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Conforto acústico

A solução engloba carpete, biombos com tratamento acústico, cobertura metálica e


paredes parcialmente jateadas com celulose e painéis absorventes verticais de 1,20 x
2,50 metros e cinco centímetros de espessura a cada seis metros quadrados

Soluções acústicas geram conforto e produtividade em escritórios

O excesso de ruídos é uma das reclamações mais comuns entre funcionários de


escritórios. Os incômodos mais freqüentes são provocados por toques de telefone,
vozes, equipamentos de informática ruidosos ou sistemas de ar condicionado sem
isolamento. Somados, eles comprometem a qualidade do ambiente e a concentração
da pessoa, reduzindo sua produtividade e criando condições propícias à ocorrência de
erros. “Quem passa os dias num lugar assim acaba tendo problemas como estresse,
hipertensão, irritabilidade ou perda progressiva da audição”, explica o engenheiro
Alexandre Sresnewsky, titular de Sresnewsky Engenharia, que atua nas áreas de
acústica, áudio e vídeo.

Com consultoria acústica de Davi Akkerman, o projeto de Meireles e Maksoud


Arquitetos transformou um galpão industrial em escritório da SHC - Citröen, em São
Paulo.

O projeto de interiores de Athié Wohnrat Arquitetura, com a consultoria acústica de


Alexandre Sresnewsky, procurou garantir conforto e privacidade. Foram aplicados
carpete, painéis acústicos nas paredes e chapas metálicas curvadas sob o forro
absorvente de fibra mineral com NRC de 0,85

Segundo especialistas, é mais vantajoso financeiramente pensar no conforto acústico


de forma preventiva e buscar consultoria profissional durante a fase de projeto do
espaço. Nessa etapa, planejamento e implantação terão custo variável conforme as
necessidades específicas e o padrão de cada obra, mas na média ficarão em torno de
30% do total gasto nos interiores. Realizar o tratamento acústico após a conclusão pode
fazer esse percentual mais que duplicar. “Os remendos são caros e nem sempre
asseguram bons resultados”, alerta o engenheiro Davi Akkerman, da Harmonia Acústica
Arquitetura e Engenharia. José Augusto Nepomuceno, da Acústica & Sônica
Consultores em Acústica, concorda. “O consultor faz a análise acústica do layout, as
especificações necessárias e passa as diretrizes para arquitetos e instaladores, evitando
retrabalho ou intervenções posteriores, nem sempre bem-sucedidas”, explica.

O tratamento acústico pode ter a finalidade de absorver os sons, reduzindo sua


reflexão para tornar os ambientes mais confortáveis. Ele também pode visar
o isolamento sonoro a fim de garantir, por exemplo, a privacidade entre salas contíguas
ou eliminar a interferência de barulhos externos. De acordo com Akkerman, estudos
atuais recomendam que os escritórios tenham ruído de fundo entre 45 e 50 decibéis. “A
NBR 10.152 - Níveis de Ruído para Conforto Acústico - indica menos que isso, mas é
uma norma defasada. Num ambiente muito silencioso, qualquer barulhinho é
facilmente percebido e isso é desconfortável”, detalha. Os limites dados pelas Normas
Regulamentadoras (NR) do Ministério do Trabalho e Emprego também são
considerados impróprios. “As NRs 15 e 17 propõem números muito altos, irreais para
escritórios”, completa Sresnewsky.

A especificação dos materiais leva em conta o uso e a dimensão da área, além, é claro,
do nível de absorção e de isolamento sonoros desejado. É importante observar que,
geralmente, os materiais com maior capacidade de absorção acústica são os que
oferecem menores níveis de isolamento - por exemplo, o forro de fibra mineral comum
absorve os sons, mas não impede que eles vazem para outro ambiente. O contrário
também é verdadeiro. O forro executado com gesso, solução indicada apenas para salas
com área de até 20 metros quadrados, evita o vazamento do som, mas não sua reflexão
(ou reverberação). No entanto, existem forros de fibra mineral que conciliam as duas
características.

