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Uberlândia
2016
NATHALIA LAIS MAZOTTI
Uberlândia
2016
NATHALIA LAIS MAZOTTI
BANCA EXAMINADORA
________________________________________
Orientador: Prof. Dr. Sérgio Ferreira de Paula Silva
Universidade Federal de Uberlândia
________________________________________
Prof. PhD. Eduardo Lázaro Martins Naves
Universidade Federal de Uberlândia
________________________________________
Prof. Ms. Sérgio Ricardo de Jesus Oliveira
Universidade Federal de Uberlândia
Agradeço à minha família por todo o apoio durante esses anos, em especial minha
mãe Marilza, por ser essa pessoa incrível, guerreira, que não mediu esforços para poder
proporcionar o melhor para mim e ao meu pai, que mesmo lá no céu, sempre me protegeu.
Agradeço ao Prof. Dr. Sérgio Ferreira de Paula Silva, que me orientou nesta
monografia, me guiando para as melhores decisões a ser tomada durante o trabalho.
Agradeço aos professores da Universidade Federal de Uberlândia que participaram do
meu crescimento profissional e pessoal, em especial aos professores da Faculdade de
Engenharia Elétrica- FEELT, vocês são incríveis e tenho muito orgulho de ter tido aula com
grandes mestres.
Às minhas amigas da universidade, que se tornaram amigas da vida e me deram apoio
nos momentos mais difíceis e tornaram eles mais felizes. Obrigada pela paciência e por
aguentar o mau- humor matinal. Vocês são demais.
Aos meus amigos de apartamento, minha gratidão eterna, pelo companheirismo e
pelas noites mal dormidas virando noites estudando, pelos muitos momentos de alegria e por
também me apoiarem em todos os momentos e serem pacientes e conselheiros comigo.
Morar com vocês foi sem dúvida um amadurecimento pessoal e se tornaram os melhores três
anos da minha vida acadêmica.
Às minhas amigas de adolescência, com atenção especial a melhor dupla Simone e
Kellen, que, apesar da distância, dos caminhos diferentes seguidos, continuam presentes em
minha vida. Sei que nossa amizade será eterna e sinto muito orgulho das pessoas que vocês
se tornaram.
Meu agradecimento também a toda equipe do hospital envolvido no estudo, em
especial para o administrador e a enfermeira responsável, que foram muito prestativos e me
permitiram fazer a coleta de dados e informações do ambiente hospitalar.
RESUMO
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................ 15
1.1 Considerações Iniciais ........................................................................................................... 15
1.2 Objetivos e Justificativas ....................................................................................................... 17
3.1 Fundamentação..................................................................................................................... 23
3.1.1 Tipos de Manutenção .................................................................................................... 24
3.2 Levantamento de Dados ....................................................................................................... 26
3.3 Soluções Propostas ............................................................................................................... 29
4 LAVANDERIA ................................................................................................................. 31
4.1 Fundamentação..................................................................................................................... 31
4.2 Levantamento de Dados ....................................................................................................... 32
4.2.1 Área Contaminada e Limpa ........................................................................................... 35
4.2.2 Equipamentos ............................................................................................................... 36
4.3 Soluções Propostas ............................................................................................................... 40
5 UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA .......................................................................... 44
1 INTRODUÇÃO
Todo EAS tem por objetivo a prestação de serviços na área de saúde, e deve
oferecê-los com o máximo de garantia, qualidade e principalmente segurança, por se
tratarem de locais que lidam com vidas e situações de risco. A maioria dessas situações é
devido a substâncias ou fontes de energias potencialmente perigosas, como por exemplo,
radiações ionizantes, microorganismos e substâncias químicas. Dentro desta conjuntura, o
risco de choque elétrico envolvendo instalações e equipamentos eletromédicos é de
essencial atenção por parte dos profissionais da área da saúde, pois estes têm papel
importante na monitorização, tratamento e manutenção à vida (ANVISA, 2002).
Para que uma estrutura assistencial de saúde funcione corretamente, é essencial que
todos os diretamente envolvidos no seu processo trabalhem em condições de garantias e com
toda a segurança possível. Com isso, se torna necessário levar em conta jornadas de trabalho,
qualificação profissional e infraestrutura adequada. Dentro disso, este trabalho objetiva o
estudo da estrutura relacionada direta ou indiretamente com as instalações elétricas dos
setores de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e Lavanderia Hospitalar e também a correta e
segura utilização envolvendo os equipamentos elétricos e eletromédicos.
Este trabalho é justificado com base e aprovação de normas técnicas para instalações
elétricas hospitalares pela ABNT, principalmente as normas NBR 13534 (Instalações
Elétricas para Estabelecimentos Assistenciais de Saúde- 1995), a IEC 60601-1 (Equipamentos
Eletromédicos- Prescrições para Segurança- 1996), NBR 5410 (Instalações elétricas de baixa
tensão- 2004) e RDC nº 50.
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Ainda é visto uma resistência e desinteresse pela solução desses problemas existentes.
Portanto, este trabalho pretende também estimular os profissionais e autoridades envolvidos
nesta área a pensarem, questionarem e tomarem decisões concretas e eficazes para a solução
destes problemas.
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2 AMBIENTE DO ESTUDO
Apesar de ser uma instituição mantida pelo Fundo Nacional de Saúde e por doações e
em meio a tantas crises, os atendimentos humanizados continuam até hoje, conseguindo
manter viva sua essência caridosa, de forma responsável e com respeito de toda comunidade e
da região.
Buscando modalizar suas atividades na área da saúde, aliada a uma nova gestão, o
Hospital reformulou todo o seu estatuto, permitindo que de forma social, a qualidade da
assistência seja em favor dos usuários do SUS e que possa ser expandida e replicada em
outras instituições do País.
2.2 A pesquisa
Para conseguir realizar a pesquisa foi necessária a permissão dos diretores do Hospital,
que solicitaram uma carta de justificativa do orientador do projeto, todos os documentos
pessoais do pesquisador e ainda um seguro pessoal que o hospital exige para todas as pessoas
que trabalham no local ou realizam estudos e pesquisas.
