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Química Analítica

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QAN
QUÍMICA ANALÍTICA

Por questão de otimização


e racionalização de
espaço, este material não
segue, necessariamente
as normas de metodologia
cientifica.

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SUMÁRIO
1. QUÍMICA ANALÍTICA ............................................................................................................................................ 4
1.1. QUÍMICA QUANTITATIVA .............................................................................................................................................. 4
1.2. QUÍMICA QUALITATIVA ................................................................................................................................................ 4
2. MÉTODOS ANALÍTICOS ........................................................................................................................................ 4
3. SEGURANÇA E NORMAS DE TRABALHO NO LABORATÓRIO ...................................................................... 4
3.1. CONDUTA EM LABORATÓRIO ......................................................................................................................................... 4
4. BALANÇA ANALÍTICA ........................................................................................................................................... 5
4.1. CUIDADOS COM A BALANÇA ANALÍTICA ........................................................................................................................ 5
5. VIDRARIAS E UTENSÍLIOS DE LABORATÓRIO ............................................................................................... 6
6. MATERIAIS PARA LABORATÓRIO ..................................................................................................................... 6
7. TÉCNICAS DE FILTRAÇÃO ................................................................................................................................. 13
7.1. MEIOS DE FILTRAÇÃO ................................................................................................................................................. 13
8. ÁGUA PARA USO EM LABORATÓRIO .............................................................................................................. 13
9. MATERIAL DE PLATINA ..................................................................................................................................... 14
10. SOLUÇÕES DE LIMPEZA PARA O LABORATÓRIO........................................................................................ 14
11. CONCENTRAÇÃO DE SOLUÇÕES...................................................................................................................... 14
11.1. SOLUÇÃO.................................................................................................................................................................... 14
11.2. CONCEITOS BÁSICOS ................................................................................................................................................... 14
11.3. MOLARIDADE OU CONCENTRAÇÃO MOLAR .................................................................................................................. 14
11.4. NORMALIDADE OU CONCENTRAÇÃO NORMAL ............................................................................................................. 15
11.4.1. Equivalente-gramas de um ácido ................................................................................................................ 15
11.4.2. Equivalentes-gramas de uma Base ............................................................................................................. 15
11.4.3. Equivalentes-gramas de agentes oxidantes e redutores ................................................................................ 16
11.5. CONCENTRAÇÃO PERCENTUAL (%) OU TÍTULO ............................................................................................................ 16
11.6. PARTES POR MILHÃO E CORRELATOS ........................................................................................................................... 17
11.7. DILUIÇÃO DE SOLUÇÕES ............................................................................................................................................. 18
11.8. RAZÃO SOLUÇÃO-DILUENTE ........................................................................................................................................ 18
12. ANÁLISES GRAVIMÉTRICAS ............................................................................................................................. 18
12.1. ETAPAS DE UMA ANÁLISE GRAVIMÉTRICA ................................................................................................................... 19
13. MÉTODOS ANALÍTICOS ...................................................................................................................................... 19
13.1.1. SILÍCIO .................................................................................................................................................... 19
13.1.2. NÍQUEL ................................................................................................................................................... 21
13.1.3. MANGÂNÊS ............................................................................................................................................ 23
13.1.4. FÓSFORO ................................................................................................................................................ 24
13.2. CARBONO ................................................................................................................................................................ 27
13.3. ENXOFRE ................................................................................................................................................................. 29
13.4. CROMO ....................................................................................................................................................................... 31
14. PREPARO DE SOLUÇÕES .................................................................................................................................... 33
14.1. MISTURA DE ÁCIDOS PARA SILÍCIO ............................................................................................................................... 33
14.2. MISTURA DE ÁCIDOS PARA MANGANÊS ........................................................................................................................ 33
14.3. SOLUÇÃO DE PERSULFATO DE AMÔNIO A 15 % ........................................................................................................... 33
14.4. SOLUÇÃO DE ARSENITO DE SÓDIO ............................................................................................................................... 33
14.5. SOLUÇÃO DE PERMANGANATO DE POTÁSSIO A 4 % ...................................................................................................... 33
14.6. SOLUÇÃO DE NITRATO DE AMÔNIO A 15 % .................................................................................................................. 33
14.7. SOLUÇÃO DE MOLIBDADTO DE AMÔNIO A 5 % ............................................................................................................. 33
14.8. SOLUÇÃO DE HIDRÓXIDO DE SÓDIO 0,1 N ................................................................................................................... 33
14.9. SOLUÇÃO DE ÁCIDO SULFÚRICO 0,1 N ........................................................................................................................ 33
14.10.SOLUÇÃO DE CARBONATO DE SÓDIO 0,1 N .................................................................................................................. 33
14.11.SOLUÇÃO DE HIDRÓXIDO DE POTÁSSIO A 10 % ( APARELHO DE CARBONO )................................................................. 34
14.12.SOLUÇÃO PARA LEITURA ( APARELHO DE CARBONO ) ................................................................................................. 34
14.13.SOLUÇÃO DE HIDRÓXIDO DE SÓDIO 0.01 N .................................................................................................................. 34
14.14.SOLUÇÃO DE ÁGUA O XIGENADA A 0,17 % ................................................................................................................... 34

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14.15.INDICADOR TASHIRO .................................................................................................................................................... 34


15. ESPECTROFOTOMETRIA DE ABSORÇÃO ATÔMICA .................................................................................... 34
15.1. FUNDAMENTOS ........................................................................................................................................................... 34
15.2. ESPECTROFOTÔMETRO DE ABSORÇÃO ATÔMICA............................................................................................................ 35
15.2.1. Fonte de Radiação ...................................................................................................................................... 35
15.2.2. Atomisador ................................................................................................................................................ 36
15.2.3. Queimadores .............................................................................................................................................. 36
15.2.4. Chama ....................................................................................................................................................... 37
15.2.5. Monocromadores ....................................................................................................................................... 37
15.2.6. Sistema fotométrico ................................................................................................................................... 38
15.2.7. Preparo de padrões ..................................................................................................................................... 38
15.2.8. Solução estoque de 1000 ppm ( 1000 mg/L) de um elemento ...................................................................... 38
15.2.9. Preparo a partir de um sal ........................................................................................................................... 38
15.2.10. Preparo das amostras .................................................................................................................................. 39
15.2.11. Técnica do Método de Rotina ..................................................................................................................... 39
16. ESPECTROSCOPIA DE EMISSAO OTICA .......................................................................................................... 41
16.1. FUNDAMENTOS DO ESPECTRO DE EMISSÃO................................................................................................................... 41
16.2. PREPARAÇÃO DA AMOSTRA PARA A EXCITAÇÃO ........................................................................................................... 42
16.3. ESPECTRÓGRAFOS OU ESPECTOMETROS DE EMISSÃO ÓPTICOS ....................................................................................... 42
17. COLORIMETRIA .................................................................................................................................................... 43
17.1. INTRODUÇÃO .............................................................................................................................................................. 43

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1. QUÍMICA ANALÍTICA

Tem por objetivo o estudo qualitativo e quantitativo dos materiais ou sistemas úteis ao homem. A química
analítica pode ser então, agrupada em dois ramos, o qualitativo e o quantitativo.

1.1. Química Quantitativa


A parte da química analítica que trata dos problemas referentes a determinação das quantidades relativas dos
componentes dos diferentes materiais.

1.2. Química Qualitativa


A parte da química analítica que trata dos problemas referentes a identificação das substâncias presentes nos
diferentes materiais.

2. MÉTODOS ANALÍTICOS

A seqüência de operações que nos leva ao resultado da analise.

a) GRAVIMETRIA - O componente a analisar e separado dos demais sob forma de um composto químico, onde
sua quantidade é bem definida, ou ainda é separado puro dos demais. Em ambos os casos, são pesados no final
da experiência.

b) VOLUMETRIA - O componente reage com uma solução líquida de concentração bem definida, e no final da
experiência mede-se o volume de solução gasta que depende quantitativamente da substância analisada.

c) GASOMETRIA - Baseia-se na medição de volume ou pesos de um gás componente da misturas gasoso ou


formado durante a reação de substâncias sólidas e líquidas a serem analisadas.

d) MÉTODOS FOTOMÉTRICOS - Baseiam-se na medida relativa ou absoluta da capacidade de absorção de


radiações ultravioletas ou visíveis, pelo componente a ser analisado.

e) ANÁLISE ESPECTRO-QUÍMICA - Baseia-se na medida da intensidade das raias dos espectros dos elementos
a serem analisados.

0BS: O processo analítico é mais ou menos complexo, conforme a natureza da amostra e os objetivos da análise.
A análise pode ser parcial ou completa. A escolha do método depende de uma série de fatores e condições,
dentre os quais ressaltam, por sua importância, a quantidade de amostra disponível, a faixa da quantidade
relativa em que presumivelmente se situa o componente a determinar, a exatidão requerida, a composição
química da amostra, o número de amostras a analisar e os recursos disponíveis.

3. SEGURANÇA E NORMAS DE TRABALHO NO LABORATÓRIO

O Laboratório, ao contrário do que se imagina, não é um lugar perigoso para trabalhar, desde que o operador
tenha o bom senso de seguir normas rígidas, necessárias à realização do experimento. O conhecimento prévio
das características de cada reagente envolvido no processo a ser executado (e de suas características no meio
reacional) evita dissabores e acidentes. Em laboratório, não pode haver o receio de procurar um químico mais
experiente a fim de obter informações seguras.

