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CURSO DE
ESTRATÉGIAS DE AVALIAÇÃO DE
PESSOAS
Aluno:
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CURSO DE
ESTRATÉGIAS DE AVALIAÇÃO DE
PESSOAS
MÓDULO I
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são dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências Bibliográficas.
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SUMÁRIO
MÓDULO I
MÓDULO II
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4.2 FATORES CONTINGENTES AO ATO DE AVALIAR
4.2.1 Fatores de ordem individual
4.2.2 Fatores de Ordem Social
5 O CICLO DA AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO
5.1 DIFERENÇA ENTRE AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO, AVALIAÇÃO DE
POTENCIAL E AVALIAÇÃO DE CARGOS
5.1.1 Avaliação de Potencial
5.1.2 Avaliação de Cargos
5.2 FINALIDADE DO PROGRAMA DE AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO
6 CONCEITOS ENVOLVIDOS NA AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO
MÓDULO III
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MÓDULO IV
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MÓDULO I
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Atualmente, muito se conhece do ser humano, como ele se desenvolve, a
estrutura da sua personalidade, a relação com os fatores ambientais, como constrói
sua matriz de identidade e como ela é moldada a partir do desenvolvimento da
autoimagem e autoestima do sujeito.
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humano e do alcance daquele estado pessoal tão almejado e tão raramente atingido
chamado felicidade.
É essa dinâmica em buscar o próprio centro, o próprio eixo, e a consciência
ou sensibilidade quanto aos possíveis desvios é que leva as pessoas a procurarem
mecanismo, os mais diversificados, no sentido de conquistá-lo.
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A experiência no quotidiano implica situações menos previsíveis e
programadas, sendo o único suporte para o indivíduo a crença e a convicção de que
ele pode e vai conseguir esse aprofundamento. É, portanto, neste sentido, um
caminho muito mais solitário.
Assim sendo, considerando que o desenvolvimento da estrutura
comportamental do ser humano se dá pela interação entre elementos intrínsecos e
extrínsecos a sua constituição, que gera ao longo do processo a imagem que o
indivíduo tem de si e o afeto que sente por si mesmo, torna-se natural que deseje e
recuse ao mesmo tempo situações que confirmem, coloquem em xeque ou
contrariem sua autoimagem e autoestima. Deseja porque essas situações podem
significar a referência, o padrão de que necessita para se aproximar do seu próprio
centro e recusa porque podem mostrar-lhe a distância em que se acha dele.
Ao se considerar que o trabalho é uma situação de vida que muito
frequentemente está organizada em contextos sociais específicos, as empresas, e
que o relacionamento interpessoal, mesmo que cordial, reveste-se de uma capa de
formalismo, é de supor e entender que o contato entre as pessoas tenha um cunho
mais artificial que espontâneo e autêntico.
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Não rara, são as vezes que, consequentemente, as oportunidades de trocas,
feedbacks, e avaliações interpessoais e união são aproveitadas ou não são
verdadeiras. Isso se dá em função de que as pessoas levam dentro de si, qualquer
que seja o contexto que frequentam, os sinais de suas lutas mais íntimas, suas
buscas e seus desejos mais secretos, a despeito da necessidade comum a todo ser
humano de atingir sua totalidade.
Assim sendo, dividir-se, compartilhar-se com o outro se torna uma tarefa
difícil, ou em alguns casos, impossível. Com base nesta argumentação, pode-se
caracterizar a Avaliação de Desempenho em termos institucionais, como o processo
que prove oportunidades mais definidas de entendimento entre as pessoas,
propondo a revisão e a atualização mais permanente do seu próprio comportamento.
Dessa forma, o processo de Avaliação de Desempenho nas organizações
implica menos na criação de um instrumental técnico sofisticado e mais no
desenvolvimento de uma atmosfera na qual as pessoas possam relacionar-se umas
com as outras de maneira espontânea, franca e confiante.
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Conforme esclarecem Bergamini & Beraldo (2005), a Avaliação de
Desempenho constituiu-se muito mais numa questão de atitude do que técnica.
Deve-se também considerar que, quanto mais saudável for o contexto da
empresa, mais desimpedido será o caminho para se conseguir essa atitude. Por
consequência, quanto menos saudáveis mais obstáculos existirão.
