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1 Potencial de variedades de mandioca como fonte de alimentação humana e animal

3 Resumo:

4 A mandioca é uma cultura que constitui uma das fontes mais econômicas de

5 carboidratos nos trópicos, desempenhando um papel importante na alimentação humana

6 e animal e como matéria prima na indústria de processamento de farinha, amido e

7 fécula. O cultivo da mandioca está quase que exclusivamente relacionado à produção de raízes,

8 sendo este o principal critério de seleção. Embora amplamente cultivada no território

9 brasileiro, tem sua utilização na alimentação animal pouco difundida. Objetivou-se no

10 trabalho, selecionar variedades de mandioca com potencial para alimentação humana e animal.

11 O experimento foi conduzido no Centro de Ciências Agrárias – CECA da Universidade

12 Federal de Alagoas – UFAL, Rio Largo – AL no período de julho de 2013 a setembro

13 de 2014. As variedades avaliadas foram: Dona Diva, Mineiro, Híbrido 1692,

14 Rosinha,Híbrido 1722, Rosa, Saracura, Manteiga e Boa Mesa Clara. O delineamento

15 utilizado foi em bloco ao acaso, com nove tratamento e quatro repetições. As variedades

16 Saracura, Rosinha, Manteiga, Boa Mesa Clara, Dona Divae Rosa, apresentaram

17 melhores resultados para a alimentação humana. As variedades Saracura, Rosinha, Boa

18 mesa clara e manteiga apresentaram aptidão para alimentação humana e animal.

19 Palavras chaves: Biomassa, raízes tuberosas, cocção

20

21 Selecting Varieties of cassava for human consumption and animal


22

23 Abstract:

24 The cassava is a culture that is one of the cheapest sources of carbohydrates in the

25 tropics, playing an important role in food and animal feed and as raw material in the

1
26 flour processing industry and starch. The cultivation of cassava is almost exclusively

27 related to the production of roots, being the main selection criterion. Although widely

28 cultivated in Brazil, has its little known animal feed. The objective this experiment was

29 select varieties of cassava for human food and animal feed. The experiment was

30 conducted at Center of Agrarian Sciences at Federal University of Alagoas - UFAL,

31 Brazil. The experiment wasconducted from July 2013 to September 2014. The varieties

32 were evaluated: Dona Diva, Mining, Hybrid 1692, Rosie, Unknown Pink Saracura,

33 Butter and Good Food Clara. The design was a randomized block with nine treatment

34 and four replications. The Saracura varieties, Rosie, Butter, Good Food Clara, Dona

35 Diva and Rosa, were stood out for human consumption. The Saracura varieties, Rosie,

36 Good light table and butter obtained wide suitability for Human and animal

37 consumption.

38 Key words:Biomass, tuberous roots, cooking

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40 INTRODUÇÃO
41 A mandioca é uma cultura que constitui uma das fontes mais econômicas de
42 carboidratos nos trópicos, desempenhando um papel importante na alimentação humana
43 e animal e como matéria prima na indústria de processamento de farinha, amido e
44 fécula. É considerada uma cultura de subsistência, sendo a principal fonte de calorias
45 para mais de quinhentos milhões de pessoas nos trópicos, com produção estimada 281,7
46 milhões de toneladas em 2014 (FAO, 2014; Maríquez, 2006).
47 A necessidade de aumentar a produção de alimentos para atender a demanda
48 mundial, vem estimulando o crescimento da área plantada ao longo das últimas décadas
49 e continua com um ritmo de crescimento expressivo, passando de 99,1 milhões de
50 toneladas em 1970 para 233,8 milhões de toneladas em 2009, um aumento de 135,95
51 (FAO, 2009).
52 O continente africano, é o maior produtor mundial e vem aumentando a sua
53 participação na produção de mandioca, tendo alcançado aproximadamente 118 milhões
54 de toneladas, o que corresponde a 51% da produção mundial registrada no ano de 2008.
55 Na sequência, a Ásia, com uma participação de 33% e a América do Sul com 15%. Na