3.1. Conduta em Laboratório

- O item primordial na conduta é a calma na realização da prática. Acidentes no laboratório ocorrem muito
freqüentemente em virtude da pressa excessiva na obtenção de resultados. Cada um que trabalhe deve ter
responsabilidade no seu trabalho e evitar atitudes impensadas, de ignorância ou pressa que possam acarretar
um acidente e possíveis danos para si e para os demais. Deve particularmente concentrar-se no trabalho que faz

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e não se permitir qualquer distração enquanto trabalha. Da mesma forma, não deve distrair os demais
desnecessariamente.
- O operador deve trajar avental, de preferência comprido e de algodão, por ser o tecido sintético inflamável. Não
será permitido executar a prática sem o mesmo. Em casos especiais, aconselha-se a utilização de luvas,
máscaras e óculos.
- É importante conhecer a posição de extintores, chuveiros de segurança e localização de materiais de primeiros
socorros.
- No laboratório é proibido comer, beber ou fumar.
- A manipulação de compostos tóxicos ou irritantes, ou quando houver desprendimento de gases ou vapores,
deve ser feito na capela com a exaustão ligada.
- Otimize seu trabalho no laboratório dividindo o trabalho entre os componentes de sua equipe. Antecipe cada
ação no laboratório, prevendo possíveis riscos para você e seus vizinhos. Certifique-se ao acender uma chama
de que não existem solventes próximos e destampados, especialmente aqueles mais voláteis (éter etílico,
acetona, álcool etílico, hexano, etc.).
- Ao manusear frascos de reagentes sempre fazê-lo com as mãos sobre o rótulo evitando assim que caso escorra
algum líquido pelo frasco, este não venha a inutilizar o rótulo ou queimar as mãos.
- Nunca dirigir a abertura de tubos de ensaio para si ou para os outros, evitando assim que possíveis projeções
de material venham a causar sérios danos a si mesmo ou aos colegas.
- Seja cuidadoso sempre que misturar dois ou mais compostos. Muitas misturas são exotérmicas (ácidos e água),
ou inflamáveis (Na em água), ou ainda podem liberar gases tóxicos. Particularmente no caso de diluições de
ácidos, nunca adicione a água no ácido. Adicione o ácido, em pequenas quantidades na água, misture os
reagentes vagarosamente, com agitação, e se preciso, resfrie, antes de adicionar novas quantidades de ácido.
- Lubrificar os tubos de vidro, termômetros etc. antes de inseri-los em uma rolha.
- Não inalar diretamente os produtos químicos. Direcionar os vapores na saída do frasco, para o nariz, com o
auxílio da mão.
- Não pipetar ácidos, bases, líquidos corrosivos ou venenosos com a boca. Usar o aparelho apropriado, pêra de
borracha.
- Nunca trabalhar com vidro trincado ou quebrado. Quando em tubos de vidro a ponta estiver quebrada, deve-se
antes de qualquer tipo de operação, cortá-la e em seguida fazer um arredondamento.
- As bancadas devem ser mantidas limpas. Se algum composto, qualquer que seja for derramado deve-se
providenciar imediatamente a limpeza.
- Os espaços úteis entre as bancadas e os corredores devem ser mantidos desobstruídos. Sobre a bancada
devem estar exclusivamente, os materiais específicos para a realização da prática.
- Não aquecer líquidos ou materiais que liberam gases em frascos fechados.
- Não devolver soluções aos frascos originais, há risco de contaminação.

4. BALANÇA ANALÍTICA

Os procedimentos de ensaios químicos dependem da medida de massa, para tanto é necessário utilizar
corretamente a balança analítica, pare não ser danificada e para evitar erros de pesagem; bem com distinguir e
importância da balança analítica na análise química.

4.1. Cuidados com a Balança Analítica


- As balanças devem estar em sala própria de preferência fora do laboratório onde não fiquem sujeitas à ação de
vapores corrosivos.
- Antes de usar a balança deve-se limpar o prato com o auxílio de um pincel e verificar se a mesma encontra-se
nivelada.
- Nunca pesar substâncias corrosivas, voláteis e higroscópicas em frascos abertos, deve-se usar pesa-filtro.
- Os objetos a serem pesados devem estar na temperatura ambiente e nunca tocar com a mão os objetos a
serem pesados, usar pinça.
- As portas laterais da balança devem estar fechadas quando for fazer a leitura.
- Para colocar ou retirar objetos do prato, bem como mudar a escala, travar a balança. Quando a balança não
estiver em uso, deverá permanecer travada, fecha e com o marcador em zero.
- Nunca sobrecarregar a balança.
- Conservar a balança limpa.

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5. VIDRARIAS E UTENSÍLIOS DE LABORATÓRIO

6. MATERIAIS PARA LABORATÓRIO

A seguir apresenta-se uma lista com desenho das principais vidrarias e utensílios de laboratório empregado em
análises químicas.

Funil de Büchner: utilizado em filtração a vácuo.

Erlenmeyer: serve para aquecerem líquidos, em titulações e realizar reações químicas.

Funil de vidro: utilizado na filtração e transferência de líquidos.

Funil de separação ou funil de decantação: serve para separar líquidos não-miscíveis.

Kitassato: serve para fazer filtração a vácuo e nas reações de obtenção de gases.

Proveta: utilizada para medir e transferir líquidos.

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Suporte universal: utilizado para sustentar peças.

Tripé de ferro: para fazer aquecimento e sustentar a tela metálica com cerâmica.

Tubo de ensaio: serve para efetuar testes de reações.

Pinça de ferro: serve para prender objetos aquecidos.

Vareta de vidro, bastão ou baqueta: serve para agitar e facilitar a dissolução de substâncias.

Pipeta (Volumétrica ou graduada): serve para transferir pequenos volumes de líquidos com precisão

Tela metálica com cerâmica: serve para sustentar peças de vidro quando aquecidos e a função da cerâmica é a
de distribuir o calor recebido, de maneira uniforme, sem danificar a vidraria.

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Triângulo de porcelana: suporte para cadinho de porcelana quando utilizado diretamente na chama

Trompa d'água: serve para provocar a sucção do ar e produzir vácuo.

Vidro de relógio: serve para evaporar lentamente, líquido das soluções.

Grampo de madeira: Serve para sustentar tubos de ensaios na chama do bico de Bunsen.

Barrilete - É um reservatório de água destilada ou deionizada.

Espátulas - Utilizadas para transferência de sólidos.

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Estufa de ar circulante - É utilizada para secagem de material; costuma alcançar até 300°C.

Garras para condensador: Usado para prender o condensador à haste do suporte ou outras peças como
balões, erlenmeyers etc.

Manta elétrica - Serve para aquecimento em temperatura controlada. É utilizada, necessariamente, quando há
presença de produtos inflamáveis dentro das vidrarias a aquecer.

Mufla - Produz altas temperaturas. É utilizada, em geral, para calcinação, alcançando até 1200°C.

Pêra de borracha - Utilizada para efetuar a sucção em pipetas de ácidos, bases, líquidos corrosivos ou
venenosos.

S E

Pesa filtro - Indicado para pesagem de sólidos higroscópicos e voláteis

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Almofariz - Usado na trituração e pulverização de sólidos.

Anel de sustentação - Usado como suporte do funil na filtração.

Aparelho de Kipp - É empregado na obtenção de gás sulfídrico.

Balança analítica - Usada para a medida de massa de sólidos e líquidos não voláteis com precisão de até
quatro casas decimais ou mais.

Balão de destilação - Utilizado principalmente em sistemas de refluxo e evaporação a vácuo, acoplado a um


roto evaporador.

Balão fundo chato - Utilizado como recipiente para conter líquido ou soluções, ou mesmo, fazer reações
com desprendimento de gases. Pode ser aquecido sobre o tripé com tela de amianto.

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Balão Volumétrico - Possui volume definido e é utilizado para o preparo de soluções com precisão em
laboratório.

Bico de Bunsen - É a fonte de aquecimento mais utilizada em laboratório. Mas contemporaneamente tem sido
substituído pelas mantas e chapas de aquecimento. Deve-se evitar seu uso quando utilizamos substâncias
inflamáveis dentro do recipiente que se quer aquecer.

Bisnaga/pissete - Usada para lavagens de materiais ou recipiente através de jatos de água, álcool ou outros
solventes.

Bureta volumétrica - Aparelho utilizado em análises volumétricas precisas. Apresenta tubo de parede uniforme
para assegurar a tolerância estipulada com exatidão e gravação permanente em linhas bem delineadas a fim de
facilitar a leitura de volume escoado.

Cadinho - Peça geralmente de porcelana cuja utilidade é aquecer substâncias a seco, calcinações, podendo
fundi-las, e com grande intensidade de calor (acima de 500°C), por isto pode ser levado diretamente ao bico de
bunsen. Podem ser feito de ferro, chumbo, platina e porcelana.

Cadinho de Gooch – É um cadinho de porcelana, utilizado em filtrações à vácuo de soluções de ácidos, soda
cáustica e em gravimetria.

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Cadinho filtrante - É um cadinho de vidro empregado para realizar filtrações a vácuo de soluções ácidas, em
gravimetria.

Cálice graduado - É utilizado para medir volumes líquidos aproximados.

Cápsula de porcelana - Peça de porcelana usada para evaporar líquidos das soluções e na secagem de
substâncias. Podem ser utilizadas em estufas desde que se respeite o limite de no máx. 500°C.

Condensador - Utilizado na destilação tem como finalidade condensar vapores gerados pelo aquecimento de
líquidos. Os mais comuns são os de Liebig (reto), mas há também o de bolas e serpentina.

Copo de Becker - É de uso geral em laboratório. Serve para fazer reações entre soluções, dissolver substâncias
sólidas, efetuar reações de precipitação e aquecer líquido. Pode ser aquecido sobre a tela de amianto.

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Dessecador - Usado para guardar substâncias em atmosfera com baixo índice de umidade.

7. TÉCNICAS DE FILTRAÇÃO

Demonstrar base adequada para aplicar corretamente a técnica de laboratório, que ter por finalidade
recolher o precipitado, separando - o tanto quanto possível da solução que teve origem.

7.1. Meios de Filtração

a) TIPOS DE CADINHOS

- CADINHO de GOOCH - São cadinhos de porcelana ou vidro, de forma alta tendo ao fundo vários orifícios sobre
os quais se coloca uma camada de fios de asbesto ou polpa de papel, que serve de meio filtrante. Requer o uso
de sucção.
- CADINHO DE VIDRO SINTERIZADO E DE PORCELANA - Usados para separar precipitados não gelatinosos.
Não são atacados por soluções ácidas, mas sim por soluções alcalinas. Apresentam o corpo de vidro ou de
porcelana e o fundo de porcelana porosa ou de vidro sinterizado. Requer uso de sucção.

b) PAPEL DE FTLTRO QUANTITATIVO –

Usado quando se necessita aquecer o precipitado em altas temperaturas para que os mesmos adquiram uma
composição estável e definida. Algumas especificações estão dispostas na tabela 1.

Tabela 1- Papeis de Filtro


Principais fabricantes Características
S. S (FMAIA) EDEROL DUREN WHATMAN
Faixa preta 1 640 w 41 Poros largos, filtração rápida (50 s)
Faixa branca 2 640 m 40 Poros médios, filtração meio rápida (140 s)
Faixa 3 640 d 42 Poros finos, filtração meio lenta (450 s)
vermelha
Faixa Azul 4 640 dd 44 Poros muito finos, filtração lenta (1500 s)

c) - PAPEL DE FILTRO MACERADO -(polpa de papel de filtro).

Usa se em cadinhos de Gooch; e também nas filtrações de precipitados leitosos, quando feitas em papel de filtro;
é adicionado ao papel ou precipitado, evitando obstrução de poros.
Preparação: Quando comprada em forma de tabletes, basta colocá-la dentro da água e agitar. Suspender.
Armazenar.
No Iaboratório: rasgar uma porção de papel de filtro, pedaços pequenos. Colocar em um Becker de 250 mL,
adicionar HCl concentrado. Agitar até que esteja desintegrado. Filtrar em um funil de Büchner; lavar com água
quente até não acusar mais acidez. Passar água fria e armazenar.

