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Departamento de Ciências & tecnologia

Matemática para o Ensino


Teoria e Prática da Avaliação

AVALIAÇÃO DAS APRENDIZAGENS EM


MATEMÁTICA

Autor: Dany Brito Francisca

Praia, dezembro de 2018


Introdução
Segundo Libâneo (2013) a avaliação é um elemento necessário e permanente de toda a
atividade pedagógica. Nesse sentido, no âmbito do curso de Matemática para o Ensino, o
presente trabalho objetiva abordar aspetos concernentes da avaliação das aprendizagens na
disciplina de Matemática. Para a sua concretização, primeiramente faz-se um resumo de um
artigo sobre avaliação das aprendizagens em Matemática e de seguida faz-se uma reflexão,
referente ao mesmo assunto. O artigo intitula-se “Avaliação da aprendizagem no ensino da
Matemática: Tendências e perspetivas”, de autorias, Wagner Amaral e Reginaldo da Costa.
Para elaborar o artigo, os autores optaram por uma metodologia alicerçada em pesquisa
exploratória e bibliográfica de modo a possibilitar acesso à produções científicas e
académicas sobre a avaliação em Matemática.
Inicializando a conversa
Na tendência tradicional a avaliação é concebida como verificação sobre a capacidade do
aluno em reter informações e repetir quando solicitado. Nesse sentido a avaliação fica
fechada, limitada apenas a aplicação de testes e provas e não dá muito espaço ao
desenvolvimento reflexivo e questionador do aluno. Já na perspetiva comportamentalista a
avaliação ocorre durante o processo, mas com o propósito de verificar se os objetivos
estabelecidos inicialmente foram alcançados. Nesse sentido, ela reorganiza o processo de
ensino e aprendizagem e os comportamentos esperados são obtidos no final.
Na abordagem humanista a avaliação é centrada no aluno e é entendida como processo de
buscas de metas pessoais onde o aluno controla o seu progresso.
Na abordagem cognitivista a avaliação é apoiada em critérios e em dados qualitativos. Nesse
sentido o erro assume um valor pedagógico significativo e torna um ponto de partida para
novas aprendizagens.
Já na abordagem socio-histórica, a avaliação é um processo mútuo, ou seja, tanto o aluno e o
professor são passíveis a avaliação. Diante desse cenário fica claro que a avaliação não se
resumo a aplicação de provas e exames, nela deve estar incutido instrumentos aos alunos e
professores que apontam quais as dificuldades e progressos. Segundo Behrens (2000) a
avaliação é um processo transformador e processual que pode ser feita em coletivo, individual
e por autorreferencia.

O conceito de avaliação
A avaliação foi instituída no Brasil na década de 60 e era inicialmente chamada de exames
escolares, era tido como obrigatória para a verificação dos conhecimentos e desempenho dos
alunos e servia apenas para os classificar. Depois passou a ser chamado de aferição do
aproveitamento escolar e só em 1996 com a lei das bases o termo avaliação passou a ser
utilizado.
Normalmente quando se pensa em avaliação, pensamos em resultados de testes, fazer exames,
transitar ou não de ano, mas avaliação é muito mais do que isso, uma vez que ela assume o
papel de auxílio para o aluno avançar na sua aprendizagem e na construção do conhecimento.
A avaliação é uma ferramenta importante para o professor melhorar a qualidade de
aprendizagem dos alunos. A avaliação não se limita à um só objetivo, ela tem um significado
amplo e resulta de processos interligados. Decorrente disto a avaliação é entendida como
diagnóstica, formativa e sumativa.
A avaliação diagnóstica constitui uma apreciação qualitativa que preocupa em saber se o
aluno terá habilidades e conhecimentos necessários para o alcance de um determinado
objetivo.
A avaliação formativa é um elemento que dá subsídios para realimentar e reorganizar o
processo de ensino quando for necessário. Nesse tipo de avaliação o professor observa as
ações dos alunos e toma decisões no sentido de melhorar as aprendizagens. O diálogo é um
elemento mediador desse processo.
Já a avaliação sumativa, é pontual, pois realiza num determinado momento do processo
educativo, e serve para verificar o grau do domínio dos conteúdos face aos objetivos
estabelecidos. Ela é cumulativa, no sentido em que reúne todos os conteúdos abordados
durante o processo, e tem o objetivo social de pôr a prova, verificar. Portanto ela é
classificatória e excludente.

A avaliação no ensino da Matemática


No processo de ensino-aprendizagem em matemática preconiza-se que o professor faça uso de
situações problemas de modo a desenvolver o trabalho em grupo e a tornar a aula mais
dinâmica. Neste sentido a avaliação, deve desenvolver tópicos concernentes com quotidiano
do aluno, relacionando-os com o ensino da Matemática.
A avaliação deverá ocorrer em todos os momentos possibilitando ao professor a refletir sobre
a sua prática, e por outro lado compreender a lógica do aluno (PARANÁ, 2008).
Na avaliação das aprendizagens em Matemática preconiza-se que o professor faça uso de
métodos que demonstram ao aluno o progresso da sua aprendizagem.

