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Alima Joaquim

Ana Manuel

Felicidade Tomas

Helena Timóteo

Joalinda Alberto

Languiston Sócio Nhampa

Luísa Simbe

A escola e a sociedade a criança e o currículo

Na perspectiva de John Dewey

Cadeira de Filosofia da Educação

Licenciatura em Ensino Básico

4º Ano

Docente:

Dr. Militão Tomucene

Universidade Pedagógica

Beira

2018
Alima Joaquim Helena Timóteo

Ana Manuel

Celina Constância

Felicidade Tomas

Joalinda Alberto

Languiston Sócio Nhampa

Desenvolvimento lúdico motor de criança, Desenvolvimento da criança e


necessidade motora, motricidade infantil ou intervenção pedagógica, As situações
de ensino, Educação e processo de ensino, O ensino do motor e sua tarefa,
Desenvolvimento motor do bebe e os efeitos de estimulação organizada (
problemas e perspectivas), A mobilidade, espaço e desenvolvimento motor, A
importância do movimento na criança, criança terreno do jogo, o fenómeno
desportivo, A família e instituição dos tempos livres, Direitos da criança ao jogo e
A criança actividade desportiva.
Licenciatura em Ensino Básico

Docente:

Universidade Pedagógica

Beira

2018
Índice
Capitulo. I- Introdução ............................................................................................................... 3

1.1. Objectivos do trabalho ................................................................................................. 3

1.1.1.Geral: .......................................................................................................................... 4

1.1.2.Específicos: ................................................................................................................ 4

1.2. Metodologia usada ........................................................................................................... 4

1.2.1. Método bibliográfico ................................................................................................. 4

Capitulo. II- Revisão da literatura .............................................................................................. 5

2.1. Desenvolvimento lúdico motor de criança .................................................................. 5

2.2. Desenvolvimento da criança e necessidade motora ..................................................... 5

2.3.1.Estimular a motricidade grossa e a motricidade fina ................................................. 7

2.4. Educação e processo de ensino .................................................................................... 9

2.5. A educação através da imitação ................................................................................... 9

2.7. As modificações de tarefa motoras na infância ......................................................... 11

2.8. Desenvolvimento motor do bebe e os efeitos da estimulação organizada (problemas e


perspectivas) ......................................................................................................................... 12

2.8.1. O Estudo da Infância: A Paixão dos Investigadores........................................... 13

2.9.1. Organização espacial .......................................................................................... 14

2.9.2. Desenvolvimento motor ..................................................................................... 14

2.10. A importância do movimento na criança ............................................................... 15

2.11. Criança é o terreno do jogo .................................................................................... 16

2.11.1. O Jogo Infantil .................................................................................................... 16

2.11.2. Teorias sobre o Jogo de Piaget ........................................................................... 17

2.11.3. O papel do educador / professor perante o jogo ................................................. 18

2.12. O fenómeno desportivo .......................................................................................... 18

2.14. A família e instituição dos tempos livre ...................................................................... 19

2.16. A criança e actividade desportiva ................................................................................ 21


Capitulo. III -Conclusão ........................................................................................................... 22

Referências bibliográficas ........................................................................................................ 23


3

Capitulo. I- Introdução

O presente trabalho aborda sobreDesenvolvimento lúdico motor de criança, Desenvolvimento


da criança e necessidade motora, motricidade infantil ou intervenção pedagógica, As
situações de ensino, Educação e processo de ensino, O ensino do motor e sua tarefa,
Desenvolvimento motor do bebe e os efeitos de estimulação organizada ( problemas e
perspectivas), A mobilidade, espaço e desenvolvimento motor, A importância do movimento
na criança, criança terreno do jogo, o fenómeno desportivo, A família e instituição dos
tempos livres, Direitos da criança ao jogo e A criança actividade desportiva,com objectivo
de desenvolvimento lúdico motor de criança, desenvolvimento da criança e necessidade
motora, motricidade infantil ou intervenção pedagógica, as situações de ensino, educação e
processo de ensino, o ensino do motor e sua tarefa, desenvolvimento motor do bebe e os
efeitos de estimulação organizada ( problemas e perspectivas), a mobilidade, espaço e
desenvolvimento motor, a importância do movimento na criança, criança terreno do jogo, o
fenómeno desportivo, a família e instituição dos tempos livres, direitos da criança ao jogo e a
criança actividade desportiva.

Para a materialização do presente trabalho usou-se o método bibliográfico na consulta de


livros e artigos científicos que fala sobre o desenvolvimento lúdico motor de criança,
motricidade infanto ou infantil pedagógica, as situações de ensino, o ensino do motor e sua
tarefa, criança terreno do jogo, a família e instituição dos tempos livres, a criança actividade
desportiva e direitos da criança ao jogo.

E quanto a estrutura do trabalho, possui trêscapítulos, sendo o primeiro intitulado introdução,


que contem objectivos, metodologias do trabalho, e o segundo intitulado revisão da literatura,
que contem conceitos básicos que visam compreender de uma forma clara e objectiva o tema
em causa e terceiro é da conclusão, e por fim encontramos referências bibliográficas.

1.1.Objectivos do trabalho
4

1.1.1.Geral:

 Compreender o desenvolvimento lúdico motor de criança, desenvolvimento da criança


e necessidade motora, motricidade infantil ou intervenção pedagógica, as situações de
ensino, educação e processo de ensino, o ensino do motor e sua tarefa,
desenvolvimento motor do bebe e os efeitos de estimulação organizada ( problemas e
perspectivas), a mobilidade, espaço e desenvolvimento motor, a importância do
movimento na criança, criança terreno do jogo, o fenómeno desportivo, a família e
instituição dos tempos livres, direitos da criança ao jogo e a criança actividade
desportiva.

1.1.2.Específicos:

 Descrevero desenvolvimento lúdico motor de criança, motricidade infanto ou infantil


pedagógica, as situações de ensino
 Identificar os tipos de motricidade e de jogos;
 Reconhecer osdireitos da criança ao jogo e actividade desportiva da criança.

