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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

CENTRO DE TECNOLOGIA

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO

Jonatas Martins Soares

Jorge Henrique da Costa Rêgo

Romonilson dos Santos Mendes

RELAÇÃO ENTRE UNIVERSIDADE E EMPRESA E SEUS

IMPACTOS NA PESQUISA CIENTÍFICA

João Pessoa

2019
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO 01
2. DESENVOLVIMENTO 03
3. CONCLUSÃO 10
4. BIBLIOGRAFIA 15
1.INTRODUÇÃO

Desde o fim da II Guerra Mundial, confronto que foi vencido com grande
apoio do desenvolvimento tecnológico e da inovação, os governos identificaram
a importância da gestão da tecnologia para impulsionar seu desenvolvimento
científico e industrial. Estes elementos contribuem para o acréscimo de novos
conhecimentos que, consequentemente, podem melhorar a economia dos
países.

Porém, este esforço para incentivo da pesquisa em tecnologia é puxado


principalmente por uma decisão deliberada e coerente dos governos no sentido
de fazer da ciência e da inovação tecnológica um instrumento para o
desenvolvimento. Os altos valores exigidos para investir em pesquisa
tecnológica impelem os governos a tomarem a dianteira nestes casos. A
iniciativa privada nem sempre tem condições (ou interesse) na aplicação dos
seus recursos.

Como principal vetor para o desenvolvimento tecnológico, as


universidades foram o meio necessário a produção e uso do conhecimento
científico e sua aplicação na pesquisa tecnológica. Além destas, também
existem centros de pesquisa públicos e privados. Porém, o foco deste trabalho
será a academia. Pois esta é a geradora de mão de obra inclusive dos centros
de pesquisa e das empresas.

A universidade é a impulsionadora da pesquisa científica em nosso país.


Apesar da excelência de centros de pesquisa, na academia que se tem a maior
representação. Nossa universidade tem seus docentes dedicados a três
atividades diferentes (MARCOVITCH, 1983): transmissão de informação,
pesquisa e administração. A transmissão de informação se dá pelo exercício da
docência a alunos dos diversos níveis, a pesquisa é desenvolvida na pós-
graduação e nos trabalhos de desenvolvimento e a administração da autarquia
à medida que os docentes progridem na carreira.

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A academia começa a despertar para a importância da pesquisa
tecnológica com aplicação no mercado. Isso acontece mesmo num ambiente
onde a falta de articulação entre as políticas industriais e governamentais nas
áreas de ciência, tecnologia e inovação. Com isto, existem disparidades tais
como: governos investem mais em pesquisas de ciências puras e o setor
privado investe pouco em pesquisas tecnológicas.

A universidade ainda carece de desenvolver perfil mais empreendedor e


profissional em relação ao foco em pesquisa tecnológica. Isto se deve, em
parte, as diretrizes traçadas pelo principal financiador da pesquisa tecnológica
(governos) e da carência durante a formação dos pesquisadores de conteúdos
que abordem temas de gestão empresarial e tecnológica tais como: patentes,
direito autoral, legislação e propriedade industrial.

Já na iniciativa privada, em nossa realidade, existe a prevalência de


empresas classificadas entre médias e pequenas. As poucas empresas
classificadas como grandes são organizações cuja estratégia para gestão da
sua tecnologia está focada em adquirir pacotes de tecnologia e dominá-la.
Eventualmente, começam a desenvolver melhorias aos pacotes adquiridos
mais raramente conseguem criar sua própria tecnologia. Com isto, temos que
as estratégias mais encontradas em nossa realidade estão baseadas na
imitação, dependência e no tradicionalismo. A primeira se caracteriza pela
adequação de tecnologias adquiridas ao contexto, dependência é muito
encontrada nas multinacionais que apenas replicam o que a matriz orienta e,
por fim, aquelas conhecidas pelo seu tradicionalismo (muito comum no
mercado de commodities).

O objetivo deste estudo é analisar os textos de três autores onde estes


analisam e propõem ações no sentido de facilitar as relações e,
consequentemente, a pesquisa tecnológica no país. Através de um resumo das
ideias propostas no desenvolvimento deste trabalho serão feito a análise e
comparação dos autores nas conclusões. Como os textos tem grande diferença
de tempo entre suas redações, o estudo tentará traçar uma linha de evolução

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entre o que foi observado no primeiro texto escrito ainda na década de 1980 e
os outros dois escritos nos anos 1990 e 2000, respectivamente.

