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Os benefícios da febre
Quando um organismo invade seu corpo, provoca a liberação de pirogênio, uma substância
que sinaliza para o hipotálamo no cérebro para elevar a temperatura do seu corpo. Isso é feito
através de um número de diferentes mecanismos, incluindo:
· Arrepios
· Pilo ereção (ereção de pequenos pêlos), que suprime a transpiração (o suor é um mecanismo
de resfriamento)
A febre, por sua vez, inicia uma série de processos corporais benéficos que direta ou
indiretamente ajudam a repelir bactérias ou vírus invasores. Alguns destes benefícios incluem:
· Mais células brancas do sangue são produzidas para ajudar a combater os invasores
· Mais interferon, uma substância antiviral e anticâncer natural, é produzido, o que ajuda a
bloquear a propagação de vírus para células saudáveis
É raro que uma febre superior a 40 graus, não há nenhum mal em deixar uma febre em seu
curso. Tenha em mente também que as febres tendem a picos no final da tarde e à noite,
assim um ligeiro aumento na febre durante este período não é necessariamente motivo para
alarme.
Por que os remédios para reduzir a febre são normalmente desnecessários e até prejudiciais ¿
Como mencionado anteriormente, na maioria dos casos, que você deve evitar dar remédios
para reduzir a febre, como estes medicamentos geralmente só suprimem os mecanismos
naturais de cura da febre e prolongar a doença.
Na verdade, o artigo: Febre em crianças – Uma bênção oculta (Fever in Children - A Blessing in
Disguise), originalmente impresso na Mothering Magazine que definitivamente vale a pena ser
lido se você tiver crianças pequenas em casa, apresenta vários estudos apoiando o fato de que
reduzir a febre realmente prolonga a doença:
· Outro estudo descobriu que uma gama de analgésicos, incluindo a aspirina e ibuprofeno,
inibiu as células brancas na produção de anticorpos em até 50%.
Estes medicamentos também podem levar a riscos de efeitos colaterais, incluindo problemas
de fígado com acetaminofeno, dor de estômago com Ibuprofeno e síndrome de Reye com
aspirina (recomenda-se que para crianças com menos de 19 anos não ser dado aspirina
quando têm febre, devido à relação com a síndrome de Reye).
Reduzir uma febre com medicamentos também mascara os seus sintomas, o que pode levar ao
retorno às suas atividades normais mais rapidamente, quando seu corpo pode ainda se
beneficiar em repouso adicional.
Geralmente a pele evita a invasão de muitos microrganismos, a menos que esteja fisicamente
danificada devido, por exemplo, a uma lesão, à picada de um insecto ou a uma queimadura.
Contudo, existem excepções, como a infecção pelo papilomavírus humano, que provoca as
verrugas.
Outras barreiras naturais eficazes são as membranas mucosas, como os revestimentos das vias
respiratórias e do intestino. Geralmente estas membranas estão cobertas de secreções que
combatem os microrganismos. Por exemplo, as mucosas dos olhos estão banhadas em
lágrimas, que contêm um enzima chamado lisozima. Este ataca as bactérias e ajuda a proteger
os olhos das infecções.
O tubo gastrointestinal dispõe de uma série de barreiras eficazes, que incluem o ácido do
estômago e a actividade antibacteriana dos enzimas pancreáticos, da bílis e das secreções
intestinais. As contracções do intestino (peristaltismo) e o desprendimento normal das células
que o revestem ajudam a eliminar os microrganismos prejudiciais.
As pessoas com mecanismos de defesa debilitados estão mais vulneráveis a certas infecções.
Por exemplo, aqueles indivíduos cujo estômago não segrega ácido são particularmente
vulneráveis à tuberculose e à infecção causada pela bactéria Salmonella. O equilíbrio entre os
diferentes tipos de microrganismos na flora intestinal residente também é importante para
manter as defesas do organismo. Por vezes, um antibiótico tomado para uma infecção
localizada em qualquer outra parte do corpo pode quebrar o equilíbrio entre a flora residente,
permitindo assim que aumente o número de microrganismos que causam doenças.