1.2. Metodologia usada


Na óptica de RODRIGUES (2007:2), “metodologia é um conjunto de abordagens, técnicas e
processos utilizados pela ciência para formular e resolver problemas de aquisição objectiva do
conhecimento, de uma maneira sistemática”.

1.2.1. Método bibliográfico

Para a materialização do presente trabalho usou-se o método bibliográfico na consulta de


livros e artigos científicos que fala sobre O desenvolvimento lúdico motor de criança,
motricidade infanto ou infantil pedagógica, as situações de ensino, o ensino do motor e sua
tarefa, criança terreno do jogo, a família e instituição dos tempos livres, a criança actividade
desportiva e direitos da criança ao jogo. E de acordo com FONSECA (2002:32), “método
bibliográfico é aquele que é feita a partir do levantamento de referências teóricas já analisadas
e publicadas por meios escritos e electrónicos, como livros, artigos científicos, páginas de web
sites. Qualquer trabalho científico inicia-se com uma pesquisa bibliográfica, que permite ao
pesquisador conhecer o que já se estudou sobre assunto
5

Capitulo. II- Revisão da literatura

2.1.Desenvolvimento lúdico motor de criança

Segundo Kishimoto (2002) nos diz que, o desenvolvimento lúdicomotor decriança,


geralmentepode ser entendido como a capacidade do indivíduo usar o corpo para se
movimentar no mundo, uma vez que envolve diversas habilidades aprendidas no decorrer da
vida, indo desde as habilidades mais grosseiras até as mais finas.

Para Gallahue e Ozmun (2005) refere que:

O desenvolvimento lúdico motor de criança é um processo contínuo, que tem início


logo após o nascimento e continua até o final da vida, onde este desenvolvimento
pode ser definido como alterações nos níveis funcionais dos indivíduos, ou seja, tem
relação com as exigências das tarefas e capacidades dos indivíduos. Desta forma, o
desenvolvimento motor é o estudo de um processo contínuo de alterações funcionais
nos indivíduos e para que ocorram estas alterações são necessários estímulos diversos,
sendo assim considerados como exigências. A criança, portanto, possui grande
capacidade de aprendizagem e desenvolvimento motor, uma vez que está no início do
processo de desenvolvimento.

2.2.Desenvolvimento da criança e necessidade motora

Segundo Viano (1997:31) , o período de 0 a 18 meses é o de maior desenvolvimento da


criança, sendo que as diferenças são notadas claramente. Também que cada criança tem seu
tempo e se desenvolve de acordo com a maturação de seu sistema nervoso central, juntamente
com a ação do meio em que vivem; mas pode-se considerar, por alto, uma seqüência de
desenvolvimento normal que deve ser seguida.

Sabe-se que o desenvolvimento motor é o processo de mudanças no comportamento motor


que envolve tanto a maturação do sistema nervoso central, quanto a interação com o ambiente
e os estímulos dados durante o desenvolvimento da criança. Verificou-se as fases de
desenvolvimento da criança até os 18 meses de vida e como a estimulação precoce,
principalmente em crianças nascidas pré-termo e com baixo peso, pode fazer a diferença em
uma idade mais avançada da criança. (opcit;32)
6

Sabe-se da necessidade que algumas crianças possuem, através de estudos realizados, de


estimulação nessa primeira fase de sua vida, mesmo não possuindo problemas neurológicos
(geralmente, crianças que nascem pré-termo, com extremo baixo peso). E é a partir disso que
a fisioterapia faz uso da estimulação precoce, ajudando, através de brincadeiras, as crianças a
se desenvolverem da melhor maneira possível.(opcit:31)

Neste sentido, Go Tani et al apud Ferreira, (2014) contribui dizendo que os primeiros anos de
vida são cruciais para o desenvolvimento da criança, onde as situações que vivenciarão serão
factores determinantes para o adulto que se tornarão. Expressando assim, a importância de um
trabalho com estímulos e vivencias variadas no ambiente escolar, evidenciando a importância
da Educação Física e sua intervenção. Isto posto, vale destacar que cada criança irá aprender e
se desenvolver da sua maneira e velocidade, estando ligado ao fator de individualidade
biológica, pois cada um apresenta uma série de características particulares e faz parte do
trabalho se atentar a essas peculiaridades.

2.3.Motricidade infanto ou infantil pedagógica

De acordo com GALLAHUE e OZMUM (2005), diz que, na educação infantil as actividades
de coordenação motora devem ser desenvolvidas com a finalidade de promover o
desenvolvimento motor da criança, sem que o aspecto competitivo tenha espaço. Na faixa
etária de 1 a 3 anos a criança precisa se movimentar, portanto, é significativo que ela possa
vivenciar diferentes sensações provocadas por experimentar novos movimentos.

De acordo com MATTOS e NEIRA (2008:10), referem que:.

As actividades tornam-se experiências inesquecíveis para a criança ao serem


vivenciadas com prazer. Conforme as experiências vividas pela criança as habilidades
motoras (esquema corporal, equilíbrio, coordenação motora global, ritmo e
lateralidade) vão se estruturando e se tornam o elemento básico da formação de sua
personalidade e identidade. Ao dominar os movimentos do próprio corpo a criança se
encanta com suas possibilidades de agir e se propõe a novas experiências. Assim, elas
terão maiores oportunidades para resolverem os problemas que forem apresentados
naquela determinada situação por meio de novos movimentos e conhecimentos. A não
oferta de novas vivências e experiências desafiadoras, ás crianças, pode acarretar,
posteriormente, em dificuldades motoras.
7

Para crianças com dificuldades na coordenação motora tarefas simples como vestir uma
camiseta, colocar comida no prato, segurar um lápis, apropriar-se do lado esquerdo do corpo
para chutar uma bola ou escrever, são desafios contantes. Por este motivo o professor ao
desenvolver suas práticas pedagógicas deve considerar essas dificuldades. (opcit:10)

