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Sergio Miceli

&
Carlos Benedito Martins
(organizadores)

Sociologia Brasileira Hoje ii

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Copyright © 2018 by Autores

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(Câmara Brasileira do Livro, sp, Brasil)

  Sociologia Brasileira Hoje II / Sergio Miceli


& Carlos Benedito Martins (organizadores). –
Cotia, sp: Ateliê Editorial, 2018.

isbn 978-85-7480-810-9
Vários autores.
Bibliografia.

  1. Indústria cultural  2. Relações raciais 


3. Sociologia – Brasil  4. Sociologia educacional 
I. Miceli, Sergio.  II. Martins, Carlos Benedito.

18-19384 cdd-301

Índices para catálogo sistemático:


1. Sociologia   301

Cibele Maria Dias – Bibliotecária – CRB-8/9427

Direitos reservados à
Ateliê Editorial
Estrada da Aldeia de Carapicuíba, 897
06709-300 – Granja Viana – Cotia – SP
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2018

Printed in Brazil
Foi feito o depósito legal

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Sumário

Sociologia Nacional e Esfera Transnacional – Sergio Miceli &


  Carlos Benedito Martins. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7

I. SOCIOLOGIA POLÍTICA
Opostos Determinantes: A Sociologia Política Brasileira
  no Século XXI – Renato Perissinotto, Adriano Codato &
  Fernando Leite . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
Sociologia Política: História e Ator – Maria Alice Rezende
  de Carvalho. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 65

II. SOCIOLOGIA DA INDÚSTRIA CULTURAL


Indústria Cultural no Brasil e o Balanço da Sociologia: Dois Pesos,
  Muitas Medidas – Dimitri Pinheiro & Alexandre Bergamo. . . . . . . 89

III. SOCIOLOGIA DA ESTRATIFICAÇÃO


Desigualdade e Estratificação Social no Brasil – José Alcides
  Figueiredo Santos & Celi Scalon. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 147
A Força do Simbólico na Produção de Desigualdades – Edison
  Ricardo Emiliano Bertoncelo. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 187

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IV. SOCIOLOGIA DAS RELAÇÕES RACIAIS


Os Estudos sobre Relações Raciais no Brasil: Uma Análise da
  Produção Recente (1994-2013) – Luiz Augusto Campos,
  Marcia Lima & Ingrid Gomes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 199
Temáticas Emergentes no Estudo das Relações Raciais
  Brasileiras – Antonio Sérgio Alfredo Guimarães. . . . . . . . . . . . . . . 235

V. SOCIOLOGIA DA EDUCAÇÃO
Olhares sobre um Campo em Ascensão – Ana Maria Fonseca
  de Almeida & Ana Paula Hey. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 253
Por uma Sociologia da Educação Diversificada e Abrangente –
  Maria Ligia Barbosa. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 311

Sobre os Autores. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 323

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Opostos Determinantes: A Sociologia
Política Brasileira no Século XXI1
Renato Perissinotto, Adriano Codato & Fernando Leite

A sociologia política possui uma tradição longa e antiga nas


ciências sociais. Seus founding fathers foram, também, grandes
inventores nesse campo disciplinar. Os estudos de Marx sobre
a política francesa de meados do século XIX, as recordações de
Tocqueville sobre a democracia americana e sobre a Revolução de
1789 e os ensaios de Weber sobre as relações entre o capitalismo
moderno e o Estado racional são apenas os exemplos mais evi-
dentes e mais eloquentes do fato de que a sociologia política sur-
giu junto com a própria Sociologia (Aron, 1967; Horowitz, 1972).
A partir de então, a sociologia política consolidou-se, ao longo do
século XX, como um tipo de abordagem praticada por estudiosos
filiados a tradições teóricas muitas vezes rivais, como o marxismo,
o estrutural-funcionalismo, a teoria sistêmica etc.
No Brasil a partir dos anos 1930, e mesmo antes disso, um con-
junto de ensaios pioneiros enfrentou a tarefa de decifrar as contradi-
ções do país e as razões do seu atraso. Octávio Brandão (1926), Oli-
veira Vianna (1927), Virginio Santa Rosa (1932), Sérgio Buarque de

  1. Os autores gostariam de agradecer os comentários do colega Luiz Augusto


Campos (Iesp-UERJ).

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Holanda (1936), Victor Nunes Leal (1948) Hélio Jaguaribe (1950),


Raymundo Faoro (1958), entre outros, pretendiam identificar e ex-
plicar os condicionantes sociais que afastavam a política nacional dos
padrões “representativos” normais dos países centrais. A partir daí
desenvolveu-se, já nos anos 1960, nos principais centros acadêmicos
do país, uma linhagem de trabalhos que olhavam para a “política” a
partir da “sociedade” e investigavam essa relação de universos às vezes
opostos, mas mutuamente determinantes, lançando mão de técnicas
mais modernas de pesquisa e de informações empíricas mais robus-
tas. No Departamento de Ciências Sociais da Universidade de São
Paulo, no Departamento de Ciência Política da Universidade Federal
de Minas Gerais, no Instituto Superior de Estudos Brasileiros, no
Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro foram ges-
tados e produzidos trabalhos importantes que se dedicavam a pen-
sar as classes dirigentes, os sindicatos, os intelectuais, o Estado, as
eleições e os partidos. Fernando Henrique Cardoso (1964), Glaucio
Ary Dillon Soares (1973) Otávio Ianni (1975), Simon Schwartzman
(1975), Maria Isaura Pereira de Queirós (1976b), Luciano Martins
(1976), Francisco Weffort (1978), Sergio Miceli (1979), Fábio Wan-
derley Reis (1983) são alguns dos continuadores e desenvolvedores
dessa tradição intelectual no mundo acadêmico brasileiro.
Este capítulo não trata dos trabalhos pioneiros da sociologia po-
lítica brasileira, nem faz um balanço dos estudos dos seus herdeiros
intelectuais que, já inseridos num mundo acadêmico institucionali-
zado, contribuíram para a consolidação e a divulgação da sociologia
política como perspectiva analítica. Uma série de trabalhos publi-
cados nos últimos anos já fez a história dessa disciplina entre nós
identificando origens, linhagens, momentos de inflexão e rupturas
2
diante da emergência da ciência política . Nossa intenção é, ao invés,

 2. Ver, a esse respeito, Forjaz, 1997; Keinert & Silva, 2010; Leite, Codato, & Pe-
rissinotto, 2018; Limongi, Almeida, & Freitas, 2016; Pereira de Queirós, 1976a;

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opostos determinantes: a sociologia política brasileira...   21

analisar a produção acadêmica recente que se inscreve, de um modo


ou de outro, na grande tradição da sociologia política brasileira. Para
isso, avaliamos um conjunto de 739 artigos publicados em seis pe-
riódicos acadêmicos nacionais num intervalo de cinco anos (2013 a
2017) para identificar algumas características dessa produção: se seus
autores se reconhecem (ou não) como pertencentes a essa perspec-
tiva; que tipo de temas são preferencialmente estudados atualmente;
qual o perfil de gênero dessa produção; que estratégia metodológica
utilizam em suas análises, se quantitativa, qualitativa ou ambas e, por
fim, quem são os autores do ponto de vista de sua filiação institucio-
nal e titulação, ambas no momento da publicação do artigo, e de sua
formação universitária e carreira acadêmicas.
Para realizarmos essa análise, dividimos este capítulo como
segue: formulamos, na primeira parte, uma definição operacional
de “sociologia política” que nos serve de guia para identificar o cor-
pus de artigos que compõem o material de análise nessa população
de 739 textos; na segunda parte, apresentamos as nossas decisões
metodológicas, discutindo suas vantagens e limites; na terceira,
descrevemos a produção de sociologia política analisada aqui em
três etapas (uma análise do conteúdo lexicográfico dos resumos,
dos seus temas de pesquisa e do tipo de metodologia utilizado);
na quarta parte, descrevemos alguns atributos dos autores (gênero,
titulação mais alta, área de formação, instituição de formação e
trajetória acadêmica) de modo a ver, por meio de uma análise de
correspondência, como tais atributos se relacionam entre si e com
as áreas temáticas e a metodologia dos artigos; por fim, a título de
conclusão, fazemos algumas considerações a respeito das caracte-
rísticas mais marcantes dessa produção.

E. P. Reis, 2002; Sallum Junior, 2002. Para um estudo bem específico da história
disciplinar da sociologia política na revista Dados, ver Botelho (2017).