Através de reuniões foi disponibilizada uma planta baixa (Anexo A), antiga, porém em
condições de uso, o que tornou possível o reconhecimento da amplitude do ambiente. Um
relacionamento com profissionais ligados à área de manutenção desta estrutura também se
tornou muito importante para o trabalho, e se procurou, sempre que possível, a troca de
experiências, vivências no local, promovendo a integração teórica com a prática.
Independente da natureza do estudo seja ele qualquer tipo de caráter, distinção teórica
escolhida e metodologias diferentes, a pesquisa apresenta limitações que precisam ser
explicadas para sustentar as discussões que serão apresentadas. As limitações impostas à
elaboração do trabalho são as citadas abaixo:
inerentes às partes físicas das instalações elétricas não foi possível serem obtidas, por serem
locais de acesso restrito e perigoso.
Com base nos estudos, surgiu uma dúvida do que seria mais interessante aprofundar,
para que a pesquisa tivesse informações seguras e suficientes para uma avaliação correta.
Tendo deparado com a falta de informação, importante para um estudo quantitativo e a atual
realidade do hospital, foi definido que seria mais importante focar em informações
qualitativas, como aspectos básicos e fundamentais para as instalações elétricas mínimas
exigidas por normas vigentes.
Para que fosse feito o levantamento das instalações elétricas do hospital, foi utilizado
um modelo de ficha apresentado no Anexo B deste trabalho. Todas as questões abordadas na
ficha tencionam-se a uma análise e subsequente avaliação.
Esta parte não está tencionada a apresentar as propostas de soluções, mas sim a
maneira como se pretende finalizar e quais os melhores métodos para solucionar os problemas
encontrados.
3 ANÁLISE DE MANUTENÇÃO
3.1 Fundamentação
históricos dos equipamentos ou por recomendação dos fabricantes, no intuito de realizar, por
exemplo, ajustes, inspeções sistemáticas, preservação do equipamento, reparo de defeitos. Por
outro lado, a manutenção preventiva tem sua eficácia questionável, pois necessita da retirada
do equipamento ou sistema em execução, envolvendo alto custo na revisão, além da
possibilidade de ser induzida a falhas sobressalentes, contaminação na lubrificação, falhas
humanas e em procedimentos operacionais. Logo, esse tipo de manutenção se torna útil
quando a simplicidade na reposição, os altos custos por falha e a falta de segurança
operacional e pessoal, for grande (KARDEC e NASSIF, 2001).
Manutenção Preditiva: é realizada a partir da alteração de padrões de
funcionamento ou condição, obedecendo a uma metodização. Seu propósito é impedir falhas
nos equipamentos ou sistemas, realizando acompanhamentos de diversos parâmetros, porém
sem a necessidade de interromper a operação da máquina ou sistema. Quando é detectado um
grau de degradação ou o limiar especificado está próximo a ser atingido, é implantada a
decisão de operação, que normalmente parte para a manutenção corretiva planejada
(KARDEC e NASSIF, 2001).
Ainda segundo Karman (1994), uma opção viável é a manutenção composta por uma
equipe mista, tendo os serviços que são rotineiros atribuídos à equipe própria interna, e
serviços específicos e especializados destinados à equipe terceirizada. Assim, em casos
específicos e de complementação, que exigem muitas vezes tempo maiores de investigação e
de serviço, não interferem demasiadamente na instituição e no setor de manutenção.
Durante a coleta de dados, foi constatado que o Hospital não apresenta um setor
responsável por manutenções, e que essas manutenções ocorrem de forma terceirizada e
somente do tipo corretiva, não existindo um controle sobre a frequência em que o
equipamento ou sistema foi reparado, ou seja, quando o equipamento começa a apresentar
falhas ou simplesmente para de funcionar. Durante a observação do ambiente UTI, por
exemplo, foi constatado que em alguns equipamentos havia selos, e esses informavam a data
da última manutenção e ainda a data que deveria ocorrer a próxima manutenção. Praticamente
em todos esses equipamentos, foi observado que a data para a próxima manutenção já estava
fora do prazo (Figuras 2 e 3), demonstrando a falta de um controle eficaz sobre a inspeção do
estado dos equipamentos em si.
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O diagrama (Figura 5) proposto por KARDEC & NASCIF (2001), também pode ser
apoio para a equipe de manutenção encontrar e adequar qual o melhor tipo de manutenção
para cada situação, levando em conta, por exemplo, o tipo de falha, a idade do equipamento
ou instalação e o monitoramento de condições.
4 LAVANDERIA
4.1 Fundamentação
A lavanderia hospitalar é definida segundo Castro e Chequer (2001) como sendo uma
unidade que realiza a prestação de serviços de apoio ao atendimento do paciente, responsável
pelo processamento da roupa, transformando a roupa suja e contaminada em roupa limpa,
sendo sua distribuição em perfeitas condições de higiene e conservação. De acordo com a
Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA, 2004), a lavanderia hospitalar é
considerada como uma área crítica, responsável pelo processamento de roupa e de sua
distribuição dentro de Estabelecimentos Assistenciais de Saúde, onde existem riscos
aumentados de transmissões de infecções e se realizam procedimentos de risco, com ou sem
paciente.
Até o meio do século XIX, segundo Torres e Lisboa (2001) as roupas dos pacientes na
maioria dos hospitais eram higienizadas num ambiente externo ao hospital, trazendo
problemas como, por exemplo, infecções entre os usuários. Na metade do século XX, algumas
medidas foram tomadas em relação às lavanderias hospitalares, devido ao conhecimento dos
perigos de contaminação hospitalar, tendo um cuidado mais específico, como por exemplo, a
separação de área contaminada, área limpa e rouparia, além de processos de lavagem e
cuidados administrativos. (TORRES e LISBOA, 2001). Essa divisão em áreas ainda
permanece nos dias atual estando presente na área contaminada a coleta, separação da roupa,
pesagem e lavagem; na área limpa a centrifugação, secagem, calandragem e prensagem; e a
área de rouparia realizando a costura, estocagem e distribuição da roupa (ANVISA, 2004).