O Manual de Orientação Pedagógica do MEC (2012) no seu III Módulo, propõe sugestões de
jogos e materiais para facilitar o trabalho dos professores com crianças de 1 a 3 anos. Os
materiais propostos, como caixas quadradas grandes com um furo cada lado, permitem à
criança engatinhar para dentro e para fora da caixa, desenvolvendo a noção de tempo e
espaço. “Uma cortina pode ser fixada para cobrir o furo possibilitando brincadeiras de
esconde-esconde” (BRASIL, 2012;86), a favorita da criançada. “Assim como a construção de
cabanas e túneis com toalhas, lençóis e cobertores presos por pregadores em fios de nylon que
atravessam a sala” (BRASIL, 2012:91). Nestes espaços as crianças se divertem enquanto
entram e saem e solucionam problemas como tirar os pregadores ajudando na montagem e
desmontagem do espaço. Essas ações contribuem para o desenvolvimento do ato motor da
criança, pois ela se desloca naquele espaço e utiliza seus membros (braços/mãos) para a
retirada e a colocação dos materiais na construção e desmontagem do ambiente. Essas
atividades e brincadeiras para nós, adultos, parecem ser simples demais mas para as crianças
que ainda estão se conhecendo, conhecendo seu próprio corpo e seus limites tornam-se
práticas significativas que contribuem para o processo de desenvolvimento e aprimoramento
das habilidades motoras básicas.
Existe dois tipos de motricidade na infancia1:

 Motricidade grossa -a motricidade grossa relaciona-se com o controlo corporal no seu


todo: postura, equilíbrio estático e dinâmico, deslocamentos e balanços.1
 Motricidade fina -a motricidade fina relaciona-se com os movimentos que
exigem maior precisão: coordenação olho-mão e destreza para manipular
um objecto. É a maneira como usamos os nossos braços, mãos e dedos de forma
precisa, de acordo com a exigência da actividade.

2.3.1.Estimular a motricidade grossa e a motricidade fina


Rotinas - as rotinas, a partilha de espaço e de brinquedos, a possibilidade de avaliar e tomar
decisões, o faz de conta ajudam a criança a crescer de forma estruturada, divertida e
confiante.1
8

Brincar - as pequenas brincadeiras / actividades entre pais e filhos, num ambiente


descontraído e sem pressão, ajudam a criança a crescer num ambiente divertido e a promover
a relação de confiança na família.1

Actividades do dia a dia -O desenvolvimento da motricidade fina é essencial para a interacção


da criança com o meio e acontece quando a criança se relaciona com objectos e usa
ferramentas, por exemplo nas actividades da vida diária.1

A brincar ou nas pequenas tarefas diárias, como a alimentação ou banho, por exemplo, pode
trabalhar pequenas competências com o seu filho como pegar numa colher, num copo, atirar
água para um ponto específico, agarrar pequenos objectos com os dedos, tocar e agarrar
determinadas partes do corpo, balançar o corpo1
As situações de ensino

Segundo Freire (2002), salienta que, no contexto escolar não é incomum as crianças serem
reprimidas, pois ao adentrarem na sala de aula lhes é ordenado que se sentem imóveis e em
silêncio para que se transformem em alunos inteligentes, bondosos e dóceis, virtudes essas
que se constituem, no ponto de vista das escolas, no modelo ideal de aluno. Agindo dessa
forma, as escolas priorizam e dão maior atenção à dimensão racional do ser, desvalorizando o
corpo como um molde de expressões e um meio comunicativo.

Defender uma educação voltada apenas para a dimensão racional das crianças é contribuir
com os métodos de “confinamento e engorda” aludidos por Freire (2002), quando diz que a
metodologia mais frequente nas escolas é a do traseiro, com crianças confinadas em salas e
carteiras, mais imóveis que porcos e galinhas em seus habitats de engorda. Para o autor essa
metodologia propícia, além do controle corporal, o controle de ideias e sentimentos. “Quem
fica confinado em salas apertadas, sentado e imóvel, milhares de horas durante boa parte da
vida, aprende a ficar sentado nas cadeiras, de onde talvez nunca mais venha a se erguer”
(FREIRE, 2002:114). Percebe-se então, que a Educação Infantil deverá levar em
consideração, também, a motricidade da criança.

____________________________
1
https://www.maemequer.pt/desenvolvimento-infantil/crescer/despertar-para-o
mundo/motricidade-grossa-e-motricidade-fina/, (cedido no dia 1 de Abril de 2018 pelas
11:12min)
9

Do contrário, desenvolverá uma educação voltada para a formação de crianças “perfeitas”,


uma educação que impede as acções corporais e transforma, o mais rápido possível, a criança
em adulto. (opcit)

2.4. Educação e processo de ensino

De acordo com Cintra (2009:18), educaçãoé uma categoria de ensino em que o aluno
desenvolve qualidades de consciência, carácter de convicção, atitudes e comportamento.
Ensinoé uma forma de orientar a aquisição de conhecimentos de outrem, que se revela na
mudança de comportamento. Aprendizagem -> é uma actividade em que o aluno adquire
conhecimentos teóricos e práticos que vão se revelar na mudança de comportamento.

Cintra (2009:19), afirma que a Educação existe mesmo onde não há escolas. Nas sociedades
primitivas não existiam escolas nem métodos de educação, no entanto já existia educação,
cujo objetivo era: “promover o ajustamento da criança ao seu ambiente físico e social por
meio da aquisição de experiências de gerações passadas.” Entre os povos primitivos a
educação possui uma estrutura muito simples, como veremos a seguir:

Na perspectiva de CINTRA (2009:19):

O processo educativo engloba a escolarização e todos os seus aspectos teóricos e


práticos, como o processo de aprendizagem, os métodos de ensino, o sistema de
avaliação da aprendizagem e o sistema educacional como um todo. O processo
educativo é determinado por factores sociais, políticos e pedagógicos, e como tal
precisa ser definido de acordo com seu contexto histórico-social, partindo dos
esquemas educativos primários, nas relações que o aprendiz trava antes mesmo de
iniciar sua escolarização, passando pelo modo como a educação escolar se inicia e,
finalmente, como ela se processa.

