímetro brookfield rota um sensor em um fluido e mede o torque necessário para
superar a resistência viscosa ao movimento induzido. Isto é conseguido ao direcionar o fuso
(dispositivo que é imerso no fluido) por meio de uma mola de cobre de berílio. O grau em
que a mola enrola, é indicado pelo ponteiro vermelho, a qual é proporciona à viscosidade do
fluido.

Devido à simplicidade desse viscosímetro pode se realizar estudos reológicos


avançados. A partir dos dados obtidos por ele, é possível construir a curva de viscosidade
em função da taxa de cisalhamento, para a caracterização do fluido. Depende do tipo de
fluido terá uma determinada curva, como por exemplo, um fluido do tipo Newtoniano
apresentará com uma reta paralela a taxa de cisalhamento (eixo abscissa); e enquanto o
fluido não-Newtoniano terá outro tipo de curva (SILVEIRA, 1991).

 Viscosímetro Cannon Fenske

O viscosímetro Cannon Fenske é um modelo de viscosímetro capilar que possui


formato de U, constituído por um tubo de vidro contendo duas lâmpadas de vidro, que são
separadas por tubos capilares de comprimento médio. A viscosidade é mensurada pela
velocidade de escoamento do líquido através do capilar de vidro, sendo a velocidade
calculada por meio do tempo de escoamento entre duas marcas feitas no tubo. Esse
viscosímetro permite determinar o coeficiente de viscosidade de forma simples, somente se
sua constante for conhecida. Contudo, se não conhecer a constante, as medidas de
viscosidade são realizadas por comparação, utilizando um fluido de viscosidade conhecida;
nas mesmas condições de operação (GALINDO, 2013; REOLON; 2011).

O tempo de passagem do fluxo é diretamente proporcional à viscosidade cinemática


do líquido, e ambos podem ser convertidos diretamente para a viscosidade pelo uso de um
fator de conversão único para cada instrumento (k).

Essas condições de operação são:

 Na norma tem o tempo mínimo para o líquido escoar (depende do diâmetro do


capilar);
13
 Dá para corrigir a viscosidade cinemática em função da temperatura;
 Utilizar o mesmo volume;
 Não é aplicado a fluidos particulados
 o viscosímetro tem que ficar mergulhado em um banho termostático
 succionar o fluido através do tubo até a altura adequada ( ou seja, até o fluido atingir
uma altura acima da marca entre as duas lâmpadas de vidro).

Assim, após isso o fluido pode escoar livremente pelo viscosímetro, e se pode medir
com um dispositivo, o tempo que o fluido percorre o trecho entres as marcações da segunda
lâmpada de vidro.

3.3 Determinação das curvas de tensão cisalhamento e da viscosidade.

Os fluidos podem ser caracterizados por meio das curvas de fluxo e curvas
viscosidade. As curvas de fluxo demonstram como a tensão de cisalhamento (eixo da
ordenada) varia em função da taxa de cisalhamento (eixo da abscissa); e essas curvas
definem como os fluidos viscosos se comportam; a equação que relaciona esses dois
parâmetros é chamada de equação de fluxo. E, além disso, os fluidos podem ser
caracterizados por meio da curva de viscosidade, nesse tipo de curva mostra a relação entre
a viscosidade (eixo da ordenada) e a taxa de cisalhamento (eixo da abscissa) (DUARTE,
2004).

Para se construir e interpretar curvas de fluxo e viscosidade obtêm-se os parâmetros


(velocidade angular, torque, tempo, ângulo de deflexão, etc.), a partir da análise do fluido
por meio de instrumentos específicos, como: viscosímetros e reômetros. Por meio desses
equipamentos, obtêm-se grandezas físicas que podem ser transformadas em unidades de
tensão de cisalhamento, taxa de cisalhamento e de viscosidade (DUARTE, 2004).

Enquanto os reômetros são equipamentos que medem as propriedades


viscoelásticas de fluidos, sólidos e semi-sólidos; os viscosímetros possui uma atuação
limitada, porque somente mede os parâmetros viscosos dos fluidos (DUARTE, 2004;
MACHADO,2002).