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Limites contínuos: definindo a


Sociologia Política

Na definição de Bottomore a “sociologia política se interessa


pelo poder em seu contexto social”. Essa definição é tão inde-
terminada quanto a de Duverger (1966) – a sociologia política é a
ciência do poder – que fica “impossível”, como reconhece o autor,
“estabelecer qualquer distinção teórica significativa entre sociolo-
gia política e ciência política” (Bottomore, 1979, pp. 7-8). Duas
décadas antes, Bendix e Lipset propuseram uma distinção mais
precisa entre essas duas disciplinas, mas muito reducionista: “a
ciência política começa com o Estado e examina como isso afeta a
sociedade, enquanto a sociologia política começa com a sociedade
e examina como ela afeta o Estado, ou seja, as instituições formais
para a distribuição e exercício do poder” (1957, p. 87). Tentativas
posteriores de precisar o escopo da sociologia política afirmam
que ela seria o ato de prestar atenção aos efeitos políticos [...] de
fatos sociais aparentemente estranhos às atividades políticas” (La-
groye, 1993, p. 13).
Em finais dos anos 1960, Giovanni Sartori elaborou uma dis-
tinção útil e iluminadora entre “sociologia da política” e “sociolo-
3
gia política” (Sartori, 1969) . O seu ensaio é, em boa medida, uma
reação às orientações teóricas, disseminadas durante os anos 1960,
que radicalizaram a perspectiva de uma sociologia da vida política,
notadamente os sistêmicos, os pluralistas e os marxistas. Para es-
sas correntes, apesar das evidentes diferenças entre elas, a política
era um objeto central de análise, mas quase sempre um objeto
passivo, isto é, tudo o que importava (ou “determinava”) ocorria

 3. Os quatro parágrafos seguintes foram retirados, com algumas mudanças, de Pe-
rissinotto (2004). Considerações similares encontram-se em Perissinotto e Leite
(2017).

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fora da política institucional, nela se refletia e, como reflexo, a


política estava condenada a ser explanandum, nunca explanans.
Para Sartori, aqueles que pretendem tomar a sério os estudos
dos eventos políticos devem abandonar a perspectiva da “sociolo-
gia da política”, visto que esta é tão só um sub-ramo da sociologia
empírica, assim como a sociologia da religião, do esporte, do traba-
lho etc. Por essa razão, a Sociologia da política adota sempre uma
estratégia reducionista, que consiste em ver as instituições políticas
como variáveis dependentes a serem explicadas pelos fatores sociais.
Mas, em Sartori, essa recusa da sociologia da política não se traduz
na defesa de uma posição oposta, isto é, de uma estratégia analítica
que simplesmente desconsidere o impacto das condições sociais so-
bre a política ou que inverta a direção da determinação. Para evitar,
ao mesmo tempo, o reducionismo sociológico e o reducionismo
politicista, Sartori defende a perspectiva da “sociologia política”.
Segundo o autor, a “sociologia política” deveria ser entendida
antes de tudo como um “híbrido interdisciplinar” (Sartori, 1969).
O pesquisador influenciado por essa perspectiva não cometerá
qualquer reducionismo e deverá combinar, em suas análises, as
variáveis típicas da sociologia (as macroestruturas sociais) com as
variáveis típicas da ciência política (as instituições políticas) com
vistas a produzir um conhecimento mais adequado dos fatos po-
líticos. Sendo assim, a sociologia política é uma aceitação do fato
óbvio de que os sistemas social, econômico e político são inter-
dependentes. É essa orientação analítica geral contida na definição
sartoriana que nos interessa para a investigação dos artigos aqui
4
analisados .

4. Assim, a maior vantagem deste “híbrido interdisciplinar” é que ele permite pen-
sar como os conflitos sociais são traduzidos (e não puramente refletidos) nas e
pelas instituições políticas (Sartori, 1969, pp. 139-42). A ideia de “tradução” dos
conflitos sociais nas e pelas instituições políticas, como indica Sartori, foi ela-

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Observe-se, portanto, que a locução “sociologia política” não


descreve qualquer “método específico” de análise dos fenômenos
políticos nem sugere qualquer relação causal a priori. A sociologia
política é, na realidade, uma abordagem, uma predisposição, uma
forma de olhar a política sempre buscando a conexão com fatores
externos a ela. É como se entre a política e a sociedade se pudesse
reconhecer, ao mesmo tempo, os limites que demarcam suas es-
pecificidades e a continuidade necessária entre elas: daí o oximoro
“limites contínuos” para descrever esse hibridismo. Por isso mes-
mo podemos encontrar sociologia política, enquanto um “espíri-
to analítico”, nos mais diversos modelos teóricos, adversários no
campo acadêmico e ideológico. Nesses casos, a divergência entre
escolas sociológicas rivais não gira em torno da proposição de que
a política está conectada com a sociedade, mas como ambas se re-
lacionam e que funções a política cumpre no interior dos sistemas
sociais. Em resumo, a divergência está em como explicar a tradu-
5
ção dos condicionantes sociais nas e pelas instituições políticas .
É importante ainda dizer que, enquanto “abordagem” a sociologia
política não se caracteriza por qualquer tema específico, sendo
seus pesquisadores voltados para o estudo de diferentes assuntos
a partir do espírito analítico identificado acima, isto é, procurando
6
conectar “política” e “sociedade” .

borada inicialmente por Martin Seymour Lipset e Stein Rokkan no livro Party
System and Voter Alignments: Cross-National Perspectives (1967).
 5. Para um exemplo de uma batalha teórica travada no interior desse mesmo espí-
rito analítico, ver as críticas recíprocas entre marxistas e teóricos sistêmicos da
política (cf. Easton, 1982; Therborn, 1989).
 6. Nesse sentido, é interessante observar, por um lado, que na lista de grupos de
trabalho do XV Congresso organizado pela SBS (o mais recente disponível no site
da entidade) encontramos grupos dedicados à sociologia da arte, cultura, esporte,
conhecimento, imagem, juventude, economia, mas nenhum grupo dedicado à
sociologia política. Isso ocorre muito provavelmente porque a maioria dos tra-

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opostos determinantes: a sociologia política brasileira...   25

O Que É a Política, Afinal?


Se o espírito analítico, que conduz o pesquisador a observar o
fenômeno político procurando tanto preservar sua especificidade
como conectá-lo com condicionantes sociais, é, por um lado, um
ponto de partida importante para evitar reducionismos sociológi-
cos e formalismos políticos, mostra-se, por outro, claramente in-
suficiente se quisermos lidar com uma definição mais operacional
de sociologia política. Se pretendemos fazer uma sociologia política,
o problema que se apresenta imediatamente é o da própria defi-
nição de “política” de modo a identificar, com precisão, o objeto
de estudo que será alvo daquele espírito analítico proposto pela
definição de Sartori.
Política é, para usar a terminologia de Connolly (1993), um
essentially contested concept, visto que na origem de sua definição
residem sempre preceitos normativos mais ou menos explícitos.
Nesse sentido, a disputa instaurada pelo conceito não pode ser
resolvida com o recurso a evidências empíricas, já que a natureza
dessas evidências está vinculada inextrincavelmente aos pressu-
postos normativos que sustentam o processo de formulação do
conceito. Mais do que isso, trata-se de um cluster concept, isto é,
conceitos “internamente complexos” na medida em que sua plena
caracterização envolve referências a várias dimensões articuladas
que exigem, elas mesmas, novas e complexas definições. Política é,
consequentemente, um daqueles conceitos de aplicação relativa-
mente “aberta”, permitindo às diferentes partes interpretá-los de
maneira distinta, mesmo quando partilham a definição. Por essa

balhos orientados pela perspectiva da sociologia política deve espalhadar-se por


diversos GTs. Por outro lado, a sociologia política aparece como uma das áreas
temáticas na Associação Brasileira de Ciência Política, sem ser, contudo, uma
área dedicada a um tema específico, como as demais.