2.DESENVOLVIMENTO

Nesta parte do trabalho será feita um resumo com as ideias centrais dos
textos propostos para análise e posteriormente uma análise comparativa dentre
os autores.

Azevedo (1983) procura descrever no seu texto uma descrição dos


aspectos da universidade e da empresa para depois apresentar barreiras a
colaboração e também listar modelos de relacionamento e destacar as
atividades de consultoria como elemento já consolidado nas relações entre a
academia e as empresas.

Considerada tardia a criação da universidade no Brasil. Mais recente


ainda foi a pesquisa científica e tecnológica. Ao caracterizar os aspectos da
universidade brasileira, se inicia que nossa academia tem influências por várias
nações e ainda não tem um perfil definido. Influenciaram a academia escolas
francesas, alemã, italiana e, atualmente, a norte-americana passa a influenciar
nosso perfil híbrido. As universidades ainda concentram grandes partes das
pesquisas conjuntamente com centros de pesquisas governamentais.

Apesar da importância na pesquisa, fatores como baixos salários quem


empurram os pesquisadores a buscar a iniciativa privada ou agências de
pesquisa governamentais. Outro fator desmotivador esta na falta de
conhecimentos aprofundados na gestão da transferência de tecnologia. Isto se
reflete nos currículos acadêmicos que não possuem disciplinas para tratar de
tais assuntos (tais como patentes, direito autoral, normalização, propriedade
intelectual, etc.).

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Como estímulo a relação entre universidades e empresas é proposto o
uso dos trabalhos acadêmicos de graduação e pós-graduação com foco no
desenvolvimento de pesquisas tecnológicas.
O autor descreve como um dos aspectos da iniciativa privada no Brasil é
a predominância de empresas de pequeno e médio porte. Estas possuem perfil
imitador e não são estimuladas a buscar a inovação através da pesquisa
tecnológica. Isto se deve a escassez de recursos que estas organizações
possuem para investir em algo cujo retorno não se concretizará em pouco
tempo, pois as necessidades variam em função do tamanho da tecnologia
usada e do seu volume. A parceria com a universidade poderia facilitar o
desenvolvimento da pesquisa, pois já possui estrutura e mão-de-obra
qualificada para realizar as atividades. Isto permitiria a descoberta de novos
mercados através da inovação tecnológica que, normalmente, implicam em
investimentos altos.

A mentalidade nas empresas, que tendem a investir em pesquisas de


curto prazo (menos de cinco anos) tem a seguinte linha: “É frequente a opinião,
na empresa, de que tudo que se vai precisar nos próximos dez anos já é
conhecido e não é rentável ou seguro financiar pesquisas de longo prazo”.

Tendo listado os aspectos das universidades e empresas, o autor


apontar as barreiras que impedem a colaboração:

• Falta de confiança recíproca entre acadêmicos e empresários;


• Os técnicos da iniciativa privada encaram os pesquisadores com
assuntos de “alta transcendência teórica”;
• Não cumprimento de prazos por parte das universidades;
• Dificuldades de aceitação entre a hierarquia;
• Barreira do diploma (“bacharelismo”’) – não valorizar aqueles possuem
conhecimento empírico e detrimentos dos doutores sem experiência no
mercado;
• Alto fluxo de pessoas formadas que não vão para as empresas e ficam
retidos nas universidades em programas de pós-graduação.

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Como propostas para facilitar o contato entre universidades e empresas
o autor faz ressalvas quanto a adoção de modelos estrangeiros que tendem ao
fracasso pela sua inadequação a nossa realidade. Uma primeira proposta a
universidade e a empresa mantém contato direto num conjunto interno. Seria o
conjunto externo os governos, sociedade e demais elementos. Este tipo de
formato é o menos provável em vista das dificuldades já apresentadas neste
texto. Outra proposta (sendo esta a mais usada no país) é a intermediação por
um órgão (normalmente ligado a universidade) que busca contato com a
iniciativa privada. O terceiro modelo seria um órgão responsável pela pesquisa
e desenvolvimento independente e este buscasse em ambos os lados para o
seu desenvolvimento.

