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A especificação dos materiais leva em conta o uso e a dimensão da área, além, é claro,
do nível de absorção e de isolamento sonoros desejado. É importante observar que,
geralmente, os materiais com maior capacidade de absorção acústica são os que
oferecem menores níveis de isolamento - por exemplo, o forro de fibra mineral comum
absorve os sons, mas não impede que eles vazem para outro ambiente. O contrário
também é verdadeiro. O forro executado com gesso, solução indicada apenas para salas
com área de até 20 metros quadrados, evita o vazamento do som, mas não sua reflexão
(ou reverberação). No entanto, existem forros de fibra mineral que conciliam as duas
características.
Forros e carpetes
Para Nepomuceno, essas opções com chapas são mais adequadas para áreas como
lobbies, circulações e restaurantes. “Nesses casos uso com mais freqüência as chapas
perfuradas de gesso combinadas a mantas de 50 milímetros de espessura com densidade
de 40 quilos por metro cúbico. Densidades um pouco menores são até mais
eficientes, mas difíceis de encontrar no mercado”, ele revela. Quando ocorre o emprego
de lãs, o instalador deve seguir as recomendações da Agência Nacional de Vigilância
Sanitária (Anvisa) quanto ao uso de material fibroso em forros, explica Sresnewsky.
“As lãs devem ser ensacadas para evitar o desprendimento de fibras ou sua
contaminação por microorganismos, condições que comprometem a qualidade do ar no
ambiente”, relata.
De modo geral, forros com NRC (leia o quadro “Entenda as siglas”) a partir de 0,65 já
apresentam bom desempenho acústico para escritórios panorâmicos, explica Akkerman.
Para áreas com grande nível de ruído operacional, como centrais de telemarketing ou
salas de operação de valores, que são considerados os tipos de escritório acusticamente
mais críticos, recomenda-se o NRC mínimo de 0,90. No entanto, o uso do forro pode
não ser suficiente para assegurar os graus desejados de absorção sonora em ambientes
mais ruidosos ou de pé-direito muito elevado. Para esses casos Akkerman sugere duas
soluções. “Uma é criar um sobreforro com painéis com duas polegadas de lã de rocha e
outra é jatear a laje com celulose. Depois pode-se recobrir esse material com o forro de
NRC 0,90”, exemplifica.
Biombos e divisórias
As divisórias do tipo painel (biombos com alturas a partir de 0,90 metro usados para
separar as estações de trabalho) devem receber tratamento acústico a fim de absorver
sons, como os produzidos pelo manuseio de objetos na superfície de trabalho, por
conversas pelo telefone, pela digitação ou pelo ventilador do computador. Para
Nepomuceno, 1,40 metro é a altura mínima para garantir bons resultados. “As peças
com 1,60 ou 1,80 metro são as ideais para o conforto acústico, mas dificilmente
encontramos projetos que adotem essas medidas”, completa.
Divisórias do tipo painel podem ser adquiridas já com proteção acústica. “Nesse caso é
importante selecionar fornecedores de boa qualidade, pois nem todos oferecem
produtos realmente adequados”, alerta Nepomuceno. Outra possibilidade é dar
tratamento às divisórias com uma camada de 25 milímetros de lã ou espuma absorvente
de densidade a partir de 40 quilos por metro cúbico. “Densidades menores já garantem
bom desempenho, porém o material fica mais vulnerável a danos”, justifica.
Para que a divisória piso-teto faça o isolamento acústico esperado, é essencial vedar
também os vãos sob o piso elevado (pleno) e acima do forro (septo), caso contrário o
som passará para o ambiente contíguo. Também se deve estar atento aos encaixes das
divisórias, como portas, guarnições ou a estrutura que sustenta o vidro, explica
Sresnewsky. “É muito importante contar com fornecedores e mão-de-obra de primeira
linha. Se o produto é adequado mas o instalador não fizer um bom trabalho, o som
passará por frestas decorrentes do mau fechamento, de maçanetas soltas ou por baixo
das portas que não têm a guilhotina de vedação. Uma boa porta deve sempre exercer
pressão sobre suas vedações”, completa.
Pontos críticos