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razão, envolvem intermináveis disputas sobre o seu uso apropria-


7
do (Connolly, 1993, p. 10) .
Numa tentativa de reduzir a concepção que Connolly (1993,
pp. 12-13) dá do conceito de política, poderíamos dizer que ela se
forma a partir de quatro dimensões articuladas. A primeira delas
tem a ver com a tomada de decisões por autoridades legítimas,
englobando aí tanto a capacidade de certos grupos influenciarem
intencionalmente tais decisões quanto os efeitos sistêmicos, não
intencionais, que podem produzir, prejudicando ou beneficiando
determinados grupos; a segunda dimensão do conceito se refere
aos processos sociais de produção e legitimação de preferências e
identidades dos atores, autorizando umas e estigmatizando ou-
tras; a terceira dimensão tem a ver com as condições sociais, cul-
turais, econômicas e políticas que (in)viabilizam a participação
política dos diferentes grupos na sociedade; e, por fim, o processo
de produção e legitimação da agenda pública que define os confli-
tos e as questões “relevantes” para uma dada sociedade, relegando
8
o resto à condição de assuntos “desimportantes” .
Como bem observa Connolly (1993, pp. 18-20), as diversas
dimensões do conceito permitem aos analistas falar de “políti-
ca” referindo-se alternativamente a algumas delas, mas não ne-
cessariamente a todas. Assim, por exemplo, um observador pode
entender a política essencialmente como tomada de decisão por
autoridades legítimas, mas dificilmente aceitaria chamar por esse
nome a prática de aplicar multas por guardas de trânsito; outros
podem favorecer a análise dos efeitos das decisões, mas dificil-

 7. Assim como os conceitos de “poder” e de “interesse”. Sobre esse ponto, ver Con-
nolly, 1993; Morris, 2002; Perissinotto, 2008.
 8. Se quisermos tornar o conceito ainda mais complexo, podemos adicionar a ele
a distinção entre a dimensão interna, “eastoniana”, da política e sua dimensão
externa, “schmittiana”. Sobre este ponto, ver Poggi, 1978, cap. 1.

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mente as qualificaria de política se tais decisões fossem inócuas;


por outro lado, se uma decisão for tomada por uma autoridade
legítima e produzir resultados coletivos inclusivos e intencional-
mente discricionários, poder-se-á chamar tal procedimento de
“política” sem por isso recorrer, necessariamente, a outras dimen-
sões do conceito; ou se houver um processo de produção de estig-
mas sociais que impeça sistematicamente determinados grupos de
participarem da vida social isso também poderá ser definido como
política, sem que se tenha que recorrer à dimensão decisional da
definição. Assim, por um lado, nenhum critério é suficiente por
si só para definir política e, por outro, não é necessário que todos
sejam utilizados juntos e ao mesmo tempo para se produzir uma
definição de política aceitável para fins analíticos. Isso significa
que a definição de política é ao mesmo tempo analítica (i. e., há
critérios que precisam estar ali e sem os quais o conceito não se
aplica) e sintética (i. e., é preciso uma referência ao contexto para
ver se um dado caso reúne certa soma de critérios, e não necessa-
riamente todos, para ser descrito como “político”).
Frente a essas dificuldades, a definição que empregamos de
sociologia política possui duas características que impactam no
modo pelo qual selecionamos o corpus de trabalhos analisados.
Em primeiro lugar, assumimos uma definição bastante estreita
de política, mais por questões operacionais do que propriamen-
te normativas. A “nossa” sociologia política aplica-se, em termos
gerais, ao conjunto de trabalhos produzidos nos últimos anos que
se referem à política institucional e que têm como objeto as insti-
tuições típicas da democracia representativa liberal – os partidos,
o parlamento e o Estado burocrático –, e que analisam a conexão
dessas instituições com fatores sociais diversos que se encontram,
por assim dizer, “fora” delas. Desse ponto de vista, estamos bem
próximos da tradição da sociologia política brasileira, que sempre

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viu o Estado nacional e as instituições da democracia liberal (ou


a sua negação) como objetos preferenciais (ainda que não únicos)
9
de investigação . Em segundo lugar, a “nossa” sociologia política
mantém-se dentro do espírito analítico sartoriano, isto é, procura
estabelecer conexões entre essa política institucional e certos con-
dicionantes sociais, mas sem enunciar relações de causalidade entre
elas. Ou seja, a grande maioria dos trabalhos aqui analisados não
se preocupa em identificar e anunciar que o fator social “a” causa
o efeito “B” nas instituições políticas. Descrevemos a seguir como,
a partir dessas opções e de posse dessas orientações teóricas mais
gerais, montamos o corpus de textos analisados neste capítulo.

Multileituras opcionais: um método


“objetivista” de abordagem

Para reunir um conjunto de trabalhos que permitissem analisar a


produção mais recente da sociologia política no Brasil optamos por
delimitar um período próximo no tempo (2013 a 2017) e um univer-
so bastante restrito, mas representativo, de periódicos nacionais (Da-
dos, Lua Nova, Opinião Pública, Revista Brasileira de Ciência Política,
10
Revista Brasileira de Ciências Sociais e Revista de Sociologia e Política) .

 9. Estamos próximos também das orientações presentes na sociologia contempo-


rânea. Por exemplo, as referências de Bourdieu à “logica imanente do campo po-
lítico”, à divisão do trabalho político entre “profissionais” (agentes politicamente
ativos, produtores) e “profanos” (agentes politicamente passivos, consumidores,
aderentes, cidadãos comuns) e às condições sociais, econômicas e culturais que
sustentam e reproduzem essa divisão estão claramente ancoradas no espírito
analítico da sociologia política e tendem a identificar a “política” com política
institucional, notadamente as instituições da democracia representativa (políti-
cos profissionais, voto, eleições) (ver Bourdieu, 1998).
10. Apesar do nome, a Revista Brasileira de Ciência Política responde, até o momen-
to, por parte importante da sociologia política feita no Brasil. Ver Leite (2017,
p. 776, Gráfico 4).

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opostos determinantes: a sociologia política brasileira...   29

O intervalo escolhido – cinco anos – representa um espa-


ço de tempo adequado para dar conta de um universo razoavel-
mente amplo de produções, mas também de decantação de temas
prioritários, enfoques e estratégias de pesquisa na comunidade
acadêmica nacional, contornando assim o problema de modas in-
telectuais, por assim dizer.
Os periódicos eleitos exigem uma justificativa mais extensa. Em
primeiro lugar, por que escolher periódicos científicos e não outros
veículos de divulgação? A resposta a essa questão é prática. Se en-
trássemos no domínio da produção em ciências sociais editada em
livros, ou mesmo as dissertações e teses acadêmicas, assumiríamos
11
uma tarefa inexequível, dada a quantidade de trabalhos disponíveis .
Essa impossibilidade, porém, não é o único problema; acessar parte
do material também poderia ser um empecilho, caso o conjunto de
teses e dissertações não estivesse no banco de teses da Capes. Nesse
sentido, a escolha pelos periódicos representa uma dupla solução. Por
um lado, reduz drasticamente o material a ser consultado a fim de
identificar a natureza do seu conteúdo (i. e., se pertencente ou não ao
campo da Sociologia Política, tal como definido por nós); por outro,
como os periódicos escolhidos estão todos no portal Scientific Elec-
tronic Library Online – SciELO, o problema de acesso fica resolvido.
Mas por que esses periódicos e não outros? Pretendíamos li-
dar com um conjunto de revistas que, no período analisado, es-

11. L. W. Vianna, Carvalho, Melo, & Burgos, 1998, já mostravam que, naquele ano de
1998, o número total de teses produzidas na área de ciências sociais foi de 494. Ape-
nas no triênio 2010-2012 os Programas de Pós-Graduação da área de ciência políti-
ca e Relações Internacionais produziram 1.021 trabalhos (229 teses de doutorado e
792 dissertações de mestrado). Ver Capes/MEC (2014a). Os números da Sociologia
são maiores ainda: 847 teses e 1.864 dissertações num total de 2.711 trabalhos (Ca-
pes/MEC. Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior, 2014b).
Se refinarmos a busca por área de concentração, em sociologia política teremos quase
trezentos trabalhos: 209 dissertações de mestrado e 69 doutorados. Ver http://ban-
codeteses.capes.gov.br/banco-teses/#!/ Acesso em 22 agosto 2017.

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30  sociologia brasileira hoje ii

tivessem classificadas no estrato superior (A1, A2 e B1) nas áreas


de sociologia e ciência política no ranking Qualis-Periódicos da
12
Capes . Se a sociologia política continuasse um enfoque impor-
tante nas ciências sociais brasileiras, ela também estaria publicada
nos periódicos mais reputados da área. Pretendíamos examinar
também periódicos que fossem bem heterogêneos (mais socio-
lógicos, mais politológicos, mais generalistas) no que diz respeito
ao elenco de trabalhos editados a fim de aumentar as chances de
acharmos artigos de Sociologia Política.
Uma vez definidos o período de coleta e o universo de publi-
cações, chegamos a um total de 739 textos que apareceram en-
tre 2013 e 2017. Avaliamos sistematicamente todos os resumos.
Para elevar o grau de confiabilidade dessa seleção, uma amostra
de 24 textos foi analisada conjuntamente pelos três autores do
capítulo a fim de aumentar as chances de homogeneidade na
13
coleta . A partir dessa multileitura, definimos se um artigo era
ou não de Sociologia Política, valendo-nos da definição apresen-
tada acima. Chegamos a um total de 210 artigos que compõem
o universo de publicações analisadas. A distribuição da produção
de sociologia política entre as revistas é a seguinte (Tabela 1).