A estratégia, então, poderá ser a implementação, na empresa, de um
processo de Avaliação que seja revestido de um aparato técnico mais sofisticado,
que forneça, portanto, a organização, a proteção de que necessita para tratar do
assunto.
A função desse instrumental seria então de objeto intermediário no sentido
de preparar a organização para ir conquistando gradativamente a remoção dos
obstáculos à interação entre as pessoas.
Compreendida dessa forma, a Avaliação de Desempenho nas organizações
deixa de ser o veículo do medo, da insegurança e das frustrações, para ser a
mensageira do otimismo, da esperança e da realização pessoal, a valorizadora dos
pontos fortes de cada um, como redutos de força e sinergia humana para o trabalho.
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situações se é atingido emocionalmente e de que tipo são essas emoções, que
objetivos são perseguidos e qual grande projeto de vida se tem.
Fundamentalmente, considera-se que as pessoas apresentam diferenças
individuais por dois grandes motivos, que seriam:
Já nasceram diferentes umas das outras. São as chamadas variáveis
inatas, responsáveis por ser o indivíduo como é desde o momento em que nasce.
Passam ao longo do tempo por experiências de vida diferentes. São as
chamadas variáveis adquiridas, responsáveis pela modelagem da bagagem
constitucional, numa estrutura de personalidade com feições únicas em cada
indivíduo.
Conclui-se, portanto, que a personalidade de cada um é, então, a resultante
das variáveis inatas em interação com as experiências vividas.
Podem-se considerar dois grupos de fatores que podem ser atribuídos como
inatos, que seriam:
Fatores de constituição física, tanto somáticos como fisiológicos;
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Fatores de ordem psicológica, tanto intelectuais como afetivo-
emocionais e outros.
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1.2.3 Características Físicas Adquiridas
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Nas organizações, a necessidade desse conhecimento fundamenta a
importância dos exames médicos admissionais e mesmo avaliações periódicas da
saúde das pessoas ao longo da vida na empresa.
Quedas inexplicáveis de produtividade, má qualidade de trabalho, elevação
de índices de acidentes nas empresas podem ter sido causados por deficiências
sensoriais, carências alimentares ou qualquer outro tipo de incidente na história
etiológica do organismo das pessoas.
Fatores físicos podem modificar a atuação do indivíduo os quais irão
determinar queda nos índices de eficiência em qualquer atividade de sua vida
produtiva.
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FIGURA 6: FATORES PSICOLÓGICOS
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1.2.4.1 Inteligência e Capacidade
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FIGURA 7: INTELIGÊNCIA E CAPACIDADE
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1.2.4.2 Sentimentos e Emoções
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Bergamini & Beraldo (2005), destacam também que as emoções estão
intimamente ligadas ao maior ajustamento do indivíduo consigo mesmo, ao
ambiente físico onde está e a aos grupos com os quais convive.
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Emoções ligadas à autoestima: vergonha, orgulho, culpa.
Emoções ligadas a outras pessoas: amor, ódio, piedade.
Emoções contemplativas: humor, beleza, admiração.
Disposições: tristeza, angústia, entusiasmo.
Torna-se, então, praticamente impossível enumerar todas as emoções que
alguém possa ser capaz de sentir. Todavia, ao subdividi-las, é possível ter uma
noção a respeito da riqueza deste aspecto como fator constituinte da personalidade
dos indivíduos.
É possível também imaginar o quanto pode ele influir na determinação das
diferenças individuais de comportamento.
Observa-se que com o decorrer dos anos, o indivíduo vai vivendo uma série
de situações que se constituem em material a ser incorporado em suas estruturas
inatas. Tais conteúdos psíquicos poderão, ao serem introjetados na estrutura básica
da personalidade, mudar-lhe algumas feições, embora não a alteram
fundamentalmente.
É possível identificar que, quem apresenta uma característica fundamental
de introversão, por meio de sua convivência grupal, poderá atenuar esses traços.
Porém, será sempre um tipo mais fechado do que um elemento caracteristicamente
extrovertido. Tais experiências vividas não destroem completamente as
características pessoais.
Atualmente, dentre os pesquisadores, não existe mais dúvidas a respeito da
importância da fase infantil como alicerce básico sobre o qual se estruturam as
experiências adolescentes. Essas, por sua vez, servem de reduto básico no qual as
vivências adultas assentam suas bases. Indiretamente às características do
comportamento na fase evolutiva culmina pela maturidade e trazem consigo o
funcionamento básico da infância e adolescência.
