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Governo do Estado do Acre

PLANO ESTADUAL DE PREVENÇÃO E CONTROLE


DE DESMATAMENTO E QUEIMADAS
– PPCDQ - ACRE
Texto

Rio Branco – Acre


2018
Governo do Estado do Acre

Tião Viana
Governador do Estado do Acre

Nazareth Lambert
Vice-Governadora

Márcia Regina Pereira


Secretária de Estado da Casa Civil

Márcio Veríssimo Carvalho Dantas


Secretário de Estado de Planejamento

Carlos Edegard de Deus


Secretário de Estado de Meio Ambiente

Paulo Roberto Viana de Araújo


Presidente do Instituto de Meio Ambiente do Acre

Magaly da Fonseca e Silva Taveira Medeiros


Presidente do Instituto de Mudanças Climáticas e Regulação de Serviços Ambientais

Sebastião José Araújo Oliveira


Presidente do Instituto de Terras do Acre

João Thaumaturgo Neto


Secretário de Estado de Extensão Agroflorestal e Produção Familiar

José Carlos Reis


Secretário de Estado de Agricultura e Pecuária

Maurilho da Costa Silva


Presidente da Fundação de Tecnologia do Estado do Acre

Vanderlei Thomas
Secretário de Estado de Segurança Pública do Acre

Marcos da Silva Kinpara


Comandante-Geral da Polícia Militar do Acre

Antonio Francisco das Chagas Teles de Almeida


Batalhão de Policiamento Ambiental do Acre

Carlos Batista da Costa


Comandante-Geral do Corpo de Bombeiros e Defesa Civil do Estado do Acre

Maria Lídia Soares de Assis


Procuradora Geral do Estado

José de Lima Kaxinawá


Assessor de Assuntos Indígenas
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO ..................................................................................................................................................... 6

INTRODUÇÃO ......................................................................................................................................................... 8

PARTE I. DINÂMICA DO DESMATAMENTO E QUEIMADAS NO ACRE..............15

1.1 Desmatamento por Unidade de Destinação de Uso da Terra ....................................................18

1.2 Análise de Vulnerabilidade ao Desmatamento...............................................................................20

1.3 Queimadas e Focos de Calor ................................................................................................................22

1.4 Degradação por Incêndios Florestais .................................................................................................24

PARTE II. CONTEXTO POLÍTICO – INSTITUCIONAL ................................................... 27

2.1 Nacional ....................................................................................................................................................... 27

2.2 Estadual .......................................................................................................................................................29

2.2.1 O Zoneamento Ecológico –


Econômico/ZEE e a Política de Valorização do Ativo Ambiental Florestal .......................................29

2.2.2 O Sistema de Incentivos a Serviços Ambientais do Estado do Acre - SISA .......................30

2.2.3 Cadastro Ambiental Rural – CAR e o Programa de Regularização Ambiental - PRA .....31

PARTE III. PLANO DE PREVENÇÃO E CONTROLE DO DESMATAMENTO,


QUEIMADAS E INCÊNDIOS FLORESTAIS – 2a FASE (2017-2020) ................33

3.1 Compromissos do Estado do Acre ......................................................................................................33

3.2 Nível de Referência do Programa de Incentivos a Serviços Ambientais do SISA .................35

3.2.1 Metodologia para definição do Nível de Referência do Programa ISA Carbono ............36

3.2.1.1 Primeiro Período (2006 – 2010) ............................................................................................... 37

3.2.1.2 Segundo Período (2011 – 2015)...............................................................................................38


3.2.1.3 Terceiro Período (2016 – 2020) .................................................................................................39

3.3 Diretrizes Estratégicas para o PPCDQ/AC .........................................................................................39

3.3.1 Objetivos Estratégicos ........................................................................................................................41

3.3.2 Eixos, ações e metas do PPCDQ-AC ..............................................................................................41

PARTE IV. MONITORAMENTO DE IMPACTOS E RESULTADOS DO PPCDQ –


ACRE ....................................................................................................................................................................64

4.1 Metodologia do Monitoramento de Impactos ................................................................................64

4.2 Governança ................................................................................................................................................66

PARTE V. OS PLANOS MUNICIPAIS DE PREVENÇÃO E CONTROLE DO DES-


MATAMENTO, QUEIMADAS E INCÊNDIOS FLORESTAIS - PPCDQm ...............68

5.1 Diagnóstico dos Cenários de Desmatamento, Queimadas e Incêndios Florestais nos Muni-
cípios do Acre ......................................................................................................................................................69

5.2 A Estrutura Lógica dos Planos Municipais de Prevenção e Controle do Desmatamento,


Queimadas e Incêndios Florestais ................................................................................................................73

5.2.1 Eixo temático – Gestão Territorial ..................................................................................................73

5.2.2 Eixo Temático - Atividades Produtivas Sustentáveis


e Valorização de Ativos Florestais .................................................................................................................. 74

5.2.3 Eixo temático - Manejo do Fogo e Combate a Queimadas e Incêndios Florestais ........ 74

5.2.4 Eixo Transversal - Monitoramento, Controle e Fiscalização ...................................................75

5.2.5 Eixo Transversal - Pesquisa e Desenvolvimento Tecnológico ................................................75

5.2.6 Eixo Transversal – Formação de Capacidades ............................................................................75

5.3 Arranjo de Implementação e Governança........................................................................................ 76

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................................ 78


Florestas plantadas. Foto: Secom/AC - Arisom Jardim

APRESENTAÇÃO
Seguindo as orientações do Plano de Pre- Sisa, uma das primeiras iniciativas de Redução
venção e Controle do Desmatamento da Ama- de Emissões por Desmatamento e Degradação
zônia Legal - PPCDAm, o Plano Estadual de (REDD+) jurisdicionais do mundo a receber re-
Prevenção e Controle do Desmatamento e cursos de apoio como os de REDD Early Movers
Queimadas do Acre - PPCDQ/AC também assu- pelo banco alemão KFW. O Programa ISA Car-
me a meta voluntária de reduzir em 80% a taxa bono tem permitido a geração de incentivos
de desmatamento, contribuindo para as siner- financeiros para investimento em programas
gias entre as políticas existentes. O objetivo é de apoio à produção sustentável e manutenção
consolidar a gestão ambiental compartilhada dos estoques florestais. Assim, o Estado vem
já adotada pelo Estado, no sentido de superar fortalecendo o uso sustentável e a redução da
os diferentes fatores e vetores que ainda con- pressão sobre a floresta, através de incentivos
tribuem para fomentar o desmatamento, e as- econômicos para pequenos produtores, extra-
sim fortalecer o desenvolvimento sustentável, tivistas, indígenas e ribeirinhos.
com foco na comunidade e na conservação do
Historicamente os índices de desmatamen-
ativo socioambiental e florestal.
to costumam acompanhar os grandes ciclos da
Nos últimos 20 anos, o Acre inovou na cria- economia, considerando que são econômicas
ção de políticas públicas de valorização dos as motivações para o corte raso das florestas,
ativos ambientais florestais, através de uma como o comércio de madeira, a expansão da
economia de base florestal, promovendo de- agricultura e da pecuária, entre outros fatores.
senvolvimento econômico e conservação am-
Para o alcance das metas de redução do
biental, com equidade social.
desmatamento e emissões, previstas no PP-
Neste período, destaca-se a criação do Sis- CDQ/2017-2020, o Governo do Estado orienta
tema de Incentivo aos Serviços Ambientais - a integração dos programas, projetos e ações,

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através de uma forte articulação entre os órgãos
federais e estaduais, para o combate a crimes
ambientais, com foco no combate à grilagem de
terras, ocupações ilegais, dentre outras ativida-
des vetoras do desmatamento no estado.

O monitoramento, o controle e a fiscaliza-


ção ambiental vêm se consolidando como um
dos principais instrumentos para a repressão ao
desmatamento e as queimadas ilegais, sendo as
suas ações as que mais contribuíram para o su-
cesso da redução das taxas de desmatamento,
nos últimos anos, em especial a partir das ativi-
dades integradas e coordenadas dentro da Força
tarefa estabelecida pelo Governo do Estado sob
a coordenação estratégica e técnica da Casa Civil
Fotos aéreas de queimadas e fumaça. Foto:Sigma/
e da Sema, respectivamente. INPE-Brasil, Acre. Irving Foster Brown.

A eliminação ou a maior redução do desma- desmatamento nos projetos de assentamento


tamento ilegal e uso do fogo demandam ações e as áreas de posse rural estará assegurada no
de longo prazo. Neste sentido, no curto e mé- PPCDQ.
dio prazo, até que ocorra a transição para um
O aprimoramento do sistema de comando
modelo de ocupação mais consciente da im-
e controle do desmatamento e queimadas,
portância da floresta, a prevenção, a fiscaliza-
integrando alternativas econômicas, como as-
ção e a responsabilização pelos crimes e infra-
sistência técnica e crédito, além das políticas
ções ambientais permanecem como essenciais
agrícolas e florestais vinculadas ao PRA está
para o controle do desmatamento na região.
previsto, além do incentivo aos sistemas de
A base de mensuração de alcance das me- produção sustentáveis que contribuem com a
tas de desmatamento ilegal será o Cadastro dinamização dos serviços ambientais, fomen-
Ambiental Rural - CAR e o Programa de Regu- tando a produção de proteína animal, agri-
larização Ambiental - PRA. Assim, a efetivação cultura e produção florestal madeireira e não
do CAR como instrumento de licenciamento madeireira, considerando a experiência deste
ambiental de atividades rurais e de controle e governo em atividades econômicas consorcia-
combate ao desmatamento e queimadas será das, envolvendo empresários e comunidade.
de fundamental importância, considerando as
Desta forma, espera-se que o PPCDQ possa
mais de 49.000 propriedades rurais cadastra-
contribuir para o alcance da redução de 80%
das na base do CAR.
do desmatamento ilegal e das emissões de CO2
A implantação do Programa de Regulariza- no estado até 2020, bem como a implementa-
ção Ambiental - PRA, priorizando o uso econô- ção do Acordo de Paris estabelecido durante a
mico das áreas de passivo ambiental, especial- COP21 e do Novo Código Florestal brasileiro.
mente em Áreas de Preservação Permanente
Carlos Edegard de Deus
- APP e Áreas de Reserva Legal - ARL, com prio-
Secretário de Estado
ridade para as áreas da Bacia do Rio Acre e da
de Meio Ambiente do Acre
Resex Chico Mendes, além das áreas críticas de

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Rio Acre. Foto Secom/AC.

INTRODUÇÃO

A região Amazônica do Brasil, que abriga a


maior floresta tropical do planeta, o Rio
Amazonas e seus grandes afluentes, concentra
estado) foram desmatados, desde 1988, início
da série histórica de dados consistentes e veri-
ficáveis do Projeto de Monitoramento da Ama-
uma alta diversidade biológica, social, cultural zônia por Satélite – PRODES, até 2016.
e econômica. A região também se destaca pelo
Neste cenário, o Brasil, os estados e municí-
seu papel global na moderação das mudanças
pios da Amazônia, com base em compromissos
do clima.
pactuados com a sociedade, organizações não
Na Amazônia, onde a regularização fundiá- governamentais nacionais e internacionais, e
ria e ambiental ainda não está plenamente diversos outros países, têm definido como uma
consolidada, a ocupação territorial materializa das suas políticas prioritárias a necessidade de
seu avanço (ex. expansão de áreas de produ- eliminar o desmatamento ilegal e de reduzir as
ção agropecuária, uso de recursos florestais), taxas de desmatamento legal na Floresta Ama-
produzindo alguns sucessos macroeconômi- zônica. Tudo isto, sem prejuízo ao desenvolvi-
cos, mas também consequentes desequilíbrios mento regional.
ambientais, sociais e econômicos, entre estes,
Com este fim, o Plano de Prevenção e Con-
o desmatamento das florestas.
trole do Desmatamento na Amazônia Legal
A Amazônia já perdeu, aproximadamente, (PPCDAm), um dos principais instrumentos
20% de sua cobertura vegetal original. O esta- da Política Nacional sobre Mudança do Clima
do do Acre, com uma superfície territorial de – PNMC (Lei nº 12.187/2009), nas suas dife-
164.221 Km2 (4% da área amazônica brasilei- rentes fases, estabelece, entre outras coisas,
ra), também apresenta as consequências das metas de redução para o desmatamento na
mudanças no uso e ocupação do solo. Aproxi- Amazônia Legal (80% com relação à média do
madamente, 22 mil Km2 (13% da área total do desmatamento de 1996 a 2005) até 2020. Para

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que isto ocorra, o esforço não pode ser unica-
mente da União, sendo necessário um grande
empenho compartilhado com os Estados, os
Municípios, e os vários atores sociais associa-
dos com o tema.

O Estado do Acre elaborou e implementou


o Plano Estadual de Prevenção e Controle do
Desmatamentos no Acre (PPCD-AC) em 2010,
em parceria com o Governo Federal, objeti-
vando integrar seus planos, programas e ações
estratégicas com os esforços e estratégias das
esferas municipal e federal de governo, visando
o fortalecimento dos instrumentos de preven-
ção e controle do desmatamento e garantir re-
duções expressivas, consistentes e duradouras Florestas Plantadas. Foto: Arison jardim
nas taxas de desmatamento.
Hídricos, a execução de ações estratégicas na
O PPCD-AC, de acordo com as diretrizes do área de influência da BR 364, a consolidação do
Plano Nacional de Prevenção e Controle do Sistema de Áreas Naturais Protegidas do Esta-
Desmatamento na Amazônia Legal, do Progra- do - Seanp e a regularização fundiária estadual.
ma Amazônia Sustentável, e do Plano Nacional
Embora o Acre tenha obtido, após seis anos
sobre Mudança do Clima, estava estruturado
de execução do PPCD-AC, resultados expressi-
em três eixos temáticos: Ordenamento territo-
vos de redução da taxa do desmatamento, em
rial e fundiário, Cadeias produtivas e práticas
relação aos anos anteriores, os desafios persis-
sustentáveis e Monitoramento e controle.
tem inseridos em novos e dinâmicos contextos
A identificação clara dos resultados alcança- políticos, legais e técnicos. Neste sentido, de
dos pelo PPCD-AC torna-se por vezes difícil em modo apenas ilustrativo e não exaustivo, po-
função da (I) necessidade de maior tempo para dem ser elencados alguns programas, planos e
implementar e/ou mensurar a efetividade ou o leis no âmbito federal, que neste novo contex-
grau de sucesso de uma estratégia ou medidas; to, têm interface com os objetivos do PPCD-AC,
e (II) dificuldade em diferenciar os resultados al- apoiando o estado no alcance dos mesmos:
cançados pelas ações do PPCD-AC decorrentes da
a) O Programa de Apoio à Conservação Am-
aplicação de políticas setoriais que contribuem
biental – Bolsa Verde (Lei Federal no 12.512/2011),
para o alcance dos objetivos do Plano Estadual de
de transferência de renda para famílias em situa-
Prevenção e Controle do Desmatamento.
ção de extrema pobreza e que vivem em áreas de
No entanto, já desde a sua de primeira fase, relevância para a conservação ambiental, incenti-
em 2010-2015, o PPCD-AC alcançou importan- vando as comunidades em Reservas Extrativistas
tes resultados. Entre os mais expressivos des- e Áreas de Desenvolvimento Sustentável, Flores-
tacam-se os associados com o eixo temático tas Nacionais, Assentamentos Ambientalmente
“Ordenamento Territorial e Fundiário”, parti- Diferenciados da Reforma Agrária, assim como
cularmente relacionados com a implementa- ribeirinhos, extrativistas, indígenas, quilombolas,
ção do Zoneamento Ecológico-Econômico do para que continuem usando de forma sustentável
Estado - ZEE e do Plano Estadual de Recursos os seus territórios;

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Colheita de castanha no Acre. Foto: SECOM/AC

b) O Plano Setorial de Mitigação e de Adap- e) O Cadastro Ambiental Rural (CAR) de imó-


tação às Mudanças Climáticas para a Consoli- veis do estado do Acre, que já se encontra em
dação de uma Economia de Baixa Emissão de estágio avançado de cadastramento, tendo
Carbono na Agricultura (Portaria Interministe- atingido cerca de 90% da área cadastrável.
rial nº 984/2013), que objetiva garantir o aper-
f) A Política Nacional de Gestão Territorial e
feiçoamento contínuo dos sistemas e práticas
Ambiental de Terras Indígenas (Decreto Federal
de uso e manejo sustentável dos recursos na-
nº 7.747/2012), que objetiva garantir e promo-
turais, que promovem a redução das emissões
ver a proteção, a recuperação, a conservação
dos gases de efeito estufa e aumentam a fixa-
e o uso sustentável dos recursos naturais das
ção de CO2 atmosférico na vegetação e no solo,
terras indígenas, assegurando a integridade do
nos setores da agricultura.
patrimônio indígena, a melhoria da qualidade
c) O “novo” Código Florestal” (Lei Federal nº de vida e as condições plenas de reprodução fí-
12.651/2012), que dispõe sobre a proteção e sica e cultural das atuais e futuras gerações dos
uso da vegetação nativa; e determina as áreas povos indígenas.
autorizadas a receber diferentes tipos de pro-
g) O Programa Áreas Protegidas da Amazônia,
dução rural.
coordenado pelo Ministério do Meio Ambiente,
d) O Termo de Compromisso pelo Desmata- cuja fase II iniciou em 2010 e a fase atual em 2016.
mento Ilegal Zero assinado pelo Ministério do O objetivo principal deste programa é expandir e
Meio Ambiente e pelos Governadores dos es- fortalecer o Sistema Nacional de Unidades de Con-
tados do Acre e Mato Grosso em dezembro de servação (SNUC) na Amazônia, proteger 60 mi-
2015, comprometendo-se a envidar esforços lhões de hectares de florestas, assegurar recursos
com a finalidade de alcançar a meta de desma- financeiros para a gestão destas áreas a curto/
tamento ilegal zero até 2020. longo prazo e promover o desenvolvimento sus-
tentável na região.

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h) O Projeto Paisagens Sustentáveis na Ama-
zônia é um projeto do Governo Federal por meio
do Departamento de Conservação de Ecossiste-
mas (DECO) e do Departamento de Áreas Pro-
tegidas (DAP)/Ministério do Meio Ambiente
(MMA) que está alinhado com os objetivos es-
tratégicos do GEF (Global Environment Facility)
de melhorar a sustentabilidade dos sistemas de
Áreas Protegidas, reduzir as ameaças à biodiver-
sidade, recuperar áreas degradadas, aumentar
o estoque de carbono, desenvolver boas práticas
de manejo florestal e fortalecer políticas e pla-
nos voltados à conservação e recuperação.

Considerando os resultados já obtidos, e os


novos cenários descritos após a primeira etapa Governador Tião Viana em evento do PDC/Acre.
Foto: Secom/AC.
do PPCD-AC, a nova fase do Plano de Preven-
ção e Controle do Desmatamento no Acre tem (PRA) e do Projeto de Recomposição de Áreas
a necessidade de: Degradadas e Alteradas (PRADA) no Acre;

a) Incluir a temática das queimadas e das li- e) Fortalecer a compreensão da necessidade


mitações ao uso do fogo na região, considerando de enfrentar o desmatamento e implementar a
sua função no desenvolvimento das atividades gestão florestal de forma abrangente, intensi-
agropecuárias, particularmente de produtores va, e particularmente integrada entre as diver-
familiares e extrativistas, a origem e ameaças sas secretarias e órgãos do Estado;
dos incêndios florestais não controlados, as con-
f) Aperfeiçoar mecanismos de compartilha-
sequentes perdas de ecossistemas e biodiversi-
mento de dados e de compatibilização entre os
dade, e as liberações de gases e fumaças;
sistemas informatizados no âmbito estadual e em
b) Incorporar as áreas de degradação flo- muitos casos, com instituições do governo fede-
restal nas avaliações da cobertura vegetal e no ral, com vistas a identificação de responsáveis,
planejamento de ações de redução e controle, aumentando a eficiência dos órgãos de controle
visando resguardar a integridade ambiental ambiental e o poder de dissuasão dos agentes pú-
dos remanescentes de floresta, em especial blicos sobre os infratores;
aqueles já protegidos por unidades de conser-
g) Orientar as ações governamentais e não
vação e terras indígenas;
governamentais para as áreas críticas/prioritá-
c) Estabelecer mecanismos para distinguir o rias com vistas à prevenção e controle do desma-
desmatamento ilegal do legalmente executado, tamento, aprimorando a delimitação de áreas
para que se possa eliminar o primeiro e promo- estabelecidas pelo Zoneamento Ecológico-Econô-
ver políticas de redução do segundo, sem pre- mico do Estado do Acre, promovendo a regulari-
juízo do desenvolvimento regional; zação e destinação fundiárias no Estado;

d) Continuar o processo de implementação h) Conduzir as ações governamentais quanto


no âmbito do Cadastro Ambiental Rural, atra- a criação e consolidação de unidades de conser-
vés do Programa de Regularização Ambiental vação com objetivo de expandir e fortalecer o

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Queimada na Amazônia. Foto: Extreme Amazon

Sistema Nacional de Unidades de Conservação o planejamento do governo estadual e do pe-


(SNUC) na Amazônia e o Sistema Estadual de ríodo que antecede o Compromisso Nacional-
Áreas Naturais Protegidas/Acre (Seanp/AC), pro- mente Determinado (NDC), no contexto das
tegendo 1.349.240,55 hectares e promovendo o negociações sobre mudança do clima. A NDC,
desenvolvimento sustentável na região. juridicamente vinculante no plano internacio-
nal, refere-se ao período pós 2020 e inclui o
O Plano de Prevenção e Combate do Desma-
compromisso de eliminar o desmatamento ile-
tamento e Queimadas do Estado do Acre (PPCD-
gal na Amazônia até 2030.
Q-AC) representa as diretrizes que nortearão as
estratégias, metas e ações do Estado no período O PPCDQ-AC representa a continuação,
2017-2020, com o objetivo principal de reduzir o atualização e melhoria das ações já estabeleci-
desmatamento e a degradação da vegetação na- das no PPCD-AC e a tentativa de resolução dos
tiva, bem como controlar as queimadas e incên- desafios ainda não resolvidos, em concordância
dios florestais, promovendo a manutenção dos com as diretrizes do Plano Nacional de Preven-
serviços ecossistêmicos. ção e Controle do Desmatamento na Amazô-
nia Legal (PPCDAm) e do Plano Nacional sobre
Importante mencionar que o PPCDQ-AC
Mudança do Clima (PNMC). O Plano abrange
não se limita ao atendimento de compromis-
estratégias e ações organizadas em três eixos:
sos associados à preservação da floresta, mas
Monitoramento, Comando e Controle Ambien-
também trazem a oportunidade de qualificar o
tal, Gestão e Governança; Incentivo Econômico
projeto de desenvolvimento sustentável do Es-
às Atividades Produtivas Sustentáveis; e Orde-
tado, por meio da promoção de um modelo de
namento Territorial e Fundiário.
progresso social e econômico, que considera a
conservação da biodiversidade, dos recursos O eixo “Monitoramento, Comando e Controle,
hídricos e do patrimônio cultural e natural das Gestão e Governança” associa-se com a fiscaliza-
populações tradicionais. ção realizada de modo estratégico, com operações
em campo baseadas na cooperação entre institui-
Em consonância com o PPCDAm no âmbito
ções e com base em sistemas de inteligência. Trata
federal, o prazo do PPCDQ-AC foi estabelecido
também do monitoramento sistemático do des-
para o período de 2017 - 2020, contendo todo
matamento, de alterações na cobertura florestal e

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na dinâmica de uso da terra, e da área queimada,
e a gestão territorial e ambiental.