8. ÁGUA PARA USO EM LABORATÓRIO

O processo analítico requer uma quantidade de água pura considerável, pois é preciso lavar os utensílios,
preparar soluções, efetuar extrações, lavar os precipitados, etc. Portanto, é necessária uma grande produção de
água pura, que pode ser por destilação ou por tratamento de através de resinas de troca iônica, água deionizada
ou desmineralizada.
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9. MATERIAL DE PLATINA

Em laboratório químico é comum o uso de materiais de platina para dissolução de amostras que envolvem
reagentes que atacam o vidro e a porcelana. Esses materiais são de alto custo e requerem muitos cuidados no
seu manuseio. A platina é maleável quando puras e pequenas adições de Irídio elevam um pouco a resistência.
É atacada pela água régia (HCl + HNO3), cloretos, pirossulfatos, óxidos e peróxidos alcalinos e alcalinos
terrosos quando fundidos. Forma liga com chumbo, estanho, bismuto, selênio, enxofre, arsênio, antimônio e
carbono, o que a torna quebradiça.
O cadinho de platina deve ser suportado em triângulo de porcelana durante a calcinação/fusão. Não deve
ser aquecida na chama redutora do bico de Bunsen.
Não devemos usar bastões de vidro ou outro material metálico para remover resíduo, pois pode danificá-lo.
Devem limpos logo após o uso.
Manchas e descolorações devem ser tratadas com Na2CO3 ou K2S2O7 fundidos. Pode-se mergulhar o
cadinho por 1 hora em sulfocrômica e depois poli-lo com areia fina. Ou ainda ferver em HNO3 6N ou HCl
concentrado. Lembre-se de nunca misturar os ácidos e de lavar e enxaguar antes de mergulhar em outro ácido.
Guardá-lo sempre limpo.

10. SOLUÇÕES DE LIMPEZA PARA O LABORATÓRIO

Todas as vidrarias e utensílios usados em laboratório devem estar sempre limpos para serem usadas. E
deve-se efetuar a limpeza logo após o uso. Lembre-se de regras como “semelhante dissolve semelhante”, a
maioria dos cátions de metais são solúveis em ácidos como clorídrico e nítrico.

As soluções mais comuns para limpeza são:

- Solução alcoólica de hidróxido de potássio 50% em peso;


- Soluções de detergentes específicos para laboratório (sem fosfatos);
- Solução sulfocrômica, só empregada quando não existir outro meio e o descarte em local apropriado e
controlado.

11. CONCENTRAÇÃO DE SOLUÇÕES

11.1. Solução
Uma solução é uma mistura homogênea de um soluto (substância a ser dissolvida), distribuída através de
um solvente (substância que efetua a dissolução).
Soluções aquosas são as mais importantes para nossos propósitos em Química Analítica. Um dos aspectos mais
importantes é a preparação e a expressão da concentração de soluções.

11.2. Conceitos Básicos


a) Solução diluída é uma solução contendo uma pequena quantidade de soluto
b) Solução concentrada é uma solução que tem uma quantidade razoável de soluto.
23 23
c) Mol é uma quantidade de matéria. Esse valor é de 6,02 x 10 . Um mol simplesmente é 6,02 x 10 de qualquer
coisa (átomos, moléculas, elétrons).
23
d) Peso molecular de uma substância é o número de gramas que contem 6,02 x 10 moléculas.
e) Concentração significa quanto de soluto está presente em um volume ou massa específica.
Existem diversas maneiras como os químicos exprimem a concentração de uma solução, a seguir as formas mais
comuns de expressar concentração:

11.3. Molaridade ou Concentração Molar


A molaridade de uma solução é o número de moles de essa espécie contidos em 1L de solução. Sua
-1
unidade é M, que tem dimensões de mol L .

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n1 m1
M ou M
V mol  V
-1
Ex. 1 - Achar a molaridade de uma solução aquosa que contém 4 g de NaOH (peso-fórmula = 40 g mol ) em 2 L.
4
Sol. : M  → M  0,05mol / L
40  2

11.4. Normalidade ou Concentração Normal

O uso de normalidade como expressão de concentração é uma matéria de certa controvérsia entre os
químicos. A tendência parece ser em favor de evitar seu uso. Porém, além de sua utilidade em Q. Analítica esta
unidade de concentração ainda é usada no trabalho prático e na literatura.
A vantagem de se usar normalidade é que soluções da mesma normalidade reagem mL a mL, isto é, 1 mL de
uma solução 0,1 N de NaOH neutralizará exatamente 1 mL de solução 0,1 N de H2SO4, independente da
estequiometria da reação química envolvida. Não acontece o mesmo quando a concentração das soluções é mol
-1
L . 1 mol de H2SO4 reage com dois moles de NaOH e duas soluções destes reagentes da mesma molaridade
reagirão na razão NaOH: H2SO4 = 2:1 mL.
Assim, 1 equivalente de qualquer substância reage exatamente com 1 equivalente de outra substância. Isto
facilita enormemente os cálculos especialmente na prática de análise quantitativa.
Normalidade é o “Nº de equivalentes de soluto contido em 1L de solução”.

ne m1
N ou N 
V Eg V

Uma solução 1 normal (1N) contém 1 equivalente (eg) por L, ou 1 miliequivalente (meq) por mL.

11.4.1. EQUIVALENTE-GRAMAS DE UM ÁCIDO

+
É a massa em gramas de ácido capaz de produzir 1 mol de íons H . Sendo assim, temos:
mol1 98
Eg  
, Ex: Eg   49 gramas de H2SO4.
H 2
Ex: Qual o número de equivalentes-gramas de H2SO4 em 147 gramas deste ácido.

mol1 147
ne  Ex: ne   3 eg de H2SO4
Eg 49

11.4.2. EQUIVALENTES-GRAMAS DE UMA BASE

-
É a massa em gramas de base capaz de produzir 1 mol de íons OH . Sendo assim, temos:

mol1 40
Eg  
, Ex: Eg   40 gramas de NaOH.
OH 1
Ex: Qual o número de equivalentes-gramas de NaOH em 120 gramas desta base.

mol1 120
ne  Ex: ne   3 eg de NaOH.
Eg 40

Deste modo em uma reação ácido-base 1 eq da base reage com 1 eg do ácido, ocorrendo a neutralização total
das espécies.

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11.4.3. EQUIVALENTES-GRAMAS DE AGENTES OXIDANTES E REDUTORES

O equivalente-grama de um reagente em uma reação redox é igual ao Nº de elétrons perdidos ou ganhos


- +3
em uma reação. Consideremos a oxidação do íon iodeto I pelo íon férrico, Fé . Ex:

2   2 Fe 3   2  2 Fe 2
-
A semi-reação balanceada para a oxidação do íon I é:

2    2  2e 
Esta equação diz que um I2 é equivalente a 2e- , logo o Eg para I2 é 2.
- - -
Analogamente, um I é equivalente a um 1e , portanto o Eg para o I é 1.
+3
A semi-reação balanceada para a redução para o Fé é

Fe 3  1e   Fe2
Ex: Calcular a Normalidade (N) de uma solução preparada dissolvendo 220,0 mg de K2Cr2O7 em 100 mL de
água que será usada para oxidar FeCl2 segundo a seguinte reação (não balanceada):

K 2 Cr2 O7  FeCl 2  HCl  CrCl 3  FeCl3  KCl  H 2 O


Ou, passando para equação iônica balanceada:

Cr2 O72  6 Fe 2  14 H   2Cr 3  6 Fe 3  7 H 2 O


mol1 294,2
Eg  , Ex: Eg   49,03 gramas de K2Cr2O7.
Nox 61

11.5. Concentração Percentual (%) Ou Título


A percentagem (partes por cem) de uma substância em uma solução freqüentemente exprime-se como
porcentagem em peso ou massa.

m1
%empeso( p / p )   100 , onde m  m1  m 2
m
Note o uso de p/p para denotar que a razão nesta unidade de concentração é peso/peso. Uma solução 50 %
(p/p) de Hidróxido de sódio em água contém 40 g de NaOH em 100 g de solução, e se prepara misturando 40 g
de NaOH com 60 g de água.
Outras unidades comuns são: volume por cento (% v/v) e peso-volume (% p/v) por cento.

V1
%emvolume( v / v)   100 , onde V  V1  V2
V

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m1
%empeso  volume( p / v)   100
V
As unidades p ou v sempre devem ser especificadas. Quando não se especifica, assume-se que a unidade é
p/p. A percentagem em peso e em volume são valores relativos e NÃO dependem das unidades de peso ou
volume utilizadas, sempre que ambos, numerador e denominador, tenham as mesmas unidades.

Ex: O HCl comercial está rotulado 37,0 %, o que implica percentagem em peso. Sua densidade, também
-1
chamada de massa específica, é 1,18 g mL .

Uma solução a 36,5 % contém 36,5 g de HCl em 100 g de solução. A massa de 1L de solução é

 g 
(1000 mL) 1,18 x  = 1 180 g
 mL 
A massa de HCl em 1180 g de solução é:

 g HCl 
 0,365  (1180 g solução) = 430,7 g HCl.
 g solução 

Dado que o peso molecular do HCl é 36,46 a molaridade do HCl é

430,7 g L-1
 11,81 mol L-1  12,0 M
36,461 g mol-1

11.6. Partes por Milhão e Correlatos

A porcentagem raras vezes é usada para exprimir concentrações muito pequeno devido, presumivelmente, à
inconveniência de usar zeros ou potencias de 10 para rastrear a vírgula decimal. Para evitar este inconveniente
os químicos com freqüência mudam o multiplicador à razão do peso ou volume.
Aceitando que % (p/p) pode ser chamado de PARTES POR CEM, a definição óbvia de PARTES POR MILHÃO
(ppm) é
peso soluto
ppm = x 10 6
peso amostra

Observar que as unidades de peso no numerador e denominador devem concordar. Para concentrações
ainda menores que ppm, usa-se ppb, partes por bilhão ou ppt, partes por trilhão. O que muda é o multiplicador da
razão entre os pesos:

peso soluto
ppb = x 10 9
peso amostra

peso soluto
ppt = x 1012
peso amostra

Quando a concentração do soluto é da ordem de uns poucos ppm ou menor, a solução praticamente é puro
solvente e terá uma densidade essencialmente igual àquela do solvente. Se o solvente é água, sua densidade é
1,00 g solução/mL solução. Isto significa que 1 L de solução pesará 1,0 kg ou 1000 g. Então:

peso soluto (mg)


ppm =
volume solução (L)

Por exemplo, uma solução a 25 ppm contém 25 mg de soluto em 1 L de solução.

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11.7. Diluição de Soluções

Com freqüência é necessário preparar uma solução diluída de um reagente a partir de uma solução mais
concentrada. Uma equação muito útil para calcular o volume de reagente concentrado é

M 1  V1  M 2  V2

Devido a que M x V = (mols/L) x (L) = Mols esta equação simplesmente estabelece que os moles de soluto
em ambas as soluções são iguais. A diluição acontece porque o volume muda.

Dito de outra forma, o número de moles de soluto não muda quando diluímos, não importando o volume final
da diluição. Em geral podemos escrever a equação anterior

C1  V1  C 2  V 2  C 3  V3 = .......+ Cn x Vn = CONSTANTE

Também, para se obter a quantidade de soluto a partir de um volume dado de solução o produto C x V vai
nos dar o número de mols, equivalentes, g, mg, etc contidos em V litros de solução, dependendo das unidades da
concentração C.

