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MAURÍCIO MUREN
Curitiba
2018
LEONARDO DE FAVERI
MAURÍCIO MUREN
Curitiba
2018
LEONARDO DE FAVERI
MAURÍCIO MUREN
Desenvolvimento de Bancada Didática e Trocador de Calor de Casco e Tubos
Análise Teórica, Simulação Computacional e Experimental/ LEO-
NARDO DE FAVERI
MAURÍCIO MUREN. – Curitiba, 2018-
104 p. : il. (algumas color.) ; 30 cm.
Curitiba
2018
Este trabalho é dedicado às crianças adultas que,
quando pequenas, sonharam em se tornar cientistas.
Agradecimentos
Certamente estes parágrafos não irão atender a todas as pessoas que fizeram parte
dessa importante fase de minha vida. Portanto, desde já peço desculpas àquelas que não
estão presentes entre essas palavras, mas elas podem estar certas que fa- zem parte do
meu pensamento e de minha gratidão.
Agradeço ao meu orientador Prof. MSc. Fernando Enrique Castillo Vicencio, pela
sabedoria com que nos guiou nesta trajetória. Aos nossos colegas de sala. A Secretaria do
Curso, pela cooperação.
Gostaria de deixar registrado também, o meu reconhecimento à minha família, pois
acredito que sem o apoio deles seria muito difícil vencer esse desafio.
Enfim, a todos os que por algum motivo contribuíram para a realização desta
pesquisa.
“Não vos amoldeis às estruturas deste mundo,
mas transformai-vos pela renovação da mente,
a fim de distinguir qual é a vontade de Deus:
o que é bom, o que Lhe é agradável, o que é perfeito.
(Bíblia Sagrada, Romanos 12, 2)
Resumo
Este Trabalho tem por objetivo desenvolver uma Bancada Didática e Trocador de Calor de
Casco e Tubos para comparar a Teoria, Simulação Computacional e Experimental. Com
o intuito de levantar dados para validação numérica e experimental. Para realização do
trabalho foi feita revisão bibliográfica de trabalhos semelhantes na área. Com isto em mente,
buscou-se a fundamentação teórica para o modelo analítico sendo aoresentado os tipos
de trocadores de calor e explicitadas as equações básicas de projeto, suas características
geométricas (casco e tubos) e determinação dos coeficientes de convecção e queda de pressão
para o lado do casco, método de Bell-Delaware, e dos tubos. A Simulação Computacional é
apresentada a fluidomecânica computacional (CFD), com as etapas de pré-processamento,
processamento e pós-processamento. No desenvolvimento deste trabalho apresenta-se a
construção e procedimentos para o funcionamento da bancada didática. A metodologia
de dimensionamento do trocador de calor pela teoria com as condições de operação
definidas. A simulação computacional pelo software Ansys Fluent do modelo estipulado
pelo TCCT dimensionado anteriormente. Por fim a construção do trocador de calor para
realizar os testes na bancada. Em análise e resultados descreve-se os parâmetros medidos
e desempenho da bancada juntamente com os resultados obtidos pela simulação. Sendo
então, comparados as temperaturas e pressões entre o método análitico e computacional e
as temperaturas medidas no experimento com os valores obtidos na teoria.
Figura 1 – Trocador de Calor Casco e Tubos com um Passe nos Tubos e no Casco 30
Figura 2 – Resistências térmicas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33
Figura 3 – Efetividade vs NTU para escoamento paralelo e contracorrente . . . . . 35
Figura 4 – Nomenclatura dos parâmetros da geometria . . . . . . . . . . . . . . . 37
Figura 5 – Arranjo triangular do banco de tubos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38
Figura 6 – Regiões de Escoamento no Casco . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39
Figura 7 – Fluxos do fluído de um TCCT no lado do casco . . . . . . . . . . . . . 44
Figura 8 – Projeto da Estrutura da Bancada . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 55
Figura 9 – Estrutura da Bancada . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 56
Figura 10 – Estrutura da Bancada com Acabamento . . . . . . . . . . . . . . . . . 56
Figura 11 – Equipamentos da Bancada . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 57
Figura 12 – Bancada com os Equipamentos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 58
Figura 13 – Dispositivo e Bancada Didática . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 58
Figura 14 – Bancada Finalizada . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 59
Figura 15 – Faces fragmentadas da geometria . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 69
Figura 16 – Fluido do casco com as subdivisões . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 69
Figura 17 – Operação booleana . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 70
Figura 18 – Domínios computacionais do TCCT . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 70
Figura 19 – Conecções dos Corpos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 71
Figura 20 – Malha dos tubos e cabeçote . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 72
Figura 21 – Malha dos Sub-domínios do Casco . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 72
Figura 22 – Malha do Casco e Tubos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 73
Figura 23 – Malha do Trocador de Calor de Casco e Tubos . . . . . . . . . . . . . . 73
Figura 24 – Resíduos das variáveis . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 75
Figura 25 – Visualização TCCT pós-processado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 76
Figura 26 – Projeto do Trocador de Calor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 77
Figura 27 – Peças do Trocador de Calor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 78
Figura 28 – Espelhos de Nylon . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 79
Figura 29 – Feixe de Tubos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 79
Figura 30 – Trocador de Calor Finalizado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 80
Figura 31 – Conexões Roscadas nas Bombas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 81
Figura 32 – Contaminação da Água pelo Aquecedor . . . . . . . . . . . . . . . . . . 82
Figura 33 – Medição de Temperaturas no TCCT . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 83
Figura 34 – Medição de Pressão no Casco . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 83
Figura 35 – Medição de Pressão nos Tubos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 84
Figura 36 – Temperaturas de Saída do TCCT . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 85
Figura 37 – Queda de Pressão nos Tubos Simulação . . . . . . . . . . . . . . . . . . 86
Figura 38 – Queda de Pressão no Casco Simulação . . . . . . . . . . . . . . . . . . 87
Figura 39 – Velocidade no TCCT Simulação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 88
Figura 40 – Vortices no TCCT Simulação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 89
Figura 41 – Comparação das Temperaturas de Saída do TCCT . . . . . . . . . . . 90
Figura 42 – Temperaturas de Saída da Teoria e Experimento . . . . . . . . . . . . . 91
Figura 43 – Comparação de Queda de Pressão nos Tubos . . . . . . . . . . . . . . . 92
Figura 44 – Comparação de Queda de Pressão no Casco . . . . . . . . . . . . . . . 92
Figura 45 – Classificação de Trocadores de calor TEMA . . . . . . . . . . . . . . . 103
Figura 46 – Diagrama de Moody . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 104
Lista de tabelas
kW
Ch capacidade calorífica do fluido quente em K
kW
Cmin capacidade calorífica mínima em K
kW
Cs capacidade calorífica do casco em K
kW
Ct capacidade calorífica dos tubos em K
J
cp,t calor específico do fluido nos tubos em kg.K
kg
Gw velocidade mássica na seção da janela do casco em m2 s
W
hid,s coeficiente de transferência de calor convectivo do casco ideal em m2 .K
W
hs coeficiente de transferência de calor convectivo dos tubos em m2 .K
W
ht coeficiente de transferência de calor convectivo do casco em m2 .K
W
kt condutividade térmica para o fluido dos tubos em m.K
W
kw condutividade térmica do material dos tubos em m.K
Ls comprimento do casco em m
kg
ṁt vazão mássica nos tubos em s
Nb número de chicanas
Nt número de tubos
m2 K
Rf,o fator de incrustação para o lado do casco em W
W
Ucalc coeficiente global de transferência de calor calculado em m2 .K
W
Uo coeficiente global de transferência de calor limpo m2 .K
W
Uproj coeficiente global de transferência de calor de projeto em m2 .K
m
ut,med velocidade de escoamento média no lado do tubo em s
∈ efetividade
θctl ângulo entre os raios do corte da chicana e o diâmetro que passa pelo
centro dos tubos mais externos em radianos
1 INTRODUÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
1.1 Objetivo Geral . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
1.2 Objetivo Específicos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22
1.3 Justificativa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22
1.4 Escopo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
1.5 Estrutura do Trabalho . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
3 DESENVOLVIMENTO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 55
3.1 Bancada Didática . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 55
3.1.0.1 Funcionamento da Bancada . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 59
3.2 Metodologia de Dimensionamento do Trocador de Calor de Casco
e Tubos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 60
3.3 Simulação Computacional do Trocador de Calor . . . . . . . . . . . . 68
3.3.1 Pré-processamento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 68
3.3.1.1 Geometria . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 68
3.3.1.2 Malha . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 71
3.3.1.3 Setup . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 74
3.3.2 Processamento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 75
3.3.3 Pós-processamento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 76
3.4 Desenvolvimento do Trocador de Calor . . . . . . . . . . . . . . . . . 76
4 ANÁLISE E RESULTADOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 81
4.1 Paramêtros Medidos e Análises na Bancada . . . . . . . . . . . . . . 81
4.2 Resultados da Simulação Computacional . . . . . . . . . . . . . . . . 84
4.2.1 Distribuição de Temperaturas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 84
4.2.2 Distribuição de Pressões . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 85
4.2.3 Distribuição de Velocidades . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 87
4.3 Comparação entre os métodos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 89
5 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES . . . . . . . . . . . . . . . . 94
5.1 Conclusões . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 94
5.2 Recomendações . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 96
REFERÊNCIAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 99
ANEXOS 102
1 Introdução
• Por fim, realizar testes experimentais na bancada para validar os dados levantados.