3.4 Equações utilizadas para o tratamento dos dados obtidos


no viscosímetro.
 Determinação da viscosidade absoluta como fundamento a Equação de
Hagen-Poiseuille:
( )

14
Ƞ =Viscosidade absoluta= viscosidade dinâmica= viscosidade newtoniana

r=raio do tubo

P1-P2= diferença de pressão

L=comprimento do tubo

V= volume

t=tempo

OBS: A equação de Poiseuille é uma lei física válida para escoamentos laminares, em que a
velocidade da parede do capilar tende a zero, e incompressível. Calcula-se a viscosidade
cinemática (Ƞ/ρ= V) ao se deduzir a equação. Essa lei é somente para fluidos newtonianos
ou para soluções muito diluídas de fluidos não-newtonianos.

 Viscosidade cinemática (v= mm2/s): é definida como:

Onde ρ é densidade do fluido; e Ƞ é a viscosidade dinâmica (Pa.s). A partir dos dados


obtidos no viscosímetro capilar podemos obter a viscosidade cinemática (ν), sendo:

( )
V= viscosidade cinemática (1cSt =1 mm2/s)
K= Constante do capilar
= fator de correção
= tempo (s)

 Relações entre as viscosidades

a) Viscosidade relativa ( ): é a razão entre a viscosidade da solução e a viscosidade do


solvente
. (adimensional)

Onde Ƞ é a viscosidade da solução e é a viscosidade do solvente.

15
b) Viscosidade específica ( ): é definida como o aumento da viscosidade, devido a
presença do soluto dividido pela viscosidade do solvente puro. Determina a
contribuição do soluto sobre a viscosidade da solução

(adimensional)

c) Viscosidade reduzida ( ): é a grandeza que expressa à viscosidade específica por


unidade de concentração (g/dl):

(dl/g)

d) Viscosidade inerente ( ) ): é a razão do logaritmo da viscosidade relativa com a


concentração.

(dl/g)

e) Viscosidade intrínseca ([Ƞ]): é obtida quando extrapolamos o limite da viscosidade


inerente ou a viscosidade reduzida quando a concentração tende a zero. Obtêm-se o
valor de viscosidade em condições em que as moléculas podem ser consideradas
como isoladas. Assim, pode se relacionar a viscosidade com a massa molar e não
com a concentração.

Se e for plotado em relação a concentração, tem-se: [ ] e

[ ] .

No limite da diluição
infinita pode-se obter a
contribuição individual de
cada molécula de soluto
eliminando as interações
entre elas. Esta
contribuição é função do
tamanho e da forma da
molécula, assim como da
sua interação com o
solvente e da
temperatura.

Figura 8: Curva de viscosidade reduzida e inerente como função da concentração. Da extrapolação


para concentração zeor, obtêm-se a viscosidade intrínseca [Ƞ].
16
Onde o a é o coeficiente angular. Os resultados da literatura demonstram que esta
inclinação é proporcional ao quadrado da viscosidade intrínseca. Tem – se então que:

[ ] [ ] Huggins Estas equações são válidas para


soluções diluídas onde 𝑟 é
menor que 2.
[ ] [ ] . Kraemer

Onde K’ e K’’ são cte e K’-K’’=1/2

Observa-se experimentalmente que para soluções diluídas de polímeros a viscosidade


intrínseca [Ƞ] está relacionada com a massa molar pela equação de Mark-Houwink.

[Ƞ]=

Onde M é a massa molar do polímero dissolvido, e k e a são as constantes que


caracterizam os polímeros de cadeias rígidas a pode ser maior que 1.

Os valores de K e a da eq. de Mark-Houwink podem ser determinados experimentalmente


usando uma série homóloga de polímeros monodispersos que diferem apenas no peso
molecular. As viscosidades intrínsecas destes polímeros são determinadas e relacionadas
ao seu respectivo peso molecular, por meio do logaritmo da equação acima ( Log [ ] = Log
K + a Log M).

Figura 9. Representação gráfica da dependência da viscosidade intrínseca com o peso molecular.

Estes métodos anteriores são só válidos se a viscosidade


reduzida ou inerente for linear com a concentração.

17
4. Fluidos não-Newtonianos: fluidos pseudoplásticos.

