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Resumo
O presente artigo tem por objetivo apresentar uma das atividades bem-sucedidas desenvolvidas
pelo Programa de Iniciação à Docência no Colégio Estadual Santa Cândida, localizado em
Curitiba/PR no ano de 2014. O estudo inicia-se relacionando as características da Sociologia
no ensino médio, sua importância, os conteúdos consensuais à disciplina, seus parâmetros
curriculares, dando uma introdução de seu caráter científico aos alunos. A instituição adotou
como tema principal dos subprojetos Direitos Humano, portanto, a Sociologia que participa
desde 2012 do PIBID da PUCPR assume este referencial em seus projetos com os alunos. Desta
forma se tomará como base as Diretrizes Curriculares de Sociologia (2008) e autores como
Florestan Fernandes, Anthony Giddens, Eva Maria Lakatos entre outros. Por meio dessas
concepções teóricas busca-se refletir sobre as técnicas de ensino, organização do trabalho
pedagógico, e metodologia utilizada no desenvolvimento da disciplina de Sociologia no ensino
médio. A questão desafiadora identificada por nós discentes/docentes foi transformar conteúdos
complexos em atividades didáticas, lúdicas e criativas que promovam a reflexão, o
desenvolvimento crítico e cognitivo. Por meio do Programa de Iniciação à Docência,
aprendemos na prática a ser professor, elaborar um plano de ensino, buscar fundamentação
teórica, fazer um planejamento com antecedência e com base nas grades curriculares de
Sociologia, afim de não perder a cientificidade da disciplina. Uma de nossas preocupações foi
adotar a metodologia adequada, com o intuito de despertar o interesse e a dedicação dos alunos,
usufruindo da tecnologia e de atividades lúdicas para alcançar êxito na atividade proposta.
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Graduanda do 6º período do curso de Licenciatura em Ciências Sociais e bolsista do Programa de
Iniciação a Docência da Pontifícia Universidade Católica do Paraná. E-mail: paulamachadoc@hotmail.com
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Graduanda do 6º período do curso de Licenciatura em Ciências Sociais, ex-bolsista do Programa de
Iniciação a Docência , atual bolsista no Programa de Iniciação Científica em Sociologia pela Pontifícia
Universidade Católica do Paraná e Professora de Sociologia da Secretaria de Estado da Educação –SEED do
Governo do Paraná. E-mail: alinedorocioneves@gmail.com
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Graduanda do 4º período do curso de Licenciatura em Ciências Sociais e bolsista do Programa de
Iniciação a Docência da Pontifícia Universidade Católica do Paraná. E-mail: rmarialuiza37@gmail.com
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Coordenadora do Curso de Licenciatura em Ciências Sociais da Pontifícia Universidade Católica do
Paraná (PUCPR); e coordenadora do Programa de Iniciação a Docência (PUCPR). E-mail: s.mattar@pucpr.br.
ISSN 2176-1396
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Através da prática desenvolvida no PIBID, criamos a atividade da “Forca dos Teóricos”, e por
meio dela pudemos analisar o comportamento dos alunos ao serem recepcionados com uma
aula expositiva diferente da convencional, onde eles foram os principais participantes.
Introdução
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O presente trabalho foi aceito no IV Encontro Nacional de Ensino de Sociologia na Educação Básica
(ENESEB), realizado entre os dias 17 e 19 de julho de 2015 na Universidade do Vale do Rio dos Sinos
(UNISINOS), na Cidade de São Leopoldo –RS. Porém, o mesmo não foi apresentado, e por esse motivo não foi
publicado.
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Destacamos o Subprojeto de Ciências Sociais, porque dentro do Programa de Iniciação à Docência da
Pontifícia Universidade Católica do Paraná, existem subprojetos referentes às demais licenciaturas (matemática,
química, física, biologia, entre outros), além de, um subprojeto interdisciplinar.
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Desenvolvimento
têm todas as ferramentas possíveis para a interatividade e elaboração de aulas, podendo ainda
realizar atividades interdisciplinares e extraclasses.
Iniciamos o conteúdo de Sociologia com a apresentação das teorias clássicas, conforme
o planejamento bimestral da professora supervisora, e planejamento do PIBID, de forma
didática, lúdica e prática. Anteriormente ao primeiro contato com os alunos, nós bolsistas,
futuros professores de Sociologia, predispusemo-nos a fazer observações que promovessem
reflexões críticas a respeito da função do professor na sala de aula.
Segundo a socióloga Eva Lakatos (1985), a Sociologia pode ser classificada como
Ciências Sociais ou Ciências Humanas, e através dela podemos compreender a própria
Sociologia e também outras áreas como: Antropologia, Política, Direito, Economia e a
Psicologia Social. Esta ciência é responsável por estudar o comportamento individual e coletivo
do ser humano e sua relação com o mundo e fenômenos sociais. A Sociologia surgiu para
analisar o comportamento das pessoas na sociedade, e assim explicar porque agimos e como
agimos diante de um determinado fenômeno.