1.3 Justificativa
Atualmente o laboratório de máquinas de fluxo da escola de engenharia do UniBrasil,
apresenta uma necessidade em relação as práticas experimentais que envolvem trocadores
de calor, uma vez que, não há uma estrutura adequada para testes.
Não existindo tal bancada, torna-se um problema na qualidade das aulas praticadas,
perde-se grande parte do tempo preparando arranjos improvisados para a realização da
tarefa. O qual envolve adaptar mangueiras para o transporte de fluido pelo trocador de
calor, instalar um chuveiro elétrico, para aquecer o fluido na entrada quente e segurar
o sensor manualmente para a medição das temperaturas de entrada e saída. Apesar de
recentemente ser adquirido um aquecedor de resistência elétrica próprio para aplicação,
não se adequa efetivamente. Havendo então, a necessidade de uma bancada didática para
a realização de testes de trocadores de calor.
Ao desenvolver a bancada, reduzirá o custo do UniBrasil em aquisição de novos
equipamentos e estimulará o aprendizado dos metodos analíticos no dimensionamento de
Capítulo 1. Introdução 23
1.4 Escopo
Projetar e construir uma bancada de testes didática capaz de testar de forma satis-
fatória um TCCT, e futuramente outros trocadores de calor que venham a ser construídos,
sendo estes dentro dos padrões de medidas estabelecidos, devido a compatibilidade com a
bancada.
Casco e Tubo 1.0, desenvolvido com parte do trabalho de conclusão de curso, e o Xist,
programa comercial desenvolvido pela empresa americana HTRI (Heat Transfer Research
Inc.), os quais realizam os cálculos térmicos necessários para o projeto para atender o
serviço demandado. Por fim, comparando os resultados emitidos pelos dois programas
constatou-se que os dados obtidos foram similares e o trocador que atendeu às condições
de serviço exposta foi especificado.
Cardoso (2014) utiliza de dados de um trocador de calor para um processo de
resfriamento de óleo resíduo como parâmetros iniciais. Com isso, realiza todos os cálculos
térmicos para projetar um trocador calor garantindo a compatibilidade do serviço do
trocador real. Seguindo, desenvolve o projeto mecânico do trocador de calor baseado em
normas internacionais, especificando as dimensões coerentes e adequadas para garantir um
bom funcionamento durante a operação. Por fim, compara ambos trocadores e conclui que
o trocador projetado é mais compacto que o real atendendo o mesmo serviço de operação.
Rubbo (2014) realiza um estudo teórico e experimental do coeficiente de transferên-
cia de um condensador tipo casco e tubo TEMA E utilizado em um Chiller por adsorção de
amônia em NaBr. Com os cálculos realizados pela teoria conclui que os dados encontrados
estão dentro da margem de erro validados pela parte experimental.
Ribeiro (1984) compara os métodos de Kern, Tinker e Bell para o projeto termo
hidraúlico de trocadores de calor de casco e tubos, sem mudança de fase, dando ênfase
na perda de carga e o coeficiente de película para o lado do casco. Para validação dos
métodos foram utilizados dados experimentais de 12 trocadores de calor. Por fim, os
resultados obtidos com os métodos de Kern e Bell foram comparados com os valores de
testes efetuados pelo HTRI (Heat Transfer Research Inc.), concluindo que os testes nos
trocadores o método que teve melhor estimativa dos dados foi o de Bell.
López (2017) realizou um estudo básico da Fluidodinâmica Computacional (CFD)
de um pequeno trocador de casco e tubos usando o software ANSYS-CFX. Apresentando
os antecedentes e a metodologia do CFD para a realização do estudo, compara a solução
obtida na simulação com o modelo analítico de Kern e testes experimentais. Realizando a
simulação para três tipos de malhas (grossa, média e fina) e dois modelos de turbulência
(κ − ε e SST), constatando que a solução da malha média é independente para os dois
modelos e que o SST é o mais adequado para estes tipos de sistemas.
Rahim e Jameel (2012) investigaram através da simulação CFD pelo software STAR
CCM+ v6.06, os impactos sobre o desempenho de trocadores de calor para três ângulos
de inclinação das chicanas sendo eles 0o , 10o e 20o na direção do escoamento do fluido.
Observando que os resultados são sensíveis ao modelo de turbulência e considerando a
chicana com um corte de 36% o desempenho do trocador de calor através da simulação
é investigado com a variação da vazão mássica e o ângulo da chicana. As conclusões
do estudo foram que para dada geometria, a vazão mássica deve ser abaixo de 2 kg/s
Capítulo 2. Revisão Bibliográfica e Fundamentação Teórica 27
pois acima desse valor a queda de pressão aumenta rapidamente com pouca variação na
temperatura de saída. A queda de pressão decaiem 4% para 10o de inclinação da chicana
e 26% para uma inclinação de 20o . Por fim, constatando que o desempenho do trocador
de calor é melhor para as chicanas com angulação de 20o do que para 10o e 0o .