Os materiais pseudoplásticos não possuem limite de elasticidade aparente, apesar


de eles se comportarem de forma não linear (UNDERSTANDING..., 2004). Eles se
caracterizam pela redução da viscosidade aparente com o aumento da taxa de
cisalhamento, pois à medida que aumenta a gradiente de velocidade, essas longas cadeias
moleculares começam a se orientar paralelamente a linha da corrente, reduzindo a
resistência ao escoamento (GALINDO, 2013).

4.1 Teoria da Viscoeslasticidade: modulo elástico (storage modulus) (G),


módulo viscoso ou módulo de perda (G”) (loss modulo), tan ᵟ (damping)
– ângulo de fase.

Quando um material exibir ambos os comportamentos elástico e viscoso ao aplicar


uma força externa; ele terá um comportamento chamado viscoelástico (RIEDEL, 2012).

O termo viscoelasticidade linear refere-se à relação entre tensão e deformação de


um material próximo ao equilíbrio, quando o mesmo é submetido a uma pequena
deformação, ou seja, a tensão e a deformação estam linearmente relacionadas. Os fluidos
viscoelásticos possuem propriedades viscosas e elásticas, onde uma parte da tensão é
devido à área de deformação, e a outra parte é devido à taxa de deformação. Assim sendo,
a relação entre tensões e deformação desses materiais depende do tempo; para demonstrar
essas relações há alguns fenômenos que ocorrem com esses materiais que serão
apresentados a seguir, como por exemplo (KUMARAN, 2010; THEISEN, 2006):

 Ao se aplicar uma tensão constante, deformação aumenta com o tempo (fluência);


 Ao se aplica uma deformação constante, a tensão diminui com o tempo (relaxação)
 A rigidez desses materiais depende da taxa de aplicação de carga;
 Quando há a atuação de uma carga cíclica, acontece uma defasagem, que resulta
em dissipação de energia mecânica;
 A resiliência é menor que 100%.

Os modelos que melhor relacionam a tensão e a deformação são aqueles derivados


usando medições oscilatórias, onde é imposta uma deformação oscilatória senoidal é
aplicada na amostra e uma resposta será registrada. Se a solicitação senoidal for o
suficiente pequena (regime de resposta linear), a reposta também será um comportamento
senoidal de mesma frequência. Relação entre tensão e deformação neste caso é
representada usando um módulo complexo de cisalhamento G*, o qual está em função da

18
frequência. Se a deformação for imposta ou aplicada da forma (KUMARAN, 2010;
THEISEN, 2006):

( ) ( )

A resposta será:

( ) ( )

A equação da tensão resposta pode ser desenvolvida aplicando-se a regra de sem (A+B) =
senA cos B + sem B cos A.
 𝛿=90° é viscoso ideal
( ) ( ) ( )  𝛿=0 é elástico ideal
 0<𝛿<90° é
Esta última equação mostra que a tensão resposta pode ser resolvida em duas
componentes:

o ( ) – que é a componente em fase com a deformação e está


relacionada à energia elástica armazenada;
o ( ) – que é a componente 90° fora de fase com a deformaçãoe e está
relacionada à energia viscosa dissipada.

Dividindo-se cada uma dessas componentes da tensão resposta pela deformação senoidal
aplicada, obtêm-se duas componentes em termos de módulo,

( ) ( )
( )
e ( )

( ) ( ) ( )

Onde G’ e G” são as partes real e imaginária, respectivamente, do módulo complexo


G*. G’ (storage modulus) é o módulo elástico a qual dá a resposta que está em fase com a
perturbação imposta, e está relacionada à elasticidade do material. O G” (loss modulus) é o
módulo de perda, que dá a resposta fora de fase com a perturbação imposta, e isso está
relacionada à viscosidade do material. Um parâmetro citado na literatura é a tan (tangente
de perda), o qual é referido como uma relação entre G” (módulo de perda) e G’ (módulo
elástico), isto é (KUMARAN, 2010; THEISEN, 2006): [17] A tan δ é utilizado para destituir
quando ocorreu a transição
vítria e os diversos
relaxamentos num polímeros.

19
O ângulo de fase (ou defasagem), entre a deformação e a resposta medida, mostra
a importância relativa do módulo viscoso semelhante a um líquido G”, e o módulo elástico de
elasticidade do sólido G’ (RIEDEL, 2012).
O "damping" expressa à capacidade de um material em converter energia mecânica.
ólidos que possuem apenas a componente elástica apresentam tan 𝛿 igual a zero.
Assim, materiais mais rígidos irão apresentar valores menores de tan 𝛿 ; e materiais
mais flexíveis valores maiores.

