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INSTITUTO DE TECNOLOGIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE MATERIAIS
Professor
Paulo Jansen de Oliveira
Aluna
Ingrid Cristina S. Pereira
SEROPÉDICA
2017
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Sumário
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1. Introdução a Reologia
A definição da palavra reologia foi incialmente formulada por E.C. Bingham como o
estudo da deformação e fluxo da matéria (HOWARD, 1989). Portanto, a reologia é a ciência
do estudo da deformação e escoamento da matéria, quando está é sujeita a uma força
externa. Em adição, deve se considerar que o tempo é um parâmetro importante para se
determinar a reação da matéria a uma força externa, ou seja, o tempo é uma noção
essencial para descrever o comportamento reológico da matéria (VLIET & LYKLEMA, 2005).
Na reologia clássica se considera dois materiais como ideais: sólido elástico e fluido
viscoso. O sólido elástico ideal são materiais que quando submetidos a uma tensão elástica
(forças externas), armazenam todas essa tensão em forma de energia interna, a qual é
utilizada para que o material recupere a forma original, após a remoção da força. Em
contrapartida, um fluido viscoso ideal são materiais quando submetidos a uma tensão
irreversível, toda a energia é totalmente dissipado em forma de calor, e o fluido escoa
irreversivelmente. (GALINDO, 2013; HOWARD, 1989).
Tensão: é definida como uma força que atua em determinada áreas e é expressa em
unidades de Pascal (Pa). A direção da força em relação à área da superfície determina o
tipo de tensão, que são basicamente:
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Tensão normal (σ): ocorre quando a força é diretamente
proporcional a área, e pode ser durante a tração ou compressão.
σ = F /A
Tensão de cisalhamento (): ocorre quando a força atua paralela a
superfície (TABILO-MUNIZAGA, 2004). A unidade no SI é em Pa.
= F /A
𝒙
γ=
𝒉
Taxa de cisalhamento (Ỳ): é definida por meio de uma equação matemática, que
relaciona a diferença da velocidade entre dois pontos vizinhos ou as camadas
adjacentes com a distância entre eles (GALINDO, 2013). A unidade é s-1.
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Newton para viscosidade, que é uma medida do atrito interno do fluido, e é associada ao
amortecimento ou perda de energia cinética no sistema (A BASIC..., 2016). Essa lei é
para fluidos Newtonianos, a unidade da viscosidade no SI é Pa.s.
Obs2: Em soluções diluídas a viscosidade tem uma relação linear com a concentração,
segundo a equação de Mark-Houwink, ou seja, a viscosidade aumenta com a concentração.
Pois se aumenta a quantidade de soluto na solução, com isso tem maior quantidade de
moléculas que irão intumescer no sistema; assim elas irão assumir um volume em solução,
ou seja, terão um volume hidrodinâmico. Consequentemente, quantos mais moléculas
presentes na solução, haverá maior resistância ao escoamento e aumento da viscosidade.
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Quando um fluido newtoniano é submetido aplicação de forças
externas, ele sofre escoamento (deformação). Se essas forças forem
Figura 3: Representação
cessadas, o fluido não gráfica
recuperado comportamento de um
sua forma original, oufluido
seja,newtoniano.
não há a
recuperação elástica do material. Pois toda a energia utilizada na sua
deformação é transformada em calor em um processo irreversível.
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2) Fluido dilatante ( suspensões de amido, soluções de farinha de milho
e açúcar): Tem se um aumento da viscosidade aparente com a tensão
de cisalhamento
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2) Fluido: reopético
a) Modelo de Bingham
Modelo de Bingham
Parâmetros:
η- viscosidade aparente
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–tensão de cisalhamento
-taxa de cisalhamento
b) Modelo de Herschel-Bulkley
Parâmetros:
n- índice de comportamento
–tensão de cisalhamento
Ỳ -taxa de cisalhamento
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Figura 6: Comportamento de um fluido conforme a equação de Herschel e Bulkley.
c) Modelo de Casson
√ √ Modelo de Casson
Parâmetros:
K- índice de consistência
n- índice de comportamento
–tensão cisalhamento
Ỳ -taxa de cisalhamento
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Este modelo pode ser utilizado para descrever o comportamento de um fluido
Newtoniano quando n=1; de um fluido pseudoplástico quando n<1; ou de um fluido dilatante
quando n>1 (FESTER, 2012; MACHADO, 2002).