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56 África, a mandioca representa a principal fonte alimentícia para cerca de 60% da
57 população (FAO, 2009).
58 O Brasil destacava-se como maior produtor mundial de mandioca até 1991 quando
59 foi superado pela Nigéria, atualmente, ocupa a quarta posição no ranking mundial, atrás
60 da Nigéria, Indonésia e Tailândia (FAO, 2014).
61 Entre as culturas temporárias, a mandioca ocupa a terceira colocação em termos de
62 valor da produção agrícola brasileira, inferior apenas à cana-de-açúcar e a soja, com
63 uma produção de aproximadamente 23,5 milhões de toneladas com aumento de 10,6%
64 na produção em relação ao mês de agosto de 2013 (IBGE, 2014).
65 Presente em todo o território brasileiro, a cultura da mandioca é explorada em duas
66 modalidades: os cultivos destinados à subsistência ou consumo animal e as lavouras
67 comerciais com grandes extensões, cujo consumo principal são as fecularias ou as
68 farinheiras.
69 A região nordeste com maior área destinada ao cultivo da mandioca, ainda guarda
70 essa semelhança de exploração artesanal, cuja mão-de-obra é essencialmente familiar e
71 predominam as lavouras pequenas. Entretanto, esta região se constitui na maior
72 produtora de mandioca, representando cerca de 33% da produção nacional. Seus
73 principais produtores são a Bahia, Maranhão e Ceará.
74 O Estado de Alagoas para 2014 tem previsão de colher cerca de 235.355 toneladas de
75 mandioca, representando um aumento de 5,56% comparado com a produção de 2013,
76 sendo que a sua maior produção localizada na região de Arapiraca, AL (IBGE, 2014;
77 Mezette, 2007).
78 O consumo culinário de raízes de mandioca é prática cultural nos trópicos, sendo
79 essa raiz amplamente utilizada na forma cozida, assada, frita ou integrando pratos mais
80 complexos. Atualmente, a mandioca para uso culinário é comercializada como vegetal
81 fresco ou minimamente processada, refrigerada ou congelada, ou também na forma pré-
82 cozida facilitando o preparo e consumo, (Oliveira, 2005).
83 O consumo per capta de mandioca nos domicílios da população brasileira foi de 2,26
84 kg de raízes frescas in natura. O consumo médio de farinha e fécula foram de 7,93 e
85 0,73 kg respectivamente(MENDES et al., 2009).
86 A mandioca, embora amplamente cultivada no território brasileiro, tem sua utilização
87 na alimentação animal pouco difundida. A planta de mandioca pode ser dividida em
88 duas partes, a parte aérea (caule, pecíolos e folhas), altamente proteica e as raízes, que
89 são ricas em carboidratos conferindo alto valor energético. Tanto a parte aérea como as

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90 raízes da mandioca podem ser utilizadas na alimentação animal na forma fresca, feno ou
91 silagem (Curcelli& Felipe, 2009).
92 O cultivo da mandioca está quase que exclusivamente relacionado à produção de
93 raízes, sendo este o principal critério de seleção (Coqueiro, 2013). A grande maioria dos
94 produtores de mandioca tem a parte aérea considerada como um subproduto da
95 produção de raízes. Esse é deixado no solo após a colheita ou práticas culturais como a
96 poda, enquanto poderia ser utilizado para a alimentação animal, principalmente em
97 pequenas e médias propriedades (Curcelli& Felipe, 2009).
98 O trabalho tem importância relevante para a solução das demandas alimentar dos
99 rebanhos da pecuária nordestina, utilizando a mandioca não apenas para consumo
100 humano, mas também, como fornecedora de matéria prima para ração animal, visto que
101 a mandioca possui grande oportunidade para ocupar espaço na alimentação animal, por
102 apresenta boas condições de adaptações e desenvolvimento ao clima semiárido do
103 nordeste, com rendimentos satisfatórios comparada a outras culturas forrageiras locais.
104 Visando melhorar o aproveitamento da cultura de mandioca e seus resíduos, o
105 presente trabalho teve como objetivo avaliar o potencial de variedades de mandioca de
106 mesa com aptidão para produção de raízes e biomassa aérea para alimentação humana e
107 animal.

