PARECER COREN/GO Nº 0023/CTAP/2016

ASSUNTO: REALIZAÇÃO DE LAVAGEM DE OUVIDO POR

ENFERMEIRO
Prezada Senhora,
Jorcilene Ferreira da Silva

I. Dos fatos
A Secretaria do Coren/GO recebeu em 11/04/2016 vossa correspondência, acerca da realização do
procedimento de lavagem de ouvido por Enfermeiro, tendo sido a mesma encaminhada à Câmara
Técnica de Assuntos Profissionais, para emissão de parecer.

II. Da fundamentação e análise

CONSIDERANDO que a lavagem de ouvido compreende um procedimento médico, regulamentado

através do Parecer do Conselho Federal de Medicina, nº 10 de 1995, o qual entre outras
considerações esclarece que: “... mesmo dentro da profissão médica, a lavagem de ouvido é
destinada ao especialista, no caso, o Otorrinolaringologista, isso porque dentre os fatores que
determinam o risco de perfuração da membrana timpânica durante a irrigação do canal auditivo, estão
relacionados à pressão da água e incidência direta do fluxo de água sobre a membrana timpânica,
processos infecciosos instalados, bem como a presença de corpo estranho, o que exige um
conhecimento detalhado da estrutura anatomo fisiológica do ouvido interno, bem como habilidade no
manuseio do mesmo;

CONSIDERANDO que a lavagem de ouvido com a utilização de técnica inadequada pode causar
infecções ou perfuração do tímpano;

CONSIDERANDO o Código de Ética dos profissionais de enfermagem, aprovado através da

Resolução Cofen nº 311/2007, em seus artigos abaixo citados:
Art. 10. (Direitos) Recusar-se a executar atividades que não sejam de sua competência
técnica, científica, ética e legal ou que não ofereçam segurança ao profissional, à pessoa, família e
coletividade.
Art. 12 (Responsabilidades e Deveres): “Assegurar à pessoa, família e coletividade
assistência de Enfermagem livre de danos decorrentes de imperícia, negligência ou imprudência”.
Art. 13: “Avaliar criteriosamente sua competência técnica, científica, ética e legal e somente
aceitar encargos ou atribuições, quando capaz de desempenho seguro para si e para outrem”;

CONSIDERANDO os pareceres técnicos de Conselhos Regionais de outros estados da federação,

que tratam da Lavagem de ouvido por Enfermeiro, como:

- Parecer Coren-BA Nº 032/2014, o qual conclui que “concluímos que os profissionais de

enfermagem (Enfermeiros, Técnicos e Auxiliares de Enfermagem) não possuem competência legal
para a realização do procedimento “lavagem de ouvido”, mesmo com prescrição médica ou sob sua
supervisão.”
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- Parecer Técnico Coren-SP Nº. 011/2013, cuja conclusão estabelece que “É vedado aos
profissionais de Enfermagem o procedimento de lavagem de ouvido, sendo este de competência
médica”

- Parecer Técnico Coren-ES Nº. 005/2011, o qual dispõe que “não é atribuição do técnico de
enfermagem ou enfermeiro a realização da lavagem de ouvido, pois este é um ato médico.”

III – Da conclusão

Mediante o exposto o Parecer desta Câmara Técnica de Assuntos Profissionais, reiterando o Parecer
anterior desta mesma Câmara, de nº 070/2013 e nº 018/2016, é que não é da competência dos
profissionais de enfermagem a realização desta técnica, mesmo havendo prescrição médica para tal
procedimento.

É o Parecer, s.m.j.

Goiânia, 10 de maio de 2016.

Enfª Marysia Alves da Silva Enfª. Maria Auxiliadora G. de M. Brito Enfª. Rôsani A. de Faria Enfª. Silvia R. de S. Toledo
CTAP - Coren/GO nº 145 CTAP - Coren/GO nº 19.121 CTAP - Coren/GO nº 90.897 CTAP - Coren/GO nº 70.763

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