Os modos ver e conceber a avaliação da aprendizagem Matemática


A partir de uma pesquiza, Fiorentini (1995) estabeleceu seis tendências que influenciaram o
modo de conceber e entender o ensino da Matemática, nomeadamente, formalista clássica,
empírico-ativista, formalista moderna, tecnicista, construtivista e sócioetnocultural.
Segundo Fiorentini (1995) na tendência formalista clássica a avaliação se pautava na sua
capacidade de reproduzir nas provas o conhecimento da mesma forma que recebeu. Já a
tendência empírico-ativista concebia que a avaliação acontece observando a capacidade do
aluno em resolver problemas, o que nos remete para a realização de atividades usando
materiais manipuláveis.
A avaliação na tendência formalista moderna ocorria a partir da verificação do uso correto da
linguagem Matemática que, segundo essa concepção, refletiria o domínio do raciocínio lógico
estrutural e das estruturas científicas da ciência Matemática nas escolas. A tendência
tecnicista tomava como referencial a verificação do domínio de algoritmos, técnicas e regras
pelo aluno como forma de evidenciar “o desenvolvimento de habilidades e atitudes e na
fixação de conceitos e princípios” (Fiorentini, 1995, p.17).
Na tendência construtivista a avaliação objetivava observar a capacidade do aluno em
estabelecer relações e reflexões sobre determinado assunto.
A tendência sócioetnocultural, parte do princípio de que não há uma única ciência
Matemática, mas, diversas expressões Matemáticas dos mais variados grupos. Neste sentido a
avaliação ocorre a partir da observação da aplicação de conhecimentos próprios nas mais
diversas situações do contexto do aluno e da consequente sistematização desses
conhecimentos na escola.
A pesquisa exploratória sobre a avaliação da aprendizagem Matemática
Das diferentes produções em avaliação das aprendizagens em Matemática percebe a relação
entre elas e com isso estabelecer três dimensões para análise, nomeadamente, avaliação
externa da aprendizagem Matemática em larga escala; uso da argumentação e do erro na
avaliação; concepções e percepções sobre a avaliação da aprendizagem Matemática.
Petronzelli (2013) traz uma análise das políticas públicas de avaliação e a realização do PISA.
A autora expõe argumentos sobre os objetivos de PISA que, segundo ela, tem o objetivo de
observar a capacidade do aluno em identificar símbolos matemáticos e estruturas, ter o
domínio das operações matemáticas, de comunicar as ideias matemáticas e principalmente
identificar o papel da Matemática na realidade.
Ortigão, Aguiar e Souza (2013) apresentam uma análise sobre as avaliações nacionais como a
Prova Brasil e Sistema de Nacional de Avaliação Educação Básica (SAEB). Nesse sentido,
apresentam os objetivos das avaliações em larga escala, a descrição do processo de avaliação,
os instrumentos utilizados, fazem uma distinção entre a Teoria Clássica dos Testes e a Teoria
de Resposta ao Item e com isso justifica a substituição da primeira pela segunda, como forma
de possibilitar o uso dos dados das avaliações realizadas e por fim, apresentam a escala de
proficiência em matemática que expressam os conteúdos e habilidades inerentes aos alunos do
5º e 9º anos do Ensino Fundamental.
A intenção dos autores é apresentar, aos professores, como os resultados expressos nas
avaliações SAEB e Prova Brasil, podem contribuir com as mudanças educacionais
necessárias.

O trabalho de Albuquerque e Gontijo (2013) traz uma análise das concepções dos professores
de matemática do Ensino Fundamental sobre a avaliação. As concepções dos professores,
segundo os autores, passam pelo propósito de se realizar a avaliação, pelo modo instituído ao
avaliar e também pelo significado atribuído ao ato de avaliar. A partir da análise realizada, os
autores perceberam que existem vários instrumentos significativos, mas o foco maior é a
prova.

O trabalho de Teixeira (2013) apresenta uma investigação realizada acerca das representações
que alunos do 9º ano do Ensino Fundamental detinham sobre a avaliação da aprendizagem
matemática. Nesse sentido, a autora, utiliza a teoria das Representações Sociais para constituir
os significados e sentidos que os alunos atribuem à avaliação na disciplina de matemática e,
destaca a forte influência que as representações dos alunos têm sobre o seu desempenho na
disciplina de matemática.