 Viscosidade complexa:

A viscosidade medida em um ensaio oscilatório é a viscosidade complexa, a qual é definida


como:
Ƞ’=G”/ѡ

ou
Ƞ”= G’/ѡ

Estando a viscosidade dinâmica, η’, relacionada com a viscosidade do estado


estacionário e é a parte da viscosidade complexa que mede a energia de dissipação. Por
sua vez, a viscosidade imaginária, η’’, está relacionada com a elasticidade e com a energia
armazenada.

4.2 Fluidos tixotrópicos e reopéticos.

Os fluidos tixotrópicos e reopéticos são considerados fluidos que a dependem do


tempo de cisalhamento (GALINDO, 2013).

 Fluidos tixotrópicos

Um fluido tixotrópico é um fluido que a relação entre a taxa de cisalhamento e a tensão de


cisalhamento não é linear, e que a tensão de cisalhamento ou viscosidade diminui com o
tempo a uma taxa de cisalhamento constante. Normalmente, quando isso acontece na
região de viscoelasticidade linear do material, as modificações que ocorrem na
microestrutura do fluido são reversíveis. Então, após a ausência do cisalhamento, a
microestrutura é restaurada, e o sistema volta a sua viscosidade original; devido a sua
propriedade chamada resiliência (que é capacidade de um material absorver energia em
regime viscoelástico linear e readquirir sua forma original ao para de aplica a taxa de
cisalhamento). Nessa curva, a viscosidade aparente depende da taxa de cisalhamento e do

20
tempo; sendo assim, quanto maior o tempo de duração do cisalhamento, menor é a
viscosidade aparente (FESTER, 2012; GALINDO, 2013; KUMARAN, 2010).

Curvas de fluxo de fluidos tixotrópicos apresentarão distinção entre as curvas de taxa


crescente e de taxa decrescente, sendo este fenômeno conhecido como histerese. E a
energia perdida na deformação está relacionada com à área dentro do laço histerético.

 Fluidos reopéticos

Diferentemente do fluido tixotrópico, o fluido reopédico a tensão de cisalhamento


aumenta com o tempo a uma taxa de cisalhamento constante (KUMARAN, 2010). Esses
fluidos são caracterizados por uma elevação da viscosidade conforme o tempo de duração
do cisalhamento. Após a retirada do cisalhamento, ou seja, o fluido é deixado em repouso a
viscosidade aparente atinge baixos níveis (GALINDO, 2013).

1) Fluidos tixotrópicos

2) Fluido reopético
Figura 10 : Comportamento dos fluidos reopéticos e tixotrópicos.

21
4.3 Testes reológicos oscilatórios.

Os testes em regime oscilatório efetuam uma relação entre a velocidade angular ou


frequência aplicada com a tensão ou deformação oscilatória resultante (resposta).
Geralmente, eles são realizados em um amplo intervalo de velocidade ou frequência, sendo
que as amostras não são perturbadas mecanicamente nem as suas estruturas internas são
rompidas, as amostras são investigadas com as estruturas em repouso (ensaio não
destrutivo) (Galindo, 2010).

a) Modelos de geometria: placa-placa, cone-placa e couette

Os equipamentos rotacionais, que é baseada na rotação de um corpo imerso em um


fluido, que experimenta uma força de resistência (viscosidade) quando é imposta uma
velocidade rotacional no meio. Esses equipamentos podem ser classificados em relação a
qual parâmetro é controlado (tensão ou deformação), e em relação a geometria do sensor
(placa-placa, cone-placa e cilindros coaxiais). Em adição, quando esses sensores são
cilíndricos e concêntricos (cilindros coaxiais) há dois tipos de sistemas o Searle e Couette
(GALINDO, 2013).