Um exemplo de relação universidade-empresa que pode ser


considerada como caso de sucesso é a consultoria prestada por acadêmicos.
Apesar das críticas de outras empresas que prestam atividades de consultor
(devido aos custos menores que estes professores possuem para oferecer
seus serviços).
XXX
A Lei de Inovação de 2004 foi criada para fornecer diretrizes legais
especificas a propriedade intelectual, cooperação técnica e transferência
tecnológica favorecendo a intensidade do processo, dando as universidades
públicas brasileiras um grande crescente na importância para o sistema de
inovação brasileira (GARNICA E TORKOMIAN, 2009).

A utilização dos conhecimentos gerado nas universidades brasileiras


representa rica fonte de informação e capacitação para o desenvolvimento de
novas tecnologias, com isto, a transferência de tecnologia das universidades e
o setor produtivo , consiste um caminho alternativo e complementar para o
alcance de novas tecnologias para o Brasil. Entre as diversas formas de
transferências de tecnologia resultante da pesquisa acadêmica, destacamos
a licenciatura de patentes e a criação de nova empresas, tais mecanismos
formais de transferência de conhecimentos e transformação em bens

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disponíveis ao mercado tem sido a mais significativa mudança na relação
universidade-empresa.

Na idade média, a universidade visava apenas à atividade de ensino


transmitida o conhecimento já gerado. No século XIX, as instituições
acadêmicas passaram a enfatizar a interconectividade entre o ensino e a
pesquisa “Primeira Revolução Acadêmica”, com isto, o interesse acadêmico
procurou obter mais recursos para as pesquisas, surgindo novos
conhecimentos técnicos – científicos de aplicação tecnológica resultando em
novas empresas de base tecnológica para Rogers, Takegami e Yin ( 2000). As
transferências de tecnologia da universidade para os meio externos mais
tradicionais são: Spin-offs, licenciamento, publicação, encontros e projetos de
P&D cooperativos. Dos principais mecanismos dos quais as universidade pode
fazer uso no contexto de sua interação pró-inovação temos o licenciamento de
patentes os projetos de P&D cooperativos.

A experiência internacional mais avançada em gestão de propriedade


intelectual e transferência de tecnologia são dos Estados Unidos, onde
podemos observar a indução política pró-interação universidade empresa, já
na Inglaterra as universidade em sua maioria públicas , já apresentam uma
mudança substancial em termo de objetivo de pesquisa e fontes financiamento.
No Brasil a prática da transferência de tecnologia formal entre universidade e
empresas e bastante recente, mais alguns universidades e instituições de
pesquisa criaram mecanismos institucionais de gestão da propriedade
intelectual e da transferência de tecnologia mesmo antes da Lei de Inovação de
2004, onde podemos destacar a USP, Unesp, Unicamp, UFSC e a Unifesp. No
estado de São Paulo a gestão da propriedade intelectual e a transferência de
tecnologia tem ganhado importância, como também a UFSCar demonstrou um
grande salto nos últimos três anos quanto a estruturação e efetivação de
registros de propriedade intelectual.

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Gestão de tecnologia em universidades: uma análise do
patenteamento e dos fatores de dificuldade e de apoio à transferência de
tecnologia no Estado de São Paulo

O trabalho estudado faz referencia a um estudo desenvolvido com


relação a pesquisa e desenvolvimento na utilização de tecnologia em
universidades brasileiras (GARNICA e TORKOMIAN, 2009). Com base nisso, é
estabelecido a situação que o país vive com relação a desenvolver projetos de
pesquisa na área tecnológica onde tem uma grande barreira junto as empresas
na implementação dos estudos, essa pesquisa evidencia o dificuldade que é a
consolidação de uma pesquisa.

A pesquisa e desenvolvimento nas universidades tem feito com que o


avanço tecnológico venha a se torna crescente, para isso tem uma lei no Brasil
existe uma lei na constituição na forma de incentivo a avanço tecnológico,
regulando ações pressuposta nessa área que possa vir a contribuir para a
sociedade, com isso o regulamento vem a assegurar as ações realizadas o
registro de titulação dos responsáveis pelo avanço por meio do patenteamento
da inovação tecnológica.