Chit, San e Soe (2015) analisaram os efeitos do espaçamento das chicanas num
trocador de casco e tubo aplicado a refrigeração de óleo em uma locomotiva, a pressão
admissível no dispositivo e de 0,3 bar, usando métodos teóricos e numéricos. Como resultado
da discussão, os autores explicitam que quanto menor o espaço entre as chicanas, a queda
de pressão aumenta muito mais rápido que a transferência de calor. Concluindo que o
resultado ótimo para o espaçamento entre as chicanas fica no intervalo de 0,4 a 0,6 do
diâmetro do casco.
Kadhim, Kassim e Hassan (2016) investigaram através de simulação numérica a
diferença de temperatura de um trocador de calor de corrente cruzada para um tubo liso
e um tubo com aletas integradas. Para o estudo incluíram a criação e especificação da
geometria, assumindo o ar como fluido de resfriamento, variando a velocidade para o lado do
casco e a vazão para o lado do tubo, sendo agua o fluido interno. Concluindo que, a diferença
de temperatura aumenta, com o aumento da velocidade do ar de resfriamento e com a
diminuição da velocidade da água dentro dos tubos. Também, o gradiente de temperatura
é maior para os tubos com aletas e os dados da solução numérica e experimental variam
em torno de 9,1%. Por fim, o software Ansys Fluent é um bom simulador para os casos de
transferência de calor.
Costa (2016) realiza um estudo paramétrico do comportamento termo hidráulico
de um trocador de calor de casco e tubo utilizando simulação numérica no software
Ansys-CFX comparando com os métodos analíticos de Tinker e Kern. Realizando três
estudos de casos sendo eles, variação de vazão, espaçamento entre as chicanas e corte das
chinas, para avaliar os parâmetros de desempenho do trocador. Constatando que a variação
de vazão influência diretamente na transferência de calor, pois mesmo não atingindo os
limites de perda de carga dos componentes do trocador de calor, vazões acima de 20% da
estipulada para o projeto, comprometem os requisitos iniciais de temperatura de saída dos
fluidos. A diminuição do espaçamento entre as chicanas melhora a transferência de calor e
consequentemente aumenta a perda de carga. Por fim, cortes maiores na chicana diminui
tanto a transferência de calor quanto a perda de carga devido a diminuição de velocidade
dentro do casco.
Em Goulart (2008), é apresentado o desenvolvimento de uma bancada didática, a
qual consiste em fornecer dados práticos para o estudo de desempenho térmico, variando
a vazão de água passando pelo trocador de calor e coletando as temperaturas de entrada
e saída para a água e ar e também suas vazões na saída. Este trabalho foi desenvolvido
para realizar a analise prática de um trocador de calor compacto aletado, tendo como
Capítulo 2. Revisão Bibliográfica e Fundamentação Teórica 28
fluídos água e ar. Ainda no descritivo deste trabalho são apresentados os principais
componentes para o desenvolvimento desta bancada: uma bomba centrífuga, um ventilador
12V, tubulações e válvulas, uma resistência elétrica, sensores de temperatura PT100, dois
tanques de armazenamento de água, um trocador de calor compacto aletado, um indicador
digital, um rotâmetro e um anemômetro. Na sua concepção e instalação apenas dois
parâmetros foram levados em consideração, o Dimensionamento da Redução para medidor
da velocidade e temperatura do ar e a distâncias mínimas necessárias de tubo reto antes e
depois dos flanges para placa de orifício.
Segundo Ferreira (2014), em seu estudo foi montada uma bancada experimental
contendo dois trocadores de calor, sendo um de casco e tubos e outro de placas paralelas,
um medidor de vazão, uma resistência elétrica para obtenção de água quente e um
medidor de temperaturas dos fluídos constituído de termopares. Neste trabalho não há
mais detalhamentos da bancada, somente são apresentados os parâmetros aos quais os
dois trocadores foram submetidos e os resultados que foram obtidos nos testes, os quais
apontaram uma maior eficiência térmica do trocador de placas paralelas.
Conforme Galli (2002), em sua dissertação foi construída uma bancada didática de
testes para uso tanto em simulação de controle como para estudo da troca térmica, através
de um trocador de calor do tipo casco e tubos, possibilitando diversas configurações de
correntes de fluxo. Outra finalidade do sistema é o estudo e análise do comportamento
dinâmico do controle de temperatura do trocador. Neste trabalho foi construída uma
bancada didática bem detalhada com controles automatizados via CLP. Esta bancada foi
elabora com recursos do próprio autor em parceria com o Senai de Santos. Os fluídos que
compõem o sistema de fluxos é líquido-líquido (água fria e água quente). O controle de
vazões é realizado por um inversor de frequência o qual é conectado a bomba e ao CLP,
fazendo os ajustes quando programado.
Em Gusmão (2013), são realizados estudos de eficiência de dois trocadores de
calor sendo um deles um trocador de calor de placas paralelas e o outro um trocador de
calor de casco e tubos, ambos trabalhando nos dois regimes de escoamento concorrente
e contracorrente. Neste trabalho é utilizada uma bancada de Trocadores de Calor da
TecQuipment (representada no Brasil pela Nova Didacta), a qual é uma bancada comercial,
e seu funcionamento permite testar um trocador de calor do tipo de casco e tubos e
outro do tipo placas paralelas, podendo também variar as vazões e temperaturas. A base
de funcionamento desta bancada consiste em uma estrutura com dois circuitos de água
(quente e frio) prontos e instrumentos para medir e mostrar a vazão e a temperatura da
água. A água fria é alimentada diretamente da rede e descartada por um dreno, já a água
quente provem de um reservatório e retorna ao mesmo, tendo este uma resistência elétrica
que aquece e controla a temperatura conforme desejado.
Capítulo 2. Revisão Bibliográfica e Fundamentação Teórica 29
Figura 1 – Trocador de Calor Casco e Tubos com um Passe nos Tubos e no Casco
1. Casco;
2. Feixe de tubos;
3. Espelhos;
5. Cabeçotes;
6. Divisor; e
7. Tampas.
Conforme a norma (TEMA, 1999), os trocadores de calor casco e tubo são iden-
tificados através de três letras que correspondem às seguintes partes: tipo de cabeçote
estacionário (A, B, C, N, D), tipo de casco (E, F, H, J, K, X) e tipos de cabeçotes de
retorno (L, M, N, P, S, T, U, W), conforme Anexo I deste trabalho.
O casco do tipo E é o mais utilizado, o qual ocorre em apenas um passe. Os tipos
G, H e J são aplicados para reduzir a perda de pressão do fluido do casco e ainda no caso
de condensadores em série. O tipo K é usado como refervedor ou em refrigeradores e deve
ter o diâmetro do casco bem maior do que o do feixe para prover espaço para o vapor
formado.
O Cabeçote estacionário, está ligado ao feixe de tubos e serve para admissão ou
descarga do fluido dos tubos. Os tipos A e B podem ser removidos sem a remoção dos
tubos e os tipos A e C permitem inspeção dos tubos sem a remoção do cabeçote. Cabeçote
de retorno, dá acabamento ao casco ou descarga do fluido dos tubos. Espelho fixo, tipos L,
M e N são iguais aos cabeçotes estacionários A, B e C. Os cabeçotes flutuantes ou tubo em
U, são usados quando há um grande diferencial de temperatura entre os fluidos e torna-se
necessário prover o trocador para a dilatação do feixe de tubos (P, S e T).