11.8. Razão solução-diluente


Às vezes a composição duma solução diluída se especifica em função do volume duma solução mais
concentrada e o volume do solvente usado para fazer a diluição. O volume da primeira separa-se do volume do
outro usando dois pontos (:). Assim, uma solução de HCl 1 : 2 contém 2 volumes de água por cada volume de
HCl concentrado.
Este método é freqüentemente ambíguo por a concentração da solução original nem sempre é óbvia ao leitor.

12. ANÁLISES GRAVIMÉTRICAS

A análise quantitativa tem como objetivo, determinar as quantidades relativas dos componentes num
composto e principalmente ainda, como este está combinado; é uma análise que além da informação qualitativa,
nos fornece a composição, identidade, pureza e constituição de qualquer espécie química.
O método analítico é a seqüência de operações que nos leva ao resultado da análise. No método gravimétrico o
componente analisado é separado dos demais sob formas de um composto químico, onde sua quantidade é bem
definida ou ainda e separado puro dos demais. Em ambos os casos, são pesados no final da experiência, os
compostos ou componentes separados.

Há várias maneiras de processarmos esta separação:

- Precipitação: em meio insolúvel, por reagentes químicos.


- Eletrodeposição: efeito elétrico de decomposição química
- Aquecimento: remove certos componentes do composto
- Extração: uso de solventes adequados.

As principais vantagens da análise gravimétrica são:

- As operações unitárias utilizadas no procedimento gravimétricas são de fácil execução e de boa


reprodutibilidade.
- Usam-se equipamentos simples e de baixo custo (Becker, cadinho de porcelana, etc).
- Constitui-se num método de extensa aplicação da determinação de macro constituintes de uma amostra (faixa
de porcentagem).

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- Em muitos casos, se obtém maior precisão na dosagem de certas substâncias.

As principais desvantagens da análise gravimétrica são:

- Tempo necessário para sua execução o qual, geralmente, e muito longo.


- Devido ao grande número de operações necessárias a sua execução, este tipo de análise esta sujeito a uma
série de erros acumulativos, devidos a falhas de execução, ou ainda erros devidos a elementos interferentes
existentes na amostra original.

12.1. Etapas de uma Análise Gravimétrica

O procedimento numa análise gravimétrica passa por várias etapas sucessivas ou operações unitárias que
compõem este tipo de análise:

- Preparo da solução: Para iniciar uma análise gravimétrica é necessário que os elementos estejam em solução,
assim prepara-se a solução-mãe, através de um tratamento químico de acordo com a natureza da amostra a ser
analisada. É comum empregar ácidos, misturas de ácidos, soluções alcalinas, fusões alcalinas em cadinhos, etc.
- Precipitação: O elemento a ser dosado é separado da solução através da formação de um composto insolúvel
no meio em que se originou precipitado.
- Digestão: é o tempo em que o precipitado, após ter sido formado permanece em contato com a solução-mãe.
Esta digestão tem por finalidade provocar o crescimento do precipitado para torná-lo filtrável.
- Filtração: É o processo de separação do precipitado do meio em que se originou. A técnica e o meio filtrante
vão depender do tipo do precipitado e do tratamento posterior (secagem ou calcinação) que ele será submetido.
- Lavagem do precipitado: Após a filtração do precipitado deve-se submetê-lo a um processo de lavagem para
remover os vestígios da água-mãe e eliminar as impurezas solúveis e não voláteis na temperatura de secagem e
calcinação a que o precipitado será submetido. O líquido da filtração deve ser usado em pequenas porções e
mais eficazmente.
- Secagem ou calcinação: O precipitado após a lavagem deve ser seco ou calcinado antes de ser pesado para
eliminar o papel de filtro. A seguir deve ser esfriado em atmosfera isenta de umidade.
- Pesagem: É a etapa final da análise gravimétrica e deve ser feita com todo o rigor, pois normalmente o resíduo
é leve e em pequena quantidade.

13. MÉTODOS ANALÍTICOS

13.1.1. SILÍCIO

a) Processo

Este método prescreve a dosagem do elemento silício em ligas ferrosas. O método é baseado na conversão do
silício em ácido silícico, mediante ataque com ácidos e seguida de uma desidratação do ácido silícico a 900o C. O
silício é pesado ao final como SiO2.

b) Reagentes e soluções:

Mistura de ácidos para silício


Ácido clorídrico (HCl) 1: 1
H2O destilada
Ácido Fluorídrico (HF)

c) Equipamentos e vidrarias:

Cápsula (caçarola) de porcelana 300 mL ou,


Becker ....................................... 250 mL
Cálice graduado .... ..................... 30 mL
Suporte universal / anel de sustentação
Funil de Büchner com diâmetro de 100 mm
Funil analítico 600
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Becker ..........................................600 mL
Kitassato ........... ........................ 2000 mL
Bomba de vácuo
Papel de filtro faixa preta ou branca

Frasco lavador .......................................1000 mL


Fonte de aquecimento
Cadinho de porcelana M1

d) Marcha da Análise:

- Pesar 1 grama da amostra


- Colocar em um Becker de 250 mL, adicionar 30 mL de mistura de ácidos para silício.
- Aquecer até dissolução total da amostra, manter o aquecimento levar até secura completa (fumaças brancas)
- Esfriar e adicionar 20 mL de HCl 1:1
- Aquecer até dissolver os sais formados e diluir com 50 mL de água destilada.
- Filtrar por papel de filtro faixa preta ou filtrar á vácuo com faixa branca.
- Lavar resíduo com água quente e com água acidulada com HCl a 2% (V/V)
- Calcinar o resíduo a 900o durante 45 minutos.

pesoresiduo  0,4672  100


- Cálculos: % Si 
pesoamostra
e) Observação:

A filtração pode ser feita a vácuo, cuidado com excesso de vácuo, empregar papel faixa branca. O resíduo depois
de calcinado deve ter uma coloração branca, se não indica falta de lavação adequada.
O elemento cromo é um dos interferentes, pois forma um óxido insolúvel neste meio. Em uma amostra que
contém cromo acima de 0,10 % é necessário fazer uma fluorização do resíduo para obter-se o teor de silício.

f) Reações Ocorridas:

Amostra: Fe + FeSi2 + C( grafita ) + outros elementos

Ataque: H2SO4 + HNO3 + HCl ( mistura de ácidos )

2 H2SO4 + 3 HNO3 + 3 HCl + 3 Fe + FeSi2  2 FeSO4 + Fe( NO3 )2 + FeCl3 +2 SiH4 + NO2 + H2O

Hidrólise do hidreto de silício: SiH4 + 3 H2O  H2SiO3 + 4 H2

Desidratação do ácido silícico: H2SiO3  SiO2 + H2O

Se houver fluorização: SiO2 + Fe2O3 + Cr2O3 + HF  Fe2O3 + Cr2O3 + SiF4 (volátil)

g) Fator de conversão

Para determinar o teor de silício em uma liga metálica é necessário efetuar-se um cálculo inicial para determinar
o fator de conversão da sílica para silício.
Assim, temos:
- massa atômica Silício .............28,0855 28,0855
Oxigênio..........15,9994 31,9988
- massa molar SiO2..........................................................................60, 0843

Então em 60,0843g de SiO2 há 28,0855g de silício e 31,9988g de oxigênio, portanto relacionando a massa molar
com a proporção de silício obtemos o fator de conversão.

60,0843g ................ 28,0855g


Yg ................ X g

Onde: Y é o peso do resíduo (SiO2) calcinado (g)


X é o peso do silício contido na amostra (g)

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28,0855xY
Assim, temos: X   X  0,4674 xY , onde 0,4674 é o peso do silício contido na sílica calcinada
60,0848
na amostra.
Agora então para ser mais simples o cálculo da porcentagem pode empregar a seguinte fórmula:

46,74 xpesodoresíduo
% Si 
pesoamostra

13.1.2. NÍQUEL

a) Processo

Este método prescreve a dosagem do elemento níquel em ligas ferrosas e não ferrosas. Este método é
baseado na precipitação do níquel com uma solução alcoólica de dimetilglioxima em meio básico, após a
complexação do ferro, mangânes e cobre com ácido tartárico.

b) Reagentes e soluções:

Ácido clorídrico (HCl) ...... 1:1


Ácido nítrico (HNO3)
Ácido tartárico (C4H4O4)
Hidróxido de amônio (NH4OH)
Solução Dimetilglioxima ( C4H8O2N2) a 1% (p/V)

c) Equipamentos e vidrarias:

Bécker......................................250 mL
Cálice graduado........................30 mL
Suporte universal / anel de sustentação
Becker.......................................400 mL
Papel de filtro branca
Frasco lavador............................500 mL
Fonte de aquecimento
Bastão de vidro com ponta de borracha

d) Marcha da análise:

- Pesar 1 grama da amostra


- Colocar em um Becker de 250 mL, adicionar 30 mL de ácido clorídrico 1:1
- Aquecer e adicionar 10 mL de ácido nítrico concentrado. Manter o aquecimento até dissolução total da amostra
- Reduzir o volume até 25mL. Esfriar e diluir com 100 mL de água destilada. Filtrar se necessário papel
qualitativo.
- Adicionar 3 gramas de ácido tartárico, agitar até dissolução total do ácido.
- Reaquecer lentamente e neutralizar com de hidróxido de amônio, adicionando 1 mL em excesso (cheiro
amoniacal)
- Adicionar 20mL de solução alcoólica de dimetilglioxima a 1%. Agitar até formação de um precipitado e manter o
aquecimento brando.
- Deixar em repouso por duas horas (Obs: precipitado leve)
- Filtrar por papel de filtro faixa branca.
- Lavar resíduo com água quente.
o
- Calcinar o resíduo a 900 durante 1 hora.

pesoresiduo  0,7858  100


Cálculos: % Ni 
pesoamostra
e) Observações

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Este método sofre interferências quanto à presença de carbono na forma de grafita, de elementos que
precipitam em meio ácido, como tungstênio e silício, portanto deve proceder a eliminação destes elementos por
filtração

antes de realizar a precipitação do níquel. Outro ponto importante é o meio amoniacal uma falta não precipita o
níquel e um excesso pode mascarar o resultado, portanto após a precipitação total deve-se promover um
aquecimento brando por 15 minutos para eliminar um possível excesso de amônio.

f) Reações Ocorridas:

Amostra: Fe + FeNi + outros elementos

Ataque: HCl + HNO3

3HNO3 + 5HCl + Fe + FeNi  Fe( NO3 )2 + FeCl3 + NiCl2 + NO2 + 3H2 + H2O

Complexação dos sais de ferro: Ácido Tartárico

Fe( NO3 )2 + FeCl3 + Ácido Tartárico  tartarato de ferro + tartarato de níquel + HCl + HNO3

Neutralização do meio com hidróxido de amônio: NH4OH

HCl + HNO3 + NH4OH +  NH4NO3 + NH4Cl + H2O

Precipitação do níquel com solução alcoólica de dimetilglioxima

Ni(OH)2 + dimetilglioxima + NH4OH  dimetilglioxima de níquel + H2O

Calcinação da dimetilglioxima de níquel  NiO + CO2 + H2O + NH3 + N2 + H2

g) Fator de conversão

Para determinar o teor de níquel em uma liga metálica é necessário efetuar-se um cálculo inicial para determinar
o fator de conversão do óxido de níquel para níquel.
Assim, temos:
- massa atômica Níquel .............58,6934 58,6934
Oxigênio..........15,9994 15,9994
- massa molar SiO2..........................................................................74,6928

Então em 74,6928g de NiO há 58,6934g de níquel e 15,9994 g de oxigênio, portanto relacionando a massa molar
com a proporção de níquel obtemos o fator de conversão.