O eixo “Incentivo Econômico às Atividades


Produtivas Sustentáveis” observa a valorização do
uso econômico e sustentável da floresta, o incen-
tivo aos modelos produtivos agropecuários sus-
tentáveis, e o estímulo à produção agropecuária
de médio e grande porte mais eficiente.

O eixo “Ordenamento Territorial e Fundiário”


concentra-se na revisão do ZEE do estado do Acre;
na modernização e integração das bases de in-
Plantio de Açaí. Foto: Secom/AC.
formações e dados com vistas a identificação de
áreas sem definição fundiária; e na regularização texto político e institucional nacional e estadual
e destinação fundiária. do Acre, associado a conservação ambiental e
combate ao desmatamento. Posteriormente,
Para a construção da nova fase do PPCDQ-
o PPCDQ-AC expõe o plano de ação e as for-
-AC foram coordenadas atividades de pesquisa
mas de avaliação e mensuração dos resultados
e elaboração técnica, bem como consultas pú-
previstos. Destaca-se, neste contexto, um re-
blicas, através de reuniões com os diversos ór-
sumo do diagnóstico e das formas de solução
gãos de governo estadual, municipal e federal.
dos problemas associados ao desmatamento e
O PPCDQ-AC articula ações de mais de uma queimadas na visão dos municípios. Finalmen-
dezena de secretarias e órgãos estaduais, em te, apresenta-se o arranjo de implementação e
parceria com os governos federal e municipal, governança do PPCDQ-AC.
buscando as sinergias e procurando superar
Em nível nacional, o PPCDQ-AC pretende
as barreiras para a sua implementação efetiva.
contribuir para a implementação da Estratégia
Destaca-se que para a cooperação de atividades,
Nacional para Redução das Emissões de Gases
no âmbito do PPCDQ-AC, é preciso também a in-
de Efeito Estufa provenientes do Desmatamen-
tegração e a transparência na geração e uso das
to e da Degradação Florestal, Conservação dos
informações relativas às atividades associadas às
Estoques de Carbono Florestal, Manejo Susten-
florestas e, desse modo, aumentar a eficiência
tável de Florestas e Aumento de Estoques de
da gestão, monitoramento e fiscalização flores-
Carbono Florestal (REDD+) do Brasil.
tal para avançar no combate ao desmatamento.
Particularmente no Acre, o PPCDQ-AC busca
Dentre as novas e antigas iniciativas a se-
consolidar a gestão ambiental compartilhada
rem reformuladas e fortalecidas, o PPCDQ-AC
para superar os diferentes fatores e vetores que
enfatiza a política de atuação tanto em nível
contribuem para fomentar o desmatamento
municipal, como particularmente de áreas es-
e exploração de madeira ilegal e os incêndios
tratégicas e prioritárias em função da sua vul-
florestais. Desta forma, procura-se promover o
nerabilidade e susceptibilidade identificadas
desenvolvimento sustentável no Estado do Acre,
em estudos do Governo do Acre.
com foco na comunidade, na conservação da
O PPCDQ-AC (2017-2020) apresenta uma biodiversidade e dos recursos hídricos, na valo-
descrição e análise da dinâmica do desmata- rização da diversidade sociocultural e ecológica,
mento e queimadas no estado do Acre, do con- pautado na implementação do ZEE/AC.

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Foto: Sema/AC
PARTE I. DINÂMICA DO DESMATAMENTO
E QUEIMADAS NO ESTADO DO ACRE

Figura 1. Distribuição espacial das principais categorias fundiárias do estado do Acre.


Fonte: Consolidação de bases fundiárias para Assentamentos rurais (INCRA, 2016), Áreas Protegidas (ISA 2016),
Terras Públicas não Destinadas (SFB 2016), Terras Particulares (SICAR, 2016)

O
Estado do Acre é um dos menores estados nomia do estado de modo que ofereça menos
da Amazônia Legal, mas com grande con- ameaça a floresta. (Maia et al., 2014).
tribuição para a história da conservação na
Apesar de todo o investimento no Acre em re-
região e no Brasil. Este estado que cobre 164.122
duzir o desmatamento, a conversão de floresta
km² ainda mantém 87% de sua cobertura vegetal
em outros usos da terra, mesmo que em um rit-
nativa intacta, um verdadeiro patrimônio florestal
mo menor, ainda continua acontecendo. Vários
e de sociobiodiversidade.
são os desafios para enfrentar este problema.
O Acre tem deixado um legado sem prece- Mais de 85% da população rural no estado do
dentes no que diz respeito às práticas relaciona- Acre está ligada a produção familiar, e a pecuá-
das ao desenvolvimento sustentável. Foi do Acre ria é o uso dominante do solo. Estes pequenos
que emergiu o movimento seringueiro que, atra- produtores encontram-se, em sua maioria nos
vés da liderança de Chico Mendes, motivou a projetos de assentamento e nas unidades de
criação das Reservas Extrativistas como principal conservação, principalmente nas de uso susten-
forma de proteção do modo de vida das popula- tável. Estas duas categorias fundiárias ocupam
ções tradicionais que vivem dos recursos flores- cerca de 11% e 31% da área do estado, respec-
tais. O estado também tem sido, nos últimos 20 tivamente. As terras indígenas ocupam 15% do
anos, inovador na criação de políticas públicas território, as propriedades particulares 23% e as
que valorizam os ativos ambientais, da mesma terras públicas não destinadas 2%, completam o
forma que promovem uma melhor qualidade de rol de categorias fundiárias do estado (Figura 1).
vida aos povos da floresta e impulsionam a eco-
1 Maia, H., N.L. Sacarro Junior, J.J. Gomez, et al. (2014). Avaliação das políticas de desenvolvimento sustentável do estado do Acre (1999-2012). Rio Branco,
Acre: Comissão Econômica para América Latina e o Caribe (CEPAL), p. 23

15
Ao longo dos últimos anos, o estado do Acre tradas as maiores taxas de desmatamento do
vem acompanhando a tendência geral de redu- estado. Em 2017 a taxa de desmatamento foi
ção do desmatamento verificada na Amazônia de 257 km2, representando uma redução de
como um todo (Figura 2). Atualmente, o esta- 31% em relação ao ano anterior, com variação
do do Acre apresenta aproximadamente 2,2 de 65% no período 2004-2017 (Inpe, 2017), o
milhões de hectares desmatados, o qual tem que traduz a efetividade das políticas públicas
ocorrido a uma taxa anual de 29,3 mil hectares implementadas ao longo desse período, vincu-
nos últimos três anos e é 60 % menor que a do ladas ao PPCDAm.
período de 2001 a 2005, quando foram regis-

Figura 2. Taxas de desmatamento anual na Amazônia Legal e no Acre de 1988 a 2017 (km2).
Fonte: Prodes/Inpe, 2017.

No entanto, assim como em toda a Amazô- modalidades sendo, portanto, ocupada por pe-
nia, o desmatamento ainda não é uma questão quenos agricultores familiares, cuja atividade
superada. A despeito dos esforços das políticas principal é a pecuária de cria/recria e produção
públicas direcionadas ao controle do desmata- de leite e farinha (Sá et al., 2020). (Figura 3).
mento e da degradação florestal, o Acre, assim
Os rios, que cortam latitudinalmente o esta-
como toda a região amazônica, também está su-
do, também são outro vetor de desmatamento,
jeito à interferência de dinâmicas econômicas e
visto que grande parte da população está loca-
políticas públicas que atuam de forma contrária
lizada nas suas margens (Figura 3). Esta popu-
às tendências de redução.
lação consiste principalmente em ribeirinhos e
O desmatamento está concentrado princi- extrativistas descendentes de migrantes, que
palmente na região de Rio Branco e municípios foram ali estabelecidos na época da exploração
vizinhos e ao longo das principais rodovias do do látex no início do Século 20 (Alegretti, 1990).
estado (BR-364 e BR-317). Esta região possui Estes rios também são as principais vias de lo-
uma porção significativa definida como assen- comoção para populações indígenas, dentre os
tamentos da reforma agrária em suas diversas quais alguns isolados. Ribeirinhos, extrativistas e

16
Foto Arison Jardim/SECOM AC

povos indígenas fazem uso da técnica produtiva desmatamentos principalmente para a produ-
de corte e queima e rotação, gerando pequenos ção de cultivos anuais como mandioca e milho.

Figura 3. Distribuição espacial do desmatamento no Acre e proporção da área de floresta e desmatada até 2016.

17
1.1 Desmatamento por Unidade
de Destinação de Uso da Terra

D entre os municípios do Acre, Rio Branco é o


que mais contribuiu para o desmatamento,
contabilizando 12% da perda de floresta do es-
Brasileia e Acrelândia com 7 % cada (Figura 4).

Quando o desmatamento é analisado con-


siderando sua distribuição por categoria fun-
tado (22.548 km2 até 2016), seguido por Sena
diária, os assentamentos contribuem com 38%
Madureira e Senador Guiomard, ambos contri-
do corte de florestas no Acre, nos últimos três
buindo com 8%. Apesar de sua maior contribui-
anos (2014 a 2016). As terras particulares, ma-
ção para o desmatamento estadual, Rio Branco
peadas pelo estado no período da elaboração
perdeu 30% de suas florestas. Outros municí-
do Zoneamento Ecológico - Econômico (2007),
pios tiveram uma redução de mais da metade
cadastradas no CAR e registradas na base de
de sua cobertura florestal original, como Pláci-
dados do INCRA e do Programa Terra Legal3 , re-
do de Castro, Senador Guiomard e Acrelândia,
presentam a segunda categoria fundiária com
com percentuais de 60 e 70% de área de flores-
maior contribuição ao desmatamento - 33%.
ta original desmatada (INPE, 2018)2 .
As áreas sem informação cadastral, públicas
No período de 2014 - 2016, os municípios ou privadas, têm acumulado cerca de 15% do
que encabeçam a lista do desmatamento do es- total, seguidas pelas Unidades de Conservação
tado são Sena Madureira (17 %), Rio Branco (14 (11%), terras públicas não destinadas (2,5%) e
%), Xapuri (8 %), Feijó (8 %) e Manoel Urbano, Terras Indígenas (0,5%) (Figura 5).

Figura 4. Contribuição dos municípios para o desmatamento recente (2014 a 2016) no Acre.
Fonte: Inpe, 2017.

2 Inpe 2018. Programa de Monitoramento da Floresta Amazõnica Brasileira por satélite - Prodes. Instituto de Pesquisas Espaciais.

3 Programa Terra Legal: Programa de regularização fundiária, coordenado pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário, que juntamente aos estados e municípios,
objetiva, com a segurança jurídica, impulsionar a criação e o desenvolvimento de modelos de produção sustentável na Amazônia Legal.

18
Figura 5. Área desmatada até 2016 por categoria fundiária no estado do Acre. Fonte: Consolidação de bases fundiá-
rias para Assentamentos rurais (INCRA, 2016), Áreas Protegidas (ISA, 2016), Terras Públicas não Destinadas (SFB,
2016), Terras Particulares (SICAR, 2016), PRODES (2014-2016).

Com exceção das terras públicas não desti- No caso específico dos assentamentos, 12
nadas, onde o desmatamento tem se mantido dos 131 projetos analisados concentram 51%
constante nos últimos 16 anos, todas as outras do desmatamento total no período, dentro des-
categorias fundiárias têm sofrido reduções de ta categoria fundiária, localizando-se ao longo
desmatamento consideráveis. das BR-364 e BR-317 nos municípios de Sena
Madureira e Senador Guiomard (Figura 6).

Figura 6. Localização dos 12 assentamentos que mais desmataram entre 2014 e 2016.
Fonte: Inpe, 2017.

19
Nas áreas protegidas, o desmatamento tem últimos três anos, liderou o ranking das unida-
se concentrado principalmente nas unidades des de conservação que mais desmataram no
de conservação federais, com o destaque para estado do Acre (Figura 7).
a Reserva Extrativista Chico Mendes que, nos

Figura 7. Distribuição espacial das áreas protegidas que mais desmataram entre 2014 e 2016 no estado do Acre.
Fonte: Inpe, 2017.

1.2 Análise de Vulnerabilidade ao Desmatamento

E stratégias de definição de áreas críticas,


onde existe uma maior probabilidade do
desmatamento ocorrer, são fundamentais para
Os resultados indicam que as áreas mais
vulneráveis ao desmatamento estão próximas
as cidades de Acrelândia, Rio Branco, Senador
auxiliar o governo no planejamento e prioriza- Guiomard, Sena Madureira, Feijó, Tarauacá,
ção de suas ações. Neste sentido, um estudo foi Cruzeiro do Sul e Brasileia (Figura 8).
realizado com objetivo de analisar e apontar as
áreas críticas que estão sofrendo e que podem Segundo IPAM (2017), as áreas mais críticas
vir a sofrer maior desmatamento no estado, ao desmatamento nos próximos anos incluem,
através de uma análise multicritério a fim de além das regiões nordeste e sudeste do estado,
estabelecer relações existentes entre os princi- os arredores das cidades de Cruzeiro do Sul, Ta-
pais vetores do desmatamento (infraestrutura, rauacá, Feijó e Sena Madureira. Os municípios
hidrovias, centros urbanos e uso do solo e cate- que se destacam com porção da área nas faixas
gorias fundiárias) e o resultado das análises da de muito alta e alta criticidade são Rio Branco,
dinâmica de uso da terra (IPAM, 2017). Brasileia, Sena Madureira, Plácido de Castro,

20
Figura 8. Mapa de vulnerabilidade ao desmatamento no estado do Acre. Fonte: Ipam, 2017.

Figura 9. Mapa de áreas críticas ao desmatamento no estado do Acre. Fonte: Inpe, 2017.

Acrelândia, Tarauacá e Feijó. Dentre as catego- terras públicas não destinadas ou sem informa-
rias fundiárias, os assentamentos e áreas pri- ção aparecem de forma mais significativa nas
vadas predominam nas faixas de muito alta a faixas de média e baixa criticidade, demons-
alta criticidades e as áreas sem informação ca- trando estarem menos suscetíveis ao desmata-
dastral nas faixas de alta e média criticidade. As mento para os próximos anos (Figura 9).
Terras Indígenas, Unidades de Conservação e Essas informações são fundamentais para

21
apoiar o PPCDQ de forma a apontar priorida- produtivas sustentáveis e a regularização am-
des de ação territorial no que diz respeito ao biental, especialmente nos assentamentos e
comando e controle, ao fomento as atividades propriedades privadas.

1.3 Queimadas e Focos de Calor

O uso do fogo é uma prática tradicionalmente


utilizada na Amazônia para limpeza e pre-
paro da terra para atividades agrícolas. Todos
Amazônia. Um levantamento da Ucegeo (Uni-
dade Central de Georreferenciamento e Senso-
riamento Remoto do Acre) sobre os polígonos
os anos são identificados inúmeros focos de ca- de queimadas em 2015 e 2016 apontou um au-
lor, que demonstram a presença do fogo na di- mento preocupante no número de polígonos
nâmica do uso da terra no estado. São detecta- nas classes de tamanho 60,1 a 200 hectares e,
dos em média 3.600 focos de calor anualmente principalmente, na classe de polígonos maiores
no Acre. Entretanto, há um aumento em 2 a 3 que 200 ha. Esse aumento se deve à seca so-
vezes no número de focos em anos de secas ex- frida pelo estado nestes anos, que associado a
tremas, como em 2005, 2010 e 20164 . baixa capacidade de controle do fogo por pro-
dutores, causa o descontrole das queimadas,
O impacto dos eventos extremos de seca no
atingindo extensas áreas (Figura 10).
manejo do fogo é notório no contexto atual de
uso da terra no Acre, assim como em toda a Para os pesquisadores do Centro Nacional

Figura 10. Número de polígonos por classe de tamanho e extensão (ha) das áreas
afetadas pelo fogo nos anos de 2015 e 2016. Fonte: Ucegeo, 2017.

de Monitoramento e Alertas Naturais – Cema- dos anos e progressivamente aumentando a


den, a análise de tendência do risco do fogo in- queima, ela terá maior probabilidade de quei-
dica que se a região vem queimando ao longo mar no futuro (Figura 11).

4 Análise dos focos de calor com base no satélite de referência Agua-M-T entre 2002 a 2016. Disponível em: prodwww-queimadas.dgi.inpe.br/bdqueimadas.

22
Desmatamento. Foto: Welington Pedro de Oliveira

Figura 11. Análise da probabilidade de degradação florestal pelo fogo no Acre, utilizando como período de referên-
cia os anos de 2003 a 2015. Fonte: Anderson, 2017 5

5 Anderson, L. Risco de queimadas no Estado do Acre para o ano de 2016. Relatório Técnico. Cemaden, 2017.

23
1.4 Degradação por Incêndios Florestais

A ocorrência dos incêndios florestais tem


sido um elemento persistente nos últimos
anos, particularmente em anos de secas seve-
pactadas pelo fogo, ao menos uma vez entre
1984 e 2016, foi de 524.800 ha, sendo que des-
tes, 65.400 ha. queimaram mais de uma vez,
ras. As implicações dos incêndios florestais para consequentemente, a floresta impactada pelo
contribuição nas emissões de gases de efeito fogo no Acre é de 453.300 ha . (Figura 12).
estufa são enormes, por afetar diretamente a A reincidência dos incêndios florestais po-
biomassa e dinâmica da floresta. Estudos rea- tencializa a degradação da floresta, principal-
lizados no Estado do Acre mostram que, mes- mente quando há outras formas de pressão
mo em áreas que queimaram 4 e 9 anos atrás, antrópica coexistindo, como a fragmentação da
não houve recuperação da biomassa florestal, cobertura vegetal e exploração madeireira, que
tendo 20 a 40% menos carbono que a floresta causam drástico empobrecimento de biodiver-
intacta (Sato et al. 2016; Longo et al., 2016). sidade e estoque de carbono.

No Acre, a soma das áreas de florestas im- Na região do vale do Rio Acre a reincidência

a)

b)

Figura 12. Série histórica dos incêndios florestais para o Estado do Acre para período 1984-2016. (a) Espacialização
dos incêndios e (b) distribuição anual da área da ocorrência dos incêndios florestais (2005, 2010 e 2016, anos de
secas extremas). Fonte: Silva (2017).

24
Foto: SEMA/AC
do fogo foi maior que em outras partes do es- Senador Guiomard, Plácido de Castro, Capi-
tado, com florestas queimadas até três vezes xaba, Bujari e Acrelândia.
(condição recorrente em todo o arco do des-
matamento). Esta região representa 88% de Quando avaliada a ocorrência dos incêndios
toda área de floresta afetada pelo fogo no esta- florestais por categoria fundiária, os projetos
do do Acre, apresentando impacto semelhante de assentamento apresentam a maior pro-
ao desmatamento. Os municípios de Plácido de porção de incêndios florestais (48% - 237.506
Castro, Senador Guiomard e Acrelândia foram ha.), seguido pelas propriedades privadas (24%
também os mais afetados pelos incêndios flo- - 119.572 ha.), unidades de conservação (14%
restais. As áreas de reincidência dos incêndios - 68.699 ha.), terras da União (12% - 60.240 ha)
florestais foram maiores nos municípios de e terras indígenas (1% - 5.059 ha.) (Figura 13).

Figura 13. Contribuição das categorias fundiárias na ocorrência dos incêndios florestais no Estado do Acre entre
1984 a 2015: a) contribuição percentual do total das áreas afetadas por incêndios florestais por categoria fundiária
e b) a contribuição do somatório percentual anual dos incêndios florestais em função do remanescente florestal de
cada categoria fundiária. PP (Propriedades Privadas); PA (Projeto de Assentamento); UC (Unidade de Conservação);
TI (Terra Indígena), TU (Terras da União). Fonte: Silva (2017).

25
26
Praça da Revolução - Rio Branco/AC. Foto: Secom/AC.
PARTE II. CONTEXTO POLÍTICO – INSTITUCIONAL
Na parte II são apresentados os contextos político e institucional no âmbito
nacional e estadual associados à temática do desmatamento e queimadas
das florestas amazônicas, especialmente do Estado do Acre.

