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ATIVIDADE AVALIATIVA – ARTIGO

Alunos: Paulo Roberto de Souza Anastácio


Disciplina: Antropologia
Professora: Ângela Paiva
Turma: 5° Período
Data de Entrega: 10/06/2018

ANTROPOLOGIA POLÍTICA E CULTURA POLÍTICA NO BRASIL

RESUMO

Segundo o filósofo grego Aristóteles, a política é a ciência que tem por objetivo a
felicidade humana buscando conhecimento como meio para a ação. Entretanto, visto a
aversão que muitos tem a política a definição de Aristóteles se encontra
descontextualizada em muitas realidades. Partindo da conceituação pode-se ter uma
compreensão melhor da Antropologia Política e da Cultura Política, campos do
conhecimento que trazem novos olhares e perspectivas sobre a história. A partir de
trabalhos etnográficos é possível conhecer melhor as histórias que envolvem a trajetória
política de um país.
ANTROPOLOGIA POLÍTICA E CULTURA POLÍTICA NO BRASIL

É a partir dos conceitos que tentar-se-á introduzir uma discussão acerca do tema
Antropologia Política e Cultura Política no Brasil.

Antropologia, do grego, é a junção das palavras anthropos (homem) e logos


(estudo, razão, pensamento). Esta ciência social investiga, estuda e analisa o homem
como ser de produção cultural e ser da própria cultura ao longo dos tempos, considera
várias perspectivas em diferentes segmentos de estudo.

Já a Política que é um desses segmentos também tem a origem do grego, politiká,


uma derivação de polis que designa aquilo que é público. Seu significado é ligado a
governança de um Estado ou Nação, de certo, uma arte de negociação para compatibilizar
interesses.

Logo percebe-se que a política pode ser concebida como produto cultural, assim
é intimamente ligada a sociedade que se insere. Conseguinte pode se adotar o termo
cultura política para se referir ao conjunto de atitudes, normas, crenças e valores políticos
partilhados pela maioria dos membros de uma determinada sociedade ou nação.

O interesse da antropologia pela política ocorreu logo em sua fundação só que de


uma forma diferente a qual se concebe hoje.

O interesse da antropologia pela política existe desde os primórdios da


disciplina, uma vez que o estudo de sociedades e relações sociais é estreitamente
ligado à temática das relações de poder. No contexto da tradição evolucionista,
que marcou a fase inicial da antropologia, o foco recaía sobre as formas e os
sistemas de poder em sociedades “primitivas”, cujas características deveriam ser
comparadas e classificadas em relação ao sistema político das sociedades
modernas, consideradas mais “evoluídas”. (KUSCHNIR, 2007, p.01)

No século XX com perspectivas mais críticas como na tradição alemã a


Antropologia voltou o seu fazer para questionar e problematizar as culturas inclusive as
tidas como evoluídas em diversos aspectos, não simplesmente explicar como pretendia a
tradição positivista. E é a partir desse olhar crítico e problematizador que Antropologia
Política surge.

A abordagem da política pela antropologia pode ser definida de uma


forma simples: explicar como os atores sociais compreendem e experimentam a
política, isto é, como significam os objetos e as práticas relacionadas ao mundo
da política. A compreensão de grupos específicos, em circunstâncias
particulares, leva a comparações e diálogos com a literatura sobre contextos
sociais mais amplos. (KUSCHNIR, 2007, p.01)

Os estudos e análises de antropologia política se inserem em toda a completude


do processo político; campanhas, eleições, ações políticas, candidatos, eleitores,
ideologias, dentre outros.