108

109 MATERIAL E MÉTODOS


110 O trabalho foi desenvolvido na área experimental da Unidade Acadêmica Centro de
111 Ciências Agrárias da Universidade Federal de Alagoas – Campus Delza Gitaí – Rio
112 Largo – AL (latitude S 09°28`02”, longitude W 35°49`43”, altitude 127 m), no período
113 de julho de 2013 a setembro de 2014. O solo da área experimental foi classificado como
114 Latossolo Amarelo Coeso Argissólico com textura média argilosa(EMBRAPA, 2014).
115 Foi realizado a coleta de solo na área de condução do experimento e enviado para
116 laboratório para análise química do solo e posteriormente determinado sua correção e
117 fertilização (Tabela 1).
118
119 Tabela 1. Análise química do solo da área de instalação do experimento (camada de
120 0-20 cm de profundidade)
pH M.O. Na P K Ca + Mg Ca Mg Al H + Al Fe Cu Zn Mn SB CTC V m

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H20 (g kg-1) (mg dm-3) (mmolcdm-3) (mg dm-3) (cmolc dm-3) (%)
5,7 2,87 11 5 20 4,4 3,1 1,3 0 0,9 263 0,93 1,2 5,13 4,5 5,4 83 0,7
121
122 A Correção e adubação do solo foi alicerçada na análise de solo e exigência da
123 cultura, baseadas nas recomendações do Instituto Agronômico de Pernambuco, (IPA,
124 2008). A adubação foi aplicada no fundo das covas 175 kg há-1 de sulfato de amônio,
125 333,33 kg há-1 de superfosfato simples e 83,3 kg há-1 de cloreto de Potássio, fornecendo
126 35 kg há-1de Nitrogênio, 60 kg há-1 de Fósforo e 40 kg há-1 de Potássio.
127 O preparo do solo constituiu-se de aração e gradagem a 20 cm de profundidade e
128 posteriormente o sulcamento para formação dos camalhões espaçados em 1 m. O plantio
129 foi realizado em camalhões com 0,50 m de elevação, com manivas de 0,20 m de
130 comprimento com média de 6 gemas por maniva colocadas na posição horizontal em
131 covas abertas manualmente com enxadas com profundidade aproximadamente de 0,10
132 m, nos quais foram colocados as doses de adubação recomendada, a seguir foi
133 adicionado uma fina camada de terra sobre o fertilizante, com a finalidade de evitar o
134 contato direto deste com o material propagativo, pondo a maniva por cima e estas
135 posteriormente cobertas com terra.
136 A área de cada unidade experimental foi de 25 m² contendo 5 linhas com
137 espaçamento de 1,0 m entre linhas e 0,5 m entre plantas com uma população de 50
138 plantas por parcela, totalizando 1800 plantas em 900 m2 de área útil total do
139 experimento.
140 Foi verificado o potencial de brotação das plantas e sua permanência no ambiente,
141 fazendo-se a contagem da emergência das brotações das plantas por tratamento.
142 Considerava-se broto emergido quando as folhas verdadeiras expostas estiverem
143 totalmente expandidas.
144 A adubação de cobertura foi realizada aos sessenta dias após a brotação das plantas
145 aplicando-se as doses de fertilizante individual e manualmente em aproximadamente 10
146 cm de cada planta.
147 A altura das plantas foi medida utilizando uma trena milimetrada, tomando como
148 ponto inicial o colo da planta até o ponto do ramo mais alto da mesma, as raízes de
149 plantas foram contadas e pesadas individualmente para verificado o número de raízes
150 por planta e peso de raízes por planta em kg e posteriormente expressa sua produção em
151 kg ha-1. Para a produção da parte aérea foram pesados todos os ramos e folhas e
152 expresso em kg ha-1. As raízes e parte aérea colhidas foram levadas ao laboratório de

5
153 tecnologia de alimentos onde foi dado continuidade as análises de cumprimento e
154 diâmetro de raízes em centímetro com uso de régua e paquímetro.

155 As raízes foram lavadas para eliminação de material estranho presente, (matéria
156 orgânica e minerais), descascadas e separadas as cascas, pontas fibrosas e polpa, suas
157 massas foram pesadas e determinado o rendimento de polpa em percentagem. Para a
158 determinação do tempo de cozimento foram escolhidas raízes de três plantas sadias de
159 cada tratamento, das quais foram selecionadas uma raiz de cada planta, descascadas,
160 lavadas e submetidas ao protocolo de determinação do tempo de cozimento proposto
161 por Miranda et al. (2000).