Q̇
Uproj = (2.1)
Att Ft LM T D (∆Tm )
Água-água 850-1.700
Água-óleo 100-350
Água-gasolina ou querosene 300-1.000
Aquecedores de água de alimentação 1.000-8.500
Vapor-óleo combustível leve 200-400
Vapor-óleo combustível pesado 50-200
Condensador de vapor 1.000-6.000
Condensador de freon (resfriado a água) 300-1.000
Condensador de amônia (resfriado a água) 800-1.400
Condensador de álcool (resfriado a água) 250-700
Gás-gás 10-40
Fonte – Çengel e Ghajar (2012)
onde do é o diâmetro externo dos tubos em (m), Lt é o comprimento dos tubos em (m) e
Nt o número de tubos que pode ser estimado por contagem direta ou conforme abordado
em seção posterior.
Com posse desses valores representativos, a taxa de transferência de calor e conhe-
cendo as temperaturas de entrada e sáida de ambos os lados do TCCT, pode-se determinar,
Capítulo 2. Revisão Bibliográfica e Fundamentação Teórica 33
a área de troca térmica necessária para atender as condições de projeto conforme equação
2.1. Entretanto, para este trabalho, a área de troca térmica é determinada previamente
sendo paramêtro fixo, com a finalidade de ser factível a construção do trocador de calor
de casco e tubos. Em consequência, o coeficiente global de transferência de calor será
determinado conforme a equação 2.1, uma vez que com o balanço de energia e a tempera-
tura média dos fluidos estimados, para comparar com o coeficiente global de tranferência
de calor calculado. Posteriormente a taxa de transferência de calor e a temperatura são
ajustadas em função da efetividade e diferença média das temperaturas logarítimica.
2
onde Rf,i e Rf,o são os fatores de incrustação para o lado dos tubos e casco em mWK
, respectivamente, di e do são os diâmetros interno e externo do tubo em (m) e kw é
W
condutividade térmica do material dos tubos em m.K .
Para determinar o coeficiente global de transferência de calor limpo Uo que considera
a troca térmica sem os fatores de incrustação é dado conforme Cardoso (2014) pela equação
2.5:
hs ht ddoi
Uo = (2.5)
hs + ht ddoi
onde hs e ht são os coeficientes de transferência de calor convectivos para os lados do casco
e tubos em mW 2 .K , respectivamente, os quais serão tratados em seções posteriores.
onde Q̇max , conforme Bicca (2006), é a variação de temperatura alcançada por um dos
fluidos é igual a diferença entre as temperaturas das entradas do casco e tubos, respectiva-
mente.
Para determinar a troca de calor real e máxima conforme Shah e Sekulic (2003) as
expressões são dadas conforme 2.7 e 2.8:
em que U é o Coeficiente Global de Transferência de Calor em mW 2 .K , o qual pode ser o
2
de projeto ou calculado, e Att é à área de troca térmica em (m ) .
Outra quantidade adimensional importante para a análise é a razão de capacidades
e é definida conforme Shah e Sekulic (2003) conforme equação 2.10:
Cmin
c∗ = (2.10)
Cmax
sendo então ∈ em função dos parâmetros N T U , c∗ e do tipo de arranjo do trocador de
calor, pode ser visualizado na tabela 2 a relação entre eles:
Para este trabalho é considerado o trocador de calor de casco e tubo com um passe
no casco e um passe nos tubos sendo então considerado a relação do tipo de trocador de
tubo duplo. A efetividade então conforme relacionado na tabela anterior são mostradas
conforme Figura 3:
2.5 Temperaturas
2.5.1 Método das Diferenças de Temperatura Média Logarítmica
A diferença de temperatura média logarítmica LM T D (∆Tm ) mostrada na equação
2.1, pode ser determinada de acordo com Çengel e Ghajar (2012) conforme equação 2.11:
(Tt,i − Ts,o ) − (Tt,o − Ts,i )
LM T D (∆Tm ) = h
(Tt,i −Ts,o )
i (2.11)
ln (Tt,o −Ts,i )
onde Tt,i e Tt,o são as temperaturas na entrada e saída nos tubos e Ts,i e Ts,o são as
temperaturas na entrada e saída do casco em (◦ C) , respectivamente.
(Tt,i + Tt,o )
Tt,m = (2.15)
2
Para determinar a temperatura da parede do tubo inicial é dada conforme equação
2.16 (CARDOSO, 2014):
T
s,m − Tt,m
Tw = Tt,m + (2.16)
ht
1+
hs
Conforme Cardoso (2014) deve ser feita interações para encontrar o valor real da
temperatura na parede do tubo conforme os seguintes passos:
(Ts,m +Tt,m )
1. Inicia-se com Tw = 2
.
Os tubos podem ser determinados por contagem direta ou por valores tabelados
publicados por Bell (1998), citado por Shah e Sekulic (2003), ou podem ser estimados pelo
diâmetro formado pelo centro tubos que são os que formam o diâmetro do banco de tubos
dentro do casco. A expressão para o número de tubos para o arranjo de 30o , conforme
Sadik (2002) é dada pela seguinte equação 2.17:
CT P Ds2
Nt = 0, 785 (2.17)
CL (pt /do )2 d2o
onde (a) é a área de entrada e saída do casco, (b) é a área do escoamento cruzado
e (c) é a área da seção da janela.
Para determinar a Área da seção da janela no casco, primeiramente encontra-se a
área do segmento ABC sem os tubos alocados segue conforme equação 2.18:
" ! #
D2 θb 2lc θb
Af r,w = s − 1− sin (2.18)
4 2 Ds 2
Para encontrar a fração do número que os tubos ocuparão em uma seção da janela
circulada pelo diâmetro mais externo dos tubos é pela equação 2.20:
θctl sinθctl
Fw = − (2.20)
2π 2π
Capítulo 2. Revisão Bibliográfica e Fundamentação Teórica 40
onde Dctl é o diâmetro que passa pelo centro dos tubos e pode ser calculado como a
diferença do diâmetro mais externo dos tubos e o diâmetro externo do tubo em (m) ,
podendo então ser determinado o número de tubos em uma seção da janela conforme
equação 2.22:
Nt,w = Fw Nt (2.22)
Então a área por onde o fluido escoará em uma seção de janela é determinada pela
equação 2.24:
Ao,w = Af r,w − Af r,t (2.24)
Por fim, o último parâmetro para a seção da janela é o número efetivo de tubos
nos quais ocorrerão a troca de calor e queda de pressão. O número efetivo de fileiras de
tubos no escoamento cruzado na seção da janela é pela equação 2.25:
0.8 1
Nr,cw = lc − (Ds − Dctl ) (2.25)
Xl 2
De acordo com Bell (1963), citado por Shah e Sekulic (2003), é de 0.4 lc na região
AB e de 0.4 lc na região BC e resultam na expressão anterior.
Para determinar a área da seção de escoamento cruzado no casco estima-se primei-
ramente a fração Fc da quantidade de tubos na seção de escoamento cruzado é dado pela
seguinte equação 2.26:
Fc = 1 − 2Fw (2.26)
Então o número de fileiras de tubos na seção do escoamento cruzado pode ser feito
a contagem direta ou estimada pela equação 2.27:
Ds − 2lc
Nr,cc = (2.27)
Xl
Ntp = Nt (1 − Fw ) (2.31)
A folga entre tubo e chicana δtb é a diferença entre o diâmetro do furo da chicana
com o diâmetro externo do tubo, sendo a área total de vazamento de uma chicana é
conforme equação 2.32:
πdo δtb Nt (1 − Fw )
Ao,tb = (2.32)
2
Por fim, a folga δsb que é a diferença entre o diâmetro da parede interna do casco
com o diâmetro da chicana a área de vazamento casco-chicana e dada conforme equação
2.33: !