12. “O Qualis-Periódicos é um sistema usado para classificar a produção cientí-


fica dos programas de pós-graduação no que se refere aos artigos publicados
em periódicos científicos. [...] Como resultado, disponibiliza uma lista com a
classificação dos veículos utilizados pelos programas de pós-graduação para a
divulgação da sua produção. [...] A classificação é realizada pelos comitês de
consultores de cada área de avaliação seguindo critérios previamente definidos
pela área e aprovados pelo CTC-ES, que procuram refletir a importância relativa
dos diferentes periódicos para uma determinada área” (Capes/MEC. Coordena-
ção de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior, 2016).
13. Metodologicamente, estamos conscientes que o procedimento ideal seria sub-
meter todos os 739 artigos à tripla coleta e depois medir o índice de concordân-
cia das classificações. Esse procedimento, porém, em função do tempo, inviabili-
zaria a elaboração deste texto.

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opostos determinantes: a sociologia política brasileira...   31

Tabela 1. Universo de artigos analisados por periódico (2013-2017)*

Periódicos Frequência Percentual

Dados 29 13,8

Lua Nova 20 9,5

Opinião Pública 39 18,6

Revista Brasileira de Ciência Política 36 17,1

Revista Brasileira de Ciência Sociais 42 20,0

Revista de Sociologia e Política 44 21,0

Total 210 100,0

* Foram excluídos todos os artigos que, apesar de se adequarem à nossa definição


de sociologia política, eram de autores vinculados a instituições estrangeiras.

Fonte: Laboratório de Análise do Campo Científico – LaCC (UFPR).

A leitura dos resumos serviu para a coleta das demais variá-


veis discutidas a seguir. O total de resumos trabalhados é de 208.
Dois artigos selecionados não tinham resumo. Foram analisadas
as introduções e as conclusões desses textos.

Intervalos coordenados: características


da Sociologia Política brasileira

O Que Dizem os Resumos: Uma Análise do Seu Conteúdo

No universo de 208 resumos, em apenas três deles a locução


“sociologia política” aparece (Benevides, 2017; Luchmann, 2017; J.
J. de Oliveira, 2016), mesmo assim como referência superficial em

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32  sociologia brasileira hoje ii

que se defende a adoção dessa perspectiva para a análise dos objetos


de investigação ali estudados (respectivamente, análise das formas
de classificação produzida pelo Estado brasileiro, das relações entre
associativismo e democracia e da política de ciência e tecnologia
adotada no Brasil). Observa-se que o uso da sociologia política au-
mentaria os ganhos de conhecimento sobre esses objetos.
Fizemos a mesma busca por expressões que pudessem ser
vistas como substitutivas dessa locução, como “sociedade e polí-
tica” (e seu inverso) ou “estado e sociedade” (e seu inverso). Neste
último caso (“estado e sociedade”), a pesquisa retornou seis re-
ferências presentes em quatro artigos (D. R. de Almeida, 2014;
Bresser-Pereira & Bresser-Pereira, 2017; Lavalle & Szwako,
2015; Pires & Vaz, 2014), três deles discutindo, numa perspectiva
teórica, mas atenta a contextos históricos específicos, os proble-
mas da relação entre Estado e sociedade civil e um quarto, mais
voltado para a relação entre Estado e sociedade à luz de proble-
mas de políticas produzidas pelo Estado brasileiro recentemente.
A substituição dos termos “sociedade e política” ou “sociedade e
Estado” por uma combinação que sugerisse unidades mais espe-
cíficas e menos agregadas, como, por exemplo, “gênero e política”,
“raça e política”, “Estado e classe”, “classe e política”, “empresário
e político” (e suas inversões) também não produziram retornos
significativos. Somente no caso da busca por “gênero e política” é
que obtivemos menção em dois artigos (Mendonça & Ogando,
2013; Ramos, 2015) que discutem a representação do feminino
e da divisão sexual do trabalho, respectivamente, na campanha
eleitoral de Dilma Rousseff e nos discursos sobre a política.
Se a locução “sociologia política” (e seus termos correlatos)
não aparece com frequência nos resumos selecionados, é preciso
então olhar o conjunto de palavras do corpus desses resumos. É
bastante significativo que as palavras “política”, “político”, “social”

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opostos determinantes: a sociologia política brasileira...   33

e “públicas” surjam entre as cinco mais presentes nos resumos


analisados, sugerindo a adequação do nosso universo de análise
ao critério teórico utilizado para definir “sociologia política”. A
palavra “política” aparece 347 vezes, sendo disparada a mais recor-
rente, seguida de “político” e “social”, com 129 e 101 contagens,
respectivamente.
Entre os termos que aparecem abaixo dessa contagem, defi-
nindo como patamar inferior o número de dez ocorrências nos
resumos analisados, encontramos, por exemplo, “eleitores” e “so-
ciais” (71 vezes), “governo” (67), “democracia” (60), “direitos” (52),
“partidos” (48), “participação” (42), “eleições” (39), “economia”
(34), “grupos” e “interesse” (33) e “classe” (apenas 26). Esses ter-
mos reiteram a articulação entre a política institucional e o meio
ambiente social como o problema de fundo dos artigos analisados
e, assim, a adequação desse universo de artigos. Essas dimensões
da sociedade (a “política” e o “social”) aparecem por meio de ter-
mos indiretos. Assim, política é o “governo”, a “democracia”, as
“eleições”. Sociedade aparece em palavras como “eleitores”, “in-
teresses”, “economia”, “movimentos”, “desigualdade”, “classes” e
“grupos”. Percebe-se que apesar de não haver referências explícitas
à sociologia política como abordagem eleita, a simples contagem
desses termos sugere a presença do espírito analítico da sociologia
política no sentido de relacionar, de alguma forma, o mundo po-
lítico e o mundo social. Vejamos a seguir, de maneira detalhada,
as famílias temáticas que predominam nessa produção acadêmica.

Afinidades Graduais: Famílias Temáticas da Sociologia


Política Brasileira
Para uma melhor avaliação dessa literatura, procuramos ir além
da indexação dos termos mais frequentes e identificar os temas cen-
trais dos artigos escolhidos. Classificamos então essa produção em

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34  sociologia brasileira hoje ii

oito famílias temáticas. As famílias foram criadas a partir da definição


do objeto de estudo que o(a) pesquisador(a) anunciava no resumo.
Quando essa definição não era muito precisa, examinamos o corpo
do artigo (em especial sua introdução e conclusão) para encontrar
informações que ajudassem a classificá-lo em um dos tipos definidos
por nós. As famílias temáticas então resultantes são as seguintes: 1.
eleições/partidos/legislativo; 2. estudos do judiciário/sociologia do Estado;
3. políticas públicas; 4. estudos de gênero e raça; 5. cultura política; 6. re-
lações internacionais/política externa; 7. comunicação política e 8. outros
temas que não poderiam ser incluídos nesses rótulos.
A primeira categoria, eleições/partidos/legislativo, reúne o
conjunto de textos que discutem a relação entre as instituições
tradicionais da democracia representativa liberal com as forças
sociais externas a elas. Em geral, os textos que se encaixam nesse
grupo pensam as relações entre classes sociais ou grupos profis-
sionais mais específicos (como empresários, trabalhadores rurais
ou urbanos, por exemplo) com os partidos políticos ou a atuação
desses grupos no parlamento, na forma de lobby ou grupos de
interesse. Outros trabalhos procuram analisar o comportamento
14
político-eleitoral de grupos e classes sociais . Incluímos nesse rol
de artigos também aqueles estudos que estabelecem um diálogo
crítico com a democracia liberal. Ao defenderem o desgaste das
formas de representação tradicionais e as promessas presentes em
formas alternativas de participação política, esses ensaios estão
tratando dos problemas e das falhas do procedimento eleitoral,
15
dos partidos e do poder legislativo .
A categoria judiciário/sociologia do Estado combina um tema
clássico da sociologia política brasileira, a sociologia do Estado

14. Por exemplo, Araújo & Borges, 2013; Bello, 2016; Costa, Costa, & Nunes, 2014;
Miguel, Marques, & Machado, 2015; Nicolau, 2014; Rodrigues & Fuks, 2015.
15. Por exemplo, D. R. de Almeida, 2014; Pinto, 2017; Pinzani, 2013.

