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Docente:
Prof.ª Dr.ª Elaine Sampaio Araújo
Discentes:
Amabille Silva Paschoim
Ingrid Thais Catanante
Larissa Adriano Sangali Dias de Carvalho
Vanessa Aparecida Colus
3º ano – Pedagogia
Apresentação do tema
A representação mental de contar, que surgiu ao longo da história da
humanidade, passou por diversos procedimentos padronizados tais como “[...] o contar
das pedras, as marcas em ossos, o contar nos dedos, o cálculo no ábaco, a invenção das
técnicas de calcular com lápis e papel e, por último, o digitar de teclas [computador,
calculadora] e o cálculo de grandes quantidades.” (MOURA, 1996, p. 9)
É importante, então, que os seres humanos se apropriem desses saberes que
foram produzidos historicamente pela humanidade, a saber, os cálculos, pois fazem
parte de praticamente todas as atividades de nossas vidas.
Assim sendo, esse projeto, que aqui será descrito de forma minuciosa, tem
como conteúdo as operações matemáticas, mais especificamente a adição, método que o
homem criou historicamente, a partir de uma necessidade, para facilitar a sua vida. A
adição, segundo o Dicionário da Língua Portuguesa (Sérgio Ximenes), consiste na
operação que reúne, numa só, duas ou mais grandezas da mesma natureza; é a soma.
Conforme a orientação da professora doutora Elaine Sampaio Araújo,
responsável pela disciplina de metodologia de ensino de matemática, utilizaremos o
objeto ábaco para trabalhar e desenvolver juntamente com os alunos o referido
conteúdo.
O ábaco, de origem provável da Mesopotâmia há mais de 5.500 anos, pode ser
considerado como uma extensão do ato natural de se contar nos dedos, como a primeira
calculadora utilizada pelo homem. Por ser um objeto que possui as mesmas
características do sistema de numeração indo-arábico, o ábaco, além de auxiliar as
crianças a apreender os algoritmos, também contribui para que elas compreendam as
bases do sistema de numeração decimal que utilizamos em nossa sociedade.
Durante nossas observações em sala de aula, notamos que, na disciplina de
matemática, os alunos possuíam algumas dificuldades em relação à maneira de
resolverem as adições. Eles não compreendiam a idéia do “sobe um”.
No Ensino Fundamental (primeiro ciclo), as operações de adição (e também de
subtração), por sua própria natureza que é complexa, podem representar grandes
dificuldades para os alunos. Além do mais – o que é ainda pior –, na prática pedagógica
de muitos professores, ainda há o pensamento tradicional de que, para resolver o cálculo
matemático, basta que o aluno decore uma série de etapas.
Um exemplo disso será aqui representado pela operação aritmética de somar
quinze mais dezesseis (15 + 16 = 31) onde, o indivíduo pode decorar o que fazer para
resolver tal conta, ou seja, cinco mais seis é igual a onze, fica um, “sobe um”; depois,
um mais um mais um é igual a três. Então, o resultado é trinta e um. Observa-se que
essa pessoa sabe resolver a operação (ou pelo menos chegou ao resultado correto) mas,
muitas vezes, se a questionarmos o que significa esse “sobe um”, ela não sabe
responder. Além disso, também, como observado no decorrer do estágio, quando o
aluno resolve mecanicamente o exemplo acima dado mas ainda não sabe “transportar” o
numeral que está na coluna da unidade para a coluna da dezena (o “sobe um”), ele soma
as unidades e coloca os dois algarismos (o “11”) abaixo da linha das unidades. Depois,
soma na linha das dezenas, o um mais um. Dessa maneira, encontra o resultado
duzentos e onze.
Desse modo, percebendo as dificuldades encontradas pelos alunos nas escolas
de realização do estágio pelas duas duplas e também conversando com as professoras
das classes correspondentes – as quais concordaram com o tema do projeto –, foi decido
por nós, elaboradoras deste projeto, trabalhar com esse conteúdo por o julgarmos como
sendo de grande relevância para o ensino escolar e para a vida do homem em geral. É
importante enfatizar que o processo usual de adicionar se faz necessário de modo que as
pessoas o dominem e o compreendam para a realização de suas atividades cotidianas
como, por exemplo, ir ao supermercado (calcular o quanto gastou), e não só. Assim,
tem-se, também, que é importante que o aluno perceba, então, a relação existente entre
os conteúdos escolares e a vida real em sociedade.
Para realizar este trabalho, então, elaboramos uma atividade orientadora de
ensino, a qual será detalhada em seguida, que conta com:
♦ A história do conceito do conteúdo abordado, para contextualização do mesmo;
♦ Jogos (Latobol e Boliche), para introduzir a necessidade de realizar operações;
♦ Uma História Virtual (elaborada a partir da história dos Os três Porquinhos, de
Joseph Jacobs e por nós como As Novas Aventuras dos Três Porquinhos), para
apresentação do ábaco a fim de, na seqüência, realizar as somas dos pontos dos jogos;
♦ Atividades gráficas, para avaliar o que os alunos aprenderam e sistematizar melhor o
conteúdo.