2.5.A educação através da imitação

Uma das formas que a criança adquire conhecimento entre os povos primitivos é pela
imitação. Nos primeiros anos de vida a imitação é inconsciente, mas é onde ela tem o maior
resultado, apresentando a forma de se expressar.Ex: Com uma pequena tora na água aprendem
a se equilibrar e a remar. Mais tarde saberão manejar uma canoa.Numa segunda etapa a
imitação torna-se consciente, quando se começa a exigir trabalhos das crianças. Ela vai
aprendendo aos poucos a caçar e a pescar. ” (MELLO; DAMASCENO, 2011:12).
10

2.6.O ensino do motor e tarefa de motora

Actualmente, além do controle de movimento das crianças nos espaços de Educação Infantil
elas estão com as possibilidades de movimento e experiências corporais restritas em diversos
outros lugares. No âmbito extra escolar, frequentemente, elas têm contacto com algum tipo de
aparelho electrónico, por vezes são apoiadas pelos pais, que utilizam essas ferramentas como
uma alternativa para a distracção. Sabe-se, porém, que a “mídia” apresenta produtos e
ideologias disfarçadas de entretenimento, fazendo com que fiquem horas imóveis em frente de
algum aparelho. Muitos dos jogos electrónicos, vídeos e games, são favoráveis para o
processo de aprendizagem da criança. No entanto, devemos ficar alerta ao excessivo uso.
Somadas a esses aspectos, presenciamos a falta de segurança nas ruas, poucos espaços
públicos, escolas sem estrutura adequada, limitados espaços nas moradias. ( FREIRE,
2002:24)

Segundo Freire (2002:24) afirma que:

É possível ensinar sem confinar, mas estamos acostumados a métodos de imobilidade.


É necessário que se tenha em mente que o ser humano não aprende só com sua
inteligência ele aprende com o corpo todo. Na sala de aula, especialmente, o corpo
deve ser considerado como detentor de significados e possuidor de uma riqueza
incalculável que pode ser explorada, diferentemente, nas mais variadas formas e não
mais visto como uma máquina e um mero instrumento de arte e beleza. Quando o trato
com o corpo acontece de forma comparada a uma máquina a movimentação não
possui nenhum significado para a criança, torna-se um ato mecânico, reduzindo-se
apenas em cópia e imitação para a obtenção de bons resultados. Percebe-se assim que
“a escola trata o ser humano de forma dual, separado em corpo e mente em sala de
aula, valorizando a mente sobre o corpo, no qual o movimento corporal, muitas vezes,
é interpretado como indisciplina.

Para PROSCÊNCIO (2010:55), diz que, as crianças sofrem com o estigma do corpo
idealizado, onde os professores desejam que sejam todos iguais por meio da moldação de seus
corpos. Embora os discursos mudem, admitindo a importância do movimento, as instituições
ainda tem demonstrado o contrário. Prezam pelo silêncio, pois, um aluno que não fala, ouve
bem, não faz barulhos e senta-se correctamente é o modelo ideal que a escola vem formando
ao longo do tempo. Com toda essa desvalorização corporal, fica evidente que a “educação
infantil esqueceu que o corpo é o primeiro brinquedo” (KISHIMOTO, 2001:3) e que a criança
11

o utiliza para relacionar-se com o mundo a sua volta. Quando não há espaços para que o corpo
da criança se manifeste e se expresse ele submete-se a tensão do ambiente escolar e de seus
limites. Então é importante o conhecimento de que “tudo o que o adulto organizar na
educação infantil deve ser pensado na criança e não apenas no que ele deseja fazer segundo a
sua vontade” (CINTRA, 2009:22). O professor deve possibilitar vivências de situações que
exijam e apresentem os mais variados movimentos, pois “quanto mais conscientes e
diversificadas forem as vivências motoras dos indivíduos, maiores serão as suas
possibilidades de construção de um amplo repertório motor” (MELLO; DAMASCENO,
2011:45). Emerge, então, a importância de uma atenção especial para o desenvolvimento
motor, não devendo minimizá-lo a outras áreas de conhecimento. Se a valorização da
motricidade não ocorre adequadamente compromete-se o desenvolvimento do sujeito. Nesse
sentido, jogos e brincadeiras passam a ser excelentes recursos pedagógicos que proporcionam
experiências significativas para o desenvolvimento motor das crianças. No entanto, o
professor deve ficar atento às práticas (jogos, brincadeiras e outras estratégias), à
participaçãoactiva de todas as crianças, aos desafios e se elas são compatíveis com o nível do
seu desenvolvimento.(opcit)

2.7.As modificações de tarefa motoras na infância

De acordo com Viano (1997:45):

O desenvolvimento é um processo contínuo que começa com a vida, isto é, na


concepção, e a acompanha, sendo agente de modificações e aquisições. No que diz
respeito ao desenvolvimento motor, existe uma sequência na aprendizagem das
capacidades motoras: os bebés seguram a cabeça antes de se sentarem sem apoio,
sentam-se antes de gatinharem, e gatinham antes de andarem. A idade pode mudar
ligeiramente, mas a sequência é a mesma para todas as crianças. Importa também
salientar que o desenvolvimento motor é influenciado pela maturação biológica, que é
estimulada pela prática. Por isso, a prática precoce constitui um factor chave para a
manutenção e o futuro desenvolvimento de acções.