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opostos determinantes: a sociologia política brasileira...   35

nacional, com um tema mais recente, a sociologia do aparelho ju-


diciário. No caso dessa sociologia do Estado, os artigos procuram
identificar padrões de funcionamento do Estado brasileiro (mas
não apenas) a partir de sua relação com as classes sociais ou com
o regime de funcionamento do capitalismo. Estudos do judiciário,
tributários de uma produção científica bem mais recente, vão desde
uma sociografia de sua composição até questões referente ao acesso
16
à justiça por parte da população trabalhadora do Rio de Janeiro .
A categoria políticas públicas refere-se a estudos sobre o Esta-
do em ação e, também, as ações da sociedade sobre o Estado. In-
serimos aqui todos aqueles estudos que analisam decisões estatais
(de diversas agências, nos diversos níveis, nacional, subnacional
e municipal) e a relação entre elas e determinados interesses e/
ou demandas de grupos sociais específicos. Essa relação é de tipo
diverso: ora se analisa a influência de determinado grupo sobre as
decisões políticas; ora se analisa os efeitos dessas decisões sobre as
condições de vida de grupos sociais específicos, oscilando-se, as-
sim, entre uma Sociologia Política da influência e uma sociologia
17
política dos efeitos decisórios .
Os artigos classificados em estudos de gênero e raça poderiam,
em grande parte, ser inseridos na categoria anterior, pois a maior
parte deles lida com políticas públicas destinadas a mulheres e
afrodescendentes. No entanto, como se trata de um tema de im-
portância crescente na sociologia política, decidimos separá-los
num conjunto próprio. Enquanto as classes sociais estão basica-

16. Ver, para essa categoria, F. de Almeida, 2016; Codato, 2015; Coelho, Sento-Sé,
Fernandes, & Rios, 2016; Falcão & Oliveira, 2013; Possas & Rocha, 2014; Que-
ler, 2014; P. R. dos Santos & Gugliano, 2015, entre outros.
17. Uma lista apenas exemplificativa incluiria: Abers, Serafim, & Tatagiba, 2014;
Cesário, 2016; Gomide & Pires, 2014; Luna, 2014; Mancuso & Moreira, 2013;
Moreira & Cittadino, 2013; Nagem & Silva, 2013.

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36  sociologia brasileira hoje ii

mente ausentes desses trabalhos (tema este presente, sobretudo,


na área temática dedicada ao Estado), gênero e raça aparecem
18
como temas cada vez mais relevantes (ver Tabela 2) .
Cultura política é, originalmente, uma área temática impor-
tante na ciência política, tendo se consolidado como campo disci-
plinar autônomo no interior dessa disciplina. No entanto, estudos
de cultura política trabalham com questões típicas de sociologia
política, já que um dos seus objetivos é analisar o impacto das
variáveis sociais (tais como educação, renda e processos de socia-
lização política) sobre as disposições subjetivas dos agentes em
19
relação às instituições políticas .
Relações internacionais e política externa é uma categoria que,
tal como se apresenta nos artigos analisados, engloba trabalhos
que estudam a relação entre variáveis econômicas e culturais com
as decisões referentes à política exterior do Brasil ou com o de-
senho das relações entre os Estados nacionais. Incluímos esses
estudos como sendo de sociologia política porque eles conjugam
essas duas esferas de atuação dos Estados nacionais no sistema
20
internacional com variáveis de tipo societais .
A categoria comunicação política, também uma área temática
usualmente identificada com a ciência política, descreve artigos que

18. Dentre os 23 estudos desse tipo é difícil eleger os mais representativos. A título
de ilustração (ver: Campos, 2015; Mendonça & Ogando, 2013; Moschkovich
& Almeida, 2015; C. L. P. Oliveira & Oliveira, 2016; Romero & Kerstenetzky,
2015; G. G. da C. Santos, 2016).
19. Nesse sentido, é interessante ver o diálogo que Gabriel Almond e Sidney Verba
estabelecem, no primeiro capítulo do seu livro seminal, com a sociologia, a an-
tropologia e a psicanálise (cf. Almond & Verba, 1989). No corpus de artigos que
analisamos, poderiam ser listados os seguintes estudos de cultura política (Bo-
nifácio, 2013; Fuks, Casalecchi, Gonçalves, & David, 2016; Rennó & Turgeon,
2016; Ribeiro, Carreirão, & Borba, 2016; Silva & Ribeiro, 2016).
20. Ver Gómez & Perez, 2016; Manzur, 2014; Serbin, 2013.

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opostos determinantes: a sociologia política brasileira...   37

analisam os meios de comunicação em sentido amplo (inclusive


redes sociais), seu impacto na vida política e sua conexão com de-
terminados interesses ou perfis de grupos sociais específicos. Assim,
não são estudos que tomam os meios de comunicação (jornais im-
pressos, televisão, redes sociais) como objetos dotados de uma lógi-
ca própria, mas analisam sua relação com outras dimensões da vida
21
social (a política institucional e interesses de grupos mais amplos) .
Por fim, a categoria “outros” inclui, basicamente, dois tipos
de trabalho. Os primeiros têm como tema central o sindicalismo.
No entanto, esses artigos pouco dizem sobre a atuação política
dos sindicatos, centrando-se mais nas características sociais de
sua base de filiados em condições muito específicas. Os segundos
são textos de teoria política que se dedicam a pensar a relação
entre política e sociedade sem aplicar sua teorização à investiga-
ção empírica de algum objeto particular. A Tabela 2 sistematiza a
distribuição dos 210 artigos pelas áreas temáticas.
Há uma predominância das políticas públicas no conjunto de
estudos de sociologia política no Brasil, algo esperado, já que o te-
ma inevitavelmente conecta a ação estatal a interesses de grupos
sociais diversos. Entre os artigos (quase 29% da base de dados) que
se dedicam a essa temática, duas estratégias analíticas são visíveis.
Uma delas, que poderíamos chamar de “eastoniana”, preocupa-se
em analisar a influência de determinados grupos sobre a “alocação
autoritária de valores” que se traduz em políticas de Estado; a se-
gunda, que poderíamos chamar de “lassweliana”, busca, prioritaria-
22
mente, identificar “quem ganha o quê” com as decisões .

21. Para um exemplo desse tipo de estudo ver: Biroli & Mantovani, 2014; Lattman-
-Weltman & Chagas, 2016; Marques, Aquino, & Miola, 2014; Mundim, 2014.
22. Foi-nos observado que a nossa definição de sociologia política seria mais ca-
racterística da ciência política que da Sociologia, o que levaria nossos dados a
revelarem uma presença significativa de áreas temáticas mais próximas da pri-

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38  sociologia brasileira hoje ii

Tabela 2. Áreas temáticas de sociologia política nos periódicos analisados


(2013-2017)

Área Temática Frequência Percentual


Comunicação política 10 4,8
Cultura política 17 8,1
Eleições/partidos/legislativo 43 20,5
Estudos de gênero e raça 23 11,0
Estudos judiciários/Sociologia do
30 14,3
Estado
Políticas públicas 60 28,6
Relações internacionais/política externa 7 3,3
Outras áreas 20 9,5
Total 210 100,0

Fonte: Laboratório de Análise do Campo Científico – LaCC (UFPR).

Numa perspectiva “lassweliana” estão os artigos dedicados a


analisar o impacto do desenho institucional sobre o desempenho
das políticas públicas e, em alguns casos, seus efeitos sobre os
grupos-alvo dessas políticas. Aqui encontramos pesquisas dedi-
cadas às mais diversas áreas (políticas sociais, políticas de saúde,
políticas de assistência social, políticas de ciência e tecnologia
etc.), nas mais diversas instituições (conselhos gestores, agências

meira, como estudos legislativos e políticas públicas. Um indício desse viés seria
o uso de Harold Lasswell e David Easton, dois eminentes cientistas políticos,
para caracterizar os estudos de políticas públicas por nós analisados. A obser-
vação é pertinente, mas seria interessante comentar que o neoinstitucionalismo
histórico acusou a abordagem desses autores de ser excessivamente “centrada na
sociedade”. Quanto a esse ponto, cf. Skocpol, 1985. Vistos como excessivamente
politicistas por uns e exageradamente sociológicos por outros, Easton e Lasswel
parecem merecer o título de sociólogos políticos.

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opostos determinantes: a sociologia política brasileira...   39

estatais nos três níveis da federação, conselhos de Estado etc.).