δsb θb
Ao,sb = πDs 1− (2.33)
2 2π
Para determinar o número de Reynolds Ret , de acordo com Shah e Sekulic (2003),
para o lado dos tubos é conforme a equação 2.37:
ṁt di
Ret = (2.37)
Ao,t µt
kg
Onde ṁt é a vazão mássica para o lado dos tubos em m 2 , di é o diâmetro interno do
A queda de pressão para o lado dos tubos é quantificada para determinar a potência
necessária que a bomba hidráulica precisa para o fluido escoar nos tubos do TCCT. Sendo
as equações para queda de pressão, juntamente para o lado do casco, avaliar se é menor
que a pressão admissível. A qual abrange o projeto mêcanico do TCCT, para suportar
esforços na condição de vaso de pressão, não sendo o foco deste trabalho.
flui por caminhos adversos. Estes caminhos adversos de fluxos foram descritos por Tinker
(1958), e são representados na Figura 7.
Várias são as dependências dos fluxos como: número do feixe de tubos, dimen-
sões geométricas, folgas e principalmente o arranjo dos feixes (triangular, quadrado ou
rotacionado).
Este conceito das correntes de fluxo através do trocador foi proposto originalmente
por Tinker (1958), onde o fluxo total é dividido em correntes individuais, e se apresentam
conforme mostrado na Figura 7:
O método é uma evolução dos trabalhos realizados por Kern, com Tinker determi-
nando as principais corrente e sendo aperfeiçoado por Bell.
Posteriormente Taborek encontrou as curvas do que veio ser demonstrado grafica-
mente por Bell.
Os autores Shah e Sekulic (2003) citam que o dimensionamento do trocador de
calor os parâmetros de transferência e perda de carga são de grande importância para
melhor eficiência do dispositivo.
hs = hid,s Jc Jl Jb Js Jr (2.41)
De acordo com Shah e Sekulic (2003) para um bom projeto de trocador de calor
de casco e tubos esses parâmetros de correção combinados ficam em torno de 0.6, cerca
de 40% de redução do coeficiente de transferência de calor ideal. O autor cita que esses
parâmetros foram demonstrados graficamente por Bell (1968) e ajustados por Taborek
(1998).
Tabela 4 – Fatores de correção para a queda de pressão para o lado do casco pelo método de
Bell-Delware
De acordo com Shah e Sekulic (2003) o fator de atrito de Fanning para escoamento
turbulento é inversamente proporcional ao número de Reynolds e fica expresso pela equação
2.47:
fid = Re−n
s (2.47)
onde o valor de n varia aproximadamente de 0,20 a 0,25 para escoamento turbulento.
Para determinar o número de Reynolds do lado do casco é conforme equação 2.48:
Gs De
Res = (2.48)
µs
onde Gs é a razão da vazão mássica total dividida pela área mínima de escoamento livre
no ou perto da linha de centro do casco em mkg2 s , µs é a viscosidade cinemática no lado
do casco e De é o diâmetro equivalente no casco em (m).
De acordo com Sadik (2002) o diâmetro equivalente no casco é a razão de quatro
vezes a área livre de escoamento, para qualquer arranjo do banco dos tubos, pelo perímetro
molhado. Para o arranjo triangular dos tubos o diâmetro equivalente no casco é de acordo
com a equação 2.49: √ !
p2t 3 πd2o
4 −
4 8
De = (2.49)
πdo /2
Para a queda de pressão em uma seção da janela ideal de acordo com Shah e
Sekulic (2003) é expressa conforme a seguinte equação 2.50:
G2w
∆pw,id = (2 + 0, 6Nr,cw ) (2.50)
2ρs
onde Nr,cw é o número de fileiras efetivas de uma região da janela pelo escoamento cruzado
e Gw é definido de acordo com Shah e Sekulic (2003) conforme a equação 2.51 a seguir:
ṁs
Gw = q (2.51)
Ao,cr Ao,w
Em que ṁs é a vazão mássica total no lado do casco em (kg/s) , Ao,cr é a área da região
de escoamento cruzado entre duas chicanas e Ao,w é a área da região da janela em (m2 ) .
Capítulo 2. Revisão Bibliográfica e Fundamentação Teórica 49
2. Calcular as propriedades termo físicas e as temperaturas médias para cada lado dos
fluidos. Quando as temperaturas de saídas não são conhecidas devem ser estimadas
inicialmente. Sem prévia experiência, assumir uma efetividade de 50% para trocadores
de calor com múltiplos passes nos tubos ou de 60 a 75% para múltiplos passes no
casco. Após definida a efetividade, calcular as temperaturas de saída para cada lado
do fluido dependendo da razão de capacidades c∗ e então estimando as propriedades
dos fluidos com base na temperatura média (µ, cp , k, P r e ρ);
7. Para valores de capacidade calorífica conhecidos para cada lado dos fluidos, calcular
a razão de capacidades c∗ = CCmax
min
e o valor de N T U = CUmin
A
, para determinar o
valor da efetividade pelas relações ou graficamente; e
a. Conservação da massa:
∂u ∂v ∂w
+ + =0 (2.52)
∂x ∂y ∂z
b. Conservação de quantidade de movimento (Navier-Stokes):
∂u ∂u ∂u ∂ ∂ 0 0 ∂ 0 0 1 ∂p µ ∂2u ∂2u ∂2u
u +v +w + u02 + uv + uw =− + 2
+ 2
+ (2.53)
∂x ∂y ∂z ∂x ∂y ∂z ρ ∂x ρ ∂x ∂y ∂z 2
∂v ∂v ∂v ∂ ∂ 02 ∂ 0 0 1 ∂p µ ∂2v ∂2v ∂2v
u +v +w + u0 v 0 + v + uw =− + + + (2.54)
∂x ∂y ∂z ∂x ∂y ∂z ρ ∂y ρ ∂x2 ∂y 2 ∂z 2
∂u ∂v ∂w ∂ ∂ 0 0 ∂ 1 ∂p µ ∂2w ∂2w ∂2w
u +v +w + u0 w0 + uv + w02 =− + + + (2.55)
∂x ∂y ∂z ∂x ∂y ∂z ρ ∂z ρ ∂x2 ∂y 2 ∂z 2
c. Conservação de energia:
∂T ∂T ∂T ∂ ∂ 0 0 ∂ ∂2T ∂2T ∂2T
u +v +w + u0 T 0 + vT + w0 T 0 =α 2
+ 2
+ (2.56)
∂x ∂y ∂z ∂x ∂y ∂z ∂x ∂y ∂z 2
f. Hipóteses de Boussinesq:
Gκ = µt S 2 (2.59)
q
S ≡ 2Sij Sij (2.60)
!
1 ∂ui ∂uj
Sij = + (2.61)
2 ∂xj ∂xi
g. A viscosidade turbulenta:
κ2
µt = ρCµ (2.62)
ε
As constantes do modelo de turbulência de acordo com López (2017) podem ser
visualizadas na tabela 5:
Tabela 5 – Constantes do modelo κ − ε
• Plotagem de vetores;
Com a visualização dos resultados em forma gráfica de acordo com López (2017)
cabe ao engenheiro discernir se os resultados estão de acordo com a realidade do problema
para a aplicação desejada.