VIANO (1997:31) diz que, as modificações as tarefas motoras da infância sãoseguinte:

 Dos 0 aos 6 meses- esboça o primeiro sorriso, brinca com as mãos e alinha a cabeça
com o seu corpo;
12

 Dos 6 aos 12 meses- senta-se direito sem apoio, começa a gatinhar, consegue levantar-
se, desenvolve o sentido de humor e consegue largar e agarrar os objectos quando
quer;
 Dos 12 aos 24 meses- caminha sozinho e consegue mudar de direcção, come sozinho
com uma colher, brinca junto de outras crianças, tem capacidade para atirar e dar
objectos, consegue pensar como se sente e como se sentem os outros;
 Dos 24 aos 36 meses- torna-se mais sociável, compreende conceitos do género “cima,
baixo, dentro e fora”;
 Dos 3 aos 4 anos- torna-se um ser muito curioso;
 Dos 4 aos 5 anos- aprende a partilhar, a aceitar as regras e a respeitar a vez do outro;
 Dos 5 aos 6 anos- demonstra grande interesse pelas palavras e pela linguagem;
 Dos 6 aos 7 anos- começa a ter memórias continuas e organizadas;
 Dos 7 aos 8 anos- grande actividade motora, a criança brinca até estar completamente
exausta;
 Dos 8 aos 9 anos- o pensamento torna-se mais lógico e organizado;
 Dos 9 aos 10 anos- torna-se mais interessada nas relações afectivas e nas actividades
sociais;
2.8.Desenvolvimento motor do bebe e os efeitos da estimulação organizada (problemas e
perspectivas)

Segundo LOPES (1997),

Os Problemas Associados ao Desenvolvimento Motor compreende-se que a dimensão


do desenvolvimento humano é essencial na fundamentação da ciência da motricidade
humana, considerada nas suas vertentes de referência biológica e sociocultural. Deve
assinalar-se o aparecimento no fim dos anos 70 e princípios da década de 80, de
tendências internacionais particularmente em universidades dos EUA, Canadá e Países
Anglo-Saxónicos, na emancipação do comportamento motor como disciplina
independente, delimitados os campos do Desenvolvimento Motor, Aprendizagem
Motora, Controlo e Performance. Esta mesma perspectiva pode ser visualizada na
produção científica através de revistas e manuais da especialidade, nos currículos dos
cursos pré e pós-graduados de diferentes Universidades de Educação Física e nas
orientações delimitadas pela "Aliança Americana de Educação Física, Recreação e
Desporto" (Naspe Motor Development Academy) quanto à importância do
desenvolvimento motor como área disciplinar de formação e investigação.
13

O estudo do desenvolvimento motor pretende descrever e explicar a observação das


modificações do comportamento motor ao longo da vida. Apesar de todas as dificuldades de
natureza conceptual. (LOPES, 1997)

2.8.1. O Estudo da Infância: A Paixão dos Investigadores

Nas primeiras idades o desenvolvimento se processa a partir de uma estimulação casual,


explicado como parte de um processo maturacional que resulta da imitação, tentativa e erro e
liberdade de movimento, é também verdade que as crianças, quando expostas a uma
estimulação organizada, em que as circunstâncias sejam apropriadamente encorajadoras, as
suas capacidades e habilidades motoras tendem a desenvolver-se para além do que é
normalmente esperado (LOPES, 1997).

No âmbito da motricidade infantil os anos críticos para a aprendizagem das habilidades


motoras situam-se entre os 3 e os 9/10 anos de idade. Depois , Os anos seguintes são a
continuação do processo de evolução dos “standards” da maturação (PANGRAZI,
CHMOKOS & MASSONEY, apud LOPES, 1997).

Tendo em atenção as características do crescimento e desenvolvimento motor nestes níveis de


escolaridade (3 aos 10 anos), a literatura científica produzida até ao momento, indica-nos
várias áreas do desenvolvimento humano em que a prática de actividades motoras (através dos
efeitos produzidos pelo exercício físico, jogo ou habilidades motoras) têm um efeito
evidente: no desenvolvimento físico (ósseo, muscular, cárdio-vascular e controlo da
obesidade); no desenvolvimento de habilidades não-locomotoras (posturais), locomotoras
(transporte do corpo) e manipulativas (controlo e transporte de objectos); no desenvolvimento
perceptivo-motor (imagemcorporal, direccionalidade, afinamento perceptivo e estruturação
espacial e temporal); no desenvolvimento do autoconceito (físico, académico, estima pessoal,
etc.) e no desenvolvimento psico-social, estético e moral, referente à melhoria do ajustamento
social e da estabilidade emocional (WILLIAMS, 1983; CRATTY, 1986;
HAUBENSTRICKER & SEEFELDT, apud LOPES, 1997)

2.9.A mobilidade, o espaço e desenvolvimento motor

Desde pequena, a criança precisa de experiências e estímulos motores para que ela
possaamadurecer suas capacidades psicomotoras. É através das experiências vivenciadas que
14

acriança seleciona, modifica e cria percepções e representações sobre o que a rodeia. É a partir
das experiências motoras que a criança realiza o conhecimento corporal.“A independência de
mobilidade é entendida como a capacidade de autonomia, ou seja, a possibilidade de tomar
decisões por si própria, de mobilidade da criança face ao envolvimento físico, das
“possibilidades de ação” que a criança está capaz de realizar. Esta possibilidade, de ser e estar
capaz de “se movimentar e deslocar” no espaço, permite-lhe “pensar e agir” em função dessa
experiência. Permite-lhe um Ser, um Eu próprios” (MALHO; CARLOS NETO, 2004: 4
).

2.9.1. Organização espacial

A noção do espaço é uma noção ambivalente, ao mesmo tempo concreta e abstrata, finita e
infinita. Na vida cotidiana utilizamos constantemente os dados sensoriais e perceptivos
relativos ao espaço que nos rodeia. Estes dados sensoriais contêm as informações sobre as
relações entre os objetos que ocupam o espaço, porém, é nossa atividade perceptiva baseada
sobre a experiência do aprendizado a que lhe dá um significado. A organização espacial
depende simultaneamente da estrutura de nosso próprio corpo (estrutura anatômica,
biomecânica, fisiológica, etc.), da natureza do meio que nos rodeia e de suas características
(ROSA NETO, 1996).

A percepção relativa à posição do corpo no espaço e de movimento tem como origem estes
diferentes receptores com seus limites funcionais, enquanto que a orientação espacial dos
objetos ou dos elementos do meio, necessita mais da visão e audição. Está praticamente
estabelecido que da interação e da integração destas informações internas e externas provem
nossa organização espacial (OLIVEIRA, 2001).

Segundo as características das nossas atividades, podemos utilizar duas dimensões do espaço
plano distância ou profundidade. A pele apresenta receptores táteis onde a concentração
modifica de uma região a outra no corpo. A separação dos pontos de estimulação permite
fazer diferenças entre o contínuo e o distinto.