Entretanto, muitos hospitais ainda tratam a lavanderia hospitalar como sendo um setor
de segundo plano, mas a verdade é que ela possui grande importância dentro do complexo
hospitalar, pois segundo Bartolomeu (1998) seu correto funcionamento demonstra a real
eficiência em que o ambiente se encontra, se tratando principalmente do controle de
infecções, segurança do paciente, conforto e recuperação mais rápida. Além disso, se tomada
como assunto principal, pode reduzir custos operacionais, tempo, material e maior segurança
aos que participam e desfrutam do serviço. Ainda, Mezzomo (1984), evidencia que a falta de
atenção relacionada ao setor pode prover da carência de profissionais com formação
específica na área, ou ainda, por indiferença da administração hospitalar.
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físicos, emitem sons além do habitual. Também contribuem o som emitido pelo ventilador
que foi improvisado na parede, e os sons do ambiente natural presentes no local.
Existem duas janelas grandes na área limpa, dispostas de frente para a porta de
abertura (figura 7), mas mesmo aberta elas não conseguem ajudar na circulação de ar.
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Na segunda parte da sala, após o portão de vidro, existe uma lavadora industrial de
desinfecção composta de barreira, que tem acesso a área limpa, sendo esta a principal
lavadora, e em posição oposta a ela encontra-se outra lavadora de desinfecção, mas sem
barreira, utilizada quando há acúmulo de roupas, porém, essa é evitada por necessitar de
trabalho manual para retirar a roupa do cesto e levar até a centrífuga que se encontra na área
limpa, podendo causar contaminação do que já estava higienizado. Além disso, há dois
sistemas de dosagem eletrônica que controlam os produtos de lavagem distribuídos em
recipientes encostados em uma das paredes, sendo que um deles está em desuso devido à
troca de sistema e a falta da retirada do anterior, e o outro possui ligação para as duas
lavadoras. Dois automatizadores eletrônicos também estão no local, controlando os processos
das lavadoras e as fases do ciclo de lavagem, além da temperatura e do nível da água.
A área limpa é uma sala com aproximadamente 5m² e também apresenta porta de
abertura confeccionada em madeira. Existem janelas para a circulação de ar, mas uma delas
não é aproveitada devido a presença da secadora instalada na frente dela. Nessa área, os
equipamentos presentes são: barreira de passagem da roupa já limpa instalada na parede que
divide as áreas; uma centrífuga disposta perto da barreira; uma calandra no meio da sala; e
uma secadora posicionada ao lado da porta de entrada. Além disso, outra secadora está
quebrada e estocada em um dos cantos da sala, ocupando certo espaço, devido a sua
dimensão. O local também possui duas mesas em madeira. Uma ao lado da centrífuga e a
outra em frente a calandra no centro da sala, ambas servindo de apoio às dobras manuais dos
tecidos. Encontra-se no local algumas prateleiras de aço-inox que armazenam as roupas já
lavadas, passadas e dobradas. O espaço também apresenta um banheiro com lavábulo e vaso
sanitário, um armário para armazenamento de materiais específicos de costura e documentos,
e um telefone.
4.2.2 Equipamentos
A partir das descrições feitas até o presente momento neste capítulo, serão descritas
sucintamente as principais mudanças para a reestruturação de uma lavanderia hospitalar
moderna e eficiente, implantando medidas e citando requisitos dispostos em normas, para a
operação correta tanto dos equipamentos como do setor, em geral.
Com o intuito de determinar o peso preciso da roupa que chega e sai da lavanderia
hospitalar é necessário conhecer o número total de leitos do hospital e sua taxa de ocupação.
Para o hospital em estudo, que abrange pronto-socorro, obstetrícia, pediatria, tendo uma
rotatividade maior, a troca diária de roupa dos leitos é equivalente a 6 kg/leito/dia. Além
disso, a jornada de trabalho semanal também deve ser levada em conta, pois dias não
trabalhados acarretam em cargas de roupa acumuladas que podem danificar os equipamentos
por sobrecarga quando estes voltarem a operar no reinicio da jornada. O ideal seria existir um
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Para o cálculo do peso da produção horária por dia, recorre-se a seguinte equação 1:
Outros fatores como: o tipo e a qualidade do tecido utilizado na fabricação das roupas;
equipamentos que vão pertencer ao ambiente e sua devida distribuição; técnicas de instalação;
técnicas de processamento; condições climáticas em que o ambiente se encontra; tipo de
iluminação; materiais utilizados na construção do setor; e a equipe que irá trabalhar no local
são de extrema importância no planejamento de uma eficiente lavanderia. Para uma melhor
operação e organização do ambiente, um corpo administrativo adequado deve estar
administrando o local. Também, treinamentos eficientes ao serviço prestado são levados em
conta. O uso inapropriado de peças de roupas, para outras funções, por exemplo, faz com que
o tecido se deteriore mais rápido, trazendo vários prejuízos, que podem ser evitados com uma
simples capacitação. Esse conjunto de fatores são essenciais para um completo e correto
equilíbrio do local.
também devem ser instaladas próximas à lavanderia por ser esta o maior centro consumidor
de vapor.
Deve ser previsto coifa com exaustor sobre as calandras, para se captar calor e
umidade diretamente nos locais de origem, com altura máxima de 60 cm acima das mesmas,
além de outros exaustores perto das lavadoras, secadoras e prensas, pelo mesmo motivo, isso
quando o equipamento já não possuir seu próprio sistema de exaustão.
Os ralos e grelhas que cobrem as caneletas das lavadoras e centrífugas devem ser
colocados sem que exista o risco de acidentes dos trabalhadores ou dificuldades de passagem
dos carros de transporte. Nas lavadoras, no lado da área limpa, deve existir uma caneleta
recoberta de piso para o escoamento da água, e caixa na saída das manilhas e caneletas, com
grades, para segurar as felpas que vão junto com a água.
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5.1 Fundamentos
Dentre as normas técnicas para construção, a UTI apresenta uma área física exclusiva,
o que possibilita que a pessoa internada observe e sinta o que ocorre ao seu redor. Com a
presença de equipamentos, o trabalho contínuo da equipe, barulhos constantes e invariáveis,
iluminação e aeração artificial inalterado, exclusão de janelas para visualização do meio
externo, entre outros, ajudam a alterar o lado emotivo dos pacientes e profissionais envolvidos
no ambiente (NASCIMENTO, 2003).