55
3 Desenvolvimento
Fonte – Os Autores
Fonte – Os Autores
Fonte – Os Autores
• 2 bombas;
Capítulo 3. Desenvolvimento 57
• 2 rotâmetros;
• tubos e conexões;
• 2 registros de gaveta; e
• 11 registros de esfera.
Fonte – Os Autores
Capítulo 3. Desenvolvimento 58
Fonte – Os Autores
Por fim foi desenvolvido um dispositivo para fixação do TCCT. Este tem por finali-
dade possibilitar a fixação de trocadores com diferentes dimensionamentos longitudinais,
sendo contido as dimensões de 40mm à 95mm de comprimento. Este incremento é exibido
na Figura 13 a seguir:
Fonte – Os Autores
Fonte – Os Autores
• Ligar as bombas e deixar todo o circuito em fluxo continuo sem ligar o aquecedor;
Esta bancada foi desenvolvida para testar trocadores de calor, de modo que os
fluídos de operação sejam água quente e fria.
Desta forma a água quente trabalhará em um regime de circuito fechada, sendo que
saíra do reservatório e será aquecida em um aquecedor elétrico. O qual possui um registro
de controle na saída que permite diminuir ou aumentar o fluxo, ou seja, passar mais lento
ou mais rápido pelo mesmo, aquecendo mais ou menos o fluído, conforme aplicação.
Ainda sobre o fluxo quente, existe na bancada uma configuração de registros
que permite a passem do fluído pelo trocador em dois sentidos: correntes paralelas e
contracorrente. Para tanto basta configurar conforme for desejado.
Para a água fria existem duas possibilidades:
• Regime aberto
Capítulo 3. Desenvolvimento 60
• Regime fechado
Cmin
Tt,o = Tt,i + ∈ (Tt,i − Ts,i ) = 37, 5o C (3.2)
Ct
Capítulo 3. Desenvolvimento 61
Fluido Densidade
calor viscosidade condutividade no Prandtl
kg/m3 específico dinâmica térmica
cp (J/kg.K) µ (P a.s) k (W/m.K)
Água a 31, 25o C (casco) 995,5 4178 7,79E-4 0,617 5,27
Água a 43, 75o C (tubo) 990 4179,75 6,08E-4 0,635 4,00
Fonte – Os Autores.
Descrição Variável
Diâmetro interno do casco Ds = 94 mm
Diâmetro externo do tubo do = 12, 7 mm
Diâmetro interno do tubo di = 10 mm
Diâmetro mais externo do banco de tubos Dotl = 79, 97 mm
Comprimento dos tubos Lt = 500 mm
Arranjo dos tubos 30o
Espaço entre as chicanas centrais Lb,c = 40 mm
Espaço entre a entrada e chicana Lb,i = 70 mm
Espaço entre a chicana e saída Lb,o = 70 mm
Corte da chicana lc = 23 mm
no de tiras selantes Nss = 0
no de tubos Nt = 19
Passo entre tubos pt = 16, 74 mm
Espessura do vão de contorno wp = 0 mm
no de passes no tubo np = 1
no de divisões no trocador de calor Np = 1
Folga casco-chicana δsb = 0, 5 mm
Folga tubo-chicana δtb = 0, 3 mm
Material do tubo Alumínio
W
Condutividade térmica do tubo kw = 201
m.K
Fonte – Os Autores.
Capítulo 3. Desenvolvimento 62
Xt = pt = 0, 01674m (3.4)
Por fim, para determinar a área de troca térmica do TCCT, de acordo com o
diamêtro externo, comprimento e número tubos especificados:
Utilizando inicialmente a média das médias dos fluidos para ambos os lados do
TCCT, em substituição da diferença média das temperaturas logarítmicas, o coeficiente
global de transferência de calor de projeto pode ser estimado:
Q̇ W
Uproj = = 734, 85 2 (3.9)
Att F LM T D (∆Tm ) m .K
Capítulo 3. Desenvolvimento 63
Jc Jl Jb Js Jr ξb ξl ξs
1,14 0,829 0,560 0,920 1,00 0,179 0,601 0,730
Fonte – Os Autores.
Sendo os fatores de correção global Jtotal = 0, 4887 e ξtotal = 0, 079. Esses fatores
foram cálculados considerando um escoamento em que Res > 100 para o lado do casco,
observando as relações na qual cada parâmetro estipula, conforme as tabelas 3 e 4
apresentam.
Após determinado esses valores, é então iniciado a primeira iteração para o cálculo
dos coeficientes de transferência de calor convectivo para os lados do casco e tubos.
Primeiramente para o lado dos tubos, é determinado o no de tubos por passes,
sendo que para o TCCT dimensionado foi considerado um passe nos tubos, resultando em
uma área de escoamento por passe de:
πd2i Nt,p
Ao,t = = 0, 001492m2 (3.10)
4
Cmin
c∗ = '1 (3.23)
Cmax
Tt,i + Tt,o
Tt,m = = 48, 46o C (3.30)
2
T
t,m − Ts,m
Tw = Tt,m + = 33, 95o C (3.31)
ht
1+
hs
Q̇ W
Uproj = = 332, 77 2 (3.33)
Att F LM T D (∆Tm ) m .K
Sendo necessário mais de uma iteração pois a temperatura da parede variou muito
em relação a inicial.
Na segunda iteração as propriedades termofísicas se adequam as novas temperaturas
médias do casco de 26, 53o C e tubos 48, 46o C. As propriedades para a parede dos tubos a
temperatura fica em 33, 95o C. Em consequência, o número de Reynolds para o lado dos
tubos aumentou para 2.384,74, sendo um escoamento em regime de transição. O número de
Nusselt para o lado dos tubos, de acordo com o intervalo de Reynolds 2300 < Ret < 104o C,
fica:
f
2
(Ret − 1000) P rt
N ut = 0,5 2
= 13, 17 (3.34)
f
1 + 12, 7 2
P rt − 1
3
W
O coeficiciente global de transferência de calor calculado resultante foi 376, 89 2 ,
m .K
aumentando a efetividade do TCCT para 14,60%, obtendo uma taxa de transferência
de calor de 3, 05kW . As temperaturas de de saída do casco e tubos foram de 46, 35o C e
28, 64o C, respectivamente. A temperatura das paredes dos tubos ficou em 36, 30o C, tendo
grande diferença com a anterior calculada, necessitando de mais iterações.
Após mais duas iterações os resultados das variáveis estabilizaram-se, não necessi-
tando de mais iterações, obtendo-se então o seguinte conforme tabela 11:
Capítulo 3. Desenvolvimento 67
Variável Valor
Coeficiente de transferência de calor convectivo tubos ht = 840, 47 mW 2 .K
Para calular a queda de pressão para o lado do casco, deve-se separar em três
regiões de interesse: central, janela e entrada/saída. Primeiramente encontra-se o fator de
atrito de Fanning:
fid = Re−0,25
s = 0, 145 (3.38)
Para queda de pressão na área das janelas, deve-se calcular a velocidade mássica
conforme:
ṁs
Gw = q = 172, 96 kg/m2 .s (3.40)
Ao,cr Ao,w
!