Figura 7: Representação das curvas dos tipos de fluidos de acordo com o comportamento da
tensão de cisalhamento (fluidos independentes do tempo).
Viscosímetro Fann
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Fann não se forma fluxo turbulento causado por forças centrífugas; e as faixas de tensão de
cisalhamento e taxa de cisalhamento são bem definidas (DUARTE, 2004; MODEL..., 2016).
Viscosímetro Brookfield
Assim, após isso o fluido pode escoar livremente pelo viscosímetro, e se pode medir
com um dispositivo, o tempo que o fluido percorre o trecho entres as marcações da segunda
lâmpada de vidro.
Os fluidos podem ser caracterizados por meio das curvas de fluxo e curvas
viscosidade. As curvas de fluxo demonstram como a tensão de cisalhamento (eixo da
ordenada) varia em função da taxa de cisalhamento (eixo da abscissa); e essas curvas
definem como os fluidos viscosos se comportam; a equação que relaciona esses dois
parâmetros é chamada de equação de fluxo. E, além disso, os fluidos podem ser
caracterizados por meio da curva de viscosidade, nesse tipo de curva mostra a relação entre
a viscosidade (eixo da ordenada) e a taxa de cisalhamento (eixo da abscissa) (DUARTE,
2004).
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Ƞ =Viscosidade absoluta= viscosidade dinâmica= viscosidade newtoniana
r=raio do tubo
L=comprimento do tubo
V= volume
t=tempo
OBS: A equação de Poiseuille é uma lei física válida para escoamentos laminares, em que a
velocidade da parede do capilar tende a zero, e incompressível. Calcula-se a viscosidade
cinemática (Ƞ/ρ= V) ao se deduzir a equação. Essa lei é somente para fluidos newtonianos
ou para soluções muito diluídas de fluidos não-newtonianos.
( )
V= viscosidade cinemática (1cSt =1 mm2/s)
K= Constante do capilar
= fator de correção
= tempo (s)
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b) Viscosidade específica ( ): é definida como o aumento da viscosidade, devido a
presença do soluto dividido pela viscosidade do solvente puro. Determina a
contribuição do soluto sobre a viscosidade da solução
(adimensional)
(dl/g)
(dl/g)
[ ] .
No limite da diluição
infinita pode-se obter a
contribuição individual de
cada molécula de soluto
eliminando as interações
entre elas. Esta
contribuição é função do
tamanho e da forma da
molécula, assim como da
sua interação com o
solvente e da
temperatura.
[Ƞ]=
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4. Fluidos não-Newtonianos: fluidos pseudoplásticos.
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frequência. Se a deformação for imposta ou aplicada da forma (KUMARAN, 2010;
THEISEN, 2006):
( ) ( )
A resposta será:
( ) ( )
A equação da tensão resposta pode ser desenvolvida aplicando-se a regra de sem (A+B) =
senA cos B + sem B cos A.
𝛿=90° é viscoso ideal
( ) ( ) ( ) 𝛿=0 é elástico ideal
0<𝛿<90° é
Esta última equação mostra que a tensão resposta pode ser resolvida em duas
componentes:
Dividindo-se cada uma dessas componentes da tensão resposta pela deformação senoidal
aplicada, obtêm-se duas componentes em termos de módulo,
( ) ( )
( )
e ( )
( ) ( ) ( )
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O ângulo de fase (ou defasagem), entre a deformação e a resposta medida, mostra
a importância relativa do módulo viscoso semelhante a um líquido G”, e o módulo elástico de
elasticidade do sólido G’ (RIEDEL, 2012).
O "damping" expressa à capacidade de um material em converter energia mecânica.
ólidos que possuem apenas a componente elástica apresentam tan 𝛿 igual a zero.
