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SUMÁRIO
1. JURISDIÇÃO ................................................................................................ 3
1.1. Conceito ................................................................................................... 3
1.2. Características da Jurisdição .................................................................... 3
1.2.1. Inércia .................................................................................................... 3
1.2.2. Caráter substitutivo .................................................................................. 5
1.2.3. Definitividade........................................................................................... 5
1.3. Princípios da Jurisdição ............................................................................ 5
1.3.1. Investidura .............................................................................................. 5
1.3.2. Indelegabilidade ....................................................................................... 6
1.3.3. Inevitabilidade da jurisdição....................................................................... 6
1.3.4. Inafastabilidade da jurisdição (ou indeclinabilidade) ...................................... 6
1.3.5. Princípio do Juiz natural ............................................................................ 7
1.3.6. Territorialidade (Aderência ou improrrogabilidade) ........................................ 7
1.4. Espécies de Jurisdição .............................................................................. 7
2. DA COMPETÊNCIA ....................................................................................... 8
2.1. Competência em razão da matéria (ratione materiae) ou competência de
Jurisdição ou competência de Justiça. ............................................................... 9
2.2. Competência em razão da pessoa (ratione personae) ............................ 12
2.3. Competência Territorial (ratione loci) .................................................... 14
2.3.1. Em razão do local da infração................................................................... 14
2.3.2. Em razão do domicílio do réu ................................................................... 17
2.4. Da Conexão e da Continência ................................................................. 17
2.5. Regras aplicáveis nos casos de determinação da competência pela
conexão ou continência ................................................................................... 20
2.6. Separação de processos em hipóteses de conexão e continência ........... 21
2.7. Competência penal do STF, do STJ, doa TRFs, dos Juízes Federais e dos
Juizados Especiais Criminais Federais ............................................................. 24
2.7.1. Da competência criminal do STF ............................................................... 24
2.7.2. Competência Criminal do STJ ................................................................... 29
2.7.3. Competência Criminal da Justiça Federal (Juízes, TRFs e Juizados Especiais
Federais) ........................................................................................................... 31
2.7.4. Pontos polêmicos ................................................................................... 35
2.8. Tópicos jurisprudenciais relevantes ....................................................... 36
3. EXERCÍCIOS DA AULA ............................................................................... 39
Bons estudos!
1.2.1. Inércia
1
Um Juiz não pode dar início a um processo sem que haja provocação, nem julgar um
pedido que não foi feito, porque isso seria uma burla ao princípio da inércia.
Suponhamos que Pedro tenha sido denunciado pela prática de um crime de homicídio.
Não pode o Juiz, valendo-se da denúncia oferecida, condená-lo, ainda, por um roubo
cometido em outro momento, e que não fora objeto da denúncia, SIMPLESMENTE
PORQUE ISSO NÃO FOI OBJETO DA AÇÃO. Isso é o que se chama de princípio da
adstrição, ou congruência, que é um dos corolários da inércia da jurisdição.
1.2.3. Definitividade
Como o próprio nome indica, meus caros alunos, a jurisdição é
dotada de definitividade, ou seja, em um dado momento, a decisão
prestada pelo Estado-Juiz será definitiva, imodificável.
Claro que essa definitividade só ocorrerá se a demanda for apreciada
no mérito. Se estivermos diante de uma sentença meramente terminativa
(que não aprecia o mérito da demanda), esta não fará coisa julgada
material, logo, a tutela jurisdicional prestada não será definitiva. POR
ISSO SE DIZ QUE AS SENTENÇAS DE MÉRITO SÃO DEFINITIVAS.
Entretanto, alguns doutrinadores entendem que no caso de não haver
sentença de mérito, NÃO HÁ JURISDIÇÃO!
1.3.1. Investidura
Para se exercer a Jurisdição, deve-se estar investido do Poder
jurisdicional. Como esse Poder pertence ao Estado, ele é quem
delega esse Poder aos seus agentes. Essa delegação do Poder
jurisdicional se dá através da posse no cargo de magistrado, que, no
Brasil, pode ser por concurso público (art. 93, I da CF/88), ou pelo
quinto constitucional (art. 94 da CF/88).
1.3.2. Indelegabilidade
Aqueles que foram investidos do Poder jurisdicional não podem
delegá-lo a terceiros. Possui duas vertentes: Externa e Interna.
Na sua vertente externa, significa que não pode o Poder Judiciário
(a quem a CF/88 conferiu a função jurisdicional) delegá-la a outros órgãos
ou a outro Poder.
Na vertente interna, significa que, após fixadas as regras de
competência para julgamento de um processo, não pode um órgão do
Judiciário delegar sua função para outro órgão jurisdicional.
2. DA COMPETÊNCIA
Conforme estudamos, a Jurisdição é o Poder conferido ao Estado,
para através dos órgãos Jurisdicionais, dizer, no caso concreto, quem tem
o Direito.
A Competência, por sua vez, é a medida da Jurisdição, ou,
para outros, o limite da Jurisdição.
Trocando em miúdos, a Competência é o conjunto de regras que
estabelecem os limites em que cada Juiz pode exercer, de maneira
válida, o seu Poder Jurisdicional.2
A Competência pode ser de três ordens:
• Competência em razão da matéria (ratione materiae) – É
aquela definida com base no fato a ser julgado.