Junto ao progresso tecnológico visto nas décadas seguintes surgem então as UTIs com
equipamentos sofisticados apropriados ao monitoramento constante dos pacientes, sendo que
atualmente é o setor hospitalar que possui tecnologia avançada e pessoal competente para o
atendimento de pacientes agravados.
Por ser um espaço que apresenta recursos tecnológicos complexos, as UTIs carecem
de equipe profissional qualificada e treinada para proceder a partir de qualquer necessidade.
Além de possuir conhecimentos técnicos e científicos, os profissionais que trabalham
diretamente na UTI devem dominar habilidades técnicas e lidar com situações que envolvam
a humanização, atendendo as famílias das pessoas hospitalizadas (MOLINA et al., 2007).
5.1.2 Legislação
Segundo o art. 5 a UTI deve atender alguns critérios como estar a posto em um
hospital registrado junto ao órgão de Vigilância Sanitária Municipal ou Estadual. Esse
registro se dá mediante a emissão de renovação do alvará de licenciamento sanitário, salvo
algumas exceções que são previstas nas leis. O artigo 6º ainda menciona que no hospital
deverá estar cadastrada e manter atualizada as informações referentes a esta Unidade no
Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES).
As UTIs são classificadas de acordo ainda com a RDC em faixa etária e especialidade.
São divididas principalmente em cinco categorias:
5.1.4.1 Infraestrutura
(Tratamento Acústico em Recintos Fechados- 1992). Essas normas regem o controle acústico
nos ambientes, produzidos externamente, agindo no sentido de isolar o indivíduo da fonte de
ruído, através de limites impostos.
Para as soluções propostas serão analisadas todas as normas citadas acima, com o
intuito de adequar os setores estudados às normas vigentes, proporcionando maior segurança,
conforto e qualidade para a instituição e pessoas envolvidas no ambiente.
Visto que a Instituição em estudo apresenta apenas UTI do tipo adulto, os requisitos
mínimos específicos segundo a RDC nº 7 são:
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O setor possui uma jornada de trabalho ininterrupta, ou seja, qualquer paciente que
necessite dos cuidados oferecidos no local, caso exista vaga, será encaminhado, sendo
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As paredes são de alvenaria, revestida em tinta látex branco, porém foi observado
muito desgaste, partes sem tinta e sujeira, podendo ser constatado através da figura 14. O chão
tem revestimento cerâmico esmaltado de coloração azul azulada e também apresenta
rachaduras e em alguns pontos da sala também se encontra quebrado (figura 15).
Figura 14- (a) Parede da sala de quartos coletivos; (b) Rachadura no piso da sala de quartos coletivos.
A Figura 19 mostra que banheiro da UTI tem uma única porta de abertura voltada para
o lado de dentro da sala de quartos.
O ambiente como um todo tem aspecto frio, monótono e apresenta muita desordem
quanto a distribuição dos equipamentos no espaço.
Cada leito é equipado com os itens listados abaixo, conforme figura 20:
01 cama (1,90 m x 0,8 m x 0,7 m) com leito esmaltado em chapa de aço lisa,
rodízios de 2 polegadas, sendo 2 com freios, possuindo capacidade máxima de 110 kg;
01 monitor multiparamétrico com funções que possui um módulo de medida de
parâmetros, braçadeira de pressão arterial, cabos de ECG e sensores de SpO2. Nele é
apresentado a frequência cardíaca (FC), curvas de ECG, análise de arritmias, análise do
segmento ST, frequência respiratória, curva de respiração, oximetria de pulso (SpO2),
pulsação (FP), pletismograma de SpO2, pressão sistólica (PS), pressão diastólicas (PD),
pressão Média (PM) e temperatura corporal;
01 bomba de infusão com sistema de propulsão peristáltico linear;
01 estação de anestesia com fluxômetros medicinais de O2 e N2o, servomático
de fluxo e pressão para mistura dos gases, manômetros e válvulas reguladoras de pressão,
ventilador pneumático (volumétrico/pressométrico) e vaporizador.
DIMENSIONAMENTO
AMBIENTE
Quantificação (min.) Dimensão (min.)
Prescrição médica 1,5m²
Tratamento Coletivo Mínimo de cinco leitos 9,0m² por leito com distância de 1m entre
podendo existir quartos ou paredes e leitos, exceto cabeceira, 2m entre
áreas coletivas, ou ambos, à leitos e pé direito = 1,2m (o espaço destinado
critério do EAS. a circulação da unidade pode estar incluído
nesta distância).
Sala de Higienização No mínimo 1. 4m², com dimensão mínima de 1,5m.
Fonte: O próprio autor (2016).
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A área de prescrição médica deverá estar contida dentro do setor UTI. Deverá ter
dimensões mínimas de 1,50m² para acomodação de toda a mobília, como mesa e cadeiras para
prescrição médica, computador, armário de documentos e telefone, por exemplo. O hall que
se encontra ao lado da sala de quartos coletivos e que atualmente está em desuso especifico,
pode ser ocupação para a nova sala de prescrição médica. Para total adequação das normas,
piso e as paredes desta sala deverão ser lisos, sem a presença de frestas, com poucas ranhuras,
de fácil higienização e resistente aos processos de desinfecção e limpeza, como exemplo,
poderá ser utilizado tintas a base de epóxi que ofereçam essas condições. O teto também
deverá ser resistente à lavagem e ao uso de desinfetantes. O nível de iluminamento deverá ser
de 100 a 200lux, sendo que para a mesa de trabalho o lux deverá estar na faixa de 300 a 750,
garantindo ao profissional melhor aproveitamento.
Para a sala de quartos coletivos, poderá ser tomada como exemplo estrutura
organizacional da figura 22, que está disposta na cartilha de Programação Arquitetônica de
Unidades Funcionais de Saúde, do Ministério da Saúde (2013). Também deverão ser seguidas
as indicações quanto a paredes, pisos e tetos mencionados para a sala de prescrição médica. A
organização do espaço é essencial, não necessita de gastos e pode ser realizada rapidamente a
fim de melhorar o fluxo e a harmonização do ambiente.