162 O delineamento experimental adotado foi em blocos casualizados, contendo nove


163 tratamentos, com quatro repetições. Os tratamentos foram constituídos de nove
164 variedades de mandioca de mesa, oriundas do Centro Nacional de Pesquisa
165 Agropecuária (EMBRAPA – Tabuleiros Costeiros), Rio Largo – AL, conforme
166 descritas: Dona Diva, Mineiro, Híbrido 1692, Rosinha (Testemunha), Híbrido 1722,
167 Rosa, Saracura, Manteiga e Boa Mesa Clara.
168 Os dados obtidos foram e submetidos a análise de variância e aplicado o teste de
169 Tukey a 5% de probabilidade para comparação das médias. As análises estatísticas
170 foram realizadas através do software Assistat, versão 7.7 beta. (Silva, 2002).
171
172 RESULTADOS E DISCUSSÃO
173 Com exceção do diâmetro das raízes e do número de raízes por planta, a análise de
174 variância constatou diferença estatística significativa para as demais características
175 avaliadas nas variedades de mandioca em estudo.
176 As variedades Rosa e Saracura apresentaram os maiores valores médios de brotação
177 das manivas, diferindo entre os Híbridos 1692 e Híbrido 1722, que obtiveram menores
178 valores médios de brotação, (Tabela 1). O Híbrido 1722 apresentou diferença
179 significativa em relação as variedades Dona Diva, Mineira e Rosinha. Esses resultados
180 foram superiores aos obtidos por Alves, et al.(2008), com apenas 60% de brotação e
181 semelhantes aos obtidos por Câmara et al. (1982), quando avaliou o vigor das mudas de
182 mandioca, através do diâmetro das manivas.
183

6
184 Tabela 1. Valores médios de cultivares de mandioca para brotação de mandioca (BM),
185 altura da planta (AP), produção da parte aérea (PPA) e produção de raízes (PR)
Tratamento B.M AP PPA PR
--(%)---. ---(m)---- -------------------------(t ha-1)---------------------------------
Dona Diva 81,6 ab 2.26 abc 9,66 ab 20,26 ab
Mineira 81,3 ab 1.51 c 3.42 b 8,62 b
Híbrido 1692 72,5 bc 2.75 a 10,69 a 20,60 ab
Rosinha 85,6 ab 2.30 ab 12,83 a 21,94 ab
Híbrido 1722 70,3 c 2.34 ab 9,54 ab 20,21 ab
Rosa 86,9 a 2.40 ab 11,64 a 14,04 ab
Saracura 89,8 a 1.88 bc 10,83 a 27,96 a
Manteiga 74,5 abc 2.19 abc 10,31 ab 21,93 ab
Boa Mesa Clara 74,5 abc 2.57 ab 14,24 a 19,09 ab
CV (%) 9.63 14.24 28.27 33.88
F 6.58 ** 5.0741** 3.9403 ** 2.7069*
186 Médias seguidas das mesmas letras nas colunas, não diferem pelo teste de Tukey * * (p≤0,01%) e * (p≤0,05%).

187
188 A brotação das manivas representa a primeira fase fisiológica das cinco descritas
189 para a cultura da mandioca, sendo que, existindo condições favoráveis de umidade e
190 temperatura, após o sétimo dia de plantio, surgem as primeiras raízes fibrosas que se
191 situam próximo às gemas e nas extremidades das manivas, com predominância na base
192 da maniva (Lorenze et al., 1995).
193 Fatores ambientais como temperatura e fotoperíodo afetam o crescimento e o
194 desenvolvimento da cultura de mandioca. A temperatura do ar afeta a brotação das
195 manivas, a formação, o tamanho e a vida útil das folhas na planta (Alves et al., 2009;
196 Lorenzi et al., 1995 e Ternes, 2002). A variação do desempenho individual das
197 variedades quando submetidas às mesmas condições ambientais, ou seja: observadas
198 quanto a brotação das manivas submetidas às mesmas condições quanto a qualidade e
199 idade do material propagativo, umidade do solo, temperatura, umidade relativa do ar,
200 fotoperíodo, adubação e manejo do solo e da cultura, a desuniformidade de brotação
201 pode ser considerada uma resposta fisiológica das plantas às condições edafoclimáticas
202 do meio.
203 A maior média de altura de plantas foi de 2,75 m, alcançada pelo Híbrido 1692, que
204 diferiu das variedades Saracura e Mineiro com 1,88 e 1,51 m respectivamente (Tabela
205 1). Ao avaliar nove variedades de mandioca durante três anos, (Vidigar Filho, 2000)
206 obteve uma amplitude de 0,64 a 3,03 m para a altura de plantas. Em estudo de espécies
207 do gênero Monihot, a mandioca alcançou a segunda maior altura de planta com 1,07 m
208 (Ferreira et al., 2009). Com exceção para as variedades Mineira e saracura, a altura de
209 planta foi considerada satisfatória para as demais variedades, com atura superior a 2 m,
210 o que pode conferir maior rendimento de massa aérea para fins de alimentação animal.