Forros e carpetes

Para reduzir o nível de ruído de fundo, o ambiente receberá revestimentos com


capacidade de absorção sonora, que evitam a natural reflexão das ondas de som quando
estas encontram planos lisos. Nesse contexto, o forro é um elemento primordial. Os
forros acústicos mais utilizados em salões de escritórios são os de fibra mineral.
Outras boas soluções são os constituídos por lã de vidro com revestimento em PVC
microperfurado e também as chapas perfuradas combinadas a material absorvente,
como mantas de lã de rocha ou lã de vidro.

Para Nepomuceno, essas opções com chapas são mais adequadas para áreas como
lobbies, circulações e restaurantes. “Nesses casos uso com mais freqüência as chapas
perfuradas de gesso combinadas a mantas de 50 milímetros de espessura com densidade
de 40 quilos por metro cúbico. Densidades um pouco menores são até mais
eficientes, mas difíceis de encontrar no mercado”, ele revela. Quando ocorre o emprego
de lãs, o instalador deve seguir as recomendações da Agência Nacional de Vigilância
Sanitária (Anvisa) quanto ao uso de material fibroso em forros, explica Sresnewsky.
“As lãs devem ser ensacadas para evitar o desprendimento de fibras ou sua
contaminação por microorganismos, condições que comprometem a qualidade do ar no
ambiente”, relata.

De modo geral, forros com NRC (leia o quadro “Entenda as siglas”) a partir de 0,65 já
apresentam bom desempenho acústico para escritórios panorâmicos, explica Akkerman.
Para áreas com grande nível de ruído operacional, como centrais de telemarketing ou
salas de operação de valores, que são considerados os tipos de escritório acusticamente
mais críticos, recomenda-se o NRC mínimo de 0,90. No entanto, o uso do forro pode
não ser suficiente para assegurar os graus desejados de absorção sonora em ambientes
mais ruidosos ou de pé-direito muito elevado. Para esses casos Akkerman sugere duas
soluções. “Uma é criar um sobreforro com painéis com duas polegadas de lã de rocha e
outra é jatear a laje com celulose. Depois pode-se recobrir esse material com o forro de
NRC 0,90”, exemplifica.

Ao contrário do que a maioria dos profissionais imagina, o carpete como revestimento


de piso não é fator decisivo para o conforto acústico dos escritórios que apresentam
layout correto, forros bem especificados e biombos de altura adequada, garante
Nepomuceno. “O carpete torna os escritórios muito mais agradáveis e aconchegantes,
mas pouco interfere na redução do ruído de fundo ou na proteção da privacidade.
Estudos recentes mostram que ele só assume papel mais significativo quando o
ambiente não tem nenhum tratamento acústico”, afirma. Nesse caso, a espessura mínima
do revestimento deve ser de sete milímetros.

Biombos e divisórias

As divisórias do tipo painel (biombos com alturas a partir de 0,90 metro usados para
separar as estações de trabalho) devem receber tratamento acústico a fim de absorver
sons, como os produzidos pelo manuseio de objetos na superfície de trabalho, por
conversas pelo telefone, pela digitação ou pelo ventilador do computador. Para
Nepomuceno, 1,40 metro é a altura mínima para garantir bons resultados. “As peças
com 1,60 ou 1,80 metro são as ideais para o conforto acústico, mas dificilmente
encontramos projetos que adotem essas medidas”, completa.

Divisórias do tipo painel podem ser adquiridas já com proteção acústica. “Nesse caso é
importante selecionar fornecedores de boa qualidade, pois nem todos oferecem
produtos realmente adequados”, alerta Nepomuceno. Outra possibilidade é dar
tratamento às divisórias com uma camada de 25 milímetros de lã ou espuma absorvente
de densidade a partir de 40 quilos por metro cúbico. “Densidades menores já garantem
bom desempenho, porém o material fica mais vulnerável a danos”, justifica.