As cortinas que separam os leitos na área coletiva poderiam ser trocadas por boxes que
possuam dispositivos que permitam a privacidade dos pacientes, como por exemplo, biombos.
Para que não seja necessário modificar a estrutura física para a implantação de um
posto de enfermagem destinado ao monitoramento dos leitos, deverá existir um
monitoramento eletrônico, compondo campainhas e câmeras pela sala, que fiquem
disponíveis sua visualização em uma central com monitores.
Em situações que tubulações estiverem aparentes nas paredes, estas devem ser
protegidas em toda sua extensão por material resistente a impactos e lavagem mesmo com o
uso de desinfetantes, mesmo porque em toda a extensão da instituição o que mais se preza é
pela segurança dos envolvidos no local.
Para uma total adequação do banheiro para os pacientes, deverá ser colocada uma
ducha higiênica.
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01 capnógrafo;
01 foco cirúrgico;
01 dispositivo para elevar, transpor e pesar o paciente;
01 maca para transporte;
01 cilindro de oxigênio transportável;
01 ventilador mecânico para transporte.
Além disso, é ideal ter no ambiente, de forma organizada uma poltrona com
revestimento impermeável e pelo menos um relógio e um calendário permitindo sua
visualização a partir de qualquer leito, e de forma organizada no ambiente.
6 INSTALAÇÕES ELÉTRICAS
Os choques elétricos devem ser classificados quanto ao seu contato, que pode ser
Direto ou Indireto, segundo a definição do Cotrim (2009), mas alguns autores, como Cavalin
e Cervellin (2006), também classificam o mesmo conceito utilizando nomes de Parte Viva e
Massa Condutora Exposta.
remoção de partes isolantes pelo próprio usuário, também ocorre devido à imprudência ou a
falta de conhecimento dos usuários.
A epiderme, ultima camada da pele, caso esteja seca e intacta, apresenta alta
resistência, variando em torno de 15kΩ a 1MΩ para cada 1cm² de contato elétrico, no entanto,
a pele molhada faz com que esta resistência diminua drasticamente. Além disso, partes
diferentes do corpo humano apresentam valores distintos, como por exemplo, para membros,
a resistência interna varia em torno de 200Ω, individualmente, e tronco em torno de 100Ω.
Fatores como o peso também influenciam nos valores da impedância. Indivíduos que
apresentam maior índice de gordura corporal tendem a possuir valores de resistência interna
maiores, devido a alta resistividade da gordura (WEBSTER, 1998).
condutor, como por exemplo, gel de eletrodos e cateteres intravenosos, podem facilitar a
passagem da corrente e aumentam os riscos de choques elétricos.
Tabela 2- Efeito fisiológico de uma corrente de 60Hz, aplicada entre as mãos de um indivíduo de
70kg por 1 a 3 segundos.
Para proteção das pessoas envolvidas, as partes metálicas devem estar aterradas por
meio de um condutor especifico para este fim, denominado condutor de proteção. Este
condutor deve estar conectado à malha de aterramento, assim, caso ocorra uma falha, a
corrente tenderá a fluir para o aterramento através do condutor, minimizando as tensões de
toque e, consequentemente, protegendo as pessoas sujeitas a estas tensões.
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Entretanto, as fontes mais significativas são as correntes que provêm dos condutores
conectados entre o equipamento o paciente. Correntes de fuga fluindo no chassi fluem para o
aterramento, se for disponível uma baixa resistência neste condutor (ou seja, o chassi deve
estar aterrado). Na hipótese do condutor terra estar danificado, a tensão presente nas partes
metálicas será maior do que o potencial de terra. Consequentemente, se um indivíduo que
apresenta alguma ligação elétrica direta no coração e toca as partes metálicas do equipamento,
estará em contato com micro choques (WEBSTER, 1998).
Macro choque é o choque elétrico em que a corrente elétrica penetra no corpo humano
de maneira externa (KINDERMANN, 2005), com a pele intacta, podendo atingir tanto o
paciente quanto a equipe profissional envolvida (RODRIGUES; MACIEL, 2009) (figura 23).
Assim, a corrente invade a pele percorrendo o corpo e saindo novamente pela pele, ficando
limitada aproximadamente pela resistência da pele humana. Num ambiente hospitalar é o
choque mais comum, pois qualquer pessoa pode estar envolvida nesta circunstância. A
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O micro choque é o choque elétrico que tem seus efeitos no interior do organismo
decorrente de procedimentos invasivos, quando estes são aplicados no coração ou próximo
dele, por exemplo, na utilização de eletrodos ou cateteres (RODRIGUES; MACIEL, 2009)
(figura 24). Estes procedimentos invasivos deixam o paciente exposto ao risco de uma
descarga elétrica no interior do organismo, dificilmente atingindo a equipe profissional
envolvida com o trabalho do equipamento. Apesar de este conceito apresentar o nome de
“micro”, os efeitos destas correntes menores, pode ocasionar fatalidades, da mesma maneira
que o macro choque.
65
A isolação atua com duas metas principais, sendo elas evitar que as falhas que possam
a vir ocorrer no sistema, possam danificar os equipamentos e dispositivos e promover
restabelecimento da energia rapidamente com o intuito de minimizar danos aos usuários. A
seguir serão apresentadas principais formas de proteção elétrica e suas características
(COTRIM, 2009).
Este capítulo tem como propósito abordar conceitos e medidas de proteção contra
choques elétricos aplicados a estabelecimentos de saúde, de acordo com as normas vigentes.
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6.2.1 Aterramento
a.1) Esquema TN
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Esquema TN-S
Esquema TN-C
Nesse sistema a tensão do condutor PEN junto da carga não é igual a zero, porque há
correntes de carga (incluindo harmônicas) e de desequilíbrio voltando pelo neutro, produzindo
quedas de tensão ao pelo condutor PEN. Consequentemente, as massas dos equipamentos
elétricos não apresentam mesmo potencial do aterramento da fonte. Desta forma,
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permanentemente haverá uma diferença de potencial entre a mão e o pé do usuário que toca o
equipamento elétrico. Além de tudo, também existe o perigo de perda do condutor neutro,
quando o potencial do condutor de fase transfere para a massa da carga, trazendo risco a
segurança humana (CALAVIN e CERVELLIN, 2006).