A primeira variedade de glóbulos brancos que entra em cena são os neutrófilos, que começam
a ingerir os microrganismos invasores e tentam conter a infecção num espaço reduzido. Se a
infecção continuar, os monócitos, outra classe de glóbulos brancos com uma capacidade ainda
maior para ingerir microrganismos, chegarão em quantidades cada vez maiores.
Todavia, estes mecanismos inespecíficos de defesa podem ser ultrapassados por uma grande
quantidade de microrganismos invasores, ou por outros factores que reduzam as defesas do
corpo humano, como os contaminantes do ar (incluindo o fumo do tabaco).
Febre
A febre, definida como uma elevação da temperatura corporal superior aos 37,7ºC (medidos
com o termómetro na boca), é, na realidade, uma resposta de protecção perante a infecção e
a lesão. A elevada temperatura corporal estimula os mecanismos de defesa do organismo ao
mesmo tempo que causa um mal-estar relativamente pequeno ao indivíduo.
Normalmente, a temperatura corporal sobe e baixa todos os dias. O ponto mais baixo é
atingido às 6 horas da manhã e o mais alto entre as 4 e as 6 horas da tarde. Embora seja
habitual dizer-se que a temperatura normal do corpo é de 37ºC, o mínimo normal às 6 horas
da manhã é de 37,1ºC e o máximo normal às 4 horas da tarde será de 37,7ºC.
A febre pode seguir um curso em que a temperatura atinge um máximo diário e depois volta
ao seu nível normal. Por outro lado, a febre pode ser remitente, isto é, a temperatura varia
mas nunca volta ao normal. Certas pessoas, como os alcoólicos, tanto os de idade avançada
como os mais jovens, podem ter uma baixa da temperatura como resposta a uma infecção
grave.
As substâncias causadoras de febre recebem o nome de pirogénios. Eles podem provir do
interior ou do exterior do organismo. Exemplos de pirogénios formados no exterior do corpo
são os microrganismos e as substâncias que estes produzem, como as toxinas.
Contudo, a infecção não é a única causa de febre; ela pode também ser consequência de uma
inflamação, um cancro ou uma reacção alérgica.
Em geral, a febre tem uma causa óbvia, como a gripe ou a pneumonia. Porém, noutros casos a
causa é subtil, como uma infecção do revestimento interno do coração (endocardite
bacteriana). Quando uma pessoa tem pelo menos 38,3ºC de febre e uma investigação
exaustiva não consegue descobrir a causa, o médico pode chamar-lhe febre de origem
desconhecida. As causas potenciais da referida febre incluem toda e qualquer perturbação
que eleve a temperatura corporal, mas as causas mais frequentes entre os adultos são as
infecções, as doenças causadas por anticorpos formados contra os tecidos do próprio
indivíduo (doenças auto-imunes) e um cancro ainda não descoberto (em especial, uma
leucemia ou um linfoma).
Uma pessoa que tenha bebido água contaminada (ou que tenha comido gelo feito com água
infectada) pode desenvolver uma febre tifóide. Quem trabalha numa fábrica de enlatados de
carne pode ter uma brucelose.
Depois de fazer este tipo de perguntas, o médico executa um exame físico completo para
procurar a origem da infecção ou encontrar evidência de alguma afecção. Conforme a
intensidade da febre e as condições do paciente, assim a consulta pode ser realizada no
consultório do médico ou então no hospital.
As análises de sangue podem ser utilizadas para detectar a presença de anticorpos contra um
microrganismo, para o fazer crescer num meio de cultura e para determinar o número de
glóbulos brancos. Pode observar-se um aumento nos valores de um anticorpo específico e isso
pode ajudar a identificar o microrganismo invasor. O aumento na quantidade de glóbulos
brancos costuma indiciar infecção. A fórmula leucocitária (a proporção entre os diversos tipos
de glóbulos brancos) proporciona mais pistas. Um aumento dos neutrófilos, por exemplo,
sugere uma infecção aguda por bactérias. Um aumento dos eosinófilos sugere uma infestação
parasitária, por exemplo, por céstodos ou por nemátodos.