Com isso a LEI Nº 10.973, DE 2 DE DEZEMBRO DE 2004. Que dispõe


sobre incentivos à inovação e à pesquisa científica e tecnológica no ambiente
produtivo e dá outras providências. (BRASIL, 2004).

Regulamentações que se destacam:

Art. 1o Esta Lei estabelece medidas de incentivo à inovação e à pesquisa


científica e tecnológica no ambiente produtivo, com vistas à capacitação
tecnológica, ao alcance da autonomia tecnológica e ao desenvolvimento
do sistema produtivo nacional e regional do País, nos termos dos arts.
23, 24, 167, 200, 213, 218, 219 e 219-A da Constituição Federal. (BRASIL,
2016).

Art. 19. A União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios, as ICTs e


suas agências de fomento promoverão e incentivarão a pesquisa e o
desenvolvimento de produtos, serviços e processos inovadores em
empresas brasileiras e em entidades brasileiras de direito privado sem fins
lucrativos, mediante a concessão de recursos financeiros, humanos,

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materiais ou de infraestrutura a serem ajustados em instrumentos
específicos e destinados a apoiar atividades de pesquisa, desenvolvimento
e inovação, para atender às prioridades das políticas industrial e
tecnológica nacional. (BRASIL, 2016).

Art. 22. Ao inventor independente que comprove depósito de pedido de


patente é facultado solicitar a adoção de sua criação por ICT pública, que
decidirá quanto à conveniência e à oportunidade da solicitação e à
elaboração de projeto voltado à avaliação da criação para futuro
desenvolvimento, incubação, utilização, industrialização e inserção no
mercado. (BRASIL, 2016).

Art. 23. Fica autorizada a instituição de fundos mútuos de investimento em


empresas cuja atividade principal seja a inovação, caracterizados pela
comunhão de recursos captados por meio do sistema de distribuição de
valores mobiliários, na forma da Lei no 6.385, de 7 de dezembro de 1976,
destinados à aplicação em carteira diversificada de valores mobiliários de
emissão dessas empresas. (BRASIL, 1976).

O Brasil com relação comparativa a outros países vem caminhando a


modo lento em meio a interação universidade e empresa devido a pouco
incentivo em dinheiro para detrimento de avanços tecnológicos, com isso a
estratégia do governo junto as empresas é realizado a oferta de:
(reconhecimento, titulações e incentivo fiscais). Em meio a isso, as empresas
veem que é uma via de mão dupla aonde a empresa junto com a universidade
vem a realizar uma troca mutua de conhecimento e aplicação onde se tem o
ganho ao destinar pesquisa e desenvolvimento nas atribuições de suas tarefas
por meio de transferências de tecnológica. A partir das entrevistas, foram
conseguidos dados qualitativos para uma análise do relacionamento entre
universidade e empresa e os fatores de dificuldade e de apoio na prática da
transferência de tecnologia. (GARNICA e TORKOMIAN, 2009).

As instituições brasileira vem a ser carente a recursos para avanço das


pesquisas, o sistema é burocrático e ultrapassado relação a metodologia e
equipamentos de ultima geração para detrimento de avanços na tecnologia,
algumas instituições carecem ate mesmo de coisas básicas para a pesquisa e
desenvolver do projeto que é uma realidade diferente de países desenvolvidos
onde se tem um capital direcionado para esses avanços visto que é de
utilidade publica.

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Emprego da tecnologia na indústria: a transferência de conhecimento e
tecnologia é o que faz as indústrias ir a busca de instituições de ensino para
captação de pessoas com a capacidade de contribuir em melhorias, o que é a
capitação de ideias, soluções e obras de característica intrínseca do ser
humano de um valor impagável a modo de retorno de capital para o
fortalecimento de uma empresa no mercado competitivo e tecnológico.
A tecnologia ao ser empregado na indústria tem como foco a
capitalização de recursos por meio de inovações a modo de inserção no
mercado e consolidação dos produtos para cooperação do desenvolvimento
econômico, tendo isso em vista as empresas buscam a parceria com as
instituições devido à capacitação dos estudantes nessa área tecnológica a
modo de empregar conceitos de inovação gerando assim impacto no
desenvolvimento econômico.