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Assim sendo, diferentes comportamentos atuais, nada mais são do que a
somatória de todo um conjunto de anos de situações que foram sendo vividos e, por
conseguinte, foram marcando de forma indelével a personalidade de cada um.
Dessa forma, deve-se, portanto salientar que a infância constitui um período
muito fértil e vulnerável as influências sociais. Todos os acontecimentos vividos
nesta época marcam muito mais que na adolescência e na idade adulta.
Outros aspectos característicos são o relacionamento inadequado entre os
pais, a rejeição ou superproteção da criança, a disciplina excessiva ou insuficiente e
o ambiente familiar em si, possivelmente determinarão na fase adulta formas de
comportamentos específicos, como se podem comprovar quando se examina a
história de vida das pessoas.
Muitas situações relacionadas à insegurança no adulto podem ser oriundas
da superproteção da família, bem como tipos muito rígidos para consigo mesmos e
para com os outros podem ser explicados em decorrência de uma disciplina
intransigente a que se foi submetido na infância (Bergamini & Beraldo, 2005).
Constata-se que as vivências ou experiências adquiridas são as
responsáveis pela mudança da fisionomia psíquica por intermédio dos tempos.
Conforme se tenham apresentado ao indivíduo, ele poderá servir-se delas para
caminhar no sentido da maturidade psíquica e estruturação normal de sua
personalidade ou, ainda, poderá ater-se no processo de maturação e incluir para
uma desintegração de personalidade, em linha de desajustamento neurótico ou
mesmo psicótico.
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FIGURA 9: EXPERIÊNCIAS VIVIDAS
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comportamentos, atitudes e valores que traduzem a filosofia de vida de uma pessoa,
ou seja, a janela através da qual cada um, experiência a própria vida.
As vivências do indivíduo são, dessa forma, resultantes da sua interação
com o ambiente, integrado por variáveis ecológicas, culturais e ou sociais, sendo
estas últimas as mais significativas na formação da estrutura de personalidade de
uma pessoa.
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FIGURA 10: FATORES SOCIAIS
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metas e propósitos, como também na intensidade de comportamento característica
de cada um em buscar atingir esses objetivos.
Toda pessoa tem determinadas necessidades e desejos. Quando
estimulados, dão origem a um comportamento que é dirigido para objetivos
considerados como possíveis de serem satisfeitos.
Conforme destacam Bergamini & Beraldo (2005), se as necessidades e os
desejos das pessoas, isto é, seus motivos, fossem limitados em número e pudessem
ser identificados e medidos segundo a importância relativa, seria possível estruturar
uma organização na qual o empregado melhor satisfizesse suas necessidades e
desejos, contribuindo dessa forma, para os objetivos globais da organização.
Pode-se também considerar que a motivação consiste num fenômeno
humano responsável pelo dinamismo do indivíduo nas situações que vivência e nele
determina um movimento no sentido de evoluir do menos para o mais, de
amadurecer pessoalmente e estar sempre exibindo um comportamento de busca.
O processo motivacional é inerente a todo ser humano. A conduta de busca
manifesta pelas pessoas no sentido de atender as suas carências é algo comum a
todo o ser humano.
O que de fato difere e caracteriza a especificidade do processo é a forma
pela qual cada um, busca satisfazer essas carências. Tal forma típica de cada
pessoa atender as suas necessidades se explicita pelo interesse que ela demonstra,
mais ou menos intensamente dirigido aos objetos, pessoas e fenômenos do mundo
em que vive e que é produto de sua personalidade ou individualidade global.
A motivação pode ser, portanto, caracterizada como um processo intrínseco
ao indivíduo, que o impulsiona, que o leva a atuar, a comportar-se de determinada
maneira em direção ao mundo exterior.
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FIGURA 11: MOTIVAÇÃO
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que permitirá conhecê-las. Até porque não se pode esquecer que muitas vezes é por
meio das outras pessoas que se consegue suprir as próprias carências.
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2 AVALIANDO O DESEMPENHO HUMANO
A organização pode ser entendida como uma realidade social, integrada por
diferentes pessoas que se comportam realizando atividades, isto é, trabalham no
sentido de produzir um resultado final comum, ou seja, atingir os objetivos do
empreendimento.