• Competência em razão da pessoa (ratione personae) – É
definida tendo por base determinadas condições relativas às
pessoas que se encontram no polo passivo do processo criminal
(os acusados).
• Competência territorial (ratione loci) – Considera o local
onde ocorreu a infração (ou outros critérios territoriais) para
que seja definida a competência.
∗
NUCCI, Guilherme de Souza. Manual de processo penal e execução penal. 12.º edição.
Ed. Forense. Rio de Janeiro, 2015, p. 205
JUSTIÇA JUSTIÇA
COMUM ESPECIAL
3
Existem, ainda, crimes dolosos contra a vida previstos, por exemplo, na Lei de
Genocídio (Lei 2.889/56). Neste caso, a competência também será do Tribunal do Júri
(STF, RE 351.487/RR).
4
Mesmo em se tratando de CRIME FEDERAL, cabe ao TJ o julgamento, e não ao TRF. A
ressalva constitucional é apenas em relação à Justiça ELEITORAL. Ver, por todos,
NUCCI, Guilherme de Souza. Op. Cit., p. 214/215
5
Nos crimes de responsabilidade PRÓPRIOS a competência para julgar o prefeito
municipal é da CÂMARA DE VEREADORES. (STF, RE 192.527/PR, bem como HC 71.991-
1/MG).
6
Em relação aos magistrados e membros do MPF, o TRF a que estão vinculados será
competente, mesmo em se tratando de crime que seria de competência da Justiça
Estadual. Ver, por todos, PACELLI, Eugênio. Op. cit., p. 214
7
Art. 70. A competência será, de regra, determinada pelo lugar em que se consumar a
infração, ou, no caso de tentativa, pelo lugar em que for praticado o último ato de
execução.
§ 2o Quando o último ato de execução for praticado fora do território nacional, será
competente o juiz do lugar em que o crime, embora parcialmente, tenha produzido ou
devia produzir seu resultado.
§ 3o Quando incerto o limite territorial entre duas ou mais jurisdições, ou quando incerta
a jurisdição por ter sido a infração consumada ou tentada nas divisas de duas ou mais
jurisdições, a competência firmar-se-á pela prevenção.
8
Trata-se de entendimento jurisprudencial consolidado, para facilitar a produção
probatória, na busca pela verdade real. Ver, por todos, NUCCI, Guilherme de Souza.
Op. Cit., p. 209
9
Art. 88. No processo por crimes praticados fora do território brasileiro, será competente
o juízo da Capital do Estado onde houver por último residido o acusado. Se este nunca
tiver residido no Brasil, será competente o juízo da Capital da República.
Art. 90. Os crimes praticados a bordo de aeronave nacional, dentro do espaço aéreo
correspondente ao território brasileiro, ou ao alto-mar, ou a bordo de aeronave
estrangeira, dentro do espaço aéreo correspondente ao território nacional, serão
processados e julgados pela justiça da comarca em cujo território se verificar o pouso
após o crime, ou pela da comarca de onde houver partido a aeronave.
Art. 91. Quando incerta e não se determinar de acordo com as normas estabelecidas nos
arts. 89 e 90, a competência se firmará pela prevenção. (Redação dada pela Lei nº
4.893, de 9.12.1965)
,
NUCCI, Guilherme de Souza. Op. Cit., p. 241/243
CONEXÃO CONTINÊNCIA
SIMULTANEIDADE TELEOLÓGICA
OCASIONAL
CONCURSO CONSEQUENCIAL
RECIPROCIDADE
Assim, em resumo:
1. Havendo conexão ou continência entre um crime de competência
do Tribunal do Júri e outro crime, de competência do Juiz singular, a
competência deverá ser fixada naquele.
12
Isso não ocorrerá se a desclassificação ocorrer apenas no momento da quesitação
formulada aos jurados (art. 492, §1º do CPP).
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PACELLI, Eugênio. Op. cit., p. 241/242
Agora, vejamos quais são os requisitos para que uma infração penal
possa ser considerada uma IMPO (Infração de Menor Potencial Ofensivo),
nos termos do art. 61 da Lei 9.099/95:
Art. 61. Consideram-se infrações penais de menor potencial ofensivo, para os
efeitos desta Lei, as contravenções penais e os crimes a que a lei comine
pena máxima não superior a 2 (dois) anos, cumulada ou não com multa.
(Redação dada pela Lei nº 11.313, de 2006)
Bons estudos!
Prof. Renan Araujo
3. EXERCÍCIOS DA AULA
4. QUESTÕES COMENTADAS
1. ERRADA
2. CORRETA 23. CORRETA
3. ERRADA 24. CORRETA
4. CORRETA 25. ERRADA
5. ERRADA 26. ERRADA
6. ERRADA 27. ERRADA
7. ERRADA 28. CORRETA
8. CORRETA 29. CORRETA
9. ERRADA 30. CORRETA
10. ERRADA 31. ALTERNATIVA E
11. ERRADA 32. CORRETA
12. CORRETA 33. CORRETA
13. CORRETA 34. ERRADA
14. ERRADA 35. ERRADA
15. ERRADA 36. ERRADA
16. ERRADA 37. CORRETA
17. ALTERNATIVA C 38. CORRETA
18. CORRETA 39. CORRETA
19. CORRETA 40. ERRADA
20. ERRADA 41. ERRADA
21. CORRETA 42. CORRETA
22. CORRETA