Esquema TN-C-S
a.2) Esquema TT
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Neste esquema as correntes de falta direta fase-massa são menores que a corrente de
curto-circuito, mas que também podem se tornar. Este esquema apresenta um ponto de
alimentação diretamente aterrado, com as massas da instalação conectadas a eletrodos de
aterramento eletricamente diferentes do eletrodo de aterramento da alimentação (CALAVIN e
CERVELLIN, 2006) (figura 28).
a.3) Esquema IT
Trata-se de uma ligação em que o trajeto de uma corrente vinda de uma falta fase-
massa insere a terra e que a alta impedância deste trajeto limita o valor da corrente de curto-
circuito. Também, a corrente de curto-circuito consiste da eficiência do aterramento da fonte e
da massa, pois se o aterramento não for de qualidade, poderá apresentar demora na sua
atuação, causando risco a segurança humana.
Sua utilização se torna possível e apropriada quando a fonte de alimentação e a carga forem
muito afastadas entre si, sendo muito aplicada em ambientes ligados a saúde (CALAVIN e
CERVELLIN, 2006).
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Outro fator que deve ser levado em conta durante a projeção é o solo. De acordo com
Cotrim (2009), os solos possuem normalmente composição básica de materiais isolantes,
como é o caso de silicatos e óxidos, tendo a presença também de água e sais minerais e o
carbono derivado da decomposição dos vegetais. É através da ionização dos sais que a
corrente elétrica consegue fluir. A temperatura e umidade do solo influenciam diretamente na
resistividade do solo, sendo solos arenosos normalmente de maior resistividade e solos com
resíduos vegetais menor resistividade.
Os dispositivos montados em indústrias ou aqueles que são utilizados nas instalações elétricas
são diferenciados, segundo a ABNT (2004):
A isolação básica de uma parte viva pode ocorrer através do uso de barreiras ou
invólucros e por limitação da tensão. Para o uso de barreiras ou invólucros, estes deverão ser
fixados firmemente e apresentar durabilidade e robustez para preservar os graus de proteção
exigidos e a separação adequada das partes vivas, levando-se em conta as condições de
influências externas pertinentes. Além disso, devem seguir algumas recomendações (ABNT,
2004):
PELV (Protected extra-low voltage): “sistema de extra baixa tensão que não é
eletricamente separado da terra, mas que preenche, de modo equivalente, todos os requisitos
de um SELV” (ABNT, 2004).
Para instalações elétricas em EAS, locais condizentes ao grupo 1 e grupo 2 (anexo C),
é pertinente utilizar proteção SELV ou PELV, que não deverá exceder tensão normal de 25
VCA (valor eficaz) ou 60 VCC (sem ondulação). Além disso, a proteção FELV só deverá ser
utilizada em locais do grupo 0 (ABNT, 1995).
a.1)Equipotencialização
A NBR 5410 (2004) exige que “cada edificação deve ser realizada uma
equipotencialização principal” reunindo alguns elementos que serão citados a seguir
(CAVALIN e CERVELLIN, 2006):
Figura 30- (a)Proteção Contra Contatos Indiretos por Seccionamento Automático; (b) Dispositivo de
Proteção (DP) percorrido pela corrente Ia, atua num tempo t, determinado de Ub.
b) Isolação Suplementar
A isolação suplementar é uma isolação providas por uma isolação reforçada entre
partes vivas e partes acessíveis. A aplicação desta medida como única medida de proteção só
é aceita caso for providenciadas ações que garantam eventuais alterações posteriores sem
comprometer a efetividade da medida. Também, não é permitido a aplicação da isolação
dupla ou reforçada como única proteção em linhas que incluam pontos de tomada (ABNT,
2004).
O uso da isolação reforçada como método de proteção pode ser visto em componentes
que já estão providos de isolação reforçada ou então componentes em que a isolação
reforçada é feita durante a execução da instalação (ABNT, 2004).
os perigos dos choques elétricos que podem ser fatais, através do uso do Dispositivo DR com
alta sensibilidade menores ou igual a 30mA. Além disso, esses disjuntores são ideais para
minimizar o desperdício de energia por fuga excessiva, controlando o isolamento da
instalação, assegurando maior qualidade e segurança da instalação, além de proporcionar
maior proteção à vida humana.
6.3.1 Classificação
a.2) Equipamento energizado internamente: admite uma fonte interna responsável pela
alimentação do mesmo (ABNT, 2010).
A parte aplicada tem um conceito que se aplica a este item, o tipo F. O tipo F é uma
parte aplicada, que está separada eletricamente das demais partes do equipamento, sendo
eletricamente flutuante, possuindo um grau que não ultrapasse o valor admissível da corrente
de fuga através do paciente sob condições de falha, ou seja, uma tensão não intencional
originada de uma fonte externa é conectada ao paciente e, através disso, executada entre a
‘parte aplicada’ e o terra (ABNT, 2010).
Equipamento de tipo BF: equipamento tipo B com uma parte aplicada tipo F
(ABNT, 2010). São equipamentos também pertence aos grupos 1 e 2, como por exemplo,
equipamentos com ou sem conexão intencional ao paciente, mesas de raio-X, cadeiras
odontológicas, estimuladores e bisturis elétricos (MONTE, 1993);
Por isso, é indispensável que antes de qualquer projeto elétrico, se faça um estudo
detalhado de todos os pontos de consumo de energia para que a edificação seja conhecida,
idealizada e preparada com total estabilidade.
6.4.1 Normatização
A principal norma de instalações elétricas em baixa tensão é a NBR- 5410, com última
atualização em 2004, que regulamenta os tipos de instalações elétricas de baixa tensão. Junto
a esta norma, outras vêm como complemento para determinar instalações específicas.
Para os EAS, praticamente todas as normas acima se fazem presentes, lembrando que
as instalações destes ambientes devem estar voltadas para a manutenção da vida, reforçando
ainda mais a segurança, adaptando-os para as reais necessidades.