2.9.2. Desenvolvimento motor

Segundo GALLAHUE; OZMUN (2002):

O desenvolvimento motor representa um aspecto do processo desenvolvimentista total


e está intrinsecamente inter-relacionado às áreas cognitivas e afetivas do
15

comportamento humano, sendo influenciado por muitos fatores. A importância do


desenvolvimento motor ideal não deve ser minimizada ou considerada como
secundária em relação a outras áreas do desenvolvimento. Portanto, o processo do
desenvolvimento motor revela-se basicamente por alterações no comportamento
motor, do bebê ao adulto, é um envolvido no processo permanente de aprender a
mover-se eficientemente, em reação ao que enfrentamos diariamente em um mundo
em constante modificação.

Nos primeiros anos de vida a criança explora o mundo que a rodeia com os olhos e as mãos,
através das atividades motoras. Ela estará, ao mesmo tempo, desenvolvendo as primeiras
iniciativas intelectuais e os primeiros contatos sociais com outras crianças. É em função do
seu desenvolvimento motor que a criança se transformará numa criatura livre e independente
(BATISTELLA, 2001)

2.10. A importância do movimento na criança

De acordo com BRASIL(1998):

Desde cedo, a criança se move e emprega o seu corpo como forma de procedimento.
Ao sentir dor ou fome, ela usa seus recursos correspondentes como choro, às
gesticulações e os movimentos dos membros para transmitir o que está sentindo. Com
o advir do tempo, ela adquire mais desenvolturas e passa a dominar cada vez mais
seus movimentos. O movimento se apresenta de várias maneiras; ele é formidável
para a criança se incluir com o outro, comunicar-se e também descobrir o espaço,
situando-se nele bem como em afinidades aos objetos e ao próprio corpo.Trabalhar o
movimento contribui no desenvolvimento da motricidade na criança, esse aspecto bem
realizado favorece na construção de identidade e autonomia.
Segundo BRASIL(1998), a partir do momento que a criança passa a explorar o meio em que
vive, a vivenciar atitudes e culturas da comunidade, inserem ideias, conceitos,
comportamentos para a formação do seu próprio conhecimento acerca do mundo físico, esse é
o resultado que buscamos ao trabalhar o movimento.

O movimento ainda proporciona na criança a relacionar-se melhor com outro e a socializar-se


de forma afetiva.o movimento irá contribuir na criança a construção do “eu”, a relacionar-se
com o outro, a respeitar regras, facilitando a concentração, a iniciativa e criatividade. Assim, o
planejar será essencial para um bom desenvolvimento durante a realização das atividades
alcançando os objetivos propostos. (opcit)
16

2.11. Criança é o terreno do jogo

De acordo Huizinga (1951:57) define o Jogo como um elemento da cultura, relacionado com
os aspectos sociais, considerando que não é apenas uma perspectiva psicológica, sociológica
ou antropológica. Segundo este autor, o jogo define-se como:Uma acção ou uma actividade
voluntária, realizada segundo uma regra livremente consentida, mas imperativa, desprovida de
um fim em si, acompanhada por um sentimento de alegria e tensão e por uma consciência de
ser diferente do que se é na vida real.

2.11.1. O Jogo Infantil

Segundo CHATEAU (1975:27), o jogo permite à criança uma fuga do mundo real. É, no
entanto, uma actividade com seriedade que, em oposição à vida real, tem um lado lúdico e
misterioso. O jogo permite à criança uma fuga para um mundo em que ela é a criadora. Nesse
mundo, as regras do jogo têm um valor que não têm no mundo dos adultos. Tal como refere
Chateau (1975:28), “não podemos imaginar a criança sem os jogos e os seus risos”.

Segundo Stanley Hall, apud Neto (2003:55), “a função do jogo infantil é exactamente libertar
a espécie humana destes resíduos da mentalidade primitiva, empurrando-a na direcção de
formas superiores de pensamento.” Segundo Kishimoto (1994), Piaget observa ao longo do
período infantil três sistemas sucessivos de jogo: de exercício, simbólico e de regras. O jogo
de exercício, que se inicia durante os primeiros 18 meses de vida, envolve a repetição de
várias sequências já estabelecidas de acções e manipulações, não com um objectivo prático,
mas pelo prazer de executar actividade motoras de que a criança já se revela capaz. O jogo
simbólico surge durante o segundo ano de vida, acompanhado, geralmente, com o
aparecimento da linguagem e da representação. Através do jogo simbólico, a criança
ultrapassa a simples satisfação da manipulação. Começa a fazer a assimilação da sua realidade
externa, fazendo distorções ou transposições. O jogo simbólico é visto pela criança como uma
forma de encontrar uma satisfação fantasiosa através da superação de conflitos e de
preenchimento de desejos. À medida que a criança vai avançado na idade, a criança vai-se
encaminhando para a realidade. Posteriormente ao período compreendido entre os 4 e os 7
anos, a criança inicia um jogo de regras, que marca a transição da actividade individual para a
actividade socializada. Segundo Kishimoto (1994, p.40), para Piaget, “a regra pressupõe a
interacção de dois indivíduos e a sua função é regular e integrar o grupo social. Em suma,
17

Piaget considera que o jogo infantil progride de forma individual, derivando da estrutura
mental de cada criança, só podendo ser a própria a explicar o seu percurso”.

2.11.2. Teorias sobre o Jogo de Piaget

Segundo Piaget Jean Piaget (1990) ao longo das suas pesquisas e obras sempre deu grande
importância ao lúdico para o desenvolvimento infantil.Segundo o psicólogo, o jogo é
fundamental para o desenvolvimento da criança ao afirmar que a actividade lúdica é o berço
das actividades intelectuais da criança, sendo por isso indispensável à prática pedagógica.
(Piaget, 1990).

