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Resumo
A presente pesquisa qualitativa teve como objetivo analisar como é concebida e
concretizada a aproximação entre Universidade e Escola na formação inicial de
professores no Programa de Residência Pedagógica (PRP) desenvolvido pela UNIFESP,
Campus Guarulhos. Neste estudo, buscou-se identificar quais fundamentos caracterizam
essa experiência, que metodologias e estratégias são utilizadas para a aproximação entre
Universidade e Escola, qual a concepção de formação docente embasa a formação
inicial e como a articulação entre a teoria e a prática se concretiza nas ações do PRP. Foi
realizada análise documental do Projeto Pedagógico do curso de Pedagogia da
UNIFESP e entrevistas com professores da universidade, de modo a conhecer suas
avaliações e pontos de vista acerca do PRP. Na análise das entrevistas, configuram-se as
seguintes categorias: Superação do Tradicional Modelo de Estágio Supervisionado pelo
PRP; O PRP e a Formação Continuada de professores do município de Guarulhos; a
Escola como espaço de formação e Aproximação entre a Universidade e a Escola:
espaços híbridos de formação. Para análise das entrevistas utilizou-se como referências
autores que postulam sobre a importância da articulação entre práticas e teorias para a
formação inicial de professores, tais como Imbernón (2010), Nóvoa (2009) e Marcelo
(1992). Como resultado, verificou-se que a experiência apresenta-se como bem-
sucedida na aproximação entre a Universidade e Escola, sendo esta articulação
favorecida por um Acordo de Cooperação Mútua entre a UNIFESP e a Secretaria de
Educação de Guarulhos. Como contrapartida às escolas que optam por participar do
Programa são oferecidas experiências de formação continuada. O estudo desta iniciativa
pode servir de base para formulação de experiências inovadoras na formação inicial de
professores da escola básica.
Palavras-chave:formação inicial de professores; residência pedagógica; aproximação
Universidade-Escola.
1.Introdução
Cada vez mais pesquisas vêm apontando o Estágio Curricular como uma
experiência fundamental para a formação de qualidade de futuros professores, já que ele
possibilita a articulação entre a teoria e a prática social da profissão docente. Esse
espaço, se bem planejado, tendo objetivos claros e sendo contemplado em uma estrutura
curricular que possibilite que essa articulação seja feita, dá ao estudante a vivência da
profissão e oportunidade para que a teoria possa ser significada, além de desenvolver
importantes habilidades de um professor reflexivo.
Observa-se nas práticas correntes que há um grande distanciamento entre os
discursos acadêmicos e a ação realizada nas escolas, sendo esse um importante
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Hoje a gente tem uns 5 colegas que não estão na residência mas os
outros todos estão. Mais de 90% do corpo docente é professor de RP.
Que é um diferencial quando a gente compara, normalmente é o
professor de estágio e o professor que não é de estágio é a maioria, e
aqui é o contrário, aqui a maioria é professor de estágio e uma minoria
não é. Então a inversão dessa lógica facilita com que a gente oriente
grupo menores, que possa fazer esse acompanhamento normalmente
de 5, 6, 7 alunos. E como a gente trabalha em grupo, normalmente fica
em 6, 8, 12, vai depender da quantidade de alunos matriculados
(Professor Carlos).
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por Marcelo (1992) uma vez que as ações de formação continuada implementadas nas
escolas abrangem problemáticas trazidas tanto pelos residentes quanto no contato dos
preceptores com as escolas. Marcelo explica o continuum da formação da seguinte
forma: “Esse princípio implica, também, a necessidade de existir uma forte
interconexão entre o currículo da formação inicial e o currículo da formação permanente
de professores” (MARCELO, 1992, p.55). Isso só faz sentido ao se conceber a
formação a partir de questões conflituosas da prática que passam a ser objeto de análise
e investigação para os envolvidos naquele contexto, sejam eles residentes, professores
das escolas ou da universidade. No caso do PRP, as questões são amplamente discutidas
pelos residentes nas reuniões de preceptoria e tratadas nas ações de contrapartida que a
universidade oferece para as escolas parceiras.
A partir das falas dos professores entrevistados pode-se identificar que a
concepção de formação continuada que está em jogo é a de que as situações práticas do
dia a dia apontam os caminhos a serem seguidos na formação permanente do
professorado. Em muitos trechos das entrevistas e exemplos dados pelos professores é
possível verificar a similaridade da concepção de formação do PRP com as ideias de
Imbérnon (2010), para o qual a formação continuada deve partir de problemas reais de
cada contexto, uma vez que não há problemas genéricos vivenciados na educação. Na
fala da Professora Viviane, encontra-se uma relação bastante próxima desta apresentada
por Imbernón (2010):
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4.Considerações Finais
A organização do Programa de Residência Pedagógica, regulamentada por um
Acordo de Cooperação Mútua entre a UNIFESP e a Secretaria de Educação de
Guarulhos, permite que as ações ocorram de modo organizado e que o projeto vá além
de uma simples aproximação, legitimando e formalizando a parceria entre ambas. O
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5.Referências
CALDERANO, M. da A. O estágio curricular e os cursos de formação de professores:
desafios de uma proposta orgânica. In: CALDERANO, M. da A. (Org.).Estágio
curricular:concepções, reflexões teórico-práticas e proposições. Juiz de fora: Editora
UFJF, 2012. p. 237-260.
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