Palácio Rio Branco. Foto: Davi Sopchaki

2.1 Nacional

O princípio das discussões políticas sobre mu-


danças climáticas iniciou com a Convenção-
-Quadro do Clima (UNFCCC), em 1992, reunin-
climáticas de 50 a 80% dos valores atuais e li-
mitar o aquecimento a valores inferiores a 2°C.

do países com o objetivo comum de estabilizar A Política Nacional de Mudança do Clima


as concentrações de Gases de Efeito Estufa (PNMC), Lei Federal no 12.187/2009, oficializou
(GEE) na atmosfera, a fim de evitar consequên- o compromisso voluntário do Brasil para com
cias desastrosas ao clima, com vistas à adapta- a UNFCCC, em busca de garantir o desenvolvi-
ção natural dos ecossistemas à mudança do cli- mento sustentável em consonância com o cres-
ma, assegurando que a produção de alimentos cimento econômico, a erradicação da pobreza e
não seja ameaçada, garantindo ao desenvolvi- a redução das desigualdades sociais. O Decreto
mento econômico continuar de maneira sus- Federal no 7.390/10 que a regulamenta, estima a
tentável (UNFCCC, 1992). De acordo com o Pro- linha de base de emissões de GEE para 2020 em
grama de Desenvolvimento das Nações Unidas 3.236 milhões tonCO2eq. Para alcançar o com-
há necessidade de que os níveis de governança promisso nacional, devem ser implementadas
subnacionais ou locais implementem ações de ações que almejem reduzir entre 36,1% a 38,9%
mitigação e adaptação para combater as emis- do total das emissões estimadas.
sões de substâncias que alteram as condições

27
O Plano de Prevenção e Controle do Desma- de GEE em 37% até 2025 e 43% até 2030 em
tamento da Amazônia Legal6 (PPCDAm) é ins- comparação com os níveis de desmatamento
trumento da PNMC, foi criado em 2004, e tem registrados em 2005. Ainda dentre os esforços
como objetivo principal reduzir o desmatamen- assumidos pelo Brasil e posteriormente ratifi-
to e a degradação da vegetação nativa, buscan- cados, o compromisso do Código Florestal é de
do transição para um modelo de desenvolvi- restaurar e reflorestar 12 milhões de hectares
mento econômico com base sustentável. A meta de florestas, ampliar a escala dos sistemas de
estabelecida para a redução do desmatamento manejo sustentável de florestas nativas, restau-
na Amazônia Legal até 2020 é de 80%, relativo rar 15 milhões de hectares de pastagens degra-
à média da taxa de desmatamento no período dadas, e aumentar em 5 milhões de hectares
de 1996-2005 (MMA, PPCDAm 2016-2020 ). Em a área produtiva sob o sistema de integração
sua 4ª fase, o PPCDAm 2016-2020 alcançou im- lavoura-pecuária-florestas até 2030.
portantes resultados, contudo alguns desafios
persistem e se faz importante a interlocução en- A busca pela redução do desmatamento,
tre governo federal e estados para orientar os através dos planos federal e estaduais de pre-
esforços de implementação das ações, especial- venção e controle ao desmatamento, permite
mente nas áreas críticas de desmatamento. que o país possa receber pagamento por resul-
tados de redução das emissões de GEE oriundos
Ainda em convergência com o PNMC, o Có-
do desmatamento e da degradação florestal, via
digo Florestal (Lei Federal no 12.651/12), busca
um conjunto de incentivos econômicos do REDD
incentivar a conservação ambiental, a recupe-
(Redução de emissões decorrentes do desmata-
ração das áreas degradadas e o desenvolvimen-
mento e da degradação de florestas), assim como
to de instrumentos econômicos e de incentivo
pela conservação, manejo sustentável e aumen-
ao desenvolvimento sustentável. O Cadastro
to de estoques de carbono florestal, representa-
Ambiental Rural (CAR) é uma importante fer-
do pelo sinal de + adicionado à sigla REDD.
ramenta que, através da declaração das infor-
mações ambientais das propriedades e posses
No Brasil, a ENREDD+ (Estratégia Nacional
rurais, permite o reconhecimento do território
para REDD +) é o documento que formaliza, pe-
rural brasileiro e pode contribuir para o plane-
rante a sociedade brasileira e os países signatá-
jamento de políticas agroambientais com vistas
rios da Convenção-Quadro das Nações Unidas
ao fomento do melhor uso das áreas abertas. O
sobre Mudança do Clima (UNFCCC), como o go-
Decreto Federal no 7.830/2012 criou o Sistema
verno federal tem estruturado seus esforços e
de Cadastro Ambiental Rural (SICAR) e o De-
como pretende aprimorá-los até 2020. O objeti-
creto Federal no 8.325/14 estabeleceu normas
vo geral estabelecido pela ENREDD+ é contribuir
gerais para os Programas de Regularização Am-
para a mitigação da mudança do clima por meio
biental (PRA).
da eliminação do desmatamento ilegal, da con-
Na Conferência das Partes7 em 2015, atra- servação e da recuperação dos ecossistemas flo-
vés do Acordo de Paris, o Brasil assumiu o com- restais e do desenvolvimento de uma economia
promisso de zerar o desmatamento ilegal na florestal sustentável de baixo carbono, gerando
Amazônia até o ano 2030 e reduzir as emissões benefícios econômicos, sociais e ambientais.

6 PPCDAm. Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento da Amazônia Legal. Fase I. Brasília, DF: Casa Civil da Presidência da República, 2004.

7 Conferência das Partes (COP) é o órgão decisório da Convenção-Quadro do Clima (UNFCCC). Constituída por todos os Estados Partes, reúne-se a cada
ano em uma sessão global com vistas a decidir metas e formas de implementação de combate ás mudanças climáticas.

28
2.2 Estadual
2.2.1 O Zoneamento Ecológico – Econômico/ZEE
e a Política de Valorização do Ativo Ambiental Florestal

Foto: Secom -AC.

O Governo do Acre vem implementando ao


longo dos anos um modelo de desenvolvi-
mento sustentável local e regional, que se ba-
território, considerando as potencialidades e
limitações do meio físico, biótico e socioeco-
nômico, tendo como eixo norteador os princí-
seia no dinamismo de uma economia de base pios do Desenvolvimento Sustentável. O ZEE do
florestal, geradora de emprego e renda e na Acre Fase II – Escala 1:250.000, instituído pela
valorização dos ativos ambientais, florestais, Lei Estadual nº 1.904 de 5 de junho de 2007,
socioculturais e da biodiversidade. define as potencialidades e vulnerabilidades do
território, estabelecendo as zonas e diretrizes
De modo geral, as políticas que contribuem
para a gestão do seu território:
para o controle do desmatamento e para a redu-
ção das queimadas e/ou incêndios florestais no ● Zona 1 – Consolidação de Sistemas de
estado, sob a coordenação da Secretaria de Es- Produção Sustentável;
tado de Meio Ambiente (Sema), estão ligadas ao
● Zona 2 – Uso Sustentável dos Recursos
Zoneamento Ecológico Econômico (ZEE ) e à Polí-
Naturais e Proteção Ambiental;
tica de Valorização do Ativo Ambiental Florestal.
● Zona 3 – Áreas Prioritárias para Orde-
O ZEE tem como atribuição fornecer sub-
namento Territorial; e,
sídios para orientar as políticas públicas rela-
cionadas ao planejamento, uso e ocupação do ● Zona 4 – Cidades do Acre.8

8 ACRE. Governo do Estado do Acre. Programa Estadual de Zoneamento Ecológico Econômico do Acre. Documento Final. Rio Branco. 2000.

29
A Política de Valorização do Ativo Ambien- GEE, com a promoção de arranjos dos novos
tal Florestal (Lei Estadual no 2.204/2008) foi negócios em áreas abertas, voltados para os
estabelecida a partir do ZEE, com o objetivo aspectos sociais e ambientais de forma inova-
central de garantir o uso sustentável e a gestão dora, como estratégias que contribuem para a
adequada do território, com inclusão social e melhoria das condições de vida da população,
econômica. Esta política tem contribuído para para a inclusão social e a redução da pressão
a mitigação e adaptação às mudanças climá- sobre a floresta remanescente.
ticas, e consequente redução da emissão de

Foto: Secom/AC

2.2.2 O Sistema de Incentivos a Serviços


Ambientais do Estado do Acre - SISA

O Sistema de Incentivos a Serviços Ambien-


tais do Estado do Acre - Sisa (Lei Estadual no
2.308/2010) tem o objetivo de fomentar a ma-
tição de benefícios conhecida como “estoque-
fluxo” 9 (Moutinho et al., 2011) , através da qual
os benefícios são distribuídos não somente
nutenção e a ampliação da oferta de serviços àqueles entes (privados ou públicos) que com-
e produtos ecossistêmicos voltados para a pro- provem redução de emissões, mas também
teção e integridade dos recursos naturais e do àqueles que promovem a conservação de flo-
sistema climático em benefício das presentes e restas em pé. Hoje, através do Programa REDD+
futuras gerações. Ele estabelece mecanismos do Sisa, os recursos financeiros obtidos de des-
financeiros para implementação de programas, matamentos evitados e sequestro de carbono
projetos e ações que incluem desde os tradi- são repartidos para os produtores rurais, popu-
cionais mecanismos financeiros de compensa- lações tradicionais e indígenas, através das po-
ção por contribuição de sequestro de carbono líticas públicas existentes que contribuem com
e redução do aquecimento global, até outros a redução de desmatamento e degradação nos
mecanismos inovadores de mercado. setores econômicos específicos das cadeias pro-
dutivas (agricultura, floresta, pecuária, etc.), ou
O programa adotou a abordagem de repar-
9 REDD no Brasil: um enfoque amazônico: fundamentos, critérios e estruturas institucionais para um regime nacional de Redução de Emissões por Desmata-
mento e Degradação Florestal – REDD. – 3ª Edição – Brasília, DF : Centro de Gestão e Estudos Estratégicos, 2011.

30
nas áreas territoriais como unidades de conser- A implementação do Sisa e seu primeiro
vação ou terras indígenas. Programa ISA Carbono deu-se através da remu-
neração de resultados de redução de emissões
Considerando a primeira edição do Plano
por desmatamento no âmbito da Iniciativa Glo-
Estadual de Prevenção e Controle do Desma-
bal REDD+ Early Movers (REM) do Banco de De-
tamento de Acre (PPCD / AC) e o Sistema de
senvolvimento KfW da Alemanha, no período
Incentivos a Serviços Ambientais - Sisa foram
de 2012 a 2017.
criados em 2010, ambos com ampla participa-
ção social e com o objetivo comum de conciliar Os resultados do Programa ISA Carbono es-
desenvolvimento com a conservação da flores- tão sendo atingidos também devido ao sucesso
ta e dos recursos naturais em geral. É importan- na implementação das ações do PPCD. Os re-
te destacar a integração e complementaridade cursos da remuneração estão sendo investidos
dos dois instrumentos. para fortalecer ainda mais estas ações, gerando
assim um círculo virtuoso que contribui para a
O PPCDQ (2017-2020) prevê a continuidade consolidação do modelo de desenvolvimento
de ações de fomento das cadeias produtivas sustentável do Estado do Acre. Apesar dos re-
sustentáveis, de ordenamento fundiário e terri- cursos limitados do Programa REM é possível
torial e de controle do desmatamento, visando constatar que tem um efeito catalisador, geran-
continuar reduzindo o desmatamento de ma- do sinergias com outros programas e recursos
neira significativa e duradoura. de outras fontes de financiamento.  

Foto: Secom/AC

2.2.3 Cadastro Ambiental Rural – CAR


e o Programa de Regularização Ambiental - PRA

A regularização ambiental dos imóveis rurais,


definida pelo Código Florestal, tem como
principal ferramenta o Cadastro Ambiental Ru-
remanescentes florestais e o controle efetivo dos
desmatamentos ilegais. Esta regularização cria
também o Programa de Regularização Ambiental
ral (CAR), que utiliza geotecnologias e imagens (PRA) de forma a garantir a recuperação dos pas-
de satélites para a identificação de proprieda- sivos ambientais existentes em Áreas de Preserva-
des e posses rurais, com vistas a proteção dos ção Permanente (APP) e de Reserva Legal (RL).

31
O Governo do Acre entende que esta é uma pequenas propriedades; e em números totais
oportunidade para complementar suas polí- 94% dos passivos ambientais estão em peque-
ticas de meio ambiente relacionadas com o nas propriedades/posses. Este estudo também
ZEE e com o SISA. A implementação do Código indica alta incidência de passivos de reserva le-
Florestal é prioridade, com estratégia definida gal decorrente de desmatamentos irregulares
desde o início das inscrições no CAR, especial- posteriores a 22 de julho de 2008, data de cor-
mente para a agricultura familiar. te para consolidação de áreas perante a lei flo-
restal. Os dados demonstram necessidade de
De acordo com os dados do Sistema Nacio-
retificação de sobreposições e validação, passo
nal de Cadastro Ambiental Rural (Sicar10 - no-
anterior ao PRA, especialmente nas áreas críti-
vembro/2017), o Acre possui aproximadamente
cas de desmatamento.
49,2 mil imóveis rurais inscritos no CAR e 10,9
milhões de hectares de áreas cadastradas (66%
A implementação do PRA trará a efetivação
do território acreano e 90% da área cadastrável).
da recuperação das áreas desmatadas ilegal-
Análise nos dados do CAR11 demonstra que, mente, apresentando-se como oportunidade
dentre as propriedades e posses rurais, 59% para a restauração dos passivos ambientais, al-
da área com passivo em Reserva Legal ocorrem ternativas técnicas baseadas em sistemas agro-
em médias e grandes propriedades e 41% em florestais com potencial econômico e o desen-
volvimento da cadeia produtiva florestal.

Resex Chico Mendes. Foto: Pedro Devani

10 Disponível em: http://www.florestal.gov.br/documentos/car/boletim-do-car/3231-boletim-informativo-dezembro-de-2017/file

11 Relatório técnico “Análise do passivo de Reserva Legal (RL) e Áreas de Preservação Permanente (APP) em propriedades do Cadastro de Imóveis Rurais
– CAR do estado do Acre” (IPAM, 2016).

32
PARTE III. PLANO DE PREVENÇÃO E CONTROLE
DO DESMATAMENTO, QUEIMADAS E INCÊNDIOS
FLORESTAIS – 2a FASE (2017-2020)

Parque da Maternidade - Rio Branco/AC. Foto: Davi Sopchaki

3.1 Compromissos do Estado do Acre

A
lém da meta estabelecida para Amazô- tar PRA (Programa de Regularização Ambiental),
nia Legal, de redução de 80% do des- discutir sobre regulamentação da CRA (Cota de
matamento até 2020 (relativo à média Reserva Ambiental), e conversão de multas);
da taxa de desmatamento no período de 1996-
● Revisar e monitorar os PPCDQ, garan-
2005), o Governo do Acre se comprometeu,
tindo alinhamento entre a iniciativa federal e
durante a COP 21, a ampliar os esforços para
as estaduais, com desenvolvimento de metas e
conter o aquecimento global. Os compromis-
indicadores comuns;
sos compreendem metas e ações para serem
alcançadas até 2020 e 2030. ● Formular estratégias coordenadas de
combate ao desmatamento ilegal, inclusive com
Junto com Ministério do Meio Ambiente
compartilhamento de serviços de inteligência e
(MMA) e Governo do Mato Grosso, o Acre as-
com operações conjuntas de fiscalização;
sinou uma declaração comprometendo-se a
alcançar a meta de Desmatamento Ilegal Zero ● Integrar bases de dados e processos de
até 2020, através de medidas a serem desen- licenciamento e autorização federal e estadual
volvidas entre as partes para: para supressão de vegetação;

● Acelerar a implementação do Código ● Criar, modernizar, e integrar os sistemas


Florestal, especialmente a regularização am- de rastreamento da madeira explorada, a fim
biental (intensificar adesão ao CAR, implemen- de assegurar a legalidade da cadeia produtiva;

33
● Desenvolver políticas de desenvolvimento soluções integradas para as desigualdades so-
florestal – restauração, recomposição, refloresta- ciais e ambientais associadas ao avanço das
mento, revegetação e recuperação das Áreas de frentes agropecuárias sobre a floresta.
Proteção Permanente e de Reserva Legal;
No Memorando de Entendimento, denomi-
● Desenvolver políticas coordenadas para nado Under2 MOU, o Estado do Acre propôs
a criação de Unidades de Conservação e conso- ainda ações que visam a redução das emissões
lidação das unidades existentes, assim como a de GEE para 2030, baseado em estratégias e
pactuação de metas e áreas prioritárias para a ações necessárias ao cumprimento das metas
conservação da biodiversidade; acordadas, as quais incluem a conservação flo-
restal, a redução de emissões de desmatamen-
● Elaborar, de forma conjunta com os mu-
to, a agricultura e pecuária diversificada em ba-
nicípios, as estratégias estaduais de adaptação
ses sustentáveis e o monitoramento ambiental.
às mudanças do clima em sintonia com PNMC;
Esta última meta, dentre outras ações, trata da
● Assegurar que a revisão dos Planos Es- implementação e do monitoramento do PPCDQ
taduais de Recursos Hídricos conte com apoio e estadual e dos 22 planos municipais de preven-
assistência do MMA e ANA; ção e controle do desmatamento.

● Apoiar a atualização do ZEE de forma a


assegurar o uso eficiente dos recursos naturais,
permitindo a geração de informações e o orde-
namento territorial;

● Buscar a estruturação de parcerias com


o setor privado, terceiro setor e com represen-
tações das comunidades locais e dos movimen-
tos sociais de modo a alavancar as sinergias
capazes de impulsionar a implementação das
políticas ambientais na região;

● Promover convergência e complemen-


taridade entre as políticas de mudança do clima
e florestal nos níveis federal, estadual e munici-
pal, entre elas a construção de uma estratégia
nacional de serviços ambientais e REDD, vi-
sando a promoção da conservação florestal e
consolidação de uma economia sustentável de
baixo carbono na Amazônia Legal;

● Apoiar e ampliar as ações de Ciência,


Tecnologia & Inovação de forma a diminuir o
distanciamento entre as agendas de pesquisa
e os resultados convertidos em redução de des-
matamento e práticas sustentáveis buscando
Foto: ICMBio

34
3.2 Nível de Referência do Programa
de Incentivos a Serviços Ambientais do SISA

O nível de referência de emissões florestais


(Forest Reference Emission Level - FREL) é
requisito para o reconhecimento, por parte da
ocasião, o Estado do Acre desenhou seu ce-
nário baseado na lógica do Plano Nacional de
Mudança do Clima, que definia o cenário de re-
UNFCCC12 , para o pagamento por resultados ferência com revisões periódicas, a cada cinco
de REDD+. Em 2014 o Brasil submeteu o FREL13, anos, para quantificar e definir suas metas de
com foco na redução de emissões provenien- redução, conforme mostra a Figura 14 a seguir.
tes do desmatamento no bioma amazônico,
Assim, o Programa ISA Carbono, do SISA, tem
utilizando como base as estimativas do des-
estabelecido o nível de referência para men-
matamento bruto na Amazônia Legal, geradas
surar as reduções de emissões, tanto para fins
pelo Projeto de Monitoramento da Floresta
de validação e verificação do Programa Jurisdi-
Amazônica Brasileira por Satélite - Prodes.
cional de Incentivos a Serviços Ambientais do
Dada a ausência de regulamentação fede- Carbono, quanto para o Programa REDD Early
ral que estabelecesse formalmente os critérios Movers - REM/KfW14 , que adota o padrão Acre
para a definição dos níveis de referência, na Carbon Standard (ACS), no contexto do PPCD-A-
cre e suas metas relacionadas (Figura 14).

Figura 14. Cenário de referência no contexto do PPCD-Acre para o estabelecimento de metas. Fonte: Acre, 2010. 14

Como o FREL submetido pelo Brasil apresenta levado em consideração para o cálculo no âm-
algumas diferenças conceituais e metodológicas bito do Programa ISA Carbono, foi necessário
em relação ao nível de referência estabelecido realinhar o nível de referência estadual com o
no documento orientador do Fundo Amazônia, nível de referência federal. No mesmo sentido,

12 Convenção Quadro das Nações Unidas Sobre Alterações Climáticas (United Nations Framework Convention on Climate Change - UNFCCC).
13 Acre 2016. Nota Técnica: Nível de Referência Estadual (ACS/VCS) vs Submissão do Nível de Referência Nacional à UNFCCC – Versão para discussão na
Reunião do Comitê Científico de 11/07/2016.
14 O Programa Global REDD Early Movers (REM) teve início em 2011, por intermédio do Banco Alemão de Desenvolvimento KFW, com recursos do Fundo de
Energia e Clima do Governo Federal da Alemanha.

35
no decorrer do desenho do programa, o nível de creto 7.390/2010, que a regulamenta.
referência estadual foi evoluindo para se ajus- Assim estas mudanças metodológicas foram
tar às normativas estaduais e federais vigentes, consideradas para apresentar a nova metodo-
como o Plano Estadual de Prevenção e Controle logia de definição do nível de referência e o cál-
do Desmatamento - PPCD-Acre, a Política Nacio- culo das emissões reduzidas no Programa ISA
nal sobre Mudanças Climáticas (PNMC) e o De- Carbono do Sisa.

Resex Chico Mendes. Foto: Pedro Devani

3.2.1 Metodologia para definição


do Nível de Referência do Programa ISA Carbono

O Programa ISA Carbono está dividido em três


períodos de implementação e os Níveis de
Referência foram estabelecidos considerando
ton.CO2/ha.), com base no mapa de vegetação
do Estado para o ZEE e estudos de Salimon et al.
(2011)15 . O Comitê Científico do Sisa recomendou
as regulamentações federais vigentes, sendo a adoção do princípio do conservadorismo, visto
o primeiro antes da promulgação da lei de sua que a média estadual de 123 tC/ha é inferior aos
criação 2308/2010 (2006 – 2010), enquanto o dados nacionais vigentes, durante o desenho do
segundo e terceiro períodos, após a promulga- programa para os dois primeiros períodos.
ção da referida Lei (2011– 2015 e 2016 - 2020).
Para o terceiro período foi considerado o
Para fins de quantificação das reduções de estabelecido no FREL, onde a emissão de CO2
emissões do primeiro e segundo períodos do anual do desflorestamento bruto para qualquer
Programa ISA Carbono assumiu-se o estoque ano é calculada usando a estimativa do carbono
médio de carbono florestal referente ao car- estocado na biomassa acima e abaixo do solo,
bono da Biomassa Viva Acima do Solo (BVAS), incluindo a serrapilheira. Os dados de tipologia
para o estado, 123,5 ± 45,5 tC/ha (451,4 ± 167 florestal e densidade de carbono com base no
15 Salimon et al. (2011) Estimating state-wide biomass carbon stocks for a REDD plan in Acre, Brazil. Forest Ecology and Management 262 (2011) 555–560

36
Radambrasil são associados a cada pixel de des- desmatamento (1996 – 2005), que correspon-
matamento. O Acre está coberto pelos volumes de a 602 km2/ano. Baseado nesse valor, foi as-
12 e 13 do Radambrasil com tipologias florestais sumida a meta de redução de 80% do desma-
com densidades que variam de 121,02 a 183 tC/ tamento para 2020, com a projeção linear da
ha. Adotando a média simples das densidades redução do desmatamento. A partir de 2006
de carbono das tipologias presentes no estado, esta linha de base foi revisada a cada 5 anos, e
considerou-se para o terceiro período, a densi- a diferença entre o desmatamento observado
dade média de carbono de 153,4 tC/ha. e aquele previsto na linha de base foi utilizada
para calcular o desmatamento reduzido pelo
3.2.1.1 Primeiro Período estado (Figura 15 e Tabela 1).
(2006 – 2010)

P
Tabela 1. Desmatamento anual no Estado do
ara o primeiro período do programa, cum-
Acre, segundo PRODES de 1996 a 2005 e taxa
prida a competência legal do Estado no
média de desmatamento do período.
âmbito do quadro nacional vigente à data da
publicação da Lei do Sisa, o Estado do Acre uti- Taxa média anual
Desmatamento
lizou a lógica da PNMC. Esta lógica prevê revi- Ano do desmatamen-
(Km2)
to
sões periódicas a cada cinco anos na quantifi-
1996 433
cação e definição das suas metas de redução 1997 358
do desmatamento, no âmbito do PPCD-AC. 1998 536
A primeira definição em termos de critérios 1999 441
para o estabelecimento de cenários de referên- 2000 547
602
cia neste contexto foi criada com o lançamen- 2001 419

to do PPCD-Acre. Na oportunidade se definiu 2002 883


2003 1.078
como nível de referência a ser utilizado para o
2004 728
estabelecimento de metas futuras de redução
2005 592
de emissões do estado, a taxa média anual de

Figura 15. Taxa média adotada para o primeiro período. Fonte: Acre, 2010.16
16 Acre 2016. Nota Técnica: Nível de Referência Estadual (ACS/VCS) vs Submissão do Nível de Referência Nacional à UNFCCC – Versão para discussão
na Reunião do Comitê Científico de 11/07/2016.