Considerando assim a organização, pode-se considerá-la como um contexto
onde o entendimento da interação entre tantas dinâmicas comportamentais
diferentes se torna não só necessário como imprescindível para se concluir sobre
possíveis desvios na consecução dos objetivos empresariais, assim como entender
os sintomas da saúde ou doença organizacional.
Por outro lado, conforme salientam Bergamini & Beraldo (2005), deve-se
considerar que o trabalho, ou a realização de alguma atividade, a que a maioria das
pessoas se dedica, se constitui na forma mais produtiva de o indivíduo empregar
seus recursos e energia pessoais. Consiste na forma que as pessoas têm de
sentirem seu potencial utilizado, ou seja, colocado a serviço de alguma coisa, e
mesmo de obterem um feedback, pela comparação do resultado alcançado com o
esforço despendido, numa relação tipo “custo x benefício”, que conduz, cada
pessoa, à avaliação do quanto se sente realizada, completa e feliz.
Dessa forma, a organização é produto da intenção de se obter determinado
resultado e do conjunto de trabalhos que as pessoas se propõem a realizar, numa
relação de troca, que lhes possibilita atingir seus propósitos individuais.
Todo o trabalho numa organização resulta, então, da intenção das pessoas
em realizar determinada atividade e da possibilidade de obterem algo como retorno.
Saber ser o produto desta relação “custo x benefício”, para a organização e
para o indivíduo é satisfatório, só será possível mediante a utilização de
instrumentos que permitam avaliar, com razoável precisão, o quanto, organização e
indivíduo, estão obtendo gratificação.
O instrumento que, ao longo do tempo, ganhou maior expressão neste
contexto, tem sido a Avaliação do Desempenho Humano.
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FIGURA 12: AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO
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audácia, o indivíduo é audacioso e o ambiente faculta a manifestação desse traço; o
desempenho só poderá ser o melhor em termos de eficiência funcional.
Tomando-se como base a complexidade dessas variáveis, a efetiva validade
da Avaliação de Desempenho, como instrumento a ser utilizado pelas organizações,
depende do domínio e do conhecimento que se adquire sobre elas, bem como da
sua análise integrada.
Matheus (2005) explica que o conhecimento do estilo comportamental das
pessoas pode ser obtido pelo diagnóstico dos traços de personalidade de cada um,
por meio da utilização de instrumentos que variam desde os testes psicológicos
estruturais ou projetivos de personalidade.
Por fim, o conhecimento do trabalho se obtém por meio de uma análise
detalhada do que necessita ser feito, como deve ser feito e que características de
personalidade, mais marcantes, deve ter a pessoa para executá-lo.
Considerando que o ambiente organizacional é caracterizado pela interação
pessoa x trabalho, seu conhecimento se dá pela observação de como as pessoas se
relacionam formal e informalmente e como se dá à relação homem x máquina.
A preocupação com estas variáveis é que define, portanto, o contorno e a
filosofia do processo de Avaliação do Desempenho numa organização. E é isso
também que caracteriza especificidade do processo para cada empresa onde for
implantado, impedindo a inadequação de modelos desenhados e emprestados de
uma organização para outra.
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Matheus (2005) destaca que a previsão de desempenho, a partir da
utilização dos testos psicológicos ou inventários de estilo comportamental em si não
garante consequentemente, a precisão do prognóstico de eficiência das pessoas no
trabalho. O emprego permite avaliar aquilo que o indivíduo pode fazer, determinar o
que está dentro de suas possibilidades de realização. Isso se deve ao fato de uma
série de circunstâncias que deverá ocorrer no futuro, para dar ao indivíduo a
possibilidade de utilizar, em suas atividades, todo o seu potencial.
É neste sentido que esses instrumentos de avaliação são considerados
formas de estimar o desempenho futuro das pessoas. E é nesse sentido que
também eles se constituem nas empresas, como fonte importante no levantamento
do potencial humano para o trabalho.
Como consequência, a estimativa de desempenho no trabalho, realizada por
meio dos instrumentos de avaliação da personalidade ou estilo comportamental,
deverá ser a priori, confirmada por meio dos elementos oferecidos pela observação
instrumentada, cuja efetivação se dá pela implantação de um procedimento de
acompanhamento sistemático das pessoas, formalizado pelo processo de Avaliação
de Desempenho em seus princípios éticos e técnicos.