Assim, materiais mais rígidos irão apresentar valores menores de tan 𝛿 ; e materiais
mais flexíveis valores maiores.
Viscosidade complexa:
Fluidos tixotrópicos
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tempo; sendo assim, quanto maior o tempo de duração do cisalhamento, menor é a
viscosidade aparente (FESTER, 2012; GALINDO, 2013; KUMARAN, 2010).
Fluidos reopéticos
1) Fluidos tixotrópicos
2) Fluido reopético
Figura 10 : Comportamento dos fluidos reopéticos e tixotrópicos.
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4.3 Testes reológicos oscilatórios.
Nos modelos de sensor placa-placa é constituído de duas placas paralelas entre si, a
qual uma delas é fixa e a outra rotacional, a tensão de cisalhamento entre as placas não é
tão uniforme quando no cone-placa. No sensor tipo cone-placa é formado por um corpo
cônico e outro plano circular, para ângulos pequenos do cone a taxa cisalhamento é
uniforme, mas para ângulos maiores já é o contrário, não sendo assim apropriado para
fluidos não-newtonianos. E nos cilindros coaxiais, o fluido se mantém na coroa circular entre
os dois cilindros concêntricos, que por causa da rotação do cilindro interno ou externo,
ambos os cilindros estão sob cisalhamento. O torque necessário é o parâmetro variável
(GALINDO, 2013; GONÇALVES E SILVA, 2005).
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medida direta do torque ou da tensão cisalhante (GALINDO, 2013). Nessa caso, deve se
manter o copo e o gap para não haver erro nos resultados.
No reômetro de rotação se aplica uma velocidade de rotação (rotor rpm) (que devido a um fator se
converte em taxa de cisalhamento), e mede-se o torque (deformação angular em graus)(o qual
devido a outro fator se converter em tensão de cisalhamento).
Considerações:
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amortecedor, que é um pistão com fluido, que se comporta como um fluido newtoniano
(CANEVAROLO, 2006).
Amortecedor: ζ= Ƞ
Consideração: Primeiro se realiza o ensaio e ver qual o modelo que se ajusta a ele.
a) Modelo de Maxweell
Figura 11: Modelo de Maxwell com os elementos em série e sua resposta a uma solicitação de
tensão com onda quadrada.
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A informação básica obtida de um
teste de ruptura por deformação
lenta é o tempo requerido para a
falha sob aquela tensão.
i. Ensaio de Fluência (ensaio de creep)
O ensaio de fluência é conhecido como ensaio de creep, que é quando uma amostra sofre a
deformação plástica, sob tensão constante em função do tempo. O objetivo é determinar as
tensões necessárias para produzir uma determinada deformação. Com isso é possível
determinar a vida útil e as condições de uso do material. Nesse ensaio, a tensão permanece
constante e a deformação é registrada com o tempo. Para relaxar a tensão aplicada, as
moléculas, quando solicitadas, escoam umas sobre as outras devido à sua mobilidade
natural, resultando em um aumento contínuo da sua deformação com o tempo (Canevarolo,
2006). A representação mais comum do ensaio de creep é realizada por meio da chamada
função de fluência, que corresponde a uma relação entre a deformação de fluência e a
tensão aplicada , conforme a seguinte relação(SANTOS, 2008):
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A fluência ocorre quando um material, submetido a tensão constante
apresenta um aumento gradual da deformação.
σ= variando
𝐾 𝑟𝑒𝑠𝑖𝑠𝑡ê𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑒𝑙á𝑠𝑡𝑖𝑐𝑎
𝑟𝑒𝑠𝑖𝑠𝑡ê𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑣𝑖𝑠𝑐𝑜𝑠𝑎
quando invertemos temos:
𝑘
=T tempo de relaxação (quantifica a
capacidade de relaxação do material , isto é, sua
capacidade para aliviar a tensão).
Ao integrar
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Obtém se a curva de relaxação, que é o
comportamento da tensão no tempo
( ) ( ) ( )
( )
( ) ( ) ( )
Considerações:
Tempo de relaxação é a capacidade que o material possui para alívio de tensões, ele pode
está associado a mudanças conformacionais de grupos ou cadeias. O tempo de relaxação é
uma medida da mobilidade da cadeia e depende da estrutura molecular e da temperatura.