37
3.2.1.2 Segundo Período 496 km2/ano, considerando os valores médios
(2011 – 2015) do período 2001-2010, pelas taxas verificadas

P
do desmatamento (Tabela 2 e Figura 16).
ara o período 2011-2015, o Estado do Acre
definiu como estratégia a adoção de um Tabela 2. Desmatamento anual no estado do
cenário intermediário entre o PPCD-Acre e a Acre segundo PRODES (2001 a 2010) e taxa
PNMC, conforme apresentado na Figura 15. média de desmatamento do período.
Esta abordagem justifica-se pelo conservado-
rismo, pois é inferior à média das taxas históri- Desmatamento Taxa Média Anual
Ano
(Km2) do Desmatamento
cas 1996-2005 adotada no primeiro período, a
2001 419
qual pode ser replicada pelo Estado e estendi- 2002 883
da até 2015, garantindo a consonância neces- 2003 1078
sária com a regulamentação nacional. 2004 728
A projeção é linear até 2015, e este cenário 2005 592
496
intermediário está em consonância também 2006 398

com acordos contratuais formalizados ante- 2007 184


2008 254
riormente à algumas destas regulamentações
2009 167
(KfW – Programa REDD Early Movers). Assim, a
2010 259
taxa média de desmatamento projetada foi de

Figura 16. Cenário intermediário entre o PPCD-Acre e o PNMC para definir o Nível de Referência
do Segundo Período. Fonte: IMC, 2016

38
3.2.1.3 Terceiro Período (2016 – 2019 43.400 6.657.560 24.433.245
2020) 2020 43.400 6.657.560 24.433.245

A s emissões esperadas no nível de referên- Total 217.000 33.287.800 122.166.226


cia para o terceiro período (2016-2020)
Recomenda-se que a linha de base do Progra-
baseiam-se na média das taxas anuais do des-
ma Isa Carbono do Sisa, para o período 2016-
matamento bruto de 1996-2015, que é de 434
2020, utilize a abordagem do FREL, correspon-
km2/ano projetada até 2020, em conformidade
dente à média da taxa do desmatamento bruto
com o estabelecido no FREL. Todas as reduções
de 1996-2015, ou seja, de 434 km2 por ano.
de emissões para este período são calculadas
com base neste cenário. A Tabela 3 resume o O cenário de referência para o terceiro pe-
desmatamento (em hectares) e suas conse- ríodo considera a submissão do nível de re-
quentes emissões esperadas no cenário de li- ferência nacional (FREL) para o Bioma Ama-
nha de base (Tabela 3 e Figura 17). zônico, correspondente à média da taxa do
desmatamento bruto de 1996-2015, de 434
Tabela 3. Emissões esperadas no cenário de km2 por ano (Figura 17).
linha de base (terceiro período).
Portanto, o estabelecimento dos níveis de re-
Emissão de C ferência para cada um dos períodos do programa
Desma- Emissões
Ano tamento
(tC)
anuais considerou o disposto na PNMC (Lei Federal no
(considerando
(ha.)
153,4tC/ha.)
(tCO2) 12.187/2009), bem como no Decreto Federal no
7.390/2010, que a regulamenta, e a comunicação
2016 43.400 6.657.560 24.433.245
nacional do FREL para o bioma Amazônico de 6 de
2017 43.400 6.657.560 24.433.245
junho de 201417 . Dessa forma, harmoniza a apli-
2018 43.400 6.657.560 24.433.245
cação do FREL com o Programa ISA Carbono dis-
posto na Lei no 2.308/2010.

Figura 17. Cenário em conformidade com definições estabelecidas no FREL, para definir o Nível de Referência do
Terceiro Período.
17 http://redd.unfccc.int/files/20140606_submission_frel_brazil.pdf

39
3.3.1 Objetivos Estratégicos to às atividades produtivas sustentáveis.

O s objetivos estratégicos do PPCDQ-AC fo-


ram definidos, considerando os objetivos
estratégicos da primeira versão do PPCD-AC e
O PPCDQ-AC abrange estratégias e ações or-
ganizadas em 3 eixos: Comando e Controle Am-
biental, Gestão e Governança (Eixo I); Fomento
a 4a fase do PPCDAM, a partir dos quais foram às Atividades Produtivas Sustentáveis (Eixo II);
definidos os resultados esperados até 2020 e Ordenamento Territorial e Fundiário (Eixo III).
compondo então o Plano Operativo. Os eixos agrupam uma série de 11 estratégias
de desenvolvimento, que serão implementadas
1. Promover a segurança jurídica, através através de 67 ações diferenciadas. Os Eixos I e II
da regularização fundiária e o ordenamen- concentram quase 90 % das ações planejadas.
to territorial;
Para cada ação foram indicadas as metas e
2. Promover a redução e a responsabilização resultados esperados, os objetivos estratégicos
pelos crimes e infrações ambientais; associados, a localização da sua implementa-
ção, os recursos já contratados ou com orça-
3. Promover a sustentabilidade dos sistemas
mento, o principal responsável pela execução,
produtivos extrativistas e agropecuários;
e o período em que deverá ser desenvolvida.
4. Prevenir e combater a ocorrência dos
incêndios florestais; Considerando os objetivos estratégicos, o PP-
CDQ-AC concentra suas ações na promoção de a)
5. Promover a conservação ambiental, forta-
sustentabilidade dos sistemas produtivos extrati-
lecendo as áreas protegidas e efetivando a
vistas e agropecuários (25% do total); b) conserva-
gestão e manejo florestal sustentável;
ção ambiental, fortalecendo as áreas protegidas e
6. Aprimorar e fortalecer o monitoramento efetivando a gestão e manejo florestal sustentável
da cobertura vegetal; (18%), e c) redução e a responsabilização pelos cri-
mes e infrações ambientais (17%) (Figura 18). No
7. Implementar instrumentos normativos
Eixo 1 se destacam os objetivos estratégicos de Re-
e econômicos para controle do desmata-
dução e responsabilização por crimes ambientais
mento ilegal.
e de Prevenção e combate a incêndios florestais;
no Eixo II o principal objetivo estratégico é a Sus-
3.3.2 Eixos, ações tentabilidade dos sistemas produtivos; e o Eixo III
e metas do PPCDQ-AC

P ara a redução do desmata-


mento e das queimadas ao
longo do tempo, faz-se necessá-
rio o desenvolvimento de ações
de impacto imediato de monito-
ramento e fiscalização ambiental,
mas também de uma mudança,
em prazos diversos, no uso e ocu-
pação do território do Acre, atra-
vés do ordenamento fundiário e
Figura 18. Distribuição da proporção de número de ações
territorial, assim como de fomen- considerando os objetivos estratégicos do PPCDQ-AC.

41
Tabela 4. Recursos disponíveis por eixo – valor
total, média por estratégia, média por ação.

Recursos Disponíveis (R$)

Média por Média por


Eixo Total
estratégia ação
I 103.951.527 20.790.305 3.248.485

II 209.590.849 52.397.712 6.760.995

III 18.119.773 9.059.887 1.811.977


Total 331.662.149 30.151.104 4.543.317

As principais fontes de origem dos recur-


sos financeiros, já disponibilizados ou planeja-
dos, são os Programa REM/Kfw, BNDES/Fundo
Amazônia e BID/PDSAII, seja na quantidade de
Yawanauás. Foto: SECOM/AC ações financiadas como nos valores contrata-
dos (Figura 19). Os aportes maiores provêm do
concentra-se nos objetivos associados com a Se-
BNDES/Fundo Amazônia com R$ 81.755.518,00
gurança jurídica e a redução e responsabilização
(R$ 3.716.159,00 em média por ação financia-
por crimes ambientais.
da) e do REM/Kfw com R$ 72.506.000,00 (R$
Para o desenvolvimento dos objetivos 3.625.300,00 em média por ação financiada).
do PPCDQ, o valor total previsto é de apro- No Eixo I, as principais fontes de financiamen-
ximadamente R$ 331.662.149. Deste to- to são BNDES/Fundo Amazônia e REM/Kfw; no
tal, 93,7% dos investimentos concen- Eixo II além do REM/Kfw, as ações são finan-
tram-se nos eixos I (Comando e Controle ciadas pelo BID/PDSAII e BIRD/PROSER; e no
Ambiental, Gestão e Governança) e II (Fomen- Eixo III, a grande maioria do financiamento
to às Atividades Produtivas Sustentáveis) concentra-se no BNDES/Fundo Amazônia. Cabe
(Tabela 4). As estratégias que contam com destacar que a existência de grande parte dos
mais recursos para a sua execução são: Apri- recursos tem sido condicionada aos resultados
moramento da gestão das Áreas Naturais alcançados no PPCDQ-AC, assim como nas fa-
Protegidas (41,3% dos recursos do eixo 1), ses anteriores de programas específicos.
Incentivo aos sistemas de
produção sustentáveis que
contribuam com a manu-
tenção da provisão dos
serviços ambientais (61,9%
dos recursos do eixo II), e
Regularização fundiária e
destinação de áreas sem
definição fundiária (87,8%
dos recursos do eixo III).
Figura 19. Proporção de recursos disponibilizados e de ações
ações financiadas pelas 3 principais fontes financiadoras.

42
As ações do PPCDQ-AC são planejadas para Tabela 5. Atores-chave principais e respectiva
serem executadas em diversos períodos, algu- participação nas ações do PPCDQ-AC
mas das quais já foram iniciadas em 2017. O
PPCDQ-AC concentra aproximadamente 26% Atores-chave Proporção de ações sob sua
responsabilidade
das suas ações no período 2017-2019. Ações
SEMA 32
planejadas para os períodos 2018-2020 e 2018-
SEAPROF 32
2022, correspondem a 22% e 16% das ações
IMAC 11
totais, respectivamente. Mesmo considerando
que o período do PPCDQ-AC é 2017-2020, qua-
se 40% das ações têm horizonte de finalização
EIXO 1 – Monitoramento, Comando
após 2020, algumas delas alcançando 2023.
e Controle Ambiental, Gestão
O plano de ação do PPCDQ-AC define a área e Governança

O
de desenvolvimento de cada uma das ativida-
monitoramento, controle e fiscalização am-
des. A localização das ações está delimitada na
biental vêm se consolidando como um dos
escala municipal, mas estabelecendo-se que a
principais instrumentos para a repressão ao
mesma é focada, quando possível, nas regiões
desmatamento e as queimadas ilegais, sendo
críticas ao desmatamento e queimadas, confor-
as suas ações as que mais contribuíram para o
me análise de vulnerabilidade anteriormente
sucesso dos objetivos de redução das taxas de
apresentada. A maioria das ações é planejada
desmatamento, através da Força Tarefa estabe-
para ser desenvolvida em todos os municípios
lecida pelo Governo do Estado, sob a coorde-
do estado do Acre. No entanto, destacam-se al-
nação estratégica da Casa Civil e coordenação
guns atos que se concentram na cidade de Rio
técnica da Sema.
Branco (ex. Estruturação de órgãos de governo
com sede na capital do estado), em áreas previa- No entanto, ainda é notório o aumento da
mente definidas como prioritárias, em função da área florestal degradada, num processo de
taxa de desmatamento e queimadas (ex. Opera- desmatamento e extração ilegal de madeira de
ções de monitoramento e fiscalização), em áreas grandes e pequenos polígonos pulverizados,
protegidas (ex. Unidades de conservação, Terras para comercializar a madeira e/ou abrir novas
indígenas), e projetos de reforma agrária. áreas para agropecuária. Este processo com-
promete a integridade ambiental da floresta,
O plano de ação do PPCDQ-AC identifica e
inclusive, num processo que costuma culminar
define atores-chave e seus principais parceiros,
na sua total retirada. O desmatamento junto
responsáveis pela execução das estratégias e
com os incêndios florestais são parte associada
ações de cada um dos eixos. Sem desconsiderar
de um círculo vicioso de degradação.
instituições em nível federal e municipal, assim
como as organizações da sociedade civil, a exe- A eliminação ou maior redução do desmata-
cução está associada às instituições de governo mento ilegal e uso do fogo demanda ações de
estadual, em alguns casos com envolvimento de longo prazo. Neste sentido, no curto e médio
mais de um ator-chave na responsabilidade pelo prazo, até que ocorra a transição para um mo-
seu desenvolvimento. Considerando os diversos delo de ocupação mais consciente da impor-
eixos, observa-se uma concentração de respon- tância da floresta, a prevenção, a fiscalização
sabilidades na Assessoria Indígena (Eixo I), Sema e a responsabilização pelos crimes e infrações
e Seaprof (Eixo II) e Iteracre (Eixo III) (Tabela 5). ambientais permanecem como essenciais para
o controle do desmatamento na Amazônia.

43
Foto: Floresta Silenciosa. http://florestasilenciosa.ambiental.media/

Destaca-se ainda, que a baixa acessibilidade to, de alterações na cobertura florestal, na dinâ-
em vários locais do Acre é um dos principais fa- mica de uso da terra e da área queimada;
tores que facilita atos ilegais de desmatamento
c) Gestão territorial e ambiental.
e exploração madeireira, assim como dificulta
o monitoramento, constituindo-se portanto, Desta forma este eixo se propõe a atingir as se-
no desafio central para o planejamento das guintes metas:
ações de Monitoramento e Controle.
a) Ampliar o número de operações integradas de
Com a necessidade de aprimoramento de vistorias, monitoramento e fiscalização;
todas as fases de execução, este eixo se cons-
b) Aumentar a capacidade de operação dos prin-
titui de 5 estratégias (fortalecimento das ações
cipais órgãos de fiscalização e monitoramento,
de fiscalização ambiental e orientação ao ade-
através da aquisição de insumos e equipamentos,
quado uso dos recursos naturais, através da
assim como atividades de treinamento específico;
modernização operacional e melhoria da capa-
cidade técnica instalada; consolidação da Força c) Melhorar a capacitação da população sobre
Tarefa; fortalecimento do sistema de inteligên- temas associados ao uso da terra e do fogo, con-
cia especializada no combate a crimes ambien- solidando e ampliando redes de assistência téc-
tais; ampliação do Cadastro Ambiental Rural; nica e extensão agroflorestal e indígena;
aprimoramento da gestão das Áreas Naturais
Protegidas) associadas com: d) Aumentar o número de processos de infração
ambiental abertos e finalizados por ano;
a) Fiscalização estratégica, com operações em
campo baseadas na cooperação entre institui- e) Fortalecer a integração de bases de dados e in-
ções e sistemas de inteligência. Cabe destacar a formações associadas ao monitoramento da di-
importância fundamental do envolvimento e a nâmica do desmatamento, ao licenciamento am-
parceria dos Estados, assim como de países fron- biental de propriedades rurais, desmatamento e
teiriços no combate ao desmatamento; manejo florestal, e às atividades de fiscalização;

b) Monitoramento sistemático do desmatamen- f) Aprimorar o Sistema Estadual de Geoproces-

44
samento e Sensoriamento Remoto à cargo da das áreas de passivo ambiental; fortalecimento
Unidade Central de Geoprocessamento – UCEGEO; e ampliação do manejo florestal madeireiro e
não madeireiro sustentável; implantação e de-
g) Consolidar o Cadastro Ambiental Rural atra-
senvolvimento do Turismo de Base Comunitá-
vés da ampliação do número de propriedades
ria), associadas com:
inscritas e da formulação de pareceres técnicos
com analise ambiental; a) Valorização do uso econômico e sustentável
da floresta, incentivo ao uso múltiplo do ecos-
h) Aperfeiçoar a gestão de Unidades de Conser-
sistema e a produção e comercialização de pro-
vação e Terras Indígenas, através do financia-
dutos da sociobiodiversidade, com vistas à ge-
mento de ações e capacitação/assistência técni-
ração de renda, inclusão social, e conservação
ca, aquisição de equipamentos de vigilância, e
da biodiversidade;
estruturação de planos de manejo.
b) Incentivo aos modelos produtivos agropecuá-
rios sustentáveis, particularmente importante
EIXO II – Incentivo Econômico às para as populações vulneráveis econômica e so-
Atividades Produtivas Sustentáveis cialmente, muitas das quais integrando mode-
los de desenvolvimento da agricultura familiar e

O Governo do Estado do Acre vem implemen-


tando políticas públicas de desenvolvimen-
to sustentável pautadas no empoderamento
dos Assentamentos de Reforma Agrária;

c) Estímulo à produção agropecuária de mé-


dio e grande porte mais eficiente, objetivan-
comunitário, associado ao fortalecimento e
do manter produtividade nas áreas abertas,
consolidação de cadeias produtivas sustentá-
demandando menos áreas novas e ainda não
veis, incentivando o aumento da produtividade
desmatadas;
das áreas alteradas, e na valorização da flores-
ta. O fortalecimento da economia florestal na Desta forma este eixo se propõe a atingir as
Amazônia, engloba tanto os produtos madei- seguintes metas:
reiros (madeira, resinas, raízes, cascas, cipós
a) Aumentar e qualificar o número de famílias
etc.) como não madeireiros (frutas, ativos bio-
beneficiadas pelos incentivos às cadeias produ-
químicos, serviços ambientais, etc.).
tivas sustentáveis da castanha, açaí, borracha,
Desta forma, com o incremento da produti- mumuru, bambu, cacau, óleos florestais, mel,
vidade dos sistemas agropecuários e florestais, suinocultura, fruticultura e piscicultura; por
em consonância com a melhoria do sistema de proporcionar melhores oportunidades de de-
monitoramento, fiscalização e controle, espe- senvolvimento;
ra-se reduzir a pressão sobre a floresta e, con-
b) Fortalecer o assessoramento técnico a pro-
sequentemente, a redução das taxas de des-
dutores rurais e comunidades extrativistas,
matamento de forma duradoura.
consolidando e ampliando redes de assistência
Com a necessidade de aprimoramento de técnica e extensão agroflorestal no estado;
todas as fases de execução, este eixo se cons-
c) Consolidar e incrementar a infraestrutura de
titui de 4 estratégias (incentivo aos sistemas de
produção sustentável associado ao setor agro-
produção sustentáveis que contribuam com a
pecuário e extrativista, através da construção
manutenção da provisão de serviços ambien-
de tanques, açudes, lagoas de captação de de-
tais; implantação do Programa de Regulariza-
jetos, galpões de engorda, ramais viários, etc.),
ção Ambiental, priorizando o uso econômico

45
garantindo condições adequadas de escoa- iniciativas do Zoneamento Ecológico-Econômi-
mento e armazenamento da produção; co-ZEE, implementação e desenvolvimento de
assentamentos da reforma agrária, desenvolvi-
d) Ampliar e fortalecer a implementação do
mento rural sustentável, entre outros.
PRA, através do aumento no número de ade-
sões, melhoria na capacitação técnica, recupe- O principal resultado do PPCDQ-AC até
ração de áreas alteradas e incremento de áreas 2020, será, em consonância com as ações fede-
reflorestadas, e a aquisição de equipamentos rais e dos estados vizinhos, efetivar o uso devi-
agrícolas, como forma de incrementar a produ- do das áreas, reduzindo o desmatamento e as
tividade dos estabelecimentos rurais e evitar o queimadas ilegais.
desmatamento de novas áreas de floresta;
Com a necessidade de aprimoramento de
e) Fortalecer as atividades de associações e todas as fases de execução, este eixo se cons-
cooperativas relacionadas à promoção de de- titui de duas estratégias (atualização do Zo-
senvolvimento das cadeias florestais madeirei- neamento Ecológico-Econômico; regularização
ras e não madeireiras, visando a valorização fundiária e destinação de áreas sem definição
dos recursos florestais em detrimento da con- fundiária), associadas com:
versão dessas áreas para instalação de outras
a) Revisão do ZEE do estado do Acre, instrumen-
atividades econômicas não sustentáveis;
to de negociação entre governo e a sociedade
f) Fomentar a gestão de florestas públicas, pri- de estratégias de gestão do território;
vadas e comunitárias;
b) Modernização e integração de bases de in-
g) Ampliar e qualificar o número de participantes formações e dados, com vistas a identificação
em atividades de promoção de turismo de base de áreas sem definição fundiária; e,
comunitária e de gastronomia de baixo carbono.
c) Regularização fundiária do território.

Desta forma este eixo se propõe a atingir as se-


EIXO III - Ordenamento Territorial e guintes metas:
Fundiário a) Elaborar uma versão revisada e atualizada

A
do ZEE, de forma participativa, que permita a
grilagem e o uso indevido de terras privadas
gestão do uso e ocupação do solo no estado do
e públicas, muitas das quais ainda não des-
Acre, observando as potencialidades e vulnera-
tinadas, continuam a ser alguns dos principais
bilidades de cada região;
vetores do desmatamento na Amazônia, por-
tanto, é preciso dar continuidade às ações do b) Reduzir as áreas do estado sem definição
estado, assim como de outros níveis de governo fundiária;
com responsabilidade no território, com vistas
c) Integrar informações de regularização fun-
a prosseguir com a efetiva destinação de áreas,
diária, de características ambientais e agrárias
através de estratégias e ações voltadas à regula-
existentes em bases do estado do Acre e do go-
rização fundiária e ambiental de particulares, a
verno federal;
criação e consolidação de unidades de conserva-
ção, demarcação e gestão ambiental e territorial d) Aumentar o número de áreas estaduais ar-
de terras indígenas. Faz-se também necessário recadadas, posses e parcelas rurais em polos
o estabelecimento de diretrizes de uso e ocupa- agroflorestais e unidades de conservação regu-
ção de terra em bases sustentáveis por meio de larizadas e com títulos definitivos entregues.

46
EIXO I – COMANDO E CONTROLE AMBIENTAL, GESTÃO E GOVERNANÇA
Estratégia 1 – Fortalecimento das ações de fiscalização ambiental e orientação ao adequado uso dos recursos naturais, através da modernização operacional e melhoria da
capacidade técnica instalada.
Órgãos que contribuem diretamente com a estratégia: CBMAC, IMAC, BPA, SEMA, DC, CIOPAER, UCEGEO, PRONAFOGO, IBAMA, ICMBio e Municípios.
ATORES
OBJETIVOS ESTRA- RESULTADOS ESPE- FONTE PA- TEMPO DE DOCUMENTO DE
METAS AÇÕES VALOR (R$) MUNICÍPIOS
TÉGICOS RADOS GADORA EXECUÇÃO ORIGEM
CHAVES
Promover a Aumento das opera-
Operações de vistorias do S. Madureira,
redução e a ções de vistorias do
BPA; IMAC e outros nas M. Urbano,
responsabiliza- BPA; IMAC e outros
áreas críticas de desmata- Feijó e Taraua-
ção pelos crimes em áreas críticas de
mento. cá
e infrações am- desmatamento.
bientais.
Estruturação do CBMAC,
Órgãos de BPA Nota Técnica
IMAC - insumos e equipa-
Prevenir e com- Aumento da capaci- fiscalização REM / KfW /
mentos para o combate
bater a ocorrên- dade de operação dos ambiental 6.550.000 REM / KfW Rio Branco 2018-2022 Fase II
a incêndios e fiscalização
cia dos incêndios órgãos. estruturados e
ambiental.
florestais atuantes.