74,6928g ................ 58,6934g


Yg ................ X g

Onde: Y é o peso do resíduo (NiO) calcinado (g)


X é o peso do níquel contido na amostra (g)

58,6934 xY
Assim, temos: X   X  0,7858xY , onde 0,7858 é o peso do níquel contido no óxido de níquel
74,6928
calcinado na amostra.

Agora então para ser mais simples o cálculo da porcentagem pode empregar a seguinte fórmula:

78,58 xpesodoresíduo
% Ni 
pesoamostra

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13.1.3. MANGÂNÊS

a) Processo

Este método prescreve a dosagem do elemento manganês em ligas ferrosas e não ferrosas. Após a
dissolução da amostra com uma mistura de ácidos, o manganês é oxidado na presença de um catalisador e
reduzido com arsenito de sódio.

b) Reagentes e soluções:

Mistura de ácidos para manganês


Nitrato de prata ( AgNO3 )..................................1%
Persulfato de amônio ( NH4 )2 S2O8 ........... 15%
Solução de arsenito de sódio ( Na3AsO3 )....... 1 g/l

c) Equipamentos e vidrarias:

Erlenmeyer 500 ml
Cálice graduado 30 ml
Bureta precisão 1/10 ml
Fonte de aquecimento

d) Marcha da análise

- Pesar 0,25 gramas da amostra


- Colocar em um Erlenmeyer ( 500 ml)
- Adicionar 20 ml da mistura para ácidos
- Aquecer até que todo material esteja dissolvido
- Juntar 150 ml de água destilada quente
- Adicionar 10 ml de AgNO3 (nitrato de prata) a 0,25% e mais 10 ml de persulfato de amônio a 15%. Deixar ferver
até o início de formação de bolhas grandes
- Esfriar rapidamente em água corrente
- Titular com arsenito de sódio (Na3As2O3 ) até desaparecimento da coloração violácea.

Cálculo: % Mn  mLgastosNa3 As 2 O3  fator

e) Observação:

Para fatorar a solução de arsenito de sódio empregar uma amostra com teor de manganês conhecido,
realizando a análise conforme acima mencionado e nos cálculos dividi-se a % de manganês na amostra, pelos
mLs gastos na análise. A solubilização pode ser facilitada adicionando-se ácido clorídrico, mas este deve ser
eliminado por evaporação e feita nova adição da mistura de ácido para manganês.
-
O íon cloreto (Cl ) por eliminar a ação do catalisador e reduzir o manganês. A presença de cromo acima de 1%
dificulta a solubilização da amostra e cria uma coloração de fundo (amarela) que dificulta a visualização do ponto
de viragem violeta para incolor.

f) Reações Ocorridas:

Amostra: Fe + Mn + C (grafita) + outros elementos

Ataque: H2SO4 + H3PO4 + HNO3 (mistura de ácidos)

4 Fe + Mn + H2SO4 + 2 H3PO4 + 2 HNO3  Mn(NO3 )2 + FeSO4 + Fe3( PO4 )2 + 5 H2


+2 +7
Oxidação (Mn  Mn ) com persulfato de amônio ( NH4 )2 S2O8
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2 Mn NO3 2  5 NH 4 2 S 2 O8  8 H 2 O AgNO


3  2 HMnO4  4 HNO3  10 NH 4 HSO4

Titulação com arsenito de sódio (Na3AsO3)

4 HMnO4 + 10 Na3AsO3 + 8 HNO3  10 Na3AsO4 + 4Mn(NO3 )2 + 6 H2O

g)Fator de conversão

Para determinar o teor de manganês em uma liga metálica é necessário efetuar-se um cálculo inicial para
determinar o fator da solução de arsenito de sódio. Esta solução quando armazenada adequadamente apresenta
uma estabilização de mais de 45 dias.

A proporção entre os mLs gastos e a concentração de manganês nas amostras é dada pela seguinte relação:

A% Mn B mL Na2AsO3
X % Mn Y mL Na2AsO3

A
X  xY ,
B
Onde : X = % Mn na amostra analisada
A = % Mn na amostra padrão
B = mL solução gasta para amostra padrão
Y = mL solução gasta para amostra analisada

A
Como A e B são constantes para uma mesma solução, = fator da solução de Na2AsO3.
B
As expressões de cálculo são:

% Mn  FxmLsgastosNa 2 AsO3

13.1.4. FÓSFORO

a) Processo

Este método prescreve a dosagem do elemento manganês em ligas ferrosas e não ferrosas. Este método é
baseado na precipitação do fósforo com uma solução de molibdato de amônio, seguida de uma decomposição
com um excesso de NaOH 0,1 N . O NaOH que não reagiu é neutralizado com uma solução de ácido sulfúrico ou
clorídrico 0,1 N contra fenolftaleína.

b) Reagentes e soluções:

Ácido nítrico (HNO3)...................................1:1


Ácido fluorídrico
Permanganato de potássio (KMnO4)...........4%
Peróxido de hidrogênio (H2O2) ..................30 v/v
Hidróxido de amônio (NH4OH)
Nitrato de amônio (NH4NO3) .....................15 %
Molibdato de amônio (NH4)2MoO4 ............10 %
Nitrato de potássio ( KNO3 )........................1 %
Ácido sulfúrico (H2SO4)............................1/10 N
Hidróxido de sódio (NaOH) .....................1/10 N
Fenolftaleína ................................................... .1%

c) Equipamentos e vidrarias:

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Becker.............................................250 ml
Cálice graduado.............................. 30 ml
Funil analítico
Papel de filtro faixa preta
Suporte universal / anel de sustentação
Becker............................................400 ml
Erlemmeyer....................................500 ml
Frasco lavador................................1000 ml
Bureta..............................................1/10 ml
Pipeta...............................................20 ml
Bastão de vidro c/ ponta de borracha

d) Marcha da análise:

1 - Pesar 1 grama de amostra


2 - Atacar com 30 mL de ácido nítrico 1:1, aos poucos pois, a reação a princípio é violenta.
3 - Aquecer até que toda a limalha haja reagido e, que o volume esteja bastante reduzido.
4 - Diluir um pouco com água destilada, de preferência quente para não formar complexo, o que dificultará a
filtração. Usar para isto papel de filtro faixa preta, lavando-o com água acidulada por ácido nítrico a 2% ( o
mínimo possível de água ).
5 - Adicionar 10 mL de Permanganato de potássio (KMnO4) a 4% e aquecer até a formação de um precipitado
marrom.
6 - Eliminar o precipitado com a adição de algumas gotas de H2O2
7 - Continuar o aquecimento até eliminar o desprendimento de oxigênio.
8 - Retirar do fogo e adicionar 40 mL de nitrato de amônia (NH4NO3) a 15% e 40 mL de molibdato de amônia a
5%, agitar até aparecer um precipitado amarelo.
9 - Deixar acamar o precipitado durante algumas horas
10 - Filtrar por papel faixa azul, tendo o cuidado de passar primeiro o líquido, deixando precipitado por último.
Depois de transferido o precipitado para o filtro, abandonar a água acidulada e passar a lavar o precipitado com
KNO3 1%, até a eliminação da acidez.

Teste de verificação da acidez

No frasco receptor colocar uma gota de NaOH 0,1 N e 2 a 3 gotas de fenolftaleína, e lave normalmente com
solução de KNO3, observando se a coloração desaparece ou permanece. Considere eliminada a acidez quando
20 a 30 gotas de filtrado não neutralizarem uma gota de NaOH.

11 - Uma vez eliminada a acidez, rasgar o papel de filtro em pedaços pequenos e colocá-los em um erlenmeyer
de 500 mL
12 - Adicionar 100 ml de água destilada e agitar um pouco
13 - Adicionar quantidade conhecida de NaOH 0,1 N (20 mL), agitar, deixar reagir durante alguns minutos
14 - Titular o excesso de NaOH com H2SO4 0,1 N na presença de fenolftaleína, até o desaparecimento da
coloração.
( A  B)  0,000135  100
15 - Cálculos: %P 
pesoamostra

A = ml de NaOH adicionados X fator


B = ml de H2SO4 gastos X fator

e) Observação:

Após adição do agente precipitante, facilitar o início da precipitação com pequenas adições de NH4OH,
assegurando-se sempre da completa dissolução do ferro.

f) Reações Ocorridas:

Amostra: Fe + Fe3P + FeP + C ( grafita ) + FeSi2

Ataque: HNO3

3 Fe3P + 41 HNO3  9 Fe( NO3 )3 + 3 H3PO4 + 14 NO + 16 H2O


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Ataque: KMnO4

FeP + 6 HNO3 + KMnO4  Fe( NO3 )3 + H3PO4 + KNO3 + MnO2 + 2 NO2 + 3/2 H2

Oxidação do MnO2:
MnO2 + H2O2  HMnO4 + 1/2 H2

Precipitação do H3PO4

H 3 PO4  12NH 4 2 MoO4  21HNO3  NH 4 3 PO4 12 MoO3  21NH 4 NO3  11H 2 O
NH 4 NO3

Adição de NaOH

1 ( NH4 )3PO4 . 12 MoO3 + 23 NaOH  11 Na2MoO4 + ( NH4 )2 MoO4 + NaNH4HPO4 + 11H2O

Titulação do excesso de NaOH

2 NaOH + H2SO4  Na2SO4 + 2 H2O

g) Interferentes

Durante o ataque com ácido nítrico pode ocorrer a formação de ácido silícico, que pode ser eliminado com a
adição de pequenas gotas de ácido fluorídrico. Cuidado não adicionar mais de 6 gotas.
A acidez do ppt deve ser eliminada totalmente, se não consumirá o NaOH, dando um valor mais elevado de
fósforo.

h)Fator de conversão

Na reação, vimos que 23 mols de NaOH são necessários para reagir com apenas um mol do ppt de
(NH4)3PO4 . 12 MoO3 , que contém apenas 1 átomo grama de fósforo.

Assim, temos:

- massa atômica Fósforo ..............30,9737

Como são 23 mols de NaOH reagem com 1 mol de fósforo e em cada mL de NaOH 0,1 N existem 0,0001 mols
desta base.