Nr,cw
∆pi−o = 2∆pb,id 1+ ξb ξs = 7, 64P a (3.44)
Nr,cc
3.3.1 Pré-processamento
3.3.1.1 Geometria
Fonte – Os Autores
Fonte – Os Autores
Ao dividir essas regiões, da mesma forma que para os cabeçotes e tubos, para
facilitar a geração da malha.
Uma vez feito isto, é necessário realizar as operações booleanas, as quais são
Capítulo 3. Desenvolvimento 70
compostas de soma, subtração, interesecção e linhas de faces, pois os fluidos entre cabeçote
e tubos e também o casco e a entrada não estão bem conectados, separados por pequenos
volumes, devido as operações com a ferramenta merge, sendo concertados conforme Figura
17:
Figura 17 – Operação booleana
Fonte – Os Autores
Fonte – Os Autores
Capítulo 3. Desenvolvimento 71
3.3.1.2 Malha
Para a geração da malha, utiliza-se o Ansys meshing, uma vez que os domínios
computacionais foram trabalhados no módulo geometria. No módulo malha é reconhecido
todos os corpos e sub-corpos definidos nos domínios solidos e dos fluidos, sendo possível
gerar a malha individualmente para cada. Entretanto, produz-se uma malha geral para
diminuir o tempo de processamento e testar as quedas de pressões nos tubos e casco, para
validação da simulação do modelo final com transferência de calor.
Para o lado dos tubos os domínios de interesses são: a parte sólida do cabeçote e
tubos e o fluido n o interior destes. Para o lado do casco são: a parte sólida e o fluido no
seu interior dividído em sub-domínios. Os parâmetros utilizados para gerar a malha são
iguais para ambos os lados do TCCT.
Antes de gerar a malha deve estabelecer as conecções entre as interfaces a serem
acopladas. Para o lado dos tubos são conectados as interfaces das paredes dos tubos com
o espelho, entre as regiões de fluidos dos tubos e cabeçotes e as faces entre fluido e sólido
deste domínio. Para o lado do casco são as interfaces de cada sub-domínio do fluido com
a parede interna do casco conforme Figura 19, entre os fluidos e chicanas e as faces da
chicana com a paredes do casco e tubos.
Fonte – Os Autores
Essas conecções devem ser estabelecidas, para que o número de faces do elemento
de origem seja igual do elemento de destino, evitando erros númericos.
O parâmetro da malha geral escolhido é baseado no método de geração de malha
em curvatura, o qual refina os volumes de controle próximo a curvas, tendo tamanhos
específicos perto das curvas e aumentando o volume de controle a medida em que se
propaga para outra extremidade conforme Figura 20:
Capítulo 3. Desenvolvimento 72
Fonte – Os Autores
Fonte – Os Autores
São definidos na interface entre o fluido da região entre chicanas e das janelas o
mesmo tipo de elementos de volume de controle, para não gerar grandes erros na simulação,
encaixando os tipos de elementos.
Por fim define-se as superfícies de controle, as quais são nomeadas como: Inlet
Tubos, Outlet Tubos, Inlet Casco e Outlet Casco, os quais determinam as entradas (Inlet)
e saídas (Outlet) dos fluidos dos tubos e casco, respectivamente, e as paredes (Wall) são
definidos as regiões sólidas do TCCT como os cabeçotes, interior do casco, interior e
exterior dos tubos. As malhas para a simulação de queda de pressão para o casco e tubos
fica conforme Figura 22:
Capítulo 3. Desenvolvimento 73
Fonte – Os Autores
Fonte – Os Autores
Capítulo 3. Desenvolvimento 74
3.3.1.3 Setup
• Modelo de viscosidade;
• Materiais; e
• Condições de Contorno.
Nas entradas é definido a condição de mass flow inlet, a qual é vazão mássica de
entrada, para o casco e tubos de 0, 2kg/s. A direção do escoamento utiliza-se o normal to
bondaury , o qual específica que deve ser normal a face de entrada do fluido.
Ainda define-se as temperaturas de entrada de ambos os lados, nas duas primeiras
simulações sem transferência de calor considera-se a temperatura ambiente, mas para a
simulação final considera a temperatura de entrada dos tubos de 50o C e do casco de 25o C.
Para as saídas de ambos os lados, define-se a condição de Gauge pressure igual a
zero, a qual indica a pressão manométrica na saída equivalente a pressão atmosférica. As
temperaturas de saída são calculadas pelo software, não sendo necessário colocar valor
numérico, permanecendo o valor padrão igual a temperatura ambiente.
Por fim, as paredes do casco e cabeçotes impõe-se a condição de parede adiábatica,
uma vez que não são objetos de análise para transferência de calor. As paredes do tubos e
chicanas estão automaticamente definidas com o paramêtro coupled wall, o qual impõe a
temperatura calculada pelo solver no fluido transferida para as paredes.
3.3.2 Processamento
Na etapa de processamento com os paramêtros de malha e condições de contorno,
inicia-se o cálculo das soluções aproximadas para as variáveis de interesse do TCCT.
Antes define-se o monitoramento dos resíduos e o número de iterações, os quais são
critérios para a convergência dos resultados. Para os resíduos a diferença entre a iteração
atual e anterior estabelecida foi de 0,001 para a equação da continuidade, velocidades,
pressão e o modelo de turbulência e de 0,00001 para a equação de energia. O número de
iterações máximo estabelecido foi de 1000, este parâmetro entra em ação se os resultados
das variáveis não convergirem com o resíduo definido.
Ao iniciar a simulação o gráfico de resíduos pelo número de iterações pode ser
visualizado conforme Figura 24:
Fonte – Os Autores
Capítulo 3. Desenvolvimento 76
3.3.3 Pós-processamento
No pós-processamento visualiza-se os resultados obtidos pelas soluções aproximadas
das simulações de queda de pressão dos tubos, queda de pressão do casco e geral com
transferência de calor. A visualização do TCCT com transferência de energia pode ser
visualizada conforme Figura 25:
Fonte – Os Autores
Fonte – Os Autores
Fonte – Os Autores
Fonte – Os Autores
Para melhor vedação inseriu-se anéis O-Ring para cada furo onde são alocados os
tubos e para o encaixe do casco e espelho.
Em seguida realizou-se a montagem do conjunto de tubos que compreende o feixe
interno do trocador, o qual é exibido na Figura 29 abaixo:
Fonte – Os Autores
Fonte – Os Autores
4 Análise e Resultados
Fonte – Os Autores
Fonte – Os Autores
Fonte – Os Autores
Fonte – Os Autores
Capítulo 4. Análise e Resultados 84
Fonte – Os Autores
Fonte – Os Autores
Fonte – Os Autores
A queda de pressão para o lado dos tubos sem transferência de energia obteve-se
um valor de 56P a considerando a entrada no cabeçote até a outra extremidade. Já com
transferência de calor o valor obtido foi de 62, 36P a. Comparando os dois resultados
obtidos, a diferença do valor numérico é pequena com a adição da equação de energia,
uma vez que pode gerar mais erros numéricos, sendo assim o parâmetro para validação da
simulação com transferência de calor no âmbito da simulação.
A queda de pressão para o lado do casco sem transferência de calor pode ser
visualizado conforme Figura 38:
Capítulo 4. Análise e Resultados 87
Fonte – Os Autores
Fonte – Os Autores
A velocidade atingida nos tubos foi de 0, 152m/s e para o casco entre as chicanas
os valores form de 0, 3m/s, a escala de cores foi ajustada para visualizar as regiões onde o
fluido altera sua velocidade. As regiões perto da entrada e saída do casco atingiram um
valor máximo 1, 7m/s.
