INSTRUCIONISMO E

CONSTRUCIONISMO

Antes de falarmos em Instrucionismo e Construcionismo precisamos compreender

as teorias que serviram de base para essas duas correntes.

Primeiro temos o Behaviorismo, um conjunto de teorias psicológicas que se

fundamentam nas práticas do comportamento condicionado dos seres para estudar
a relação entre o cérebro e a sua capacidade de aprendizagem. O Instrucionismo,
portanto, é uma corrente pedagógica que se apoia no behaviorismo, atuando no
meio digital.

Por outro lado, temos o Construtivismo, um outro conjunto de teorias psicológicas

que desempenhou um importante papel nos estudos sobre aprendizagem, embora
não tenha tido isso como seu objetivo principal. Aqui são avaliadas outras
características do saber, onde o conhecimento é adquirido com o tempo e a partir
de experiências. O Construcionismo, portanto, é uma corrente pedagógica que se
baseia nos princípios construtivistas, onde o aluno passa por um processo maior de
envolvimento com o meio para compreendê-lo.

Na educação, ambas correntes possuem as suas particularidades, que podem

funcionar muito bem em determinados casos e falhar em outros.
O instrucionismo possui um caráter mais repetitivo, onde o professor
oferece as instruções necessárias para a realização de uma dada tarefa. Portanto, é
possível afirmar que o computador ensina o aluno, corrigindo-o quando a sua
resposta não é satisfatória.

É ótimo para ensinar conteúdos que precisam de fórmulas, como na matemática e

na física, mas também pode ser usado em outros contextos, como em uma aula sobre
acentuação gráfica, por exemplo. Já como ponto negativo, ressaltamos a falta de
reflexão, o que torna, muitas vezes, o conteúdo distante do cotidiano do aluno.
Portanto, é necessário deixá-lo a par de onde essas fórmulas e regras se aplicam na
natureza.

No construcionismo, a realidade é completamente diferente. Aqui o aluno ensina o

computador, na medida em que vai vivenciando o conteúdo. É comum a utilização
de softwares e a proposição de atividades que estimulem a capacidade criativa do
aluno, com a presença, ou não, de um professor, dessa vez com o papel de mediador.

O ponto positivo é a experiência que os alunos adquirem com essas práticas, além
de desenvolverem suas capacidades criativas. A parte negativa, porém, é que há uma
maior responsabilidade desse aluno para com a sua aprendizagem, o que torna a
avaliação um processo muito mais subjetivo e difícil de categorizar.
 Objeto de Aprendizagem com aplicação pedagógica em Matemática

Como exemplo de TDIC instrucionista temos o Objeto de Aprendizagem Escola

Mágica, onde é necessário responder corretamente às questões para seguir adiante.
Já como construcionista, podemos observar o espectro de possibilidades de
Histórias Mágicas, um recurso educacional onde é possível criar histórias a partir da
seleção de elementos dispostos na tela.

Outra possibilidade é o encontro das duas correntes, como é o caso de Minecraft. O

jogo utiliza a prerrogativa da mineração de “blocos”, onde é possível montar
diversas estruturas diferentes, além de obter uma experiência de vida em um mundo
perigoso, onde o jogador precisa fabricar (processo de crafting) os elementos
necessários para a sua sobrevivência.
Para craftar um item é necessário conhecer a sua “fórmula”, sendo única e
equivalente, muitas vezes, aos elementos do mundo real. Sendo assim, há uma
abordagem instrucionista na medida em que o jogador precisa encontrar tutoriais
na internet a respeito da fabricação dos itens, além de saber quais características
estão presentes em cada tipo de minério (ferro, ouro, diamante) e outros materiais
(lã, madeira, linha).
Quanto ao aspecto construcionista, o jogador se depara com uma experiência de
sobrevivência em um mundo hostil, onde zumbis e outros inimigos atacam à noite,
e para isso precisam descobrir os elementos da natureza e utilizá-los a seu favor.
Também é possível jogar com amigos para superar as dificuldades de forma
cooperativa, além de construir casas e propriedades de diversos tipos.
No plano de aula é possível observar uma abordagem construcionista na elaboração
da Fanfic. Os alunos foram apresentados ao site Nyah Fanfiction!, onde puderam
experimentar as decisões de um autor (história base, título da fanfic, título do
capítulo, gêneros, avisos legais, classificação etária), além de criarem por contra
própria, divididos em grupos, um capítulo inteiro, utilizando os elementos da
narrativa e os tipos de discurso.

A proposta da atividade no plano de aula se deu da seguinte forma:

 Modelos: Instrucionista e Construcionista de
Educação:
O quadro a seguir (Sales, 2005), fundamentado em Valente (1998) e Papert
(1986, 1994) apresenta um paralelo entre os modelos, instrucionista e
construcionista de educação:
INSTRUCIONISTA
CONHECIMENTO - Adquirido por meio da instrução.
- A única maneira de melhorar o
conhecimento do aluno sobre
determinado tópico é ensinar mais
sobre aquele tópico.
ENSINO - Dá-se no sentido: Computador-
Software-Aluno.
- Por meio do computador o aluno
é instruído e pode adquirir conceitos obter a maior aprendizagem com um mínimo
sobre qualquer área.
APRENDIZAGEM - Aprendizagem centrada no
ensino.
- O computador comanda a
aprendizagem do aluno.
- A via que conduz a uma melhor
aprendizagem é o aperfeiçoamento
da instrução.
PROFESSOR - Repassador do conhecimento e
de instruções.
- Tem o papel de especialista de
conteúdos.
CONSTRUCIONISTA
- Ênfase na construção do conhecimento e
não na instrução.
- A busca do conhecimento específico que
o aluno precisa é que o ajudará a obter mais
conhecimento.
- Dá-se no sentido: Aluno-Software-
Computador.
- Tem por objetivo ensinar de forma a
de ensino.
- Centra-se na aprendizagem e não no
ensino.
- A aprendizagem ocorre em razão do
aluno estar executando uma tarefa mediada
pelo computador.
- O aluno gerencia seu próprio processo
de aprendizagem.
- Visa desenvolver a capacidade matética,
que é o conjunto de princípios norteadores
que regem a aprendizagem.
-Criador de ambientes de aprendizagem.
- Agente facilitador do processo de
desenvolvimento cognitivo do aluno.
- Mediador da interação aluno-
computador.
- Tem por função a investigação da
estrutura mental do aluno.
ALUNO - Receptor passivo do
conhecimento.
-Consultor de instruções.
O USO DO COMPUTADOR -Máquina de ensinar (instrução
programada).
- Informatização dos métodos de
ensino tradicionais.
- É introduzido na Escola como
disciplina curricular, é o aprender
sobre computadores.
Leia
mais: https://informaticaaplicada.webnode.com.br/products/modelos%3A%20instrucionista%20
e%20construcionista%20de%20educa%C3%A7%C3%A3o%3A%20%20%20/
- Construtor de seu próprio conhecimento.
- Gerenciador da informação, da solução
de problemas e da aprendizagem
independente.
- Ferramenta intelectual para promover a
aprendizagem.
- Meio de transferência do controle do
processo de ensino do professor para o
aluno.
- Veículo auxiliar no processo de
expressão de nosso pensamento e da
reflexão.