A principal referência nacional do assunto é um conjunto de trabalhos


autodenominados antropologia da política, que tiveram sua institucionalização mais
importante no Núcleo de Antropologia da Política (NuAP), sediado no Museu Nacional
da UFRJ, mas envolvendo grupos em outras universidades federais, como as de Brasília,
Ceará e Rio Grande do Sul, entre outras. O objetivo do NuAP, como definiu Peirano
(1998), era partir da “suposição básica de que a categoria política é sempre etnográfica”.
Ao investigar a política legitimada pelos padrões ocidentais modernos, “deslegitimando
pretensões essencialistas, sociocêntricas e conformistas”, revela-se que a própria
percepção da “política” como uma esfera social à parte de outras esferas é produto dessa
ideologia moderna. No caso brasileiro, alerta Peirano, o antropólogo enfrentaria uma
“combinação complexa” de universalismo científico e ideologia nacional de moldes
“holistas”.

Neste processo a antropologia se viu apta a (re)descobrir e (re)atualizar sua


vocação etnográfica, vários são os trabalhos etnográficos com essa temática. Desde o
clássico Coronelismo, enxada e voto (Leal, 1948) até abordagens mais contemporâneas
como a de O Cotidiano da Política, livro de Karina Kuschnir que ajuda a iluminar esse
enigma que o processo eleitoral ao apresentar o desenvolvimento da carreira política de
uma vereadora do Rio de Janeiro, em suas campanhas e mandatos.

Essas obras e outras várias auxiliam na composição da cultura política brasileira,


deve atentar que a trajetória histórico-política do país afeta diretamente na cultura política
de seu povo. Um país como o Brasil, por exemplo, que passou por muitos períodos
autoritários ao longo da sua história, terá maior dificuldade em assimilar uma cultura
política democrática do que um país que convive com a democracia há alguns séculos.

Entretanto no Brasil,

A maior parte dos antropólogos brasileiros tem evitado o uso do


conceito de cultura política. Em alguns casos, usa-se o termo frouxamente, sem
remeter à sua origem e conceituações fundamentais formuladas por Almond e
Verba. Assim, privilegia-se a força do conceito antropológico, que entende
cultura como rede de significados que dá sentido à percepção da realidade. Aqui,
a política compõe o conceito apenas reforçando o fato de que se tratam de
etnografias acerca de valores e práticas atualizados na esfera das atividades
políticas, no sentido institucional do termo (eleições, representação parlamentar,
organização partidária, funcionamento legislativo etc.). O apelo fortemente
normativo e etnocêntrico presente nos trabalhos fundadores dos estudos de
cultura política, principalmente em Almond e Verba (1963), acabou por afastar
os antropólogos deste debate. (KUSCHNIR, 2005, p.13)

Independentemente de se usar o conceito de cultura política ou não, a produção


etnográfica acerca do tema no Brasil é muito rica e diversa. O uso dessas produções são
de grande valia em disciplinas como a História uma vez que são documentos científicos
que demonstram novas percepções sobre os fatos.
REFERÊNCIAS

BEZERRA, Marcos Otavio. COMERFORD, John Cunha. Etnografias da política: uma


apresentação da Coleção Antropologia da Política. REVISTA DO INSTITUTO DE
CIÊNCIAS SOCIAIS DA UNIVERSIDADE DE LISBOA. VOL. 207 Nº. 48. Lisboa p.
163-167, Segundo Trimestre. 2013.

KUSCHNIR, Karina. Antropologia da política: uma perspectiva brasileira. Disponível


em: < http://www.lac.ox.ac.uk/sites/sias/files/documents/Karina%2520Kuschnir%252
064.pdf > Acesso em: 01 jun. 2018.

KUSCHNIR, Karina. Antropologia e Política. REVISTA BRASILEIRA DE CIÊNCIAS


SOCIAIS - VOL. 22 Nº. 64. São Paulo p. 163-167, Junho. 2007.

http://www.politize.com.br/cultura-politica-no-brasil/

https://www.sul21.com.br/postsrascunho/2014/08/a-necessidade-de-uma-leitura-
antropologica-da-politica/

http://www.marizapeirano.com.br/artigos/1997_antropologia_politica.htm

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