Nos modelos de sensor placa-placa é constituído de duas placas paralelas entre si, a
qual uma delas é fixa e a outra rotacional, a tensão de cisalhamento entre as placas não é
tão uniforme quando no cone-placa. No sensor tipo cone-placa é formado por um corpo
cônico e outro plano circular, para ângulos pequenos do cone a taxa cisalhamento é
uniforme, mas para ângulos maiores já é o contrário, não sendo assim apropriado para
fluidos não-newtonianos. E nos cilindros coaxiais, o fluido se mantém na coroa circular entre
os dois cilindros concêntricos, que por causa da rotação do cilindro interno ou externo,
ambos os cilindros estão sob cisalhamento. O torque necessário é o parâmetro variável
(GALINDO, 2013; GONÇALVES E SILVA, 2005).

O sistema Couette é quando o cilindro externo é a uma rotação com velocidade


definida, a resistência do fluido cisalhado transferi um torque ao cilindro interno, que é
induzido a rodar. O cilindro interno está fixado a uma mola de torção, sendo assim o torque
é mensurado pela determinação do contra-torque que mantêm o cilindro interno parado. Em
contrapartida, o sistema Searle é o oposto, o cilindro interno que possui uma velocidade
definida, a resistência ao escoamento do fluido provoca um torque no cilindro interno que faz
contraposição ao torque do motor. Um elemento sensível ao torque, normalmente uma mola
de torção, é posicionada entre o motor e o corpo interno, e a sua deformação resulta na

22
medida direta do torque ou da tensão cisalhante (GALINDO, 2013). Nessa caso, deve se
manter o copo e o gap para não haver erro nos resultados.

No reômetro de rotação se aplica uma velocidade de rotação (rotor rpm) (que devido a um fator se
converte em taxa de cisalhamento), e mede-se o torque (deformação angular em graus)(o qual
devido a outro fator se converter em tensão de cisalhamento).

Considerações:

 Placa/cone: amostras com partículas não se utiliza (alta viscosidade


“pastoso”).
 Cilindros coaxiais: para amostras com baixa viscosidade (fáceis de limpar);
 Placa/Placa: misturas com partículas pois tem uma homogeneidade (alta
viscosidade “pastoso”).
b) Varredura de frequência e de amplitude.

Os testes reológicos oscilatórios fazem uma relação entre a velocidade angular ou


frequência imposta com a tensão ou deformação oscilatória que é obtida. Geralmente, são
realizados em um amplo intervalo de frequência, contudo as amostras não são
desestabilizadas nem as estruturas internas não quebradas, elas são analisadas em
repouso (GALINDO, 2013). Um exemplo desses testes é o teste de varredura de frequência
que dá informações sobre a estrutura do fluido, pois os caracterizam conforme a sua
natureza viscoelástica. O teste constitui de aplicar uma tensão de cisalhamento ou de
deformação, no formato de uma função senoidal com frequência variável e amplitude
constante. Assim, devem ser definidos os parâmetros como a frequência (limites inferior e
superior, tal como, o número de intervalos entre esses limites) e a amplitude de tensão (ou
deformação). Destacando que a amplitude deve ser um valor que o fluido permaneça na
região de viscoelasticidade linear em todo o intervalo de frequência (NASCIMENTO, 2007).

 Fase: sinal e a resposta- tem haver com o ângulo;


 Frequência: o tempo do sinal aplicado ou a resposta;
 Amplitude é intensidade da tensão ou deformação imposta ou reposta

4.3.1 Modelos de viscoelasticidade linear


Para representar o comportamento de um material viscoelástico foram propostos
modelos que podem então ser tratados matematicamente. A representação da parte elástica
é por uma mola (comportamento Hookeano); e a parte viscosa é representada por um

23
amortecedor, que é um pistão com fluido, que se comporta como um fluido newtoniano
(CANEVAROLO, 2006).

Mola ideal: ζ’= E

Amortecedor: ζ= Ƞ

Consideração: Primeiro se realiza o ensaio e ver qual o modelo que se ajusta a ele.

a) Modelo de Maxweell

Propôs um modelo em associação em série de uma mola e um


amortecedor; aplicando uma tensão constante durante um período de tempo, e
como resposta obtém se uma deformação (ε). Sendo que a mola responde
instantaneamente, e o amortecedor de forma linear com o tempo.

Figura 11: Modelo de Maxwell com os elementos em série e sua resposta a uma solicitação de
tensão com onda quadrada.