Para realizar este exame, o paciente recebe uma injecção de glóbulos brancos que contêm um
marcador radioactivo. Como os glóbulos brancos são atraídos para as zonas infectadas e, neste
caso, eles possuem um marcador radioactivo, o exame pode detectar uma zona de infecção.
Se os resultados deste exame forem negativos, o médico pode precisar de colher uma amostra
de fígado (biopsia), da medula óssea ou de outra área da qual suspeite. A amostra é
posteriormente examinada ao microscópio.
Tratamento da febre
Dados os potenciais efeitos benéficos da febre, discute-se se ela deve ser tratada de forma
rotineira. De qualquer modo, uma criança que tenha tido uma convulsão como resultado da
febre (ataque febril) deve receber tratamento. Do mesmo modo, um adulto com um problema
cardíaco ou pulmonar deve recebê-lo, porque a febre pode aumentar a necessidade de
oxigénio. Estas necessidades aumentam cerca de 7 % por cada 0,17ºC de aumento da
temperatura corporal a partir dos 37ºC. A febre também pode provocar alterações na função
cerebral.
Uma vez desenvolvida a infecção, entra em acção todo o poder do sistema imunitário. Este
produz várias substâncias que atacam especificamente os microrganismos invasores. Por
exemplo, os anticorpos aderem a eles e ajudam a imobilizá-los. Podem assim destruí-los
directamente ou então ajudar os glóbulos brancos a localizá-los e a eliminá-los. Além disso, o
sistema imunitário pode enviar um tipo de células conhecidas como células T citotóxicas (killer)
(outro tipo ainda de glóbulos brancos) para atacar especificamente o organismo invasor.Os
fármacos anti-infecciosos, como os antibióticos, os agentes antimicóticos ou antivirais, podem
auxiliar as defesas naturais do corpo humano. No entanto, se o sistema imunitário se
encontrar gravemente enfraquecido, esses medicamentos não costumam ser eficazes.
Veneno de escorpião
Estreante no concurso, Eder Magalhães Silva Fialho está entre os ganhadores do prêmio
Fapema 2011, na categoria Dissertação de Mestrado, na área das ciências biológicas. O estudo
desenvolvido por Eder diz respeito às potencialidades que o veneno do escorpião Tityus
Serrulatus (vTs) tem, que aumentam a resposta do sistema imunológico.
Trabalhando com animais de experimentação, o professor mestre Eder Magalhães Silva Fialho
conseguiu caracterizar uma dose não letal do veneno extraído da espécie de escorpião (Tityus
serrulatus (vTs)), capaz de ativar mecanismos do sistema imunológico que favorecem a
regulação da resposta inflamatória, ou seja, uma dose capaz de aumentar a resposta do
sistema imunológico.
Essa propriedade do vTs foi comprovada quando se observou que os animais submetidos a
uma infecção polimicrobiana (vários microorganismos) tiveram uma inflamação sistêmica,
chamada de "sepse", e chegaram a óbito com 24 horas. Entretanto, aqueles que receberam a
dose não letal do veneno do escorpião sobreviveram, demonstrando assim a capacidade do
vTs de aumentar a resposta do sistema imunológico e de ativar mecanismos que o regulam,
evitando seus efeitos nocivos.
Essa pesquisa foi desenvolvida durante o curso de mestrado em Biodiversidade e Conservação
na Universidade Federal do Maranhão, e teve como orientadora a Professora Doutora Flávia
Raquel Fernandes do Nascimento.
Adendo: O veneno do escorpião negro não é letal ao ser humano mas causa uma febre de 24
horas no organismo.
A desnaturação também atinge enzimas, que realizam funções vitais no corpo. Por isso, os
médicos preocupam-se antes em baixar a febre do que descobrir a causa, pois a alta
temperatura pode destruir enzimas de funções vitais, como as enzimas que auxiliam no
processo respiratório (transporte de substância via hemoglobina).
RG 25.229.258-3
CPF 287.203.228-28
Data:07-10-2013
Obs.: Uma pesquisa sobre problemas práticos pode conduzir à descoberta de princípios
científicos. Uma pesquisa pode fornecer conhecimentos passíveis de aplicação prática
imediata.