Maia (2013) apresenta elementos teóricos sobre a capacidade argumentativa dos alunos diante
das situações e exercícios que envolvem o raciocínio. Segundo o autor essa forma de
expressão do aluno, o discurso argumentativo, possibilita também diagnosticar algumas
dificuldades que este possa apresentar em relação à aprendizagem matemática.

A pesquisa relatada por Aguilar Júnior e Nasser (2013) destaca também a importância da
argumentação no processo de avaliação na disciplina de matemática, tendo como instrumento
mais específico a prova matemática. Os autores apresentam elementos teóricos que explicitam
a importância do conhecimento matemático na vida quotidiana dos alunos, expressam
características tradicionais que distanciam o ensino dessa disciplina dos objetivos
estabelecidos e apontam o processo de avaliação como uma das causas do panorama nada
animador do ensino da matemática na atualidade.
Reflexão sobre a avaliação das aprendizagens em Matemática

Dos pontos acima citados infere-se que os objetivos da avaliação quando aplicado ao aluno
atingem tanto o professor como o aluno, neste sentido para o aluno ela é importante, pois
avalia seus conhecimentos matemáticos, é uma forma de acompanhar o seu desenvolvimento
nos procedimentos matemáticos e com ela o próprio aluno poderá analisar as suas
dificuldades e para o professor é um facilitador na verificação de métodos mais adequados
para aplicação do conteúdo. É comum o professor utilizar como forma de avaliação os testes,
não é errado, porém não é uma maneira completa de avaliar, pois dessa forma o professor
estará apenas analisando a capacidade que o aluno tem de memorizar técnicas e regras e assim
não oferecendo informações sobre a aprendizagem efetiva do aluno. A esse respeito
Vasconcelos (1998) mostra que o problema que o problema não está no facto de o professor
utilizar “provas”, mas sim em dar-lhes um caráter irreversível que expressa um resultado final
e extingue as possibilidades de o aluno vir a superar as dificuldades. Dessa forma, não
favorece o desenvolvimento do aluno e condena-o ao fracasso, uma vez que leva a diminuir a
sua autoestima e sentir-se incapaz de aprender diante daquele que sabe tudo.
Bicudo (2005), ao falar das formas de autoritarismo que o professor pode assumir em sala de
aula, leva a crer que uma avaliação alicerçada em testes, pode ser uma manifestação do que a
autora denomina de “autoritarismo sutil”, uma “violência cultural exercida pelos que
pretensamente tudo sabem e ensinam aos que nada sabem”. Essas palavras nos levam a
questionar tanto os critérios nos quais devemos nos apoiar para avaliar o aluno em
Matemática, quanto os motivos que levam os professores a assumirem a prova como seu
principal instrumento de avaliação. Será que só com provas pode interpretar o que foi
compreendido pelo aluno? Onde fica o “a ser conhecido”? O que, como professores,
queremos avaliar? Como lidamos com os erros percebidos nos instrumentos ditos de
avaliação?
O que acontece realmente é que um professor ao ser empregado, ele é submetido a políticas
pedagógicas, e a maioria delas contém como artifício avaliador, uma prova, que de qualquer
forma avalia o aluno, mas de forma superficial. No que confere a avaliação ideias sempre são
postas em teoria, afim de empregar mudanças no ensino, porém na prática, o sistema falha.
Para que a avaliação em Matemática seja um instrumento que acompanha e analisa o
desenvolvimento da aprendizagem do aluno é necessário que nele sejam trabalhados todos os
conceitos matemáticos pertinentes ao conteúdo em questão, utilizar procedimentos para a
realização de atividades propostas como: comunicação, algoritmos e construção geométrica.
O aluno deverá sentir estimulado a ir em busca da solução, ser crítico com o seu trabalho e
dos colegas. Assim conseguindo fazer relação com os outros conteúdos, ampliando o seu
raciocínio lógico.
Existem inúmeras alternativas para melhorar a qualidade do ensino-aprendizagem em
matemática, contudo tendo em conta o avanço das tecnologias e com a modernização do
mundo onde cada vez há mais aderência as TIC preconiza-se que o professor faça o uso de
softwares matemáticos, tal como o GeoGebra, de modo a facilitar o processo ensino-
aprendizagem, uma vez que este ajuda a desenvolver habilidades e a construir processos de
conceituação.
Referências bibliográficas
Do Amaral, W. A., & Da costa, R. R. (s.d.). AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM NO ENSINO DA
MATEMÁTICA: TENDÊNCIAS E PERSPECTIVAS. EDUCERE, 15.

Paulo, R. M., & Augustus de Paula Santos, J. C. (s.d.). AVALIAÇÃO EM MATEMÁTICA: UMA LEITURA DE
CONCEPÇÕES E ANÁLISE DO VIVIDO NA SALA DE AULA . Ciencia & Educação, 15.

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