Entre os trabalhos orientados pela perspectiva “eastoniana”, há
um claro predomínio daqueles que investigam a relação entre mo-
vimentos sociais e o processo decisório de políticas públicas que
giram em torno de temas como problemas ambientais, segurança
pública, política urbana, migração, distribuição de terras, direitos
humanos, aborto, moradia, quilombolas, movimentos de atingidos
por barragens e movimentos religiosos. Há também aqui alguns
estudos voltados para a análise da política econômica e sua relação
com empresários e trabalhadores.
No caso dos artigos sobre gênero e raça (11% do total), as
investigações se dão, geralmente, em torno de dois grandes as-
suntos. O mais frequente é a relação entre gênero, raça e repre-
sentação política. Busca-se enfatizar a ausência desses grupos
nas instituições da democracia representativa, notadamente no
parlamento e nos partidos políticos. O segundo deles é o tema
da relação entre políticas sociais e questões de gênero e raça,
com especial atenção para as formas de superar a desigualdade
que afeta esses grupos.
Estudos sobre eleições, partidos e legislativo também repre-
sentam um percentual significativo dos artigos analisados (20,5%).
Como se trata de trabalhos de sociologia política, essas inves-
tigações não se limitam a analisar as características institucio-
nais desses objetos, como é típico da ciência política mainstream
de orientação institucionalista. Nesse caso, temos trabalhos que
se dividem, basicamente, em dois grandes grupos. De um lado,
os artigos que investigam o funcionamento das democracias re-
presentativas; de outro, estudos que procuram analisar a crise das
democracias representativas e a potencialidade democrática de
atores e de instituições participativas alternativas (conselhos ges-
tores, orçamentos participativos e movimentos sociais).

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40  sociologia brasileira hoje ii

No primeiro conjunto de trabalhos – sobre o funcionamen-


to das democracias – é possível identificar três tipos de temas
predominantes: o estudo dos políticos, o estudo do eleitor e o
estudo da ação política de grupos específicos. No primeiro ca-
so, dá-se especial atenção à análise das carreiras, das trajetórias,
da crescente profissionalização da atividade política no Brasil e
das características do recrutamento da elite, sobretudo em nível
nacional. No segundo caso, trata-se do tema clássico do compor-
tamento eleitoral, em que se busca encontrar os determinantes
do voto do eleitor, com especial atenção às variáveis “ideologia”,
“voto retrospectivo” (aqui predominando o impacto das políticas
sociais sobre a decisão de voto de grupos específicos), “ideologia”
e “identificação partidária” e, por fim, variáveis sociais (como es-
colaridade, renda). Alguns poucos estudos analisam esses temas
em períodos históricos anteriores, como a Primeira República e
o imediato pós-1930, mas há uma ausência quase completa, na
sociologia política brasileira, de uma perspectiva histórica (isto é,
processos através do tempo e não objetos situados no passado).
Por fim, há trabalhos que investigam a atuação política de grupos
da “sociedade civil” procurando interferir no funcionamento do
parlamento e no processo eleitoral, tais como empresários e gru-
pos evangélicos.
A área de estudos jurídicos e sociologia do Estado (14,3%)
identifica o perfil social do judiciário brasileiro e o padrão de
funcionamento do Estado nacional, interpretando-o a partir de
sua conexão com grupos e classes exteriores a ele. Nesses casos
são três os temas mais importantes. O primeiro deles tem a ver
com a formação de elites estatais e a formação da institucionali-
dade do Estado, sobretudo na sua relação com a “sociedade civil”
(movimentos e classes sociais). Não se trata de analisar o Estado
“como instituição”, separadamente das forças externas a ele, mas,

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opostos determinantes: a sociologia política brasileira...   41

ao contrário, em conexão com elas. O segundo tem a ver, em


termos muito gerais, com a relação entre Estado e capitalismo
numa perspectiva tipicamente marxista, procurando entender
como o atual estágio do capitalismo afeta a capacidade de ação
dos Estados nacionais e de formação de Estados de bem-estar
social. No último conjunto de trabalhos dessa área, há pesqui-
sas que se dedicam a entender o funcionamento do judiciário
brasileiro, seu papel político e sua relação com grupos sociais.
Ainda na temática dos Estados nacionais, podemos adicionar o
percentual referente aos ensaios sobre relações internacionais e
política externa (apenas 3,3% do total) que também têm o Esta-
do nacional no centro de suas preocupações, embora analisando-
-o na sua relação com outros Estados e não com os grupos da
sociedade civil em que opera. Aqui há trabalhos focados na for-
mulação de políticas externas, na construção de agências estatais
especializadas na relação com outros Estados e na formação de
lideranças regionais.
Por fim, temos as áreas temáticas de cultura política (8,1%)
e comunicação política (4,8%). Cultura política lida tradicional-
mente com temas que podem ser classificados no campo da so-
ciologia política. Em geral, são trabalhos que se preocupam em
identificar a percepção e o grau de confiança que determinados
atores políticos (eleitores, lideranças políticas e religiosas) têm
em relação à democracia e suas instituições e como determinadas
variáveis sociais (escolaridade, renda, capital social) afetam suas
orientações atitudinais. No caso de estudos de comunicação polí-
tica, predominam trabalhos que focam em três temas. Primeiro, a
abordagem da grande imprensa sobre questões políticas canden-
tes (como corrupção, por exemplo); segundo, o comportamento da
grande imprensa nas campanhas eleitorais e seus interesses nesse
campo; e, por fim, a análise das mídias sociais e das interações dis-

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42  sociologia brasileira hoje ii

cursivas que aí ocorrem em torno da política, discutindo-se, com


alguma frequência, o impacto disso para a teoria da democracia.
Uma síntese da Tabela 2 permitiria reduzir todas essas cate-
gorias relevantes a apenas dois grandes temas: “Estado” e “Demo-
cracia”. O dendograma (Figura 1) mede as afinidades graduais
entre as sete áreas temáticas por similaridade de palavras. Nesses
casos, as áreas são dispostas nas linhas do banco de dados e cada
palavra diferente que nelas aparece preenche uma coluna do mes-
mo banco; cada célula das colunas registra o número de vezes que
uma determinada a palavra aparece na fonte.

Figura 1. Dendograma por similaridade lexicográfica entre áreas temáticas da


sociologia política brasileira nos artigos analisados

Fontes em cluster por similaridade de palavras

Resumo area tematica RRII_politica externa


Resumo area tematica comunicacao
Resumo area tematica estudos de genero e raca
Resumo area tematica politicas publicas
Resumo area tematica sociologia juridica e do estado
Resumo area tematica outros

resumo area tematica cultura politica


resumo area tematica eleicoes_partidos_legislativo

Fonte: Laboratório de Análise do Campo Científico – LaCC (UFPR).

A imagem revela algo interessante quando as fontes (isto é, os


resumos separados por área temática) são comparadas. Relações
internacionais e comunicação política aparecem como os assun-
tos mais distintos entre si, com baixa similaridade de palavras.
Relações internacionais e política externa, a bem da verdade, é o

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opostos determinantes: a sociologia política brasileira...   43

grupo que tem menor similaridade com todas as demais (com o


coeficiente de Pearson atingindo os escores mais baixos). Ao contrá-
rio, os estudos que giram em torno do Estado, a saber, análises do
judiciário e sociologia dos Estados nacionais, políticas públicas, de
um lado, e gênero e raça, de outro, são os que obtêm os mais altos
escores de similaridade de palavras. O mesmo acontece com os
estudos sobre democracia (cultura política e instituições: eleições/
partidos/legislativo).
Esses dois conjuntos de fontes com alta similaridade de pa-
lavras (gênero e raça, políticas públicas, Estado, por um lado, e
cultura política, eleições/partidos/legislativo, por outro), por sua
vez se conectam. Isso sugere uma tendência a focar as conexões
entre as ações estatais e as instituições típicas da democracia re-
presentativa, seja para entendê-las, seja para apontar seus limites
e identificar formas alternativas de participação política por parte
de grupos sociais diversos. Esse predomínio de trabalhos que, ao
fim e ao cabo, falam de Estado e democracia reiteram uma forte
tradição da sociologia política brasileira.

Metodologia e Áreas Temáticas


Qual é o tipo de metodologia utilizada pela sociologia política
nos artigos analisados?
Os dados revelam que há um grande predomínio de me-
todologias qualitativas, que estão presentes em 65,9% dos tra-
balhos. Artigos que utilizam métodos quantitativos perfazem
28,7% do total e apenas 5,4% lançam mão de métodos mistos
que combinam metodologias quantitativas e qualitativas. O
emprego de metodologia quantitativa se expressa tanto no uso
de frequências simples quanto na aplicação de testes estatís-
ticos mais sofisticados, como regressões logísticas. A metodo-
logia qualitativa é, em geral, a combinação de entrevistas em

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44  sociologia brasileira hoje ii

profundidade com análises interpretativas ou a adoção de nar-


rativas que procuram capturar micromecanismos explicativos
dos fenômenos analisados.

