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1. Economia e Direito
A) Relação de economia com o conhecimento jurídico
Tanto o Direito, quanto a Economia, se originam do mesmo conjunto de questões, pois são
frutos da tentativa humana de entender como os indivíduos se organizam socialmente e
produtivamente, como se entendem e como formulam o entendimento sobre o outro.
A análise jurídica dessas relações cria uma norma de “dever-ser, que estabelece a forma e o
conteúdo através dos quais aquelas relações são válidas e aceitas, além de estudar o
conjunto das normas já criadas. Assim, essas normas de “dever-ser” estabelecem de que
forma as relações devem ser travadas entre os indivíduos e de que forma passam a ser
aceitas por estes.
De acordo com cada época e/ou lugar, a “relação jurídica” apresenta conteúdos diferentes,
podendo ser interpretada tanto como a representação dos interesses coletivos quanto
como reflexo dos interesses da “classe dominante”. No entanto, independentemente dessa
interpretação, esse tipo de relação vem acompanhada e, algumas vezes, busca condicionar
a forma como os indivíduos se relacionam.
Assim, o Direito e a Economia apresentam pontos comuns, pois ambos procuram solucionar
problemas de coordenação, estabilidade e eficiência na sociedade (2008, p. 49).
Preceitos jurídicos relativos aos custos do processo litigioso, normas legais e constitucionais
acerca da responsabilidade civil, direitos de propriedade e direitos contratuais, influenciam
o crescimento econômico e constituem apenas alguns exemplos da relação entre o Direito
e a Economia.
Toda decisão de intervenção, seja ela política, econômica e/ou jurídica por parte de
qualquer agente da sociedade deve sempre objetivar o bem-estar social.
Quando se define Economia como uma ciência social que estuda como o indivíduo e a
sociedade decidem empregar recursos produtivos, o Direito também é uma ciência social
que, através de suas normas, regula as relações econômicas.
Pode-se citar como exemplo a importância do Direito Financeiro que trata da captação e da
gestão dos recursos econômicos para que os órgãos públicos possam cumprir com suas
obrigações. Da mesma forma que qualquer cidadão, o Estado carece de recursos para
satisfazer às suas necessidades de realizar obras e prestar serviços à sociedade. Por isso, a
importância do Direito Financeiro, cuja autonomia é implicitamente reconhecido na
Constituição Federal do Brasil de 1988, tendo em vista o disposto nos arts. 145 a 169.
3. Sistemas Econômicos
A) Definição
Um sistema econômico pode ser definido como sendo a forma política, social e econômica
pela qual está organizada uma sociedade, para desenvolver as atividades econômicas de
produção, circulação e consumo de bens e serviços.
B) Classificações
Sistema Capitalista ou Economia de Mercado: É aquele regido pelas forças de mercado,
predominando a livre iniciativa e a propriedade privada dos fatores de produção. Com
relação à livre iniciativa e a propriedade privada, esses conceitos podem ser visualizados no
caput do artigo 170 da Constituição Federal do Brasil, de 1988.
I - soberania nacional;
II - propriedade privada;
IV - livre concorrência;
V - defesa do consumidor;
C) Elementos básicos
Os elementos básicos de um sistema econômico são: fatores de produção (recursos
humanos, o capital, os recursos naturais e a tecnologia/conhecimento) e unidades de
produção (instituições políticas, jurídicas, econômicas, como empresas, e sociais).
D) Fatores de Produção
Todo indivíduo precisa atender às suas necessidades, por mais elementares que sejam. Se
você observar bem, poderá verificar que tudo que existe no planeta é finito.
Certos bens que são encontrados na natureza com aparente abundância de reservas (tais
como água potável, matas, florestas etc.) já se tornam escassos, representando um sério
problema para as sociedades futuras.
Entende-se que necessidades humanas é tudo o que o ser humano precisa (alimentos,
vestuário, moradia, saúde, educação, lazer etc.) e deseja possuir (brinquedo,
reconhecimento profissional, status etc.) nas várias etapas de sua vida.
2 - São diversificadas, no sentido de que cada indivíduo possui sua escala de prioridades e
desejos.
Os fatores de produção também possuem duas características bem definidas, são elas: 1)
são escassos e, portanto, têm preço; 2) são versáteis no sentido de que um mesmo fator de
produção pode ser empregado em diversos processos produtivos.