Capacitação de policiais
100% policiais do BPA no combate e prevenção
e Pelotão florestal a desmatamento e quei- Todos
capacitados. mada.

Estruturação do CBMAC
3.500 ocorrências
- insumos, equipamento Aumento da res-
atendidas/ano.
e treinamento para o posta do CBMAC
100 Bombeiros capaci- Carta Consulta
combate aos incêndios frente a incêndios
tados e treinados. Fundo Amazô-
ambientais. ambientais.
BNDES nia II
/ Fundo
16.511.390 CBMAC Todos 2018-2020
Capacitação de produtores Amazô-
Produtores ru- nia II
rurais pertencentes às co-
rais capacitados
1.000 produtores munidades localizadas em
quanto a formas
rurais capacitados. AP, como preparação para
e riscos do uso do
o efetivo combate a focos
fogo.
de queimadas.

3.200 famílias de pro- Orientação a produtores Comunidade


prietários, assentados rurais quanto a procedi- sensibilizada no
e com posses rurais, mentos para licenciamento processo de fisca-
orientadas sobre a e uso do fogo e suas restri- lização ambiental 1.113.658 PPA IMAC Todos 2017-2019 IMAC
prevenção ao desma- ções, bem como quanto a e de solicitação
tamento e queimada. práticas sustentáveis. de licenças para o
uso da terra.

47
Aumentar 100% o Implantação de sistema Modernização do

48
número de processos de licenciamento de ativi- Sistema de Licen-
abertos e finalizados/ dades florestais integrado ciamento Ambien- 2.834.750
ano. com o SICAR. tal das Atividades
Florestais.
Duplicar os processos
BNDES
administrativos de Carta Consulta
Implantação do Sistema / Fundo IMAC, UCE-
apuração de infração Todos 2018-2020 Fundo Amazô-
de Fiscalização e Gestão Amazô- GEO
ambiental instaura- Sistema de Fiscali- nia II
de Atos Autorizativos, com nia II
dos/ano. zação e Gestão de
dados de monitoramento 2.209.750
Aumentar 100% o da cobertura florestal gera- Atos Autorizativos
número de autos de dos pela UCEGEO. implantado.
infração ambiental
lavrados/ano.
CBMAC: Corpo de Bombeiro Militar do Acre; IMAC: Instituto de Meio Ambiente do Acre; BPA: Batalhão de Polícia Ambiental; SEMA: Secretaria de Meio Ambiente; DC: Defesa Civil; CIOPAER:
Centro Integrado de Operações Aéreas; UCEGEO: Unidade Central de Sensoriamento Remoto e Geoprocessamento, PRONAFOGO: Programa Nacional de Redução do Uso do Fogo; IBAMA: Insti-
tuto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis; ICMBio: Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade; Municípios, AP: Áreas protegidas.

EIXO I – COMANDO E CONTROLE AMBIENTAL, GESTÃO E GOVERNANÇA


Estratégia 2 - Consolidação da Força Tarefa
Órgãos que contribuem diretamente com a estratégia: SEMA, IMAC, IMC, UCEGEO, PMAC, DC, CBMAC
FONTE PAGA- ATORES- TEMPO DE DOCUMENTO DE
OBJETIVOS ESTRATÉGICOS METAS AÇÕES RESULTADOS ESPERADOS VALOR (R$) MUNICÍPIOS
DORA -CHAVES EXECUÇÃO ORIGEM

Implantação de sistemas de
informação de monitora-
100% da co- BNDES / Carta Con-
mento integrado ao SIG/CAR Monitoramento remoto de polí- 2018-
Promover a redução e a bertura flores- 526.400 Fundo Ama- UCEGEO Todos sulta Fundo
para fiscalização e monitora- gonos do desmatamento. 2020
responsabilização pelos tal monitorada zônia II Amazônia II
mento remoto do desmata-
crimes e infrações am- mento e queimadas ilegais.
bientais.
Prevenir e combater a Monitoramento Multisensores
ocorrência dos incêndios de desmatamento e degradação
florestais. Ambiental Implantado.
Aprimorar e fortalecer o Implementação da Platafor- Monitoramento do desmatamen- BNDES / Carta Con-
monitoramento da co- to e queimada operando com 2018-
ma Computacional de Moni- 2.322.873 Fundo Ama- UCEGEO Todos sulta Fundo
bertura vegetal. precisão e alta resolução. 2020
toramento. zônia II Amazônia II
Visualização espacial da gestão
territorial e ambiental do Estado.
FONTE PAGA- ATORES- TEMPO DE DOCUMENTO DE
OBJETIVOS ESTRATÉGICOS METAS AÇÕES RESULTADOS ESPERADOS VALOR (R$) MUNICÍPIOS
DORA -CHAVES EXECUÇÃO ORIGEM

Promover a segurança 2 intercâmbios


jurídica através da regu- de conheci-
larização fundiária e o mento. Nota Técnica
ordenamento territorial. Repartição
Aumento de capacidades Ins- de Benefícios
Promover a redução e a 15 técnicos titucionais instaladas para o REM/Fase 2
responsabilização pelos treinados e funcionamento dos sistemas de
crimes e infrações am- capazes de Ampliação da capacidade monitoramento e fiscalização. 2018-
bientais. transferir o técnica e operacional da 4.800.000 REM/KFW UCEGEO Todos
Apropriação do conhecimento 2022
conhecimento UCEGEO.
Prevenir e combater a adquirido. especializado produzido pela
ocorrência dos incêndios UCEGEO em instituições par-
florestais. Implantação ceiras.
de 1 residên-
Aprimorar e fortalecer o cia em geopro-
monitoramento da co- cessamento e
bertura vegetal. sensoriamento
remoto
Maior capacidade de regulação Nota Técnica
de projetos privados no ISA 2018- Repartição
Carbono. 2.000.300 REM - KFW IMC Todos
2022 de Benefícios
Implementar instrumen- REM/Fase 2
Implantação do Sistema
tos normativos e econô- Sistema MRV
MRV do Programa REM/ Direitos salvaguardados de acor-
micos para controle do estruturado
KFW. do com critérios e princípios do
desmatamento ilegal. BNDES / Carta Con-
SISA. 2018-
498.000 Fundo Ama- UCEGEO Todos sulta Fundo
2020
zônia II Amazônia II

SEMA: Secretaria de Estado de Meio Ambiente; IMAC: Instituto de Meio Ambiente do Acre; IMC: Instituto de Mudanças Climáticas e Regulação de Serviços Ambientais; PMAC: Policia Militar do
Acre; DC: Defesa Civil; CBMAC: Corpo de Bombeiro Militar do Acre; SIG/CAR-AC: Sistemas de Informação Integrados ao Cadastro Ambiental Rural do Estado do Acre; UCEGEO: Unidade Central
de Sensoriamento Remoto e Geoprocessamento; MRV: Monitoramento, Relatoria e Verificação

49
EIXO I – COMANDO E CONTROLE AMBIENTAL, GESTÃO E GOVERNANÇA

50
Estratégia 3 - Fortalecimento do sistema de inteligência especializada no combate a crimes ambientais
Órgãos que contribuem diretamente com a estratégia: SESP, IMAC, UCEGEO, IBAMA, ICMBIO
FONTE TEMPO DOCU-
OBJETIVOS ESTRATÉ- RESULTADOS ESPE- ATORES- MUNI-
METAS AÇÕES VALOR (R$) PAGA- DE EXE- MENTO DE
GICOS RADOS -CHAVES CÍPIOS
DORA CUÇÃO ORIGEM

Patrulhamento policial
rural terrestre ostensivo e
especializado.
Operações policiais contra 14.906.139
crimes ambientais realizadas.
Patrulhamento policial
Promover a redução e a
aéreo em áreas rurais e de Redução de inquéritos
responsabilização pelos
floresta. policiais de crimes
crimes e infrações am-
bientais. Operações integradas de ambientais relatados.
6.517.424 Carta Con-
fiscalização em PA críticos. BNDES
sulta Fundo
/ Fundo SESP, IMAC, 2018-
Equipes de campo monito- Todos Amazônia II
Amazô- BPA 2020
rando e fiscalizando áreas Investigação criminal e in- nia II
críticas ao desmatamento e teligência policial com foco 1.973.524
Prevenir e combater a queimadas. em crimes ambientais.
ocorrência dos incêndios
florestais.
Atendimento à demanda de Aumento no número
fiscalização com patrulha- Fortalecimento da SESP de unidades policiais
mento policial rural terres- para as atividades de co- operacionais espe- 954.816
tre, fluvial e aéreo ostensi- mando e controle. cializadas em crimes
vo e especializado. ambientais.

SESP: Secretaria de Estado de Segurança Pública, IMAC: Instituto de Meio Ambiente do Acre; UCEGEO: Unidade Central de Sensoriamento Remoto e Geoprocessamento; IBAMA: Instituto Brasi-
leiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis; ICMBio: Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, PA: projetos de assentamento.
EIXO I – COMANDO E CONTROLE AMBIENTAL, GESTÃO E GOVERNANÇA
Estratégia 4 - Ampliação do Cadastro Ambiental Rural
Órgãos que contribuem diretamente com a estratégia: SEMA, IMAC, UCEGEO, SEAPROF, INCRA
OBJETIVOS ESTRATÉ- FONTE PAGA- ATORES- TEMPO DE DOCUMENTO DE
METAS AÇÕES RESULTADOS ESPERADOS VALOR (R$) MUNICÍPIOS
GICOS DORA -CHAVES EXECUÇÃO ORIGEM
Promover a segurida-
Ampliar a capacidade de
de jurídica através da
gestão e regularização BNDES /
regularização fundiária 2.594 inscrições realiza- Apoio a inscrição no
ambiental dos imóveis 478.281 Fundo Ama- SEMA Todos 2017-2019 PPA 2016-2019
e o ordenamento das no CAR CAR
rurais zônia
territorial.

Promover a sustenta-
bilidade dos sistemas Análise ambiental dos BNDES /
produtivos extrativis- 25.000 pareceres téc- Regularização dos passi-
processos inscritos no 3.102.641 Fundo Ama- SEMA Todos 2017-2019 PPA 2016-2019
tas e agropecuários nicos vos ambientais
CAR zônia

SEMA: Secretaria de Estado de Meio Ambiente, IMAC: Instituto de Meio Ambiente do Acre, UCEGEO: Unidade Central de Sensoriamento Remoto e Geoprocessamento, SEAPROF: Secretaria de
Estado de Agricultura e Produção Familiar, INCRA: Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária, CAR: Cadastro Ambiental Rural.

EIXO I – COMANDO E CONTROLE AMBIENTAL, GESTÃO E GOVERNANÇA


Estratégia 5 - Aprimoramento da gestão das Áreas Naturais Protegidas
Órgãos que contribuem diretamente com a estratégia: SEMA, AI, IMC, UCEGEO, SEPLAN, FUNAI, ACI
OBJETIVOS ESTRATÉ- FONTE PA- ATORES- TEMPO DE DOCUMENTO
METAS AÇÕES RESULTADOS ESPERADOS VALOR (R$) MUNICÍPIOS
GICOS GADORA -CHAVES EXECUÇÃO DE ORIGEM
Promover a conser- 4 UC com garantia de manutenção e
vação ambiental, estruturação física.
Ampliar a extensão e
fortalecendo as áreas Nota Técnica
gestão das ANP
protegidas e efetivan- 5 Intercâmbios (populações tradicionais Repartição
REM - SEMA
do a gestão e manejo e membros de Conselhos Gestores de 9 800.000 Rio Branco, 2018-2022 de Benefí-
KFW / AI
florestal sustentável. UC Estaduais). Sena Ma- cios REM/
Implementar planos de
dureira, M. Fase 2
Ampliação e manejo nas TI
Implementar instru- 4 planos de manejo consolidados. Urbano, Sta.
mentos normativos consolidação
R. do Purus,
e econômicos para de UC
65 comunitários capacitados e instru- Feijó, Ta-
controle do desmata- rauacá, M.
mentalizados.
mento ilegal Instrumentação do Lima, Bujari
GEF/Pai- Matriz Acre
turismo nas APA Lago
1 unidade física estruturada para uso 2.250.000 sagens/ SEMA 2017-2022 por estraté-
do Amapá, Igarapé São
público e como base de apoio para a MMA gia / MMA
Francisco e Irineu Serra
gestão da UC.

1 FPE criada na Gleba Afluente (155 mil Implantação da FPE do Jurupari criada e

51
BID - SEMA Feijó e Ma-
ha.). FPE do Jurupari em funcionamento 6.648.861 2017-2019 SIPLAG
PDSA II / AI noel Urbano
FONTE TEMPO DOCUMEN-
VALOR ATORES-

52
OBJETIVOS ESTRATÉGICOS METAS AÇÕES RESULTADOS ESPERADOS PAGA- MUNICÍPIOS DE EXE- TO DE ORI-
(R$) -CHAVES
DORA CUÇÃO GEM
Sena Madureira,
M. Urbano, S. Nota
Gestão territorial e am-
Apoio a remu- Rosa do Purus, Técnica
biental fortalecida nas
Implementar 117 Bolsas neração de 117 REM - Feijó, Tarauacá, C. 2018- Repartição
terras indígenas 6.700.000 SEMA / AI
Promover a conservação am- para AAFI bolsas para KFW do Sul, R. Alves, 2022 de Benefí-
Fortalecimento da cate-
biental, fortalecendo as áreas AAFI M. Lima, Mar. cios REM/
goria AAFI
protegidas e efetivando a gestão e Thaumaturgo, Fase 2
manejo florestal sustentável. Jordão, P. Walter

Implementar instrumentos nor- Desenvolvimento de


Nota
mativos e econômicos para con- capacidades.
Formação Técnica
trole do desmatamento ilegal. técnica e pro- REM - 2018- Repartição
60 AAFI formados. Fortalecimento de ações 2.210.120 SEMA / AI Todos
fissionalizante KFW 2022 de Benefí-
de produção agroflores-
de AAFI. cios REM/
tal e gestão ambiental e
Fase 2
territorial nas TI.

Promover a sustentabilidade dos


sistemas produtivos extrativistas e
agropecuários. Aumento da capacidade
Alunos de 132 escolas indí- técnica/Indígenas. Nota
Promover a conservação am- genas da rede estadual de Capacitação Técnica
biental, fortalecendo as áreas ensino, recebendo conteú- sobre forma- REM - 2018- Repartição
1.000.000 SEMA / AI Todos
protegidas e efetivando a gestão e do com ênfase em gestão ção cultural KFW 2022 de Benefí-
manejo florestal sustentável. ambiental e valorização diferenciada. AAFI fomentando práti- cios REM/
cultural. cas pedagógicas intercul- Fase 2
Implementar instrumentos nor- turais inovadoras.
mativos e econômicos para con-
trole do desmatamento ilegal.
Promover a redução e a responsa-
78 AAFI capacitados em SEMA,
bilização pelos crimes e infrações
temáticas relativas à prote- Capacitação AMAAIAC,
ambientais. Carta
ção territorial. e geração de BNDES AAFIS, CR
34 TI atuando na vigi- Consulta
instrumentos / Fundo FUNAI, 2018-
Prevenir e combater a ocorrência lância indígena de seu 220.000 Todos Fundo
1 cartilha elaborada e para proteção Amazô- INCRA, 2020
dos incêndios florestais. território. Amazônia -
publicada sobre temáticas territorial nas nia II ICMBIO
Implementar instrumentos nor- Fase II
relativas à proteção terri- 34 TI. CBMAC,
mativos e econômicos para con-
torial. SESP, AEPI
trole do desmatamento ilegal.
FONTE TEMPO DOCUMEN-
VALOR ATORES-
OBJETIVOS ESTRATÉGICOS METAS AÇÕES RESULTADOS ESPERADOS PAGA- MUNICÍPIOS DE EXE- TO DE ORI-
(R$) -CHAVES
DORA CUÇÃO GEM

PGTI utilizados pelas co- 2017-


4.376.000 PROSER SEMA / AI Todos SIPLAG
Promover a sustentabilidade dos munidades indígenas. 2019
sistemas produtivos extrativistas e
agropecuários. 34 PGTI elaborados e ou Elaboração e atuali- Nota
atualizados zação dos PGTI. Técnica
Promover a conservação am-
REM - 2018- Repartição
biental, fortalecendo as áreas 3.200.000 SEMA / AI Todos
KFW 2022 de Benefí-
protegidas e efetivando a gestão e
cios REM/
manejo florestal sustentável.
Fase 2
4.049 famílias atendidas Implantação dos BIRD/ 2017-
Implementação dos PGTI 6.000.000 SEMA / AI Todos SIPLAG
com assistência técnica PGTI PROSER 2019
Promover a redução e a responsa-
bilização pelos crimes e infrações
ambientais.

Prevenir e combater a ocorrência Carta


34 Terras Indígenas muni- Implementação de BNDES SEMA,
dos incêndios florestais. Aumento nas ações de Consulta
das de insumos e equipa- ações de vigilância e / Fundo AMAAIAC, 2018-
vigilância e fiscalização 2.436.600 Todos Fundo
mentos para execução de fiscalização das ter- Amazô- AAFIS, ACI, 2020
Aprimorar e fortalecer o monito- das terras indígenas Amazônia -
ações de vigilância ras indígenas nia II CR FUNAI
ramento da cobertura vegetal. Fase II

Implementar instrumentos nor-


mativos e econômicos para con-
trole do desmatamento ilegal.

Matriz
1 plano de ação binacio- Ações prioritárias conjun-
Acre por
nal elaborado e imple- tas em favor da gestão
estratégia /
mentado. das AP implementadas.
MMA
PE Chandless,
Promover a conservação am-
TI Alto Rio
biental, fortalecendo as áreas
APA amazônicas repre- Purus, TI
protegidas e efetivando a gestão e GEF/
6 encontros/ano de Ges- sentadas e elaborando Mamoadate,
manejo florestal sustentável. Promoção da gestão Paisa- 2017-
tores de AP realizados. recomendações para a 810.000 SEMA Parque Na-
integrada de AP gens/ 2022
gestão. cional Alto
Promover a redução e a responsa- MMA
Purus, Reser-
bilização pelos crimes e infrações
va Comunal
ambientais.
Purus (Peru)
Centro Integrado de
1 portal desenvolvido e Monitoramento e Gestão
operativo. Ambiental para apoio a
ANP fortalecido.

SEMA: Secretaria de Estado de Meio Ambiente, AI: Assessoria Indígena, IMC: Instituto de Mudanças Climáticas e Regulação de Serviços Ambientais, UCEGEO: Unidade Central de Sensoriamento Remoto e Geoproces-
samento, SEPLAN: Secretaria de Estado de Planejamento, FUNAI: Fundação Nacional do Índio, ACI: Associações/Comunidades indígenas, AAFI: Agentes Agroflorestais Indígenas; UC: Unidade de Conservação; PGTI:

53
Planos de Gestão Territorial e Ambiental de Terras Indígenas, AP: Áreas protegidas, ANP: Áreas naturais protegidas, APA: Áreas de Proteção Ambiental, UC: Unidade de Conservação, TI: Terras Indígenas, FPE: Floresta
Pública Estadua
EIXO II - INCENTIVOS ECONÔMICOS AOS SISTEMAS PRODUTIVOS SUSTENTÁVEIS

54
Estratégia 1 - Incentivo aos sistemas de produção sustentáveis que contribuam com a manutenção da provisão dos serviços ambientais

Órgãos que contribuem diretamente com a estratégia: SEAPROF, SEAP, SEDENS, IMC, SEPLAN, SEMA
OBJETIVOS ESTRATÉ- FONTE PA- ATORES- TEMPO DE DOCUMENTO
METAS AÇÕES RESULTADOS VALOR (R$) MUNICÍPIOS
GICOS GADORA -CHAVES EXECUÇAO DE ORIGEM
211 famílias extrativistas benefi- SEA- A. Brasil
ciadas – insumos, equipamentos, e BID -
PROF, Xapuri R. 2017-2019 POA-2018
construção de armazéns. 3.083.375,00 PDSA II
SEDENS Branco, Bujari
Incentivo a cadeia Planejamen-
REM -
produtiva da casta- SEAPROF Todos 2018-2021 to SEAPROF
Promover a sustenta- 1.090.000,00 KFW
nha. -2018
bilidade dos sistemas
produtivos extrativis- 262 ha implantados de açaí con- Planejamen-
REM -
tas e agropecuários sorciado com mudas frutíferas. Melhoria nos siste- SEAPROF Todos 2018-2021 to SEAPROF
700.000,00 KFW
mas de produção -2018
377 famílias extrativistas benefi- sustentável.
ciadas pela cadeia produtiva da
Borracha.
S. Madureira,
300 hectares de floresta plantada SEA- Bujari, A.
BID -
(seringueira consorciada com PROF, Brasil, Epi- 2017-2019 POA-2018
5.078.288,62 PDSA II
frutíferas). SEDENS taciolândia,
Incentivo a cadeia Xapuri
Promover a conser- produtiva da borra-
54 kits para sangria entregues às cha, mumuru, bambu,
vação ambiental,
famílias extrativistas. cacau e óleos flores-
fortalecendo as
áreas protegidas e tais. Cadeias de valor
efetivando a gestão sociobiodiversida-
e manejo florestal Todas as famílias de produtores de de estruturadas e S. Madureira,
sustentável. borracha e murmuru inscritos sob competitivas. SEA- Bujari, A. Planejamen-
REM -
os termos da Lei Chico Mendes PROF, Brasil, Epi- 2018-2021 to SEAPROF
3.024.129,40 KFW
atendidas e Floresta Plantada. SEDENS taciolândia, -2018
Xapuri

844 famílias de apicultores e meli- SEA- Planejamen-


Incentivo a cadeia REM -
policultores beneficiadas. 844.000,00 PROF, Todos 2018-2022 to SEAPROF
produtiva do mel KFW
SEDENS - 2018
Aprimorar e fortale- Aumentar em 30% a produção Fortalecimento de 50
cer o monitoramento familiar para segurança alimentar Unidades Produtivas
da cobertura vegetal. nas 1.300 comunidades das Comu- Sustentáveis (Implan- BIRD/
SEAPROF Todos 2018-2019 POA-2018
nidades de Atendimento Universal tação de Sistemas 1.372.800,00 PROSER
– CAU. Produtivos Agroflo-
restais Sustentáveis)
TEMPO
DOCUMEN-
FONTE PA- ATORES- DE
OBJETIVOS ESTRATÉGICOS METAS AÇÕES RESULTADOS VALOR (R$) MUNICÍPIOS TO DE ORI-
GADORA -CHAVES EXECU-
GEM
ÇAO
Promover a conservação Nota
ambiental, fortalecendo Ampliação do Pro- Técnica
Aumento da qua-
as áreas protegidas e 100 % das famílias benefi- grama Florestas SEMA; 2018- Repartição
lidade de vida das REM- KfW Todos
efetivando a gestão e ciadas Plantadas em Siste- 8.000.000,00 SEAPROF 2022 de Benefí-
famílias envolvidas
manejo florestal susten- mas Agroflorestais cios REM/
tável. Fase 2
Promover a sustenta-
26 produtores beneficiados
bilidade dos sistemas Incentivo a cadeia 20 unidades de
com infraestrutura para en- BID - 2017-
produtivos extrativistas produtiva da suino- terminação condo- SEAPROF Epitaciolândia POA-2018
gorda e unidades de termina- 858.000,00 PDSA II 2019
e agropecuários. cultura miniais construídas
ção condominiais.