Tabela 3. Área temática e tipo de metodologia (% e n)

Quali-
Área temática Quali Quanti Total
quanti
Comunicação política 60,0 (6) 10,0 (1) 30,0 (3) 100,0 (10)

Cultura política 29,4 (5) 5,9 (1) 64,7 (11) 100,0 (17)
Eleições / partidos /
32,6 (14) 7,0 (3) 60,5 (26) 100,0 (43)
legislativo
Estudos de gênero
78,3 (18) ,0 (0) 21,7 (5) 100,0 (23)
e raça
Estudos judiciários /
70,0 (21) 10,0 (3) 20,0 (6) 100,0 (30)
sociologia do Estado
Políticas públicas 63,3 (38) 10,0 (6) 26,7 (16) 100,0 (60)
Relações internacionais
85,7 (6) ,0 (0) 14,3 (1) 100,0 (7)
/ política externa
Outras áreas 85,0 (17) ,0 (0) 15,0 (3) 100,0 (20)

Total 65,9 (125) 5,4 (14) 28,8 (71) 100,0 (210)

Fonte: Laboratório de Análise do Campo Científico – LaCC (UFPR).

Os dados revelam relações interessantes. Primeiramente, a so-


ciologia política da cultura política é, de longe, a mais vinculada
ao uso de métodos quantitativos (quase 65% dos casos). Isso se
explica pela proximidade dessa área, desde as suas origens, com
uma ciência política de influência norte-americana, na qual o uso
de técnicas estatísticas de controle de variável foi sempre um re-
curso metodológico importante. Nas demais áreas temáticas, há
grande predomínio de uso de metodologia qualitativa, particular-

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opostos determinantes: a sociologia política brasileira...   45

mente em gênero e raça (78,3%), judiciário/sociologia do Estado


(70%) e relações internacionais (85%). Políticas públicas tem um
percentual menor (63%%), mas ainda predominante, de traba-
lhos qualitativos. A área mais equilibrada entre quali e quanti é a
de eleições/partidos/legislativo, em que os percentuais estão mais
bem distribuídos entre as duas metodologias; isso se explica, em
grande parte, pela presença de trabalhos que discutem os limites
da representação liberal, que quase sempre têm um perfil teórico
acentuado. Estudos que combinam técnicas qualitativas e quan-
titativas inexistem nas áreas de relações internacionais e gênero e
raça e nunca passam de 10% nas outras categorias.

Quem são os sociólogos políticos brasileiros

Vejamos quem são os autores dos artigos aqui analisados do


ponto de vista do seu gênero, de sua titulação mais alta, de sua for-
mação acadêmica e instituição em que obtiveram aquela titulação
e do tipo de caminho que seguiram na sua formação acadêmica,
da graduação até o título mais alto.
Um esclarecimento antes de prosseguir se faz necessário. É im-
portante lembrar que estamos falando, neste momento, dos autores e
não mais dos artigos por eles publicados. A coleta de dados baseou-se
apenas nos primeiros autores, que tendem a ser as lideranças acadê-
micas de coletivos de pesquisa, de onde, em geral, veem os trabalhos
23
em coautoria . Portanto, estamos lidando agora com um N de 181
indivíduos. Os dados sobre eles podem ser vistos na Tabela 4.

23. Dos 210, 46,7% foram escritos por um único autor. Os demais, por dois ou mais
autores.

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Tabela 4. Gênero, titulação, formação acadêmica, origem institucional e tipo de


carreira dos primeiros autores (2013-2017)

Variável Frequência Percentual


Sexo
Masculino 114 63,0
Feminino 67 37,0
Total 181 100,0
Titulação*
Doutor 142 78,5
Mestre 37 20,4
Graduado 2 1,1
Total 181 100,0
Área **
Ciência Política 79 43,6
Ciências Sociais/Antrop. /Sociologia 56 30,9
Direito/Relações Internacionais 11 6,1
História 8 4,4
Economia 6 3,3
Outros 21 11,6
Total 181 100,0
Instituição *** 43 20,5
USP 36 19,9
Unicamp 26 14,4
Iuperj/Iesp 21 11,6
Estrangeiras 21 11,6
UnB 14 7,7
UFMG 13 7,2
UFRGS 11 6,1
Outras instituições 39 21,5
Total 181 100,0
Trajetória de formação**** 23 11,0
Mista 102 56,4

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Ciência Política pura 31 17,1


Sociologia pura 21 11,6
Outras carreiras puras 27 14,9
Total 181 100,0

   * Titulação mais alta.


  ** Área de formação em que obteve a titulação mais alta. A categoria “outros” inclui casos
dispersos entre as seguintes áreas de formação: Comunicação, Educação, Energia, Esta-
tística, Estudos de cultura contemporânea, Estudos literários, Extensão rural, Filosofia,
Governo, Planejamento urbano, Política ambiental, Políticas públicas e desenvolvimento,
Serviço Social, Sociologia Política. Esta última representava apenas um caso. A formação
em “Sociologia e Antropologia”, na UFRJ, apenas dois casos, foi registrada como sociologia.
  *** Instituição em que obteve o título. A categoria “outras instituições” reúne várias universi-
dades federais diferentes.
**** Trajetória por áreas de formação, da graduação à titulação mais alta. A categoria “outras
carreiras puras” registra casos dispersos em Antropologia, Ciências Sociais, Economia,
Filosofia, Direito, Relações Internacionais, Educação, Estatística, Comunicação. A gra-
duação em Ciências Sociais foi tomada como “coringa” para Ciência Política, Sociologia
e Antropologia. Por exemplo: quando o indivíduo tem graduação em Ciências Sociais,
mestrado em Sociologia e doutorado nesta mesma área, sua trajetória é classificada como
Sociologia pura.

Fonte: Laboratório de Análise do Campo Científico – LaCC (UFPR).

Os dados revelam o predomínio de homens entre os autores


e o caráter essencialmente misto, do ponto de vista da formação,
daqueles que atuam no interior desse “híbrido disciplinar”, para
utilizar a expressão de Sartori, que é a sociologia política. O fator
predominante é a titulação de doutor, representando 78,5% dos
181 indivíduos analisados. No entanto, essa unidade cede espa-
ço à diversificação quando olhamos para as demais variáveis. A
área de formação em que se obteve o título mais alto se divide
entre ciência política (43,6%) e ciências sociais/antropologia/so-
ciologia (30,9%). Os demais (25,4%) se espalham por diversas
carreiras. No que se refere às instituições, USP, Unicamp e Iuperj/
Iesp predominam, o que é compreensível, dado o maior número
de profissionais na região sudeste. Além da UnB, UFMG e UFRGS,

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um grande número de universidades federais foi responsável pela


titulação dos autores.
Esse caráter se acentua ainda mais quando levamos em conside-
ração toda a trajetória de formação dos autores. Nesse caso, a maioria
tem um itinerário misto, isto é, executam uma espécie de ziguezague
entre diferentes áreas de formação, desde a graduação até a titulação
mais alta. ciência política e sociologia, como era de se esperar, predo-
minam como trajetórias puras frente a um conjunto bastante diversos
de outras trajetórias puras em áreas distintas entre si.
Por fim, seria interessante saber como essas variáveis de for-
mação se relacionam entre si e com as demais variáveis analisadas
anteriormente, em especial área temática dos artigos e metodolo-
24
gia. A Figura 2 a seguir sintetiza esses dados .
A Figura 2 volta a incluir os 210 textos selecionados porque
agora relacionamos os atributos dos atores com as características
dos artigos. Plotamos no espaço multidimensional as variáveis

24. Para circunscrever a situação da sociologia política no Brasil, apresentamos um grá-


fico de Análise de Correspondência Múltipla (ACM) ou analyse factorielle de corres-
pondences (Benzécri, 1984). Essa análise multivariada mapeia as relações entre dados
categóricos a partir de análise geométrica de tabelas de contingência (Le Roux &
Rouanet, 2004)an approach that has become more and more used and appreciated
over the years. This book presents the full formalization of GDA in terms of linear
algebra – the most original and far-reaching consequential feature of the approach
– and shows also how to integrate the standard statistical tools such as Analysis of
Variance, including Bayesian methods. Chapter 9, Research Case Studies, is nearly
a book in itself; it presents the methodology in action on three extensive applica-
tions, one for medicine, one for political science, and one for education (data bor-
rowed from the Stanford computer-based Educational Program for Gifted Youth,
transformando dados não-métricos em métricos e fornecendo uma representação
espacial da interdependência entre eles. A ACM projeta num espaço euclidiano linhas
e colunas de uma tabela multidimensional de dados nominais. O resultado é uma
nuvem de pontos de objetos a partir de todos os cruzamentos possíveis entre as va-
riáveis escolhidas para a análise. Esse é, assim, um método de visualização de dados
(Beaudouin, 2016, p. 20), mas não de teste de teorias. Ele não postula causações; a
finalidade desse tipo de gráfico é, antes de tudo, descritiva.