Nos países desenvolvidos é visto a ciência e tecnologia como algo


somatório para o crescimento do país onde se tem investimento em
universidades a modos de custear estudos que retornaram em melhorias para
a sociedade, já no Brasil, diferentemente de outros países vem a ser
burocrática a busca por incentivos as pesquisa e desenvolvimento visto a renda
destinada a devido fins vem a sofrer entraves o que tem dificultado as
instituições a fornecer esse conhecimento a seus estudantes, isso resulta na
estagnação da ciência e tecnologia empregadas em meio a pratica que é
necessária para assimilação do conhecimento ao mercado de trabalho.

As universidades brasileiras ainda são vista como forte tendência ao erro


relacionado a suas pesquisa e desenvolvimento de produtos geralmente fica
restrito as instituições a modo de reconhecimento e titulações por meio de
artigos acadêmico devido a uma fraca parceria com as empresas, isso se dá
pelo fato de que estudantes são visto como seres em crescimento de
conhecimento e pessoas passiveis de erros a modo de vir a prejudicar uma
empresa com a implementação de um produto no mercado, geralmente quando
a transferência tecnológica vem a ser impactante no mercado as empresas se

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atribuem desse marco e se intitulam a elas o rotulo inserção do produto no
mercado.

3.CONCLUSÃO

Reconhecer a universidade como principal elemento produtor de


pesquisa tecnológica foi um ponto comum aos textos apresentados. Dois
destes trabalhos traçam um perfil da universidade brasileira em momentos
distintos (Azevedo produziu seu trabalho em 1983 enquanto Garnica e
Torkomian discorrem sobre o tema mais de três décadas depois – apenas em
2009) que se complementam como uma evolução histórica do estudo da
evolução da pesquisa tecnológica. O trabalho do terceiro autor (Rodrigues e
Tontini), escrito no ano de 1997, faz um diagnóstico da universidade naquele
momento e propõem uma estratégia para tornar a academia mais efetiva e
empreendedora. Como o próprio autor avisa no final do seu trabalho:
“Obviamente, este artigo pretende apenas esboçar um arcabouço de diretrizes
e estratégicas, dentro de uma visão macro para administração eficiente e mais
competitiva da universidade através da apropriação da função e papel do
sistema de pesquisa e desenvolvimento tecnológico da universidade.”
(Rodrigues e Tontini, 1997). Com isto, as observações e orientações traçadas
ficam muitas vezes no campo da teorização e não se observa nos dois
primeiros textos a aplicação direta daquelas.

Inicialmente, cabe caracterizar universidade e empresa nas


circunstâncias brasileiras. O primeiro autor descreve a universidade brasileira
como um produto híbrido de várias influências estrangeiras. Apesar de
concentradora de grande parte das pesquisas (em conjunto com centros de
pesquisas governamentais). Seu corpo docente, em função dos salários pouco
atraentes, tende a migrar para iniciativa privada ou para outros órgãos da
administração pública. Relata ainda a pouca afinidade da academia com temas
que envolvam atividades associadas com a transferência de tecnologia
(patente, direito autoral, propriedade intelectual, etc.). O segundo autor, ao
relatar um breve histórico e contexto institucional e destaca que a preocupação

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com a gestão tecnológica na academia está relacionada a etapa posterior da
atividade de pesquisa. Ou seja, esta já está concluída e agora faltaria tratar dos
aspectos de transferência desta e sua viabilidade comercial. Isto pode ser
relacionado a observação de Azevedo (1983) quanto a pouca afinidade da
academia com atividades de negócio. Para este caso, o autor sugere a uma
visão de universidade empreendedora que se relaciona com o artigo de
Rodrigues e Tontini (2009). Estes autores propõem uma mudança na estrutura
organizacional da universidade ao incluir um quarto pilar na atual estrutura
tripartite (ensino, pesquisa e extensão): a produção e transferência de
tecnologia. Este ponto é considerado fundamental na consolidação de uma
universidade: que esta seja empreendedora e profissionalize suas relações de
negócios com as empresas.