23 mols NaOH 30,9737g P


 A  B x0,0001 X g de P

X 
 A  B x0,0001x30,9737 , onde X é o fator de conversão para o teor de fósforo.
23
X= 0,000135(A – B)

Logo a fórmula de cálculo é:

0,0135 A  B 
%P 
pesodaamostra

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13.2. CARBONO

a) Processo
o
O processo volumétrico para determinação de carbono consiste na combustão da amostra a 1250 C em
uma atmosfera de oxigênio, onde o carbono desprende-se na forma de CO2 que é arrastado pelo oxigênio. Após
aferido o volume, a mistura gasosa é borbulhada em uma solução de KOH, sendo o CO2 retirado sob forma de
KHCO3 e por diferença de volume determina-se a % de carbono.

b) Reagentes e soluções:

Solução de hidróxido de potássio (KOH)...... 10%


Oxigênio puro
Óxido de zinco (ZnO)
Cobre eletrolítico
Estanho eletrolítico

c) Equipamentos e vidrarias:

Aparelho para determinação gasométrica do carbono


Cilindro de O2 (puro)
Válvula reguladora de pressão
Navículas de porcelana
Espátula de inox
Vareta extratora de aço baixo carbono

1.1.1.1. APARELHO PARA DOSAGEM VOLUMÉTRICA DE CARBONO

O aparelho, figura 1, é constituído por um reservatório de oxigênio (a) com uma válvula para regulagem de
pressão (b), seguido de um conjunto para purificação do oxigênio (c) e de um forno tubular (d) para temperatura
o
de até 1400 C.
Após o forno existe um conjunto de vidrarias constituído por um condensador (e), uma torneira de 3 vias (f), uma
bureta calibrada (g), um frasco de nível (h) e um bulbo de absorção (i).

Figura 1 - Aparelho para determinação gasométrica do carbono

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Na bureta (g) é colocada uma solução de cloreto de sódio contendo algumas gotas de vermelho de
metila e de ácido sulfúrico concentrado. No bulbo (i) é colocada uma solução de hidróxido de potássio a 10%, nos
frascos purificadores de oxigênio é colocada uma solução de hidróxido de sódio e no outro ácido sulfúrico
concentrado.
A amostra é colocada em uma navícula de porcelana e introduzida no tubo ( j ).

Para aços emprega-se 1 grama de amostra e para ferros fundidos 0,5 gramas, devendo a amostra ser
recoberta por um fundente como o óxido de zinco, para os aços pode ainda ser empregado o dióxido de chumbo,
estanho ou cobre eletrolítico.

d) Marcha da Análise
o
Ligar o forno e programar a temperatura para 1250 C.
Girar a torneira (f) sentido anti-horário até a posição 1;
Levantar o frasco de nível (h) até completar o volume da bureta (g);
Conectar a rolha ao tubo de combustão (j), baixar o frasco de nível (h),verificar se não há vazamentos
Abrir à válvula (b) regular a vazão do O2 . Fazer uma prova em branco.
Quando o nível do líquido no interior da bureta (g) atingir zero, retirar a rolha do tubo ( j) e fechar o oxigênio (b)
Girar a torneira (f) sentido horário até a posição 2 , suspender o frasco ( h ) que fará o gás coletado borbulhar no
bulbo (i),
Repetir a operação de lavagem do gás duas vezes;
Acertar o nível do líquido no bulbo (i), sem bolhas de ar e girar a torneira (f) para a posição 3.
Verificar o nível do líquido e realizar a leitura na escala da bureta.
Para realizar a determinação repetir os passos a cima, mas antes da baixar o frasco (h), introduzir a navícula
contendo a amostra já recoberta com o fundente (ZnO) no tubo (j). A seguir retirar a navícula do tubo com
cuidado.

Anotar os valores de temperatura e pressão (barômetro). Com estes valores plotar o dado na tabela especifica
para determinar o fator de correção.

leitura  Fator
%C 
pesoamostra

e) Reações Ocorridas:

No tubo (t )
Fe + C + outros elementos + 02 Fe203 + CO2 + outros óxidos.

No bulbo de absorção (i)

CO2 + KOH KHCO3

f) Observações:

Este método é sensível para teores de carbono até 0,05% e a vazão de O2 deves ser ajustada de acordo
com o tempo de fusão da amostra.
Antes de iniciar as operações de análise efetuar provas em branco. O fator é obtido com os dados de
pressão atmosférica e temperatura do ambiente.
0 0
Não deve ser operado em temperatura maior que 32 C e nem abaixo dos 10 C, devido variações de volume do
gás, pois compromete os resultados.
Camadas de tinta, fosfatizadas, zincadas e cementadas devem ser removidas.

g) Fator de correção (Tabelado)


3
As buretas dos aparelhos não são graduadas em volume(cm ), mas diretamente em % de Carbono, onde 1
cm corresponde a 0,4996%C para 1g de amostra, quando a bureta é aferida a 20oC e 760 mmHg. Considerando
3

a dificuldade de se obter o gás nas condições de aferição de bureta, emprega-se um fator de correção que
transforma o volume (% carbono) obtido nas condições da análise para as condições de aferições.
Cada equipamento já possui uma tabela de calibração de fabrica.

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13.3. ENXOFRE

a) Processo:

O processo volumétrico para determinação do enxofre consiste na combustão da amostra em atmosfera de


oxigênio onde o enxofre desprende-se na forma de SO2 ( e eventualmente SO3 ) que é arrastado pelo excesso
de oxigênio e borbulhado em uma solução de H2O2 onde forma H2SO4 que é titulado por uma solução de NaOH
fatorada, usando como indicador Tashiro (azul de metileno + vermelho de metila).
Emprega-se o mesmo forno (d) da dosagem de carbono, apenas o gás é desviado para o funil borbulhador (L)
ao atingir o conjunto de vidraria, figura 2.

Figura 2 – Aparelho para determinação de enxofre

b) Reagentes e soluções:

Peróxido de hidrogênio a 1%
Solução de hidróxido de sódio ...... 0,01N
Oxigênio puro
Óxido de zinco (ZnO)
Cobre eletrolítico
Estanho eletrolítico
Indicador Tashiro

c) Equipamentos e vidrarias:

Aparelho para determinação gasométrica do carbono


Cilindro de O2 (puro)
Válvula reguladora de pressão
Navículas de porcelana
Espátula de inox
Vareta extratora de aço baixo carbono

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d) Marcha da Análise

Ligar o forno e programar a temperatura para 1250o C.


Lavar o funil borbulhador (L) com água destilada.
Colocar 20 mls de solução de H2O2 no funil (L) .

Introduzir a navícula com a amostra recoberta com fundente na parte mais aquecida do tubo (J) e fecha-lo
com rolha adaptada ao conjunto de oxigênio.
Abrir o oxigênio lentamente, controlando pelo borbulhamento no funil borbulhador (L).
Após 7 minutos zerar a bureta (M) com solução de NaOH e iniciar a titulação gota a gota , até persistência da
coloração azul.
Retirar a rolha do tubo (j) e em seguida coloca-la novamente caso desapareça a coloração azul da solução
do funil (L ) adicionar mais gotas de NaOH, repetir esta operação até que a coloração azul seja persistente.
Retirar a rolha do tubo (j), fechar o oxigênio e retirar a navícula do tubo.
Determinar a % de enxofre pela fórmula:

% S  mLgastosNaOH  Fator

e) Observações:

Para determinar o fator da solução de NaOH empregar uma amostra com teor de enxofre conhecido (padrão),
realizar a análise normalmente e dividir a porcentagem de enxofre pelos mL gastos.

%enxofre
Fator 
mLgastosNaOH

f) Reações Ocorridas
0
No tubo (J) : 2 FeS + 7/2 O2 1250 2 FeO + SO2 + SO3

No frasco borbulhador: SO2 + SO3 + H2O2 H2SO4 + H2O

H2SO4 + 2 NaOH Na2SO4 + 2 H2O

g) Fator de conversão

Para determinar o teor de enxofre em uma liga metálica é necessário efetuar-se um cálculo inicial para
determinar o fator da solução de hidróxido de sódio. Esta solução deve ser fatorada diariamente, quando se inicia
a análise, pois não apresenta estabilização.

A proporção entre os mLs gastos e a concentração de enxofre nas amostras é dada pela seguinte relação:

A% S B mL NaOH
X%S Y mL NaOH

A
X  xY ,
B
Onde : X = % S na amostra analisada
A = % S na amostra padrão
B = mL solução gasta para amostra padrão
Y = mL solução gasta para amostra analisada
A
Como A e B são constantes para uma mesma solução, = fator da solução de NaOH.
B
As expressões de cálculo são:

% Mn  FxmLsgastosNaOH

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13.4. Cromo

a) Processo

A determinação de cromo via volumetria consiste na oxidação do sulfato de cromo III, obtido da diluição da
amostra pela mistura de ácido para cromo, empregando persulfato de amônio e um catalisador, nitrato de prata,
em meio ácido. O ácido crômico obtido é reduzido por uma solução de sulfato ferroso 0,1 N e o excesso desta
solução é oxidado com dicromato de potássio 0,1N contra difenilamina benzeno sulfonato de sódio.
Pode-se empregar o permanganato de potássio 0,1N sem indicador.

b) Reagentes:

Mistura de ácidos para cromo


Ácido nítrico 1:1
Nitrato de prata 0,5 %
Persulfato de amônia 15%
Ácido clorídrico
Sulfato ferroso 0,1 N
Dicromato de potássio 0,1N
Difenilamina benzeno sulfonato de sódio 0,5 %

c) Vidrarias

Erlenmeyer 500 mL
Cálice graduado 30mL
Pipeta volumétrica 20 mL
Bureta de 50mL

d) Marcha da Análise

Pesar amostra em função do teor de cromo (tabela 2), transferir para um Erlenmeyer de 500 mL e atacar com 30
mL de mistura de ácido para cromo.
Aquecer até dissolução total da amostra, se necessário adicionar 10 mL HNO3 1:1, manter o aquecimento até
cessar os vapores nitrosos.
Esfriar e diluir com 150 mL e adicionar 10 mL de AgNO3 e 15 mL de (NH4)2S2O8 e levar a ebulição, a solução irá
adquirir a cor róseo avermelhada.
Adicionar HCl 1:1 gota a gota até o desaparecimento da coloração rósea e sugerirá uma cor amarela . Manter o
aquecimento até aglomeração do cloreto de prata e eliminação do cloro.
Resfriar rapidamente em água corrente e adicionar 20 mL de FeSO4 0,1 N . A solução deverá adquirir uma
coloração verde claro, se não ocorrer adicionar mais 5 mL da solução de sulfato ferroso.
Adicionar 5 mL de H2SO4 1:1 e 1 mL de difenilamina benzeno sulfonato de sódio e titular com K2Cr2O7 0,1 N até o
surgimento de uma coloração violeta escuro.