Os vortices gerados pelo escoamento do fluido para ambos os lados podem ser
vistos na Figura 40 a seguir:
Capítulo 4. Análise e Resultados 89
Fonte – Os Autores
Fonte – Os Autores
Fonte – Os Autores
com a equação 2.1 e a taxa de transferência de calor utilizada foi de 2, 51kW , proveniente
da teoria.
Os valores são próximos entre a teoria e o experimento, entretanto, explica-se nos
dados experimentais um gradiente maior de temperatura devido a convecção externa do ar
ambiente para o casco. Sendo na teoria considerado parede adiábatica no casco e a troca
ocorrendo entre fluido do casco, parede dos tubos e fluido dos tubos. Desconsiderando as
perdas que ocorrem nas mangueiras que engatam no trocador de calor e outros componente
como os cabeçotes e espelhos.
Para a comparação entre a teoria, simulação e experimento para queda de pressão
de ambos os lados do TCCT é conforme Figuras 43 e 44:
Capítulo 4. Análise e Resultados 92
Fonte – Os Autores
Fonte – Os Autores
5 Conclusões e Recomendações
5.1 Conclusões
Neste trabalho foi proposto o desenvolvimento de bancada didática com trocador
de calor de casco e tubos, para comparar os resultados, dos dados experimentais com os
métodos analítico e simulação computacional.
Primeiramente foi apresentado as aplicações de trocadores de calor, o qual o
funcionamento é a troca térmica entre dois fluidos, através de tubos. Foi descrito o projeto
mecânico específicados de acordo com norma e o projeto termo hidraúlico que se resume
quantificar a transferência de calor e perda de carga.
Adicionando ao cenário a simulação computacional com softwares CAD e CAE
para auxiliar o engenheiro e prover velocidade para o projeto.
Para corroborar os resultados obtidos pelos dois métodos, foi introduzido as banca-
das didáticas as quais são equipamentos desenvolvidos para analisar, comparar e validar
as teorias e simulações aplicadas.
Foram pesquisados os trabalhos anteriores relativos a área de interesse para nortear
a fundamentação teórica deste trabalho.
Foi explanado os tipos gerais de trocadores de calor sendo classificado em 4
grupos. Seguindo, manteve-se o foco no trocador de calor de casco e tubos, trazendo
as características de construção pela norma TEMA.
Iniciou-se a definição do coeficiente global de transferência de calor, sendo eles o de
projeto e o calculado, para comparação dos valores. Explicando os métodos para obte-los.
Ainda foi explanado o método de análise efetividade-NUT, o qual determinada o
quão eficiente será a troca térmica. Logo em seguida, como o método se relaciona com
as temperaturas de saída e médias para ambos os lados do TCCT, bem como calcular a
diferença média logaritmica das temperaturas, outro método de análise.
Seguindo foi demonstrado as características geométricas para o projeto termo
hidraúlico. As quais relacionam todas as váriaveis geométricas de entrada para determinar
arranjo e número de tubos e as áreas de escoamento para o lado do casco.
Com isso seguiu-se para o dimensionamento para o lado dos tubos, apresentando
as relações térmicas e hidraúlicas para determinação do coeficiente de transferência de
calor e queda de pressão.
Para o lado do casco foi apresentado o método de Bell-Delaware, o qual relaciona as
Capítulo 5. Conclusões e Recomendações 95
correntes descritas por tinker, propondo fatores para correção do coeficiente de transferência
de calor convectivo e queda de pressão. Trazendo correlações empíricas de McAdams para
a transferência de calor e para a queda de pressão dividindo-se em três áreas de escoamento
para melhor análise.
Encerrando o método análitico foi descrito o procedimento de avaliação para
dimensionamento do trocador de calor, sendo um processo iterativo.
Continuando foi apresentado o método de simulação computacional, o qual utiliza
de técnicas numéricas para a solução de problemas complexos, sendo elas o método dos
volumes finitos.
Apresentou-se as equações governantes na fluidodinâmica computacional, sendo a
conservação de massa, quantidade de movimento, energia e modelo de turbulência.
Com isso, foi apresentado o procedimento de simulação numérica, a qual passa
pelas etapas de pré-processamento, processamento e pós-processamento, sendo necessário
para obter a solução aproximada do projeto.
Com a revisão bibliográfica e fundamentação teórica explanadas, iniciou-se o
desenvolvimento do trabalho sendo eles a bancada didática, dimensionamento do trocador
de calor, simulação computacional e construção do trocador de calor.
Na bancada didática foi demonstrado o desenho e a sequência de montagem.
Descrevendo os esquipamentos que compõe a bancada e desenvolvendo um dispositivo de
fixação do trocador de calor. Ainda é explicado o funcionamento correto do equipamento
para garantir a segurança do operador.
Então demonstrou a métodologia de dimensionamento do trocador de calor de
casco e tubos. Definindo inicialmente, as condições de operação, propriedades termofísicas
dos fluidos e paramêtros das dimensões iniciais, bem como, as áreas de escoamento e de
troca térmica para determinação do coeficiente global de transferência de calor de projeto
e calculado. finalizando com as quedas de pressão para ambos os lados.
Para a simulação computacional seguiu-se com a etapa de pré-processamento, a qual
seguiu-se pelas fase de geometria, malha e setup das condições de contorno e parametros
númericos. No processamento foi visto o gráfico de resíduos pelo número de iterações,
o qual define o tempo de processamento em a solução será atingida. Por fim, a fase de
pós-processamento, a qual visualiza-se de forma gráfica os resultados obtidos.
Então seguiu-se para o desenvolvimento do trocador de calor, o qual com os
parâmetros já definidos, foi modelado e construído. Demonstrando as peças que foram
utilizadas e os processos de fabricação, finalizando com a sequência de montagem.
Por fim, foram demonstrados as análises e resultados. Primeiramente os paramêtros
medidos e análises na bancada, sendo eles: o desempenho da bancada e trocador de calor,
Capítulo 5. Conclusões e Recomendações 96
5.2 Recomendações
Neste projeto pode-se aprender os seguintes tópicos:
• Projetar e construir a bancada didática para testes com trocador de calor, com capa-
cidade de medir a vazão, temperatura e queda de pressão das linhas de escoamento
dos fluidos quente e frio; e
Alguns fatores que podem ser observados na utilização na bancada didática são
que ao rodar o fluxo deve-se prestar atenção se, não há vazamento na interface entre o
casco e os tubos, pois a ocorrência disto causa-se o esvaziamento/transbordamento dos
reservátorios.
Deve-se também ao funcionar a bancada, não ligar o aquecedor num primeiro
instante, pois se houver vazamento do trocador pode-se ocorrer acidentes desnecessários.
Antes do funcionamento, verificar se as válvulas estão corretamente abertas/fechadas,
para os o caminhos dos escoamentos dos lados quente e frio do fluido.
Como recomendação não utilizar impressão 3D para projetos que envolvem vasos
de pressão e/ou submetidos a cargas, pois a deposição dos filamentos deixam espaços
propensos a vazamentos e rupturas.
Capítulo 5. Conclusões e Recomendações 97
• Realizar estudo do projeto termo hidráulico para outros arranjos do feixe de tubos
ou para diferentes trocadores de calor; e
Referências
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