Ao caracterizar o perfil das empresas no país, Azevedo (1983) relata um


fato que não mudou nos últimos anos: a maiorias das empresas nacionais
possuem um porte pequeno ou médio. Em função deste tamanho, não existe a
estratégia de investir em desenvolvimento tecnológico de longo prazo ou
investimento em inovações tecnológicas que implicam em custos altos de
atualização ou compra de maquinário para execução da tarefa. Além disso, a
opinião corrente entre o empresariado de que “tudo que se vai precisar nos
próximos dez anos é conhecido” (ressalta-se que o texto é da década de 1980
– num momento onde a tecnologia das comunicações era incipiente
comparada e a atualidade). Garnica e Torkomian (2009) propõem a criação de
agências de relacionamento mais ligadas à universidade que busquem a
interação com esse perfil de empresário. No caso das empresas de grande
porte que existem em nosso país (apesar de minoritárias, ainda detêm grande
tecnologia oriunda de outros países), as relações entre universidade-empresa
precisam ser mais complexas e exigem negociações mais detalhadas. A
universidade empreendedora proposta por Rodrigues e Tontini orienta sobre
quais estratégias a usar para geração e transferência de tecnologia: definir foco
da pesquisa, desenvolver estratégia por tipo de organização, definir
previamente condições e políticas adequadas e conhecer suas forças
institucionais.

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Existem pontos de divergência que são obstáculos a boa relação entre
universidade e a empresa. Segundo Azevedo, a falta de confiança recíproca
(seja no não cumprimento de prazos passando pela barreira do diploma), a
falta de reconhecimento das habilidades e aprendizados que o técnico da
iniciativa privada por parte dos acadêmicos são considerados barreiras a
colaboração entre as partes. Garnica e Torkomian (2006), através da pesquisa
de contratos de transferência de tecnologia entre universidades públicas do
estado de São Paulo e a iniciativa privada classificou estes elementos em
fatores de dificuldade. Alguns fatores foram particulares. Porém, outros foram
comuns a todas as instituições e refletem parte daquilo visto por outros autores.
Estes fatores foram assim listados: morosidade da área jurídico-administrativa
da universidade, problemas quanto ao valor dos royalties pagos a instituição,
demora o cumprimento dos prazos, etc.. Na perspectiva de uma universidade
empreendedora conforme o texto de Rodrigues e Tontini (1997), não foi listado
propriamente pontos de divergência. Porém, aponto alguns pontos de conflito
dentro da universidade que podem impactar nas relações destas com a
iniciativa privada. A saber: pressões internas resultantes de dicotomias (novas
disciplinas versus disciplinas tradicionais), ciências naturais versus
humanísticas, educação generalista versus especialista. Estes pontos reforçam
o conceito de que a academia possui dificuldade de implantar disciplinas que
tratem das relações de negócios com empresas.

Como pontos positivos da relação entre universidade e empresas.


Azevedo (1983) relata que, graças à experiência acumulada pela que escola
em seus níveis de graduação e pós-graduação é possível dotar as empresas
de tecnologia local sem o apelo a tecnologias estrangeiras. Garnica e
Torkomian ressaltam a alta qualidade do conhecimento da academia propicia
soluções satisfatórias às necessidades do mercado.

Para intermediar estas relações entre universidades e empresas a fim de


fomentar a pesquisa tecnológica existem várias propostas de modelos que vão
desde a relação direta entre academia e iniciativa privada passando pela

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criação de agência de fomento a tecnologia e incubadora onde toda a
tecnologia e conhecimento são acolhidos na universidade para seu
crescimento.