Torna-se comum verificar, em diferentes empresas, a inadequação do
aproveitamento do potencial humano. Sabe-se que trabalhos rotineiros exigem baixo
potencial de inteligência.
Por falta de conhecimento desse pressuposto e do potencial intelectual de
seus empregados, não raro se atribuem tarefas simples a empregados com
potencial de inteligência acima do que seria necessário. Como resultado, tem-se o
não aproveitamento do potencial restante do indivíduo no trabalho, o que, sem
dúvida, ocasiona dificuldades para a própria empresa.
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FIGURA 13: AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO
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O conjunto de resultados obtidos por meio da seleção de pessoal e da
Avaliação de Desempenho forma um todo suficientemente consistente no estudo
das estimativas de desempenho futuro. Cada um destes dois processos confirma e
complementa o outro. Se a seleção de pessoal faz o prognóstico do desempenho
das pessoas, a Avaliação de Desempenho permite confirmar e qualificar o
desempenho efetivado.
Em termos de personalidade humana, torna-se difícil separar aquilo que se
constata por potencial de inteligência daquilo que se constata como consequência
de traços afetivo emocionais. A personalidade, conforme já descrito, é um todo
resultante da combinação de inúmeros fatores que estão constantemente
interagindo uns com os outros.
Cabe ao profissional qualificado, quando selecionar o pessoal, estudar cada
um desses elementos componentes da personalidade e apresentar conclusões
objetivas onde todos os elementos anteriormente mencionados sejam combinados
de forma científica e coerente.
Constata-se que muitas empresas acreditam que apenas uma rigorosa
seleção de pessoal seja condição suficiente para garantir o desempenho adequado
de seus empregados do futuro. Isso não é totalmente verdadeiro, tratando-se, na
realidade, apenas de uma estimativa que só terá significado a partir da confirmação
posterior oferecida pelo processo de Avaliação de Desempenho.
Para Matheus (2005), torna-se incompleto fazer a seleção de pessoal sem
controlar a sua validade por meio da Avaliação de Desempenho, como também não
satisfaz estudar os resultados dessa avaliação sem conhecer as referências sobre o
potencial humano oferecidas pela seleção de pessoal.
Considera-se que os processos devem caminhar juntos dentro da empresa
e, se possível, serem executados concomitantemente.
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como a maneira pela qual foi atingido, enfrentam uma discussão antiga, mas que se
tornou, segundo os autores, um modismo recente, que seria o Resultado Eficiente
ou Resultado Eficaz, ou ainda, ambos.
A categoria desempenho significa ação, atuação, comportamento. Quando
se avalia o desempenho no trabalho e se evolui por sua adequação ou não, está lhe
atribuindo uma qualificação que pode ser assim resumida:
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FIGURA 14: EFICIÊNCIA E EFICÁCIA
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subjetividade, até então utilizado para se diagnosticar e avaliar o comportamento
das pessoas. Isso atemorizou não só aos estudiosos como a todos que direta ou
indiretamente se viam envolvidos com a tarefa de emitir seu parecer sobre alguém.
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Com base neste enfoque, surgiu à avaliação por objetivos, que, por meio
dos seus procedimentos específicos, procurou atenuar a ansiedade gerada pelo
subjetivismo do processo de avaliação.
Estudos recentes comprovam que, se a avaliação por traços e
características de personalidade é subjetiva e pouco precisa, a avaliação por
objetivos transformou-se então num veículo de burocratização das organizações.
Conforme destaca Matheus (2005), a tentativa de objetivá-la multiplicou o
trânsito de papéis, de forma que ficou mais importante atender aos trâmites
burocráticos do que avaliar o desempenho propriamente dito.
Conforme se observa, atualmente, a tendência é procurar conciliar essas
duas orientações na formulação de um sistema de Avaliação de Desempenho
humano para as empresas, suplantando e administrando, em função dos contextos
específicos, os percalços que cada um encerra.
Todavia, conforme sugerem Bergamini & Beraldo (2005), é necessário que
se recoloque a questão em seu centro.