Os locais de um hospital para fins médicos, do ponto de vista elétrico, são divididos
em três grupos. Esta classificação é necessária para assegurar que o dimensionamento das
instalações para estes locais atendem por completo às necessidades elétricas de funcionalidade
e segurança de equipamentos, e com o intuito de evitar avaliações incorretas quanto a que
atividades realmente serão desenvolvidas nestes ambientes.
Os três grupos previstos na norma ABNT (1995) para enquadramento dos locais de
um hospital, é relacionado à classificação dos equipamentos, já mencionados, que podem vir a
ser utilizados no local e se encontra no anexo C.
O sistema de energia elétrica, bem como seu fornecimento, é uma das partes mais relevantes
num projeto hospitalar, sendo responsável por manter em funcionamento todos os sistemas e
equipamentos do complexo hospitalar, alimentando-os para que esses operem corretamente.
Figura 31- Sistema elétrico Hospitalar, onde C.P= Concessionária Pública; G= Gerador.
Para esta etapa do projeto, é necessário saber os padrões adotados pela concessionária
local, com o intuito de determinar (FREITAS, 2013):
Neste caso, segundo a norma 2855 da CPFL (2012) uma concessionária exclusiva do
território brasileiro, adota distribuição trifásica de energia elétrica em média tensão, indicando
tensões nominais de 15kV, 25kV e 34,5kV, para unidades consumidoras com carga instalada
maior que 75 kW, por meio de subestações individuais ou coletivas.
Tensão de fornecimento;
Esquema de aterramento.
85
Esse tipo de sistema é concedido pela concessionária local, utilizadas em locais como
baixa responsabilidade, como por exemplo, tomadas de uso geral e iluminação, para
ambientes comuns dentro do hospital. Também, não apresentam qualquer tipo de
tratamento (COUTINHO).
Os sistemas que apresentam Nobreak devem fornecer energia por pelo menos 1 hora
para o caso de luminárias cirúrgicas estarem atuando e possuírem fontes próprias de
segurança. Se ocorrer dessas luminárias não apresentarem fontes próprias de segurança, a
energia de suprimento do Nobreak deverá aumentar para no mínimo 3 horas.
Neste sistema não devem existir o neutro distribuído pela instalação, se tornando
necessário e obrigatório a utilização de dispositivo supervisor de isolamento (DSI) com alerta
sonoro e/ou visual. Assim, as massas podem ser aterradas de duas maneiras: Individualmente
(ou por grupo) com proteção igual à de sistemas TT ou coletivamente aterradas, valendo as
regras de sistemas TN (CREDER, 1991).
89
A primeira falta à terra ou à massa é suprida, sem que haja o desligamento da energia,
permitindo continuar os procedimentos médicos sem prejudicar o trabalho da equipe médica e
o paciente. Também é indicado como forma de proteção contra contatos indiretos, o uso de
DR (FREITAS, 2013).
determinar todos os pontos de utilização de energia (pontos de consumo ou carga) que terão
parte da instalação”.
6.4.6.1 Tomadas
As tomadas são classificadas de acordo com a corrente nominal das tomadas utilizadas
e pelo tipo de aparelho que irá alimentar.
De acordo com a ABNT (1995), em EAS os pontos de tomadas que compõem a
instalação de esquema IT-médico nos locais pertencentes ao grupo 2, deverão estar repartidos
em no mínimo dois circuitos independentes. Também, se no esquema IT-médico existir
pontos alimentados por esquema TN-S ou TT, os pontos compostos pelo IT-médico deverão
ser não-intercambiáveis com plugues previstos para as outras conexões (TN-S ou TT)
(ABNT, 1995).
6.4.6.2 Iluminação
Cômodos ou dependências com área igual ou inferior a 6m2, deve ser prevista
uma carga mínima de 100VA;
Cômodo ou dependências com área superior a 6m2, deve ser prevista uma
carga mínima de 100VA para os primeiros 6m2, acrescida de 60VA para cada aumento de
4m2 inteiros.
Segundo a ABNT (1995), as luminárias de cada rota de fuga e de cada local do Grupo
1 ou 2 devem constituir no mínimo dois circuitos independentes, um dos quais devendo ser,
obrigatoriamente, um circuito de segurança. As luminárias das rotas de fuga, deverão ser
ligadas à instalação de segurança pelo menos de forma alternada, provendo uma iluminância
mínima de 1lux, medida na linha de centro e a 0,2m acima do piso ou degraus (ABNT, 1995).
Os locais que abrigam centrais de utilidades essências deverão existir pelo menos uma
luminária em cada local. Além disso, deverá existir uma luminária em cada local do Grupo 1
integradas à instalação de segurança. No grupo 2, todas as luminárias deverão ser integradas à
instalação de segurança (ABNT, 1995).
Em relação à proteção contra contatos indiretos, sugere-se o uso de proteção por extra
baixa tensão, com tensão nominal máxima de 25V em AC ou 60V CC para amparar aparelhos
que trabalhem com estes valores de tensão.
Para circuitos que apresentem forma de ligação TN-S e TT, a proteção automática da
alimentação deverá ser realizada por DR, limitado a circuitos para unidades de raios-X e
circuitos para equipamentos que apresentem potência nominal de saída maior que 5kVA.
leito seja desligado por queda de uma das fases. Também, os leitos deverão apresentar
circuitos únicos, para promover maior flexibilidade nas manutenções.
Cada leito também deve dispor de uma tomada para equipamentos de raios-X
portáteis, identificadas, com potência mínima de 4500VA e com circuitos únicos e aterrados.
Todas as tomadas deverão estar conectadas ao sistema emergencial, capaz de prover energia
em menos de 0,5 segundos.
Para compor a iluminação deverá ser utilizado a NBR ISO CIE 8995-1 (2013), que
estabelece valores mínimos de iluminância para cada local. É importante também que sejam
utilizadas preferencialmente lâmpadas fluorescentes ou LED para reproduzir com fidelidade
as cores, e luminárias, de preferência embutidas, que apresentem características importantes
em um ambiente de saúde, como higienização, materiais sépticos, entre outros. Também
deverá estar ligado ao sistema emergencial uma quantidade de lâmpadas capazes de fornecer
iluminação propícia para rota de saída, com nível de iluminação mínima de 300lux.