52 lagoas de captação de
dejetos efluentes para uso na 3.188 leitões/ano BID - 2017-
SEAPROF Capixaba POA-2018
agricultura ambientalmente produzidos 924.000,00 PDSA II 2019
remediados.

Fortalecimento da Acrelândia, M. Lima,


Promover a sustenta- ATER. Senador Guiomar, P.
bilidade dos sistemas 6.400 famílias atendidas di-
de Castro, Bujari, R.
produtivos extrativistas reta e indiretamente pelos
Planos de Gestão Branco, P. Acre, Feijó, 2017-
e agropecuários. Planos de Gestão com As- 4.329.795,00 BID - POA-2018
consolidados SEAPROF Tarauacá, R. Alves 2019
sistência Técnica e Extensão PDSA II
Capixaba, Marechal
Rural.
Thaumaturgo, C. do
Sul
83 PDC implementados e
Monitoramento dos BIRD / SEMA, 2017-
monitorados. PDC executados Todos SIPLAG
PDC 3.866.000,00 PROSER SEAPROF 2023
Promover a sustenta-
bilidade dos sistemas
produtivos extrativistas Implantação de 1 Sistema Planeja-
Monitoramento das
e agropecuários. Integrado de Gestão e Moni- Planos de Gestão e REM - 2018- mento
Atividades das Ca- SEAPROF Todos
toramento da Produção Fami- PDC em execução 1.000.000,00 KFW 2021 SEAPROF
deias Produtivas
liar – SIGPROF. -2018

55
FONTE PA- ATORES- TEMPO DOC. DE
OBJETIVOS ESTRATÉGICOS METAS AÇÕES RESULTADOS VALOR (R$) MUNICÍPIOS
GADORA -CHAVES EXEC. ORIGEM

56
Sistemas produtivos
de espécies frutíferas e
florestais (2.428,5 ha) Acrelândia, M. Lima,
implantados (maracujá, S. Guiomar, P. de
Expansão da fruti-
Promover a sustentabilidade dos acerola, graviola, açaí Incentivo à cadeia Castro, Bujari, R.
cultura nas áreas BID - SEA- 2017-
sistemas produtivos extrativistas solteiro e touceira, cas- produtiva da fruti- Branco, P. Acre, Fei- POA-2018
críticas de desma- 37.841.623,04 PDSA II PROF 2019
e agropecuários. tanheira e seringueira). cultura jó, Tarauacá, R. Alves
tamento
Capixaba, M. Thau-
1.581 famílias benefi- maturgo, C. do Sul
ciadas.

R. Branco, S. Guio-
mard, P. de Castro,
Incentivo a cadeia Cadeia produtiva
Promover a sustentabilidade dos 67 produtores assesso- BID - SEA- Acrelândia, P. Acre, 2017- POA -
produtiva da pecuá- da pecuária de leite
sistemas produtivos agropecuários. rados tecnicamente. 1.555.569,73 PDSA II PROF Bujari, Brasiléia, M. 2019 2018
ria de leite. fortalecida
Urbano, S. Madurei-
ra, Epitaciolândia
5 mil ha. de pasto recu-
Recuperação de
perados/ano.
Promover a sustentabilidade dos pastagens
sistemas produtivos extrativistas Nota
e agropecuários. 500 famílias/ano atendi- Técnica
Recuperação de
das com as ações. Repar-
solo 2018-
SEAP Todos tição de
7.312.750,00 2022
Benefícios
Promover a conservação am-
REM/
biental, fortalecendo as áreas
7 unidades demonstra- Redução do uso do Fase 2
protegidas e efetivando a gestão Fomento a Integra-
tivas implantadas . fogo REM -
e manejo florestal sustentável. ção Lavoura Pecuá-
KFW
ria Floresta.
Diminuição de cus- MLima, Xapuri, CZS,
tos de cadeias de Nota
Brasiléia, SMadurei-
valor de produtos Técnica
ra, M. Urbano, PAcre
Promover a sustentabilidade dos Implantação de Siste- florestais. Repar-
Acrelândia, Jordão, 2018-
sistemas produtivos extrativistas mas biointegrados de SEDENS tição de
10.000.000,00 A. Brasil, Bujari, Fei- 2022
e agropecuários. agroenergia. Aumento da com- Benefícios
jó, SRosa, PWalter,
petitividade. REM/
RBranco, Tarauacá,
Fase 2
Mar. Thaumaturgo
Promover a conservação am- 30 pequenos projetos Produção de conhe- Unidades demons- 3.000.000,00 REM – FAPAC, Todo o Estado do 2019- Plano
biental, fortalecendo as áreas de pesquisa participa- cimento em Práticas trativas implanta- KFW, BID FAPAC, Acre 2022 Estadual
protegidas e efetivando a gestão tiva em propriedades produtivas susten- das. e ICMS IFAC e de Ciência
e manejo florestal sustentável. rurais. táveis EMBRA- e Tecno-
PA logia

ATER: Assistência Técnica e Extensão Rural, SEAPROF: Secretaria de Estado de Agricultura e Produção Familiar, SEAP: Secretaria de Estado de Agropecuária, SEDENS: Secretaria de Estado de
Desenvolvimento Florestal, da Indústria, do Comércio e dos Serviços Sustentáveis, IMC: Instituto de Mudanças Climáticas e Regulação de Serviços Ambientais, SEPLAN: Secretaria de Estado de
Planejamento, SEMA: Secretaria de Meio Ambiente, PDC: Planos de Desenvolvimento Comunitário.
EIXO II - INCENTIVOS ECONÔMICOS AOS SISTEMAS PRODUTIVOS SUSTENTÁVEIS
Estratégia 2 - Implantação do Programa de Regularização Ambiental - PRA, priorizando o uso econômico das áreas de passivo ambiental
Órgãos que contribuem diretamente com a estratégia: SEMA, SEAPROF, IMC, UCEGEO, EMATER
ATORES-CHA- TEMPO DE DOCUMENTO
OBJETIVOS ESTRATÉGICOS METAS AÇÕES RESULTADOS VALOR (R$) FONTE PAGADORA MUNICÍPIOS
VES EXECUÇÃO DE ORIGEM

15.000 Adesão ao Promoção da adesão BNDES / Fundo 2017- PPA 2016-


2.487.358 SEMA Todos
PRA. ao PRA Amazônia 2019 19
Regularização am-
Promover a segurida- Implantação de marco biental de passivos
1 Marco regulatório regulatório do PRA. dos imóveis rurais 2017- PPA 2016-
de jurídica através da BIRD/ PROSER SEMA Todos
implantado. 2020 19
regularização fundiária
e o ordenamento ter- 30.000,
ritorial. 2 módulos de infraes- Implantação de módulos
trutura tecnológica de infraestrutura tecno- 2017- PPA 2016-
implantados. SEMA Todos
lógica de apoio à gestão 2021 19
do PRA. Capacidade técnica
Treinamento e capacita- instalada
50 profissionais trei-
nados e capacitados ção técnica para imple- 2017- PPA 2016-
mentação do PRA. 2.391.198 BIRD / PROSER SEAPROF Todos
para gestão e assistên- 2022 19
cia técnica.
Promover a sustenta-
bilidade dos sistemas Capacitação de técnicos
produtivos extrativis- (SEMA, EMATER, etc.)
tas e agropecuários. Matriz Acre
20 Técnicos capacita- como agentes multipli- Aumento da capaci- GEF / Paisa- SEMA, 2019-
390.000 Todos por estraté-
dos. cadores na condução e dade técnica gens / MMA SEAPROF 2020
gia/MMA
elaboração de PRADA e
na execução de PRA.
Reflorestamento de
250 ha. com passivo áreas de passivo am- Aumento da produ- SEMA, Rio Branco, 2017- PPA 2016-
ambiental reflores- biental 3.933.000 BIRD/ PROSER
ção. SEAPROF Xapuri 2023 19
tado.

Promover a sustenta- M. Lima, Xapuri,


bilidade dos sistemas C. do Sul, A.
produtivos extrativis- Brasil, Brasiléia,
tas e agropecuários. S. Madureira,
Recuperação de áreas
1.447 famílias benefi- Acesso a tecnologia M. Urbano,
Promover a conser- degradadas/ alteradas PPA 2016-
ciadas com mecaniza- de baixo impacto 1.616.793 PPA SEAPROF Acrelândia, 2019
vação ambiental, em propriedades de 19
ção agrícola ambiental Bujari, Feijó, R.
fortalecendo as áreas pequenos agricultores
Branco, Taraua-
protegidas e efetivan- cá, Capixaba, S.
do a gestão e manejo Guiomard, P. de
florestal sustentável. Castro, P. Acre

57
ATORES-CHA- TEMPO DE DOCUMENTO
OBJETIVOS ESTRATÉGICOS METAS AÇÕES RESULTADOS VALOR (R$) FONTE PAGADORA MUNICÍPIOS

58
VES EXECUÇÃO DE ORIGEM

Apoio ao desenvolvi- Matriz Acre


40 comunitários capa- Aumento da capaci-
mento de SAF nas áreas por estraté-
citados. dade técnica
de comunitários Complexo de FE gia/MMA
Aumento da capaci- do Rio Gregório
120 Produtores rurais Apoio a implementação das regiões de
Promover a sustenta- dade técnica.
capacitados. do projeto de recupera- dentro e do
bilidade dos sistemas
produtivos extrativistas ção de áreas degradadas Aumento da cober- GEF/Paisa- SEAPROF, entorno do PE 2018-
201 ha. Reflorestadas. 6.861.600
e agropecuários. tura florestal gens/MMA SEMA Chandless, En- 2022
torno da RESEX
3 viveiros florestais com Fornecimento de Chico Mendes e
mudas e sementes. Fomento a produção de insumos para recu- dentro das APA
Capacidade de produ- mudas para a recupera- peração e reflores- de R. Branco.
ção anual de 660 mil ção de áreas degradadas tamento de áreas
Promover a conser- mudas. impactadas
vação ambiental,
fortalecendo as áreas PDS Walter
protegidas e efetivan- Metodologias de SEAPROF, Acer (Bujari); PA
do a gestão e manejo recuperação de pas- SEMA, As- Figueira, Barro
5 metodologias de Carta Con-
florestal sustentável. sivo ambiental, com sociação de Alto e Moreno
recuperação de passi- Elaboração e implanta- BNDES / Fundo 2018- sulta Fundo
fins econômicos, de- 12.254.049 produtores, Maia (R. Branco);
vo ambiental, desen- ção dos PRADA Amazônia II 2020 Amazônia
senvolvidas e aptas CBMAC, PAE Remanso
volvidas. - Fase II
para implantação em UFLA, Coo- (Capixaba); PDS
escala, em PA perativas Pirã de Rã (S.
Guiomard).
SEMA: Secretaria de Meio Ambiente, SEAPROF: Secretaria de Estado de Agricultura e Produção Familiar, IMC: Instituto de Mudanças Climáticas e Regulação de Serviços Ambientais, UCEGEO:
Unidade Central de Sensoriamento Remoto e Geoprocessamento, PRADA: Projeto de Recomposição de Áreas Degradadas e Alteradas, PRA: Programa de Regularização Ambiental, PDS: Projeto
de Desenvolvimento Sustentável, PAE: Projeto de Assentamento Agroextrativista, PA: projeto de Assentamento, FE: Floresta Estadual, PE: Parque Estadual, EMATER: Empresa de Assistência
Técnica e Extensão Rural.
EIXO II - INCENTIVOS ECONÔMICOS AOS SISTEMAS PRODUTIVOS SUSTENTÁVEIS
Estratégia 3 - Fortalecimento e ampliação do manejo florestal madeireiro e não madeireiro sustentável
Órgãos que contribuem diretamente com a estratégia: SEMA, SEAPROF, SEDENS, IMC, UCEGEO, FUNTAC, SEHAB, DERACRE
ATORES-CHA- TEMPO DE DOC. DE
OBJETIVOS ESTRATÉGICOS METAS AÇÕES RESULTADOS VALOR (R$) FONTE PAGADORA MUNICÍPIOS
VES EXEC. ORIGEM

Comunidade nas
Promover a conser- florestas públicas
vação ambiental, 780 famílias nas flores- Pagamento de recebendo recursos
fortalecendo as áreas SEMA, 2017-
tas públicas estaduais e bônus do manejo por prestarem servi- 908.000 BID / PDSA II S. Madureira, Tarauacá SIPLAG
protegidas e efetivan- SEDENS 2020
entorno beneficiadas. florestal ços ambientais.
do a gestão e manejo Garantia à moradia.
florestal sustentável.

Implementar instru- Construção de


mentos normativos e unidades habi-
90 unidades habitacio- 200 / Progra- SEMA, 2017-
econômicos para con- tacionais da 2da 2.268.292 S. Madureira, Tarauacá SIPLAG
nais da 2º fase do PNHR ma PNHR SEDENS 2022
trole do desmatamento fase do PNHR no
construídas.
ilegal. Complexo de FE
do Rio Gregório.
18 estudos técnicos para
SEMA, 2017-
estruturar os editais de 2.965.100 BID / PDSA II Tarauacá, S. Madureira SIPLAG
SEDENS 2019
concessão florestal. Concessão Flo- Manejo florestal
1.500 ha. com destina- restal – FE do madeireiro na FE do
ção onerosa para mane- Antimary. Antimary efetivado. SEMA, 2017-
Promover a sustenta- 652.554 BID / PDSA II Tarauacá, S. Madureira SIPLAG
jo florestal. SEDENS 2020
bilidade dos sistemas
produtivos extrativistas
e agropecuários. Contratação de técnicos
para apoio à atividade C. do Sul, Tarauacá, S. Ma-
SEMA, 2017-
de consolidação da ca- 10.000.000 BID / PDSA II dureira, R. Branco, Xapuri, SIPLAG
Manejo florestal SEAPROF 2019
deia produtiva florestal. Brasileira, Acrelândia
comunitário efeti-
vado.
18 convênios firmados C. do Sul, Tarauacá, S. Ma-
SEMA, 2017-
Promover a conser- com associações e coo- 1.347.171 BID / PDSA II dureira, R. Branco, Xapuri, SIPLAG
Incentivo à ca- SEAPROF 2020
vação ambiental, perativas. Brasileira, Acrelândia
deia florestal
fortalecendo as áreas
100 km de ramais para comunitária. C. do Sul, Tarauacá, S. Ma-
protegidas e efetivan-
do a gestão e manejo escoamento de produ- SEMA, dureira, R. Branco, Xapuri, 2017-
7.336.437 BID / PDSA II SIPLAG
florestal sustentável. ção florestal comunitária Aumento da capaci- DERACRE Brasileira, Acrelândia 2020
reformados dade técnica comu-
nitária
C. do Sul, Xapuri, Taraua-
18 organizações sociais 2017-
2.202.930 BID / PDSA II SEMA cá, S. Madureira, R. Bran- SIPLAG
capacitadas 2020
co, Brasileira, Acrelândia

59
FONTE PAGA- ATORES- MUNICÍ- TEMPO DOC. DE
OBJETIVOS ESTRATÉGICOS METAS AÇÕES RESULTADOS VALOR (R$)
DORA -CHAVES PIOS DE EXEC. ORIGEM

60
Promover a sustentabilidade dos 16 convênios firmados com associa-
BID / PDSA SEMA, 2017-
sistemas produtivos extrativistas e ções e cooperativas 3.650.572 Todos SIPLAG
II SEAPROF 2019
agropecuários
Extrativismo e manejo
Promover a conservação am- Incentivo ao
florestal não madei-
biental, fortalecendo as áreas extrativismo e à
reiro efetivados/au-
protegidas e efetivando a gestão e 16 organizações sociais participando cadeia florestal
mento da capacidade
manejo florestal sustentável de iniciativas de manejo florestal não madeireira, BID / PDSA SEMA, 2017-
técnica comunitária 1.698.133 Todos SIPLAG
comunitário não madeireiro capaci- comunitária. II SEAPROF 2020
Implementar instrumentos nor- tadas
mativos e econômicos para con-
trole do desmatamento ilegal.

1 inventário da biodiversidade ela-


borado

Estudos de valoração de ativos da


Sociobiodiversidade
Aumento da comer-
1 plano de negócios dos ativos da cialização no mercado
sociobiodiversidade elaborado de espécies não ma-
Promover a sustentabilidade dos deireiras associadas
sistemas produtivos extrativistas e Mecanismos financeiros, prospecção ao conhecimento
agropecuários e captação de investimentos para tradicional
incentivos a serviços ambientais da
sociobiodiversidade identificados Elaboração e
implementação
GEF / Pai-
do Programa da SEMA, 2018-
1 plano de uso dos produtos da so- 2.508.641 sagens / Todos
Sociobiodiversi- IMC 2022
ciobiodiversidade elaborado MMA
dade no âmbito
do SISA
Promover a conservação am- Intercâmbio de experiências em ins-
biental, fortalecendo as áreas trumentos de valoração e valorização
protegidas e efetivando a gestão e da sociobiodiversidade realizados
manejo florestal sustentável
Construção e vali-
Certificação de produtos da sociobio- dação do programa
diversidade Matriz
de conservação da
Acre
sociobiodiversidade
por
5 Consultas Públicas para validação estadual
estra-
do Programa da Sociobiodiversidade tégia/
MMA
1 Consulta pública integradora

SEMA: Secretaria de Meio Ambiente, SEAPROF: Secretaria de Estado de Agricultura e Produção Familiar, SEDENS: Secretaria de Estado de Desenvolvimento Florestal, da Indústria, do Comércio e dos Serviços Sustentá-
veis, IMC: Instituto de Mudanças Climáticas e Regulação de Serviços Ambientais, UCEGEO: Unidade Central de Sensoriamento Remoto e Geoprocessamento, FUNTAC: Fundação de Tecnologia do Estado do Acre, SEHAB:
secretaria de Estado de Habitação de Interesse Social, DERACRE: Departamento Estadual de Estradas de Rodagem, Hidrovias e Infraestrutura do Acre, PNHR: Programa Nacional de Habitação Rural, SISA: Sistema
Estadual de Incentivo à Serviços Ambientais, FE: Floresta Estadual
EIXO II - INCENTIVOS ECONÔMICOS AOS SISTEMAS PRODUTIVOS SUSTENTÁVEIS
Estratégia 4 – Implantar e desenvolver o Turismo de Base Comunitária
Órgãos que contribuem diretamente com a estratégia: SETUL, CDSA, SEMA, SEAPROF, IDM, CBMAC, ASS. INDÍGENA, SEPN, SECOM, GPD, FUNAI, SENAC, SENAI, INCRA, ICMBio, IBAMA
TEMPO DE MUNICÍ- DOCUMENTO
OBJETIVOS ESTRATÉGICOS METAS AÇÕES RESULTADOS ESPERADOS VALOR (R$) FONTE PAGADORA ATORES-CHAVES
EXECUÇÃO PIOS DE ORIGEM

Aumento da produção
Promover a sus- 203 famílias beneficiadas
associada ao turismo
tentabilidade dos (PDS Croa/ Seringal Ca- Elaboração e im-
como alternativa de
sistemas produtivos choeira/entorno do Par- plementação de
trabalho e renda.
extrativistas e agro- que Nacional da Serra do planos estratégicos
Nota
pecuários. Divisor/aldeias indígenas de turismo de base
Técnica
do Mutum, Nova Esperan- comunitária.
Aumento da capacida- Repartição
ça e Lago Lindo). 2.800.000 REM – KFW SETUL, CDSA 2018-2022 Todos
de técnica. de Benefí-
cios REM/
Implementar instru-
Fase 2
mentos normativos
875 pessoas capacitadas Promoção de fes- Consolidação da ati-
e econômicos para
em gastronomia de baixo tival internacional vidade turística para
controle do desma-
carbono. de gastronomia. comunidades tradi-
tamento ilegal.
cionais.

SETUL: Secretaria de Estado de Turismo e Lazer, CDSA: Companhia de Desenvolvimento de Serviços Ambientais, SEMA: Secretaria de Meio Ambiente, SEAPROF: Secretaria de Extensão Agroflo-
restal e Produção Familiar, IDM: Instituto Estadual de Desenvolvimento da Educação Profissional e Tecnológica Dom Moacyr Grechi, CBMAC: Corpo de Bombeiro Militar do Acre, SEPN, SECOM:
Secretaria de Estado de Comunicação, GPD: Gabinete da Primeira Dama, FUNAI: Fundação Nacional do Índio, SENAC: Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial, SENAI: Serviço Nacional de
Aprendizagem Industrial, INCRA: Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária, IBAMA: Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis; ICMBio: Instituto Chico
Mendes de Conservação da Biodiversidade, PDS: Projeto de Desenvolvimento Sustentável.

61
EIXO III – ORDENAMENTO TERRITORIAL E FUNDIÁRIO

62
Estratégia 1 - Atualização do Zoneamento Ecológico-Econômico do estado do Acre
Órgãos que contribuem diretamente com a estratégia: SEMA, IMC, UCEGEO, IMAC, ITERACRE, IMAC
FONTE PAGA- ATORES- TEMPO DE DOCUMENTO DE
OBJETIVOS ESTRATÉGICOS METAS AÇÕES RESULTADOS ESPERADOS VALOR MUNICÍPIOS
DORA -CHAVES EXECUÇÃO ORIGEM

Carta Con-
Promover a segurida- Informação de qualidade sulta
ZEE revisado.
de jurídica através da atualizada disponível. Fundo Ama-
regularização fundiá- zônia - Fase II
ria e o ordenamento Gestores públicos e socie- BNDES/Fundo 2018-
1.500.000 SEMA
territorial. 5 oficinas participati- dade civil organizada com Amazônia II 2020
vas para construção acesso a dados para tomada
Promover a sustenta- e validação do ZEE, de decisão, quanto à gestão
bilidade dos sistemas realizadas. territorial e ambiental.
Revisão, do ZEE. Todos
produtivos extrativis-
tas e agropecuária.
Equipamentos eletrônicos
Implementar instru- adquiridos.
Ampliação da capa- Nota Técnica
mentos normativos cidade técnica para 2018- Repartição
e econômicos para Serviços de apoio às oficinas 700.000 REM – KFW IMC
apoio às ações de 2022 de Benefícios
controle do desmata- e demais atividades de imple-
revisão do ZEE. REM/Fase 2
mento ilegal. mentação do ZEE executados.

SEMA: Secretaria de Meio Ambiente, IMC: Instituto de Mudanças Climáticas e Regulação de Serviços Ambientais, UCEGEO: Unidade Central de Sensoriamento Remoto e Geoprocessamento,
IMAC: Instituto do Meio Ambiente do Acre, ITERACRE: Instituto de Terras do Acre, ZEE: Zoneamento Ecológico-Econômico.
EIXO III – ORDENAMENTO TERRITORIAL E FUNDIÁRIO
Estratégia 2 – Regularização fundiária e destinação de áreas sem definição fundiária
Órgãos que contribuem diretamente com a estratégia: ITERACRE, SEMA, IMC, UCEGEO
OBJETIVOS ESTRATÉ- FONTE PAGA- ATORES- TEMPO DOCUMENTO
METAS AÇÕES RESULTADOS ESPERADOS VALOR (R$) MUNICÍPIOS
GICOS DORA -CHAVES EXEC. DE ORIGEM

Brasil, Brasiléia, Epi-


Regularização fundiária Nota Téc-
taciolândia, Xapuri,
nas áreas de indefini- nica Repar-
2018- Capixaba, P. de Castro,
ção fundiária e devo- Áreas sem identificação 2.700.000 REM - KFW ITERACRE tição de
7.000 imóveis, em 2022 Acrelândia, Bujari, P.
lutas ou exploradas fundiária identificadas e Benefícios
área de 600 mil Acre, Sen. Guiomard,
irregularmente. regularizadas. REM/Fase 2
ha. em situação Rio Branco
fundiária regular.
Identificação e geor- Carta Con-
referenciamento de S. Madureira, Sta. R. do sulta Fundo
Promover a áreas sem definição Sistemas de informações fundiá- Purus, M. Urbano, Ta- Amazônia
BNDES/Fundo 2018-
segurança jurí- fundiária. rias do ITERACRE, fortalecido. 6.080.358 ITERACRE rauacá, Feijó, Jordão, C. - Fase II
Amazônia II 2020
dica através da do Sul, M. Lima, P. Wal-
regularização Realização de geoca- ter, Mar. Thaumaturgo
fundiária e o dastros.
ordenamento • Promoção do suporte para ges-
territorial. Sistema de infor- Integração de informa-
tão ambiental de áreas públicas e
mação fundiária ções de regularização Carta Con-
definição de políticas.
ampliado e inte- fundiária com base sulta Fundo
• Eficácia na aplicação dos autos
grado. de informações am- Amazônia
de infração ambiental.
bientais e agrárias da - Fase II
• SITACRE com as informações
SERFAL. BNDES/Fundo 2018-
especializadas e integrada com 3.941.165 ITERACRE Todos
Amazônia II 2020
SICAR e SIGEF.
Digitalização de • Modernização da base única
Banco de Dados.Implantação do módu- de dados georreferenciados do
lo no ITERACRE. ITERACRE.
Promover a • Aprimoramento e integração de
redução e a sistemas de informação fundiária.
responsabiliza-
ção pelos crimes 397 posses e
e infrações am- parcelas rurais
bientais. em Polos Agro- P. de Castro, R. Alves,
florestais e na FE Capixaba, Xapuri, Rio
Branco, Feijó Brasileia, SIPLAG
do Antimary com Regularização fundiária
atualização cadas- em áreas críticas do Promoção da regularização fun- 2017 - Bujari, P. Acre, S. Ma-
3.198.250 BID/PDSA II ITERACRE
tral realizada. diária em áreas com destinação 2019 dureira, M. Urbano, M.
desmatamento
Lima Tarauacá, Jordão,
C. do Sul
2.468 títulos
definitivos rurais
entregues.
ITERACRE: Instituto de Terras do Acre, SEMA: Secretaria de Meio Ambiente, IMC: Instituto de Mudanças Climáticas e Regulação de Serviços Ambientais, UCEGEO: Unidade Central de Sensoria-
mento Remoto e Geoprocessamento, IMAC: Instituto do Meio Ambiente do Acre, FE: Floresta Estadual, SIGEF: Sistema de Gestão Fundiária; SERFAL: Subsecretaria de Regularização Fundiária na

63
Amazônia Legal, SICAR: Sistema Nacional de Cadastro Ambiental Rural, SIGEF: Sistema de Gestão Fundiária.
PARTE IV. MONITORAMENTO DE IMPACTOS
E RESULTADOS DO PPCDQ – ACRE

Cotas de Inundação de Rio Branco/ SIPAM.

O monitoramento de impactos é um impor-


tante instrumento de gestão, o qual garan-
te a eficiência do plano, subsidiando a melhoria
entre os vetores do desmatamento, as políticas
e ações adotadas para prevenir e combater o
problema e seus impactos esperados. Proces-
de sua implementação, otimizando a utilização sos liderados pela Secretaria de Estado de Meio
dos recursos e redução dos custos. Além disso, Ambiente do Acre-Sema, em conjunto com as
possibilita a revisão e ajustes das estratégias do instâncias de governança do plano, e com a
plano, a transparência na informação e fortale- participação de representantes de diversas ins-
cimento das instituições envolvidas. tituições, cujas ações compõem o PPCDQ-AC,
permitiu elencar ações consideradas relevantes
Desde 2016 o Estado do Acre já dispõe da
e relacionar os indicadores para mensurar seus
Plataforma Indicar como mecanismo de moni-
resultados e impactos no desmatamento.
toramento do plano. Esta plataforma, desen-
volvida em parceira com o Ipam, tem objetivo
De modo a buscar o alinhamento estratégi-
de apoiar a sistematização, divulgação e análise
co das ações do plano estadual ao federal, uma
de dados sobre as políticas públicas de preven-
análise transversal dos grandes temas foi realiza-
ção e controle do desmatamento, componen-
da, com o objetivo de identificar as prioridades
tes do PPCDQ-AC.
estratégicas para a prevenção e o controle do
desmatamento na Amazônia, assim como ações
4.1 Metodologia do Monitoramento
complementares entre Estados e Governo Fede-
de Impactos
ral. Desta forma, os eixos e ações do Plano fo-
Os indicadores que compõem o monitora- ram organizados em grandes blocos temáticos,
mento do PPCDQ-AC, foram construídos através denominados de “macro temas”, adequando a
da Plataforma Indicar, seguindo a metodologia uma padronização conceitual e de linguagem
da cadeia de impactos desenvolvida por Ascher para identificação dos indicadores por tema, se-
e Valarelli (2009). O arranjo da cadeia de impac- guindo a lógica dos eixos temáticos do Plano e
tos facilita a visualização das múltiplas relações sua abordagem analítica (Tabela 6).

64
Tabela 6. Lista de Indicadores agrupados por Macrotemas
MACROTEMA INDICADORES
Cumprimento da meta do Estado
Taxa anual de desmatamento
Emissões de GEE em relação ao nível de referência
Emissões de GEE em relação à meta do desmatamento
Dados Gerais de Des- Emissão anual de GEE
matamento, Emissões e
Degradação Área florestal degradada
Incremento da área degradada
Área com degradação contínua
Número de focos de calor
Número de focos de calor em área de floresta
Regularização fundiária de UC Proteção Integral
Regularização fundiária de UC de Uso Sustentável tradicional
Regularização Fundiária Regularização fundiária de UC de Uso Sustentável privado
e Ordenamento Terri- Desmatamento em UC de Proteção Integral
torial Desmatamento em UC de Uso Sustentável tradicional
Desmatamento em UC de Uso Sustentável privado
Destinação de terras públicas no estado
Taxa de desmatamento autorizado no Estado
Monitoramento e Con- Proporção de área cadastrada no CAR em relação a área total cadastrável
trole Análise de CAR no SICAR
Área desmatada no CAR em relação à áreas não cadastradas no SiCAR
Extensão dos Planos de Manejo Madeireiro
Valor da madeira comercializada oriunda de Manejo Florestal Madeireiro
Volume de produtos não-madeireiros produzidos: açaí
Volume de produtos não-madeireiros produzidos: borracha
Volume de produtos não-madeireiros produzidos: castanha
Valor produzido de açaí
Valor produzido de borracha
Valor produzido de castanha
Atividades Produtivas
Volume de produtos da agricultura familiar adquiridos pelo PAA
Sustentáveis
Valor de produtos da agricultura familiar adquiridos pelo PAA
Valor de produtos da agricultura familiar adquiridos pelo PNAE
Cumprimento do percentual mínimo no PNAE
Intensificação da pecuária
Área de pasto no estado
Expansão da pecuária em áreas de desmatamento recente
Melhoria na qualidade dos pastos
Utilização de áreas abertas pela agricultura
Mecanismos de Finan-
Novos contratos das categorias sustentáveis do PRONAF
ciamento
Cadastro Ambiental Rural (CAR); Gases de Efeito Estufa (GEE); Programa de Aquisição de Alimentos (PAA); Programa de Regularização Ambiental
(PRA); Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE); Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (PRONAF); Sistema
Nacional de Cadastro Ambiental Rural (SICAR), Terra Indígena (TI); Unidade de Conservação (UC). Fonte: Modificado de Plataforma Indicar, 2017
(www.indicar.org.br)

65
A fim de buscar o alinhamento entre o mo- Tabela 7. Indicadores de impacto em sinergia
nitoramento do PPCDQ-AC e PPCDAm, enten- com o PPCDAm.
dendo que as ações de prevenção e combate INDICADORES
ao desmatamento, em muitos casos, são com- Taxa de desmatamento no estado, por categoria fundiária e áreas
plementares na sua implementação e con- críticas.
Proporção de área de floresta queimada no estado
sequentemente nos resultados alcançados,
Proporção da área do estado ocupado por áreas protegidas
foram propostos indicadores de impacto em si- (UC e Ti).
nergia com aqueles que estão sendo estudados Índice de efetividade de gestão de UC
para o monitoramento do plano federal, e que Proporção de área destinada sobre área sem definição fundiária no
estado.
contribuirão para o acompanhamento e diálo- Proporção de áreas tituladas através de ações do Plano
go entre as Comissões Executivas do PPCDQ-AC Proporção de imóveis/posses validados em relação ao total cadas-
trado no CAR.
e PPCDAm (Tabela 7).
Proporção de área degradada em recuperação em relação ao passi-
vo ambiental total do estado

Lago próximo ao Parque do Tucumã- Rio Banco/AC. Foto:; Davi Sopchaki

4.2 Governança

A implementação dos indicadores necessita de


um esforço de coleta e acompanhamento
contínuo e sistemático de dados, com a realiza-
Nesse sentido a Sema-AC assume a liderança
como secretaria executiva do Plano que articula a
coleta e sistematização de dados junto às demais
ção periódica de avaliações qualitativas e quan- instituições componentes do GT de implementa-
titativas sobre a implementação das ações, suas ção do Plano. O monitoramento dará continui-
tendências ao longo do tempo e seus resultados dade ao esforço iniciado em 2016, consolidando
na dinâmica do desmatamento, orientando o es- uma base de dados desde a 1ª fase do PPCD-AC,
tabelecimento de metas mensuráveis e procedi- numa série temporal de 2009 a 2020, data de fi-
mentos de monitoramento. nalização desta nova etapa do Plano.

66
Figura 20. Estrutura de Governança do PPCDQ/AC.

Os resultados do monitoramento serão discu- de Secretários de Meio Ambiente da Amazônia


tidos e avaliados semestralmente junto a Câmara Legal. As contribuições do estado do Acre nesta
Técnica de Desmatamento e Queimadas da Co- discussão serão desenvolvidas a partir das aná-
missão Estadual de Gestão de Riscos Ambientais lises e subsequentes recomendações. A Figu-
do Acre - CEGdRA, gerando recomendações para ra 20 apresenta o esquema de governança do
o melhor alcance das metas estabelecidas. PPCDQ-AC, constituído por estruturas progra-
máticas e de governança.
O processo de construção, análise e alimen-
tação dos indicadores promove ainda maior ar-
ticulação interinstitucional através da estrutura
de governança, intercâmbios entre o governo
federal, estadual e municipal e uma organiza-
ção sistemática dos dados produzidos na esfe-
ra do plano, bem como sua disponibilidade ao
público facilitando assim, a transparência das

informações. A Plataforma Indicar, presente
também em outros estados amazônicos, irá
proporcionar um monitoramento compartilha-
do entre os estados participantes da iniciativa
e governo federal, o que irá fortalecer ações
articuladas e troca de experiências. Os estados
possuem agora assento na estrutura de gover-
nança do PPCDAm Federal, através do Fórum Gameleira - Rio Branco/AC. Foto: Sérgio Vale

67
PARTE V. OS PLANOS MUNICIPAIS DE PREVENÇÃO
E CONTROLE DO DESMATAMENTO, QUEIMADAS
E INCÊNDIOS FLORESTAIS - PPCDQm

Foto: Secom/AC.

C om intuito de permitir a integração entre


os Planos nos diversos níveis de governo e
gestão, os municípios do estado do Acre têm
O desenho e a implementação do PPCDQ
dos Municípios estão centrados em 3 diretrizes:

a. Contribuir com os programas e projetos go-


Planos Municipais de Prevenção e Controle do
vernamentais e/ou da sociedade civil que te-
Desmatamento, Queimadas e Incêndios Flores-
nham rebatimento sobre os temas desmata-
tais (PPCDQm), com duração de 10 anos, visan-
mento e queimadas;
do a redução gradativa e substancial das taxas
de desmatamento e queimadas, através da b. Consolidar uma estratégia eficiente de ges-
consolidação de alternativas a estas práticas. tão territorial para a redução significativa do
desmatamento e queimadas no município, ali-
Estes planos foram elaborados entre 2013 e
nhada com o PPCDQ do estado; e,
2015 e, apesar da defasagem entre a sua ela-
boração e o plano estadual, muitos dos fatores c. Estimular a participação dos diferentes grupos
indutores, agentes e processos de desmata- sociais e níveis de governo, permitindo uma divi-
mento e queimadas pouco têm mudado. Cabe são qualitativa de responsabilidades e benefícios.
mencionar que os atores locais têm por vezes a
responsabilidade do processo de ocorrência de Os PPCDQm apresentam um diagnóstico da
desmatamento e queimada; e em outras, são situação no território do município, no momen-
as vítimas das consequências dos mesmos, e to da sua elaboração, indicando causas, agen-
em alguns casos, potenciais executores das po- tes e processos indutores do desmatamento e
líticas e ações, com vistas a redução das taxas dos incêndios florestais, classificam diferentes
de desmatamento e queimadas. regiões em função do nível de criticidade do

68
desmatamento e dos incêndios florestais, e in- Figura 21. Fatores predominantes, por ordem alfabética,
que induzem e causam desmatamento, queimadas e
dicam áreas prioritárias para implementação de incêndios florestais nos municípios do Acre.
ações de prevenção, adaptação e controle do
desmatamento e dos incêndios florestais. Final-
DESMATAMENTO
mente, contribuem com o estabelecimento de
estratégias eficientes de gestão territorial inte- • Assistência técnica agrícola ineficiente

gradas para a redução significativa do desma- • Baixa efetividade das políticas públicas

tamento e queimadas no município, o uso mais • Baixo nível tecnológico de manejo agrícola
• Conflitos fundiários
efetivo das áreas já desmatadas; e o desenvolvi-
• Falta de incentivos financeiros
mento de ações de controle e fiscalização.
• Fracionamento de “colocações” nas RESEX
• Pouca diversidade de atividades econômicas
• Projetos de assentamento com
atividades tradicionais e ausência de monitoramento
• Sistema de fiscalização pouco competente
• Uso da terra destinado a atividades de pecuária
• Venda de madeira clandestina
• Unidades de conservação com ausência
de equipe mínima para gestão
• Unidades de conservação com ausência de guarda parques
• Sistema de fiscalização ausente e pouco competete
• Falta de estrutura para as Semeias (Secretarias munici-
Desmantamento em Área de Proteção Permanente. pais de meio ambiente) assumirem atribuições de coman-
Foto: Divulgação do e controle ambiental (descentralização)

5.1 Diagnóstico dos Cenários QUEIMADAS E INCÊNDIOS


de Desmatamento, Queimadas • Baixa eficiência do sistema de monitoramento,
e Incêndios Florestais nos controle e fiscalização
Municípios do Acre • Cultura de broca, derrubada e queima
• Conflitos e insegurança fundiária
As principais causas de desmatamento, • Desconhecimento técnico e de alternativas
queimadas e incêndios são muito parecidas para o “uso do fogo”
• Desvalorização de produtos extrativistas
entre os diferentes municípios do estado do
• Falta de estrutura para combate
Acre. Os principais fatores indutores de desma- e gestão de riscos de incêndios
tamento, queimadas e incêndios florestais nos • Existência de fontes de ignição às margens
municípios estão relacionados à situação fun- de estradas e ramais

diária, acessibilidade e densidade populacio- • Formação de roçados para subsistência

nal, todos associados a condições de pobreza, • Fragmentação florestal e fundiária

falta de alternativas econômicas, uso indiscri- • Limpeza e formação de pastagens


• Ocorrência de eventos climáticos extremos
minado dos recursos naturais, insuficiência de
• Baixa conscientização no uso do fogo
conhecimento técnico e carência de tecnologia
• Produção de culturas anuais
adequada para as especificidades de cada uma
• Valorização excessiva da atividade e produtos da pecuária
das sub-regiões. A Figura 21 apresenta os fato-
• Falta de estrutura para as Semeias (Secretarias munici-
res comuns e predominantes identificados nos pais de meio ambiente) assumirem atribuições de coman-
PPCDQm como indutores e causadores de des- do e controle ambiental (descentralização)
• Unidades de conservação -ausência de guarda parques
matamento e queimadas e incêndios florestais.

69
Um elemento importante aportado pelos res e membros do Condema18 ), estadual (re-
planos municipais é a visão local dos proble- presentantes Sema, Seaprof, Imac, Bombeiros,
mas e das propostas de soluções diante dos Polícia Militar, Defesa Civil e IDAF) e federal (re-
cenários atuais e planejados de desmatamento presentantes do ICMBio, Incra e Ifac).
e queimadas. Em cada município foram iden-
O quadro 2 apresenta as ações consideradas
tificadas e discutidas, através de um amplo
como fortalezas (pontos fortes) no que diz res-
diálogo, contribuições das comunidades locais,
peito à redução do desmatamento, queimadas
através de oficinas participativas, que permi-
e incêndios florestais e à maximização das ativi-
tiram consolidar e melhorar os resultados das
dades produtivas sustentáveis nos municípios.
análises técnicas.
Foram agrupadas em sete dimensões para me-
Em comum, participaram das oficinas repre- lhor entendimento, e com distinção dos muni-
sentantes da esfera municipal (representantes cípios que fizeram referência a estes, de acordo
do governo municipal, da Câmara de Vereado- a suas realidades.

Quadro 2. Fortalezas identificadas de forma participativa nos municípios, com vistas à redução
dos processos de desmatamento, queimadas e incêndios florestais. A coluna “Municípios” indica
a origem da identificação da fortaleza, em ordem alfabética.

DIMENSÃO PONTOS FORTES MUNICÍPIOS


Presença e/ou atuação do IMAC, IBAMA, ICMBIO, Corpo de Bombeiros e Defesa
Brasileia, Feijó, Jordão, P. de
Fiscalização e Civil no município;
Castro, Rio Branco, S. Madureira,
Controle Criação e implementação de Secretarias Municipais de Meio Ambiente;
Tarauacá
Ações de Fiscalização e monitoramento anual do IMAC e IBAMA.
A. Brasil, Brasileia, Jordão, M.
Lima, S. Madureira, Xapuri, CZS,
Grande parte do território com áreas de proteção ou uso especial (Unidades de
Porto Walter, Rodrigues Alves,
Áreas Protegidas conservação, terras Indígenas), particularmente as que apresentam planos de
M. Thaumaturgo, Tarauacá, Feijó,
manejo e gestão.
Santa Rosa, M. Urbano, Bujari,
Epitaciolândia e Capixaba
Parceria da Prefeitura e Governo do Estado na execução das políticas públicas (ex.
SEAPROF com Secretaria Municipal de Agricultura);
Parceria dos municípios com o SEBRAE; Acrelândia, A. Brasil, Brasileia,
Integração e articulação entre as Organizações indígenas; Capixaba, C. do Sul, Epitaciolândia,
Ações Integradas Organização em cooperativas (ex. piscicultores); Feijó, M. Lima, P. de Castro, P.
Ações de regularização fundiária integradas estado e União (ITERACRE, Programa Acre, P. Walter, R. Alves, S. Madu-
Terra Legal/INCRA); reira, Tarauacá.
Execução de planos de contingência operacional contra incêndios e queimadas
pelo município e o estado
Existência de instrumentos de planejamento e gestão do território (ex. ZEE, ZEAS);
Aquisição de mudas florestais;
Implementação do Programa Estadual de Recuperação de Áreas Alteradas através
da Mecanização e Roçados Sustentáveis;
Ações em Regularização fundiária - Programa Terra Legal do INCRA e Cadastro
Ambiental Rural – CAR;
Prestação de Serviços de Assistência Técnica e Extensão Rural;
Estabelecimento de Programas “Bolsa Verde”, “Florestas Plantadas”, “Fundo Ama- Acrelândia, A. Brasil; Bujari, Bra-
Políticas Públicas
zônia” nos municípios; sileia; Capixaba, C. do Sul, Epita-
Associadas com o
Elaboração e implementação dos Planos de Desenvolvimento Comunitários – PDC; ciolândia, Feijó, Jordão, M. Lima,
Enfrentamento do
Desenvolvimento de programas de incentivos à fruticultura, horticultura, avicultu- M. Urbano, P. de Castro, P. Acre,
Desmatamento e
ra, piscicultura e meliponicultura, e à produção de Castanha; P. Walter, Rio Branco, R. Alves, S.
Queimadas
Adesão ao programa federal de aquisição de alimentos; Madureira, Tarauacá, Xapuri
Existência de planos de Gestão Territorial Integrado, Controle de Queimadas, e
Gestão das Terras Indígenas
Implementação de políticas de fortalecimento das agroindústrias e do polo move-
leiro;
Fortalecimento e valorização dos produtos florestais e do manejo florestal;
Existência de programa de Certificação das Unidades Produtivas Familiares e de
Propriedades Rurais Sustentáveis

18 CONDEMA – Conselho de Meio Ambiente.

70
DIMENSÃO PONTOS FORTES MUNICÍPIOS
Acrelândia, A. Brasil, Bujari, C.
Formação desenvolvida por agentes das Brigadas de Incêndio nas comunidades;
do Sul, Epitaciolândia, Jordão, M.
Cursos oferecidos pelo IFAC, SENAR, Instituto Dom Moacyr com bolsas do
Educação Lima, M. Urbano, Capixaba, P. de
PRONATEC para produtores das comunidades da agricultura familiar;
Castro, P. Acre, R. Alves, S. Madu-
Palestras ministradas pela SEMA e SEMMA na temática de educação ambiental
reira, Tarauacá, Xapuri
Programas “Ramais do Povo” e de construção de açudes;
Acrelândia, C. do Sul, Feijó, Jordão,
Construção de silos graneleiros, tanques de piscicultura e estufas de plástico para
Infraestrutura M. Lima, M. Urbano, R. Branco, R.
cultivo protegido;
Alves, Tarauacá, Xapuri
Melhorias na trafegabilidade pela BR 364

Programas de agroecologia e de sistemas agroflorestais;


Programas de mecanização e irrigação na produção;
Distribuição de sementes (Mucuna, Milho) pela SEAPROF; A. Brasil, Capixaba, Epitaciolândia,
Sistemas de Pro- Acesso ao crédito através do PRONAF; Feijó, M. Lima, M. Urbano, P. Acre,
dução Melhoria no manejo de pastagem; R. Alves, S. Madureira Tarauacá,
Aumento da produtividade, com ênfase nas Unidades de Produção Familiar; Xapuri
Produção de artesanato indígena;
Indústria de beneficiamento de castanha e borracha

As fragilidades (Pontos Fracos) no desenvol- seguem apresentadas no Quadro 3, agrupados


vimento de atividades produtivas e na execução da mesma forma que o quadro anterior.
de política públicas com reflexos nos municípios

Quadro 3. Fragilidades identificadas de forma participativa nos municípios, com vistas à redução
dos processos de desmatamento, queimadas e incêndios florestais. A coluna “Municípios” indica a
origem da identificação dos pontos fracos em ordem alfabética.

DIMENSÃO PONTOS FRACOS MUNICÍPIOS


Pouca e/ou ineficiente fiscalização ambiental;
Falta de Brigada de Incêndio, Defesa Civil e Corpo de Bombeiros no municí- Acrelândia, A. Brasil, Brasileia,
pio, com pessoal e equipamentos suficientes; Bujari, Capixaba, C. do Sul, Feijó,
Fiscalização e Controle Ausência de órgãos ambientais federais e estaduais no município, particular- Jordão, M. Lima, P. Castro, P. Acre,
mente fiscalizadores do meio ambiente; P. Walter, R. Branco, R. Alves, S.
Falta de estrutura física e de recursos humanos nos escritórios da institui- Madureira, Xapuri
ções e secretarias federais, estaduais e municipais
Falta de assistência técnica e extensão rural para as comunidades indígenas;
Inexistência de programas específicos para o entorno das Terras Indígenas; Cruzeiro do Sul, Jordão, Manoel
Fiscalização ineficiente de unidades de conservação e venda de terras no seu Urbano, Porto Walter, Sena Ma-
interior; dureira, Xapuri, Rodrigues Alves,
Carência de planos de uso da terra nos projetos de assentamento; Marechal Thaumaturgo, Tarauacá,
Áreas Protegidas
Políticas tímidas de incentivo à produção agrícola indígena; Feijó, Santa Rosa do Purus, Bujari,
Fiscalização ausente ou ineficiente de unidades de conservação e venda de Epitaciolândia e Capixaba, Assis
terras no seu interior; Brasil, Brasileia, Jordão e Mâncio
Unidades de conservação – ausência de guarda parques; Lima
Unidades de conservação – ausência de equipe mínima para gestão
Carência de organização de comunidades rurais em associações ou coopera-
tivas, ou quando existente incipiente ou pouco efetiva;
C. do Sul, M. Lima, P. Walter, Rio
Falta de integração de ações institucionais para evitar o desmatamento e as
Ações Integradas Branco, R. Alves, S. Madureira,
queimadas;
Xapuri
Inadimplência das associações no pagamento do PRONAF;
Sobreposição de ações e papéis das instituições regulatórias
Falta de política de valorização da conservação ou preservação florestal;
PREVFOGO não trabalha na prevenção de incêndios;
Dificuldade na contenção da invasão de terras;
Baixa qualidade e descontinuidade dos serviços de ATER prestados por
Acrelândia, A. Brasil, Bujari,
empresas terceirizadas;
Políticas Públicas Asso- Brasileia, Capixaba, C. do Sul,
Políticas públicas estaduais não alcançam todos os municípios e quando
ciadas com o Enfrenta- Epitaciolândia, Jordão, M. Lima,
chegam, não contemplam a toda a população;
mento do Desmatamen- M. Urbano, P. de Castro, P. Acre,
Falta efetividade na implantação das políticas públicas produtivas;
to e Queimadas P. Walter, R. Branco, R. Alves, S.
Níveis de investimentos baixos para regularização fundiária;
Madureira, Tarauacá, Xapuri
CAR não implementado totalmente;
Políticas públicas são implementadas com atraso em relação às necessida-
des ou ao calendário agrícola;
Falta de uma gestão local do programa “Bolsa Verde”

71
DIMENSÃO PONTOS FRACOS MUNICÍPIOS
Falta de estratégia e de políticas continuadas de educação ambiental, parti-
cularmente na zona rural;
Falta de conhecimento do uso correto do fogo e pobre conscientização da
população quanto às consequências ambientais e de saúde do uso inade-
quado do fogo;
Ineficiência da capacitação para agricultores sobre a produção agroecológi- Acrelândia, A. Brasil, Brasileia,
ca, bem como legislação ambiental; Bujari, C. do Sul, Epitaciolândia,
Educação Carência de técnicos para capacitação; Jordão, M. Urbano, P. de Castro,
Falta de política de divulgação de Programa de Educação Ambiental; R. Branco, R. Alves, Tarauacá, S.
Falta de assessoria técnica para o uso de equipamentos agrícolas; Madureira, Xapuri
Inexistente ou ineficiente assistência técnica agrícola;
Temas da capacitação não são discutidas com a comunidade;
Carência de novas temáticas na capacitação;
Falta de estratégias e de políticas continuadas de educação direcionadas
para Unidades de Conservação
Impossibilidade ou dificuldade de acesso por via terrestre, sendo os desloca- Brasileia, C. do Sul, Jordão, Feijó,
Infraestrutura mentos feitos de barco e/ou de avião; M. Lima, M. Urbano, P. Walter, R.
Rede de ramais intrafegáveis no inverno; Alves, Tarauacá
Falta de organização de cadeias produtivas;
Incentivo à pecuária de corte;
Desvalorização dos produtos extrativistas;
Acrelândia, A. Brasil, Brasileia,
Dificuldade para acessar as linhas de crédito;
Bujari, Capixaba, Epitaciolândia,
Máquinas e equipamentos insuficientes ou distribuição demorada;
Sistemas de Produção Feijó, M. Lima, M. Urbano, P. Acre,
Alto custo de produção;
R. Alves, R. Branco, S. Madureira,
Falta de garantia de preço justo, de mercado e comercialização dos produ-
Tarauacá, Xapuri
tos;
Baixa adesão dos produtores às práticas agroecológicas;
Falta organização e mercado para a piscicultura;

Como forma de enfrentar os problemas e mencionadas. Neste sentido, destacam-se maior


as limitações dos municípios, foram elencadas investimento na recuperação das áreas já de-
várias estratégias e alternativas aos problemas gradadas e na produção desenvolvida de forma
associados aos desmatamentos, queimadas e sustentável, no estabelecimento e fortalecimen-
incêndios florestais. A Figura 22 apresenta es- to de ações integradas entre os diferentes níveis
tas ações comuns entre os diversos municípios, de governo e a sociedade, e o fortalecimento da
sendo indicado o número de vezes que foram rede de assistência técnica agrícola.

Figura 22. Alternativas e estratégias mais comuns propostas pelos participantes das reuniões de
trabalho nos municípios, categorizadas pelo número de vezes que foram mencionadas.

72
Rio Chandless. Foto: Maurício Galvão/SEMA_AC

5.2 A Estrutura Lógica dos Planos


Municipais de Prevenção e Controle elaborados e implementados - os Planos de Or-
do Desmatamento, Queimadas denamento Territorial Local (marco instrumen-
e Incêndios Florestais tal político e técnico de planejamento e gestão
territorial dos municípios), e o Cadastramento
Os PPCDQm contemplam ações já propostas
Ambiental Rural, que já atingiu grande parte da
no PPCDAm e no PPCDQ do Acre e a estrutura
área cadastrável do estado. Entretanto, os muni-
lógica é muito similar entre eles, sendo compos-
cípios ainda apresentam uma série de demandas
ta por três eixos temáticos - Gestão Territorial,
para ordenamento e mediação de conflitos asso-
Atividades produtivas sustentáveis e valorização
ciados ao território, seja devido ao uso excessivo
de ativos florestais, e Manejo do fogo e combate
dos recursos naturais (ex. retirada ilegal de ma-
às queimadas e incêndios florestais, e por três
deira, desmatamento) como a posse da terra (ex.
eixos transversais - Monitoramento, controle,
concentração fundiária, ocupação irregular por
fiscalização; Pesquisa e Desenvolvimento Tecno-
posseiros de áreas de reserva legal). Estes confli-
lógico, e Formação de Capacidades. As ativida-
tos evidenciam algumas consequências dos prin-
des propostas nos referidos eixos apresentam-
cipais problemas identificados, como o avanço
-se como complementares às ações já propostas
das atividades de pecuária e a pavimentação da
no PPCDQ/AC.
BR 317, ligando o Brasil ao Peru.

5.2.1 Eixo temático Neste contexto faz-se necessário a imple-


– Gestão Territorial mentação de ações que permitam a mediação
de conflitos, bem como o uso racional e recu-
Grande parte dos territórios dos municípios peração dos recursos naturais degradados. São
do estado do Acre tem sua situação fundiária objetivos específicos deste eixo dos PPCDQm (i)
definida, e neles já existem instrumentos de Contribuir com a regularização ambiental e fun-
planejamento econômico e de controle ambien- diária do município, e (ii) Subsidiar a elaboração
tal. Por outro lado, os municípios acreanos têm e implementação do plano de ordenamento e
importantes instrumentos de gestão territorial gestão territorial e do Zoneamento Econômico,

73
5.2.3 Eixo temático - Manejo do
Ambiental, Social e Cultural do município (ZEAS).
Fogo e Combate a Queimadas
Em quase todos os planos municipais, neste e Incêndios Florestais
eixo é proposto a implementação dos OTL como
instrumento efetivo da gestão municipal. Em A expansão da fronteira agrícola na região
particular no município de Rio Branco objetiva- está fortemente relacionada à pecuária exten-
-se, também, atualizar os estudos do ZEAS. Esta siva e atuação dos pequenos produtores, que
iniciativa se justifica na medida em que os mu- são importantes agentes do processo do des-
nicípios precisam ter uma estratégia territorial matamento e, consequentemente no aumento
para suas ações de desenvolvimento, necessi- de focos de incêndios. As queimadas e/ou in-
tando apenas de sua atualização e internaliza- cêndios que ocorrem nos municípios podem ser
ção por parte dos gestores e da comunidade. divididas em (i) limpeza de áreas de floresta para
pecuária ou agricultura (ii) criminosas ou aciden-
5.2.2 Eixo Temático - Atividades tais; e (iii) oriundas de formação de pastagens,
Produtivas Sustentáveis e Valoriza- manejadas a baixo custo.
ção de Ativos Florestais
Este eixo do PPCDQm visa integrar ações
São objetivos específicos deste eixo, fortale- de prevenção, uso adequado e controlado do
cer as cadeias produtivas com bases sustentá- fogo como fator de produção e manejo em ati-
veis e aumentar e conservar os ativos florestais vidades agropastoris ou florestais; bem como o
nos municípios. combate às queimadas e aos incêndios flores-
tais na escala municipal. Para tal é preciso ter
As atividades produtivas sustentáveis e a
pessoal capacitado e equipado para o manejo
valorização dos ativos florestais dependem de
do uso do fogo e combater os focos e risco de
ações que permitam a universalização deste
incêndio nos municípios.
tema no espaço territorial do município. Em
geral o fomento a cadeias produtivas sustentá- Os objetivos específicos são compostos de
veis demanda ações em três eixos: (i) Foco nas ações de educação ambiental, campanhas de
cadeias produtivas prioritárias; (ii) Dimensio- sensibilização, disponibilização de equipamentos,
namento da viabilidade das cadeias produtivas implantação de sistema de detecção de focos, im-
com potencial social no município ligada aos as- plantação de sistemas de comunicação, manejo
pectos de mercado, situação fundiária e regula- de combustíveis e supressão de incêndios.
rização ambiental; e (iii) Provimento de insumos
Os projetos que compõem este eixo do PP-
para o desenvolvimento das cadeias produtivas
CDQm são:
com políticas públicas que garantam assistência
técnica e extensão rural, crédito, adequado es- I. Promover o uso adequado e controlado do fogo
coamento da produção, regularização fundiária como ferramenta de produção sustentável, que
e regularidade ambiental. objetiva divulgar o uso do fogo de maneira con-
trolada como aliado da produção sustentável.
O desenvolvimento de atividades de recompo-
sição florestal, no âmbito da valorização de ativos II. Fortalecer a capacidade técnica e estrutural
florestais, obedece três etapas: quantificação da do Município para manejo do fogo e combate a
demanda para recomposição florestal, instalação incêndios florestais, que objetiva particularmen-
de viveiros de mudas em áreas estratégicas e ela- te o conhecimento do processo, estratégias e
boração e implementação dos planos de recom- inovação no combate a queimadas.
posição florestal de propriedades rurais.

74
5.2.4 Eixo Transversal - Monitora- 5.2.5 Eixo Transversal - Pesquisa
mento, Controle e Fiscalização e Desenvolvimento Tecnológico
O objetivo específico deste eixo é ampliar a ca- A produção de informações, o desenvolvi-
pacidade de monitoramento, controle e fiscaliza- mento e a utilização de ferramentas tecnoló-
ção de desmatamento e queimadas no município. gicas que otimizem e racionalizem o uso dos
recursos naturais é peça fundamental para o
A comunicação e prevenção (campanhas edu-
desenvolvimento sustentável no município.
cativas, planos locais de manejo do fogo e do
Neste contexto é necessário no âmbito do de-
desmatamento, campanhas de fiscalização) de-
senvolvimento do plano, ações de pesquisa e
vem ser um pilar deste eixo, dado que o custo so-
desenvolvimento tecnológico.
cial, econômico e ambiental é muito maior quan-
do as políticas públicas visam remediar os efeitos Para tanto é necessário interagir, prioritaria-
do desmatamento e/ou queimadas já ocorridos. mente, com instituições de pesquisa locais que
possam desenvolver uma carteira de atividades
A capacidade estrutural e técnica do município
focadas nos problemas relacionados à falta de
é inadequada e insuficiente para assumir ativida-
informações e tecnologias do município. A Uni-
des complexas de controle e fiscalização do des-
versidade Federal do Acre- Ufac, Embrapa Acre,
matamento e das queimadas. Muitos municípios
o Instituto Federal do Acre – Ifac e a Fundação de
não tem a presença dos órgãos que fazem parte
Tecnologia do Estado do Acre - Funtac são insti-
do sistema estadual de monitoramento, controle
tuições com perfil para suprir estas necessidades.
e fiscalização, seja pelas dificuldades econômicas
ou pela proximidade com municípios maiores. Os Neste sentido, a proposta deste eixo associa-
órgãos governamentais quando atuantes no mu- se com a reunião de resultados de pesquisa que
nicípio, na maioria dos casos, o fazem de forma já estão disponíveis e estabelecer as demandas,
isolada e compartimentalizada, assim como com para as instituições científicas, para resolução
pouca ou nenhuma participação das comunida- dos problemas de produção em temas prioritá-
des nesse processo, o que diminui a eficiência. rios, tais como: gestão territorial, recuperação
de áreas degradadas e alteradas; sistemas pro-
O monitoramento de desmatamento e quei-
dutivos e extrativismo sustentáveis; eficiência
madas será fortalecido e deverá estar integrado
e sustentabilidade da produção agropecuária e
a Comissão Estadual de Gestão de Riscos Am-
ecologia; e manejo do fogo.
bientais – CEGdRA/SEMA, com o apoio Unidade
de Situação de Monitoramento Hidrometeoroló-
5.2.6 Eixo Transversal
gico e a Unidade Central de Geoprocessamento
– Formação de Capacidades
– UCEGEO, que têm como base as informações
produzidas pelo Centro de Previsão do Tempo e A estratégia de formação de capacidades visa
Estudos Climáticos – CPTEC/INPE e os dados do prover base conceitual e atividades práticas em
Projeto de Monitoramento da Floresta Amazô- temas relacionados a desmatamento e queima-
nica por Satélite – PRODES/INPE. Para emissão das, no âmbito dos diversos níveis sociais, en-
dos alertas utilizam-se da Plataforma Ambiental volvendo as atividades produtivas do município
TerraMA2, também em parceria com o Instituto para alcançar os objetivos de prevenção e con-
de Pesquisas Espaciais – Inpe. trole do desmatamento e queimadas.

O envolvimento das diversas instituições de


ensino, pesquisa e extensão existentes no Es-

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Foto: Divulgação

tado do Acre com potencial e perfil para os te- 5.3 Arranjo de Implementação
mas demandados, é extremamente importante. e Governança
Dentre as quais podemos citar: Secretaria de
A estratégia de implementação do PPCDQm
Estado de Meio Ambiente do Acre, Universida-
considera os mecanismos do PPCDQ-AC, compos-
de Federal do Acre, Instituto Federal do Acre,
tos por um modelo de Governança estruturado
Instituto Dom Moacyr, Embrapa/Acre, Serviço
em funções definidas para cada nível, decidindo
Nacional de Aprendizagem Rural, Instituto Brasi-
também procedimentos associados ao funciona-
leiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais
mento e fluxos de informações, à participação e
Renováveis, Secretaria de Estado de Extensão
ao controle social. Assim, os PPCDQm propõem
Agroflorestal e Produção Familiar, Secretaria de
estratégias de implementação e governança
Estado de Agricultura e Pecuária, e Corpo de
adaptadas à realidade dos municípios que, no en-
Bombeiros Militar do Acre.
tanto, estejam conectadas com os mecanismos
Este eixo de formação de capacidades é es- de implementação em outros níveis.
truturado em três componentes:
No âmbito do Condema, a proposta asso-
a) Formação Técnica/Gestão: aponta a forma- cia-se com a criação de uma Câmara técnica do
ção de técnicos e gestores em temas relaciona- PPCDQm, com a função de articular as reuniões
dos à prevenção e controle de desmatamento e do colegiado de Governança para supervisão e
queimadas, extensão rural e geotecnologias. controle da execução das ações previstas neste
plano. A Secretaria Executiva da câmara técnica
b) Formação Comunitária: visa desenvolver e
é da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, no
aperfeiçoar capacidades de produtores rurais,
papel de secretaria executiva.
agricultores familiares, extrativistas, ribeirinhos
para práticas de produção sustentáveis e técni- O modelo de governança do PPCDQm tem
cas de manejo do fogo, recuperação de áreas como finalidade integrar e estruturar as diver-
degradadas e desmatadas, e manejo do solo. sas instituições e organizações constituídas do
município com potencial e mérito para realizar
c) Educação Ambiental: pretende fortalecer a
funções de caráter operacional, normativo e de
consciência ambiental da sociedade municipal,
controle e supervisão das ações definidas no es-
em especial a temas relacionados ao uso do
copo do plano.
fogo, desmatamento, planejamento e ocupação
territorial, gestão de resíduos sólidos, e manejo O arranjo e funções de governança ficam as-
de produtos químicos perigosos. sim definidos:

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1. Normativo: As secretarias executivas, res- devem atuar de forma articulada, cooperati-
pectivamente, da Semma (municipal) e da Sema va, colaborativa e integradas com os seguintes
(estadual) mobilizam instâncias com vistas a fóruns estaduais constituídos:
normatizar questões relativas aos aspectos le-
a. Comissão bipartite: As autarquias federais,
gais necessários ao pleno desenvolvimento das
as secretarias do Governo de Estado e as insti-
políticas e programas associados ao PPCDQm.
tuições municipais devem articular ações e pro-
Na estrutura de gestão de políticas ambientais
gramas relacionados ao PPCDQm. A frequência
e de produção municipais e alguns casos esta-
de reunião desta instância deve ser no mínimo
duais, esta responsabilidade recai sobre o Con-
de quatro vezes por ano. A responsabilidade de
dema e CEGdRA, sempre de acordo com o con-
mobilizar a instância estará a cargo da Semma
teúdo das matérias a serem normatizadas e com
e/ou Sema que deverão presidir a comissão.
as competências de cada conselho definidas nas
respectivas leis. A frequência de mobilização b. Comitê Gestor do PPCDQm: Diversas se-
destas instâncias depende da demanda gerada cretarias dos Governos Estadual e Municipal,
pela execução dos planos e programas. instituições da sociedade civil organizadas e re-
presentantes de produtores rurais coordenam,
2. Supervisão e Controle Social: A Câmara
priorizam e sugerem ações de Governo e da so-
Técnica do Condema (coletivo de governança
ciedade relativas à estratégia de prevenção e
Condema e CEGdRA, e representantes da Se-
controle de desmatamento e queimadas no Mu-
cretaria Municipal de Meio Ambiente; Ibama;
nicípio. A frequência de reunião desta instância
Imac; Movimentos Sociais locais; representan-
deve ser no mínimo de seis vezes por ano ou de
tes das organizações patronais, dos produtores
acordo com as demandas e prioridades do Go-
rurais familiares, dos pecuaristas, e dos órgãos
verno. A responsabilidade de mobilizar a instân-
de Governo ligados ao fomento da produção fa-
cia é da Secretaria Executiva do Comitê, desem-
miliar) define ações estratégicas e metas anuais
penhada pela Semma e Sema.
do PPCDQm, supervisiona o desenvolvimento
das ações, e aprova os relatórios de execução c. Comissão Estadual de Gestão de Riscos Am-
dos programas. A frequência de reunião desta bientais: membros do Governo Estadual e Federal
instância é de 1 ou 2 vezes por ano. A respon- propõem e avaliam programas, ações e atividades
sabilidade de mobilizar a instância deve estar a voltadas para a prevenção, controle e mitigação
cargo da Secretaria Executiva da Câmara Técnica dos impactos decorrentes de queimadas, secas,
do PPCDQ. desmatamentos, enchentes, acidentes com pro-
dutos químicos perigosos e outros eventos de ris-
3. Articulação política: o órgão ambiental mu-
cos ao meio ambiente. Esta Comissão acompanha
nicipal articula as atividades previstas e outras a
e operacionaliza ações relativas ao PPCDQ, com
ser incorporadas entre os três entes federados.
foco em queimadas. A frequência de reuniões des-
4. Operacional: a Secretaria Municipal de ta Comissão está vinculada a ocorrência de even-
Meio Ambiente operacionaliza as estratégias de- tos extremos e/ou demandas geradas ao longo do
finidas a fim de alcançar a redução de desmata- processo. A responsabilidade de mobilização da
mento e queimadas, a valorização das florestas e Comissão está a cargo da Sema.
o fomento às cadeias produtivas agroflorestais,
além do monitoramento, controle e regulariza-
ção ambiental e produtiva. Para efetivação das
atividades do PPCDQm, as Secretaria Municipais

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