Para Piaget (1990) o início das actividades lúdicas está em sintonia com o desenvolvimento
da inteligência, relacionando-se com os estágios do desenvolvimento cognitivo. Assim, a cada
etapa do desenvolvimento está relacionado um tipo de jogo que acontece da mesma forma
para todos os sujeitos. Para este autor, a classificação dos jogos é feita segundo três classes
que estão em relação estreita com três fases dos estágios de desenvolvimento defendidos por
ele, como podemos verificar de seguida:

Fase sensório-motor (desde o nascimento até aos 2 anos): nesta fase a criança brinca sozinha
e não utiliza as regras porque não tem a noção delas; Fase pré-operatória (dos 2 anos aos 6/7
anos): surge o jogo simbólico quando a criança brinca e aos poucos o conceito de regra
começa a aparecer nas suas brincadeiras;

Fase das operações concretas (dos 7 aos 11 anos): a criança nesta altura já é um ser social e
quando joga em grupo a existência de regras é fundamental. Visto isto, Piaget (1990)
classificou então os jogos segundo a evolução das estruturas mentais em três categorias: -
Jogos de exercício - Jogos simbólicos- Jogos de regras Seguidamente passaremos a apresentar
cada um dos jogos segundo as definições defendidas pelo psicólogo.

Jogos de exercícios: como já referimos anteriormente, jogar é uma actividade natural do ser
humano e os jogos de exercícios são os primeiros a aparecer na vida das crianças sem a
presença de símbolos e de regras. O objectivo destes jogos é a repetição de movimentos e
gestos pelo simples prazer que a criança tem em executá-los, como por exemplo emitir sons,
agitar os braços e as pernas, andar, sacudir objectos, correr, entre outros. O autor nos seus
estudos concluiu que podemos dividir ainda os jogos de exercícios em duas categorias
18

segundo a evolução do mesmo e são elas: jogos de exercícios sensório-motores e os jogos de


pensamento. (PIAGET, 1990);

Jogos simbólicos: os jogos simbólicos aparecem por volta dos 2 / 6 anos. De acordo com
psicólogo, a principal característica deste jogo “consiste em satisfazer o eu por meio de uma
transformação do real em função dos seus desejos”, isto é, assimila a realidade através do jogo
simbólico. Através do jogo faz-de-conta, a criança atribui significado ao símbolo (objecto) de
forma a dar-lhe mais prazer.

Jogo de regras: o jogo com regras surge entre os 7 / 11 anos. Se até aqui a criança tinha
satisfação em repetir os exercícios e a representar a realidade através do jogo faz-de-conta;
agora uma criança nesta idade só achará uma actividade interessante se envolver regras. As
regras é que estimulam para que haja uma concentração no jogo e ao mesmo tempo regulam o
comportamento das crianças.

2.11.3. O papel do educador / professor perante o jogo

Na óptica de Ferreira, (2014):

No jogo sabe-se que o profissional da educação tem um papel fundamental no


desenvolvimento da criança. Cabe-lhe a ele, proporcionar um ambiente estimulante que
forneça experiências enriquecedoras e divertidas; a fim de ajudar a criança a desenvolver as
suas capacidades e a melhorar a sua auto estima. De uma forma espontânea, através do brincar,
do jogar e do lúdico, as crianças adquirem novos conhecimentos. A utilização dos jogos no
ensino veio trazer mudanças na postura do professor perante o ensino, o seu papel passa de
transmissor (orador) de conhecimento para observador, para mediador e até mesmo de
incentivador da aprendizagem.

Quando o educador entra no jogo, passa a ser um modelo para as crianças e observa de perto a
sua evolução e o desenvolvimento do jogo. Consoante o tipo do jogo, o educador desempenha
um papel diferente pois existem momentos em que observa, outros orienta e dirige. No jogo
espontâneo é apenas observador, no jogo dirigido deve explicar claramente as regras e
participar para servir de modelo. (FERREIRA,2014)

2.12. O fenómeno desportivo

Segundo PAIS e ROMÃO (2005):


O desporto é uma actividade física, regulamentada, individual ou colectiva, em que
a finalidade é alcançar o melhor resultado ou vencer de forma leal a competição. É
19

caracterizado pela tentativa constante de superação e pela busca dos limites das
capacidades de cada um, que se manifestam em competição. Tudo isto requer uma
interacção da inteligência, da vontade e do corpo, exigindo, por vezes, sacrifícios.

Como sabe-se, o desporto tem adquirido, cada vez mais, uma grande importância na
sociedade. Apresenta um carácter de coesão social e de consolidação da cidadania,
assumindo assim um papel primordial no processo de socialização do Homem,
principalmente porque as actividades desportivas estão ligadas ao desenvolvimento social.
(opcit)

O desporto como fenómeno social que é, compõe um sistema desportivo, que apresenta uma
estrutura. Um sistema desportivo é um conjunto de indivíduos e grupos que interagem entre
si, compartilhando um mesmo objectivo: a promoção do desporto. Isto pode abranger o
campo de jogo, a vida associativa, as áreas profissionais desportivas, e as escolas. Existindo
uma organização desportiva (opcit)

2.14.A família e instituição dos tempos livre


De acordo com FERREIRA a família (do termo latino família) é um agrupamento humano
formado por indivíduos com ancestrais em comum e/ou ligados por laços afectivos e que,
geralmente, vivem numa mesma casa.Constitui uma das unidades básicas da sociedade

Segundo WINNICOTT, D. W. (1975:44), Actividades de Tempos Livres é um espaço


educativo com actividades lúdicas e socioculturais destinado a crianças com idades
compreendidas entre os 6 e os 12 anos que frequentem a Escola do Ensino Básico.