24
A informação básica obtida de um
teste de ruptura por deformação
lenta é o tempo requerido para a
falha sob aquela tensão.
i. Ensaio de Fluência (ensaio de creep)

O ensaio de fluência é conhecido como ensaio de creep, que é quando uma amostra sofre a
deformação plástica, sob tensão constante em função do tempo. O objetivo é determinar as
tensões necessárias para produzir uma determinada deformação. Com isso é possível
determinar a vida útil e as condições de uso do material. Nesse ensaio, a tensão permanece
constante e a deformação é registrada com o tempo. Para relaxar a tensão aplicada, as
moléculas, quando solicitadas, escoam umas sobre as outras devido à sua mobilidade
natural, resultando em um aumento contínuo da sua deformação com o tempo (Canevarolo,
2006). A representação mais comum do ensaio de creep é realizada por meio da chamada
função de fluência, que corresponde a uma relação entre a deformação de fluência e a
tensão aplicada , conforme a seguinte relação(SANTOS, 2008):

J(t)= módulo de fluência

Quando a curva de fluência é plotada em escala logarítmica apresenta um ponto de


inflexão, que caracteriza o “tempo de relaxação” η do processo de fluência(é o tempo que
inicia o processo de relaxação do estado vítreo para o borrachoso). valores Jg e Jr
representam, respectivamente, a fluência do material na “fase vítrea (glassy)” e “fase
elástica (ruberry)”. O valor ao longo da abcissa rotulado como "log η" marca a inflexão de
uma inclinação ascendente para queda, e η é chamado de "tempo de relaxamento" do
processo de fluência.

25
A fluência ocorre quando um material, submetido a tensão constante
apresenta um aumento gradual da deformação.

ii. Ensaio de relaxação

O ensaio de relaxação consiste em aplicar uma deformação constante, a tensão


aplicada para manter essa deformação constante diminui com o tempo. Este fenômeno é
chamado de relaxação de tensão, o qual há um alívio nos esforços internos que ocorrem em
um material.

Figura : Ensaio de relaxação.

Quando confrontamos o modelo de Maxwell com o ensaio de relaxação sob tensão,


temos:
Considerando: ε= cte

σ= variando
𝐾 𝑟𝑒𝑠𝑖𝑠𝑡ê𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑒𝑙á𝑠𝑡𝑖𝑐𝑎
𝑟𝑒𝑠𝑖𝑠𝑡ê𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑣𝑖𝑠𝑐𝑜𝑠𝑎
quando invertemos temos:

𝑘
=T tempo de relaxação (quantifica a
capacidade de relaxação do material , isto é, sua
capacidade para aliviar a tensão).

Ao integrar
26
Obtém se a curva de relaxação, que é o
comportamento da tensão no tempo
( ) ( ) ( )

Dividindo-se a equação acima pela deformação deformação constante, temos a


função de relaxação :

( )
( ) ( ) ( )

Onde G(t) é o módulo de relaxação em cada instante t. É valido para regiões de


viscoelasticidade linear na curva que compreender deformações abaixo de 0,005.

Considerações:

 Tempo de relaxação é a capacidade que o material possui para alívio de tensões, ele pode
está associado a mudanças conformacionais de grupos ou cadeias. O tempo de relaxação é
uma medida da mobilidade da cadeia e depende da estrutura molecular e da temperatura.
 Os tempos de relaxação são dependentes da temperatura, decaindo com o aumento desta.
Assim, sendo quanto maior a temperatura menor o tempo de relaxação, e consequentemente
menor o módulo de relaxação (G(t)).
 O módulo de relaxação (G(t)) é equivalente ao módulo de Young (E) e inversamente
proporcional ao módulo de fluência (J(t)). Assim, quanto maior o G(t), maior o tempo de
relaxação, maior o E e menor o J(t).
 O efeito da variação da freqüência e da temperatura sobre o comportamento dinâmico-
mecânico de materiais poliméricos pode ser resumido da seguinte forma: 1) a baixas
temperaturas ou altas freqüências o polímero comporta-se como um material vítreo e,
portanto, rígido, devido aos altos tempos de relaxação comparativamente à escala de tempo
do experimento. Sob estas condições o módulo de armazenamento é alto e o de perda é
baixo; 2) a altas temperaturas ou baixas freqüências, os movimentos internos respondem à
tensão aplicada. Dessa forma, tanto o módulo de armazenamento como o de perda são
baixos, correspondendo ao comportamento viscoso; 3) quando a freqüência do experimento é
comparável à freqüência dos movimentos internos do material na temperatura na qual é feita
a medida, o módulo de armazenamento diminui com o aumento da temperatura ou com a
diminuição da freqüência, e o módulo de perda exibe um máximo, correspondendo ao
1
comportamento viscoelástico .