( A  B)  0,00173  100
Cálculos: %Cr 
pesoamostra

Onde A = mLs gastos FeSO4 0,1 N x F


B= mLs gastos K2Cr2O7 0,1N x F

e) Observações

- Se a amostra não solubilizar adicionar 10 mL de HCl ao ataque e levar até fumos brancos para eliminar o
excesso de HCl e readicionar 20 mL da mistura de ácidos para cromo.
-Pode-se empregar uma solução de KMnO4 0,1 N para titulação ao invés de dicromato de potássio.
- Determinação do fator da solução de FeSO4 0,1 N
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+2
Esta solução deve ser sempre fatorada antes do uso, devido à oxidação do íon Fe , para tanto se emprega uma
solução de K2Cr2O7 0,1N padrão-primário.
Devem-se empregar três alíquotas da solução de FeSO4 0,1 N a ser fatorada, dilui-se com 50 mL de água
destilada e adiciona-se 5 mL de H2SO4 1:1, homogeneíza-se e 1ml de indicador difenilamina benzeno sulfonato
de sódio 0,1%

f) Reações ocorridas

Amostra: Fe + Mn + C ( grafita ) + Cr + outros elementos

Ataque: H2SO4 + H3PO4 + HNO3 ( mistura de ácidos )

4 Fe + Mn + Cr + H2SO4 + 2 H3PO4 + 2 HNO3  Mn( NO3 )2 + FeSO4 + Fe3( PO4 )2 + Cr2( SO4)3 + 5 H2
+2 +7 +3 +6
Oxidação ( Mn  Mn ) e do cromo ( Cr Cr ) com persulfato de amônio ( NH4)2 S2O8

2 Mn(NO3)2 + 5 ( NH4 )2 S2O8 + 8H2O AgNO3 2HMnO4 + 4HNO3 + 10( NH4)HSO4

Cr2(SO4)3 + 3 ( NH4 )2 S2O8 + 8 H2O AgNO3 2 H2CrO4 + 3 ( NH4)2SO4 + 6 H2SO4

Redução do ácido permangânico com HCl

HMnO4 + HCl MnCl 2 +H2O

Redução quantitativa do ácido crômico com FeSO4 padrão.

2 H2CrO4 + 6 FeSO4 + 6 H2SO4 Cr2(SO4)3 + Fe2( SO4)3 + 8 H2O

Oxidação do FeSO4 em excesso usado na redução do ácido crômico, empregando dicromato de potássio ou
permanganato de potássio.

10 FeSO4 + K2Cr2O7 + 8 H2SO4 5Fe2( SO4)3 + Cr2( SO4)3 + K2SO4 + 8H2O ou

10 FeSO4 + 2KMnO4 + 8 H2SO4 5Fe2( SO4)3 + MnSO4 + K2SO4 + 8H2O

g) Fator de conversão

Na reação, vimos que 2 mols de H2CrO4 reagem com 6 mols de FeSO4 .

Assim, temos:

- massa atômica: Cromo..............51,996

Como são 2 mols de H2CrO4 reagem com 6 mol de FeSO4 e em 1 mL de solução FeSO4 0,1N equivalem a
0,001733g de cromo.

( A  B )  0,001733  100
%Cr 
pesoamostra

Tabela 2- Valor médio de massa de amostra para análise quarteada em função do teor de cromo

Peso amostra(g) Teor de cromo


1,0 0 a 2,5%
0,5 2,5 a 5,0
0,25 Acima de 5%

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14. PREPARO DE SOLUÇÕES

14.1. Mistura de ácidos para silício


H2O .......................... 400 ml
H2SO4....................... 160 ml
HNO3 ........................ 260 ml
HCl ............................ 180 ml

14.2. Mistura de ácidos para manganês


H2O ........................... 525 ml
H2SO4 ....................... 100 ml
H3PO4 ....................... 125 ml
HNO3 ..........................250 ml

14.3. Solução de Persulfato de Amônio a 15 %(p/v)


(NH4)2SO4 ................... 150g
H2O ................................ 1 LITRO

14.4. Solução de Arsenito de Sódio


Na3AsO3 .......................... 1g
H2O ................................... 1 LITRO

14.5. Solução de Permanganato de Potássio a 4 %(p/v)


KMnO4 .......................... 40 g
H2O ............................... 1 LITRO

14.6. Solução de Nitrato de Amônio a 15 %(p/v)


NH4NO3 ......................... 150 g
H2O ................................ 1 LITRO

14.7. Solução de Molibdadto de Amônio a 5 %(p/v)


( NH4 )2 MoO4 ..................... 50 g
H2O ...................................... 500 ml
HNO3 1:1.......................... 500ml

OBS: Dissolver o molibdato em água, depois juntar o HNO3 1:1

14.8. Solução de Hidróxido de Sódio 0,1 N


NaOH ...................................... 4 g
H2O ......................................... 1 LITRO

14.9. Solução de Ácido Sulfúrico 0,1 N


H2SO4 ...........................~ 2,7 ml
H2O ............................... 1 LITRO
OBS: Fatorar a solução com Na2 CO3 0,1 N e depois fatorar a de NaOH 0,1 N

14.10. Solução de Carbonato de Sódio 0,1 N


Na2CO3 .......................... 5,3 g
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H2O ................................ 1 LITRO

14.11. Solução de Hidróxido de Potássio a 10 %(p/v) ( Aparelho de Carbono )


KOH ................................ 100 g
H2O ................................ 1 LITRO

14.12. Solução para Leitura ( Aparelho de Carbono )


NaCl ............................ 150 g
H2O ............................. 500 ml
Indicador Vermelho de metila 1 ml

14.13. Solução de Hidróxido de Sódio 0,01 N


NaOH ........................... 0,4 g
H2O .............................. 1 LITRO

14.14. Solução de Água Oxigenada a 0,17 %


H2O2 30 % ............................. 2 ml
H2O ......................................... 1 LITRO

14.15. Indicador Tashiro


Solução (A): Vermelho de metila ................. 0,06 g
Álcool Etílico Absoluto ............ 200 ml

Solução (B): Azul de metileno ..................... 0,03g


H2O ........................................ 30 ml

Misture as soluções A e B, envase em frasco âmbar

15. INTRODUÇÃO A ANÁLISE INSTRUMENTAL

15.1. Espectrofotometria de Absorção Atômica

15.1.1. FUNDAMENTOS

A espectrometria de absorção atômica é uma técnica analítica de elevada seletividade. Durante a análise, a
amostra solubilizada é aspirada para o sistema de nebulização, o qual transforma-a em pequenas gotas e
simultaneamente mistura com os gases de combustão e ser queimada em condições ideais para cada elemento.
A chama que é gerada torna-se o meio reacional ocorrendo uma seqüência de reações físico-químicas
iniciando com a evaporação do solvente, fusão e sublimação da amostra, observe a figura 3.
O material da amostra que estava dissolvido passa para a forma de átomos, os quais absorvem energia
fornecida por uma lâmpada especifica para cada elemento, chamada de lâmpada de cátodo oco.

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Fig. 3- Fluxograma da absorção atômica

A quantidade de energia absorvida é diretamente proporcional à concentração do elemento que está sendo
analisado. Elementos como o arsênio e outros são analisados após a geração dos respectivos hidretos, estes são
transportados a uma cela posicionada acima do queimador. O calor da chama decompõe os hidretos, deixando
os átomos livres para a quantificação por absorção atômica.

15.2. Espectrofotômetro de absorção atômica

Um esquema simplificado do espectrofotômetro de absorção atômica pode ser visto, na fig. 4 , onde pode se
observar os principais componentes da máquina.

Fig.4- Esquema do Espectrofotômetro de absorção atômica.

15.2.1. FONTE DE RADIAÇÃO


Os espectrofotômetros de absorção atômica utilizam geralmente uma lâmpada de cátodo oco, fig.5, como fonte.
Esta lâmpada consiste de um ânodo de tungstênio e um cátodo cilíndrico contendo um ou mais elementos, cujo
espectro se deseja. O cátodo deve ser feito de um metal extremamente puro. Os eletrodos são fechados em um
invólucro de vidro, contendo um gás nobre sob pressão de 1 mmHg.

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Fig. 5 – Lâmpada de cátodo Oco

15.2.2. ATOMISADOR
A maioria dos atomisadores é baseada na técnica dos tubos concêntricos (tipo trompa). A eficiência da produção
de gotículas depende da pressão do ar, embora o aumento provoque um pequeno aumento nesse número. As
gotículas são produzidas pelo nebulizador na câmara de combustão. A mistura gases - gotículas é homogenizada
com o auxílio de um “spoiler” ou pérolas de vidro fixa, e logo a seguir é introduzida na chama, onde sofre a
vaporização. ( fig. 6 )

Fig. 6 – Sistema de nebulização

15.2.3. QUEIMADORES
O cabeçote do queimador é fabricado com uma liga espacial a base de tântalo e o tamanho adequado ao tipo de
chama.

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Fig. 7 – Queimador

15.2.4. CHAMA
A chama é o simples meio de vaporização, medidas precisas exigem uma chama estável, com fluxo
laminar. Os gases combustíveis mais comuns são a base de acetileno, propano e hidrogênio e os gases
comburentes são o ar e o protóxido de nitrogênio (N2O).
As combinações mais usadas são acetileno e ar (2000 0 C ) e a acetileno e N2O ( ~30000 C ) .

Fig. 8 – Tipos de Chama

15.2.5. MONOCROMADORES

Ë o seletor mais comum e eficaz, é usado para fazer a seleção variável de comprimento de onda, isolando
as linhas de ressonância das emitidas pela fonte. Este dispositivo o analista nos equipamentos mais antigos tem
acesso apenas ao seletor do comprimento de onda.

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Fig. 9 - Monocromador

15.2.6. SISTEMA FOTOMÉTRICO


É um sistema fotométrico formado por um foto-detector, um amplificador de sinal e um sensor de medida.

Fig. 10 - Fotomultiplicador

15.2.7. PREPARO DE PADRÕES


Existem recomendações de que as soluções para uso em absorção atômica, quando diluídas não devem ser
estocadas além de 7 dias, pois podem sofrer variações por evaporação do solvente ou absorção do soluto pelas
paredes do vasilhame de armazenamento.

15.2.8. SOLUÇÃO ESTOQUE DE 1000 PPM DE UM ELEMENTO


O significados de ppm é partes por milhão. Esta solução pode ser preparada de duas maneiras a partir de
um sal do elemento ou de um metal de alta pureza.

15.2.9. PREPARO A PARTIR DE UM SAL


Para preparar um solução de 1000 ppm, de CROMO, pode ser empregado o dicromato de sódio ( K2Cr2O7 ) ,
calcula-se a massa molar do sal e efetua-se uma regra de três simples. Ex:
Massa atômica : K = 39,102 Cr = 51,996 O = 15,9994

K2Cr2O7 2 Cr

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294,1918 g 103,992 g
x 1g

x = 2,8289 g de K2Cr2O7

Após pesar a massa exata transferir para um Bécker de 600 ml e diluir com 450 mL de água destilada,
Homogeneizar e avolumar em um balão de 1000 mL. Armazenar a solução em frasco de vidro limpo e seco.
0
Mantendo a temperatura de 20 C.
Ao empregar um metal este deve ser de alta pureza (99,99%). E empregar um reagente que solubilize e conserve
o metal em solução. Ex: Cobre dissolver com HNO3.