Por fim, ressaltamos que esse projeto está baseado na atividade orientadora de
ensino (MOURA, 1996), a qual propõe que os conteúdos matemáticos sejam ensinados
de forma que o aluno reconheça a matemática como uma produção humana.
Proposta de desenvolvimento
História do Conceito
Quando o homem enfrentou o desafio de calcular, sentindo a necessidade de
juntar duas ou mais quantidades representadas, utilizou acessórios de contagem e de
cálculo. Com o passar dos tempos, foi aprimorando esses acessórios ao desenvolver
instrumentos mais complexos para tal fim.
A primeira “máquina de calcular” de todos os tempos foi a mão do próprio
homem.
Pelo número considerável de seus ossos e de suas articulações
correspondentes, pela disposição assimétrica de seus dedos e sua
relativa autonomia, pelo diálogo que ela mantém, enfim,
permanentemente com o cérebro, a mão do homem constitui
seguramente a mais espantosa concentração natural de recursos a
esse respeito. E o ser humano soube tirar dela o máximo proveito, a
partir do momento em que foi capaz de contar de modo abstrato e de
assimilar o princípio da base... (IFRAH, 1992, p. 79, grifos do autor).
[...] da mesma forma que uma situação imaginária tem que conter
regras de comportamento, todo jogo com regras contém uma situação
imaginária [...] O mais simples jogo com regras transforma-se
imediatamente numa situação imaginária, no sentido de que, assim
que o jogo é regulamentado por certas regras, várias possibilidades de
ação são eliminadas.
1.2 Conteúdos
♦ Ordenação;
♦ Comparação de quantidades;
♦ Registro de quantidades;
♦ Estratégias de cálculo;
♦ Adição;
♦ Subtração.
2- Boliche
2.1 Objetivos
O jogo “Boliche” será utilizado, no caso, com os mesmos objetivos e
conteúdos do jogo “Latobol”, pois os dois possuem estrutura semelhante. Nós o
introduzimos também nessa atividade orientadora de ensino a fim de “[...] diversificar o
contexto da contagem e motivar o aluno.” (MOURA, 1996, p. 53).
Além disso, o jogo “Proporciona estabelecer relações entre a disposição
espacial das garrafas e a possibilidade de derrubar o maior número de garrafas. Deste
modo, a criança aprende a planejar suas jogadas” (MOURA, 1996, p. 48).
Conforme Moura (1996, p. 20), as histórias virtuais podem ser definidas como
“situações-problema colocadas por personagens de histórias infantis, lendas ou da
própria história da matemática como desencadeadoras do pensamento da criança de
forma a envolvê-la na construção da solução do problema que faz parte do contexto da
história”.
A história virtual deve colocar a criança frente a uma situação-problema
semelhante à que o homem passou na história da humanidade e, a partir dela, refletir
sobre o papel das gerações passadas na construção dos saberes que hoje usufruímos,
propondo-se, então, a resolução do problema coletivamente. Esta forma de trabalhar
com a matemática possibilita que contar, realizar cálculos e registrá-los se torne uma
necessidade real para as crianças. (MOURA, 1996).
Objetivos
Essa atividade visa colocar para a criança a necessidade de dominar uma
maneira eficiente de realizar operações, no caso, visa a compreensão de como
“funciona” o ábaco.
“O uso do ábaco na sala de aula é interessante pois facilita a compreensão das
regras do sistema de numeração decimal e representa uma forma de reproduzir a
maneira como a humanidade chegou a sistematização dos algoritmos das operações”.
(MOURA, 2002b, p. 2).
Conteúdos
• Cálculo;
• Operações;
• Registro gráfico do número;
• Conceito de unidade, dezena, centena;
• Noção de valor posicional;
• Noção de valor relacional.
Dinâmica do trabalho
a) Contando a história
Utilizaremos, para contar a história um livro por nós confeccionado, contendo
a narração por escrito e as figuras.
b) Solução do problema
A partir do problema colocado para os personagens da história (saber como
funciona o ábaco), perguntaremos às crianças se elas sabem responder à pergunta feita
pela própria narração do livro. Coordenaremos as respostas de modo a testar os
argumentos, eliminando os inviáveis, até chegar à solução do problema.
Após o trabalho com a história virtual, os pontos obtidos com os jogos serão
somados coletivamente, com a utilização dos ábacos, para a verificação da(s) equipe(s)
campeã(s).
Atividades gráficas
a. 8 + 1=
b. 12 + 8 =
c. 25 + 15 =
d. 98 + 12 =
Atividades
Exemplo
Calcule: 27 + 35 =
Agora, observe:
Calcule: 27 + 35 =
No ábaco:
C D U C D U C D U
2 7 2 7 1
2 7
3 5 3 5
6 2
2 7
+ 3 5 A
6 2
b) 68 + 25 =
d) 82 + 56 =
e) 76 + 29 =
f) 65 + 56 =
g) 395 + 43 =
h) 108 + 93 =
i) 427 + 96 =
j) 298 + 178 =
Referências bibliográficas
______. Oficina: Desenvolvimento dos algoritmos das operações. São Paulo: FEUSP.
Metodologia do Ensino de Matemática, 2002.
OLIVEIRA, Zilma de Morais et al. Creches: crianças, faz de conta & CIA. Petrópolis: Vozes,
2005.