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O TCU apurou o resultado financeiro dos regimes de previdência pública em virtude da magnitude de sua influência no
resultado primário da União (TC 001.040/2017-0, Ministro Relator José Múcio Monteiro, que deu origem ao Acórdão
1.295/2017-TCU-Plenário).
O trabalho contemplou também os encargos pagos a militares inativos e pensionistas, independentemente da polêmica
sobre a natureza previdenciária de tais encargos, uma vez que eles correspondem a obrigações presentes da União em
relação a pagamentos futuros.
Na apuração do resultado financeiro, foram consideradas receitas com contribuições dos segurados e das empresas
sobre a folha salarial, dos servidores públicos e com a contrapartida da União. No caso dos militares, foram computadas
as receitas advindas apenas da contribuição para a pensão militar, uma vez que, para os benefícios pagos aos inativos,
não há contribuição. Do lado das despesas, são considerados os valores relativos aos benefícios previdenciários, que
alcançaram, em 2016, o montante de R$ 618 bilhões.
O grupo RPPS abrange, além dos servidores civis da União, os valores relativos à previdência dos congressistas. O grupo
RPPS-outras, por sua vez, refere-se a encargos com policiais civis, militares e integrantes do Corpo de Bombeiros Militar
do Distrito Federal); aos extintos estados e territórios; ao estado do Mato Grosso; à extinta via férrea do Rio Grande do
Sul e da antiga Rede Ferroviária Federal; e ao pagamento de reparação econômica, indenização a anistiados políticos.
No grupo militares, a análise considera como receita as contribuições dos militares para a pensão, que, via de regra,
corresponde a 7,5% do soldo dos ativos e inativos e não tem contrapartida da União, e as despesas com militares
inativos e pensionistas.
O gráfico seguinte demonstra os componentes (receita, despesa e resultado) da previdência em valores nominais. Percebe-
se que, nos últimos dois anos (2015 e 2016), a despesa passou a ter taxas de crescimento bem acima do crescimento das
receitas, tendo a receita crescido em torno de 3% e a despesa na média de 12%. Por conta disso, o déficit da previdência
teve um acentuado aumento no período.
800,00
618,65
600,00
400,00
273,89 391,76
200,00
154,62
0,00
(83,27)
(200,00)
(226,89)
(400,00)
2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016
Em relação ao PIB, as despesas previdenciárias cresceram cerca de um ponto percentual (p.p.) entre 2007 e 2016. Como o
crescimento da receita se deu em um ritmo menor, o déficit teve um aumento de 0,56 p.p. do PIB, conforme demonstra
o gráfico a seguir.
12%
9,87%
10% 8,74% 8,76% 8,37% 8,49%
9,01%
8,30% 8,46% 8,24% 8,29%
8%
6% 6,37%
6,07% 6,18% 6,25% 6,26% 6,35% 6,25%
5,68% 5,82% 6,04%
4%
2%
0%
-2% -3,62%
-2,48% -2,42% -2,06% -2,04% -2,11% -2,14%
-4% -3,06% -2,70% -2,64%
-6%
2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016