Quando o objetivo é garantir privacidade para salas de reuniões, de diretoria ou


setores específicos da empresa, entram em cena divisórias do tipo pisoteto, que podem
ser pré-fabricadas ou elaboradas in loco. Se forem de vidro, Nepomuceno alerta para o
fato de que a maioria dos produtos pré-fabricados não atende às demandas de
privacidade. “Um vidro simples não barra o som. Para ter bom desempenho ele deve ser
duplo, com lâminas mais espessas, dimensionadas de acordo com as necessidades de
cada ambiente”, afirma. Para isolar 40 decibéis com divisórias de vidro, Akkerman
sugere vidro duplo composto por lâmina de seis milímetros, câmara de ar entre sete e
nove centímetros e mais uma lâmina de vidro com oito milímetros de espessura.

No caso das divisórias piso-teto de gesso acartonado, o mínimo necessário para


garantir privacidade é empregar duas chapas de gesso, um montante de 75 milímetros e
mais duas chapas de gesso. Internamente, a peça deve receber uma camada de lã de
vidro com pelo menos 50 milímetros de espessura e densidade de 40 quilos por metro
cúbico, detalha Nepomuceno.

Para que a divisória piso-teto faça o isolamento acústico esperado, é essencial vedar
também os vãos sob o piso elevado (pleno) e acima do forro (septo), caso contrário o
som passará para o ambiente contíguo. Também se deve estar atento aos encaixes das
divisórias, como portas, guarnições ou a estrutura que sustenta o vidro, explica
Sresnewsky. “É muito importante contar com fornecedores e mão-de-obra de primeira
linha. Se o produto é adequado mas o instalador não fizer um bom trabalho, o som
passará por frestas decorrentes do mau fechamento, de maçanetas soltas ou por baixo
das portas que não têm a guilhotina de vedação. Uma boa porta deve sempre exercer
pressão sobre suas vedações”, completa.

Pontos críticos

O ar condicionado é um dos sistemas que mais causam desconforto acústico nos


escritórios. “O ar passando pela grelha já faz ruído de no mínimo 35 decibéis. Menos só
com projeto de isolamento específico”, afirma Sresnewsky. A escolha do equipamento
deve dar preferência aos modelos menos ruidosos e as máquinas devem ser instaladas
com isolamento. Para o salão de escritório, a dica de Akkerman é isolar o tronco de
distribuição com duas chapas de gesso. Tanto os pontos de insuflação quanto os de
retorno do ar devem receber tratamento para a redução de ruídos. “A saída em chicane
com revestimento absorvente é uma boa solução”, sugere. A privacidade das salas
depende também de evitar que os sons viajem pelos dutos do ar-condicionado. “O
certo é ter ramais individuais, acusticamente tratados, do corredor para cada sala”,
completa Sresnewsky.

Especificamente nas centrais de telemarketing, um dos grandes transtornos é causado


por headsets inadequados, que captam todo o som do ambiente e forçam os operadores
a falar mais alto para que seus interlocutores os ouçam. Embora a solução não seja
arquitetônica, o arquiteto deve orientar o cliente a adquirir headsets com a
tecnologia noise cancelling (eliminador de ruídos). Esse tipo de aparelho filtra o
barulho e transmite apenas a voz do operador, frontalmente direcionada, finaliza
Sresnewsky.

Texto resumido a partir de reportagem


Publicada originalmente em PROJETODESIGN
Edição 330 Agosto de 2007

Grande densidade de ocupação na sala de operações financeiras do Banco Pactual, em


São Paulo.

Projeto da Balken Arquitetura & Tecnologia e consultoria acústica de José Augusto


Nepomuceno no Centro de Controle da TIM, no Rio de Janeiro. Foram especificados
forro mineral de NRC mínimo 0,65, carpete de sete milímetros e divisórias compostas
por duas chapas de gesso de 12,5 milímetros, montantes de 70 milímetros, lã mineral no
espaço interno e mais duas chapas de gesso na mesma espessura
02 de dezembro de 2011 às 13:32

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