Para a composição da UTI se faz necessário também um piso que de preferência não
apresentem características de condutibilidade, pois podem se tornar perigosos na condução de
eletricidade.
É importante mencionar que por ser um local em contato direto com água, a segurança
deve ser reforçada, tendo, por exemplo, tomadas blindadas, interruptores e aparelhos de
iluminação não corrosivo e pisos que não apresentem características de condução elétrica.
94
Através de registros fotográficos e pela análise da ficha, pode-se observar que tanto a
lavanderia como a UTI não atendem totalmente às especificações exigidas principalmente
pelas normas básicas em instalações elétricas, NBR-13435 e NBR-5410.
Foi constatado que a maioria dos condutores apresentam ruptura da isolação (figura
32), indícios de sobrecarga, fios remendados por com fitas isolantes e alguns até em contato
direto com o ambiente. Os indícios de sobrecarga se devem ao sério problema que foi
informado pelo pessoal da manutenção. O hospital passa por problemas com o balanceamento
de cargas entre as fases presentes no sistema, que atinge diretamente em sobrecargas nos
transformadores e condutores, contribuindo para o aparecimento de grandes riscos elétricos.
Além disso, foi informado que o sistema de aterramento é ineficiente e não existe sistema de
equipotencialização. O esquema de ligação é do tipo TN-S em ambos os locais, e não existe a
presença de esquema IT-médico como recomendado na UTI.
95
lavanderia foi constatada a presença quase que em todos os quadros de proteção somente
fusíveis e disjuntores, a maioria em situação crítica pela falta de troca, comprometendo a
credibilidade do dispositivo (figura 33 e 34). Já na UTI só foram encontrados 5 disjuntores
(figura 33), cada um responsável por cada leito. Em nenhum dos ambientes foi observado nos
quadros gerais a utilização de dispositivos residuais (DR), que são exigidos para locais que
apresentam contato direto com água, como por exemplo, a lavanderia. Também não foi visto a
presença de Nobreaks nos locais.
Em relação aos pontos de tomadas, tanto na lavanderia, quanto na UTI a maioria apresenta
padrão 2P. As tomadas que apresentam padrão 2P+T não apresentam fio terra chegando ao
terminal. Foi constatada também inversão da polaridade ocorrida durante a instalação, além
de a isolação interna apresentar precariedades (figura 35).
O numero de pontos de tomada em cada leito também se encontra fora dos requisitos
mínimos exigidos pelas normas, tanto em relação à quantidade, quanto a altura e
espaçamento, dificultando a ligação dos equipamentos e dispositivos que compõem o local.
A falta de ciência pelo corpo administrativo e parte técnica sobre as normas vigentes
que embasam os conceitos de instalações elétricas é preocupante.
Em decorrência da conjuntura atual que hospital demonstra, percebe-se que uma das
medidas solucionais para as falhas das instalações elétricas necessitará primeiro de um
método de compreensão dos profissionais envolvidos, abordando administradores, órgãos
regulamentadores e fiscalizadores.
Além disso, deverá ser composta por técnicos prediais, de manutenção, eletrotécnica,
eletrônica, engenheiros e arquitetos.
Como já apresentado, existe um leque de normas que devem ser aplicadas para uma
correta instalação da parte elétrica, tanto geral, como para ambientes de saúde, por isso,
justificativas em torno de projetos mal elaborados e dimensionados não são desculpas, além
de que os requisitos das normas não demandam um aumento significativo nos custos das
instalações. Para tanto, a relação custo benefício torna possível a adequação e implantação das
normas durante o plano de reestruturação, visto a segurança, qualidade e eficiência que isto
pode trazer ao estabelecimento diretamente e indiretamente, minimizando possíveis gastos
futuros, principalmente por se tratar de um ambiente que envolve equipamentos com grandes
valores aquisitivos.
7 CONCLUSÃO
Destaca-se que este estudo, apesar de focar em apenas dois ambientes do hospital, não
descarta a necessidade de atender a todo o EAS, proporcionando garantia e segurança em todo
o ambiente.
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REFERÊNCIAS
______. NBR 5419: Proteção contra descargas atmosféricas. Rio de Janeiro: Abnt, 2015.
______. NBR 5422: Projeto de linhas aéreas de transmissão de energia elétrica. Rio de
Janeiro: Abnt, 1985.
______. NBR 10152: Níveis de ruídos para conforto acústico - Procedimentos. Rio de
Janeiro: Abnt, 1992.
______. NBR 10898: Sistema de iluminação de emergência. Rio de Janeiro: Abnt, 2013.
______. NBR 12179: Tratamento acústico em recintos fechados. Rio de Janeiro: Abnt, 1992.
______. NBR ISO CIE 8995-1 (2013): Iluminação de ambiente de trabalho. Parte 1- Interior.
Rio de Janeiro: Abnt, 2013.
BRITISH STANDART: BS- 3811: Glossary of terms used in terotechnology. Londres: BS,
1993.
CAVALIN, G; CERVELLIN S. Instalações Elétricas Prediais. 14ª ed. São Paulo, 2006.
COTRIM A. A. M. B. Instalações Elétricas. 5ª ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2009.
ANEXO A
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ANEXO B
FICHA DE LEVANTAMENTO DE DADOS DO HOSPITAL
Setor:
Datas de observação:
Grupo:
Classe:
Sistema de Proteção
Disjuntor Disjuntor DR Fusível Nenhum
Termomagnético
- 2P+T (Tripolar):__________
( )RUIM ( )PÉSSIMO
Equipamentos e estado:
Ambiente
- Pisos:________________________________________________________________
- Ventilação:____________________________________________________________
- Paredes:______________________________________________________________
- Janelas:_______________________________________________________________
- Fluxo: _______________________________________________________________
ANEXO C
Local do GRUPO 0: ambientes em que não são utilizadas partes aplicadas de
equipamentos eletromédicos alimentados pela rede, por exemplo, salas de atendimento e salas
de massagem (ABNT, 1995) .