7
211 A altura da planta não teve relação determinante para o peso da parte aérea para
212 maioria das variedades. Embora, o Híbrido 1692 ter alcançado o maior porte, o maior
213 rendimento de biomassa aérea foi obtido pela variedade Boa Mesa Clara, diferindo da
214 Mineiro. A divergência entre altura da planta e peso da parte aérea deve-se a arquitetura,
215 morfologia, fisiologia, ramificação, espessura e densidade da matéria vegetal das
216 plantas, cujas variedades tem suas peculiaridades.
217 A produção da parte aérea das variedades variou entre 14,96 e 3,42 t ha-1 com média
218 de 10,82 t ha-1, essa variação foi também observada em outros trabalhos quando
219 estudado o comportamento de variedades por Vidgal Filho, (2000) ao avaliar variedades
220 de mandioca durante três anos, obteve uma produtividade média de 15,77 t ha-1, uma
221 amplitude de 27,2 t ha-1. Oliveira, (2010) obteve 4,5 t ha-1 de massa aérea de mandioca,
222 observando também o aumento de produtividade em função da época de colheita a
223 partir 300 dias após o plantio.
224 A produtividade de parte aérea tende a aumentar quando submetido a poda, (Ferreira
225 Filho 2007) alcançou produtividade de aproximadamente 132 t ha-1 de massa aérea de
226 mandioca submetidas a quatro intervalos de corte, um valor muito alto comparado com
227 outros trabalhos atuais.
228 A principal finalidade da parte aérea da mandioca é o fornecimento de ração para
229 alimentação animal em diversas formas. Os valores de massa aérea de mandioca obtidos
230 representam uma boa fonte de alimentação alternativa para os rebanhos do semiárido
231 nordestino no período de escassez de alimentos.
232 A maior produtividade de raízes foi obtida pela variedade Saracura, com
233 aproximadamente 28 t ha-1, diferindo apenas da Mineiro com 8,62 t ha-1, (Tabela 1).
234 Esses valores são considerados elevados visto que, as variedades de mandioca de mesa
235 geralmente apresentam baixa produtividade, comparando com as variedades para fins
236 industriais.
237 Com exceção da variedade Mineira, todas as variedades apresentaram produtividade
238 de raízes suficiente, considerando a produtividade média nacional de 14 t ha-1. Os
239 valores médios do presente trabalho foram próximos daquele alcançados porVidgal
240 Filho (2000), com produtividade média de 23,14 t ha-1 de raízes de mandioca e Mezette,
241 (2009)que alcançou produtividade média total de raízes de 21,47 t ha-1.
242 Comparando a produtividade de raízes obtida no presente trabalho com as mesmas
243 variedades estudadas por outros autores, obteve-se resultados superiores para as
244 variedades Saracura e Manteiga, quando comparadas com os valores obtidos por