Além disso, Ramalho (2012) ressalta que “a forma como a Sociologia procura
compreender o mundo social requer o uso de um método científico, por meio do qual os
sociólogos podem observar medir, classificar, explicar e, então, compreender os fenômenos
sociais”, mas, sem expressar suas opiniões pessoais sobre esses fatos.
A Sociologia no ensino médio precisa promover um trabalho epistêmico reflexivo dos
conteúdos pertinentes à disciplina de acordo com os parâmetros curriculares, sem perder de
vista a complexidade dos fenômenos imbricados nas relações sociais e interpessoais que
constituem o terreno da Sociologia e seu caráter científico.
Neste sentido, planejamos a gincana intitulada “Forca dos Teóricos” que, utilizando uma
forma lúdica e interativa, com base nos conteúdos estruturantes, teve como objetivo trabalhar
as Teorias clássicas da Sociologia e alguns dos seus principais precursores como: August
Comte, Emile Durkheim, Karl Marx e Max Weber desenvolveram a seguinte atividade.
Descrição da Atividade
Como se observa na tabela abaixo, elaborada pelos bolsistas, no primeiro dia foi
ministrada uma aula expositiva dialogada sobre os principais teóricos da Sociologia e seus
objetos de estudo. Selecionamos as palavras-chave relativas aos teóricos, dividimos a turma em
dois grandes grupos e iniciamos a competição.
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A Dinâmica
No quadro negro, desenhamos a forca com o campo a ser preenchido pelas letras que
compõem as palavras–chave.
Figura 2 - Forca
Representação da Forca
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A prova bimestral foi aplicada pela professora supervisora, após a realização das atividades previstas no
planejamento do Programa de Iniciação á Docência.
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Fonte: Dados organizados pelas autoras, com base nos anais do evento.
Émile Durkheim Seu famoso primeiro princípio da sociologia era: "Estude fatos sociais como
coisas”.
Mais Valia Através de qual meio os patrões recebem das horas “não pagas” aos seus
funcionários?
Teológico Estagio “primitivo” da humanidade, onde todos creem que Deus ou outra força
sobrenatural como criadora do universo?
Regras da Atividade
Fundamentação Teórica
Comte viveu numa Europa de época difícil nas relações humanas: a mudança do sistema
feudal para o sistema capitalista e por conta disso, vária revoluções aconteceram:
Para Comte, a sociedade estava caótica e o positivismo seria a chave para mudar essa
situação, pois analisaria os fatos de forma científica e desta forma seria possível encontrar uma
resposta, solucionar as problemáticas sociais e restabelecer a ordem, sendo o capitalismo e o
abandono das crenças religiosas as principais formas de mudança. O princípio da ordem e o
progresso deveriam ser o ponto de partida para a construção de novas sociedades.A observação
dos fenômenos, ligando a imaginação á observação, e desta forma elaborar um sistema de
valores adaptado a realidade de sua época, valorizando a ordem e o progresso.
Anthony Giddens (2012) ressalta que Émilie Durkheim considerava a sociologia como
uma nova ciência, que poderia ser usada para elucidar questões filosóficas tradicionais ao
examiná-las de maneira empírica. Acreditava que a vida social precisava ser analisada com a
mesma objetividade que os cientistas estudam o mundo natural.
O primeiro princípio de Durkheim é “Estude fatos sociais como coisas". Com isso, ele
gostaria de dizer que a vida social poderia ser analisada tão rigorosamente como os objetos ou
os eventos na natureza.
Os principais temas que Durkheim estudou foram: a importância da sociologia como
uma ciência empírica, a ascensão do indivíduo e a formação de uma nova ordem social, as
fontes e o caráter da autoridade moral da sociedade. Além de se dedicar a discussões sobre
religião, desvio comportamental e crime, trabalho e vida econômica.
Para ele a principal preocupação intelectual da sociologia é o estudo de fatos sociais, ou
seja, examinar os aspectos da vida social que modelam nossas ações como indivíduos. Ele
acreditava que as sociedades têm uma realidade própria, muito maior do que simplesmente as
ações e os interesses de seus membros individuais.
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Os fatos sociais são meios de agir, pensar ou sentir, externos aos indivíduos, que têm
sua própria realidade fora das vidas e das percepções das pessoas individuais.