Caso se esteja verdadeiramente interessado em promover o
desenvolvimento do ser humano, especificamente daquele que trabalha em
organização, deve-se cultivar, além da técnica, a atenção e o afeto pelas pessoas.
Isso reconduz e reorienta o processo de Avaliação de Desempenho a um
ponto em que ele se torna muito mais uma atitude do que um complexo arsenal
dentro das organizações.
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As escalas de valores pessoais são diferentes de indivíduo para indivíduo e
muitas vezes diferentes da escala da própria empresa, e as pessoas questionam a
validade do julgamento que as têm como base e como padrão de comparação
utilizado para qualificar e diferenciar o desempenho das pessoas.
O conceito de sigilo também consiste num tabu bastante controvertido.
Seria a avaliação de desempenho tão sigilosa como os testes
psicológicos?
Quem na organização deve ter acesso às informações sobre o
desempenho das pessoas?
A quem interessa esses dados?
Para Bergamini & Beraldo (2005), uma coisa é certa, o sigilo nesse contexto
necessita ser bem entendido e desmistificado. Quando se busca o desenvolvimento
das pessoas, o maior interessado nesse processo é o próprio indivíduo avaliado.
Sua participação, dessa forma, deve ser total e completa.
Já a alta direção da empresa, por outro lado, necessita ser informada a nível
individual e global sobre os resultados, a fim de ter um retorno sobre seu
investimento e poder decidir sobre novos recursos que contribuirão como
facilitadores do processo de desenvolvimento das pessoas.
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Outra fonte de receio quanto à avaliação de pessoa consiste no
desempenho do papel de psicólogo que se assume no momento em que se avalia o
outro.
Tem-se a crença de quem entende de gente é o psicólogo, de que ele
estudou para ter resposta às indagações sobre as pessoas e que, portanto, se está
despreparado para emitir um julgamento preciso, objetivo e verdadeiro sobre os
outros, bloqueia o ato de avaliar e corta as possíveis forças interpessoais a partir
disso.
Constata-se que ao longo do tempo, pela história da avaliação de
desempenho, é o fato de que a preocupação com a justiça e a fidelidade dos
julgamentos emitidos tem levado os administradores desse processo nas empresas
a um rigor técnico tão acentuado, que é bastante frequente o desenvolvimento de
critérios estatísticos cada vez mais sofisticados, no sentido de buscar neutralizar o
efeito da subjetividade nas avaliações.
É preciso ressaltar, também, que o fenômeno avaliação, por si só, já implica
essa subjetividade e é a aceitação natural dessa realidade que permitirá uma
convivência pacífica com ele, ainda que se possa utilizar de alguns recursos e
procedimentos técnicos que a auxiliem.
O importante, contudo é que a subjetividade seja até valorizada, deixando de
lado o ortodoxismo técnico que, antes inviabiliza o processo de avaliação do que
aprimora.
Daí resulta também, uma vez mais, a necessidade de se trabalhar a atitude
das pessoas ao avaliar os outros e não lidar com a insegurança que o processo
gera, por meio do aumento desnecessário da burocracia técnica.
Como consequência desses tabus e até mesmo como sintomas de sua
existência nas organizações, algumas reações típicas quanto à avaliação se
manifestam. De um lado são as queixas por parte daqueles que gerenciam o
processo e de outro se tem os pontos que se constituem em alvo de investimento,
para garantir o sucesso do sistema na empresa.
Mesmo que o processo de avaliação oriente seus procedimentos no sentido
de obrigar ou sugerir uma participação, ou interação próxima entre avaliador e
avaliado, isso nem sempre ocorre. O avaliador esquecia-se disso e acaba, no geral,
assumindo sozinho o papel de avaliar.
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Fragiliza-se, desta forma, o papel da Avaliação de Desempenho.
Uma análise estratégica da situação organizacional, portanto, implica:
Obter informações mais fiéis e completas sobre as condições externas
e internas a organização;
Analisar essas informações tendo como resultante a avaliação da
empresas e, consequentemente, o diagnóstico das condições de saúde
organizacional e perspectivas existentes;
Definir os possíveis rumos da organização quanto aos seus
investimentos;
Refletir sobre investir ou não em recursos humanos e,
consequentemente, em Avaliação de Desempenho como recurso indutor do
desenvolvimento dos seus empregados.
FIM DO MÓDULO I
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