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OODA e você
poderguerraedestemor 10 meses ago
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É fato notório que funcionários de cargos mais elevados em tais empresas operam
como empreendedores individuais, cada um tendo liberdade para agir como bem
entendem. Cada escritório tende a pensar por si mesmo como uma ilha, competindo
com os outros escritórios de outros ramos ao redor do planeta. Isso funciona até certo
ponto, pois tais empresários cam motivados para expandir seus negócios. Por outro
lado, ca muito difícil criar um script geral da empresa.
Enquanto preparava minha palestra, por alguma razão uma imagem veio à cabeça – o
piloto de caça a jato e as teorias do Coronel John Boyd no que se refere a esse tipo de
tática de guerra. Muitos de vocês já devem estar familiarizados com a teoria mais
famosa de Boyd: o ciclo OODA. Vou explicar para aqueles que não conhecem a teoria,
mas já vou dizendo que tal teoria é muito mais profunda do que as meras palavras que
irei escrever aqui.
No decorrer de um con ito, um piloto passa por uma dúzia dessas situações,
dependendo da complexidade da luta e da uidez do campo. Se um piloto conseguir
tomar decisões e agir rapidamente com base nas orientações e análises corretas, ele
ganha uma vantagem distinta. Ele pode manobrar para confundir o inimigo e, após
alguns movimentos os quais o deixa na vantagem, o inimigo irá cometer deslizes,
fazendo com que o piloto possa destruí-lo. Boyd chama isso de transações rápidas, e se
você consegue executar tais transações rápidas, o inimigo perderá o contato com a
realidade, não conseguindo decifrar o que você está fazendo e à medida que ele se
distancia mais e mais do realismo no campo de batalha, reagindo a coisas que não
existem, irá cometer erros, e tais erros signi cam sua morte.
Boyd via esta teoria como tendo aplicação em todas as formas de guerra. Ele analisou a
história militar e constatou como isso foi relevante para o sucesso de Belisário
(https://pt.wikipedia.org/wiki/Belis%C3%A1rio), dos mongóis, de Napoleão
Bonaparte, de Lawrence da Arábia (https://pt.wikipedia.org/wiki/T._E._Lawrence),
etc. Boyd também vê sua teoria relevante para qualquer tipo de ambiente competitivo:
negócios, política, esportes, e até na luta natural de organismos pela sobrevivência.
Ao ler sobre o ciclo OODA pela primeira vez, quei impressionado com seu
brilhantismo, mas não sabia como aplicá-lo. Como posso usá-lo em minhas batalhas
pessoais, à minha vida ou à vida daqueles que aconselho em seus dilemas próprios?
Ao mesmo tempo, o campo de batalha é tão incrivelmente uido que o piloto não
consegue pensar em termos lineares e tradicionais. É como geometria complexa ou um
xadrez tridimensional. Se o piloto é muito lento e convencional em seu pensamento,
ele cará cada vez mais para trás. Suas idéias não acompanharão a realidade. A
mentalidade adequada é deixar o negócio uir, permitir que parte do caos se torne
parte do seu sistema mental, e usá-lo a seu favor simplesmente criando mais caos e
confusão para o adversário. Ele canaliza o inevitável caos do campo de batalha em
direção ao inimigo.
Isso me pareceu uma metáfora perfeita para o que todos nós estamos enfrentando no
século XXI. As mudanças estão ocorrendo rápido demais para que qualquer um de nós
possa realmente processá-las da maneira tradicional. Nossas estratégias tendem a
estarem enraizadas no passado. Nossos negócios são operados com modelos dos anos
60 e 70.
As mudanças que ocorrem podem facilmente nos dar a sensação de que não estamos
mais no controle das coisas, e com isso tendemos a querer controlar mais e mais e,
inevitavelmente, tudo irá desmoronar e caremos para trás (aqueles que tentam
controlar demais perdem o contato com o realismo, reagindo emocionalmente às
surpresas da vida). Ou largam mão de tudo – uma mentalidade igualmente desastrosa.
O que quero propor é uma maneira diferente de pensar e responder ao mundo, algo que
abordei em meus dois livros (A 50ª Lei e Maestria) com detalhes. Em essência, a
velocidade é o elemento crítico em nossas estratégias (Veja o capítulo que falo sobre o
poder que há em não adquirir uma forma de nida e a Blitzkrieg na guerra).
Estamos todos na posição de pilotos de caça. Aqueles de nós que tem sucesso neste
ambiente sabem como jogar o jogo de equipe de uma maneira diferente, não sendo um
capacho, mas não sendo completamente autônomo. Ficamos melhores quando
trabalhamos por nossa própria iniciativa, mas também temos prazer em fazer nossa
individualidade se encaixar no grupo. Somos capazes de abraçar a mudança, abandonar
velhos padrões e focar completamente no momento, observando o campo de batalha
como ele realmente é, livre de qualquer preconceito. Podemos pensar rápido, deixar de
lado a necessidade de controlar tudo, car mais próximo do ambiente o qual operamos
(as ruas, nossos clientes, etc) e experimentar.
Sua mente (não sua riqueza, tecnologia ou parceiros) é a chave que transformará tudo
isso em vantagem. Seja qual for o sucesso que você está experimentando agora, o
realismo vai te colocar em maior vantagem ainda, e se você não aderir agora mesmo a
este novo modo de pensar, você será passado para trás. Você sempre acha que está
tendo sucesso e que não precisa se adaptar ao realismo até o dia em que irá precisar, e
será tarde demais. Vivemos em tempos implacáveis.
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Categorias: Artigos
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