Outro atributo dos fatos sociais é que eles exercem um poder coercitivo sobre os
indivíduos, além de ser de extrema complexidade, por não poderem ser observados diretamente,
e também, por conter propriedades reveladas indiretamente ao se analisar os seus efeitos ou ao
se considerar tentativas de dar-lhes expressão, como leis, textos religiosos ou normas escritas
de conduta. Ao estudar os fatos sociais, enfatizou a importância de se abandonar os
preconceitos e a ideologia, uma postura científica requer uma mente aberta à evidência dos
sentidos e livre de ideias preconcebidas que vêm de fora.
De acordo com Carone (1989), a luta de classes sempre existiu, foi assim na escravista
(senhores de escravos - escravos), na feudalista (senhores feudais - servos) e assim é na
capitalista (burguesia - proletariado). E em cada sociedade há uma luta constante das classes
por interesses diferentes. Marx analisa mais a sociedade capitalista e fala que a divisão social
ocorreu da apropriação dos meios de produção por um grupo de pessoas (burgueses) e outro
grupo possuindo apenas seu corpo e capacidade de trabalho (proletariado). Sendo obrigados a
trabalhar, onde são economicamente explorados e os patrões obtêm o lucro através da mais-
valia.
Giddens explica a mais-valia:
digamos que um grupo de operários em uma fábrica seja capaz de produzir cem ternos
por dia. A venda de 75% dos ternos proporciona ao fabricante uma renda suficiente
para pagar os salários dos operários e o custo da fábrica e do equipamento. O
rendimento proveniente da venda do resto das peças é tomado como lucro
(GIDDENS, 2012, p.235).
Giddens em sua obra “Sociologia” afirma que para Weber, ação social é tudo aquilo que
se relaciona ao outro, ou seja, quando há relação de um indivíduo com outro. Ele ainda
acreditava que o papel do sociólogo é entender os sentidos das ações sociais.
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Segundo Weber, a sociedade existe concretamente, mas não é algo externo e acima das
pessoas, e sim o conjunto das ações dos indivíduos relacionando-se reciprocamente. Partindo
do indivíduo e de suas motivações trilhava caminhos mais confiáveis para a tentativa de
compreensão da sociedade como um todo.
O conceito básico é o da ação social, entendida como o ato de se comunicar, de se
relacionar, tendo alguma orientação quanto às ações dos outros. Os “outros”, no caso, podem
significar tanto um indivíduo, ou apenas vários indeterminados e até desconhecidos. Ex: o
dinheiro é um elemento de intercâmbio que alguém aceita no processo de troca de qualquer
bem e que outro indivíduo utiliza porque sua ação está orientada pela expectativa de que outros
tantos, conhecidos ou não, estejam também dispostos a também aceita-lo como moeda de troca.
Orientação Pedagógica
participativa por parte dos alunos, tanto individualmente quanto coletivamente. Para Silva
(2003), o professor não é responsável apenas por ensinar os conteúdos exigidos pelos livros e
sistema de ensino, mas sim por promover meios de educação completos que englobem os
aspectos sociais, intelectuais, emocionais de cada aluno. Sua atuação precisa ser de forma mais
integral; conhecendo seus alunos, sua individualidade, suas dificuldades podem fazer toda
diferença no processo ensino-aprendizagem.
Silva e Navarro (2012) ressaltam que o professor deve procurar se desenvolver
intelectualmente, buscar novos conhecimentos. É um eterno aprendizado, porém, faz-se
fundamental que desenvolva uma disposição em conhecer de forma individual o outro, o aluno
que está inserido, cada qual em sua realidade, em suas diferenças. Sendo assim, cabe ao
professor buscar atingir conhecimento pessoal, saber quem é e desenvolver meios para fazer
com que suas aulas e construção do conhecimento passem a ser completos e fazer sentido na
vida de cada aluno.
Segundo as Diretrizes Curriculares de Sociologia (2008) 8, cabe aos envolvidos no
ambiente escolar, sobretudo aos professores, refletir e decidir sobre as técnicas de ensino.
“Nessa práxis, os professores participam ativamente da constante construção curricular e se
fundamentam para organizar o trabalho pedagógico a partir dos conteúdos estruturantes de sua
disciplina”. Desta forma:
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Disponível em: <.www.educadores.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/diretrizes/dce_socio.pdf> Acesso
em 03/04/2014.
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Conclusão
REFERÊNCIAS
CARONE, Edgard. Classes Sociais e Movimento Operário. São Paulo: Ática, 1989.
LAKATOS, Eva Maria. Sociologia geral: leituras, seminários e tópicos para discussão. São
Paulo: Atlas, 1985.
MARX, K.; ENGELS, F. Manifesto do Partido Comunista. 9. Ed. Petrópolis, RJ: Vozes,
1999.
PILLA, Maria Cecilia Barreto Amorin; DIAS, Sandra Mattar; EYNG, Ana Maria. O PIBID
na formação de professores de História e Sociologia: pressupostos e experiências. Editora
Tec Imagem, Maringa, 2013.
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