8
245 Borges, (2002), que obteve produtividade de raízes de 23,99 e 18,03 t ha-1
246 respectivamente para as variedades as variedades Saracura e Manteiga. Resultados
247 semelhantes foramobservado para a variedade Rosinha, com variação menor que 1 t ha-1
248 (Diniz, 2009).
249 A produtividade de raízes, se manifesta com um significativo aumento de produção
250 em função do aumento do tempo de colheita, por outro lado, apresenta redução quando
251 submetida a poda da parte aérea. O aumento da frequência da poda e o intervalo entre a
252 poda e a colheita resulta na diminuição do rendimento de raízes, respondendo
253 diretamente a sua severidade, indicando que o rendimento das raízes tuberosas de
254 mandioca ocorre simultaneamente à parte aérea, (Moura & Costa, 2001; Oliveira, 2019;
255 Vidigal Filho, 2010). Este fato exige um planejamento do manejo da cultura baseado
256 nos objetivos e finalidades de produção pretendidas.
257 O comprimento de raízes de mandioca (Tabela 2) variou de 26,95 a 17,70 cm para
258 oHíbrido 1722e Mineira respectivamente, havendo diferença estatística apenas estre
259 essas variedades. Resultados semelhantes quando comparados aos trabalhos de
260 Albuquerque et al.(2009, 2012), e inferior as médias de comprimento de raiz
261 apresentadas por Gomes et al. (2007)que obteve raízes com até 39 cm de comprimento
262 ao avaliar cem clones de mandioca.
263
264 Tabela 2. Valores médios do comprimento das raízes (CR), número de raízes (NR), peso
265 médio das raízes (PMR) rendimento de polpa (RP), diâmetro da raiz (DR) e período de
266 cozimentos de raízes de mandioca (PC).
267

CR NR PMR RP DR PC
Tratamento
(cm) (un.) (kg) % Mm Min
Dona Diva 26.4Z ab 5.75 a 0.28 b 77.90 ab 44.97 a 19.00 f
Mineira 17.70 b 3.25 a 0.46 ab 85.74 a 52.33 a 32.00 b
Híbrido 1692 23.87 ab 4.50 a 0.77 a 77.21 b 53.53 a 34.00 a
Rosinha 25.71 ab 4.25 a 0.47 ab 84.34 ab 47.23 a 19.25 f
Híbrido 1722 26.95 a 4.50 a 0.67 ab 85.10 ab 48.86 a 30.75 c
Rosa 22.70 ab 4.50 a 0.43 ab 81.65 ab 46.47 a 29.00 cd
Saracura 26.62 ab 6.62 a 0.42 ab 85.43 ab 52.24 a 28.00 d
Manteiga 25.75 ab 5.12 a 0.50 ab 83.35 ab 51.30 a 29.00 cd
Boa Mesa Clara 25.79 ab 4.12 a 0.64 ab 83.97 ab 51.07 a 23.00 e
CV% 15,49 29,53 35,68 4,33 11.05 3.01
268 Médias seguidas das mesmas letras nas colunas, não diferem pelo teste de Tukey * * (p≤0,01%) e *
269 (p≤0,05%).

9
270
271 O aumento da densidade de plantas reduz o tamanho das raízes, sendo um dos fatores
272 cruciais na escolha de raízes de mandioca pelos consumidores para o consumo. A
273 dificuldade de descasque, raízes muito grandes e muito pequenas não são bem aceitas
274 (Aguiar, 2003). As raízes são classificadas em três grupos quanto ao tamanho: graúdas,
275 médias e miúdas, essa classificação é de forma empírica e realizada de forma visual,
276 sendo as graúdas com maior valor de mercado, (Aguiar, 2003).
277 Essa classificação impossibilita uma melhor comparação das raízes de mandioca de
278 mesa quanto ao tamanho das raízes de cultivares industriais, que são classificadas como
279 ideais, as raízes compreendidas entre 30 e 40 cm de comprimento. (Coimbra, 2014).
280 O número de raízes por planta variou de 3,25 a 6,62 unidades, entretanto não houve
281 diferença significativa entre as variedades estudadas (Tabela 2). Valores superiores
282 foram obtido por Albuquerque, (2012);Johanns, (2008); Gomes, (2007) e Bruno,
283 (2007).
284 Os números de raízes por planta foram mantidos em uma pequena variação entre as
285 variedades com amplitude de apenas 2,5 raízes, conferindo semelhança entre as
286 variedades. Os trabalhos comparados apresentaram grande variação de número de raízes
287 por plantas chegando a uma amplitude maior que 10 raízes por planta, apresentando
288 uma variabilidade entre as variedades para estas características.
289 Os resultados do número de raízes por planta são considerados satisfatório por se ter
290 média suficientes e em equilíbrio para garantir uma boa produção, o que não foi
291 conferido nos demais trabalhos comparados que obteriam plantas com apenas 1,62
292 raízes.(Gomes et al., 2007)
293 O Híbrido 1692 apresentou maior peso médio de raiz, diferindo apenas da variedade
294 Dona Diva, que pode comprometer a aceitação e suas raízes no mercado devido à
295 redução do seu peso. Os dados obtidos para o peso médio de raiz foram maiores quando
296 comparados com os trabalhos desenvolvido por Mezette et al. (2009)
297 O hibrido 1692 apresentou o menor rendimento de polpa, entretanto não diferiu das
298 demais com exceção da mineiro que obteve omaior rendimento de polpa (85,74%). Este
299 fato pode ser explicado pela fina película de casca sobre a polpa, diferentemente do
300 híbrido 1692 que possui maior espessura de córtex, visto que o rendimento de polpa das
301 raízes de mandioca está diretamente relacionado as características da casca, película
302 externa suberificada, superior a casca ou córtex que por sua vez recobre o cilindro
303 central, (polpa), que é a parte comestível (Câmara et al., 1982).