27
5. Reologia de soluções, emulsões e suspensões

As soluções verdadeiras ou líquidos puros são fluidos cujos comportamentos se


aproximam de um fluido newtoniano, ou seja, possuem uma relação linear entre a tensão e
a taxa de cisalhamento, com a linha passando pela origem. Assim, o comportamento de
uma solução verdadeira pode ser descrido pela Lei de Newton da Viscosidade (TONELI,
2005).

Em contrapartida, as emulsões e suspensões possuem comportamento de fluido


não-Newtoniano. Para esses tipos de materiais não há uma relação proporcional entre
tensão e taxa de cisalhamento, e a viscosidade varia em função da taxa de cisalhamento
(CHORILLI, 2007).

Obs: Reologia das suspensões: o número de partículas em solução altera a viscosidade.


Devido a solvatação de íons na mesma.

6. Revisão Bibliográfica

A Basic Introduction to Rheology. Site da Malvern Instruments Limited, 2016.


Disponível em:
<https://cdn.technologynetworks.com/TN/Resources/PDF/WP160620BasicIntroRheolog
y.pdf>. Acesso em: 13 Outubro 2017.

BARNES, H. A.; HUTTON, J. F.; WALTERS, K. An Indroction to Reology. 1°. ed.


[S.l.]: Elsevier, v. 3, 1989.

BROOKFIELD DIAL VISCOMETER: Operating Instructions. Site da Brookfield


Engineering. Acesso em: 14 Outubro 2017.

CHORILLI, et al. Influência da viscosidade do veículo na liberação in vitro da cafeína.


Revista Eletrônica de Farmácia, v. 4, p. 52-60, 2007.

DA SILVA, A. Uso do Viscosímetro Brookfield em Determinações Reológicas.


Polímeros: Ciência e Tecnologia, p. 41-43, 1991.

DUARTE, R. G. Avaliação da Interação Folhelho-Fluido de Perfuração para


Estudos de Estabilidade de Poços. PUC-RIO. Rio de Janeiro, p. 118. 2004.

FESTER, V.; SLATTER, P.; ALDERMAN, N. Rheology. 1°. ed. Rijeka: InTech, 2012.

GALINDO, M. S. V. Desenvolvimento de uma Metodologia para determinação da


Viscosidade de Solos. PUC-Rio. [S.l.], p. 122. 2013.
28
GONÇALVES E SILVA,. Comportamento Reológico de Emulsões de água em óleo
na Indústria Petrolífera. Universidade Federal de Itajubá. [S.l.]. 2005.

HERMANY, L. Escoamento de fluídos pseudoplásticos e viscoplásticos: avaliação


analítica e aproximação por elementos finitos. Universidade Federal do Rio Grande
do Sul. Escola de Engenharia. Curso de Engenharia Mecânica. Porto Alegre, p. 27.
2009.

INFORMAÇÕES Técnicas. MSPC, 2008. Disponivel em:


<http://www.mspc.eng.br/fldetc/fluid_0910.shtml>. Acesso em: 13 out. 2017.

KUMARAN, V. Rheology of Complex Fluids. In: KRISHNAN, Rheology of Complex


Fluids. [S.l.]: Springer Science, 2010. p. 35-65.

MACHADO, J. C. V. Reologia e escoamento de fluidos: ênfase na indústria do petróleo.


Interciência: Petrobras. Rio de Janeiro: [s.n.]. 2002. p. 257.

MODEL 35 Viscometer Instruction Manual. Fann, 2016. Disponivel em:


<http://www.fann.com/public1/pubsdata/Manuals/Model%2035%20Viscometer.pdf>.
Acesso em: 14 Outubro 2017.

NASCIMENTO, C. R. Escoamento de fluídos. In: SAMPAIO, J. A.; FRANÇA, S. C. A.;


BRAGA, P. F. A. Tratamento de minérios: práticas laboratoriais. [S.l.]: CETEM/MCT,
2007. p. 424-447.