A ocupação dos tempos livres, sendo uma necessidade da parte dos pais de ocuparem os seus
filhos após a saída da escola, é vista como um complemento educativo que deverá reforçar o
processo de socialização da criança e das suas aprendizagens a par da escola. (opcit)

As aprendizagens têm de ser feitas de uma forma agradável e lúdica, promovendo a


imaginação e a criatividade de cada criança. É preciso estar com elas, saber escutar as suas
experiências e os seus sonhos, tentar minimizar as suas preocupações e problemas, saber
entrar no jogo e na aventura que elas quiserem viver. (opcit)

A mais-valia do A.T.L. é a de permitir à criança uma ocupação voluntária do tempo de lazer e


sobretudo uma oportunidade de criar, experimentar, expressar, auxiliando assim o seu
desenvolvimento, em estreita ligação com a família e comunidade.No A.T.L. as crianças
20

aprendem e divertem-se, desenvolvendo e participando em diversas actividades:•Apoio aos


Trabalhos Escolares (WINNICOTT, D. W.,1975:44)

2.15. Direitos de criança ao jogo

Segundo NETO (1994:33), refere que:

Um suporte indispensável, um direito incontestável do Homem, em particular da


criança, torna-se imprescindível que novas políticas surjam para suprirem as
necessidades infantis de espaços, de modo a favorecer as suas possibilidades de jogo e
brincadeira. Dentro dessa óptica, “as oportunidades de espaços para brincar são cada
vez mais limitadas, esmagando progressivamente a auto-expressão e promovendo
modelos de controlo e direcção, seguindo atitudes e valores considerados socialmente
adequados”. A criança aprende pelo jogo e, sendo o jogo livre um convite ao
movimento, é indispensável a criação de espaços apropriados para que possa exercer o
seu direito de brincar/jogar em favor do seu desenvolvimento.

O certo é que as incessantes transformações correntes conduzem à construção natural de uma


nova cultura dos tempos livres. Importa reconhecer a cultura como um estado da própria
presença humana, na sua maior característica, já que é através daquela que o homem alcança a
seu autêntico significado3. É importante concebermos que o tempo e o espaço em que
acontece o jogo pode ser o fenómeno que melhor define ou se aproxima da definição de jogo,
na medida em que o mesmo antecede a própria cultura, “a civilização não provém do jogo
como um bebé nasce do útero: tem origem no jogo e enquanto jogo, nunca deixa de ser”.
(ROZA, 1993)

As culturas infantis carregam os sinais dos tempos, revelando a sociedade nas suas
incoerências/oposições, nas suas camadas sociais e na sua totalidade5. É importante
compreendermos que vivenciamos um período de profundas transformações históricas, onde
as concepções de infância sofrem significativas alterações sociais e culturais. (ROZA, 1993).

WINNICOTT, D. W. (1975:5), diz que o jogo é um dos instrumentos imprescindíveis para o


desenvolvimento da criança, o ato de jogar é de fundamental importância para o
21

desenvolvimento da criança, também no processo de aprendizagem da criança com ser


humano, pois não trata só de um momento de diversão, mas ao mesmo tempo, acontece a
formação da assimilação de conhecimentos que será levada para sua vida futura

2.16.A criança e actividade desportiva

Segundo BENTO, J. (1990:71), diz que: actividades Desportivas: constituem-se como uma
parte da actividade física e, para além da realização do exercício físico, decorrem em
ambiente competitivo, regendo-se por normas e regras específicas e universais com um maior
grau de exigência. Fundamentam-se na perspectiva do confronto com um elemento definido: a
distância, o tempo, o adversário, ou contra si próprio. Em conformidade, a escola, mesmo no
1º CEB, não deve negligenciar a realidade desportiva.

O desporto, na actualidade, constitui um fenómeno social incontornável. A atracção que os


ídolos desportivos exercem sobre as crianças deve constituir uma referência e um factor de
motivação que as mobilize para a prática desportiva. A actividade desportiva é fundamental
para a criança. Para ela, tudo é pretexto para jogar, servindo, simultaneamente, para testar as
suas capacidades. Como o trabalho é a actividade do adulto, o jogo é a actividade da criança.
A partir dos 7 anos, começam a aparecer nos jogos as relações e os contactos com o outro.
Numerosos jogos são uma excelente ocasião para umaverdadeira aprendizagem social:
conhece-se, aceitam-se os outros e compreende-se porque se devem respeitar as regras.
Entretanto, a regra que define a cooperação e oposição começa a ser rigorosamente cumprida
pela criança. Assim, o jogo quando devidamente aplicado, possui um conteúdo educativo, que
permite o desenvolvimento de certas dimensões da personalidade da criança: - Dimensão
motora: Factores perceptivos; Factores de execução e coordenação motora; - Dimensão
cognitiva: Capacidades de observação, análise, interpretação e adequação das soluções; -
Dimensão relacional: Relacionamento afectivo; Descoberta do outro; Aprendizagem social.
(BENTO, J.1990:71)
22

Capitulo. III -Conclusão


Com base na leitura da vária literatura, concluímos que, o desenvolvimento lúdico motor de
criança compreende a capacidade do indivíduo usar o corpo para se movimentar no mundo,
uma vez que envolve diversas habilidades aprendidas no decorrer da vida, indo desde as
habilidades mais grosseiras até as mais finas,

Vimos que existe dois tipos de motricidade na infânciamotricidade grossa -a motricidade


grossa relaciona-se com o controlo corporal no seu todo: postura, equilíbrio estático e
dinâmico, deslocamentos e balanços e motricidade fina -a motricidade fina relaciona-se com
os movimentos que exigem maior precisão: coordenação olho-mão e destreza para manipular
um objecto. É a maneira como usamos os nossos braços, mãos e dedos de forma precisa, de
acordo com a exigência da actividade.

Quanto ao jogo, entendemos como sendo um elemento da cultura, relacionado com os


aspectos sociais, considerando que não é apenas uma perspectiva psicológica, sociológica ou
antropológica. Segundo este autor, o jogo define-se como: Uma acção ou uma actividade
voluntária, realizada segundo uma regra livremente consentida, mas imperativa, desprovida de
um fim em si, acompanhada por um sentimento de alegria e tensão e por uma consciência de
ser diferente do que se é na vida real

Resumindo, podemos concluir que para Piaget, o jogo representa uma extrema importância no
processo do desenvolvimento social, moral, intelectual e cognitivo; que o identificou e
adequou a cada fase do desenvolvimento da criança. a actividade lúdica é o berço obrigatório
das actividades intelectuais da criança, sendo por isso, indispensável á prática educativa.
Assim, o jogo constitui uma condição para o desenvolvimento da criança, já que esta quando
joga assimila e pode transformar a realidade.
23

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