10
304 As variedades não apresentaram diferença estatística para o diâmetro da raiz, mas são
305 considerados satisfatório quando comparados com os trabalhos de Gomes et al.(2007) e
306 Albuquerque et al.(2009, 2012).
307 Dentre as variáveis avaliados a que apresentou a maior diferença foi o período de
308 cozimento das raízes, com oscilação entre 19 a 34 minutos. As variedades Dona Diva e
309 Rosinha alcançaram o ponto de cocção em menor tempo, diferindo das demais
310 variedades e não diferindo entre si. O híbrido 1692 e a variedade Mineira apresentaram
311 maior tempo de cocção, 34 e 32 minutos respectivamente. Um dos fatores que
312 justificam esse maior tempo de cocção foi a espessura da raiz, visto que estas
313 apresentaram maior diâmetro, sendo necessário maior tempo para cozimento da parte
314 mais interna das raízes e manter a homogeneização (Lorenzi et al., 1994).
315 Avaliando o tempo de cozimento, observaram que este pode ser prolongado devido à
316 idade da planta e pelo tipo de solo e suas qualidades nutricionais, de modo que solos
317 menos férteis produzem raízes com cozimento mais prolongado ou simplesmente não
318 cozinham (Lorenzi et al., 1994;Mezette et al., 2007). O tempo de cocção médio das
319 raízes é superior para as plantas não podadas, em relação àquelas que sofrem poda da
320 parte aérea (Oliveira et al., 2010)
321 As variedades Saracura e Manteiga apresentaram tempo de cocção de 28 e 29
322 minutos respectivamente não diferindo entre elas no presente trabalho bem como no
323 trabalho de Borger et al. (2002) que obteve 25,47 e 24,47 minutos respectivamente para
324 Saracura e Manteiga, ambas diferindo em apenas um minuto no tempo de cocção para
325 ambos os trabalhos mantendo-se a variedade saracura na posição de um minuto a mais
326 no tempo de cozimento.
327 Os resultados obtidos para cozimento das raízes, foram semelhantes aos encontrados
328 por Oliveira et al.(2010) que obtiveram tempo de cocção de raízes de 19 minutos e
329 Borges et al. (2002) com intervalo de cocção semelhante 19 e 30 minutose inferior aos
330 obtidos por Mezette et al. (2007) que obteve tempo de cozimento de raízes de mandioca
331 de até 52 minutos.
332 Com exceção do hibrido 1692 e da variedade Mineiro, as demais variedades em
333 estudo apresentaram tempo de cocção adequado, ou seja, inferior ao limite crítico de 30
334 minutos proposto por Pereira et al., (1985), ou seja, podem ser classificadas como de
335 bom cozimento, sendo este um fator determinante na escolha de raízes para fins
336 culinários.
337

11
338 CONCLUSÕES
339 1. As variedades Saracura, Rosinha, Manteiga, Boa Mesa Clara, Dona Diva e Rosa
340 obtiveram os melhores resultados para o consumo humano para a maioria das
341 características avaliadas para este fim.
342 2. As variedades Saracura, Rosinha, Boa Mesa Clara e Manteiga se destacaram como
343 variedades mistas tanto para alimentação humana quanto animal.
344 3. Todas as variedades apresentaram potencial para alimentação animal, com
345 exceção da Mineira e Rosa.
346
347
348 LITERATURA CITADA
349
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