15.2.10. PREPARO DAS AMOSTRAS

O preparo das amostras para a E.A.A. deve ser bastante cuidadoso e obedecer às regras normais da
Química Analítica Clássica, dependendo do material e
do teor do elemento a dosar. Casos especiais exigem ataques específicos, normalmente citados no manual do
instrumento.
Os reagentes utilizados devem ser de alta pureza e os aparelhos de medida, os mais precisos possíveis.
Quando se conhece a teor aproximado do elemento a dosar, deve-se calcular o peso da amostra e o volume final
da solução, de modo que se alcance a faixa ótima de trabalho, sem diluições excessivas.
A melhor precisão obtida numa curva de calibração é aquela fornecida por uma leitura aproximadamente igual a
da metade da faixa ótima de trabalho.
Para o preparo dos padrões de leituras da curva de calibração das amostras podemos empregar a seguinte
fórmula matemática.

a.m.10 4
ppm 
v
Onde: a = porcentagem do elemento (%)
m = massa da amostra (g)
v = volume final da solução (mL)

Umas adaptações da fórmula têm:

ppm.v.10 4
a
m

a) Método de Rotina

Consiste na comparação direta entre as absorbâncias de padrões de concentrações conhecidas e de


absorbâncias das amostras. O método de rotina fornece um coeficiente de variação aproximado de 0,5 a 2%.
O método de rotina deve ser usado para os casos em que esta precisão é suficiente e quando os níveis analíticos
estão bem acima do limite de detecção do elemento de interesse.

15.2.11. TÉCNICA DO MÉTODO DE ROTINA

a) Preparar uma série de padrões de concentrações conhecidas, através de diluições da solução estoque,
dentro da F.O.T. (Faixa ótima de Trabalho) fornecida para o elemento. Em geral, são necessários 3 ou 4 padrões.
A adição do branco aos padrões pode melhorar as condições de igualdade físicas (pH, viscosidade, etc.) com a
solução da amostra. A matriz dos padrões e do branco deve ser a mesma da amostra, ou seja, para determinar
algum elemento em ferro fundido, os padrões e o branco devem ser preparados a partir de uma solução ferro.

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Veja a exemplo abaixo.

A amostra é dissolvida de modo que a leitura esteja dentro da faixa ideal de calibração.

Exemplo: Deseja-se determinar a % de Cobre e Magnésio em Ferro Fundido Nodular.

1) Preparação da Amostra:

- Pesar 0,5g de limalha e transferir para um becker de 300ml..


- Umedecer a limalha com um pouco de água e juntar 20ml de HCl concentrado.
- Levar ao aquecimento e deixar reagir por alguns minutos.
- Adicionar gotas de HNO3 e deixar no aquecimento por alguns minutos.
- Após a completa dissolução da amostra, deixar esfriar e filtrar através de papel faixa preta para dentro de um
balão volumétrico de 100 ml.
- Adicionar 10 ml de SrCl2 a 15%;
- Completar o volume e homogeneizar;

2) Preparação dos Padrões

2.1) Preparação da solução Matriz (So)

Proceder conforme a preparação de amostra usando, porém, Ferro Puro 99,9% ao invés de limalha de amostra.

2.2) Cálculos dos padrões

Para sabermos quantos mL da solução de estoque devemos usar, usamos as seguintes fórmulas:

a.m.10 4
ppm 
v
onde a = % massa
m = massa da amostra
v = volume final
Ou

ppm.v
mg / L 
Ce

onde: ppm = valor encontrado na fórmula 1


v = volume do balão volumétrico
Ce = concentração da solução estoque

No nosso caso sabemos que se trata de um FE portanto vamos considerar que nossa amostra tenha um
teor de cobre em torno de 0,50% e de magnésio em torno de 0,035%.

Nossos padrões podem ser feitos com as seguintes concentrações:

COBRE
Si - 0,20%
S2- 0,40%
S3 - 0,80%

MAGNÉSIO
SI - 0,010%
S2 - 0,020%

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S3 - 0,040%

Vamos agora calcular os mLs da solução de estoque:

m = 0,5g (amostra usada)


a = 0,20% (% de Cu no SI)
V = 100 ml (balão volumétrico)

0,20.0,5.10 4
ppm   10
100

Fórmula 2

10.100
mg / L  1
1000
Para se ter 0,20% de Cobre em balão volumétrico de 100 me preciso da colocar 1 ml minha solução de estoque
de 1000 ppm.
Após ter colocado 1 ml da solução de estoque de 1000 ppm de Cobre, no balão de 100 ml, completar o volume
co solução matriz de ferro.
Para as demais concentrações de Cobre e Magnésio deve-se seguir os mesmos passos. Veja abaixo a tabela 3
completa:

Tabela 3 – Valors dos padrões de calibração


Padrões
SI S2 S3
Elementos
% * % * % *
Cu 0,20 1 0,40 2 0,80 4
Mg 0,010 0,5 0,020 1,0 0,040 2,0

OBSERVAÇÕES IMPORTANTES:

No caso do Cobre usamos a solução de estoque de 1000 ppm;


No caso do magnésio usamos a solução de estoque de 100 ppm para termos uma melhor precisão na medida;

Sempre que analisar magnésio, devemos acrescentar 10 ml da solução de cloreto de estrôncio a 15%, que
age como supressor de ionização.

16. ESPECTROSCOPIA DE EMISSAO OTICA

16.1. Fundamentos do Espectro de Emissão Ótica

O fundamento da espectroscopia de emissão ótica é a propriedade que os átomos e os íons monoatômicos


no estado gasoso apresentam quando são excitados térmica ou eletricamente de emitir radiações características
nas regiões ultravioleta e visível.
O conjunto das radiações características emitidas por uma espécie atômica ou iônica constitui o seu
espectro de emissão. A caracterização do comprimento de onda de uma radiação permite identificar o elemento
emissor. Por outro lado, a medida da intensidade da radiação pode ainda servir para a determinação da
concentração do elemento emissor.
A Espectroscopia de emissão requer o uso de fontes energéticas relativamente intensas, que exercem duas
funções:

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- Fornecer a energia suficiente para volatilizar a amostra e converter os componentes individuais em átomos
ou íons monoatômicos;
- Suprir energia suficiente para promover a excitações eletrônica das espécies atômicas ou iônicas.

As fontes energéticas mais usadas são a chama, o arco e a centelha elétrica.

A espectroscopia de emissão faz uso dos espectros de raias, atômicos ou iônicos. A distribuição dos
comprimentos de onda nos espectros de raia é característica do elemento emissor. Porém, também importante
considerar a natureza da fonte, pois o tipo de espectro emitido - atômico ou iônico depende da energia da fonte
de excitação.

16.2. Preparação da amostra para a Excitação

A excitação com arco ou com centelha envolve o uso de elétrodos entre os quais se produz a descarga
elétrica e a maneira de preparar a amostra depende da natureza da amostra e do processo de excitação a ser
empregado.
Quando na preparação da amostra para a excitação são adicionados reagentes estes devem ser
espectroscopicamente puros ou, pelo menos, livres dos constituintes da amostra.
Os elétrodos são feitos de materiais condutores, tais como carvão, grafita ou metais.
Quando o material em estudo é um metal que suporta a temperatura fonte, o elétrodo pode ser improvisado com
o próprio material.

16.3. Espectrógrafos ou Espectrômetros de Emissão ópticos

A análise dos espectros de emissão requer um arranjo óptico capaz de separar convenientemente as
diferentes freqüências.
O sistema óptico de um espectroscópio é, essencialmente, um monocromador com um prisma ou uma rede
de difração como elemento de dispersão.
O esquema da figura 11 mostra um espectrômetro a vácuo automático:
A radiação heterogênea proveniente da fonte entra através da janela de quartzo (fenda) no policromador
atingindo a grade difratora que decompõe a Iuz, que é direcionada aos tubos fotomultiplicadores que permite a
determinação simultânea de todos os elementos de interesse. O sinaI é enviado a um microprocessador que
calcula a concentração dos elementos.

Fig. 11- Emissão óptica

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Para a determinação de fósforo, selênio, enxofre, arsênio e carbono a necessidade de expandir a intervalo
no ultravioleta, que só é possível fazendo vácuo, com isto a necessidade de introduzir argônio na câmara da
centelha, pois ela não opera no vácuo.
Os espectrômetros trabalham numa faixa espectral de 190 a 550 nm. Estes equipamentos são ideais para
análises de rotina, pois fornecem de 5 a 25 determinações entre 0,5 e 1,5 minutos.

17. COLORIMETRIA

17.1. Introdução

A absorciometria é um método analítico baseado na propriedade que tem muitas espécies iônicas ou
rnoleculares em solução de absorver radiações ultravioleta e visível. As radiações nestas regiões envolvem
fótons com energia suficiente para provocar transições dos elétrons de valência. A absorção é um processo
especifico relacionado com a estrutura da espécie absorvente.
A determinação absorciométrica de um constituinte requer que este possua propriedades absorventes ou,
então, que possa ser convertido, convenientemente, em urna espécie absorvente mediante reação apropriada.
A solução contendo a espécie é, por fim, submetida a passagem de um feixe de radiação.
Se a radiação empregada contiver fótons com energias capazes de provocar variações energéticas quantizadas
possíveis da espécie interessada, haverá absorção de energia radiante nas freqüências correspondentes.
A absorção não é diretamente mensurável, mas ela determina uma atenuação na radiação transmitida, que
pode ser medida e relacionada com as concentrações da espécie absorventes.
Os equipamentos são chamados de espectrofotômetros , absorciometros ou colorímetros, figura 12.

Figura 12- Espctrofotometro

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18. REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS

- RUSSEL, J.B. Química Geral, McGraw Hill do Brasil, 2 ed. São Paulo, 1994.
- BRADY, J.E. E HUMISTON, G.E. Química Geral, Livros Técnicos e Científicos. Editora, 2a Ed., Vols 1 e 2, Rio
de Janeiro, 1986.
- KOTZ, J.C. e TREICHEL Jr,P. Química e Reações Químicas, Livros Técnicos e Científicos Editora, 3a Ed., Vols.
1 e 2., Rio de Janeiro, 1998.
- OHWEILLER, Otto Alcides. Química Analítica Quantitativa. Vol. 3, Livros Técnicos e Científicos Editora S.A.
1976 R. J.
- KOBAL, João Junior e Sartório, Lírio. Química Analítica Quantitativa. Editora Moderna,1982. SP
- VOGEL, A . I. – Química Inorgânica Quantitativa, Editora DOIS, RJ, 1981.
- TREADWELL, F.P. Tratado de Química Analítica, Tomo II, Ed. Manuel Marin e Cia, 1956.
- EWING, Galen W. Métodos Instrumentais de análises Químicas. ED. Edgar Blucher 1972. SP

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