Azevedo (1983) faz ressalvas quanto a usar modelos estrangeiros, pois


tenderiam a “levar ao fracasso” os empreendimentos. Tendo isto em
consideração, os modelos identificados por este autor foram aquela onde
universidade e a empresa não possuem intermediários em suas relações. Seria
considerado “Ambiente Exterior” representada todo o universo exterior ao
conjunto escola-empresa, isto inclui governo, sociedade, entidades
financiadoras, o resto do país e até mesmo o exterior. As relações neste
contexto ocorrem com a troca de informações através de revistas técnicas,
visitas técnicas e cursos de pós-graduação com foco específico a dada
necessidade das empresas. Já a empresa obtém desta relação direta recursos
humanos capacitados e tecnologia desenvolvida na universidade. Outra
proposta seria a intermediação através de um órgão de interface. Esta é uma
solução muito comum no país. Constitui-se um organismo juridicamente
independente da própria academia para facilitar o contato entre esta e as
empresas. Este modelo apresenta vantagens como a profissionalização das
relações e o foco na busca de intermediações. Porém, como ponto de atenção,
existe a possibilidade de o foco das pesquisas tecnológicas ficarem
dependentes das diretrizes deste órgão. Porém, estes modelos de
intermediação (universidade-empresa sem intermediários e com órgão de
interface) apresentam limitações quanto ao porte do projeto que se pretende
tratar. Para casos onde é necessária uma demanda de recursos humanos e
tecnológicos maior estão os centros de Pesquisa & Desenvolvimento.

Para Garnica e Torkomian (2009), os grupos de intermédio das relações


podem ser desde níveis mais individuais, tais como grupos de pesquisa
formados por empreendedores, alunos egressos ou profissionais da academia
que praticam aquilo que se chama de spin-off. Onde, como conhecimento
adquirido na academia, se monta um empreendimento privado. Outro formato
de intermediação seriam os escritórios de interação classificados como

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consultorias, voltados a pesquisa ou avaliadores de contratos. Num nível mais
avançado, existiriam escritórios de transferência de tecnologia que facilitariam
no trato de assuntos como patentes, propriedade intelectual e licenças. Por fim,
as incubadoras seriam o que de mais evoluído poderia acontecer nas relações
universidade empresa.

Um modelo de relação entre universidade e empresa que se desenvolve


com comprovada eficácia é a atividade de consultoria. Porém, esse tipo de
atividades possui muitas limitações quanto ao desenvolvimento da pesquisa
tecnológica. Pois, dificilmente haverá pesquisa tecnológica. Apenas
transferência de conhecimento e tecnologia acontece. Além desta situação,
consultores da iniciativa privada têm ressalvas sobre este tipo de relação pois
os valores ofertados pelos consultores acadêmicos é muitas vezes menor e isto
torna a concorrência desigual.

Com isto, se conclui ainda que há muitos desafios para o


desenvolvimento de uma relação entre universidades e empresas. Existem
exemplos de outros países e até propostas de modelos para desenvolvimento
de universidades com foco no empreendedorismo tecnológico. Porém, há de se
respeitar as características locais.

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4.REFERÊNCIAS

AZEVEDO, Irany Andrade. A relação universidade-empresa e a pesquisa


tecnológica. In: MARCOVITCH, J (Coord.). Administração em ciência e
tecnologia. São Paulo: Edgard Blucher, 1983. p 379- 393.

BERTERO, C. O. Gestão Tecnológica: Aspectos Organizacionais e


Administrativos. RAE-Revista de Administração de Empresas, v. 17, n. 6,
nov-dez, 1977.

BRASIL. Lei n. 10.973, de 02 de Dezembro de 2004. Dispõe sobre incentivos à


inovação e à pesquisa científica e tecnológica no ambiente produtivo e dá
outras providências. Diário Oficial da União, Poder Executivo, Brasília, DF, 03
de Dezembro de 2004. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004->. Acesso em: 01 abril. 2019

GARNICA, Leonardo Augusto; TORKOMIAN, Ana Lúcia V. Gestão de


tecnologia em universidades: uma análise do patenteamento e dos fatores de
dificuldade e de apoio à transferência de tecnologia no Estado de São Paulo.
Gestão & Produção, São Carlos, v. 16, n. 4, p. 624-638, out./dez. 2009.

GARNICA, L. A.; OLIVEIRA, R. M.; TORKOMIAN, A. L. V. Propriedade


intelectual e titularidade de patentes universitárias: um estudo piloto na
Universidade Federal de São Carlos – UFSCar. In: SIMPÓSIO DE GESTÃO
DA INOVAÇÃO TECNOLÓGICA,
24, 2004, Gramado. Anais... Gramado: Associação Nacional de Pós-
Graduação e Pesquisa em Administração, 2006.

RODRIGUES, Leonel Cezar; TONTINI, Gérson. A universidade


empreendedora: geração e transferência de tecnologia como fator agregador.
Revista de negócios, Blumenau, v. 2, n. 4, p. 37-49, 1997.

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