REOLON, T. N. Determinação da viscosidade do biopolímero produzido pelo fungo


nativo botryosphaeria rhodina MMPI. Universidade Tecnológica Federal do Paraná.
Pato Branco, p. 33. 2011.

RIEDEL,C.; ALEGRIA, A.; COLMENERO, J. Polymer Rheology by Dielectric


Spectroscopy. In: DE VICENTE, J. Rheology. [S.l.]: InTech, p. 3-28.

ROJAS, O. Introducción a la Reología. Universidade de Los Andes. Venezuela. 1999.

TABILO-MUNIZAGA, G; BARBOSA-CÁNOVAS, G. V. Rheology for the food industry.


Journal of Food Engineering, v. 67, p. 147-156, 2005.

THEISEN, K. M. Aplicação do prícipio da correspondência elasto-viscoelástica


para previsão de deformabilidade de misturas asfálticas. Universidade Federal do
Rio Grande do Sul. Porto Alegre, p. 178. 2006.

29
TONELI, J. T. D. C. L.; MURR, F. E. X.; PARK, K. J. Estudo da reologia de
polissacarídeos utilizados na indústria de alimentos. Revista Brasileira de Produtos
Agroindustriais, Campina Grande, v. 7, p. 181-204, 2005.

UNDERSTANDING Rheology of Structured Fluids, 2004. Disponível em:


<http://www.tainstruments.com/pdf/literature/AAN016_V1_U_StructFluids.pdf>. Acesso
em: 13 Outubro 2017.

VLIET, V.; LYKLEMA, H. Fundamentals of interface and colloid science. [S.l.]: [s.n.],
v. 4, 2005. 6.1-6.88 p.

30
Anexo 1
Comportamento dos fluidos submetidos à rotação

(A) Fluido Newtonianos: quando submetidos a uma rotação realizada por uma haste, as
forças inerciais (forças centrífugas*) causam no fluido o seu afastamento da haste. Isso
é devido ao fato que fluidos newtonianos em escoamento possui características
isotrópicas. Consequentemente, o vórtex é criado pois os fluidos newtonianos não
manifestam tensões normais entre o fluxo (txx) e as direções do gradiente de fluxo.
Portanto, fluidos newtonianos não apresentam força normal sob agitação.

* Força centrífuga: consiste em uma força aparente (de inércia) que se manifesta nos corpos
em rotação e cujo o efeito é o afastamento dos corpos do centro de rotação.

(B) Fluido não-Newtoniano: Quando uma haste rotaciona neste tipo de fluido, o fluido muda
de direção e ascende a haste. Este fenômeno é chamado de efeito weissenberg e é
causado pela influência das tensões normais presentes nos fluidos não-newtonianos. Ou
seja, estas tensões normais são criadas devido as características anisotrópicas do fluido
sob escoamento( pois manifestam tensões normais entre o fluxo (txx) e as direções do
gradiente de fluxo) , que provocam tensões ao longo das linhas circulares de fluxo e
geram tensões para o centro, o qual dirige o fluido para subir na haste. Portanto, as
tensões normais se sobrepõem a força peso.
 Efeito Die-Swell (fluidos não-Newtonianos)

O die swell é um fenômeno comum para fluidos com propriedades viscoelásticas.


Caracterizado pelo aumento do diâmetro do extrudado em relação ao diâmentro da matriz.
Pois o fluido dentro da matriz (extrusora, capilar, etc) sofrerá durante o escoamento o
cisalhamento e as tensões resultantes não podem se completamente relaxadas.
Simultaneamente, algumas cadeias continuam a ser cisalhadas e alongadas durante o
escoamento (extrusão). Ao sair da matriz, as moléculas são relaxadas na deformação
elástica por emaranhamento e recuo. O fluido extrudado tende a se contrair na direção do
fluxo e crescerá na direção normal levando ao inchamento.

Obs: A água é um fluido Newtoniano sob agitação o que atua é a gravidade, não apresenta força normal. Já
na solução de goma xantana tem comportamento não-newtoniano (presença de tensão normal), a medida 31
que aumenta a taxa de cisalhamento tem se a superação da força normal, pois ela é maior que a normal.

Vous aimerez peut-être aussi