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Figura 2. Análise de correspondência múltipla: atributos dos autores e dos


artigos de Sociologia Política no Brasil (2013-2017)

Fonte: Laboratório de Análise do Campo Científico – LaCC (UFPR).

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“área de formação”, “instituição de origem”, “trajetória acadêmi-


ca” e “sexo” do(as) autor(as), juntamente com a “área temática” e
a “metodologia” dos artigos. O “modelo” de análise – que supõe
que todas essas características juntas podem explicar como esse
domínio de conhecimento está organizado tanto intelectual co-
mo institucionalmente – é aceitável (Alfa de Cronbach de 0,611),
ainda que abaixo do valor canônico de 0,7. Isso permite avançar
alguns comentários sobre a sócio-lógica subjacente a esse campo.
É possível ler todo o gráfico de pontos de categoria (Figura 2)
a partir das trajetórias de formação dos autores, isto é, “ciência po-
lítica pura”, “sociologia pura”, “antropologia pura” (que resolvemos
desagregar apenas para essa ACM) e “outras trajetórias” percorridas
em áreas distintas daquelas que usualmente são definidas como
sendo parte das ciências sociais.
Ciência política “pura” no quadrante superior direito opõe-
-se espacialmente à Sociologia e à Antropologia “puras” (no qua-
drante superior esquerdo), que se antagonizam, todas as três, com
“outras trajetórias” acadêmicas, situada no quadrante inferior es-
querdo. Aliás, são esses autores, formados em carreiras que não as
tradicionais de ciências sociais, aqueles que mais tendem a produ-
zir em “comunicação política”. Cientistas políticos, por trajetória
ou por formação, escrevem mais sobre “cultura política” e sobre
instituições políticas (i. e., Estado, partidos, legislativo, judiciário),
abordam esses objetos mais de forma quantitativa (ou quantitati-
va/qualitativa) e tendem a reunir, nesse grupo, mais homens.
As trajetórias de sociologia pura e antropologia pura se encon-
tram, como dissemos, no mesmo quadrante, revelando a proximidade
entre esses dois campos do conhecimento. Seus autores produzem
fundamentalmente nas áreas de gênero e raça e de políticas públi-
cas e, nas suas pesquisas, lançam mão tendencialmente de métodos
qualitativos. As mulheres estão mais próximas dessas duas trajetórias.

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Quando se consideram as universidades de origem, Unicamp


está mais perto desse último grupo do que dos demais, enquanto
Iuperj/Iesp, UnB e UFRGS ficam no grupo dos politólogos que fazem
sociologia política. A USP, com forte tradição nas três áreas, signi-
ficativamente se encontra bem no meio desses dois grupos. Essas
são, é sempre bom observar, tendências e não relações exclusivas.
De toda forma, como a maioria dos atributos, tanto de au-
tores, como de artigos, está bem próxima do centro do gráfico,
isso significa que essas características estão disseminadas por uma
grande parte dos agentes e não se constituem, ainda, em proprie-
dades específicas de subgrupos bem definidos. Pode ser que, à
medida que a produção científica nessa área aumente, o campo
de conhecimento fique mais estruturado (ou mais hierarquizado).

Conclusão: a Sociologia Política


no Brasil hoje

A título de conclusão, elaboramos dois conjuntos de comen-


tários, um voltado para as questões teóricas discutidas no início e
outro para questões mais substantivas, que sintetizam as desco-
bertas empíricas dessa investigação.
Com relação às questões de definição, ressaltamos três pontos.
Primeiramente, a Sociologia Política não é uma teoria nem um
método específico. Constitui-se, antes, em uma “abordagem”, isto
é, um espírito analítico que pretende lançar olhar atento com a
máxima atenção às conexões entre a esfera da política e do social.
Essa característica não se perde nem mesmo quando optamos por
uma definição restritiva do que seja a “política”, como fizemos ao
restringir o vocábulo à dimensão institucional da democracia re-
presentativa. Até nesse caso, a política permanece suficientemente
ampla para contemplar uma grande diversidade de ações sociais

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portadoras dos mais diversos significados e executadas pelos mais


diferentes agentes. Na produção aqui analisada, esse aspecto reve-
la-se pela grande diversidade de áreas temáticas e, dentro destas,
em uma infinidade de objetos de estudo.
Em segundo lugar, a definição de sociologia política como
“abordagem” também ensejava, a parir das considerações de Gio-
vanni Sartori, a recusa de qualquer relação de causalidade estabe-
lecida a priori. Esse ponto é fundamental porque nele reside uma
das principais diferenças entre a sociologia política e a sociologia
da política. Enquanto a segunda pressupõe que a política é de-
terminada pelo social, a primeira recusa de saída essa proposição.
Também nesse quesito, o conjunto de artigos aqui analisados se
encaixa perfeitamente na definição. Muito raramente, se é que
alguma vez, a produção científica ali presente enunciava aberta-
mente algum tipo de causalidade entre variáveis sociais e políticas.
Quase sempre o que se analisavam eram as conexões entre essas
dimensões procurando, por exemplo, investigar a presença deste
ou daquele grupo social na política, os efeitos desta ou daquela
decisão sobre os interesses de determinados atores, a atuação des-
te ou daquele agente coletivo na política nacional ou na política
externa, mas sem a pretensão de explicar uma coisa pela outra.
Por fim, a produção aqui analisada fica aquém das potencia-
lidades da definição sartoriana num ponto importante. Sartori vê
como a maior vantagem desse híbrido disciplinar a possibilidade
de, por um lado, evitar reducionismos e, de outro, analisar como
variáveis sociais se traduzem no universo da política institucional, isto
é, como atuam aí produzindo efeitos próprios, porém mediatiza-
dos pelos constrangimentos específicos da política. Se a produção
aqui analisada cumpre o papel de evitar reducionismos causais,
não se dedica à análise dos processos pelos quais tal tradução se
daria concretamente na política brasileira. Essa é, sem dúvida, a

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dimensão mais exigente da definição sartoriana e, não à toa, au-


sente dos trabalhos em questão.
Com relação às questões substantivas, reiteramos alguns pon-
tos que os nossos dados revelam.
Primeiramente, na hierarquia entre os temas de investigação,
quase 75% dos artigos estão concentrados em apenas quatro gran-
des áreas de estudo: políticas públicas (28,6%), política institucio-
nal (20,5%), sociologia do Estado (14,3%) e estudos de minorias
(11%). Essa variedade de objetos pode, contudo, ser reduzida a
dois problemas clássicos da disciplina entre nós brasileiros: Esta-
do e democracia. Pode-se objetar que esse é o resultado necessário
do nosso critério de seleção, já que definimos “sociologia política”
como a “análise das condições sociais da política institucional”.
Embora verdade, em defesa dos nossos princípios de classificação
podemos afirmar duas coisas. Primeiro, qualquer definição menos
precisa, isto é, que se limitasse a apontar o caráter necessariamen-
te incerto e contestável da política, correria o risco de produzir
um conceito tão amplo de Sociologia Política que englobaria um
universo de produções acadêmicas intratável qualitativamente.
Em segundo lugar, o critério utilizado por nós poderia, em última
instância, resultar ineficaz caso a Sociologia Política não existisse.
No entanto, num universo de 739 artigos, praticamente um terço
deles revelou ter exatamente essa orientação.
Em segundo lugar, a análise de correspondência revela carac-
terísticas marcantes da produção nativa. Percebemos que as áreas
temáticas predominantes na sociologia política brasileira têm um
viés metodológico e de gênero. Do ponto de vista metodológico,
lançam mão de técnicas de pesquisa qualitativas (66%). A exce-
ção nesse quesito são as áreas de cultura política e de instituições
políticas, fortemente associadas a um enquadramento quantita-
tivo (mais de 60% dos artigos). Com relação ao gênero dos(as)

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autores(as), duas áreas mostraram até aqui uma preferência mais


notável. Instituições da democracia representativa é um domínio,
hoje, bem mais masculino, enquanto pesquisas sobre minorias
(gênero/raça) mostraram o predomínio de mulheres. Todas as
contas feitas, a oposição entre esses quesitos (metodologia e gê-
nero) está associada às trajetórias de formação acadêmica. Aque-
les que são sociólogos e antropólogos “puros” se diferenciam dos
que seguiram uma trajetória centrada em ciência política. Isso
tem a ver com o fato de que, apesar de todos terem a política co-
mo objeto preferencial, analisam-no a partir de uma perspectiva
vinculada com os fundamentos epistêmicos e com a constituição
histórica desses diferentes campos disciplinares no Brasil, todos
eles perpassados pela sociologia política.

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