Os tempos de relaxação são dependentes da temperatura, decaindo com o aumento desta.
Assim, sendo quanto maior a temperatura menor o tempo de relaxação, e consequentemente
menor o módulo de relaxação (G(t)).
O módulo de relaxação (G(t)) é equivalente ao módulo de Young (E) e inversamente
proporcional ao módulo de fluência (J(t)). Assim, quanto maior o G(t), maior o tempo de
relaxação, maior o E e menor o J(t).
O efeito da variação da freqüência e da temperatura sobre o comportamento dinâmico-
mecânico de materiais poliméricos pode ser resumido da seguinte forma: 1) a baixas
temperaturas ou altas freqüências o polímero comporta-se como um material vítreo e,
portanto, rígido, devido aos altos tempos de relaxação comparativamente à escala de tempo
do experimento. Sob estas condições o módulo de armazenamento é alto e o de perda é
baixo; 2) a altas temperaturas ou baixas freqüências, os movimentos internos respondem à
tensão aplicada. Dessa forma, tanto o módulo de armazenamento como o de perda são
baixos, correspondendo ao comportamento viscoso; 3) quando a freqüência do experimento é
comparável à freqüência dos movimentos internos do material na temperatura na qual é feita
a medida, o módulo de armazenamento diminui com o aumento da temperatura ou com a
diminuição da freqüência, e o módulo de perda exibe um máximo, correspondendo ao
1
comportamento viscoelástico .
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5. Reologia de soluções, emulsões e suspensões
6. Revisão Bibliográfica
FESTER, V.; SLATTER, P.; ALDERMAN, N. Rheology. 1°. ed. Rijeka: InTech, 2012.
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TONELI, J. T. D. C. L.; MURR, F. E. X.; PARK, K. J. Estudo da reologia de
polissacarídeos utilizados na indústria de alimentos. Revista Brasileira de Produtos
Agroindustriais, Campina Grande, v. 7, p. 181-204, 2005.
VLIET, V.; LYKLEMA, H. Fundamentals of interface and colloid science. [S.l.]: [s.n.],
v. 4, 2005. 6.1-6.88 p.
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Anexo 1
Comportamento dos fluidos submetidos à rotação
(A) Fluido Newtonianos: quando submetidos a uma rotação realizada por uma haste, as
forças inerciais (forças centrífugas*) causam no fluido o seu afastamento da haste. Isso
é devido ao fato que fluidos newtonianos em escoamento possui características
isotrópicas. Consequentemente, o vórtex é criado pois os fluidos newtonianos não
manifestam tensões normais entre o fluxo (txx) e as direções do gradiente de fluxo.
Portanto, fluidos newtonianos não apresentam força normal sob agitação.
* Força centrífuga: consiste em uma força aparente (de inércia) que se manifesta nos corpos
em rotação e cujo o efeito é o afastamento dos corpos do centro de rotação.
(B) Fluido não-Newtoniano: Quando uma haste rotaciona neste tipo de fluido, o fluido muda
de direção e ascende a haste. Este fenômeno é chamado de efeito weissenberg e é
causado pela influência das tensões normais presentes nos fluidos não-newtonianos. Ou
seja, estas tensões normais são criadas devido as características anisotrópicas do fluido
sob escoamento( pois manifestam tensões normais entre o fluxo (txx) e as direções do
gradiente de fluxo) , que provocam tensões ao longo das linhas circulares de fluxo e
geram tensões para o centro, o qual dirige o fluido para subir na haste. Portanto, as
tensões normais se sobrepõem a força peso.
Efeito Die-Swell (fluidos não-Newtonianos)
Obs: A água é um fluido Newtoniano sob agitação o que atua é a gravidade, não apresenta força normal. Já
na solução de goma xantana tem comportamento não-newtoniano (presença de tensão normal), a medida 31
que aumenta a taxa de cisalhamento tem se a superação da força normal, pois ela é maior que a normal.