Como e onde produzir? A sociedade deverá escolher quais recursos produtivos serão
utilizados, considerando o nível tecnológico disponível. Como e onde se dará o processo
produtivo implica em tentar adotar as melhores técnicas de produção disponíveis que
deverão ser utilizadas em três possíveis cenários (setores da economia), a saber: Setor
primário: onde ocorrerão as atividades de lavouras, extração animal e extração vegetal.
Setor secundário: onde ocorrerão as atividades de extração mineral, da indústria de
transformação, da indústria da construção e de semi-industriais (energia elétrica, gás
encanado, tratamento e distribuição de água, etc.). Setor terciário: onde ocorrerão as
atividades do comércio, mercado financeiro, transporte, comunicação, lazer, saúde,
educação etc. e do governo. É importante observar que os bens tangíveis são produzidos
nos setores primário e secundário e os bens intangíveis (serviços) no setor terciário.
Para quem produzir? A sociedade deverá escolher como os indivíduos deverão participar do
resultado da produção. Considera-se que a distribuição de tudo que foi produzido se dará
levando-se em conta dois aspectos: a quantidade e qualidade dos fatores que o indivíduo
empregou no processo produtivo; o preço que conseguiu receber pelo uso desses fatores.
Vale ressaltar que a relação entre a oferta e os custos dos fatores de produção é
inversamente proporcional. Exemplo: um aumento nos salários, tudo o mais constante,
provoca uma retração da oferta de um produto. Entretanto, uma melhoria tecnológica
é diretamente proporcional, ou seja, tudo o mais constante, deve provocar uma
expansão da oferta. O OBJETIVO DA FIRMA é definido como, partindo-se de uma análise
tradicional, o empresário sempre busca maximizar o lucro total, otimizando a utilização
de todos os recursos que dispõe.
Também sabe-se que o equilíbrio no mercado é definido como o preço que iguala as
quantidades demandadas pelos compradores com as quantidades ofertadas pelos
vendedores. Dessa forma, o mercado regula os interesses de produtores e
consumidores da seguinte maneira: os produtores querem ganhar o máximo possível,
enquanto os compradores querem pagar o mínimo possível. O resultado desse processo
são os preços de equilíbrio, ou seja, é o patamar em que os consumidores e os
produtores realizam seus interesses.
Assim sendo, quando há competição tanto dos compradores (demandantes) quanto dos
vendedores (ofertantes), há uma tendência natural no mercado para se chegar a uma
situação de equilíbrio (Tendência de Equilíbrio). Os compradores e vendedores
conduzem automaticamente o mercado para um equilíbrio. Uma vez atingido esse
equilíbrio, os compradores e vendedores estão satisfeitos e, portanto, não há pressão
sobre o preço.
B) Formas de Intervenções
O Estado intervir na atividade econômica de quatro formas:
Absorção: Nesse caso, o governo atua de forma monopolista na atividade econômica. O
caput e inciso V do art. 177 da Constituição Federal Brasileira de 1988, estabelece que
“Constituem monopólio da União, a pesquisa, a lavra, o enriquecimento, o
reprocessamento, a industrialização e o comércio de minérios e minerais nucleares e
seus derivados, com exceção dos radioisótopos cuja produção, comercialização e
utilização poderão ser autorizadas sob regime de permissão […]”.
Direção: Nessa situação, o Estado atua na economia por meio de edição de leis,
utilizando seu poder de pressão. O art. 174 da Constituição Federal brasileira de 1988
estabelece que “como agente normativo e regulador da atividade econômica, o Estado
exercerá, na forma da lei, as funções de fiscalização, incentivo e planejamento, sendo
este determinante para o setor público e indicativo para o setor privado”.
A intervenção de forma direta ocorre por meio das empresas públicas e como sociedade
de economia mista e de suas subsidiárias. A intervenção direta é permitida, quando
necessária, aos imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse coletivo. Na
atuação direta, o Estado atua como empresário comprometido com a geração de
atividade econômica, sendo guiado por um regime concorrencial ou por um regime
monopolístico. Por meio da intervenção direta, o Estado passa a concorrer com as
empresas privadas, seja como empresa pública ou como sociedade de economia mista,
atuando na economia como empresário, não podendo gozar de privilégios fiscais não
extensivos às do setor privado.
Escassez
Excedente
Excesso
Deficiência
Competitividade
3. Em uma situação em que a quantidade ofertada estiver acima do ponto de equilíbrio, irá
conduzir: