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Factores Que Influenciam o Acesso e Permanência dos Educadores e das Crianças nos
Centros de Educação de Infância
Universidade Pedagógica
Maputo
2018
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Factores Que Influenciam o Acesso e Permanência dos Educadores e das Crianças nos
Centros de Educação de Infância
Educacional.
Universidade Pedagógica
Maputo
2018
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Índice
AGRADECIMENTOS.................................................................................................................................. ix
1.4 Factores de Acesso e Permanência das Crianças nos Centros de Educação de Infância ....................... 20
1.5 Alguns Critérios dos Pais para a Escolha de Um Centro Infantil .......................................................... 22
APÊNDICE I. Exmo Senhor Director do Jardim Infantil Nossa Senhora de Fátima .................................. 44
APÊNDICE IV. Folha de Consentimento Informado aos Pais ou Encarregados de Educação das Crianças
......................................................................................................................................................................48
LISTA DE TABELAS
Tabela 1.Participantes…..………………………..…………………………….………………28
Tabela 3. Discrição das Variáveis de Factores que Contribuem para a Não Permanência do
Educador no Centro de Educação de Infância……………..……………………………………..35
Tabela 6. Descrição das variáveis relacionadas aos Factores de Permanência das Crianças no
Centro Infantil…………………………………………………………………………………….37
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LISTA DE ABREVIATURAS
UP - Universidade Pedagógica
DECLARAÇÃO DE HONRA
Declaro que esta Monografia é fruto de minha investigação pessoal e das orientações do meu
supervisor, o seu conteúdo é original e todas as fontes consultadas estão devidamente
mencionadas no texto, nas notas e na bibliografia final.
Declaro ainda que este trabalho não foi apresentado em nenhuma outra instituição para obtenção
de qualquer grau académico.
________________________________________________
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho ao meu filho Célio Velasco Parruque pelo amor que sempre demonstrou em
me apoiar nos meus estudos.
AGRADECIMENTOS
Em primeiro lugar, agradeço a Deus que me concedeu o dom da vida, que incansavelmente me
apoiou moralmente nesta caminhada em busca de conhecimentos científicos.
O meu supervisor Mestre Adilson Valdano Muthambe, pela paciência demonstrada e pelo
acompanhamento prestado, para que esta pesquisa tivesse enquadramento científico, o meu muito
obrigado.
Instituição que me ajudou a fornecer informações para a realização desta pesquisa, o meu muito
obrigado.
Agradeço a minha família que me encorajou a continuar com os estudos e ao meu saudoso pai e
mãe que partiram deste mundo dos vivos estando agora na glória. Ao meu esposo que esteve
sempre do meu lado nesta caminhada. Aos meus filhos pela compreensão ao longo da minha
formação académica.
A todos que directa ou indirectamente contribuíram para a execução desta pesquisa e para o
sucesso da minha formação meu especial obrigado.
RESUMO
A presente monografia cujo tema é“Factores Que Influenciam o Acesso e Permanência dos
Educadores e das Crianças nos Centros de Educação de Infância, tevecomo objectivosde
compreender os mecanismos de acesso e permanência das crianças nos centros de educação de
infância e indicar os critérios que os encarregados de educação usam para a identificação de um
centro infantil; Para uma abordagem mais exaustiva e compreensiva estruturamos a nossa
abordagem nos pressupostos teóricos na base de BENTO (1995:45), LIBÂNEO (1999), PILLETI
(2004), GASPAR (2010),DUCLS (2003), TELLES (2001), LEINAS (1999), TEXEIRA
(1994),para sustentar aspectos tais como, educação de infância, educadores de infância, centro
infantil, factores de acesso e permanêmcia das crianças nos centros de educação de infância e
alguns critérios que os pais usam para a escolha de um centro infantil. A pesquisa foi efectivada
na base de uma análise criteriosa de 50 elementos da amostra dos quais 3 membros de direcção
do Jardim Infantil Nossa Senhora de Fátima, 17 educadoras e 30 encarregados de educação. Esta
pesquisa foi conduzida segundo a combinação da abordagem qualitativa com uma descrição
matemática e uma análise explicativa. Recorremos a revisão bibliográfica, analisando documento
questionário bem como a entrevista. A triangulação dos dados permitiu uma análise consistente
dos resultados da pesquisa revelando que (i)crianças provenientes de famílias carenciadas pouco
aderem a centro de educação de infância (ii) maior parte das familias cujo orçamento salarial é
minimo, esperaram até que os seus filhos atinjam a idade escolar de modo a frequentar o ensino
basico que é gratuito e obrigatório, o que facilita o seu acesso; (iii)as condições de acesso e
permanência dos educadores no Jardim infantil Nossa Senhora de Fátima é mediante a
presentação da documentação, sendo: Nuit, curriculum, cartão de saúde e entrevista. Os
resultados desta pesquisa indicam que dos 50 elementos da amostra entrevistados (30%) apontam
a observância do ambiente físico, apetrechamento das salas, assim como, o nível das limpezas
como factor determinante na adaptação da criança. Por outro lado, (40%) observam o nível de
formação dos educadores e a relação educador-criança, criança-educador bem como pais-
educador como condição principal para a escolha do centro e permanência, (30%) apontam o
horário de trabalho, como factor principal para matricular o filho no centro infantil.
INTRODUÇÃO
Em Moçambique, cabe a essas duas entidades Ministério da Mulher e Acção Social (MMAS)
e Ministério da educação (MINED) verificar o grau de cumprimento dos programas
(fiscalização do processo de educação pré-escolar), normas bem como as orientações psico-
pedagógicas para que a educação tenha sucesso. Neste contexto, a pesquisa basear-se-á na
análise das condições de acesso, procura e permanência na educação pré-escolar.
Para descrever o nosso problema de pesquisa iniciamos por descrever aspectos da nossa
realidadeapartir doensino pré-escolar que está na responsabilidade do sector privado por isso é
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A educação primária é consagrada como um “bem” valorativo sendo que ela (a educação
básica) é gratuita. Porém, os pais ou encarregados de educação devem satisfazer requisitos
básicos tais como a aquisição de uniforme, pasta escolar, etc. No entanto, a educação pré-
escolar é levada a cabo maioritariamente por agentes privados os quais procuram criar
condições em termos de infra-estruturas para acomodar interesses educacionais.
O acesso a esse tipo de educação pré-escolar exige esforço financeiro por parte dos
encarregados de educação, isso contribui para que não sejam todas famílias que garantem o
acesso da criança ao ensino pré-escolar. Os pais reconhecem a pertinência do ensino pré-
escolar e em alguns casos criam condições para levar as crianças aos respectivos centros ou
escolas de educação de infância para que obtenham esse tipo de ensino. Porém, a fraca
aderência a esse tipo de educação suscita uma série de questões que merecem uma análise
detalhada.
Quais são os factores que influenciam o acesso e permanência dos educadores e das
crianças nos centros de educação de infância contribuem para a aderência neste tipo de
educação?
Um dos motivos que está por detrás da escolha deste tema “Factores Que Influenciam o
Acesso e Permanência dos Educadores e das Crianças nos Centros de Educação de
Infância” é o facto de ter-se observado que o ensino pré-escolar embora seja essencial no
desenvolvimento social e intelectual da criança, verifica-se uma fraca aderência das crianças
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nos centros de ensino pré-escolar ou seja, poucas famílias levam os seus filhos para frequentar
a pré-escola. No entanto, isso leva a um constante questionamento seja sobre os requisitos,
bem como, as condições existentes que permitem o acesso. Portanto, pretendemos com esta
reflexão, analisar as reais condições de acesso e permanência nos centros de educação de
modo a avaliar o seu impacto no processo da educação de infância. A pesquisa esclareceu os
reais motivos bem como as pré-condições de acesso tendo em consideração, no Jardim
Infantil Nossa Senhora de Fátima situado na província de Maputo.
A análise deste tema foi bastante crucial na medida em que clarificou as reais condições de
acesso à educação de infância de modo a perceber os factores que estão por detrás da fraca
aderência ao ensino pré-escolar. Permitiu perceber a relação existente entre as condições de
acesso e as condições de permanência nos centros de educação de infância. Para além disso, o
trabalho contribuiu para o despertar social por parte de quem é de direito, a facilitar o acesso
das crianças e educadores e criar condições para que todas as crianças, independentemente da
condição económica da família, possam garantir a frequência da criança ao ensino pré-escolar
a promover o seu desenvolvimento social e cognitiva. Tratando se de uma pesquisa que
explorou a questão das condições de acesso e permanência indicador de qualidade de ensino
estabelecido pela UNICEF (2007) julgamos que foi um contributo significativo para a
reflexão do processo de ensino e aprendizagem (PEA), nos centros de educação de infância
que tratou se de um estudo pertinente.
Quais são as condições de acesso e permanência dos educadores nos centros de educação
de infância?
Quais são os critérios que os pais e encarregados de educação usam para a identificação de
um centro infantil?
Quais os factores que influenciam o acesso e permanência das crianças nos centros
educação de infância?
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Este capítulo apresenta uma discussão das ideias essenciais e relevantes que de certa forma,
sustentaram o tópico da pesquisa. A revisão da literatura versa sobre os conceitos básicos tais
como: educação de infância, acesso e permanência das crianças nos centros de educação de
infância.
Para PILLETI (2004), “educação de cada povo depende da sua realidade concreta e de seus
valores”.
Assim podemos entender a educação como um processo de mudança do ser humano em todas
as esferas ou dimensões da vida, englobando a componente social, cognitiva, afectiva, física e
cultural que ajuda na formação da personalidade. Esta educação contribui desse modo para o
desenvolvimento da linguagem, do intelecto bem como das habilidades úteis para a vida
colectiva. O processo educativo pode ocorrer do ponto de vista formal, informal e não formal.
Por outro lado KRAMER (1992) define a Educação de infância como sendo uma etapa mais
importante na escolarização da criança dos 0 aos 5 anos, uma vez que ela é o fundamento do
processo educativo cuja finalidade é desenvolver integralmente em todos níveis, sociais,
psicológicos, emocionais e cognitivas da criança na faixa etária dos 0-5anos de idade.
Nas duas terminologias ser educador de infância significa estar em altura do mundo da
criança, é relembrar e escutar a criança que existe dentro de nós para melhor compreendermos
sentimentos dela, pois cada um tem dentro de si o seu ser infantil, ainda no âmbito conceito
importa estabelecer a diferença entre centro infantil, creche e escolinha comunitária.
Ocentro infantil “é uma instituição de educação pré-escolar, que integra creche e jardim
infantil, que se destina ao atendimento de crianças com idades compreendidas entre 0-5 anos”
segundo o Artigo 2 do Regulamento dos centros infantis.
Dessa forma podemos compreender que creche é um ambiente especialmente criado para
oferecer condições óptimas que propiciem e estimulem o desenvolvimento integral e
harmonioso da criança sadia nos seus primeiros cinco anos de idade.
Por outro lado, Escolinha comunitária é uma “Instituição não formal, apoiada pela
comunidade, ONG, ou pelos parceiros de desenvolvimento comunitário, que normalmente
oferece cuidados educativos às crianças de 0 aos 5 anos de vida”, MIMAS (2011:11).
Nas três terminologias a diferença existente é que o centro de educação de infância abrange a
creche que vai dos 0 aos 2 anos e o jardim infantil que vai dos 3 aos 5 anos mas subdividem
se os grupos por faixa etária. Por sua vez a creche encontra-se dentro do centro infantil,
escolinha comunitário como já foi salientado, presta serviços sem fins lucrativos, prestando
deste modo serviços para populações de baixa renda de modo a facilitar o acesso e
permanência a educação pré-escolar.
A Educação da Infancia deve ser entendida em sentido amplo, pois ela pode englobar todas as
modalidades educativas vividas pelas crianças pequenas na família e na comunidade, antes
mesmo de atingirem a idade da escolaridade obrigatória, diz respeito tanto à educação
familiar e a convivência comunitária, como a educação recebida em instituições específicas.
Existem países sobretudo na Europa onde as condições de ingresso e permanência nos centros
de educação de infância são acessíveis a realidade económica dos pais, o que faz com que não
seja difícil para que levem seus filhos. “As condições sociais, económicas ou financeiras dos
pais/encarregados de educação levam a fraca aderência a educação pré-escolar sobretudo
nos países em subdesenvolvimento”, LEINAS (1999).
Entretanto, nos países onde o Estado é responsável directo pela educação de infância, as taxas
escolares são totalmente simbólicas, sendo que os pais têm a facilidade para que os seus filhos
frequentem a pré-escola. Assim, os pais comparticipam nas despesas básicas garantindo dessa
forma, o funcionamento da instituição. A contratação e o pagamento dos funcionários
existentes nesses centros são da responsabilidade do Estado contando com o apoio de algumas
organizações da sociedade civil. Nos centros de educação de infância onde os operadores
agentes privados, os funcionários, educadores, auxiliares bem como os guardas e a
alimentação das crianças é da responsabilidade dos proprietários o que faz com que as taxas
cobradas para o acesso sejam acima das condições financeiras de alguns pais. Portanto, “ para
que este tipo de educação seja levada a cabo, os proprietários ou agentes privados são
obrigados a elevar as taxas de acordo com as exigências do mercado”, TELLES (2001).
Essas exigências podem até satisfazer os proprietários, mas por outro lado, podem
enfraquecer o acesso e permanência das crianças provenientes de famílias de baixa renda com
salário mínimo nos centros de educação pré-escolar.
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No tocante a educação pré-escolar é de sublinhar que esta actividade é levada a cabo por
alguns operadores privados, os quais são responsáveis pela aquisição do espaço para a
construção de infra-estruturas adequadas para o ensino pré-escolar, bem como, a contratação e
o pagamento dos funcionários existentes na instituição. Assim, os operadores privados que
levam a cabo esta actividade são obrigados a elevar as taxas de ingresso a fim de manter a
instituição em funcionamento. Entretanto, tem se verificado que os valores cobrados para o
ingresso das crianças supera as condições económicas de muitas famílias o que limita a este
tipo de educação.
Embora a educação pré-escolar seja levada a cabo por operadores privados, o governo de
Moçambique tem apoiado algumas instituições de educação de infância por meio do MIMAS,
visitando os centros de educação de infância e providencia o apoio caso seja necessário.
Pesquisas realizadas pela UNICEF (2008), sobre a situação da educação da criança em idade
pré-escolar mostraram que apenas 34,3% dos pais ou encarregados de educação levam os seus
filhos a educação pré-escolar sendo que 65,7% não conseguem levar as crianças ao ensino
pré-escolar devido ao elevado custo de vida. Isso faz com que o ensino pré-escolar seja visto
como sendo de “elite” dado as exigências financeiras que acarreta e os pais não conseguem
cumpri-los. Assim, a maior parte das crianças começam a frequentar a escola quando atingem
os 6 anos de idade.
De referir que a educação pré-escolar preconiza não apenas o acesso ou ingresso como
também valores que ditam a permanência. Os pais são obrigados a pagar valores que superam
a sua renda mensal o que leva a fraca afluência a esse tipo de ensino. Uma vez que as
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exigências são elevadas, os pais preferem deixar os seus filhos até que estes completem a
idade para o ingresso na escola. Em alguns casos, é notária a falta de um centro de educação
de infância num determinado bairro, o que leva os pais a optarem pelo ensino primário dado
que os seus filhos serão obrigados a percorrer longas distâncias para chegar ao centro infantil.
Segundo a Convenção sobre os Direitos da Criança (CDC), a educação das crianças cabe
antes de mais aos pais. Quando estes não o podem fazer, o Estado tem o dever de os apoiar.
No entanto o Artigo 19 do (CDC) refere que é obrigação do Estado adoptar medidas
adequadas a protecção da criança contra todas as formas de violência física ou mental,
abandono ou tratamento negligente, maus tratos ou exploração, incluindo a violência sexual,
enquanto se encontrar sob a guarda de seus pais ou de um deles, dos representantes legais ou
de qualquer outra pessoa cuja guarda tenha sido confiada.
Neste contexto, o acesso das crianças aos centros de educação de infância não só depende dos
pais muito menos dos centros infantis, mas sim, cabe ao Estado criar condições de modo a
garantir que todas crianças tenham direito a protecção e acesso a educação pré-escolar
independentimente da sua estatura social. Para tal, há uma necessidade de o governo desenhar
estratégias para a inclusão de todas crianças em idade pré-escolar no sistema nacional de
educação para que possam desenvolver as suas potencialidades dentro de uma instituição
uma vez que a criança precisa sentir-se protegida por todos que lhe rodeiam pois ela tem
direito, dever devidamente pre-estabelecido.
Para DUCLOS (2006), enxistem vários factores inerentes ao acesso e permanêmcia que
influenciam o acesso à educação de infância como é o caso da motivação, ambiente,
metódologia ou estratégia usada e a relação entre os pais e o centro infantil.
Os pais devem sentir se impelidos ou motivados a ingressar seus filhos na pré-escola vendo as
vantagens que este tipo de ensino proporciona aos seus filhos. O currículum escolar deve
sugerir um ambiente de aprendizagem e desnvolvimento integral da criança. Na opinião de
UNICEF (2007), os pais devem reconhecer que o ensino pré-escolar ajuda no
desenvolvimento integral da criança, podendo isso influenciar na aderência a este tipo de
educação” Os pais devem sentir por si a pertinência do ensino pré-escolar vendo os resultados
dos mesmos na convivência diária com os seus filhos. Isso pode motivar para que os pais
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No tocante a permanência das crianças nos centros de educação de infância é de sublinhar que
poucas crianças conseguem concluir o quinto ano do ensino pré-escolar. Os motivos
apontados estão intrinsecamente relacionados com o aumento anual das propinas o que faz
com que certos pais não consigam pagar devido a insuficiência de valores financeiros. “A
permanência nos centros depende fundamentalmente das exigências instituicionais na medida
em que o tempo se vai alastrando, o que leva algumas crianças a não cumprir na integra com
o programa de ensino pré-escolar,” LEINAS (1998).
Cada centro determina um conjunto de critérios para o ingresso na instituição como é o caso
de documentos tais como:
Estes critérios são definidos pelo Ministério da Mulher e Acҫão Social ( MIMAS) abrindo
excenҫão para casos dos centros privados definirem suas proprias normas.
No capítulo anterior, debruçei sobre a revisão da literatura, demos ênfase a elementos que
permitem enquadrar e sustentar teoricamente o meu estudo. Tentamos trazer elementos de
diferentes estudos e autores de modo a facilitar a minha compreensão dos critérios de acesso
e permanência das crianças nos centros infantis tendo em conta as evidências do meu
contexto.
A abordagem da nossa pesquisa foi mista mas com maior enfoque a aspectos qualitativas,
pois baseou-se numa metodologia descritiva com um enfoque holístico de modo a explorar
dados relacionados com a realidade moçambicana, através da revisão bibliográfica,
questionários e entrevistas. A escolha do método qualitativo deveu-se a necessidade de fazer
uma análise comparativa entre os critérios que os pais usam para a escolha de um centro
infantil e os critérios que os centros usam para o acesso das mesmas.
Assim, a minha pesquisa contemplou um universo populacional composto por directores dos
centros infantis, educadores de infância e os pais e encarregados de educação. Deste modo
sinto-me obrigada a determinar um número de sujeitos da pesquisa que permitiu analisar os
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dados de forma exaustiva. Para tal, adoptei um número de participantes de forma estratificada,
onde seleccionei, 50 elementos organizados da seguinte maneira:
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Tabela 1. Participantes
Categoria H M Total
Directores 1 2 3
Educadores - 17 17
Total 16 34 50
A variável sexo permitiu descrever o grupo alvo em termos de género. A participação das
mulheres nos estudos científicos é importante, dado que historicamente a mulher sempre foi
descriminada em vários assuntos académicos, políticos, económicos e neste sentido, há
necessidade de resgatar a figura da mulher. Outro aspecto é que os centros de educação de
infância são na sua maioria muito frequentados por mulheres o que facilitou o contacto com
este grupo alvo ao longo do trabalho de campo.
a) Análise Bibliográfica
Segundo BEZZON (2005), este instrumento é considerado como sendo a base de qualquer
trabalho científico, corresponde a todas obras efectivamente lidas e utilizadas na pesquisa e
facilita na aquisição de dados sobre o tema em discussão, sugestões e opiniões sobre o que os
outros investigaram e disseram sobre o mesmo assunto, o que permite um estabelecimento de
um modelo teórico inicial de referência para análise de dados.
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b) Questionário
c) Entrevista
Apesar destas limitações e tendo em conta o que acima foi descrito, no fim da pesquisa foram
alcançados os resultados desejados.
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Neste capítulo, fiz de forma suscita, a apresentação e interpretação dos dados da presente
pesquisa, na perspectiva de responder aos objectivos que orientam o estudo. Para isso, foram
respondidas as questões de pesquisa que reflectem os objectivos específicos tais como: (i)
Qual é a opinião da direcção do centro de educação de infância em relação as condições de
acesso e permanência dos educadores? (ii) Quais são as condições de acesso e permanência
dos educadores nos centros de educação de infância? (iii) Quais são os critérios que os pais e
encarregados de educação usam para a identificação de um centro infantil? (iv) Quais são as
condições de acesso e permanência das crianças nos centros de educação de infância? As
questões indicam as dimensões da pesquisa.
O Jardim Infantil Nossa Senhora de Fátima é uma instituição privada, que alberga crianças
dos 0 aos 5 anos de idade, inaugurada em2000 pela Ministra da Mulher e Acção Social, teve
como início das actividades no dia 06 de Julho de2000 com uma média de220 crianças e
funciona na modalidade de semi-internato, estando a trabalhar actualmente com220 crianças.
O Jardim Infantil Nossa Senhora de Fátima conta com 30 trabalhadores dos quais uma
directora geral, uma directora pedagógica, um administrativo, um director dos recursos
humanos, uma contabilista, uma recepcionista,16 educadores, 3 agentes de limpeza, 3
guardas, um jardineiro e5 motoristas. Em relação a descrição física do Jardim Nossa Senhora
de Fátima é composta por8 salas de actividades, 7 dormitórios e uma sala polivalente que
corresponde a creche (onde são realizadas diversas actividades) e tem uma planta de 1 piso
em forma de U.
Para além disto o centro tem 2 casas de banho (uma para crianças com características
especificas e outro para trabalhadores, apresenta um pátioamplo com diversas áreas,desde o
local reservado para a recreação das crianças (parque infantil e um jardim) relva e flores.
plantas e outros) bem organizado com bancos apropriados.
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Relato A: Segundo a directora geral do Jardim Infantil Nossa Senhora de Fátima as condições
ou requisitos de acesso das educadoras nesta instituição são, formação na área de educação de
infância, apresentação da documentação referente ao registo criminal, apresentação de 2
fotografias 9/13, boletim de sanidade e aptidão física para trabalhar com crianças e existência
de cabimento orçamental por parte da instituição de infância para o pagamento das
mensalidades. E o acesso para as crianças é mediante apresentação da documentação no acto
da matrícula e o respectivo pagamento das mensalidades. Oamor pelo trabalho por parte do
educador e pais e encarregados de educação é crucial, devendo demonstrarem o interesse e
comprometimento com a instituição, através de uma participação activa nas actividades que
lhes são atribuídas pelo centro.
Relato B:A directora pedagógica ressaltou a questão dos documentos tais como aptidão física
para trabalhar com crianças e muito mais responsabilidade acima de tudo, no que concerne a
comunicação entre a direcção do centro e os pais e encarregados de educação, através de
reuniões trimestrais e as vezes via telemóvel em caso de preocupações como forma de
facilitar o contacto imediato.
A directora pedagógica salientou que, o Jardim Infantil Nossa Senhora de Fátima tem
aderência por causa do prestígio que tem no mercado tendo em conta a qualidade de ensino
que oferece as crianças.Um outro aspecto que merece o nosso apressa é o facto das
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Relato C: Assistente das Educadores: Tem como seu papel promover um ambiente sadio no
seio das educadoras e flexibilizar a planificação das actividades, orientar as educadoras no
caso da execução da planificação e quanto ao acesso das crianças é mediante ao pagamento
das propinas e o não comprimento das mesmas dita a expulsão imediata da criança.
Como pude verificar segundo relatos acima apresentados deixaram claro que o acesso das
crianças neste centro infantil/jardim é mediante ao pagamento das mensalidades nos prazos
acordados no acto da matrícula e o não cumprimento das cláusulas ditará a expulsão imediata
da criança e no caso do educador é através de uma avaliação do desempenho anual no
exercício das suas funções e ter uma óptima experiência (conhecimento prévio do trabalho) o
que facilita e contribui para a melhoria da qualidade dos serviços
Tabela 2.Descrição das variáveis de factores de permanência do educador no centro de educação de infância.
H M Total %
Variáveis
Total 0 17 17 100%
34
Na tabela3, no que diz respeito a não permanência dos educadores nos centros infantis 24%
das educadoras, apontam a insatisfação do pessoal educador durante as suas funções e 18%
indicam o mau relacionamento entre os membros de direcção em relação aos educadores o
que coloca em causa o ambiente de trabalho acarretando assim o desempenho individual do
educador e um número significativo dos entrevistados 59% consideram o baixo salário que os
centros oferecem sendo um factor que contribui para o baixo nível de motivação das
educadoras nas suas funções.
Segundo a Convenção sobre os Direitos da Criança (CDC), a educação das crianças cabe
antes de mais aos pais. Quando estes não o podem fazer, o Estado tem o dever de os apoiar.
No entanto, o Artigo 19 do (CDC) refere que é obrigação do Estado adoptar medidas
adequadas a protecção da criança contra todas as formas de violência física ou mental,
abandono ou tratamento negligente, maus tratos ou exploração, incluindo a violência sexual,
enquanto se encontrar sob a guarda de seus pais ou de um deles, dos representantes legais ou
de qualquer outra pessoa a cuja guarda haja sido confiada. É também responsabilidade do
Estado garantir o bem-estar dos educadores, através da participação com o pagamento
salarial. No caso específico do Jardim Infantil Nossa Senhora de Fátima não acontece por ser
uma instituição privada.
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Tabela 3.Discrição das variáveis de factores que contribuem para a não permanência do educador no centro
de educação de infância
Variáveis H M Total %
Total 0 17 17 100%
Analisando os factores acima indicados pelas educadoras, quando o patronato não respeita os
direitos dos seus trabalhadores pode colocar em causa a motivação dos educadores conforme
refere Mondy citado por TEIXEIRA (1998: 122), motivação é uma vontade de uma pessoa de
desenvolver esforços com vista a prossecução dos objectivos da organização.
Como podemos verificar na tabela 4, a maior parte dos educadores 59% acreditam que o
educador é a chave para a permanência das crianças no centro infantil através de apresentação
do relatório semanal do nível de desenvolvimento das crianças e o estabelecimento de boa
relação com os pais. Por outro lado, 41% apontam a manutenção da boa comunicação com os
pais das crianças assim como o melhor atendimento as mesmas.
Tabela 4. Descrição das variáveis em relação as contribuições do educador para a permanência da criança
no Centro Infantil
Variáveis H M Total %
Total 0 17 17 100%
Estes pais que observam o horário de trabalho optam por este indicador, devido o factor
tempo ou seja, indisponibilidade para estar com a criança devido ao trabalho em que eles
estão exercendo. O que reflecte a preocupação dos pais contemporâneos (falta de tempo).
Tabela 5. Descrição das variáveis relacionadas aos critérios de escolha ou identificação do Centro Infantil
Variáveis H M Total %
Total 27 23 50 100%
Tabela 6. Descrição das variáveis relacionadas aos factores de permanência das crianças no Centro Infantil
Variáveis H M Total %
Total 19 31 50 100%
Como pude verificar nos dados da tabela acima descrita, a permanência das crianças no centro
de educação de infância depende muito mais do do nivel de formacao de educadores onde os
pais consideram que o primeiro contacto com a instituição é determinante para a opção dos
pais e encarregados de educação.
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Outro indicador é o ambiente físico do centro infantil que reúne condições que estimilem a
criança através dos locais específicos para a recreação, associado a beleza na organização do
jardim.
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CONCLUSÃO E SUGESTÕES
Os resultados desta pergunta indicam que dos elementos da nossa amostra entrevistados 30%
apontam a observância do ambiente físico, apetrechamento das salas, assim como, o nível das
limpezas. Entretanto a maior parte dos entrevistados na ordem de 40% olham primeiramente
ao nível de formação de educadores e 30% indicam o horário de trabalho, como condição
principal para a escolha da instituição.
40
Os dados da pesquisa revelam que a maior parte dos centros existentes no Município ka
Mavota são de carácter privado no entanto o acesso e permanência do educador depende das
condições salariais e outras condições relativamente ao relacionamento entre o educador e a
direcção. Segundo relatos colhidos no campo deixaram claro que o acesso das crianças neste
centro infantil é mediante ao pagamento das mensalidades nos prazos acordados no acto da
matrícula e o não cumprimento das cláusulas ditará o fim de acordo e no caso do educador é
através de uma avaliação do desempenho anual no exercício das suas funções. É de salientar
que, a maior parte das educadoras são antigas a trabalhar na área.
De acordo com as conclusões tiradas em função dos resultados obtidos da análise documental
e entrevistas na presente monografia aponta-se as seguintes sugestões que norteiam as boas
práticas no acesso e permanência na educação de infância em Moçambique:
Uma instituição de infância não pode funcionar com problemas de água, oprocesso de asseio
deve se verificar em todos os momentos para garantir a higiene e saúde das crianças.
Todos os processos deve decorrer num ritmo normal pois na criança deve se criar condições
paraaquisição do material didáctico, efectuarvisitas outros centros para uma troca de
experiencias.
Educadores de Infância
Atribuição de incentivos
Premiações etc.
Todas as sugestões devem ser relacionadas com a importância do acesso e permanência nos
centros de educação de infância….dos educadores e das crianças.
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Bibliografia
Convenção sobre os Direitos da Criança. Adoptada pela Assembléia Geral nas Nações Unidas
em 20 de Novembro de 1989.
DUCLOS, Germani. Orientar o meu Filho na sua Vida Escolar. 1 edição, Pré Editoras.
Lisboa. 2006.
GIL, Carlos António. Elaborar o Projecto de Pesquisa. 4ª Edição, editora atlas, 2009.
KRAMER, S. Pré-escola nas Mãos uma Alternativa Curricular para Educação Infantil. R.
Edição Ética, São Paulo, 1992
LEINAS, Rui da Cruz. Educação e Saúde na Infância. Universidade do Nimho, Lisboa, 1999.
NOBRE, Clementina da Glória. Educação de Infância. Editora Paulos, São Paulo, 1997.
PELETTI, Claudino. Didáctica Geral, Editora Ática, 23ª Edição, São Paulo, 2004.
Matilde Parruque, e Sara Tamele vêm por este meio, pedir a V. Excia a colaboração para
concretizar um trabalho de investigação científica no âmbito de uma monografia de
Licenciatura em Educação de Infância, na Faculdade de Ciências de Educação e Psicologia na
Universidade Pedagógica de Maputo. O objectivo do estudo é compreender os mecanismos de
acesso e permanência das crianças nos centros de educação de infância. Para tal, necessitava
que a direcção me autorizasse a trabalhar com alguns intervenientes desta área para posterior
entrevista com a direcção sobre o tema em referência.
Será garantida a confidencialidade das respostas e servirão somente para questões desta
pesquisa.
Análise das Condições de Acesso e Permanência nos Centros de Educação de Infância: Caso
Jardim Infantil Nossa Senhora de Fátima
O questionário que se segue é um guia de entrevista aos directores dos centros de educação de
infância e visa perceber a sua percepção no que concerne ao acesso e permanência à educação
de infância.
Análise das Condições de Acesso e Permanência nos Centros de Educação de Infância: Caso
Jardim Infantil Nossa Senhora de Fátima
Outra
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O senhor (a) está sendo convidado a participar de uma pesquisa com o objectivo de
compreender os mecanismos de acesso e permanência das crianças nos centros de educação
de infância.
Caso aceitar participar, o senhor (a) responderá a um questionário com perguntas relacionadas
ao objectivo acima. O senhor (a) pode sentir certo desconforto em responder as questões a
serem colocadas mas esclarecemos que as informações obtidas serão analisadas em conjunto
com as dos outros participantes da pesquisa, sem nenhuma identificação.
O senhor (a) é livre para retirar o seu consentimento e deixar de participar da pesquisa a
qualquer momento, sem que isso te traga qualquer prejuízo. As informações colectadas, bem
como, a sua identidade, serão mantidas sempre em sigilo. O pesquisador compromete se a
utilizar os dados colectados apenas para gerar conhecimento.
Acredito ter sido suficientemente informado a respeito das informações que li ou que formam
lidas para mim, descrevendo o estudo “os mecanismos de acesso e permanência das crianças
nos centros de educação de infância”. Eu discuti com a pesquisadora responsável pela
realização desta entrevista, a minha decisão em participar deste estudo. Ficaram claros quais
os objectivos de estudo, os procedimentos a serem realizados, as garantias de
confidencialidade e de esclarecimentos permanentes. Ficou claro que a minha participação é
isenta de despesas. Concordo voluntariamente em participar deste estudo e poderei retirar o
meu consentimento a qualquer momento, antes ou durante o mesmo, sem penalidades ou
prejuízo.
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Análise das Condições de Acesso e Permanência nos Centros de Educação de Infância: Caso
Jardim Infantil Nossa Senhora de Fátima
O presente questionário é dirigido aos pais e encarregados de educação das crianças do Jardim
Infantil Nossa Senhora de Fátima e tem como objectivo, a recolha de informações
relacionadas com acesso e permanência das crianças nos estabelecimentos de educação pré-
escolar.
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Outra
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50
Outra
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Outra
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